Jornal Expositor Cristão de março 2018

Page 1

EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA FLIC 2017

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Março de 2018

ano 132 | nº 3 | Distribuição Gratuita

INTERVENÇÃO NO RIO DE JANEIRO Ore pela paz na cidade. Página 7

ENTREVISTA

PEDIU PRA PARAR, PAROU!

Missionária americana trabalhará no SAF. Página 5

Hora de dar um basta na violência contra a mulher Página 8

AÇÃO SOCIAL: projetos de igrejas metodistas pelo Brasil afora têm mudado a vida de muitas pessoas. Página 13


MARCA PÁGINA.pdf 1 27/09/2017 15:13:32

2

EDITORIAL

2018

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

COMENTÁRIOS Edição de Fevereiro de 2018

Febre amarela O Expositor Cristão sempre traz temas que estão sendo discutidos na sociedade, a febre amarela é um deles. Não sabia que metodistas já haviam participado na erradicação da doença no passado. Luciana Salles Prado Brasília/DF

Capelania Que bom que o nosso jornal está com a série sobre Capelania. Tenho 74 anos e, embora não seja um capelão credenciado, sempre fiz o trabalho de visitas em hospitais. Parabéns aos/às pastores/as que são chamados/ as para esse ministério tão importante. Paulo Sérgio Alencar Campinas/SP

Evangelização Temos que usar a internet para propagar o reino de Deus, sim. Jesus está voltando e muitas pessoas precisam ouvir sobre o amor de Jesus. Rosangela Aparecida Gomes Santos/SP

Entrevistas

N

Diga não!

ão à violência contra a mulher. Já foi tra­ balhado em edições passadas o tema de capa desta edição, mas como no mês de março é celebrado o Dia Internacional da Mu­ lher, resolvi resgatar o tema mais uma vez trazen­ do novos dados da pesquisa Condições Socioeco­ nômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil mulheres, representativas de 5 milhões de mu­ lheres que vivem nas nove capitais do Nordeste. A pesquisa aponta que Salvador, Natal e Fortaleza lideram o ranking de violên­ cia física contra as mulheres. Somente em Maceió (69%) e Recife (53%) a fre­ quência da violência do­ méstica desponta com in­ cidência considerável (às vezes, frequente ou sempre) nos últimos 12 meses. Nadi­ ne Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, destaca a urgência de investimentos em polí­ ticas e serviços essenciais de atenção a mulheres em situação de violência. Em contrapartida, a Igreja Metodista tem feito sua parte com ações isoladas nas igrejas locais, ora pelos grupos societários, confederações e por meio de reflexões que têm como objetivo final orientar os membros da comunidade a exercerem a fé na prática libertadora com a integridade de Jesus, que sempre denunciou as práticas de pecado. O Pastor Ivan Martins, da Igreja Metodista Central em Fortaleza/CE, ressaltou que não são

Nos caminhos da missão servem com integridade

Ênfases missionárias

da Igreja Metodista

somente as mulheres que estão sofrendo violên­ cia e chegou a dizer que vivemos um verdadeiro terrorismo devido aos números de homicídios, que somam 161 por dia. Os estados de Sergipe, Alagoas e Ceará são representativos dessa triste realidade. Portanto, no mês das mulheres, a­liás, durante todos os meses, as flores são muito im­ portantes, mas a denúncia profética, as ações que denunciam o pecado tam­ bém o são e ajudam a minimizar essa triste realidade. Nesta edição você vai con­ ferir a entrevista com a Dia­ conisa missionária da Igreja Metodista Unida nos Esta­ dos Unidos, Emily Everett, que chegou ao Brasil no dia 15 de fevereiro e está cheia de planos. Ela vai trabalhar no projeto Sombra e Água Fresca da Igreja Metodista e fazer a ponte entre os dois paí­ ses em busca de novas parcerias para o projeto. E se você gosta de missão e da área social da Igreja, você já pode orar pela família missionária que será enviada para Moçambique nos próximos meses, além de conhecer alguns projetos das Associações de Assistência Social (AMAS) espalhadas por todo o país. Em março, dê flores, ore e denuncie toda e qualquer forma de violência contra a mulher! C

1

Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local;

2

Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

o discipulado 3 Promover na perspectiva da salvação, santificação e serviço;

4

Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja;

5

Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente;

6

Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.

Pr. José Geraldo Magalhães Editor-chefe | Expositor Cristão

OPINIÃO | VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Gosto de ler as entrevistas porque contam histórias das pessoas. Muito bom relembrar as histórias dos pastores que trabalham com rádio e da Sandra Lopez, que visitou o Brasil. Homens e mulher de Deus. Maria da Penha Oliveira Juiz de Fora/MG

ENVIE SEU COMENTÁRIO!

“Por mais que as igrejas queiram se isolar, se omitir, elas estão inseridas no mesmo contexto social. Seus membros, sobretudo da periferia, convivem com a violência. A superação da violência deve estar na pauta das igrejas.”

“É preciso comprometer-se. Compromisso é essencial. Compromisso com a vida, com a atenção às coisas que podem fazer a diferença. Compromisso para denunciar, mobilizar, educar e transformar.” Bispa Hideide Brito Torres | Presidente da 8ª Região Eclesiástica

Pr. Ivan Carlos Costa Martins | Fortaleza/CE

expositorcristao@metodista.org.br expositorcristao@gmail.com

Acesse a versão digital desta edição

e compartilhe!

"Os desafios são grandes, pois ainda temos muito a alcançar. Nosso desejo é sair das palavras de instruções para ações mais concretas e ter como acolher mulheres em situação de risco de vida, ajudá-las a ter oportunidades de recomeçar.” Ivana Aguiar Garcia | Presidente da Confederação Metodista de Mulheres

"Sou Mulher de Coragem e denuncio. Com este discipulado de Cristo aprendemos que é preciso denunciar o que não condiz com o reino de Deus. No que diz respeito às mulheres, é preciso denunciar todo tipo de opressão que as alcance, seja ela qual for.” Bispa Marisa de Freitas Ferreira | Presidente da Remne

https://goo.gl/ev7rcM

SIGA A GENTE!

i

/expositorcristao /sedenacionalmetodista @jornal_ec @metodistabrasil /jornalEC /metodistabrasil /jornal_ec /metodistabrasil (11) 98335-9034

Expositor Cristão Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Conselho Editorial: Camila Abreu, Bispa Hideide Brito Torres, Luis Mendes, Pr. Odilon Chaves, Nancy Vianna e Jorge Vidigal

Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom

Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP) Repórter: Sara de Paula Marketing e Produção Audiovisual: Rodrigo de Britos e Carolina Cardena Foto de Capa: bowie15/iStock.com

Arte: Fullcase Comunicação Revisão: Adriana Giusti Tiragem: 30 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004

*A REDAÇÃO DO JORNAL EXPOSITOR CRISTÃO É RESPONSÁVEL POR TODAS AS MATÉRIAS NELE PUBLICADAS, COM EXCEÇÃO DE ARTIGOS E REFLEXÕES, QUE SÃO RESPONSABILIDADE DE SEUS/AS AUTORES/AS.


NACIONAL

3

Colégio Episcopal reúne-se em São Paulo

PALAVRA EPISCOPAL Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa Presidente do Colégio Episcopal e Cogeam

© RODRIGO DE BRITOS / EC

Dimensões da Integridade Humana

O Colégio Episcopal acolheu a missionária enviada pelos Ministérios Globais, Emilly Everett Redação EC

O

Colégio Episcopal da Igreja Metodista reu­ niu-se entre os dias 20 e 22 de fevereiro na Sede Nacional da Igreja Metodista, em São Paulo. Na manhã da quarta-feira, 21, a liderança participou do momento devo­ cional junto de funcionários/ as da Sede Nacional. Quem ministrou a mensagem da manhã foi o Bispo João Car­ los Lopes, presidente da 6ª Re­ gião Eclesiástica, com base no texto bíblico do livro de Eze­ quiel, capítulo 37. Na refle­ xão, o Bispo lembrou sobre a importância de entender que é Deus quem sabe de todas as coisas, e que é necessário ou­ vir a Palavra e o Espírito de Deus na vida cristã. Dentre as atividades do Colégio Episcopal estavam as gravações de vídeos pro­ duzidos pelo Departamen­ to de Comunicação da Sede Nacional. Algumas das peças

devem compor a Campanha de Oferta Missionária 2018, que será lançada em breve. As bispas também participaram da gravação de mensagens para a Campanha Quinta­ -Feira Uso Preto e de um ví­ deo para o Dia Internacional da Mulher, que será lançado em março nas redes sociais da área nacional e poderá servir de apoio para a celebração do dia 8 nas igrejas locais.

Acolhida

A missionária Emily Eve­ rett, enviada dos Ministérios Globais para atuar no Projeto Sombra e Água Fresca (SAF), foi acolhida pelo Colégio Episcopal, também na quar­ ta-feira, 21. Nos últimos dias, Emily participou de diversas reuniões na Sede Nacional da Igreja Metodista para co­ nhecer melhor a estrutura da organização. Você confere no Podcast Giro de Notícias do Jornal Expositor Cristão uma entrevista especial com a mis­ sionária.

“Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno” (Mateus 5.37)

tema nacional para o exercício ecle­ siástico de 2018, na Igreja Metodista, está relacionado ao desafio de ser­ mos, como seguidores e seguidoras de Jesus, pessoas que buscam viver com integridade. No seu sentido mais estrito, esse termo está ligado àquilo que é inteiro, completo, que reflete uma unidade. Em outras palavras, refere-se ao que não é fragmentado. Assim, podemos considerar que a integridade reve­ la a totalidade do ser; revela-se verdadeira­ mente do que este se constitui.

suas palavras e as suas ações foram sempre consistentes e coerentes. Não havia distan­ ciamento entre sua fala e suas atitudes; e as pessoas reconheciam esse fato.

b. Integridade é garantia de confiabilidade Falar simplesmente a verdade, ou bus­ car a verdade como padrão de conduta, evidencia a forma de atuação de Jesus. Há uma coe­rência entre os compromissos as­ sumidos por Ele no anúncio da vida de co­ munhão com Deus, na libertação do jugo do pecado, no atendimento às pessoas ne­ 1. Verdade e Falsidade cessitadas, no acolhimento às crianças, na Vivemos uma permanente tensão so­ denúncia da hipocrisia, bre o que seja verdadeiro da mentira, das injusti­ ou falso. Há um aparen­ ças. E seus discípulos e te relativismo que coloca “Podemos discípulas eram movidos/ esse dualismo como uma as por essa confiança de­ mera possibilidade de in­ considerar que positada nele. terpretação e compreen­ a integridade são pessoais. c. I ntegridade identifiEm seu tempo, tam­ revela a ca com o que estamos bém, Jesus confrontou-se totalidade do comprometidos/as permanentemente com As nossas ações revelam essa contradição. Foi acu­ ser; revela-se os valores de nossa fé e da sado de mentir e distorcer verdadeiramente coerência desses princí­ a verdade, especialmente pios bíblico-doutrinários por fariseus/ias e sadu­ do que este se com a nossa maneira de ceus/ias. Mas, para Ele, constitui” viver, de agir. Nossas ati­ o contrário da verdade tudes revelam a inteireza não era a falsidade, mas de nosso caráter cristão. a hipocrisia. Esta palavra grega referia-se a uma pessoa que fazia o pa­ pel de ator/atriz. Ou seja, hipócrita é quem Conclusão: Como discípulos e discípulas de Jesus, esconde-se em uma personagem, não reve­ não somos atores e atrizes de um repertó­ lando exatamente quem ela é. E, neste sen­ rio litúrgico, de uma repetição histórica de tido, Ele apresentava-se exatamente como fatos ou protagonistas de uma sucessão de era, em quaisquer circunstâncias, e falava e eventos religiosos relevantes. A vida de in­ agia de acordo com os valores de sua missão tegridade nos transforma em pessoas com­ no anúncio do Evangelho do Reino. Essa era prometidas com o anúncio de boas notícias a razão de sua autoridade moral e ética: ser e com as transformações e mudanças que o verdadeiro, ser pleno, ser inteiro. ser humano e a nossa sociedade precisam, 2. Três dimensões da integridade à luz do Evangelho. A realidade brasileira, a. Integridade revela a fragmentada por injustiças, corrupção mo­ essência do que somos ral e ética está a exigir uma presença profé­ Sendo Jesus uma referência de integrida­ tica e de integridade dos cristãos e cristãs, de, é muito fácil perceber que a sua vida, as notadamente do povo metodista.

© FABIO H. MENDES

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br


4

NACIONAL Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Pr. José Geraldo Magalhães

O

encontro de Capacita­ ção da Liderança Juve­ nil da Igreja Metodista (CALIJU) reuniu 168 pessoas entre palestrantes e juvenis na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), nos dias 24 a 27 de janeiro. Todas as Regiões Eclesiásticas e Missionárias fo­ ram representadas. Na ocasião, o Pastor Djalma Barbosa de Lima Filho, Conse­ lheiro Nacional de Juvenis, jun­ to com a esposa, Deusdete de Oliveira de Lima, anunciou que vai deixar a Confederação por ter assumido uma nova igreja em 2018 e, consequentemen­ te, as demandas aumentaram. Uma lista com nomes de casais já foi encaminhada ao Colé­ gio Episcopal (CE), o qual dá o parecer e encaminha os nomes para a Coordenação Geral de Ação Missionária (Cogeam). O Bispo José Carlos Peres abriu o evento e chamou aten­ ção para o ânimo. “Não pode­ mos nos abater, deixar que o desânimo tome conta de nossa vida. Deus tem sempre o me­ lhor para nós”, enfatizou o Bis­ po Peres.

Oficinas

© RODRIGO DE BRITOS

Encontro Nacional da Liderança Juvenil reúne mais de 150 pessoas na UMESP

Quem representou o CE na Caliju 2018 foi o Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves, que pregou no último dia do en­ contro. O bispo refletiu sobre o texto do evangelho de Lucas 15 – mensagem do Filho pródigo –, para chamar atenção de que o “Pai está sempre disposto a nos receber de braços abertos”.

Caliju reuniu 168 representantes de todas as Regiões Eclesiásticas e Missonárias.

Para o Presidente da Confe­ deração Metodista de Juvenis, Arthur Lopes, o evento atendeu às expectativas. “Eu estava com uma expectativa bem grande para a Caliju. Uma das coisas que colocamos nesse encontro foi uma palestra sobre a história e estrutura da Igreja Metodista. Isso é muito importante para o/a futuro líder trabalhar na Igreja”, destacou Arthur. O Secretário do Colégio Epis­ copal, Bispo Stanley da Silva Moraes, e Oseias Soares mi­ nistraram a oficina sobre a es­ trutura da Igreja Metodista. “É importante que as lideranças saibam quem é o/a responsável

por qual departamento das lo­ cais, distritais, regionais e na­ cional; como se relacionar com ele/a e por qual meio e canais é possível fazer essa conexão”, disse o bispo em um dos mo­ mentos da palestra. Para o Conselheiro Nacional, Pastor Djalma Lima, o objetivo maior do encontro é a forma­ ção de uma liderança sólida. “Temos uma preocupação em formar líderes com raízes. A Caliju tem a finalidade de trazer pessoas de várias partes do país para formar líderes. Essa for­ mação ajuda cada um/a a servir com eficácia na vida da Igreja”, destacou o Pastor.

Celebre o Dia Nacional Terceiro domingo de junho

Encontro diário com

Deus

Encontro de capacitação pre­ cisa ter oficinas. A Pastora e Coor­denadora do Departamen­ to Nacional de Escola dominical, Andreia Fernandes de Oliveira, palestrou para as mesas das Fe­ derações e destacou a importân­ cia de formar novos/as líderes. “A Federação, na minha per­ cepção, tem uma função muito importante, que é a capacitação da liderança. Ela vai atuar como liderança, mas com a Graça de Deus vai perpetuar em outros espaços de liderança na vida da Igreja”, disse a Pastora Andreia. O Pastor Tiago Valentim con­ versou com os/as juvenis sobre a importância das sociedades locais nos espaços da Igreja. “É importante termos clareza e propósito para entender por que existem as sociedades de juvenis. O propósito das socie­ dades está dentro dos propósi­ tos das igrejas, que é realizar a missão. Com isso, os/as juvenis precisam estar dentro dessa dinâmica para realizar a mis­ são vinculada ao discipulado. Buscar conhecimento e graça é muito importante, porque, se graça e conhecimento andarem juntas, não tem como dar erra­ do”, finalizou o Pastor Tiago. A Conselheira Regional da 4ª Região Eclesiástica, Sara de Moraes, participou da Oficina Jovem Trainee, ministrada pela Pastora Raquel da 1ª Região. Ela destacou a importância de

compartilhar as experiências. “Foi muito importante a oficina porque temos a oportunidade de compartilhar experiências, buscar soluções em conjunto e com isso a gente acaba crescen­ do juntos/as”, disse. Larissa Pinheiro já foi SD e presidente da Federação. Ela foi convidada para ministrar para os/as SDs da Confederação de Juvenis este ano. Às vezes nós esquecemos que o/a juvenil tem voz na igreja. Na Bíblia, Deus chamou várias pessoas que eram novas, por exemplo, Jere­ mias, que era jovem, Timóteo, entre outros”, destacou Larissa. Já o assessor da Federação de Juvenis da 4ª Região Eclesiásti­ ca, Pastor George Paradela, mi­ nistrou a oficina sobre a estru­ tura da Igreja Metodista. “Foi muito bom falar da história de nossa Igreja porque é um dese­ jo e uma perspectiva de formar uma liderança sólida, com raiz na cultura de nossa Igreja. É importante que os/as juvenis te­ nham esse conhecimento, por­ que, certamente, as lideranças futuras estarão enraizadas na vida e missão da Igreja”, desta­ cou o Pastor George. O Expositor Cristão acompa­ nhou todo o evento, como você pode ver na reportagem em ví­ deo, fotos, além do podcast #45, gravado no local do evento. No link abaixo você confere a co­ bertura do EC na Caliju 2018. Acesse:

https://goo.gl/z1k8uV


ENTREVISTA

5

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

© RODRIGO DE BRITOS/EC

Missionária é nomeada para trabalhar no Projeto Sombra e Água Fresca Pr. José Geraldo Magalhães

G

raduada em música e com mestrado em Teo­ logia, a missionária e diaconisa da Igreja Metodista Unida, Emily Everett, chegou ao Brasil no dia 15 de fevereiro. Ela veio do Texas, nos Estados Unidos, enviada dos Ministé­ rios Globais e vai trabalhar no Projeto Sombra e Água Fres­ ca (SAF) nos próximos anos, além de fazer a ponte entre os dois países em busca de parce­ rias para o projeto. Ela já tinha vindo ao Brasil em 2012 e 2013, momento em que Deus disse que parte do coração dela seria brasileiro. O Expositor Cristão entrevistou Emily para enten­ der os desafios que ela terá pela frente e descobrir quando nas­ ceu essa vocação missionária de trabalhar além dos espaços físi­ cos da Igreja.

1. Como aconteceu sua vocação por missões?

Cresci na Igreja Metodista. A primeira vez que vim ao Brasil realmente senti essa necessida­ de de experimentar Deus em outras culturas. Sabia que ha­ via várias oportunidades com a Junta de Ministérios Globais, e minha ideia era ir para um país que falasse espanhol, mas me mandaram para o Brasil. Sem­ pre conto a experiência da pri­ meira vez que estive no Brasil, eu ficava em uma comunidade

Redação EC Com o objetivo de fortalecer, renovar e expandir as parcerias do Projeto Sombra e Água Fresca junto à Igreja Metodista Unida, Gordon e Teca Greathouse visitaram os Estados Unidos durante o mês de novembro de 2017. Um dos objetivos especiais dessa viagem foi também registrar o reconhecimento da grande e especial contribuição do casal Dot e Dan Ivey, que tem dedicado um especial compromisso com este nosso Projeto. Por muitos anos, Dot coordenou a parceria entre a Conferência Anual da Virgínia da Igreja Metodista Unida e o Projeto Sombra e Água Fresca. Seu esposo, o Rev. Dan Ivey, liderou vários grupos de Voluntário em Missão – VIM, que vieram ao Brasil e muito contribuíram para a construção, adequação e melhoramento de espaços e dependêcias físicas de várias igrejas locais que acolhem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade dentro das ações propostas pelo referido Projeto. Para registrar esse reconhecimento, no dia 13 de novembro, durante um encontro muito especial com o casal Ivey, Gordon e Teca entregaram-lhes uma placa e transmitiram a eles a apreciação da Igreja Metodista no Brasil pelo importante serviço que prestam há tantos anos às crianças e aos adolescentes atendidos/as no Projeto Sombra e Água Fresca.

nha igreja e fui trabalhar com os/as jovens. Senti o desejo de estudar para ser diaconisa.

2. Por que decidiu ser diaconisa da Igreja?

Essa ordem teve um papel muito específico em minha vida justamente porque cria pontes entre igreja e comunidade. Fa­ lamos que os/as diáconos/isas ficam com um pé no mundo e um pé na igreja. Essa ponte foi muito importante para eu en­ tender minha vocação; criar um relacionamento entre igre­ ja e mundo. Fiz meu mestrado em Teologia e fiz meu estágio

“Minha ideia era ir para um país que falasse espanhol, mas me mandaram para o Brasil. Sempre conto a experiência da primeira vez que estive no Brasil” em São Bernardo do Campo/SP. Lá, eu ouvia os sons da língua, que não entendia muito bem na época, e Deus falava que gran­ de parte do meu coração ficaria aqui no Brasil. Fiquei traba­ lhando com os meninos e me­ ninas de rua de São Bernardo do Campo por dois meses, mas eu não tinha um entendimento ainda do que Deus estava pre­ parando para mim. Retornei para os Estados Uni­ dos e gostaria de voltar para o Brasil, mas não teve nenhuma porta aberta. Voltei para a mi­

RECONHECIMENTO E GRATIDÃO AO CASAL DOT E DAN IVEY DA IGREJA METODISTA UNIDA

aqui no Brasil em 2012 e 2013. Depois fui para o período pro­ batório. Queria voltar ao Brasil imediatamente, mas as portas não se abriram novamente. Fi­ quei na comunidade de Pasade­ na, cidade localizada no sudeste do Texas, próximo a Houston. Nessa Igreja também fazia a ponte entre igreja e comuni­ dade. A maioria dos membros eram latinos e eles/as precisa­ vam ter seu próprio templo, conhecer a comunidade; tive­ mos também uma comunida­ de hispânica para atender aos/

às irmãos/ãs. Eu estava muito realizada com meu ministério. Comprei uma casa e me estru­ turei na cidade, pois eu enten­ dia que Deus me queria ali, mas no fundo eu sabia que Deus ti­ nha colocado em meu coração servir a Ele aqui no Brasil. Não demorou muito e recebi o con­ vite para vir para cá.

3. Por quanto tempo você vai trabalhar aqui no Brasil?

São três anos. Ao final desse período a Igreja faz uma avalia­ ção para ver se ainda necessita da presença do/a missionário/a no país, para saber se a Igreja está feliz com o trabalho reali­ zado e também para saber se eu estou feliz. Creio que no caso do Sombra e Água Fresca, temos muitas coisas para fazer aqui, além de construir novas pontes em busca de novos/as parceiros/ as. Mesmo permanecendo so­ mente por três anos, se eu não viesse para o Brasil, eu me arre­ penderia muito se tivesse ficado nos Estados Unidos.

4. E seus pais, a apoiaram nessa decisão? Você vai morar em qual cidade?

Foi muito difícil meus pais amadurecerem a ideia, mas quando comprei a casa nos Es­ tados Unidos, eles tinham a esperança de que eu ficasse lá. Quando dei a notícia que viria para o Brasil, eles me apoia­ ram e disseram que eu tenho que fazer o que Deus tem para a minha vida. Nesse primei­

ro instante eu ficarei em Belo Horizonte/MG para caminhar mais de perto com o Gordon e a Teca Greathouse. Vou fazer a conexão entre Brasil e Estados Unidos, mas quero conhecer os projetos do Sombra e Água Fresca também. Quando fiquei sabendo dessa oportunidade de vir para o Brasil, eu logo queria saber qual era o trabalho que

precisava ser feito. Queria saber se um/a brasileiro/a poderia fa­ zer o trabalho e por que preci­ sava trazer um/a missionário/a dos Estados Unidos para cá. Como o trabalho principal é fa­ zer essa ponte entre Igrejas nos Estados Unidos e os projetos no Brasil, me interessei e logo per­ cebi que se tratava realmente do meu chamado e vocação.


6

MISSÃO Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Moçambique terá novo missionário brasileiro

O carnaval e o enredo dos acampamentos metodistas

Pr. José Geraldo Magalhães

Em que local você ficará e quais serão suas atribuições lá?

O

Nosso ministério se iniciou em 2008 após formação teo­ lógica na UMESP. A primeira nomeação foi para Campos dos Goytacazes/RJ.

Como surgiu o desafio de ir para Moçambique e quando vai viajar para lá?

Tive o primeiro contato com o programa de missão para Moçambique em 2014 através do site da sede nacional. Na ocasião o Senhor gerou em nós um desejo muito forte por este ministério missionário. Partici­ pamos de todo o processo, mas aprouve Deus de não termos sido selecionados. No final de 2017, quando houve novamente a necessidade de envio missio­ nário, mais uma vez ardeu este propósito em nosso coração e desta vez fomos selecionados.

Algo o preocupa?

tinha a plena convicção que este se restringia à realidade ecle­ sial. Contudo, já no seminário e além dele fui tendo experi­ ências em que nossa visão de ministério pastoral e de igreja foi se ampliando a ponto de en­ tender que ministério pastoral e ministério missionário não são excludentes entre si e ainda que Deus tinha preparado para nós a oportunidade de viver ambos.

Sinceramente, não corres­ ponder à altura da obra que está nos sendo confiada. Contudo, como temos experimentado até agora nesses dez anos de ministério pastoral, creio que a boa mão do Senhor estará nos guiando e auxiliando em todas as coisas e ainda que a família e igreja aqui no Brasil serão nosso suporte em oração, orientação e afeto, fatores essenciais da ca­ minhada cristã que transpõe a barreira da distância.

Como Deus o preparou para assumir esse compromisso missionário?

Um pouco difícil responder a esta pergunta de forma obje­ tiva. Quando do meu chamado pastoral, ainda na adolescência,

Igreja Metodista em Visconde do Rio Branco foi uma das que se reuniram no feriado de Carnaval.

D

Billy Graham falece aos 99 anos

F

aleceu, no dia 21 de fe­ vereiro, aos 99 anos, o evangelista e missio­ nário norte-americano Billy Graham. Sua história conce­ deu-lhe o reconhecimento de evangelista do século, além de seu compromisso com a fé cristã, que lhe abriu várias oportunidades para exercer o ministério de capelania na Casa Branca para presi­ dentes dos Estados Unidos e até mesmo para a Rainha da Inglaterra, Elizabeth II. Em 2008, a Igreja Metodista promoveu a Campanha Na­ cional de Evangelização em parceria com o evangelista

© HENNY RAY ABRAMS/AP

E sua família, como tem reagido a essa opção missionária?

Minha esposa e filho têm se envolvido desde a primeira ins­ crição em 2014. Agora que esta­ mos cumprindo os preparativos para a viagem, estamos juntos nos dedicando no preparo ao cumprimento da missão que nos é proposta. Posso definir esta reação com as palavras alegria e responsabilidade. Da mesma forma, a família que fica, mes­ mo com o pesar da distância, tem nos dado suporte emocional para assumir esta missão.

© ARQUIVO IMVRB

Como, quando e onde o senhor iniciou o ministério Pastoral?

Ainda estamos colhendo as informações sobre localização e atribuições, confesso que ainda não temos todas sistematizadas. A princípio, o que posso afir­ mar é que estaremos próximos às dependências do Seminário Metodista, em Cambine, assu­ mindo uma cadeira destinada a um pastor brasileiro, concedida pelo intercâmbio entre a Igreja Metodista dos dois países.

© ARQUIVO PESSOAL

Colégio Episcopal defi­ niu o novo missionário para Moçambique: Ail­ ton Machado da 1ª Região Ecle­ siástica irá deixar o Brasil ao lado da esposa, Ana Lúcia de Farias, e o filho, Victhor Hugo de Farias Machado. O Pastor Ailton, até o fechamento desta edição, está em uma imersão na Faculdade de Teologia (Fateo) enquanto aguarda a documentação ficar pronta para embarcar. O pro­ cesso de escolha foi por meio de edital divulgado no site da Sede Nacional no ano passado.

Billy Graham sob o tema “Je­ sus, minha esperança”. Billy Graham foi reconhe­ cido com a premiação me­ todista em 1976, em sua ter­ ceira edição. A Associação Nacional de Evangelistas Me­ todistas Unidos honra anual­ mente dois/as evangelistas que serviram à obra de nosso Senhor Jesus Cristo fielmente. O nome “Philip Award” foi selecionado em homenagem ao evangelista Felipe, mencio­ nado no livro de Atos 8.4-10 e 21.8. Depois de 31 anos, em 2007, sua filha, Anne Graham Lotz, também seria reconhe­ cida pela premiação.

urante o recesso do feriado de Carnaval é comum Igrejas organizarem Acampamen­ tos ou Retiros Espirituais. Com temáticas variadas e locais diversos como: Esco­ la, Hotel Fazenda, Chácara ou qualquer lugar que te­ nha espaço para barracas e o mínimo de infraestrutura para os cultos, estudos, re­ feições e demais atividades. Existem Igrejas em que o Acampamento no perío­ do de Carnaval é tradição, como é o caso da Igreja Metodista no bairro Monte Castelo, em Juiz de Fora, Minas Gerais, que há mais de 40 anos realiza esta pro­ gramação. E neste ano tra­ balhou o tema “Reino de Filhos e Sacerdotes”. “É um chamamento para cada ir­ mão e irmã compreender o seu papel como sacerdotes universais e como filhos e filhas de Deus”, explica o Pastor Jorge Luiz Pereira de Freitas, pastor da igreja. “É um tempo dedicado à motivação da comunidade por meio das ministrações realizadas, para que a igreja coloque em prática no co­ tidiano o que foi ensinado, com empenho e dedicação”, disse o Pastor Freitas. Já a Igreja Metodista em Castelo, no Espírito Santo, usa o acampamento como estratégia de evangelização e consolidação dos novos membros, como conta o Pastor Jerry Vieira de Sou­ za: “O tempo que passamos juntos no retiro gera comu­ nhão entre os/as participan­ tes. A eficácia se dá no re­

lacionamento, dando início ao discipulado, abrindo caminho para a evangelização e consoli­ dação”. É importante separar um tempo para as comunidades de fé passarem o dia juntas no mesmo lugar em celebração. Ter a oportunidade de sentarem à mesa gera intimidade e co­ munhão. É o momento de “Dar oportunidade aos membros da igreja de crescimento integral”, afirma o Pastor Gilmar Cos­ ta Rampinelli, pastor da Igreja Metodista em Cataguases, Mi­ nas Gerais. “É uma ocasião única du­ rante o ano, em conformidade com o calendário de nosso país, que não tem nenhuma outra data como essa. Ver a igreja em suas diversas expressões etá­ rias em comunhão total é algo inestimável! Percebe-se que as relações interpessoais melho­ ram vertiginosamente. Há um resgate da alegria, da comu­ nhão e da espiritualidade. Num acampamento nada é feito com pressa, o tempo é parceiro da santificação, e não adversário”, finalizou o Pastor Rampinelli. Com o início do ano eclesiásti­ co, é possível também trabalhar o tema deste ano, “Discípulas e discípulos nos caminhos da mis­ são servem com integridade”. Foi o que o Pastor Adriel Antô­ nio Valverde trabalhou com sua igreja. “Esse tema geralmente norteia o ano da nossa Igreja. Dessa forma, o retiro torna-se um tempo de preparação para o testemunho, pois o Evangelho é mais do que palavra: é prática.”, finalizou. Pr. Por Billy Fádel Correspondente do EC na 4ª RE


IGREJA E SOCIEDADE

7

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Orar e trabalhar pela paz na cidade! “E o fruto da justiça será a paz! A prática da justiça resultará em tranquilidade e segurança eterna” (Is 32.17)

© FERNANDO FRAZÃO-AGÊNCIA BRASIL

E

ntendemos que decretar a intervenção federal na área de segurança públi­ ca no Estado do Rio de Janeiro lamentavelmente é mero show de pirotecnia, como afirmou a professora Jaqueline Muniz do departamento de Segurança Pública da Universidade Fede­ ral do Rio de Janeiro. Uma ten­ tativa de aplacar o clamor pú­ blico com ações com pouca ou nenhuma efetividade na onda de violência que vem de longo tempo no Rio. Na verdade vivemos uma onda de violência e homicídios há alguns anos e em vários es­ tados do Brasil, em especial nas cidades do Nordeste, como em Fortaleza, que em um único fi­ nal de semana foram assassina­ das quase 30 pessoas. A grande maioria era jovens pobres da periferia. A medida de inter­ venção adotada pelo governo federal nos parece com pouca

Fuzileiros Navais participam de operação na favela Kelson's, zona norte do Rio.

efetividade e, segundo vários especialistas em segurança pú­ blica, não atinge as causas reais do problema da violência. Alguns pontos que gostaria de destacar sobre este tema: • Com a lei que transferiu para o Tribunal Militar o julga­

mento de crimes cometidos por militares contra civis, durante a intervenção no Rio, violações de direitos huma­ nos serão analisadas sem a devida imparcialidade e inde­ pendência, agravando o qua­ dro de impunidade.

• Na Rocinha, em setembro de 2017, houve aparato mili­ tar envolvendo 950 soldados e não houve mudança algu­ ma. Na prática, a interven­ ção legitima os abusos e a violação que são recorrentes dentro das comunidades po­ bres do Rio. • A ocupação da Favela da Maré, por exemplo, custou 600 milhões de reais e trans­ formou a Maré em um lugar muito mais perigoso para seus/as moradores/as do que antes. • O México foi o principal país da região a utilizar as Forças Armadas em larga escala na segurança pública, sem haver uma guerra civil. O resulta­ do foi o fortalecimento das organizações criminosas, o aumento dos homicídios e a expansão da corrupção entre os/as militares. • Para finalizar, no mundo in­ teiro, intervenção das forças armadas na segurança gera organizações criminosas mais violentas e militares

mais corruptos/as. No Brasil isso não é diferente. Como o profeta Isaías, acre­ ditamos que a paz só virá com a eliminação do fosso que separa brasileiros/as ricos/as e pobres (somos um dos países mais de­ siguais do mundo). Nossos/as jovens das periferias não têm oportunidades de educação de qualidade e de trabalho digno. Estes/as acabam sendo assassi­ nados/as de forma seletiva por serem negros/as, pobres e das periferias. Por todo o exposto acima cre­ mos que o momento é de toma­ da de posição em favor da vida, em especial daqueles e daquelas que serão fatalmente atingidos/ as por esta intervenção feita às pressas e claramente por in­ teresses não revelados. Como igreja e seguidores/as do Jesus de Nazaré que veio para nos dar vida e está em abundância, não podemos nos calar. Pr. Welinton Pereira Pastoral de DH da Igreja Metodista

R

ecentemente fomos sur­ preendidos/as com a di­ vulgação da violência no país pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública, por meio do Atlas da Violência 2017, referente ao ano de 2015 no Brasil. Os números são chocantes. O número de homicídios no Brasil, naquele ano, segundo a pesquisa, ficou estável na mesma ordem de grandeza dos dois anos ante­ riores. Segundo o Ministério da Saúde, neste ano, houve pouco mais de 59 mil mortes. “Trata­ -se de um número exorbitante, que faz com que em apenas três semanas o total de assassinatos no país supere a quantidade de pessoas que foram mortas em todos os ataques terroristas no mundo, nos cinco primeiros meses de 2017, e que envolve­ ram 498 casos, resultando em 3,3 mil indivíduos mortos” (Atlas da Violência 2017, p. 57). Vivemos nosso próprio terro­ rismo. São mais de 161 homicí­ dios por dia. Aumentou ainda a violência contra mulheres e homossexuais. Alguns estados são representativos dessa triste realidade – Sergipe, Alagoas e Ceará. O Ceará tomou os noti­

ciários com a chacina de Caja­ zeiras; em 27 de janeiro foram vitimadas oito mulheres, seis homens, além de nove pessoas feridas. Dois dias depois, mais uma chacina, dessa vez na Ca­ deia Pública em Itapagé, viti­ mando dez pessoas. Em cinco anos, o mês de janeiro de 2018 foi o mais violento nas terras de Iracema: 469 homicídios registrados. Assusta porque, pela ONU, o limite é de dez homicídios para cada 100 mil habitantes; no Ceará temos 66 homicídios para cada 100 mil habitantes. A violência urbana gera di­ nheiro, audiência e votos. Ain­ da que as questões centrais em nosso país sejam a economia e a soberania nacional, certa­ mente o tema da violência es­ tará em evidência nas próximas eleições. Para a mídia, serve de cortina de fumaça para os in­ teresses do grande capital. Ao mesmo tempo em que é uma realidade comum à maioria de nós, as propostas de superação são divergentes. Curiosamente, Direita e Esquerda apresentam propostas parecidas e, como temos percebido, ineficientes. Os estudos demonstram que o Estado precisa utilizar maior

© ARQUIVO PESSOAL

Igrejas do Nordeste no combate à violência urbana inteligência e possibilitar acesso à educação de qualidade.

Ações das igrejas

Por mais que as igrejas quei­ ram se isolar, se omitir, elas estão inseridas no mesmo con­ texto social. Seus membros, so­ bretudo da periferia, convivem com a violência. A superação da violência deve estar na pauta das igrejas ainda por sua confis­ são de fé – bem-aventurados/as aqueles/as que constroem a paz. Urge, portanto, maior envol­ vimento. Cremos que o Evan­ gelho transforma. Se ele tem alcançado indivíduos (Censo 2010), as mudanças sociais são mínimas. As igrejas devem ainda ocu­ par os espaços públicos, funda­ mentando seu discurso e práti­ ca à luz do Evangelho de Jesus de Nazaré e apropriando-se dos referenciais teóricos ade­ quados ao tema da violência. Infelizmente, observamos que em muitos casos as igrejas ape­ nas reproduzem um discurso superficial e oportunista para lidar com a complexidade que é a violência urbana. Tomemos, como exemplo, o argumento de revogar a Lei do Desarmamen­ to: “É preciso armar o cidadão”.

Pastor Ivan Martins, de camisa branca, em uma das reuniões com a Diaconia.

As pesquisas dizem exatamente o contrário. “Como era de se es­ perar, a arma de fogo continuou como personagem central na história da violência letal. Em 2015, mais de 42 mil pessoas foram mortas por essas armas, o que correspondeu a 71,9% do total de homicídios no país […] Conforme indicam as pesquisas científicas, a difusão das armas de fogo é um elemento crucial que faz aumentar os homicí­ dios” (Atlas da Violência 2017, p. 58). As armas matam e é preciso tirá-las de circulação. A articu­ lação em redes para denunciar e exigir políticas públicas é um imperativo para ser socialmen­ te relevante. A Igreja Metodista

tem promovido encontros e pa­ lestras sobre violência. Porém, sozinhos/as não damos con­ ta! Diaconia e Visão Mundial têm promovido em Fortaleza/ CE encontros de sensibilização com líderes evangélicos e igre­ jas locais. Além disso, algumas lideranças cristãs têm parti­ cipado do Fórum Popular de Segurança Pública do Ceará. No entanto, a participação e a articulação são pequenas. Nem por isso temos perdido a espe­ rança. Pastor Ivan Carlos Costa Martins Remne 73% DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES MORTOS EM FORTALEZA ESTAVAM FORA DA SALA DE AULA HTTPS://WWW.OPOVO.COM. BR/JORNAL/REPORTAGEM/2018/01/VULNERABILIDADE-73-DASCRIANCAS-E-ADOLESCENTES-MORTOS-EM-FORTALEZA-E.HTML. ACESSO EM 14 DE FEVEREIRO DE 2018.


8

CAPA Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Ações da Igreja no combate à violência contra a mulher O

© SPM

mês de março é marcado por celebrações, entrega de flores, declarações, entre tantas outras homenagens que são feitas para as mulhe­ res, tendo em vista que no dia 8 comemora-se o Dia Internacio­ nal da Mulher. A história dessa data, na verdade, é muito triste (veja no Box), mas as mulheres precisam ser lembradas por suas lutas, desafios e conquistas que foram alcançados ao longo dos séculos. Nesta edição, o Ex­ positor Cristão retoma o tema da violência contra as mulheres. Segundo a ONU Mulheres Brasil, as cidades de Salva­ dor, Natal e Fortaleza lideram ranking de violência física con­ tra as mulheres. A Organização aponta que pela primeira vez estudo faz ligação da violência doméstica no Nordeste brasilei­ ro, com foco em gerações, vul­ nerabilidades raciais e socioe­ conômicas e incidência sobre a saúde, direitos sexuais e direitos reprodutivos das mulheres. Nos últimos 12 meses, 11% das mulheres nordestinas fo­ ram vítimas de violência psico­ lógica, enquanto 5% sofreram agressões físicas e 2% violência sexual no contexto doméstico e familiar. Dentre as nove ca­ pitais investigadas, a violência psicológica foi identificada por 16% das mulheres entrevistadas em Natal; a violência física, por 7% das mulheres de Maceió; e a violência sexual, por 4% das mulheres de Aracaju. Os dados fazem parte da Pes­ quisa Condições Socioeconô­ micas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, que entrevistou 10 mil mulheres, representativas de 5 milhões de mulheres que vivem nas nove capitais do Nordeste. Em Ma­

Salvador, Natal e Fortaleza lideram ranking de violência física contra as mulheres

© VICTOR_TONGDEE / ISTOCK.COM

Pr. José Geraldo Magalhães

ceió (69%) e Recife (53%) a fre­ quência da violência doméstica desponta com incidência consi­ derável (às vezes, frequente ou sempre) nos últimos 12 meses. Nadine Gasman, represen­ tante da ONU Mulheres Brasil, destaca a urgência de investi­ mentos em políticas e serviços essenciais de atenção a mulhe­ res em situação de violência. “Não deixar ninguém para trás: acabar com a violência contra as mulheres e meninas. O Nordes­ te é uma das regiões com mais desigualdades no país, com ma­ chismo arraigado e concentra­ ção de população negra. A pes­ quisa capta a complexidade da violência de gênero com recorte racial e geracional, que deman­ da respostas políticas multisse­ toriais, como estabelece a Lei Maria da Penha ao evocar ações

Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, destaca a urgência de investimentos em políticas e serviços essenciais de atenção a mulheres em situação de violência.

integradas da saúde, segurança pública, justiça, educação, psi­ cossocial e autonomia econô­ mica”, disse Nadine. Há outros estados que tam­ bém aumentam essa estatísti­ ca. A Secretaria de Seguran­ ça Pública do Estado de São Paulo, por exemplo, registrou somente em janeiro desse ano, 11,2 casos de violência contra mulheres. Os índices mais al­ tos foram 4,8 mil por lesão cor­ poral, 5,8 mil casos por ameaça e 1,05 mil por calúnia, difama­ ção e injúria. Foram 1,7 mil ca­ sos a mais se comparados com dezembro de 2017. Outra pesquisa divulgada recentemente pelo Conselho Nacional do Ministério Públi­ co, o Estado do Espírito Santo, ocupa a 5ª posição em números de homicídios de mulheres. De acordo com informações da Se­ cretaria de Estado de Segurança Pública, somente até setembro

de 2017 foram registrados 95 homicídios contra mulheres, sendo que durante todo o ano de 2016, 99 mulheres foram as­ sassinadas no Estado.

Ações da Igreja

No artigo da Bispa Marisa de Freitas Ferreira, publicado originalmente no site da Dia­ conia, Jesus denuncia e faz um convite a denunciar qualquer ato de injustiça. A Bispa enfa­ tiza: “Sou Mulher de Coragem e denuncio. Com este discipu­ lado de Cristo aprendemos que é preciso denunciar o que não condiz com o reino de Deus. No que diz respeito às mulheres, é preciso denunciar todo tipo de opressão que as alcance: moral, ética, religiosa, patrimonial, sexual, psicológica, ideológica, de gênero, cultural, teológica, etc. Motivadas por essa verdade

que liberta, o Espírito Santo de Deus nos convida a essa ação bendita: ser mulher de cora­ gem e denunciar. É em nome de Jesus Cristo que precisamos, mulheres e homens, dizer que não aceitamos nenhum ato que retire da mulher a sua condição de imagem e semelhança com Deus. Este século clama por vo­ zes que reafirmem o propósito de Deus para com a vida huma­ na. Quem se dispõe a ser pro­ feta?”, finalizou a Bispa Marisa com a pergunta. No mesmo sentido, a Bispa Hideide Brito Torres também publicou artigo no site da insti­ tuição não governamental - As parteiras do Egito: em defesa da mulher e da criança, expres­ sando sua indignação da atual realidade das mulheres, adoles­ centes e crianças em nosso país. “A mulher continua sendo obje­ to de mercadorização; meninas sofrem sob anorexias e bulimias tentando responder às exigên­ cias de uma sociedade egoísta. Crianças são vendidas à beira de estradas em nosso país, de dentro de barcos para ricos vi­ sitantes nas comunidades ribei­ rinhas. O sexo se banaliza como


MULHERES EM MISSÃO CONTINUAM NO COMBATE À VIOLÊNCIA No mês de março, mais precisamente no dia 8, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres. Este dia tem o intuito de fazer uma pausa para refletir sobre temáticas que envolvem questões referentes às mulheres, como discriminação e violência morais, físicas e sexuais que afligem ainda nos dias atuais milhares de mulheres no mundo. Como ponto de partida, trazemos à memória um momento crítico em que centenas de mulheres foram queimadas vivas em uma fábrica têxtil em Nova York no ano de 1911, quando reivindicavam por direitos trabalhistas.

© ARQUIVO EC

Lamentavelmente, ainda em nossos dias, as mulheres continuam sendo “queimadas” em seus direitos, pois a cada dia têm que lutar por salários que são proporcionalmente menores que os dos homens, creches para os/as filhos/as, transportes dignos onde não sejam alvo de assédios, assim como tantos outros direitos. O Brasil é o quinto país do mundo em ranking de violência contra a mulher, alcançando o número de 4,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres, e a maioria desses crimes é realizada no âmbito familiar. Como Confederação Metodista de Mulheres, há alguns anos estamos empenhadas/os em ajudar e capacitar a Mulher Metodista nessas questões, pois entendemos que, mesmo no meio cristão, ainda existe tabu sobre essa temática e, infelizmente, a prática também. Uma ação que temos trabalhado é o Março Lilás, com a qual intensificamos junto às Sociedades de Mulheres atividades que tragam reflexão sobre a importância da autoestima da mulher, da sua capacidade de liderança e conhecimentos de questões sociais em que ela é diretamente atingida.

Mulheres da Remne em protesto durante a campanha nacional.

Agressores

A ONU Mulheres Brasil des­ tacou na pesquisa que a ação da violência está ligada diretamente aos parceiros e ex-parceiros das mulheres que são vitimizadas. “Os índices são muito próximos entre os relacionamentos antigos e atuais das mulheres em situa­ ção de violência, ou seja, 12% das mulheres apontam que o parceiro ou ex-parceiro (o mais recente), quando criança, sou­ be das agressões físicas sofridas pela mãe; 85% deles presencia­ ram os atos de agressão pelo menos uma vez; 10% das entre­ vistadas reportaram que seus parceiros e ex-parceiros haviam sido agredidos por familiares pelo menos uma vez durante a infância. Em Aracaju, 16% das mulheres responderam que seus parceiros e ex-parceiros sou­ beram ao menos uma vez das agressões sofridas pela mãe; 9% das entrevistadas reportaram que seus respectivos parceiros e ex-parceiros foram agredidos na infância por familiares – neste último indicador, a concentra­ ção é em Salvador (15%)”.

O Pastor Ivan Martins, da Igreja Metodista Central em Fortaleza/CE, ressaltou que não são somente as mulheres que estão sofrendo violência. “Vivemos nosso próprio terro­ rismo. São mais de 161 homi­ cídios por dia. Aumentaram ainda as violências contra mu­ lheres e homossexuais. Alguns estados são representativos dessa triste realidade (Sergipe, Alagoas e Ceará). O Ceará to­ mou os noticiários com a cha­ cina de Cajazeiras; em 27 de janeiro foram vitimadas oito mulheres, seis homens, além de nove pessoas feridas”, finalizou o Pastor Ivan.

Serviço

No Brasil, existe um canal de atendimento para a mulher ví­ tima de violência por meio do número telefônico 180, central telefônica para atendimento às vítimas criada pela Secreta­ ria de Políticas para Mulheres (SPM). O serviço é gratuito e funciona 24 horas todos os dias, inclusive nos finais de semana. Por meio do Disque 180, a mulher receberá apoio e orien­ tações sobre os próximos passos para resolver o problema. A de­ núncia é distribuída para uma entidade local, como a Delega­ cia de Defesa da Mulher (DDM) ou Delegacia Especial de Aten­ dimento à Mulher (DEAM), conforme o estado.

© ARQUIVO EC

omitirem. “As igrejas devem ainda ocupar os espaços públi­ cos fundamentando seu discur­ so e prática à luz do Evangelho de Jesus de Nazaré; e se apro­ priando dos referenciais teóri­ cos adequados ao tema da vio­ lência”, destacou o pastor.

Mulheres da Federação Metodista de Mulheres da REMNE fazem manifestação em frente à Secretaria de Defesa Social em Recife/PE.

Ao longo desses últimos quatro anos também temos nos unido com a Federação Mundial de Mulheres Metodistas e Igrejas Unidas (WFMUCW), dando ênfase à campanha “Thursday in Black” que, no Brasil, usamos “Quinta-feira uso preto, digo Não à violência contra a mulher”. Este movimento não é de um país, mas um esforço mundial de criar um diálogo aberto sobre questões que afligem mulheres diariamente em todo o mundo. Nosso trabalho em ações concretas tem se realizado através das Federações de cada Região, que tem reunido as Sociedades de Mulheres para um diálogo, palestras, debates e ainda, por várias vezes, foram às ruas em pas­seatas pacíficas e silenciosas com a finalidade de alertar a sociedade civil sobre este tema – Violência contra a Mulher.

© ARQUIVO EC

comércio em nome de uma pre­ tensa autonomia de corpos, sem que se discutam posturas éticas coerentes”, diz o texto da Bispa Hideide. Ela destaca em sua re­ flexão que é preciso comprome­ ter-se: “Compromisso é essen­ cial. Compromisso com a vida, com a atenção às coisas que podem fazer a diferença. Com­ promisso para denunciar, mo­ bilizar, educar e transformar”. Palestras, estudos nas igrejas sobre o tema da violência con­ tra a mulher, levar especialistas da área para discutir o assunto e mobilizações dos grupos so­ cietários também ajudam no processo de conscientização e são essenciais para orientar os membros da comunidade. A Confederação Metodista de Mulheres resolveu também en­ trar nessa briga e tem se mobili­ zado, juntamente com centenas de mulheres espalhadas pelo Brasil afora, vestindo-se de pre­ to às quintas-feiras, em forma de protesto, dizendo não à violência contra a mulher. A ação já com­ pletou quatro anos. A presidente da Confederação, Ivana Aguiar Garcia, destaca as ações que são feitas. “Nosso trabalho em ações concretas tem se realizado através das Federações de cada Região, que tem reunido as Sociedades de Mulheres para um diálogo, pales­ tras, debates e ainda, por várias vezes, foram às ruas em passeatas pacíficas e silenciosas com a fina­ lidade de alertar a sociedade civil sobre este tema”, disse. Para o pastor da Igreja Me­ todista em Fortaleza/CE, Ivan Martins, os membros acabam vivendo com a violência no dia a dia. “Por mais que as igrejas queiram se isolar, se omitir, elas estão inseridas no mesmo con­ texto social. Seus membros, so­ bretudo da periferia, convivem com a violência”, destacou o pastor que está cursando o mes­ trado em Educação na Univer­ sidade Federal do Ceará. O pastor destacou ainda a importância das igrejas não se

Mulheres da Remne em protesto durante a campanha nacional.

Os desafios são grandes, pois ainda temos muito a alcançar. Nosso desejo é sair das palavras de instruções para ações mais concretas e ter como acolher mulheres em situação de risco de vida, ajudá-las a ter oportunidades de recomeçar. Pode parecer para algumas pessoas que o tema não passe pelo espiritual, mas quando penso neste relato, em especial no contexto da palavra do Senhor, o que me vem à mente é o Salmo 11.7, que diz: “Porque o Senhor é justo e ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face”. Isto é muito espiritual, praticar a justiça e amar o próximo, que é ser humano como todos nós. O convite a todos e todas é para amar, respeitar uma mulher como se fosse você mesmo, sinta as suas dores e necessidades, aí você contemplará a face do Senhor. Um abraço com o aroma suave do bom perfume de Cristo. Ivana Aguiar Garcia Presidente da Confederação Metodista de Mulheres


10

CAPELANIA Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Capelania Militar:

N

Dados

Existem pesquisas internas que revelam um alto grau de influência das ações da capela­ nia na melhoria da qualidade de vida familiar, qualidade do ser­ viço prestado, entre outros fa­ tores. A exemplo disso, 92,42%

Culto com celebração da Santa Ceia para os/as militares da Aeronáutica.

O Tenente-Coronel também chamou atenção para o desper­ tamento das igrejas para esse tipo de ministério. “Entendo que a igreja deve se despertar mais para o seu papel social, sua contribuição para a coleti­ vidade e a construção de uma sociedade melhor”, disse. Além das atribuições admi­ nistrativas do oficialato, por lei, a missão dos capelães é prestar assistência religiosa e espiritual e atuar na educação moral do efetivo, na perspectiva de saúde integral. “Estrategicamente, a atuação dos capelães, em con­ junto com outras iniciativas, visa ao desenvolvimento pes­ soal de cada integrante da Cor­ poração, bem como ao desen­ volvimento institucional, para que a tropa esteja no máximo de seu potencial para bem servir a sociedade”, destacou Gisleno. As principais atividades são a ministração de cursos; momen­ tos com Deus; reflexões em libe­ rações de policiamento e forma­ tura; aconselhamento; visitação domiciliar, prisional e carcerá­

© ARQUIVO PESSOAL GISLENO FARIAS

esta edição do Exposi­ tor Cristão (EC), iremos abordar na Série Cape­ lania, os trabalhos que são de­ senvolvidos por alguns capelães militares. Atualmente existe no serviço ativo do Exército, Ma­ rinha, Aeronáutica e Corpo de Bombeiros Militar, cerca de 20 denominações diferentes. O in­ gresso de capelães militares nas Forças Armadas acontece com base no art. 5º, inciso VII da Constituição Federal, nos termos da Lei nº 6.923, de 29 de junho de 1981. Já o ingresso nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares se dá de acordo com leis estaduais específicas. O EC conversou com alguns capelães para entender esse tra­ balho missionário. O Tenente­ -Coronel, Capelão-Chefe do Serviço de Assistência Religiosa da PMDF, Gisleno Gomes de Faria Alves, iniciou como Cape­ lão em 2009, após se interessar pela possibilidade de unificar a vida profissional com a minis­ terial. De acordo com Gisleno, a capelania possui uma função estratégica nas Corporações Militares e de Segurança Públi­ ca, porque acessa uma área da vida que interfere diretamente em todas as outras, especial­ mente ao trabalhar os valores, o sentido da vida e do trabalho, a motivação para agir e superar os desafios, entre outros aspec­ tos. “Tudo isso traz resultados cientificamente comprovados de qualidade de vida, melho­ ria do clima organizacional e maior efetividade no serviço, deixando claro, com isso, o in­ teresse público em relação à capelania. Esse é um aspecto a ser mais explorado nas Corpo­ rações e nas igrejas”.

duas ficarão disponíveis para concursos posteriores. A cape­ lania está desenvolvendo um cadastro de líderes de religiões que não possuem capelães para atender a eventuais demandas de outros credos. Concurso público de provas e títulos entre interessados/as que possuam pelo menos dois anos de ordenação pastoral, curso de Teologia reconhecido pelo MEC, idade inferior a 36 anos, entre outros requisitos. O certame inclui também Tes­ te de Aptidão Física, Avaliação Psicológica, Avaliação Médica e Sindicância da Vida Pregressa.

Capelão Gisleno com a família no I seminário nacional de assistência religiosa.

ria; apoio em situações de crise e falecimento; celebrações espe­ ciais de aniversário ou criação de Batalhões; passagem de policiais para a reserva; atuação em pro­ gramas de prevenção ao suicídio, à vilolência doméstica, depen­ dência química, entre outros. O Capitão Capelão do Força Aérea Brasileira (FAB), Cláunei Crístian Delgado Dutra, come­ çou a trabalhar com capelania em 2008, após uma crise ecle­ sial. “Me interessei porque senti despertado por Deus para olhar com mais atenção para essa área, depois que vivi uma crise pessoal no ministério da igreja civil. Ao conhecer melhor a ca­ pelania militar, descobri que se encaixava perfeitamente com a visão missionária que possuía desde o meu chamado ao mi­ nistério pastoral”, afirmou. Para ele, há uma carência nes­ sa área de capelania. “As neces­ sidades espirituais dos/as mili­ tares é desconhecida pela maior parte da igreja civil. Acredito que por muito tempo a igreja civil não esteve interessada e preocupada com essas necessi­ dades dos/as militares. Mas ago­ ra, essa realidade vem mudando aos poucos, mas ainda é muito carente diante do universo a ser atendido e dos recursos disponí­ veis. A necessidade existe e vem sendo cada vez mais reconheci­ da pelas Forças, mas é uma área que vem se expandindo lenta­ mente se colocada diante do vas­ to campo de atendimento e suas necessidades”, disse. Segundo o Capelão Cristian, não há como mensurar exata­ mente uma quantidade de aten­ dimentos por mês, porque isso varia de acordo com a época e com a circunstância em que o/a militar estiver envolvido/a. “É

© ARQUIVO EB

Pr. José Geraldo Magalhães

© ARQUIVO FAB

conheça quais são os desafios

possível dizer apenas a quan­ tidade de militares que estão sob a ação assistencial do/a capelão/ã. No meu caso, sou o único capelão pastor da FAB no Rio de Janeiro. O efetivo evan­ gélico nessa área se aproxima de 10 mil militares. Se conside­

Diversas Bílias são distribuídas para os/as militares.

rarmos o atendimento indireto a adeptos/as de outros grupos religiosos e aos/às familiares dos/as militares, que também é competência do/a capelão/ã, esse número pode passar de 50 mil pessoas. Cada capelão/ã tem uma área de atuação e pode acontecer que padres e pastores/ as tenham áreas sobrepostas, mas que ofereçam assistência direta a uns/as e indireta a ou­ tros/as”, finalizou.

Como se tornar um/a capelão/ã?

Os/as capelães militares po­ dem ser sacerdotes/as de qual­ quer religião praticada por in­ tegrantes da PMDF. Como o número de capelães é pequeno e não é possível atender a todas as religiões, a lei estabelece o pre­ enchimento de vagas pelo crité­ rio da proporcionalidade entre o número de capelães e o número de praticantes de cada religião na Corporação, de acordo com o censo. Atualmente, a PMDF possui em seu quadro de cape­ lães um tenente-coronel pastor e um capitão padre. Uma vaga está em processo de provimen­ to para capelão padre. E outras

dos/as entrevistados/as afirma­ ram que os cursos realizados na capelania poderiam evitar que policial militar ou fami­ liar cometesse suicídio; 97,22% afirmaram que poderia ajudar a evitar a violência doméstica praticada por policial e 99,37% afirmaram que a atividade in­ centivou a valorizar e respeitar os direitos humanos. A Cape­ lania da PMDF aplica os cursos Homem ao Máximo, Mulher Única, Aliança, Crown - Finan­ ças e Como Criar Seus Filhos, do curriculum da Universidade da Família. Você confere a entrevista completa no site www.expositorcristao.com.br.

FAB ABRE EDITAL PARA CAPELÃO DA AERONÁUTICA https://goo.gl/jukV2z


CAPACITAÇÃO

11

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Aliança Pró-Capelania Militar Evangélica do Brasil Entidade representativa de denominações que possui pastores/as capelães/ãs militares

A

Aliança Pró-Capelania Militar Evangélica do Brasil (ACMEB) foi cria­ da no dia 7 de dezembro de 2005 por iniciativa das denominações religiosas evangélicas que possu­ íam capelães militares pastores nas Forças Armadas e Auxilia­ res. Trata-se de uma entidade representativa que tem por fi­ nalidade realizar a interlocução com o Ministério da Defesa, os Comandos das Forças Armadas e Forças Auxiliares e com ou­ tras instituições que possuem interesses afins à prestação de assistência religiosa aos/às mili­ tares, servidores civis das orga­ nizações militares e respectivos familiares. A partir da interlo­ cução, a ACMEB procura atuar de forma cooperativa com as Forças, com as denominações

representadas e respectivos ca­ pelães militares pastores, na promoção de objetivos que com­ petem à missão da Igreja na área da Capelania Militar. O Presidente da ACMEB compõe a Comissão dos Servi­ ços de Assistência Religiosa das Forças Armadas (COSARFA), criada por meio da Portaria nº 101/MD, de 17 de janeiro de 2012, na qual têm assento tam­ bém o Arcebispo Militar Católi­ co do Brasil, os Capelães Chefes dos Serviços de Assistência Re­ ligiosa da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, um Presiden­ te (oficial general representante do Ministro de Estado da Defe­ sa) e um Secretário. A Portaria nº 101/MD/2012 fortaleceu o relacionamento entre a ACMEB, o Ministério

da Defesa e os Comandos das Forças, facilitou a acessibilida­ de da ACMEB em relação aos Capelães Militares evangéli­ cos e respectivos Comandos e aprimorou os mecanismos de intercâmbio adotados anterior­ mente. Porém, estão em estu­ do iniciativas que visam criar condições para que o segmen­ to religioso evangélico possa dispor de uma representação própria no Ministério da Defe­ sa, à semelhança do segmento religioso católico, a fim de que a cooperação da Igreja para com a prestação de assistência religiosa aos/às evangélicos/as, no âmbito das Forças Armadas Auxiliares, seja mais efetiva, es­ tável e conveniente. Os capelães militares pastores atualmente existentes no ser­

© ARQUIVO VOZ MISSIONÁRIA

Encontro de Capacitação com Agentes Regionais da Voz Missionária

Agentes da Voz Missionária reuniram-se entre os dias 26 e 28 de janeiro em SP.

A

Voz Missionária promo­ veu o 10º Encontro de Capacitação para Agen­ tes Regionais da Revista Voz Missionária, nos dias 26 a 28 de janeiro de 2018, nas dependên­ cias da Sede Nacional. Esse en­ contro teve como objetivo ofe­ recer subsídios para o trabalho da agente da Voz Missionária. Algumas regiões, após o evento, têm multiplicado seu conteúdo para suas agentes locais em en­ contros regionais ou distritais. Nossas agentes foram che­ gando das mais diversas partes do país, a princípio, talvez tími­ das, mas com muita determi­

nação, após vencerem grandes distâncias e horas de viagem. A canção da chegada expressa o sentimento desse momento: Estamos aqui, Senhor, Viemos de todo lugar. Trazemos um pouco do que somos, Pra nossa fé partilhar. Refrão: Trazendo o nosso louvor, Um canto de alegria; Trazendo a nossa vontade De ver raiar um novo dia. Cada agente regional chegou trazendo sua alegria, gratidão e

vontade de servir ao reino atra­ vés da Voz Missionária. Esse en­ contro contou com a presença das agentes regionais de todas as regiões da Igreja Metodis­ ta: as oito Regiões e as Re­giões Missionárias da Amazônia e do Nordeste. As agentes regionais da Voz Missionária têm um papel a cumprir na sua região. A irmã Neusa Felipe Souto, que per­ tence ao conselho da Voz, já foi agente regional e hoje é agente auxiliar na 3ª RE, falou sobre

viço ativo nas diversas Forças pertencem a cerca de 20 deno­ minações diferentes. Há cerca de 15 capelães na Marinha do Brasil, 20 no Exército Brasileiro, 7 na Aeronáutica, 25 em Polí­ cias Militares e 5 em Corpos de Bombeiros Militares. Existem, ainda, diversos capelães civis, a maior parte voluntários, que servem ao Senhor em diversas Forças, principalmente nas Au­ xiliares. O ingresso de capelães militares nas Forças Armadas acontece com base no art. 5º, in­ ciso VII da Constituição Fede­

O Papel da Agente Regional. A agente da Voz é uma líder; quando se fala em liderança, a atitude é muito importante. A professora Suzana Contieri fa­ lou sobre Liderança e Atitude, trabalhando vivências muito importantes. A redatora Pasto­ ra Amélia Tavares apresentou a Voz Missionária como Instru­ mento de Encorajamento. Por fim, uma palestra sobre comunicação, com o tema mí­ dia, alcance e controle, proferida pelo professor José Luiz Olmos Foi um tempo marcado pela alegria, comunhão e aprendiza­ do para melhor divulgar a nossa Revista, bem como alcançar um maior número de assinaturas, de acordo com o alvo proposto para cada região. Cada agente saiu do encontro com a certeza da última estrofe da canção da chegada:

ral, nos termos da Lei nº 6.923, de 29 de junho de 1981. Já o in­ gresso nas Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares se dá de acordo com leis esta­ duais específicas. Uma das principais ativida­ des da ACMEB é a realização do Seminário de Capacitação/ Retiro Espiritual dos Capelães Militares Pastores, anualmente. No corrente ano de 2018, esse evento será realizado em Vali­ nhos/SP, de 23 a 27 de abril. A sede da ACMEB localiza-se em Brasília/DF e seu atual Pre­ sidente é o Rev. Aluísio Laurin­ do da Silva, capelão militar da reserva e pastor metodista. Os/as interessados/as em ob­ ter mais informações sobre a ACMEB e o trabalho que rea­ liza podem visitar o site www. acmeb.org.br ou entrar em contato com seu Presidente por um dos seguintes meios: con­ tatoacmeb@acmeb.org.br ou (61)9.8112-1714. Os slogans da ACMEB são “Todos um e Jesus Cristo e Igre­ jas associadas a serviço da Pá­ tria!”. Rev. Aluísio Laurindo da Silva Pastor metodista, presidente da ACMEB e capelão militar da reserva

E quando sairmos daqui, Nós vamos para voltar. Na força da esperança E na coragem de lutar. Que Deus continue abençoan­ do, renovando o chamado e a vocação de cada agente regional na sua luta de divulgar a revis­ ta Voz Missionária. Nós temos o sonho de que cada mulher metodista seja assinante, leia e divulgue a Voz Missionária. Que nossas agentes regionais caminhem firmes no propósito de alcançar mulheres e homens e inspirar vidas. Nossa gratidão à Confederação Metodista de Mulheres Metodista e Federa­ ções Regionais, parceiras na missão e no sonho. Amélia Tavares Redatora Voz Missionária

inspirando vidas Faça hoje mesmo sua assinatura pelo telefone (11) 4368-7300 ou pelo e-mail voz@vozmissionaria.org.br


SOCIAL Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

Projeto Semeando Vida beneficiará famílias com leite de soja! © ARQUIVO IMAP

Pr. José Geraldo Magalhães

O

Projeto Semeando Vida, idealizado pela Igreja Metodista em Além Pa­ raíba/MG, deu os seus primeiros passos em 2004 com o início da Festa do Milho, que é uma das principais festas evangélicas da Zona da Mata Mineira. O evento nasceu com o sonho de reverter todo o seu lucro para a comuni­ dade do Goiabal e Terra do San­ to com o intuito de combater a desnutrição por intermédio de uma usina de extração do leite de soja, projeto mais conhecido como Vaca Mecânica. Este ali­ mento é de grande propriedade nutritiva e é utilizado em várias partes do mundo no combate à fome e à miséria, propagan­ do, assim, o evangelho integral, como apontou John Wesley no século 18: “O evangelho de Cris­ to não conhece religião, que não seja a religião social; não conhe­ ce santidade, que não seja santi­ dade social”. “Nosso alvo é produzir cer­ ca de 300 litros de leite de soja por dia, atendendo cerca de 150 famílias carentes de nossa cidade. Já encontramos alguns/ as parceiros/as tanto no Brasil como no exterior e cremos que em poucos meses estaremos em pleno funcionamento em nossa cidade, para a Glória de Deus”, disse o Pastor Wesley Nascimento. Os/as metodistas mineiros/ as querem ampliar ainda mais o projeto Semeando Vidas. “Além Paraíba tem vivido um tempo de desemprego, gerando de­ sajuste no tecido social, assim sendo, estaremos implantando também o Projeto Gerar, o mes­ mo visa trabalhar o subproduto da soja, o bagaço, para a pro­ dução de pães, bolos, tortas e biscoitos, sendo que parte dos recursos aferidos ficará para a Provavelmente a Vaca Mecânica será adquirida no segundo semestre deste ano.

© DIVULGAÇÃO

12

Bairro Goiabal será umas comunidades beneficiadas pelo projeto.

manutenção do projeto e a ou­ tra parte para as mulheres que serão parceiras no Semeando Vida”, finalizou o pastor. Segundo o missionário desig­ nado, Reynaldo Teixeira Júnior, o projeto Semeando Vida será implantado até o meio do ano. “Estamos adquirindo a Vaca Mecânica, estamos na fase de implantação. A soja será ad­ quirida no sul de Minas, porém pretendemos fazer seu cultivo na região a posteriori. Já temos parceiros internacionais para todo processo de implantação. O prazo para funcionamen­ to está estimado em 120 dias e conta com apoio de assistentes sociais da própria igreja”, disse Reynaldo.

Parceria

Em 2007 foi efetuada uma parceria com a Confraterni­ dade de Homens do Norte da Geórgia, com a Igreja Meto­ dista Unida em Roswell e Igre­ ja Metodista Unida de Monte em Atlanta, EUA. Já em 2008, foi inaugurada a Congregação Metodista no Goiabal, com 200 metros quadrados, em um bairro periférico da cidade de

Além Paraíba que possui uma população estimada para 2017 de 35 mil habitantes, segundo o IBGE. A Igreja Metodista em Além Paraíba é uma comunidade vol­ tada 100% para o discipulado. A comunidade de fé e serviço visa ministrar o evangelho integral tendo em vista a verticalidade e a horizontalidade da fé expressa no metodismo histórico sempre por atos de piedade e misericór­ dia. Atualmente, a Igreja tem 1,3 mil discípulos/as, somados/as com a Igreja Metodista Central e suas congregações no Bairro Santa Rita, Goiabal, Influência, Jamapará, Volta Grande, Estre­ la Dalva e Caiapó. No Planeja­ mento Estratégico 2018-2022, a Igreja trabalha a emancipação de uma de suas congregações, a do Bairro Santa Rita, denomi­ nada Canaã, a qual possui cerca de 200 membros. O alvo princi­ pal é a plantação de dez igrejas nas cidades circunvizinhas de Além Paraíba. Colaboraram: Pastor Wesley Nascimento MD Reynaldo Teixeira Júnior

Apoie o Projeto Semeando Vida entrando em contato com a Sede Regional pelo telefone (31) 3241-4459. Você também pode fazer sua doação direto pela conta abaixo: BANCO BRADESCO Agência: 1870-8 Conta Corrente: 13.541-0 CNPJ: 03.832.239/0067-42 Razão Social: Associação da Igreja Metodista 4ª Região Eclesiástica


SOCIAL

13

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

A missão social da Igreja Metodista por meio das AMAS

Desenvolvimento). “A Escola é fundamental na região. Somos uma escola de referência, então seria uma perda se a AMAS da Igreja Metodista de São Caeta­ no do Sul fechasse. Continua­ remos abertos mesmo com di­ ficuldades, mas precisamos da ajuda de todo mundo”, explicou Vanessa Paiva Garcia Fantozzi, coordenadora pedagógica da organização, ressaltando que as associações têm custos, como despesas fixas e funcionários, que são cobertos com as doa­ ções recebidas. Já em Curitiba/PR, a AMAS ligada à Igreja Metodista Cen­ tral da cidade realizou a cam­ panha “Colocando o amor para rodar”, que conseguiu arreca­ dar doações para compra de uma Kombi usada, em ótimo estado, que auxiliará no desen­ volvimento dos trabalhos. Shei­ la Bissoqui é administradora da Associação e lembra como o comprometimento da Igreja é essencial. “A AMAS Curitiba funciona como um importan­ te braço da Igreja, considerado como um de seus ministérios. Embora a instituição tenha CNPJ próprio, conte com mais de 30 funcionários/as, seja mui­ to bem estruturada e declarada

Sara de Paula

© M.MERCER

“A

te e bonito. Algumas queriam até dançar, mas quando nós explicamos que era um culto, elas entenderam e respeitaram muito”, disse Grazieli, que ex­ pôs ao jornal a necessidade de arrecadar doações para a casa, especialmente agora no começo do ano, quando muitas pessoas estão de férias e acabam se en­ volvendo menos com o lar. O mesmo trabalho de acolhi­ mento a idosos/as acontece no Lar Carlota Pereira Louro, em Três Rios/RJ. O Secretário de Ação Social da 7ª Região Ecle­ siástica, Pastor Marco Antônio Garcia dos Santos, comparti­ lhou sobre a necessidade dos/as idosos/as que são atendidos/as. “É uma instituição que carece de apoio. Eles acolhem muitos/ as idosos/as, mesmo os/as que não têm condições financeiras, que estão abandonados/as, e até a própria cidade no âmbi­ to governamental encaminha pes­soas para lá e nem sempre

há o recurso para que aquele/a idoso/a seja mantido/a”, disse o Pastor Marco. Segundo o se­ cretário, é necessário em média quatro salários mínimos para manter um/a idoso/a, porém a grande maioria não consegue pagar esse valor. As crianças também são prio­ ridade na missão metodista. O Projeto Sombra e Água Fresca (SAF), que possui 56 projetos ao redor do Brasil, é um dos res­ ponsáveis por integrar as ações realizadas por algumas Asso­ ciações. A AMAS de Cassilân­ dia/MS, na 5ª Região Eclesiásti­ ca, é uma delas. Na Associação é possível apadrinhar crianças atendidas pelo Projeto SAF com valores a partir de R$ 20,00 por mês, por exemplo. Em Minas Gerais os trabalhos relaciona­ dos ao SAF também atendem dezenas de crianças, como você confere na matéria da página 12 sobre o SAF em Caratinga.

Como ajudar

A Amas Suzana Wesley tem apoio de alunos/as do curso de fisioterapia da faculdade Cnec.

Há diversas formas de aju­ dar as AMAS ativas no Brasil. As doações financeiras são as que mais ajudam a manter os trabalhos funcionando, mas ainda é possível se voluntariar e divulgar os trabalhos das Associações. Recentemente a Escola Metodista “O Semea­ dor”, em São Caetano do Sul/ SP, recebeu como doação um projeto de Marketing Digital que facilita aos/às doadores/as entenderem o funcionamento da organização. A Escola atende crianças e adolescentes a partir dos três anos de idade com al­ guma deficiência intelectual e TGD (Transtornos Globais do

© FÁBIO H. MENDES

Alegria da voluntária da Associação Metodista de Ação social de Curitiba/PR.

© ARQUIVO CNEC

Igreja missionária a serviço do povo faz do Reino de Deus o critério de seu amor e serviço ao mundo, tal como foi vivido e anunciado por Jesus” – Plano Nacional Missionário da Igre­ ja Metodista 2017-2021. É por meio das Associações Metodis­ tas de Ação Social (AMAS) que grande parte desse chamado anunciado por Jesus, e destaca­ do no Plano Nacional Missio­ nário, se cumpre. Uma das pessoas que inspi­ raram essa característica do povo chamado metodista foi Suzana Wesley, mãe de John Wesley, fundador do movimen­ to. Suzana deixou um legado para a comunidade do coração aquecido sobre a importância de ser resposta para as pesso­ as em tempos de necessidade. Na região Sul do país, a casa de repouso para mulheres na terceira idade homenageia não apenas seu nome, mas também os valores que defendia. No Lar Suzana Wesley, em Santo Ânge­ lo/RS, são acolhidas 24 idosas que recebem os cuidados da comunidade e da Igreja através de doações, visitas e assistência espiritual. Grazieli Pedraza é enfermeira na casa e explica como o mais singelo trabalho pode fazer di­ ferença no dia a dia para essas senhoras. “O Pastor Alex Nu­ nes, que acaba de ser nomeado para a Igreja Metodista da ci­ dade, fez uma visita, celebrou a ceia e até tocou violão para elas. Depois as “vozinhas” ficaram comentando como foi diferen­

de utilidade pública, contamos muito com a ajuda dos/as ir­ mãos/ãs da igreja. Só com o em­ prenho de toda a igreja que foi possível realizar a aquisição do veículo”, defende. A Região Missionária da Amazônia (REMA) tem o de­ safio de manter o Barco Hos­ pital Metodista funcionando constantemente e de montar as equipes de voluntariados com profissionais que atendam às necessidades das comunidades ribeirinhas da Amazônia. Para a viagem que acontece entre os dias 24 e 30 de junho, o pro­ jeto busca preencher a equipe com um/a médico/a e um/a dentista/a. Visite nosso site para conferir outros depoimentos de volun­ tários/as e funcionários/as das AMAS, fotos dos projetos e links para doação e para se volunta­ riar nas próximas ações. Anual­ mente a área nacional lança a Campanha Nacional de Ação Social, que contempla dois pro­ jetos sociais de cada uma das dez Regiões da Igreja. No site acao­ social.metodista.org.br você pode acessar os dados da última edição da campanha e conhe­ cer outros projetos vinculados à Igreja Metodista no Brasil.

A Amas Escola o Semeador de São Caetano do Sul é especializada em Escolas de Ensino Especial.

II FÓRUM REGIONAL DE AÇÃO SOCIAL Será realizado o II Fórum Regional de Ação Social nos dias 21 e 22 de abril, nas dependências da Fundação Metodista, em Belo Horizonte/MG. Também será uma oportunidade para conhecer mais os projetos missionários que estão sendo desenvolvidos na 4ª Região Eclesiástica. Convidamos o/a prezado/a irmão/ã para estar conosco neste evento para que possamos refletir sobre os desafios bíblicos para os cristãos

e cristãs, na promoção e prática dos direitos humanos e sociais. A hospedagem será nas dependências da Fundação ou em casa de irmãos/irmãs. A taxa de inscrição é de R$ 30,00 para colaborar com a alimentação. Mais informações por telefone (031) 3447-0373 ou pelo e-mail da Secretaria Regional de Ação Social: acaosocial@4re.metodista.org.br. É importante confirmar por e-mail até o dia 17 de abril. Roberto Gurgel - Secretário Regional de Ação Social


14

MÍDIA Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

GIRO DE

NOTÍCIAS

O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

Expositor Cristão CONVERSA ENTRE IGREJAS

© ALESSANDRO DANTAS

A Bispa Hideide Brito Torres, presidente da 8ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista, e o Pastor Welinton Pereira, pessoa de referência da pastoral de Direitos Humanos, participaram no dia 8 de fevereiro de uma roda de conversa entre igrejas sobre temas que estão em votação na Câmara e no Senado, como a previdência social, a violência e a água. Confira em nosso site o relato da Bispa Hideide sobre o encontro.

RETIRO DE PASTORAS

UMCOR: No domingo, dia 11 de março, aconteceu o Domingo Umcor, dia em que metodistas do mundo inteiro fazem doações para o Comitê Metodista Unido de Auxílio, que alcança as famílias e comunidades vítimas de desastres naturais. Em nosso site você conhece mais sobre a organização. © RODRIGO DE BRITOS

Entre os dias 16 e 18 de março acontecerá o Retiro de Pastoras, no Distrito Federal. O evento é promovido pela 8ª Região Eclesiástica da Igreja Metodista e conta com a presença das Bispas Hideide Brito Torres e Marisa de Freitas, e das Pastoras Rosângela Nonato, Joyce Plaça, Rute Noemi e Vânia Saminês.

MISSÃO BICENTENÁRIA: O site methodistmission200.org já está no ar para reconhecer em 2019 os 200 Anos da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal. Nos próximos dois anos, também acontece a homenagem aos 200 anos da Sociedade Missionária Metodista Wesleyana e a comemoração dos 150 anos da Sociedade Missionária Estrangeira da Mulher, precursora das Mulheres Metodistas Unidas de hoje.

ASEC: Representantes das editoras ligadas à Associação de Editores Cristãos (ASEC) reuniram-se no dia 8 de fevereiro, na Sede Nacional da Igreja Metodista, em São Paulo, para discutir, entre outros assuntos, a estrutura da premiação Areté, que passa por uma série de mudanças este ano.

© DIVULGAÇÃO

© DIVULGAÇÃO

© AARON-BURDEN

RÁPIDAS

CIEMAL O treinamento missionário transcultural realizado pelo Conselho de Igrejas Evangélicas Metodistas da América Latina (CIEMAL) já tem data marcada. O evento acontece entre os dias 31 de agosto e 7 de setembro na cidade do Panamá, com o tema “A expansão do Reino de Deus por todas as etnias”.

Temos uma obrigação com as gerações vindouras. É parte de nosso cuidado garantir que estamos deixando um mundo melhor. Porque o reino de Deus não é apenas no céu, mas na terra como no céu BISPA HIDEIDE BRITO TORRES, EM CONVERSA COM IGREJAS NA REUNIÃO REALIZADA EM FEVEREIRO

MAIS LIDAS © HANNAH-BUSING

AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

A dinâmica e reflexão proposta pelo Departamento Nacional de Trabalho com Crianças (DNTC) da Igreja Metodista falou sobre a oportunidade de ensinar classes infantis sobre os valores do reino de Deus, durante o feriado de carnaval.

© DNTC

CARNAVAL: HORA DE ENSINAR NOSSAS CRIANÇAS!

ESCOLA DOMINICAL METODISTA LANÇA MATERIAL DE APOIO PARA IGREJAS LOCAIS O Departamento Nacional de Escola Dominical lança um material de apoio para quem atua na coordenação da Escola Dominical em igrejas locais, com o objetivo de auxiliar as pessoas desde agora, no começo do ano, na organização do departamento.

© MARIA DAS GRAÇAS NEVES

W W W. E X POSI TORC R ISTAO.COM . BR

PROJETO IGREJA NAS RUAS LEVA EQUIPAMENTO PARA OFERECER BANHO NA CIDADE DE NATAL Sara de Paula

O Projeto Igreja nas Ruas vai agregar mais um serviço nos atendimentos que oferece à comunidade: banho na rua. A iniciativa integra a ação que já funciona há três anos em Natal/RN. A ideia é oferecer, a partir de março, cerca de 50 banhos por dia com o equipamento acoplado ao veículo com o qual já realizam ação social na comunidade, ambos identificados com a Cruz e Chama, marca da Igreja Metodista. O responsável pelo projeto é o Pastor Georg Emmerich da Igreja Metodista Central de Natal. Recentemente o Sr. Josemar, um dos moradores de rua conhecido do pastor, que já havia sido acolhido pelo projeto, contraiu uma infecção por conta dos mais de 15 anos em que vivia na rua. “Ele ficou cinco dias na UTI, mas estava perdendo muito sangue, até por conta do alcoolismo e a questão da cirrose. O custo para desenvolver a cabine foi de 10 mil reais. “Recebemos oferta do Rio de Janeiro, de São Paulo, de alguns/as irmãos/ãs aqui da própria comunidade. Não usamos dinheiro da igreja, só de parceiros/as. Inclusive pessoas que não são da igreja, não são evangélicas”, afirmou o pastor. O carro sairá por volta das 5h30 da manhã de uma praça que o projeto está pleiteando, onde serão realizados serviços que restauram a dignidade humana. “Vamos oferecer banho, café da manhã, roupa limpa e palavra do Senhor, que é o mais importante para eles/as”, destacou Emmerich. Inicialmente a ação acontecerá todas as segundas-feiras, e depois o grupo vai analisar as possibilidades de ampliar os atendimentos. “A Igreja aqui em Natal, a comunidade e o projeto estão crescendo, graças a Deus. Eu já quero aproveitar esse espaço para agradecer a Deus pelos/as parceiros/as não só daqui do Rio Grande do Norte, mas de todo o Brasil, que têm contribuído para esse projeto”, concluiu o pastor local.


CRIANÇA

15

Março de 2018 | www.expositorcristao.com.br

A criança e a oração “Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes” (Rubem Alves)

A

o ler essa bela citação nas redes so­ ciais de nossa bispa Hideide, ficou­ -me claro sobre o que deveria com­ partilhar acerca da importância da oração. Todas as pessoas cristãs sabem que orar é importante, mas parece que ensinar isso a uma crian­ ça é um tanto complicado. Elas estão sempre nos observando. O que faze­ mos diz muito mais for­ te e claro do que nossas palavras, seja em nossa família ou na igreja. Quer ensinar uma criança? Faça. Seja. Inspire com suas atitudes. Ore perto de uma criança, ore com ela e ore por ela. Tenha ver­ dadeiramente um relacionamento com Deus e a prática de orar. Inicialmente, ela vai imitar por admi­

rar você e por querer se parecer com você, mas inevitavelmente, com o tempo, ela vai orar por entender que há muito mais por trás dessa ação. Perguntas surgirão no decorrer dessa caminhada… Responda a todas que puder, não as igno­ re. E a cada resposta lem­ bre-se: ela saberá iden­ tificar se o que você diz é realmente o que sente e faz. É um grande desafio ser responsável pelas crianças, mas igualmente grande é o privi­ légio de ensinar e discipular. Re­ ceba motivação para orar pelas crianças enquanto lê este tex­ to. Que, com seu exemplo e estímulo, todas tenham a oportunidade de descobrir a grande alegria de falar com Deus por meio da oração.

DIA DE ORAÇÃO OBJETIVO: Demonstrar que Deus está perto de cada criança e se importa com o que ela sente e tem a dizer.

Dinâmicas para marcar o momento de oração:

UMA DEFINIÇÃO SIMPLES: Orar é falar ou conversar com Deus, ter uma ligação com Ele. Não precisa de palavras difíceis. Todas as pessoas podem fazer isso. Adoramos a Ele pelo que Ele é, agradecemos pelo que Ele faz, pedimos por nossas famílias, amigos e amigas, igreja, liderança pastoral, pelas crianças do mundo TODO e outras coisas.

Escolhemos um objeto e brincamos como batata quente. Na música, usamos cânticos de louvor. Quando a música parar, a pessoa que tem o objeto nas mãos faz uma oração.

MÚSICA: O telefone do céu (02 versões) O telefone do céu (crianças pequenas) - https://www.youtube. com/watch?v=JdQUyuhL1lI O telefone do céu (crianças maiores) - DN1 - https://www.youtube.com/watch?v=vmNN4ZRs5lk Em qualquer lugar, a qualquer hora (Jonas orou na barriga do peixe, cf. Jn 2.1-9, Paulo e Silas oraram na prisão, cf. Atos 16.25).

BATATA QUENTE DE ORAÇÃO

BALÕES DE ORAÇÃO Distribuir uma bexiga a cada pessoa, que deve escrever em um pedaço de papel o pedido de oração e colocá-lo dentro da bexiga. Depois de encherem e amarrarem as bexigas, os/as participantes iniciam uma dança jogando os balões ao alto. Quando o louvor parar, cada pessoa pega um balão qualquer e estoura para pegar o papel e orar pelo motivo ali escrito. CADERNO DE ORAÇÃO Utilizar um caderno decorado e o relógio de oração (caderno de vigília). A pessoa fica com o caderno por um dia ou uma semana. Em cada página, as pessoas colocam seus pedidos de oração. Quem ficar com o caderno, ora por todos os pedidos em sua casa e depois devolve para entregar para outra pessoa. Faça um Dia de Oração diferente e utilize momentos marcantes de oração. Somos exemplo o tempo TODO. /// Departamento Nacional de Trabalho com Crianças


O coração sábio adquire o conhecimento, e o ouvido das pessoas sábias procura o saber. Provérbio 15.18 (adapt.)

a vida com fé e sabedoria

Encontro Nacional de Educação Cristã e Escola Dominical quando?

31/5 a 2/6

onde?

(Feriado Corpus Christ)

Instituto Izabela Hendrix

Rua da Bahia, 2.020 | Funcionários | Belo Horizonte, MG

painéis, oficinas, minicursos informações e inscrições www.metodista.org.br/encontro-ed-2018

Angular editora


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.