Jornal Expositor Cristão de fevereiro 2017

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EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA FLIC 2016

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Fevereiro de 2017

PLANTAÇÃO DE IGREJAS

Conheça o Projeto Plantação de Igrejas da 4ª Região Eclesiástica. Página 6

ano 131 | nº 02 | Distribuição Gratuita

150 ANOS DE METODISMO

Em 2017 o metodismo no Brasil completa um século e meio. Página 11

PASTORAL CARCERÁRIA Conheça as ações de metodistas nas penitenciárias. Página 8


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EDITORIAL Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

COMENTÁRIOS Edição de janeiro de 2017

Capa “Na Igreja Metodista, como instituição eclesiástica, e no entendimento da igreja como sendo nós, humanos, e parte do corpo de Cristo, o chamado de Deus acontece para todos/as. Não há restrição de cor, classe ou mesmo gênero.” Lucas Landim – São Bernardo do Campo (SP)

Pronunciamento do CE Que bom que o Colégio Episcopal tem se preocupado com questões que estão sendo discutidas na sociedade. Embora muitas pessoas mais criticam que elogiam, a Igreja Metodista, por meio dos/as Bispos e Bispas, está atenta à política de nosso país." Eleonora da Silva Costa – Fortaleza (CE)

Celebração "Bispo Paulo Lockmann deixou um legado na história da Igreja Metodista. Um homem de Deus e que certamente não vai se aposentar do ministério para o qual Deus o chamou. Rosângela Almeida Magalhães – Juiz de Fora (MG)

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início do ano foi marcado por uma série de barbáries nos presídios do Brasil. Fa­ mílias perderam seus parentes em rebe­ liões dentro dos presídios. A imprensa, de modo geral, mostra que as pessoas que estão ali cumprindo suas penas são o escár­ nio da sociedade. Passam uma imagem que não há projeto social que dê jeito, que possa recuperar e reinserir essas pessoas na sociedade com dignidade. A Igreja Metodista não pensa assim. Nesta edi­ ção, procurei mostrar o que a Igreja tem feito. Quais sãos as ações e que tipo de trabalho os/as me­ todistas estão fazendo nos presídios pelo Brasil afora. Destaquei, pelo menos, dois projetos que acontecem no Rio de Janeiro e no Paraná para mos­ trar que as pessoas podem ser recupe­ radas, sim, por meio do trabalho daqueles/as que têm o chamado para o ministério carcerário. Outro assunto de extrema relevância nesta edição está voltado para o Projeto Plantação de Igrejas da 4ª Região Eclesiástica. Você vai conhe­ cer o que os pastores estão realizando em quatro cidades: Pouso Alegre, Divinópolis e Almenara, no estado de Minas Gerais, e em Aracruz, no Es­ pírito Santo. Nessas cidades, o discipulado por

meio dos pequenos grupos ou das células tem dado bons frutos. Abordarei no decorrer de 2017 os projetos missionários em todo o Brasil, des­ tacando uma Região Eclesiástica ou Missionária em cada edição. Uma curiosidade: Você sabia que em 2017 o Metodismo no Brasil comple­ ta 150 anos? A área geral está pro­ gramando um material exclu­ sivo para celebrar a data em todas as igrejas locais. Em breve será disponibilizado no site da Sede Nacional, mas o Expositor Cristão conta a história de quan­ do o metodismo chegou ao Brasil já nesta edição. O Departamento Nacio­ nal de Trabalho com Crian­ ças tem uma nova coordena­ ção a partir deste mês. Você vai conferir a entrevista na página 14 da nova coordenadora e da ex-coor­ denadora, que permaneceu por três anos à frente do departamento. Se você faz parte do ministério de louvor, ou pensa em ingressar nesse ministério este ano, não deixe de ler a reflexão sobre a importância da adoração. Que Deus abençoe!

Pr. José Geraldo Magalhães

Editor-chefe | Expositor Cristão

Ênfases missionárias da Igreja Metodista

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Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local; Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão; Promover o discipulado na perspectiva da salvação, santificação e serviço; Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja; Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente; Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.

OPINIÃO | SISTEMA PENITENCIÁRIO "A participação das Igrejas é ainda muito tímida diante do imenso desafio do sistema penitenciário brasileiro, que, por estar corrompido, se torna refém do crime organizado. Em vez de recuperar o detento, acaba servindo como escola do crime.”

“O trabalho na prisão é muito importante, porque precisamos restaurar a dignidade das pessoas que estão ali. É um trabalho abençoado, mas desafiador, pois não vemos o resultado de imediato. Para quem quer crescimento na Igreja não é um bom trabalho; agora para quem ama o Reino é um excelente trabalho.”

Ildo Mello - Bispo da Igreja Metodista Livre

Pastor José Fabrício – Santo Antônio da Platina (PR)

“Na verdade, o precário sistema carcerário é desenvolvido somente para os homens. Somente eles recebem visitas; de mil mulheres, apenas 50 recebem visitas da família. Tenho trabalhado mais com as detentas, porque elas nem recebem material básico de higiene.”

"Primeiro foi necessário superar a timidez de falar em público. Comecei após o convite do líder anterior. Fui e nunca mais parei. Senti amor por esse trabalho, pelas vidas que ali estão.” Nilton José de Brito – Santo Antônio da Platina (PR)

https://goo.gl/Utgb6F

SIGA A GENTE!

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Ação de metodistas nos presídios

Expositor Cristão

Felipe Farré Beloni – Rio de Janeiro (RJ)

Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom

Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa

Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP)

Conselho Editorial: Camila Abreu, Bispa Hideide Brito Torres, Luis Mendes, Pr. Odilon Chaves, Nancy Vianna e Jorge Vidigal

Repórter: Sara de Paula Arte: Fullcase Comunicação Capa: Gianluca68/iStock.com Revisão: Adriana Giusti

Tiragem: 30 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004


NACIONAL Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

© HENRIQUE MORAES

CGCJ suspende decisões após término do vigésimo CG

CGCJ eleita no 20º Concílio Geral em julho de 2016. Redação EC

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Presidente da Comissão Geral de Constituição e Justiça (CGCJ), Achile Mario Alesina Junior, concede Liminar que suspende decisões legisla­ tivas tomadas após encerramento do 20º Concílio Ge­ ral. A Medida Cautelar para a decisão foi interposta pelo Presbítero da Igreja Metodista na Primeira Região Ecle­ siástica, Paulo Henrique Mendes Maurício. O pedido visa combater decisões realizadas pela Coor­ denação de Ação Missionária (Cogeam), pelo Colégio Episcopal (CE), pelos representantes da Comissão de Legislação, pelo Secretário do Plano Nacional Missioná­ rio, pela Secretária para a Vida e Missão e pelos demais secretários executivos do 20º Concílio Geral, que con­ forme a petição: “analisaram propostas que constaram do Caderno e que não foram tratadas, mais as novas pro­ postas apresentadas em plenário e acolhidas pela presi­ dência, em nona e décima sessão que aconteceram na Sede Nacional”. O pedido ainda faz menção que não se pode transferir a responsabilidade de legislar pela Igreja Metodista a outros colegiados que não sejam seu Con­ cílio Geral. O presidente da CGCJ analisou a petição, os prece­ dentes e os Cânones da Igreja Metodista e considerou como sendo de caráter emergencial. “A interposição da medida urgente se faz diante da decisão de transferir poderes inerentes do Concílio Geral da Igreja Metodis­ ta para colegiados que não têm poderes para legislar na Igreja. Tal conteúdo ofende a legislação. Para ser exceção nas decisões, há a necessidade de se aprovar medida que suspenda o conteúdo legal ou mude a lei”, diz trecho da Liminar publicada no site da Sede Nacional no dia 23 de dezembro. O presidente da CGCJ suspendeu as decisões e con­ vocou os/as colegiados/as (Cogeam e CE) para que se manifestem sobre o pedido interposto, juntando docu­ mentos que entenderem necessários para a competente defesa. “Na defesa do Colégio Episcopal deverão ser jun­ tadas todas as decisões legislativas realizadas, cópia da ata do Concílio Geral que deliberou alçada do Concílio Geral para os Colegiados e Secretários legislarem e cópia da filmagem deste momento conciliar”. O prazo para defesa e juntada de documentos é de 30 dias a partir do dia 9 de janeiro, e a intimação das partes deverá ser feita pelos/as executivos/as da Sede Nacional. A concessão da Liminar que suspende decisões legis­ lativas será colocada em pauta na primeira reunião da CGCJ, para sua eventual mantença. /// Para ver a Liminar na íntegra acesse: www.metodista.org.br.

PALAVRA EPISCOPAL Bispo José Carlos Peres Presidente da 3ª Região Eclesiástica

Alcançando as cidades O

uve-se muito falar so­ muita gente nesta cidade". As­ te de tantas turbulências que bre alcançar as cidades sim, Paulo ficou ali durante fariam a maioria dos/as discí­ para Cristo! Mas como um ano e meio, ensinando­ pulos/as desistir, ele permane­ ceu firme no propósito para o se ganha uma cidade para -lhes a palavra de Deus. Quem tem a visão do Se­ qual foi chamado. Paulo diz: Cristo? Todos/as os/as habitan­ tes da cidade se converterão? nhor e se move por ela, por "não fui desobediente à visão Haverá confronto? O povo da mais que seja difícil e traba­ celestial” (Atos 26.19). Deste cidade estará aberto à evange­ lhosa a tarefa de conquistar modo, um/a conquistador/a lização? O que podemos como a cidade, não desiste até que de cidades que tem a visão de igreja oferecer para socorrer a obra se consuma. É impor­ Deus em seu coração perseve­ os/as necessitados/as ou mes­ tante lembrar que a conquista rará até o fim. Como metodistas que pro­ mo quem não tem necessidade da cidade por nós, metodistas, alguma? O que oferecer para é marcar presença com nossa fessam a fé cristã, temos um quem sofre com o desempre­ mensagem de salvação, santi­ estilo de fazer missão que go, com a violência que atinge dade e serviço, tornando-nos pode ser conhecido em nosso a mulher, o/a negro/a, a famí­ relevantes para a vida da ci­ Plano Para a Vida e a Missão lia, as crianças, as pessoas da dade, porém não significa que da Igreja, no Plano Diretor terceira idade e a juventude de 100% dela se converterá ao Se­ Missionário e também pelo uma forma geral? O que ofere­ nhor Jesus, embora seja esse o Plano Nacional Missionário. São documentos que nos co­ cer para quem está confuso/a desejo de Deus: O Senhor não demora em locam no cerne da missão, com a diversidade de denomi­ nações que competem entre si, cumprir a sua promessa, como trazendo linhas orientadoras com ofertas absurdas para elas julgam alguns. Pelo contrário, para um bom desempenho mesmas se beneficiarem finan­ ele é paciente com vocês, não missionário da Igreja em to­ querendo que ninguém pere­ das as suas áreas de atuação. ceiramente? Nossa ênfase missionária ça, mas que todos cheguem ao Sugiro uma boa leitura desses documentos de número seis es­ para que enten­ timula os/as meto­ dam o modo distas a “promover “A conquista da cidade por nós, metodista de maior comprome­ metodistas, é marcar presença pensar missão. timento e resposta E nt re t a nto, da Igreja ao cla­ com nossa mensagem de maior que os mor do Desafio nossos docu­ Urbano” através de salvação, santidade e serviço” mentos é a Pa­ ações missionárias lavra de Deus, que visem atender ou dar respostas às intempé­ arrependimento – 2 Pedro 3.9 e ela nos determina realizar O Bispo Raul Garcia, do o trabalho missionário evan­ ries diversas a que a cidade está sujeita. Propõe para isso México, em uma de suas men­ gelístico com o propósito de que se faça uma boa análise sagens ao 19º Concílio Geral, ganhar as vidas de quem mora de conjuntura e desenvolva disse que a “visão de Deus é a nas cidades e nos campos, projetos evangelísticos mis­ missão da igreja, e a missão em todas as nações da Terra, sionários que atendam aos da igreja é a minha missão”. fazendo-os/as seus discípu­ desafios que a cidade oferece, No texto de Atos, a visão de los e suas discípulas (Mateus como meio de levá-la aos pés Deus dada a Paulo é a de que 28.19). Espero que cada metodista Ele tem muita gente na cida­ de Cristo. Atos dos Apóstolos nos ofe­ de, muita gente necessitada de cumpra sua vocação missio­ recem excelentes pistas para amor, de cuidado, de amparo nária com perseverança, sem construir um projeto missio­ e principalmente da salvação esmorecer e que, assim, pos­ nário que alcance cidades. dada gratuitamente por Je­ samos alcançar o maior nú­ Paulo, em suas viagens mis­ sus Cristo. Então a missão da mero de cidades para honra sionárias, ensina que é neces­ igreja, que é também a mis­ e glória daquele que nos cha­ sário ter revelação de Deus. são de cada discípulo/a, é a de mou das trevas para a sua ma­ Uma delas, quando chegou a apresentar ao povo uma op­ ravilhosa luz. Também espero Corinto, em Atos 18.9-11, ele ção de vida, a vida cristã, para que através do nosso povo a que ele tenha oportunidade luz de Cristo resplandeça nas relata o seguinte: Certa noite o Senhor falou de se encontrar com o Deus trevas de muitas pessoas que se encontram em escuridão a Paulo em visão: "Não tenha da vida. Em outro texto de Atos, o sem perspectiva de um futuro medo, continue falando e não fique calado, pois estou com apóstolo Paulo, ao discursar na presença do Pai. Que o Deus da Vida seja sobre você, e ninguém vai lhe fazer perante o Rei Agripa, ensina mal ou feri-lo, porque tenho a perseverança, mesmo dian­ sua vida e seu ministério.

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NACIONAL Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

Principais deliberações do 20º Concílio Geral em 2016

“P

ortanto, é necessário restaurar a com­ pre­ en­ são e interpretação do princípio bíblico-teológico da unidade, a partir da Palavra de Deus, que destaca o valor do outro e a diversidade que resulta na aceitação, respeito ao diálogo, responsabilidade com a criação. Da mesma forma é preciso rear­ mar o princípio wesleyano da conexidade como marca funda­ mental do ser metodista” – Car­ ta Pastoral Discípulas e Discí­ pulos nos Caminhos da Missão - Produzem frutos de uma vida santificada, pág. 32.

Poderíamos classificar, de for­ ma didática, os encaminhamen­ tos do 20º CG em três grupos: 1. Normativas canônicas: Al­ teram, modificando, acres­ centando ou excluindo a es­ trutura da Lei Ordinária da Igreja; 2. Planejamento: Aprecia e aprova o Plano Nacional Missionário (PNM), o qual estabelece ênfases, priorida­ des e princípios para o próxi­ mo quinquênio; 3. Programáticas: Propostas de ações e/ou atividades e/ou Tomada de Posição da Igreja em relação a determinados aspectos da atividade rela­ cionada à sociedade ou mes­ mo à própria Igreja. A Igreja, ali representada por delegados/as oriundos/as das Regiões Eclesiásticas e Missio­ nárias, debate a caminhada que deve tomar para o futuro. A. Elege seus órgãos e Comis­ sões Permanentes: Colé­ gio Episcopal, COGEAM, Comissão Geral de Justiça, Conselho Fiscal da AIM; B. As Comissões Transitórias: de Legislação, que trabalha até a harmonização final dos Cânones, a de Diplo­ macia encarregada de tra­ tar das relações externas do Concílio; C. Define sua perspectiva de rumo a tomar, bem como estabelece ações na defesa de sua integridade doutri­ nária. O próximo passo é transfor­ mar o teórico em “práxis”, ação viva, no seio da Igreja. Esse con­ junto de propostas, organizado por temáticas, foi debatido e votado durante os dez dias de Concílio. O tempo não foi su­ ficiente, o que levou o plenário

a delegar a um grupo represen­ tativo do Concílio (COGEAM, CE, Comissão de Legislação e Secretário do Plano Nacional Missionário) a deliberar sobre as propostas remanescentes. Esta delegação foi votada pelo plenário, exercendo aí sua so­ berania, como já havia feito no

O primeiro com os princi­ pais documentos da Igreja que comporão Livros, e o segundo, composto pelo Livro VII, que contém a Lei Ordinária. Pode­ mos observar na presente Lei Ordinária que os artigos não ti­ veram sua numeração alterada, já em seguimento a esta regra.

“Outro encaminhamento feito nos leva à criação de um Núcleo de Formação Política, no intuito de sintonizar a Igreja com o tempo político que vive o mundo” Concílio anterior, sem prejuízo de legalidade e legitimidade. No 19º Concílio, e confirma­ do neste, deliberou-se que os documentos da Igreja e princi­ palmente os Cânones deveriam seguir a legislação do país no que se refere à normatização e regras de elaboração documen­ tal. (Lei Complementar no. 95, de 26 de fevereiro de 1998). Assim, veremos os Cânones organizados em dois volumes:

No primeiro grupo, ou seja, de alterações na Lei Ordinária, destacamos: A. A composição da Comis­ são Geral de Constituição e Justiça (CGCJ), com um membro de cada Região Eclesiástica ou Missionária, e que seu Regimento e Re­ gulamento, bem como os das Comissões Regionais, sejam aprovados pelas coor­ denações respectivas;

B. A homologação dos Atos Complementares do Colégio Episcopal, principalmente o que se refere à formação e/ ou ao desmembramento de Regiões, que agora passam a integrar os Cânones; C. A composição da COGEAM, com presbíteros/as e leigos/as de cada Região, além dos bis­ pos que integram a mesa do Colégio Episcopal; D. O entendimento de maio­ ria absoluta considerando como referência o total de membros que integram o rol da assembleia; E. O complemento dos artigos canônicos que se referem à Ordem Diaconal; F. O descredenciamento de Igrejas que não cumprirem o disposto no art. 5º dos Câ­ nones; G. O mínimo de dois Concílios Locais, ordinários, por ano; H. A proibição de que os/as presbíteros/as recorram di­ retamente à Comissão de Justiça, exceto quando se tratar de questões que envol­ vam a administração geral; I. A manutenção dos critérios de eleição episcopal, ino­ vando na composição da lista inicial, que não será mais elaborada por consulta à Igreja Local, mas por indi­ cação prévia à COREAM e/ ou por autoindicação; J. Que os Órgãos Colegiados da Igreja tenham em sua composição pelo menos 30% de mulheres; K. Que funcionários/as de Instituições da Igreja e/ou membros das assembleias deliberativas tenham, no mínimo, dois anos de afas­ tamento para que estejam desimpedidos/as; L. Que a função de Conselhei­ ros/as de Juvenis seja exclu­ siva de leigos/as. No segundo grupo, aprovou­ -se o Plano Nacional Missio­ nário, PNM, que será objeto de divulgação e trabalho junto às Igrejas locais e regionais. No ter­ ceiro grupo, temos a destacar a grande preocupação do Concílio Geral, que foi o de fortalecer: a Tradição, a Doutrina e a Histó­ ria da Igreja em sua caminhada, dando indicação clara de que precisamos nos proteger dos modismos e práticas que não são oriundas do Metodismo. Assim, torna-se importante uma releitura do PVMI, Plano Vida e Missão da Igreja, no sen­

tido de definir claramente o que se quer com a Missão, centro da existência, e com a Visão, o que desejamos ser. Do mesmo modo, é neces­ sária uma releitura de outros programas envolvendo inclusão social (atendimento a pes­ soas com necessidades especiais, curso de Libras, etc.), depen­ dentes químicos, combate ao racismo, apoio aos grupos mu­ sicais das Igrejas, reedição dos documentos no sentido de for­ talecer a Identidade Metodista. Outro encaminhamento feito nos leva à criação de um Núcleo de Formação Política, no intui­ to de sintonizar a Igreja com o tempo político que vive o mun­ do, e principalmente nosso país. O Concílio, na verdade, apon­ ta para a importância do Colé­ gio Episcopal, na definição das diretrizes para esta caminhada que nos leve a vivenciar o Rei­ nado de Deus, hoje, e em nossa terra. Linvgstone dos Santos Silva Membro da Comissão de Legislação do 20º CG

ADQUIRA O PLANO NACIONAL MISSIONÁRIO Redação EC O Plano Nacional Missionário para o próximo Período Eclesiástico (20172021) está disponível para download gratuitamente no site nacional da Igreja Metodista. Tenha o arquivo em seu computador ou dispositivos móveis e entenda as ênfases e prioridades da ação missionária da Igreja Metodista no Brasil para o próximo quinquênio. Confira abaixo um trecho da introdução do material. “O Plano Nacional Missionário (PNM) compreende as bases, ênfases e prioridades da ação missionária da Igreja. O fortalecimento das ênfases missionárias contidas neste PNM possibilitará, sob a graça de Deus, dar continuidade às ações da nossa Igreja. Nossa dinâmica é conciliar, episcopal e conexional, cujo movimento deve caminhar a partir de uma perspectiva teológica, como bem apontou o relatório do Colégio Episcopal ao 15º Concílio Geral. Faça o download em https:// goo.gl/Pi3dBf.


ESCOLA DOMINICAL

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Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

a riqueza da língua portuguesa o verbo en­ contrar assume muitos significados: ficar frente a fren­ te; passar a conhecer; reaver; ir ter com alguém; juntar-se. Os diferentes significados expres­ sam a multiplicidade de sen­ tidos que a experiência de en­ contrar-se com algo ou alguém pode nos proporcionar. Este verbo está presente em nosso cotidiano e, quando falamos da vida espiritual, não é diferente. Encontrar-se com Deus é o de­ sejo de muitos seres humanos. Nossa caminhada cristã é fruto de um encontro com Jesus e do desejo cotidiano de permane­ cer com Ele. A Bíblia está repleta de his­ tórias de encontros. Jesus é a expressão máxima do encontro de Deus com a humanidade: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (João 1.114). É a partir dessa perspec­ tiva que elaboramos esta nova edição das revistas de Escola

© RAWPIXEL / ISTOCK.COM

Encontros que ensinam e transformam N

Dominical. A partir do estu­ do de alguns salmos e de en­ contros entre Jesus e algumas pessoas, desejamos colaborar para que as alunas e os alunos da Escola Dominical tenham a possibilidade de fortalecer o

seu encontro com Deus, com a sua comunidade de fé e se tor­ nar um/a agente missionário/a para que outras pessoas se en­ contrem com o Senhor e Salva­ dor da humanidade. Assim, como trabalhamos

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para a Escola

Dominical!

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*Capas com o tema "Antigo e Novo Testamentos" ** As revistas com o tema "Encontros" serão disponibilizadas em breve!

desde 2012, todas as revistas tratarão do mesmo tema. A ideia é fomentar a discussão dos temas com os membros da Igreja para além das suas clas­ ses de escola dominical. Nosso sonho é que este material pro­ mova encontro entre gerações para discutir os temas estuda­ dos nas revistas e que se encon­ tram na vida. Entendemos que estudar o mesmo tema colabora para o fortalecimento da unidade da Igreja, no entanto respeitando as demandas e peculiaridades de cada faixa etária, temos al­ gumas lições específicas para cada revista. Cada uma possui 23 estudos, no núcleo comum de jovens, juvenis e adultos a revista trará estudos sobre os encontros de Jesus com Zaqueu, com as crianças, Maria Madale­ na, Tomé, Judas, os 10 leprosos, Simão de Cirene etc., e também os estudos dos salmos 01, 23, 19, 133, 126. As revistas das crian­ ças abordarão alguns desses temas do núcleo comum citado acima, mas também abordarão outros textos dos Evangelhos e Atos dos apóstolos que dialo­ guem com estes e demais sal­

mos estudados. Não deixe de partilhar conos­ co as experiências vivenciadas em sua igreja local com essas e outras revistas. Colabore com o nosso departamento enviando sugestões. Estamos aqui para servir a Igreja. O encontro com Deus é de­ safiador, pois nos apresenta um caminho a seguir. O en­ contro com Jesus é sempre transformador, nos permite ir ao encontro da vida eterna e de encontro com o pecado. O encontro com o Espírito Santo é fortalecedor, pois nele encon­ tramos consolo, poder e graça para seguir adiante. Que sejam as aulas da escola dominical espaços de um bom encontro com Deus e com as pessoas. Que seja a escola do­ minical espaço de celebração do Deus do encontro que nos envia a sua Palavra e junto a ela a sabedoria para que outras pessoas, por meio do nosso tes­ temunho como discípulas e dis­ cípulos, encontrem a Jesus. Que Deus nos abençoe. Pra. Andreia Fernandes escoladominical@metodista.org.br


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MISSÃO Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

Projeto Plantação de Igrejas na 4ª Região Eclesiástica C

omo em todo período eclesiástico, o Colégio Episcopal determina os subtemas que serão trabalha­ dos por todas as Regiões Ecle­ siásticas no decorrer do ano. Para 2017, a Igreja Metodista no Brasil segue o tema “Discípulas e discípulos nos caminhos da missão: alcançam as cidades”, conforme publicado no Plano Nacional Missionário. O Expo­ sitor Cristão, a partir deste mês, irá reportar os projetos de plan­ tação de igrejas que acontecem em todas as Regiões Eclesiásti­ cas (RE) e Missionárias. O pro­ jeto que contempla esta edição será da 4ª RE. São quatro cidades que fo­ ram contempladas no progra­ ma regional. Em Minas Gerais, foram as cidades de Almenara, Divinópolis e Pouso Alegre. No estado do Espírito Santo, Ara­ cruz foi a cidade escolhida. A proposta segue a partir da de­ cisão do 19º Concílio Geral que aponta as diretrizes para que cada cidade com mais de cem mil habitantes possa ter uma Igreja Metodista.

Almenara

© PR. DIVIRALDO RODRIGUES

Com pouco mais de 38 mil habitantes, Almenara (MG) fica localizada na região do Vale do Jequitinhonha. Segundo o Cen­ so do IBGE (2010), já chegou a ter 45 mil habitantes em 1992, mas, quatro anos mais tarde, a população caiu drasticamente para 32 mil. Embora não esteja no alvo das cidades com mais de cem mil habitantes, a 4ª Re­ gião encara o trabalho missio­ nário como um dos desafios que precisam ser contemplados.

Igreja Metodista em Almenara.

Foi nomeado, em 2013, para a cidade de Almenara o Pastor Diviraldo Rodrigues. Em um primeiro momento, o pastor procurou conhecer a cidade e alugar um local para morar. Somente no dia 17 de maio de 2013 foi realizado o primeiro culto na casa do Pastor Diviral­ do, com dez pessoas presentes, incluindo os Pastores Lutero, Devanir e Laércio. Atualmente são frequentes entre 10 e 14 pessoas; membros arrolados são apenas três pes­ soas. A Cleuzenir Alves Martins é uma delas e considera o traba­ lho metodista essencial na cida­ de. “O Vale é conhecido como o ‘Vale da Miséria’. A criminali­ dade tem crescido dia após dia. Creio que a Igreja Metodista é de suma importância para a ci­ dade, porque ela está a serviço do povo. Esse é o diferencial. Ela precisa mais do respaldo de ou­ tras igrejas, porque nem sempre aquele/a que planta é aquele/a que colhe. Temos permanecido firmes no propósito. O Pastor Diviraldo tem procurado por meio de suas ações e estratégias

missionárias alcançar novas vi­ das na cidade”, disse Cleuzenir. O Pastor Diviraldo garante que muitas ações missionárias têm sido realizadas na cidade. “Temos feito evangelizações nos lares e nas ruas, além de visitas nos hospitais. Temos alguns trabalhos específicos, como o projeto Parakletos (pa­ lavra grega que significa con­ solação) no dia 2 de novembro. Temos evangelizado também nos semáforos no Dia Mundial da Água”, disse o Pastor. O Pastor conta que recebeu, em 2016, um grupo de voluntá­ rios/as da cidade de Teresópolis (RJ) e da cidade do Rio de Ja­ neiro. “Temos buscado contato com outros/as colegas, irmãos/ ãs que desejam fazer o trabalho missionário no Vale do Jequiti­ nhonha”. As ações partem, a princípio, dos relacionamentos onde o Pastor Diviraldo realizava se­ manalmente encontros no seu apartamento. “Por dois anos eu morei nesse apartamento. De­ pois, consegui uma casa com uma garagem. Um espaço bem maior para realizar os cultos dominicais na garagem. Desde maio de 2015 nós temos cultos dominicais todos os domingos”, relatou o Pastor. Almenara foi a primeira ci­ dade escolhida no Projeto Plan­ tação de Igrejas da 4ª RE. No início, em 2013, o projeto foi sustentado por parcerias mis­ sionárias. “Por dois anos nos­ sos/as parceiros/as sustentaram o projeto, o obreiro e todas as despesas. A Sede Regional man­ tém o projeto aqui em Alme­ nara, além de parceiros/as que depositam os valores acordados diretamente na conta da Sede.” No caso do Projeto Parakle­ tos, várias parcerias têm sido realizadas. A Copasa, que for­

nece água para a região, tam­ bém tem apoiado, além de o Pastor ir aos supermercados em busca de doações. “Temos nos aproximado da prefeitura em busca de parcerias, mas, por questões de acessibilidade, não se consegue êxito”. O projeto missionário da 4ª RE Passa a Macedônia já acon­ teceu em Almenara. “Tivemos cerca de 200 pessoas que fize­ ram um trabalho social mui­ to bonito; mesmo com pouco apoio da prefeitura, consegui­ mos fazer um belo trabalho de evangelização. Foram entre­ gues mais de cinco mil folhetos na cidade”. O Pastor Diviraldo espera que com o novo prefeito, que é membro na Igreja Presbiteria­ na, a parceria possa melhorar. “Espero que essa acessibilidade melhore. Temos bons projetos para colocar em prática, mas falta apoio, falta incentivo da prefeitura”, desabafou o Pastor. Ainda segundo Diviraldo, a Igreja precisa substituir a “cai­ xinha de som por uma nova”, concluiu.

Divinópolis

No dia 20 de dezembro de 2014, o Pastor Caio de Olivei­ ra Moura Souza recebeu dois presentes. Ele relembra muito bem essa experiência quando sua esposa, Aline, estava grá­ vida. “Eu moro em Catagua­ ses (MG) e estava indo a Belo Horizonte (MG) para receber minha nomeação pastoral. A bolsa da Aline (esposa) estou­ rou e eu tive que voltar no meio do caminho. A Ester nasceu na hora do culto. Eu estava na maternidade olhando a minha filha quando fiquei sabendo de minha nomeação. Nasceu a Es­ ter e a Igreja Metodista em Di­ vinópolis naquele dia”, disse o pastor. A cidade conta com 213

© ARQUIVO IM-DIVINÓPOLIS

José Geraldo Magalhães

mil habitantes, de acordo com o Censo do IBGE (2010). Em março, a Igreja vai com­ pletar três anos, mas já conta com 30 membros arrolados. O Pastor Caio confirma que nos cultos dominicais há uma fre­ quência dobrada. “Saímos da­ quele esquema de garagem, em um bairro periférico. Agora já estamos mais centralizados; com isso, temos mais visibili­ dade. “Os próprios membros agora começaram a evangelizar e a abraçar a bandeira do meto­ dismo na cidade. Creio que es­ tamos com uma frequência nos cultos de 50 a 60 pessoas”, disse. Aos poucos a comunidade está crescendo. “Com a nos­ sa própria arrecadação, nós compramos o som da igreja, microfone e uma bateria, mas o Projeto de Plantação de Igre­ jas é totalmente dependente de doações. Precisamos de recur­ sos financeiros para podermos comprar caixas de som e mate­ riais de educação cristã para as crianças”, relatou o Pastor Caio. O pastor alertou sobre o que tem lido e estudado sobre plan­ tação de igrejas, chamando atenção pela contribuição que outras instituições oferecem às suas igrejas. “As igrejas che­ gam à cidade com total apoio e tudo preparado, com templo, terreno, já construindo templo ou não, mas tem total apoio. Em nosso caso, ainda estamos engatinhando, mas claro que fizemos história aqui em Divi­ nópolis. Temos o local onde nos reunimos para receber as pes­ soas”, disse o Pastor. A primeira estratégia missio­ nária realizada pelo Pastor Caio foi um culto na sala da casa dele. “Não tinha ferramentas, células, pessoas. Eu não podia fazer um encontro com Deus. Então nós começamos a promover cultos na garagem. A igreja iniciou na sala da minha casa. Passamos um mês nos reunindo na sala da minha casa, os/as vizinhos/ as começaram a chegar, querer conhecer, aquela questão de in­ terior, de mineiro. Então, desce­ mos para a garagem da minha casa. E tudo iniciou na gara­ gem. Eu coloquei uma placa escrita: ‘Igreja Metodista’. Não coloquei congregação ou ponto

Igreja Metodista em Divinópolis.


MISSÃO

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missionário. O evangelismo era mais pessoal meu e da minha família. Fomos contando com a simpatia de toda a vizinhança”, destacou o pastor. Enquanto isso o Senhor ia acrescentando os/as que iam sendo salvos/as. Em menos de um ano, foi necessário mudar de local, para a Avenida Pitan­ gui, número 355, porque já não cabiam mais tantas pessoas na garagem da casa pastoral. “Es­ tamos em um salão alugado muito grande. Aprouve a Deus honrar a igreja. A igreja na ga­ ragem foi crescendo, foi expan­ dindo através de cultos. Nós tentamos fazer evangelismo, panfletar no bairro, mas o mi­ neiro é um pouco desconfiado e não deu muito certo”. Atual­ mente a comunidade realiza Bazar, cadastro de pessoas para receberem cestas básicas, evan­ gelismo pessoal e pequenos grupos de discipulado. Esse é mais um projeto man­ tido pela Sede Regional com apoio de alguns Distritos. A Igreja já consegue pagar algu­ mas despesas, mas a maioria delas é por conta da Sede Re­ gional. Outras parcerias tam­ bém foram realizadas. “Além da Sede Regional, tenho total apoio do Distrito Sul de BH e norte de Minas, que têm me ajudado com doações”, finali­ zou o Pastor Caio.

Pouso Alegre

Em 2013, o então semina­ rista da Faculdade de Teologia (Fateo), Douglas Bortone, ficou sabendo de famílias metodistas que residiam em Pouso Ale­ gre (MG). A cidade localiza­ da no Sul de Minas conta com 130 mil habitantes, segundo o IBGE. Em agosto daquele ano, Douglas passou a viajar de São Bernardo do Campo (SP) até Pouso Alegre todos os finais de semana atrás dos contatos me­ todistas para iniciar o trabalho na cidade. “Eu não tinha ninguém, nós tínhamos apenas contatos das pessoas metodistas que resi­ diam na cidade, mas não tinha certeza de que elas estariam conosco nesse projeto”, disse, agora Pastor Titular, Douglas Bortone. Em setembro do mesmo ano, o Pastor Douglas iniciou o pri­ meiro pequeno grupo com seis pessoas na casa de Vitor e Ma­ rina. Lá eles ficaram por seis meses com outra família. “De­ pois desse período passamos para um hotel da cidade onde a Igreja começou a tomar corpo, num anfiteatro. Ali nós demo­ ramos. Ficamos um ano e meio fazendo cultos nesse local”, re­ latou o pastor. Welerson Barbeto, juntamen­ te com a esposa, Cassiane, e as duas filhas, Larissa e Giovanna, estão desde o início do projeto

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Primeiro Pequeno Grupo na cidade de Pouso alegre, em 2013, época em que o Pastor Douglas (camisa listrada) era ainda seminarista.

Atualmente esse é um dos pequenos grupos que se reúnem no bairro Árvore Grande, em Pouso Alegre.

em Pouso Alegre. “Com certeza dade tem 25 mil habitantes. zarqui Moreira Guida ao lado o projeto missionário metodista Casas de Paz é um projeto da esposa, Kátia Silva de Sou­ nasceu no coração de Deus. No em que um grupo de irmãos/ãs, za, da filha, Ana Beatriz de seis primeiro semestre de 2013, o após um período de preparação anos, e do filho, Álvaro Guida então seminarista Douglas nos espiritual com jejum e oração, com dois. Natural de Carangola contatou divulgando o projeto sai para as ruas e cidades visi­ (MG), o Pastor Mozarqui mora­ e pedindo a nossa ajuda”, disse tando casas se oferecendo para va em Juiz de Fora (MG) desde Welerson. orar pelas famílias. O sonho do 1994, mas aceitou o desafio para De acordo com Welerson, o pastor é grande. “Nós já temos o dar continuidade nos trabalhos trabalho no início não foi tão contato de metodistas em Itaju­ em Aracruz. A Sede Regional da 4ª RE, simples assim. Pouso Alegre é bá (MG); a partir desse contato, uma cidade com algumas pe­ agora nós vamos iniciar o pro­ como nas outras cidades em culiaridades. “Não é fácil a ex­ jeto Casas de Paz. Essas casas se que acontecem o Projeto Plan­ pansão do evangelho na cidade. tornam uma célula e das células tação de Igrejas, mantém todas Outras reuniões foram feitas elas vão se multiplicando até as despesas. No entanto, ou­ nas casas, mas poucas pessoas conseguirmos a possibilidade tras parcerias missionárias têm se faziam presentes. Foi nítida de ter ali na cidade um templo acompanhado a trajetória na a intervenção de Deus quando alugado”, destacou o Pastor missão em Aracruz. “A Igreja Metodista em Coqueiral sempre tivemos o aval da gerência da­ Bortone. quele hotel para nos reunirmos A comunidade é bastan­ participa conosco dos pequenos enquanto comunidade cristã”, te ativa na cidade. Um grupo grupos, do evangelismo, parti­ testemunhou Welerson. visita os hospitais, outro faz cipam com violão, trazem caixa Três anos mais tarde, a his­ esporadicamente sopas para de som e nos ajudam bastante na tória é outra. A Igreja cresceu, moradores/as de rua. Outra divulgação do trabalho”, disse o Pastor Mozarqui os membros são complementando que ativos e, de acor­ também tem o apoio do com o Pastor da Igreja Assembleia Douglas, circu­ de Deus. lam pelas célu­ “A Escola Dominical funciona Aracruz, segundo las pelo menos geralmente como formadora o IBGE, conta com umas 90 pes­ soas. “Hoje nós de liderança para o discipulado” uma população esti­ mada em 2016 de 96 temos um tem­ Pastor Douglas Bortone mil habitantes. No plo alugado, em último Censo, em parceria com a 2010, tinha 81 mil. Sede Regional e Uma cidade que está com o Distrito. A Escola Dominical funciona iniciativa da comunidade é a praticamente no patamar da de­ geralmente como formadora Farmácia Popular. Para isso, o/a cisão do 19º Concílio Geral, que de liderança para o discipulado interessado/a se inscreve no CI­ apontou as diretrizes para ter e também para várias áreas da MED Grupo de Medicamentos uma Igreja Metodista em cada Igreja Local. Em relação à co­ LTDA para receber doações de cidade com mais de cem mil munidade, hoje nós temos uma remédios. “A ideia é ter medi­ habitantes. “Tento em vista o desafio, é frequência nos cultos de 65 pes­ camentos para ser distribuídos soas. Vamos começar o ano de para as pessoas mais carentes”, um desafio prazeroso. Sempre procuramos passar para as pes­ 2017 com dez grupos pequenos finalizou Douglas. ativos”, contou Douglas, espe­ O Pastor Douglas está evolvi­ soas que caminham conosco rançoso. do em outras atividades na ci­ o privilégio de implantar uma Duas ações, pelo menos, con­ dade. Atualmente ele faz parte igreja nessa cidade. Visitamos tribuíram com o avanço mis­ do Conselho Municipal de Po­ os hospitais e, a partir daí, tam­ sionário em Pouso Alegre, de líticas Públicas sobre Drogas de bém começamos o evangelismo acordo com Welerson. “Vale Pouso Alegre. O Conselho re­ uma vez por mês – no último sábado. Vamos a cada bairro destacar o projeto Casas de Paz presenta as igrejas evangélicas. onde tem as células convidando e as células que contribuíram as pessoas, batendo de porta em significativamente para a con­ Aracruz A cidade localizada no estado porta”, relatou Mozarqui. solidação do projeto”, finalizou. O Projeto Casas de Paz, ou A ideia é expandir mais. Outra do Espírito Santo já foi palco ação missionária vai acontecer de vários encontros metodis­ Lar de Paz como alguns cha­ nas cidades vizinhas de Pouso tas, inclusive o Concílio Geral mam, também está sendo co­ Alegre. Atualmente um peque­ de 2006 foi em Aracruz (ES). locado em prática. “Temos no grupo se reúne na cidade de Quem iniciou a missão me­ realizado aqui o Lar de Paz di­ Borda da Mata, que fica aproxi­ todista na cidade foi o Pastor recionado pela Sede Regional. madamente a 20 quilômetros de Lucas Andrade, em 2014. Em Visitamos o Lar de Idosos Re­ distância de Pouso Alegre. A ci­ 2015 foi nomeado o Pastor Mo­ canto do Ancião José Segatto,

mas nossa principal prioridade aqui é fortalecer os pequenos grupos. À medida que as células forem crescendo, certamente a igreja crescerá junto com elas”, disse o Pastor. Nilceia Dina de Oliveira se mudou para Aracruz há poucos meses. Ela veio do Rio de Janei­ ro, onde congregava em uma Igreja em célula. “Ao chegar a Aracruz eu conheci o trabalho da Igreja Metodista por meio da célula. Me encantei pelo traba­ lho do Pastor Mozarqui e sua família. O Pastor cuida de vi­ das. Ele tem cuidado de minha família e de outras com muita dedicação”, disse Nilceia. De acordo com Nilceia, a Igreja Metodista tem cumpri­ do seu papel no Estado. “Vejo como o trabalho da Igreja aqui em Aracruz é muito importan­ te. Há empenho do pastor em ganhar almas, cuidar das vi­ das e estar próximo em todos os sentidos. Isso foi o que me trouxe e que tem me ajudado a permanecer na Igreja a cada dia. Dentro de Aracruz, o tra­ balho metodista tem sido mui­ to importante e vamos ganhar muitas vidas para o Senhor”, finalizou Nilceia. No início do último ano, quando o Pastor Mozarqui che­ gou à cidade, havia apenas um pequeno grupo. “Atualmente temos três células. Talvez pode­ ríamos ter mais ou menos, mas essa é a nossa realidade hoje, além de nossos cultos domés­ ticos que realizamos em minha casa porque ainda não temos um templo”, se alegrou o Pastor Mozarqui, que está providen­ ciando um vídeo institucional a pedido do Superintendente Distrital, Pastor Marcílio Gon­ çalves, para tentar conseguir novas parcerias.

QUER APOIAR ESSA MISSÃO? Entre em contato com a Sede Regional da 4ª Região Eclesiástica por meio do telefone (31) 3241-4459


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presídios

José Geraldo Magalhães

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policiais de perseguir e dos/as juízes/as de pesarem a mão nas sentenças quando o/a cidadão/ã é enquadrado/a nesse estereóti­ po. Nota-se, então, que a rede­ mocratização do Brasil, após a Ditadura Militar, não trouxe renovação da prática policial e, muito menos, submeteu o judi­ ciário a algum controle social. Esses preconceitos levam a práticas policiais e judiciais, sustentadas e propagadas por uma imprensa sensacionalista que louva os excessos e os abu­ sos da polícia e endeusa juízes/ as considerados/as ‘durões/du­ ronas’, que lotaram os presídios brasileiros, os quais já eram ruins e foram transformados em depósitos de gente. A corrupção é a marca menos visível, porém a mais profun­ da no sistema prisional. Basta cruzar a lista de empresas que fornecem as quentinhas para as refeições, as que fazem os uni­

crise nos presídios do país virou assunto na imprensa internacional. Foram três massacres na primei­ ra quinzena do ano em nove es­ tados que repercutiram no New York Times, no Le Mond da França, no britâncio The Guar­ dian e no espanhol El País. Os números explicam a repercus­ são internacional. Foram 142 mortes até o fechamento desta edição; resultado de brigas en­ tre facções dentro dos presídios. Mais mortes que no massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 pessoas morreram. Nessa contramão do vexa­ tório sistema penitenciário no Brasil que perdura há décadas, o Colégio Episcopal disponi­ bilizou, em 1996, um Manual Prático para o Ministério Car­ cerário para orientar os/as me­ todistas que são vocacionados/ as para esse ministério. Embora o documento vá completar 21 anos em 2017, percebe-se que ele “É um trabalho é bem atual. “No Brasil, hoje, não abençoado, mas há quem ignore os hor­ desafiador para quem rores cometidos nas ca­ deias públicas, peniten­ ama o Reino de Deus” ciárias, colônias penais, Pastor José Fabrício Febems, penitenciárias femininas, nos mani­ cômios (os/as loucos/ as também são prisio­ neiros/as) e nas delegacias”, diz formes, as que cuidam de cons­ trução de presídios e reformas, trecho do documento. O sistema penitenciário no com a lista da Justiça Eleitoral, Brasil envolve a ação dos/as de financiamento das campa­ policiais e os processos judi­ nhas dos atuais governantes, ciais no Brasil que alimentam que destinam em média 2,6 mil o sistema prisional fundados e reais por ano para manter uma focados no conhecido estere­ criança na escola pública, en­ ótipo “preto, pobre e prostitu­ quanto investem até 5 mil reais ta”. Há estudos científicos que por mês para manter um adulto comprovam a disposição dos/as preso, ou 2,8 mil por mês para

Presídio Madre Pelletier, em Porto Alegre, foi o primeiro presídio no Brasil a receber o curso superior metodista para detentas, em 2006.

cada preso no sistema prisional de Minas Gerais. Preconceito, disfunção das polícias e do ju­ diciário despreparados para a democracia, o tratamento das drogas como caso de polícia, a corrupção de um sistema carcerário altamente lu­ crativo são os geradores do sacrifício de toda uma geração.

Educação Metodista

Nesse viés, a educação nas instituições sempre fez a diferença. No Rio Grande do Sul, por exem­ plo, nos 120 anos da edu­ cação metodista, a pauta missionária que se colocava era: “Como atualizar o compromis­ so da educação metodista com a promoção das mulheres? Quais mulheres estão fora do sistema educacional brasileiro?”. Foi nessa discussão que o Conselho Universitário, com aprovação posterior do Conselho Dire­ tor da Rede Metodista no Sul, entendeu que o Presídio Ma­

dre Pelletier, com as suas 400 mulheres apenadas, poderia constituir um desafio; um ou­ tro modo de comemorar os 120 anos de educação metodista na transformação das condições de vida das mulheres. Após permissão da Secreta­ ria de Segurança Pública, uma ampla consulta foi realizada entre as prisioneiras que ti­ nham ensino médio completo.

A maioria delas escolheu prefe­ rencialmente o curso de Serviço Social. O Centro Universitário fez a reforma do espaço do pre­ sídio, que tinha passado por um incêndio, para compor sala de aula, biblioteca e laboratórios. Com o vestibular no presídio, foi composta uma turma com cerca de 30 alunas. Quando o assunto se espalhou no meio acadêmico brasileiro, o minis­ tro de Direitos Humanos, Pau­ lo de Tarso Vannuchi – preso durante a ditadura militar –, quis conhecer a experiência. Ele próprio fez a aula magna no presídio. Na medida em que as alunas cumpriam suas penas, eram transferidas da sala de aula no presídio para as turmas comuns no Campus. Toda essa experiência foi mantida com a filantropia do Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista. Uma experiência semelhante foi realizada pelo Centro Uni­ versitário Metodista Izabela Hendrix, no presídio femini­ no de Belo Horizonte (MG), a partir de 2008. Em vez de au­ las no presídio, as prisioneiras que passaram no vestibular, em qualquer curso, eram levadas com escolta para as aulas todos os dias. A escolta não entrava no Campus, onde elas estuda­ vam de igual para igual com os/ as demais alunos/as.

Ministério Carcerário

No Rio de Janeiro (RJ), o ca­ sal Felipe Farré Beloni e Juliana Ferreira Gomes são membros na Igreja Metodista em Copaca­ bana. Além de ser presidente da Sociedade de Homens na igreja local, Felipe, ao lado da esposa, desenvolve o ministério carcerá­ rio juntamente com os/as presos/ as, mas, sobretudo, com os/as fa­ miliares das mulheres detentas. “Na verdade, o precário siste­ ARQUIVO PESSOAL

A ação dos/ as metodistas dentro dos

Nos primeiros 15 dias do ano, 142 pessoas morreram em presídios no Brasil

Felipe Farré desenvolve o mistério há noves anos nos presídios do Rio de Janeiro.


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ma carcerário é desenvolvido so­ transformada. Na devocional parei. Senti amor por esse tra­ percebemos que tanto para os/ mente para os homens. Somente daquele dia, a pessoa relatou balho, pelas vidas que ali estão”, as detentos/as quanto para os/as eles recebem visitas; de mil mu­ que aceitou a Cristo e teve a disse Nilton. funcionários/as das penitenciá­ lheres, apenas 50 recebem visitas vida transformada. Ela deci­ O trabalho em Santo Antô­ rias, a presença religiosa tem um diu a mesma coisa, fazendo um da família”, desabafou. nio da Platina está mais voltado efeito apaziguador e calmante O casal Beloni não faz esse voto a Deus em servi-lo depois para a evangelização. “Não te­ em um ambiente muito tenso”, trabalho sozinho. Eles estão que saísse da prisão”, disse. mos uma ação social muito ati­ constatou Fernandes, fazendo Quando a ex-presidiária saiu ligados, há mais de nove anos, va. Temos nos empenhado mais referência ao crescimento de à Associação das Igrejas Evan­ do presídio, ela ligou para a pas­ na obra missionária e evange­ 61% dos/as evangélicos/as entre gélicas Atuantes nos Presídios tora dizendo que havia recebido lística mesmo. Já levamos algu­ os anos 2000 e 2010. no Estado do Rio de Janeiro o Alvará de Soltura e não tinha mas vezes roupas, materiais de Nesse contexto, muitas igre­ (ASSIAPERJ). A primeira exi­ para onde ir. “Eu disse para ela higiene, livros e revistas”, rela­ jas evangélicas enviam pessoas gência do casal para receber os pegar um táxi que poderia ficar tou Nilton. para realizar trabalhos especí­ contatos dos/as familiares é que em minha casa”, contou a Pas­ O evangelista não tem medo, ficos dentro dos presídios que as detentas precisam participar tora Luciana. mas recomenda alguns cui­ superlotam as celas. De acordo Na Igreja Metodista em Santo dos cultos que são realizados dados. “Nós aqui somos bem com o Conselho Nacional de José de Brito é o coordenador Antônio da Platina (PR), outro Nilton dentro dos presídios. transparentes com o pessoal da Justiça (CNJ), atualmente são do ministério carcerário em Santo “O interno vai ao culto e re­ grupo de voluntários/as tem Antônio da Platina. delegacia. Não fazemos nada mais de 700 mil pessoas que es­ cebe um kit de higiene básico. realizado visitas nos presídios. sem comunicar a eles/as nem en­ tão na condição carcerária. Os Eles/as passam o endereço dos/ O Pastor José Fabrício expli­ tregamos nada aos/às detentos/ números fazem do Brasil o país as familiares. Na maioria das ve­ ca como acontece o trabalho. foco é louvor, Palavra e ter um as sem a autorização deles/as, e com a terceira maior população zes as pessoas não querem saber “Nossa função é levar a Palavra momento informal. Só quero olha que temos aqui uma liber­ prisional, em termos absolutos. da pessoa que está presa. Depois de Deus toda semana. Às ve­ deixar a mensagem para as pes­ dade que poucos têm. O pessoal O CNJ informa que o modelo de muita insistência, os/as fami­ zes conseguimos entrar à beira soas dizendo que eu fui evange­ confia muito em nós. Tudo o que de encarceramento praticado, liares são convencidos/as a vol­ do corredor e às vezes não. Fa­ lizado na prisão. Tive um inci­ fazemos aqui é sob a autorização infelizmente, não é o adequado. tar a visitar o/a parente que está lamos aos presos provisórios, dente e cometi uma falha. Se eu e orientação dos/as responsáveis “Esse modelo alimenta um ciclo tivesse em um grande pela delegacia”, concluiu. preso/a”, disse Felipe, que de violências que se projeta para centro penitenciário, deseja trazer o projeto para a toda a sociedade, reforçado por talvez tivesse acontecido Pesquisa Igreja Metodista e cadastrar, uma ambiência degradante em “A primeira coisa que algo pior. É um trabalho O pesquisador e sociólogo estabelecimentos que pouco ou pelo menos, 200 Igrejas que mas desafia­ Clemir Fernandes, coordena­ minimamente estimulam qual­ possam desenvolver a Pas­ quero fazer é um cadastro abençoado, dor, porque não vemos dor da pesquisa “Assistência quer proposta de transforma­ toral Carcerária junto aos/ às detentos/as. “É uma forma para igrejas metodistas o resultado de imediato. religiosa em prisões do Rio de ção daqueles/as que ali estão”, Para quem quer cresci­ Janeiro: um estudo a partir da informa o site da instituição. de discipulado”, enfatizou. fazerem doação de mento na Igreja não é perspectiva de servidores públi­ Além de um acompanha­ Dados do Ministério da Jus­ um bom trabalho; agora cos, presos e agentes religiosos”, tiça mostram que o número de mento nos presídios com as produtos de higiene” para quem ama o Reino do Instituto de Estudos da Reli­ pessoas encarceradas no país detentas e os/as familiares, Felipe Farré é um excelente traba­ gião (ISER), afirma que a atua­ cresceu cerca de 400% nas úl­ o trabalho de evangelização lho”, finalizou o Pastor ção das igrejas evangélicas nos timas duas décadas. O Centro e ressocialização continua José Fabrício, que já tes­ presídios é um retrato do que Internacional de Estudos Peni­ após a pena cumprida. “Ar­ rumamos trabalho, escola e cur­ mulheres e de frente para o temunhou a experiência de sua acontece na sociedade como tenciários, ligado à Universida­ sos para aqueles/as que se inte­ quadrante masculino. Temos conversão na cadeia no Encon­ um todo. de de Essex, no Reino Unido, ressam. Para alguns/as que não um sistema de áudio pelo qual tro Nacional de Pastores e Pas­ “Esta predominância acom­ aponta que a média mundial de podem voltar para suas cidades, falamos da sala da delegacia e o toras em 2008. panha uma tendência de cresci­ encarceramento é 144 presos/ O coordenador do Ministé­ mento dos/as evangélicos/as na as para cada 100 mil habitantes. a Associação concede ajuda para som chega também para todos rio Carcerário, Nilton José de sociedade, apontada pelo Ins­ No Brasil, o número de presos/ moradia. Às vezes as igrejas não os presos”, disse. O Pastor José chama atenção Brito, convertido há oito anos, tituto Brasileiro de Geografia e as chega a 300 pessoas para cada podem ir, mas podem arrecadar produtos de higiene. A primeira para aqueles/as que querem sabia que queria fazer algo para Estatística (IBGE). Na pesquisa, 100 mil. coisa que quero fazer é um ca­ desenvolver esse tipo de minis­ anunciar as Boas-Novas. “Pri­ dastro para igrejas metodistas tério. “O trabalho na prisão é meiro foi necessário superar fazerem doação de produtos de muito importante, porque pre­ a timidez de falar em público. cisamos restaurar a dignidade Comecei após o convite do lí­ higiene”, finalizou. Em Rondônia (RO), a Pastora das pessoas que estão ali. Nosso der anterior. Fui e nunca mais metodista e Cabo da Polícia Mi­ litar, Luciana Soares Rêgo, atua diretamente com detentas. Ela já livrou, inclusive, uma pessoa SAIBA MAIS que estava prestes a se suicidar; pelo menos que ela saiba. “Ti­ A Assessoria da Câmara e Direitos Humanos (ACDH) da 3ª Revemos um testemunho muito gião Eclesiástica se pronunciou na ocasião do primeiro masforte de uma ex-presidiária. sacre que ocorreu no presídio de Manaus (AM), no início deste Ela pegou um caco de vidro e ano. O manifesto publicado na página da ACDH e no site do decidiu que iria tirar a vida. Expositor Cristão expressa a solidariedade e compaixão com Eu a chamei e ela me olhou as­ os/as familiares das vítimas e sugere que os/as metodistas resustada, porque pensou que eu Carceragem da alizem ações nas igrejas locais em prol dessa causa. Delegacia de Santo tivesse visto o pedaço de vidro Antônio da Platina O Manual Prático para o Ministério Carcerário orienta sobre o com ela, mas na verdade eu só recebe visitas de direito dos/as presos/as, ação junto às vítimas e suas famílias, queria entregar o no Cenáculo. metodistas todas leis penais, regimes e da progressão, prisão familiar e sobre Ela contou, posteriormente, que as sextas-feiras. a liberdade condicional. A Pastoral está disponível gratuitaentrou na cela e leu a história mente no site da Sede Nacional da Igreja Metodista em www. de uma pessoa que tinha sido metodista.org.br. presa também e teve sua vida


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BÍBLIA Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

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arte da amizade é o de­ senrolar de sentimentos e ações mais belos que existem entre as pessoas. É doa­ ção de tempo, espaço, cumplici­ dade e doação baseada somente no amor. Por isso, o escritor dos provérbios afirmou que “... há amigo mais chegado do que um irmão” (Pv 18.24b). O que significa amizade na pós-modernidade quando ho­ mens e mulheres se transfor­ mam cada vez mais em seres egocêntricos, exclusivistas e in­ diferentes aos relacionamentos interpessoais? A resposta a essa pergunta leva-nos a refletir so­ bre o comportamento do gêne­ ro humano na atualidade. Com o domínio da tecnolo­ gia, o ser humano tem se tor­ nado um fracasso em construir relacionamentos amigáveis com o/a seu/a semelhante. In­ tolerância, descaso e desrespei­ to somados a outros elementos são indicadores que ajudam a fundamentar esse fracasso. Relacionar-se física, emocio­ nal e sentimentalmente tem sido para as pessoas que vivem no mundo tecnológico da pós­ -modernidade desafiador. Fácil e prático mesmo é constituir vínculos amigáveis através das redes sociais. Ao primeiro si­ nal de insatisfação no relacio­ namento virtualmente criado é só clicar em uma tecla do computador, tablet, iPhone ou outro aparelho e instantanea­ mente a amizade se desfaz. Simples assim. O medo, por sua vez, também adquire um ímpeto e uma lógi­ ca no contexto de vida relacio­ nal da humanidade. Esse aspec­ to é um forte inibidor de toda e qualquer intenção pré-existente nas pessoas no que se refere a criar relacionamentos duradou­ ros e próximos. Esse fator é res­ saltado quando a vida social das pessoas se altera e passa a ser desenvolvida atrás de muros, sob a proteção de seguranças contratados/as. Quando diri­ gem veículos blindados, portam armas e frequentam escolas es­ pecializadas em artes marciais. O medo estimula a assumirem uma postura defensiva e de distanciamento na convivência social. Isso as transformam em gente solitária e incomunicável. A decepção causada pelo fra­ casso de um relacionamento fraterno entre amigos/as, que tinha todas as possibilidades em dar certo, também tem se constituído para muitos/as um paradigma de resistência ao valor da amizade. É que a dor é muito intensa quando ocor­ re tal decepção, originada de

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Amizade no mundo pós-moderno

O Dia da Amizade é comemorado no dia 14 de fevereiro, já o Dia do Amigo, no mês de julho.

uma palavra mal pronuncia­ abriam mão de um relaciona­ fé, “meu amigo” (Is 41.8 cf. II Cr da, um gesto negativo, um ato mento com o/a vizinho/a, paren­ 20.7; Tg 2.23). Foi a obediência desonesto ou até mesmo por te e estrangeiros/as forjados/as pela fé incondicional que fez de uma traição semelhante àquela por exigência da vida dura que Abraão amigo de Deus. praticada por Judas em relação levavam. Na categoria de cris­ Outro personagem consi­ a Jesus (Mc 14.10). derado amigo de Ninguém que tri­ Deus foi Moisés. lha uma rota ar­ Em Êx 33.11a, le­ “Fácil mesmo é ter amigos quitetada assim se mos: “O Senhor expõe a assumir ou falava com Moisés por meio das redes sociais. Ao a construir nova­ face a face, como primeiro sinal de insatisfação mente um relacio­ quem fala com seu namento amigável amigo...”. Isso de­ no relacionamento, basta com o outro. monstra a extensão clicar em um botão que a De maneira ra­ do relacionamento cional e análoga, entre Deus e Moi­ amizade se desfaz” pelos padrões e sés. Relacionamen­ estilos de vida im­ to verdadeiro entre postos pelo mundo amigos. pós-moderno, a amizade foi tãos e cristãs, devemos reafirmar Já no Novo Testamento, os/ reduzida a um mero e insigni­ o que as Escrituras Sagradas en­ as discípulos/as de Jesus são por ficante detalhe impessoal e/ou sinam sobre este assunto. Ele chamados/as “amigos/as”, O exemplo maior sobre a e não mais servos/as, isto pela profissional. amizade entre nós tem a sua tamanha proximidade e cum­ Como podemos gênese em Deus. Gostaria de plicidade existente entre eles/as. resolver isto? apontar dois exemplos no An­ Em Jo 15.12-15 lemos: “Vós sois No mundo bíblico, a amiza­ tigo Testamento e um no Novo os meus amigos... tenho-vos de obedecia a padrões precei­ Testamento. Segundo as Escri­ chamado amigos, porque tudo tuais estabelecidos pela tradição turas Sagradas, o próprio Deus quanto ouvi de meu Pai vos te­ de homens e mulheres que não chamou Abraão, o patriarca da nho dado a conhecer”.

Por onde devemos começar a resolver o problema da crise ou da falta de amizade?

A reflexão sobre este assunto é bastante pessoal. Se temos a consciência de que a amizade en­ tre nós é uma orientação bíblica, não devemos resistir em viven­ ciarmos a sua prática. O apóstolo João escreveu “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (I Jo 4.20). O ato de sermos amigos/as deve nascer em cada um/a de nós, em nossa particula­ ridade, pautado pelas palavras do apóstolo. É impossível para o gê­ nero humano viver isoladamente sem se envolver fraternalmente com o/a seu/a semelhante. A arte da amizade, além de ser divina, gera convivência entre pessoas com liberdade. Soli Deo Gratia Rev. Juarez Ferreira de Jesus Pastor na 4ª Região Eclesiástica


HISTÓRIA

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Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

Igreja Metodista: 150 anos no Brasil Redação EC

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m 2017 a Igreja Metodista celebra 150 anos de metodismo no Brasil. A se­ cretaria para a vida e missão da Igreja está avaliando, juntamente com o Colégio Episcopal (CE), as ações que poderão ser realizadas para marcar a data durante o ano. O Expositor Cristão publicará uma série de reportagens especiais sobre o tema em todas as edições de 2017. Está em fase de finalização o selo come­ morativo que poderá ser utilizado nas pro­ gramações das igrejas locais e sedes regio­ nais. A sugestão é que se utilize a imagem, reforçando assim a importância de se con­ tar a história de nossa instituição pelo Bra­ sil afora. Iniciamos a série com um resgate histórico de matérias publicadas nas pági­ nas do Expositor Cristão para relembrar o início do metodismo em terras brasileiras.

Os dez primeiros anos de trabalho com os/as brasileiros/as O período entre 1876 e 1886 é geralmente denominado de “Missão Ransom”, visto que ele organizou toda a estrutura. Ele não teve pressa para esta­ belecer o campo de trabalho: descartou Piracicaba, fez um reconhecimento do Rio Grande do Sul, mas escolheu o Rio de Janeiro como centro estratégico para propagar o metodismo. J. J. Ransom iniciou sua pregação mais tarde, a fim de dominar o português. Em janeiro de 1878, iniciou sua pregação em inglês e em português, no Rio de Janei­ ro. Os/as primeiros/as brasilei­ ros/as foram recebidos/as à co­ munhão da Igreja em março de 1879, sem serem rebatizados/as. No mês de julho seguinte, qua­ tro pessoas da família Pacheco foram recebidas. Ransom casou-se com Annie Newman no Natal de 1879, que veio a falecer em meados do ano seguinte. Ele regressou aos Es­ tados Unidos em busca de mais pessoas dispostas a contribuir na tarefa missionária no Brasil. Voltou, dois anos depois, com James L. Kennedy, Marta Watts e o casal Koger. Todos contri­ buíram na expansão geográfi­ ca da missão e também para a educação. A educadora Marta Watts veio como missionária com a ta­ refa de educar crianças e moças brasileiras. O Colégio Piraci­ cabano, primeiro educandário metodista no Brasil, foi funda­

O Metodismo no Brasil Junius Estaham Newman, pastor me­ todista e Superintendente Distrital, foi o pioneiro da obra metodista permanente no Brasil. “J. E. Newman, recomendado para a Junta de Missões para trabalhar na América Central ou Brasil”: essa foi a nomeação que ele recebeu em 1866, na Conferência Anual. Após ter servido durante a Guerra Civil Americana como capelão às tropas do Sul, observou que muitos/as metodistas do Sul emigra­ ram para as Américas do Sul e Central e acompanhou-os/as.

do em 13 de setembro de 1881, com a matrícula de apenas uma aluna, Maria Escobar. Fatores como capacidade e dedicação da diretora e o novo método do Colégio chamaram novas alu­ nas a partir do ano seguinte. O educandário foi a semente para a Unimep (Universidade Meto­ dista de Piracicaba), criada em 1975. Frances S. Koger, ou sim­ plesmente Fannie, fundou uma escola para crianças pobres em Piracicaba, demonstrando, as­ sim, o interesse pela educação de crianças pobres, um fato que não é tão conhecido. Além dos missionários fundadores das principais igrejas - Ransom, Rio de Janeiro, 1879; Koger, Piraci­ caba, 1881, e São Paulo, 1884; e Kennedy, Juiz de Fora, 1884 -, destacam-se, por exemplo, três obreiros leigos que precederam Kennedy na preparação do tra­ balho em Juiz de Fora e outros primeiros obreiros leigos. Bernardo de Miranda, Lud­ gero de Miranda, Felipe Rela­ ve de Carvalho e Justiniano de Carvalho receberam nomeação episcopal em 1886. Na Confe­ rência Anual de 1887, com ex­ ceção de Ludgero, todos foram admitidos à Conferência em caráter de experiência. Mas na Conferência Anual de 1890, o bispo J. C. Granbery admitiu os quatro obreiros, ordenando-os diáconos. Algum tempo depois, leigas foram chamadas de “Mu­ lheres da Bíblia”, ocupando-se com visitações e leitura da Bí­ blia com outras mulheres. Em 1° de janeiro de 1886, foi publi­ cada a primeira edição do Me­ todista Católico, atual Exposi­ tor Cristão.

A Guerra deixou endividada a Junta, sem possibilidade de enviar obreiros/ as para qualquer local. Newman finan­ ciou sua própria vinda ao Brasil, com suas modestas economias. Chegou ao Rio de Janeiro em agosto de 1867, mas fixou residência em Saltinho, cida­ de próxima a Santa Bárbara d’Oeste, província de São Paulo. Desde 1869, pregou aos/às colonos/as, e, dois anos mais tarde, no terceiro domingo de agosto, organizou o “Circuito de Santa Bárbara”.

Catete Cated ra l do

Ig reja Metod ist

a em Piracicaba

.

Cated ra l Metod ista São Pau lo. de

Conferência Anual

Em setembro de 1886, foi realizada a Conferência Anual (que hoje equivale a um Concílio Geral), na capela da Igreja Metodista no Catete, em 16 de setembro de 1886, abrangendo duas coisas diferen­ tes: área geográfica e assembleia metodis­ ta anual. O território metodista no Brasil possuía quatro centros principais: CATETE (RIO DE JANEIRO): com duas congregações - estrangeira (com pregação em inglês) e brasileira, totali­ zando 63 membros. Um novo templo foi inaugurado em 5 de setembro de 1886, às vésperas da Conferência Anual. SÃO PAULO: tinha apenas 13 mem­ bros arrolados, mas sem propriedades. JUIZ DE FORA E PIRACICABA: possuíam templos modestos, com 31 e 70 membros, respectivamente. Nos quatro centros principais e em outros menores contavam-se 214 membros arrolados e seis pregadores locais. A Conferência Anual formulava a es­ tratégia da região; os itinerantes (prega­ dores), que eram avaliados com relação ao seu trabalho e seu caráter e recebiam nomeação do Bispo. Um motivo primor­ dial tornava essencial a organização de uma Conferência Anual: reconhecer, com urgência, o metodismo brasileiro como pessoa jurídica, uma ênfase da 2ª Con­ ferência Anual Missionária, em julho de 1886. O governo imperial não reconheceu

a Junta de Missões como pessoa jurídica. Somente na República que a Conferência Anual foi reconhecida como pessoa jurí­ dica, para desapontamento da liderança da Igreja daquela época. A necessidade de organizar uma Con­ ferência foi reconhecida pela Conferên­ cia Geral da Igreja Metodista Episcopal Sul, que deu autorização para o primei­ ro Bispo visitar a Missão, para constituir a Conferência. Em virtude dos poucos membros com que a Conferência conta­ ria, o bispo Granbery quase desistiu de realizá-la. Os/as obreiros/as nacionais ainda não eram itinerantes; Newman foi rebaixado para pregador local na Confe­ rência dos EUA; Koger havia morrido, em janeiro de 1886, e Ransom foi "devolvido" em agosto daquele ano. Apenas o chamado “Trio de Ouro” participou do evento: Kennedy (evange­ lista, construtor de igrejas e o historia­ dor do metodismo brasileiro, com o livro “Cincoenta Annos de Methodismo no Brasil”); Tarboux (pregador e pastor das principais Igrejas Metodistas e primeiro bispo da Igreja Metodista do Brasil, eleito em 1930) e Tucker (agente da Sociedade Bíblica Americana e fundador do Insti­ tuto Central do Povo). O Bispo convocou os três membros para a organização da Conferência Anual, muito simples e bre­ ve, mas um dos momentos decisivos do metodismo brasileiro.


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MÍDIA Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

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GIRO DE

NOTÍCIAS

O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

Expositor Cristão DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO

MAXINARÉ: BASE MISSIONÁRIA METODISTA MAXINARÉ É INAUGURADA NO RIO GRANDE DO NORTE O Pastor Georg Emmerich encaminhou para a redação do Jornal Expositor Cristão imagens que mostram o templo da Base Missionária da Igreja Metodista em Maxinaré, no Rio Grande do Norte. No vídeo é possível conhecer o templo que há um ano e meio segue “pregando a palavra de Deus e fazendo a obra do Senhor”, como afirma Emmerich.

RÁPIDAS Aquecimento Global: O ano de 2016 bateu o recorde de ano mais quente desde 1880, quando foram feitos os primeiros registros, informaram cientistas na Nasa e da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês), no dia 18 de janeiro. Este é o terceiro ano consecutivo em que o recorde é quebrado.

30% DE DESCONTO As Instituições Metodistas de Ensino Superior de todo o país vão oferecer em 2017 uma condição especial para membros da Igreja Metodista (IM). A oferta é de 30% de desconto em cada mensalidade a partir do terceiro mês do curso e isenção da segunda parcela.

Paz em meio ao caos: No dia 6 de janeiro, um tiroteio deixou 5 mortos/as e 8 feridos/ as no Aeroporto Internacional Fort Lauderdale–Hollywood (EUA). O Pastor Metodista John Schlicher estava no local com a família e contou como conseguiu encontrar clareza em meio à tragédia para socorrer os/as feridos/as. Guerra na Síria: As negociações de paz entre o governo de Bashar al-Assad e os grupos rebeldes sírios começaram no mês de janeiro em Astana, no Cazaquistão, segundo o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu.

DEPRESSÃO A Depressão será o tema debatido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2017. A doença atinge cerca de 350 milhões de pessoas no mundo em todas as faixas etárias. A organização trabalha com o lema “Let’s talk” ou “Vamos conversar”, em português, para reforçar a existência e as formas de prevenção.

A dignidade do ser humano, cada dia mais, é ameaçada pela violência estrutural, conjuntural e pessoal, presente nas diversas esferas deste contexto PLANO NACIONAL PARA A VIDA E MISSÃO (PVMI)

MAIS LIDAS

AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

CÂNONES

CHACINAS

Os Cânones 2017 da Igreja Metodista no Brasil e outros documentos oficiais da organização foram publicados entre dezembro e janeiro no site nacional e disponibilizados com download gratuito. Confira em www.metodista. org.br.

“O preso é uma pessoa humana como vocês”, afirma manual cristão carcerário metodista. A Igreja Metodista considera que “os presídios devem ser para reeducação e tratamento dos indiví­ duos, e para tal precisam estar devidamente equipados e organizados”. (Leia mais na página 8)

O Dia Mundial de Oração (DMO) 2017 é um evento que acontece anualmente na primeira sexta-feira de março em mais de 170 países. O movimento reúne principalmente mulheres cristãs dispostas a afirmar a própria fé, compartilhando suas experiências. A arte principal do material este ano foi produzida pela metodista Rowena “Apol” Laxamana, artista gráfica independente que frequenta a Igreja Metodista Unida em Cavite, Filipinas. A desenhista descobriu seu talento quando serviu como voluntária após o tufão Ondoy, desastre natural que devastou as Filipinas e o Vietnã em 2009. “Todas as mulheres são bonitas. Quando observo diferentes emoções e expressões, me inspira a criar arte”, explica Rowena. Em 2015, uma metodista também foi responsável por ilustrar o material. A cubana Ruth Mariet Trueba intitulou sua imagem como “No Umbral da Infância”. A cada ano, o grupo escolhe um tema específico comum para todas as comunidades dispostas a celebrarem a data. Da mesma forma, um país é escolhido para ser o alvo de oração e conscientização das igrejas no mundo inteiro. Este ano, as mulheres das Filipinas escolheram o tema “Estou sendo injusto com você?”, com base no texto do capítulo 20 do Evangelho segundo Mateus, na Bíblia Sagrada. Junto com o tema também é divulgado um rico material de apoio, que este ano conta com dois estudos bíblicos sobre a justiça de Deus, cartaz da campanha em alta resolução, informações sobre a República das Filipinas incluindo fotos e mapa e formulário para solicitar o material impresso. Todo o material litúrgico convida para uma reflexão sobre a injustiça social na República das Filipinas e no mundo. O país com cerca de 103,12 milhões de habitantes teve o DMO introduzido em 1947, quando o evento foi organizado pelo Conselho de Mulheres Unidas das Igrejas Filipinas. Um dos objetivos do DMO é arrecadar ofertas para entidades socialmente relevantes. O valor arrecado no último ano ultrapassou os 60 mil reais no Brasil.


DISCIPULADO Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

A importância da adoração

Adorar é avivar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente com a verdade de Deus, purgar a imaginação pela beleza de Deus, abrir o coração ao amor de Deus, consagrar a vontade ao propósito de Deus (Willian Temple)

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Para melhorar o desempenho de música e arte das nossas Igrejas locais, O Discipulado na vida do artista é uma ferramenta de grande valor, pois apresenta meios que vislumbram o aperfeiçoamento técnico, emocional e espiritual. As pessoas chamadas para exercerem este ministério específico de música e arte, especialmente em suas igrejas locais, são desafiadas ao constante aprimoramento pessoal e ministerial, na perspectiva da santidade pessoal, conduta coerente com o evangelho, no templo e nos grupos pequenos, assim como fora desses espaços. O livro também instrui a que os/as artistas evitem simplesmente copiar ou seguir os modismos, mas que busquem em Deus letras com conteúdo bíblico/teológico, melodias e ritmos que edifiquem a Igreja e despertem nosso povo para a verdadeira adoração, o serviço e a prática do discipulado como estilo de vida, como expressão de nossa obediência ao chamado missionário de Jesus Cristo. Oro para que este livro seja uma poderosa ferramenta de tratamento para musicistas e artistas. Adonias Pereira do Lago Bispo-presidente do Colégio Episcopal Igreja Metodista

O discipulado na vida do artista

LANÇAMENTO

O discipulado na vida do artista

Editeo

© ARQUIVO EC

emos no Antigo Testa­ mento que Deus, desde o princípio, estabeleceu a adoração como uma forma de o povo viver. Vemos que adora­ ção a Ele, o buscá-lo para suas guerras e batalhas, ouvir a sua voz através dos profetas sempre foi algo que caminhou junto com o povo de Israel. Deus sempre buscou uma forma de que seus/as filhos/as se aproximassem dEle, tivessem contato com Ele. Em Gênesis 3.8, na “viração do dia”, quando Deus caminhava pelo jardim, ou “ouviam a voz do Senhor”, vemos que Adão estava acostu­ mado a estar com Deus. Eno­ que, em Gênesis 5.22-24, andou com Deus, e vemos que Ele o tomou para si, pois em seus tre­ zentos e sessenta e cinco anos de vida, ele andou com Deus. Será que Enoque conhecia o que era adorar a Deus? Vemos tantas histórias, tantos momentos na Bíblia, nos quais Deus amou e continua amando o Seu povo. Me arrisco a dizer que é por causa desse amor que começa a adoração. Assim como sabemos que Ele era, é e há de vir a ser, assim é a adora­ ção, que começa com Ele, passa por Ele e termina nEle. Ela co­ meça nEle, pois sempre houve adoração desde antes, Salmos 93.2, “Desde a antiguidade, está firme o teu Trono, tu és desde a eternidade”. Ela passa por Ele, pois Ele é “... entronizado entre os louvores de Israel”, Sl 22.3, e termina nEle, assim como em Apocalipse 7.12, “Amém! O lou­ vor, e a gloria, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder e a força sejam ao nosso Deus pelos séculos dos séculos. Amém!” Costumo dizer que dentro de nós existe um “DNA” de ado­ ração. Fomos criados/as com adoração dentro de nós; o que

Encontro Nacional de Discipulado e Missão realizado na cidade de Curitiba (PR), em 2014.

“Adoração não é música, mas sim um desejo profundo de estar com Ele; não tem como não se prostrar e adorá-lo” precisamos saber é para onde vamos direcionar esta adoração. Normalmente o que mais sai de nossos lábios é o que realmente adoramos. Se falamos muito de futebol, de trabalho, de filhos, de Deus, de carro... Onde está o nosso foco, aí estará a nossa adoração. Isso não quer dizer que não podemos obviamente falar de outras coisas, mas o que me impressiona é ver quantas pessoas dizem que estão com Deus e que buscam a sua face, mas não dedicam nenhum tem­ po sequer para estar com Ele e ouvir a Sua voz. Ouvir a voz de Deus não é simplesmente ir

CD MÚSICAS E DIVERSÃO Produção Executiva: Neusa Cezar e Telma Cezar Instrumentistas: Violão: Fábio Pereira da Silva Percussão: Humberto Júnior Rangel dos Santos

à Igreja todos os domingos ou às programações eclesiásticas. Para ouvir a voz de Deus, é preciso fé (crendo que Ele real­ mente fala), tempo (onde per­ cebemos que nunca “perdemos tempo” quando estamos com Ele, mas sim “gastamos tempo” com Ele) e “energia” (força, de­ dicação e desejo profundo). Antes de Jesus ir ao Getsê­ mani, em Mateus 26.32, ele diz aos/às discípulos/as, “Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vós para a Ga­ lileia”. Quando Ele ressuscitou, as mulheres foram ao sepulcro e o anjo disse: “Vão depressa e

Arranjos: Fabio Henrique Pereira da Silva Gravação, Mixagem e Masterização: Estúdio: Universidade Metodista de São Paulo - UMESP. Técnico de estúdio: Zilmar Ruiz Falcão Apoio: Departamento Nacional de Escola Dominical / Igreja Metodista

Para adquir o CD basta enviar e-mail para poemasdiversao@gmail.com ou pelo telefone (11) 2813-8605.

digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. É como vos digo!” (Mateus 28.7). Galileia é um lugar de muitas monta­ nhas, e eles tiveram que su­ bir para se encontrar com Jesus e, quando o viram, o adoraram... (Mateus 28.16). Adoração não é música, mas sim um desejo pro­ fundo de estar com Ele, até porque quando realmente vemos o Senhor, não tem como não se prostrar e ado­ rá-Lo. Esse desejo de estar com Ele, de ouvir Sua doce voz é gerado porque existe dentro de nós um amor que nos preenche por comple­ to. A Bíblia nos diz em I Jo 4.19: “nós amamos porque Ele nos amou primeiro”. É este amor que nos une a Ele mesmo e nos leva a adorá­ -Lo com o melhor que te­ mos e com tudo que somos. Separe um tempo para estar com Ele, deseje pro­ fundamente estar com Ele e sua vida será infinitamente diferente. Lembre-se: ado­ ração não é música, mas sim um estilo de vida! Nelson Junker www.nelsonjunker.com.br

Paulo Lockmann Edson Mudesto Vagner Marcos Freire Glaucia Mendes Oliveira Silvestre Carlos Henrique Silvestre Onofre Paulo César Welte Jonas Falleiro Júnior Leandro Miranda de Paula

DISCIPULADO NA VIDA DO ARTISTA Para melhorar o desempenho de música e arte das nossas igrejas locais, o Discipulado na vida do/a artista é uma ferramenta de grande valor, pois apresenta meios que vislumbram o aperfeiçoamento técnico, emocional e espiritual. As pessoas chamadas para exercerem este ministério específico de música e arte, especialmente em suas igrejas locais, são desafiadas ao constante aprimoramento pessoal e ministerial, na perspectiva da santidade pessoal, conduta coe­ rente com o evangelho no templo e nos grupos pequenos, assim como fora desses espaços. O livro também instrui a que os/ as artistas evitem simplesmente copiar ou seguir os modismos, mas que busquem em Deus letras com conteúdo bíblico/teológico, melodias e ritmos que edifiquem a Igreja e despertem nosso povo para a verdadeira adoração, o serviço e a prática do discipulado como estilo de vida, como expressão de nossa obediência ao chamado missionário de Jesus Cristo. Oro para que este livro seja uma poderosa ferramenta de tratamento para musicistas e artistas. Bispo Adonias Pereira do Lago

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ENTREVISTA Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

Elaine Rosendal assume a coordenação nacional do trabalho com crianças

A

partir deste mês, Elai­ ne Rosendal Siqueira da Silva assume a coorde­ nação do Departamento Nacio­ nal de Trabalho com Crianças (DNTC). O nome dela foi enca­ minhado em uma lista tríplice ao Colégio Episcopal no final do ano passado. As atividades que envolvem a coordenação do departamento são a preparação de encontros, produção de ma­ teriais de apoio, por exemplo, a Escola Bíblica de Férias, tex­ tos e histórias para a página da criança no Expositor Cristão. Elaine é a quinta geração de metodistas. O exemplo dos pais fez de Elaine uma pessoa dedi­

cada ao trabalho com as crian­ ças. “Sempre estive na igreja Metodista desde pequena, ven­ do o exemplo da minha mãe, avó e familiares que trabalha­ vam em várias áreas; também dedico minha vida a Deus de várias maneiras. Já atuei no lou­

vor, grupo de dança, como con­ selheira de juvenis e jovens, na superintendência de Escola Do­ minical, professora de crianças e coordenadora do ministério com crianças”, disse Elaine fez parte da equipe re­ gional como assessora da coor­ denadora, Myriam Prado, por nove anos. Em 2012, assumiu a coordenação do Departamento Regional de trabalho com Crian­ ças da 3ª Região Eclesiástica. Receber a aprovação para coor­denar o DNTC foi um mis­ to de surpresa e alegria. “Aceitei o desafio com alegria e temor, pois Deus falou comigo que era um novo desafio na minha vida e na vida da igreja. O ministério de Crianças tem uma impor­ tância muito grande na minha

Rogéria se despede da coordenação do DNTC Para quem sai da coordenação nacional do DNTC fica um até breve. Foram três anos e quatro meses que a ex-coordenadora de Trabalho com Crianças, Rogéria Valente Frigo, ficou à frente do Departamento Nacional. Ela avalia como um bom trabalho desenvolvido nesse perío­ do. Confira a entrevista abaixo!

EC: Ao olhar para trás você acredita que cumpriu seu ministério? ROGÉRIA: Entendo que sim. Primeiro porque sempre trabalhei com inteireza e sem economia de esforços. Pedi a direção de Deus e procurei ser honesta no cumprimento de minhas atribuições.

Qual foi a maior dificuldade encontrada na caminhada do DNTC?

O trabalho na área Nacional tem as suas especificidades dada a distância em que estamos das pessoas, que é para onde vai o resultado da nossa ação. Tendo eu vindo de uma experiência tão próxima das pessoas, que é próprio do trabalho nas coordenações regionais, foi bastante difícil lidar com essas distâncias. Produzir sem ver o trabalho acontecendo, saber que o material está destinado para ajudar as pessoas sem conhecer todas as realidades, de certa forma, é um desafio. Acaba sendo um trabalho de fé, pois produzimos crendo e orando para que aquele material venha a ser útil e facilitador nas igrejas locais.

Tem algum projeto missionário em mente para o próximo Período Eclesiástico?

Ao longo de todos esses anos trabalhando no Departamento Regional da Primeira Região (18 anos) e depois no DNTC, também tenho sido professora na Escola Dominical na igreja local, em Três Rios (RJ). Posso afirmar que hoje, no meu coração, está um desejo muito forte de me dedicar mais a essa turma e a outras ações da nossa igreja local.

Durante sua gestão, deu para perceber que as igrejas locais investem nas pessoas que trabalham com crianças e nas próprias crianças?

Com base em algumas pesquisas que veiculamos, temos percebido que grande parte do pessoal que trabalha com crianças é do sexo feminino. As pessoas iniciam seu trabalho ainda muito jovens na fé, permanecem no ministério por pouco tempo, geran-

vida de nossas crianças, en­ sinando e incluindo nossos/ as pequenos/as no Reino de Deus”, alertou Elaine. Ela ressalta também a im­ portância dos/as pastores/as na valorização das crianças na comunidade local para mostrar com ações concretas a impor­ tância delas no Reino de Deus. Valorizar o ministério local, os trabalhos distritais, regionais e nacionais com os trabalhos com crianças. “É importante que o grupo se capacite, dando opor­ tunidades para as crianças nos diversos ministérios e cultos”. Na perspectiva da nova coor­ denadora, a Igreja Metodista pode melhorar o trabalho com crianças. “Temos caminhado, mas há objetivos a serem alcan­ çados na questão da violência e proteção da criança, a qualida­ de do que é oferecido nas igre­ jas, formação de professores e professoras, inclusão das crian­ ças na vida da igreja (cultos, decisões e outros), conscienti­ zação do papel da família. Nos­ so trabalho é bem amplo, mas essencial no Reino de Deus”, finalizou.

do um fluxo e alternância de pessoal constante e, consequentemente, um eterno recomeço com novas equipes se formando. Vemos que esse grupo está sempre ministrando nos horários que estariam ouvindo a pregação (durante as pregações dos cultos e na Escola Dominical). Essa situação a longo prazo pode comprometer a caminhada de fé dessas pessoas e gerar isolamento.

Fomentar que as pessoas desse grupo estejam envolvidas também com outros projetos da igreja (a fim de evitar o isolamento). É importante fazer com que sintam que o trabalho é visto e reconhecido pela igreja.

Penso que as igrejas locais precisam investir em capacitação desse pessoal para o trabalho, mas também na formação de um ambiente de relacionamento com o grupo e com a igreja; investir num trabalho contínuo de manutenção de equipes, criando um horário alternativo para que esse grupo se reúna para estudar a Bíblia e orar juntos.

O que recomendaria para a próxima coordenadora?

Eu quero dizer a Elaine que o que vier às suas mãos seja feito conforme as suas forças. Sei que Deus moveu todo o processo de indicação e nomeação da Elaine e sei que estará com ela no desenvolvimento desse ministério. Estou certa de que será um bom momento para o Departamento Nacional de Trabalho com Crianças sob a sua coordenação.

Rogéria, 3ª pessoa da esquerda para a direita, com a equipe no Encontro Nacional em 2016. © JOSÉ GERALDO MAGALHÃES

José Geraldo Magalhães

vida, portanto, precisamos in­ vestir nas crianças para o Reino de Deus. Quando perguntei sobre as expectativas, Elaine recor­ reu aos documentos da Igre­ ja. “Quero ser uma bênção no DNTC, ajudando a fortalecer e a valorizar as nossas crianças, ou seja, que elas possam ser “nossa prioridade”, como diz na Pastoral da Criança da Igreja Metodista. Espero poder apren­ der e ensinar nesta diversidade que é a Igreja Metodista”, disse. A nova coordenadora dará continuidade nas ações do DNTC, mas deseja “ampliar os recursos que estão disponíveis no DNTC de forma mais efeti­ va e fazer uma interação maior entre as pessoas que trabalham ou querem trabalhar com as crianças”. Elaine aponta a importância do trabalho realizado nas igre­ jas locais com as crianças, pois é lá que existem as oportuni­ dades de ensiná-las sobre a fé. “É na igreja local que a pessoa que trabalha com crianças irá conscientizar a Igreja sobre a importância do seu papel na


PÁGINA DA CRIANÇA Fevereiro de 2017 | www.expositorcristao.com.br

Tempo de despedida e boas-vindas Uma conversa com pais e educadores/as

“Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: 'Quem enviarei? Quem irá por nós? E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!” (Isaías 6.8)

N

ossa Igreja Metodista funciona na estrutura de dons e ministérios. Está organizada em níveis: local, distrital, regional e nacional, tendo em cada um desses níveis organismos responsáveis por dar dinamismo ao trabalho missioná­ rio da igreja. Dentro desse contexto, está o Trabalho com Crianças que, no nível local, chama-se ministério, e nos demais é cha­ mado de Departamento. Não são vários trabalhos, ou várias igrejas, mas é um só trabalho, desenvolvido nos diversos níveis, para que haja unicidade e dinamismo, pois somos uma só igreja. Os Departamentos Distritais, Regionais e Nacional de Trabalho com Crianças são orientados em seu funcionamento pelos Cânones (que é o nosso documento nor­ mativo). São organizados por lideranças eleitas e nomeadas para exercerem suas atribuições, de acordo com o período ecle­ siástico (2 anos nas Regiões e 5 anos na área Nacional). O Departamento Nacional de Trabalho com Crianças tem, neste ano de 2017, uma

nova Coordenadora eleita, a irmã Elaine Rosendal Siqueira da Silva, esposa do Pas­ tor da Igreja Metodista Glauco Antonio Siqueira da Silva. Ela tem 41 anos, é mem­ bro da Igreja Metodista há 30 anos, está há cerca de 23 anos no trabalho com crianças, tendo atuado nas equipes Local e Regional de Trabalho com Crianças. É mãe do Este­ vão, de 11 anos, e da Yohana, de 5 anos. Foi escolhida pelo Colégio Episcopal e COGE­ AM dentre nomes indicados pela equipe do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças, para exercer suas atividades neste período eclesiástico. Pais, mães e pessoas que trabalham com crianças devem estar atentos/as às propos­ tas da Área Nacional, geralmente dispo­ nibilizadas através do site oficial de nossa Igreja Metodista, e, ao realizar as propostas, buscar adequar à sua realidade local. É im­ prescindível que aproveitem os espaços de comentários no site para dar um retorno, relatando como foi realizado e apontando suas sugestões. Esse feedback pode ajudar na produção dos próximos materiais.

DISCIPULANDO MENINOS E MENINAS Uma conversa para pais e filhos/as OBJETIVO: Possibilitar experiências que despertem na criança o desejo de servir a Deus. TEXTO BÍBLICO: 1 Coríntios 12.5-11 DESENVOLVIMENTO: Leia o texto bíblico sugerido junto com as crianças e, se hou­ ver alguma delas que saiba ler, peça que ela mesma faça a leitu­ ra. Explique que o Espírito Santo dá dons à Igreja com a finalidade de que sejam proveitosos para o seu crescimento e fortalecimen­ to. Diga que Ele é quem distribui os dons, mas compete a cada um de nós usá-los com diligência e determinação – não convém escondermos nossos dons, dei­ xando que os/as outros/as traba­ lhem sozinhos/as. Esclareça que a Igreja é um corpo – um orga­ nismo que, para funcionar bem, precisa que todos estejam ajusta­ dos e atuando (cada um em seu lugar) – e que o Espírito Santo nos molda, transformando-nos a cada dia. Ele trabalha em nós, produzindo o seu fruto (amor,

alegria, paz, perseverança, be­ nignidade, bondade, fé, mansi­ dão e domínio próprio). Dê a cada criança uma bola (bexiga) de borracha (dessas de festa de aniversário). Peça que encham suas bolas, mas que não as amarrem, e as segurem no alto com firmeza. Dizer que no dia de Pentecos­ tes o Espírito Santo de Deus des­ ceu sobre a Igreja com línguas como de fogo. Peça que ima­ ginem como aconteceu e diga: olhem para o alto e soltem suas bolas AGORA! Diga às crianças que nossos dons nos são dados pelo Espírito Santo de Deus, pois somos parti­ cipantes da Igreja de Cristo e que esse dom não é nosso, não de­ pende de nós para existir, existe para servirmos uns aos outros. Ao final da atividade, ore com as crianças, pedindo que o Espí­ rito Santo de Deus lhes dê dons e lhes oriente a servir movidos por Ele. Rogéria de Souza Valente Frigo Coordenadora do Departamento Nacional de Trabalho com Crianças

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Vigília Clamor e de

ENGAJAMENTO

por um novo tempo pelo Brasil e por seu povo!

sexta-feira de cada mês das 22h às 24h

Toda última

Informações: Site da Sede Nacional em www.metodista.org.br ou no link https://goo.gl/0I2u1D


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