Expresso da Linha n.º 5 - 28 de Fevereiro de 2014

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Sintra

Número 5

www.expressodalinha.pt | info@expressodalinha.pt

gratuito | quinzenário | 28 Fevereiro 2014 Director: Sérgio Fonseca

Ano 1

extingue

duas das três

empresas municipais

n expressodalinha

w A Câmara de Sintra rejeita

a decisão do anterior executivo de fundir as três empresas municipais numa nova mega-empresa. Em alternativa, extingue duas e recria outra, integrando os cerca de 500 trabalhadores na estrutura do município, num processo que está a preocupar alguns sindicatos. l . 4 e 5 págs

“A Tapada das Mercês encontra-se numa situação crítica” Os moradores da Tapada das Mercês dizem ter as “vidas suspensas e a sufocar” devido ao “abandono” da urbanização por parte da empresa construtora e da autarquia nos últimos 20 anos. Mas o actual presidente da câmara assegura que vai resolver o problema até ao final do mandato.

w A PSP quer encerrar 11 esquadras

da capital, quatro delas em bairros municipais, para poupar 53 mil euros, redireccionar agentes para funções de policiamento e promover a visibilidade policial. Mas os autarcas, instituições e moradores prometem lutar contra a medida. l pág. 11

amadora Câmara descontente com mudanças nos transportes públicos w O executivo da Amadora é unânime

l págs. 12 e 13 n expressodalinha

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Lisboa Autarcas e associações contestam encerramento de esquadras

nas críticas à forma como o Governo toma decisões sobre acessibilidades e transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa, sem informar ou consultar as autarquias. l pág. 8


Opinião

Editorial

redes sociais | código qr | ficha técnica

in http://sintradoavesso.blogspot.pt/

Lamentável confusão

Não pode valer tudo

A sugestiva foto foi obtida no Parque da Liberdade, neste trecho inequívoco, sobre a Volta do Duche e não no local referido na legenda.

Como toda a gente sabe, o Parque das Merendas é distante, lá para as bandas da Estrada da Pena. Nem o facto de, neste Parque da Liberdade, se poder merendar num recanto adjacente à área em que a imagem foi obtida, desculpa a confusão suscitada, nem mais nem menos do que pela própria Câmara Municipal de Sintra. Que um autarca recém-chegado a Sintra não soubesse que “aquele edifício” sobre o qual pedia informação, era o Palácio Valenças, enfim... Coisa bem diferente esta, de um serviço da autarquia, que se permite publicar, a título de “Fotografia do Dia”, uma de local tão emblemático da Vila, onde Maria Gabriela Llansol e tantos de nós o defendemos da barbárie que já tinha sido decidida da construção de um parque de estacionamento subterrâneo. Não deixando de ser sintomática, esta aparentemente inócua confusão, quase resulta em ofensa às memórias do lugar. Por vezes, as confusões têm destes efeitos. Também por isso, todo o cuidado é pouco.

N

ão demos notícia disso, mas este projecto foi inicialmente registado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) como ‘Linha de Sintra’. Infelizmente, o título não chegou ao prelo porque uma empresa concorrente antecipou-se alguns dias ao registo no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI)… Entre atrasar o arranque e contestar a usurpação, ou avançar com nova designação, optou-se pela segunda, com maior rigor na confidencialidade da ideia, e cumprindo novamente os registos na ERC e no INPI. Em simultâneo, foram denunciadas as práticas ilegais da empresa em causa, que mantinha no mercado (em Sintra, Cascais e Oeiras) vários títulos com registos provisórios caducados há anos, directores que não estão registados na Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, como manda a lei, e fichas técnicas fantasiosas, nomeadamente nas tiragens. E assim nasceu o Expresso da Linha, com todos os registos legais cumpridos e com colaboradores experientes, mas a ter de competir comercialmente com algumas publicações criadas de raiz à margem da lei. Umas mudaram entretanto de nome, embora continuem a ser divulgadas nos antigos perfis nas redes sociais. Outra, de

Além das irregularidades, da desonestidade, da falta de palavra, mérito e profissionalismo, estas práticas configuram concorrência desleal e colocam em risco qualquer projecto que se queira afirmar pela qualidade e profissionalismo, como pretende o Expresso da Linha outra empresa similar, dá-se ao luxo de publicar artigos assinados que são plagiados de blogues, outros jornais locais e nacionais, e até da agência Lusa. Em comum têm tiragens fantasiosas entre os 55 mil e os 35 mil exemplares, valores que garantidamente não imprimem, dado que não ultrapassam os cinco ou seis mil por edição, e práticas comerciais de guerrilha. Basta passar pela gráfica na madrugada da impressão e olhar para o tamanho das pilhas de jornais, o método mais acessível, já que as gráficas que os imprimem recusam facultar as tiragens reais, alegando que são dados reservados. Além das irregularidades, da desonestidade, da falta de palavra, mérito e profissionalismo, estas práticas configuram concorrência desleal e colocam em risco qualquer projecto que se queira afirmar pela qualidade e profissionalismo, como pretende o Expresso da Linha. É tempo das entidades com competência nestas diversas áreas imporem alguma ordem no que se passa na imprensa regional. Os nomes dos títulos em causa foram já indicados a quem de direito. Resta-nos esperar e manter o nosso rumo. w sfonseca@expressodalinha.pt

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Ficha Técnica Director Sérgio Fonseca sfonseca@expressodalinha.pt Colaboradores Bento Amaro, Luís Galrão, Milene Matos Silva, Nélson Mingacho e Susana Paula Paginação Sara Pereira

Propriedade/Editor

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Sérgio Paulo Fonseca Unipessoal, Lda. Capital Social 5.000,00 Euros Registo ERC nº 126430 Registo INPI 521894 B NIF 510 880 002 Depósito Legal 368254/13 Sede Rua Rosa Mota, 2 - Loja A, Monte Abraão, 2745-015 - Queluz Contacto 21 5933337 Redacção 21 5933337 Edição Online www.expressodalinha.pt www.facebook/expressodalinha E-mails geral@expressodalinha.pt; opinião@expressodalinha.pt;

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Destaque sintra

Câmara extingue duas empresas municipais e recria a Sintra Quorum O executivo revogou a mega-empresa municipal criada por Fernando Seara e em alternativa integra na autarquia e nos SMAS mais de 500 trabalhadores. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

A Assembleia Municipal de Sintra deverá discutir e votar hoje, dia 28 de Fevereiro, a reorganização do sector empresarial local aprovada recentemente pelo executivo. A proposta passa pela fusão de parte da empresa de higiene pública HPEM nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), pela internalização da limpeza urbana (varrição) e da empresa municipal EDUCA (escolas) na Câmara de Sintra, e pela transformação da Sintra Quorum, alargando o seu objecto social à Quinta da Regaleira (da Fundação Cultursintra) e ao antigo Casino, e internalizando na câmara o Complexo Museológico de São Miguel de Odrinhas. Na reunião privada do executivo realizada no dia 21, a proposta apresentada pelo presidente Basílio Horta (PS) contou apenas com a abstenção do vereador da CDU. “Esta é a maior reforma que o município sofre pelo

Os sindicalistas admitem que os planos da autarquia vão ao encontro das propostas que já haviam apresentado ao anterior executivo, mas lamentam o atraso no processo n expressodalinha

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menos nos últimos vinte anos e, considero que é de extrema relevância política a maioria com que foi aprovada, pois contou, além dos votos favoráveis dos vereadores do PS (4) e PSD (2), com os votos favoráveis do movimento do Dr. Marco Almeida (4)”, salientou o autarca. Segundo Basílio Horta, trata-se de “uma proposta coerente, de defesa do serviço público e que garante o cumprimento da lei 20/2012”, que impõe a extinção das empresas municipais sem solvabilidade, como são o caso da EDUCA e da HPEM, esta com uma dívida a rondar os 9 milhões de euros. A decisão revoga a criação da mega-empresa “Sintra Património Mundial”, herdada do executivo anterior (Coligação Mais Sintra), e que, segundo o presidente da câmara, não convenceu o Tribunal de Contas (ver caixa). Esta reorganização irá afectar 559 cola-

Tribunais

Basílio Horta assume “a firme intenção de lutar, com todos os meios e recursos, inclusive judiciais”, para “salvaguardar os postos de trabalho da totalidade dos trabalhadores envolvidos” boradores municipais já a partir de dia 1 de Março, alguns dos quais já pertencem aos quadros da autarquia, e outros serão integrados em regime de cedência de interesse público e terão, futuramente, de candidatarse a um concurso para a integração nos quadros, uma situação que preocupa a vereação e os sindicatos (ver caixa).

“Se o objectivo é salvaguardar o maior número de postos de trabalho, não faria sentido avaliar a integração de toda a actividade da varrição da câmara nos SMAS? Evitar-se-ia, dessa forma, a necessidade de abertura de concurso para admitir nos quadros municipais os 51 varredores afectos à data à HPEM, integrando directamente nos quadros dos SMAS, à semelhança do que acontecerá com os colaboradores afectos à recolha”, alertam os quatro vereadores do movimento Sintrenses com Marco Almeida. PCP lamenta processo “atabalhoado”. Já o PCP, justifica ter-se abstido na votação “porque considera que um processo com esta importância não pode ser decidido de forma atabalhoada, sem auscultar os trabalhadores e envolver as suas organizações representativas, sob

trabalhadores

Sindicato preocupado com postos de trabalho O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) continua a recusar a inclusão do banco de horas e da adaptabilidade no acordo colectivo a celebrar com a Câmara de Sintra, e alerta os trabalhadores para o processo de reorganização das empresas municipais. “Aceitamos a ideia de que a integração de trabalhadores comece a 1 de Março, mas o processo é difícil e falta-nos informação”, disse no dia 14 o presidente do STAL durante um plenário que juntou cerca de centena e meia de trabalhadores frente aos Paços do Concelho. Os sindicalistas admitem que os planos da autarquia vão ao encontro das propostas que já haviam apresentado ao anterior executivo, mas lamentam o atraso no processo. “Estamos no bom caminho, porque é uma proposta muito próxima da que defendemos, mas hoje estamos em piores condições, pelo que apelo aos trabalhadores que não assinem nenhum acordo de transferência sem que o sindicato o veja primeiro, até porque têm seis meses para o assinar”, pede Francisco Brás, apelando também à participação na Assembleia Municipal de dia 28. Já os trabalhadores, demonstram preocupação e desconhecimento. “Gostava de saber o que vai acontecer ao meu posto de trabalho, porque se passar para a câmara e tiver de vir todos os dias para Sintra, em vez de continuar em Mem Martins, tenho de pagar transportes. Isso pesa muito no orçamento e a minha vida já está muito difícil”, queixa-se Maria Emília Silvestre, que trabalha há 21 anos no departamento de varrição, até agora a cargo da HPEM.

câmara de sintra

Autarquia desiste da mega-empresa ‘Sintra Património Mundial’ Com esta reestruturação, a Câmara de Sintra revoga a criação da empresa ‘Sintra Património Mundial’, cujos estatutos foram aprovados em 2013, pouco antes das eleições autárquicas, e que resultava da fusão das empresas municipais EDUCA, HPEM e Sintra Quorum. Esta sociedade anónima de responsabilidade limitada foi aprovada em Fevereiro de 2013, numa Assembleia Municipal marcada pela contestação de dezenas de trabalhadores. Antes, o executivo presidido por Fernando Seara havia já aprovado a criação da ‘Sintra Património Mundial - Sociedade de Gestão e Reabilitação Urbana’, que além das empresas municipais, englobaria os SMAS. Esta solução, baseada num estudo de mais de 70 mil euros encomendado à empresa Ernst&Young, pretendia “garantir a viabilidade financeira” da nova estrutura, mas foi duramente contestada pelos sindicatos e pela CDU, que recusaram a integração dos SMAS, e acabou por ser alterada. Segundo por ler-se na fundamentação da proposta agora aprovada pelo executivo, a solução herdada do anterior mandato “suscitou fundadas dúvidas ao Tribunal de Contas”, sobretudo “quanto ao estudo de viabilidade económico-financeira e de racionalidade económica”. Acrescem dúvidas da Inspecção-Geral de Finanças, bem como o facto de que, para os socialistas, a prestação de serviços tão distintos pela mesma empresa local “não salvaguarda a qualidade e a especificidade de cada uma, nem gera sinergias de eficiência, eficácia e de optimização dos recursos públicos”.

pena de serem postos em causa serviços públicos de importância estratégica para as populações”. Apesar de ser contrário à criação de empresas municipais, o PCP também não concorda com a lei que obriga à extinção dessas empresas e abre a porta à “entrega de serviços públicos estratégicos à gestão privada”. “A internalização é uma solução à qual o PCP não se oporia por princípio. No entanto, só pode ser realizada sem se garantirem direitos conquistados, nomeadamente o direito ao posto de trabalho, ao vínculo e à remuneração”, defendem os comunistas, que já viram recusado na Assembleia da República um projecto de lei neste sentido. O PCP alerta, ainda, que “a proposta levada à reunião de câmara sofreu uma alteração final que coloca grandes responsabilidades a todo o Executivo”, nomeadamente a inclusão da “defesa total, até às últimas consequências, incluindo a via judicial, de defesa dos direitos dos trabalhadores, incluindo remunerações, vínculos e carreiras”. Basílio Horta admite “via judicial” para salvaguardar postos de trabalho. O aditamento proposto por Basílio Horta foi aprovado por unanimidade. Nele, o autarca assume a título pessoal, e enquanto presidente, “a firme intenção de lutar, com todos os meios e recursos, inclusive judiciais”, para “salvaguardar os postos de trabalho da totalidade dos trabalhadores envolvidos”. Basílio Horta critica o facto dos trabalhadores transferidos para a autarquia, em regime de contrato de cedência, terem de passar posteriormente por um concurso para integrar os quadros, ficando ao mesmo nível de “quaisquer cidadãos que se candidatem pela primeira vez ao exercício de funções públicas”, ou a outros provenientes do quadro de mobilidade da função pública, e ignorando o seu posicionamento salarial. “Não se compreende, nem se aceita, que os trabalhadores das empresas municipais sejam tratados de forma injusta e atentatória dos mais básicos princípios laborais e constitucionais”, escreve o autarca. Por isso, reclama a alteração do Orçamento de Estado para 2015, nomeadamente a eliminação da possibilidade de candidaturas externas ao universo municipal, dando preferência aos trabalhadores das empresas agora extintas e integradas, bem como a eliminação da exigências em matéria de remunerações, permitindo que possam manter o mais possível os mesmos salários. “Não se diga que não é possível. Bastará, à semelhança do que se fez em 1996, a propósito dos contratos a prazo, permitir que os postos de trabalho a prover através dos procedimentos concursais sejam preferencialmente ocupados por candidatos aprovados, que se encontrem em regime de cedência de interesse público, permitindo, por outro lado, que se mantenham as posições remuneratórias aproximadas à remuneração que corresponde à actual situação remuneratória nas empresas”, defende.


Autarquias sintra

Câmara e Ambiente querem ‘apressar processos’ O protocolo assinado entre a Câmara de Sintra e o Ministério do Ambiente vai permitir o arranque de mais um conselho estratégico de Basílio Horta, desta feita dedicado ao ambiente e ordenamento do território. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

O presidente da Câmara de Sintra acredita que o novo Conselho Estratégico Ambiental (CEAS), cujo protocolo assinou há uma semana com o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia (MAOTE), vai permitir ultrapassar a descoordenação com a administração central. “É a primeira vez que as instituições do Estado em matéria ambiental, se sentam à mesa com as instituições da câmara. É claro que não vamos mudar leis, nem vamos tomar decisões, mas vamos apressar os processos”, afirma. Basílio Horta afirma que o acordo assinado por Jorge Moreira da Silva demonstra também a importância política do concelho e a “posição diferenciada” do governante. “Foi aqui que pela primeira vez o Ministério do Ambiente decide sentar-se ao mesmo nível da câmara a discutir problemas do ambiente e da gestão territorial. Isso é uma mais-valia e uma grande visibilidade. Não sou votante neste Governo, mas temos de reconhecer que este ministro traz uma lufada de ar fresco à acção governativa”. O CEAS deverá reunir em Março, sob a presidência de Nunes Correia, ex-ministro do ambiente de José Sócrates e docente no Instituto Superior Técnico (IST), entidade com a qual a autarquia irá celebrar um acordo de colaboração no valor de 10500 euros anuais. “É uma compensação para o IST, que disponibiliza o professor, que não recebe nada”, explica o autarca, que irá sugerir algumas prioridades para a primeira reunião. Litoral, bairros ilegais e reabilitação urbana entre as prioridades. “Deverá abordar assuntos de natureza geral, como a orla costeira, as áreas urbanas de génese ilegal (AUGI) – uma praga e uma PUBLICIDADE

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Ministro Moreira da Silva admite que “ninguém vai legislar e decidir à mesa” n expressodalinha

w O CEAS reúne em Março, sob a presidência de Nunes Correia nódoa, não apenas para o concelho, mas para o país - e a Área de Reabilitação Urbana (ARU), cujo projecto será apresentado à vereação a 11 de Março. Depois, vamos ver se há outros de natureza particular, como investimentos que estejam parados porque não há ainda parecer do ministério. Suponho que há alguns na área hoteleira, uns que não poderão ser deferidos, outros que poderão ser deferidos como estão, e outros após modificações. Espero que o CEAS seja

para apressar a decisão sobre processos que têm estado pendentes”, diz. Questionado sobre a ausência das associações ambientalistas, o autarca explica que o novo organismo destina-se apenas a juntar entidades públicas, mas que poderá ouvir a sociedade civil sempre que entender. Também a Parques de Sintra – Monte da Lua, empresa pública, poderá “estar presente sempre que quiser” ou quando houver matérias relacionadas com a sua área. Sintra servirá como projecto-piloto, diz Ministro do Ambiente. Para Jorge Moreira da Silva, o protocolo tem “um grande simbolismo, mas também grande utilidade prática associada, e deve ser valorizado à luz da situação em que vivemos”, sobretudo na fase pós-Troika. “Dificilmente encontraríamos outro concelho

em relação ao qual se justificasse uma mesa como esta. Sintra é o segundo município mais populoso do país, isso comporta riscos e oportunidades, uma grande pressão sobre os recursos, mas ao mesmo tempo um grande valor económico associado à massa crítica resultante da população; tem valores naturais e paisagísticos muito relevantes, com 36% do território de Sintra entre o Parque Natural e a Rede Natura, acima da média nacional; e tem um litoral muito rico, com grande benefício económico, mas também com fortes vulnerabilidades. Razões por si só suficientes para justificar uma atenção e uma disponibilidade redobrada dos serviços do ministério, para compreender as preocupações da câmara e contribuir para a qualificação do processo de decisão”. O governante salienta que “ninguém vai legislar e decidir à mesa”, mas acredita que o CEAS será “muito relevante”. “Julgo que será muito benéfica esta partilha de informação e de experiências, que vai permitir seguramente uma qualificação do processo de decisão. Só nos resta esperar pelos resultados. Espero que possa ser utilizado noutros concelhos, porque isso vai aproximar da lógica local as opções que são tomadas no contexto da política pública”. Já o presidente da nova estrutura, Nunes Correia, diz ter “a melhor expectativa possível”, mas admite que não será uma tarefa fácil. “Nada que é importante é fácil, mas vai ser possível de certeza. Veja o ambiente que aqui se criou e a vontade de fazer coisas. As administrações central e local são muito sensíveis à orientação política que vem de cima, e vimos aqui como há vontade de colaborar. Tenho a certeza de que se conseguirá dar passos importantes. O meu papel é o de mediador e de ajudar a coordenar estas actividades”, disse na cerimónia protocolar o professor do Instituto Superior Técnico.


Breves

Pires de Lima reúne em privado com empresários O ministro da Economia foi o primeiro convidado do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, numa sessão extraordinária que decorreu na quarta-feira, mas ao contrário do que foi divulgado pela autarquia, o encontro decorreu à porta fechada. António Pires de Lima não quis que a comunicação social ouvisse o que tinha para dizer a este organismo consultivo do presidente Basílio Horta, composto por duas dezenas de empresários do concelho e presidido por João Talone. No final do encontro, o governante saudou a iniciativa que, “se funcionar, pode ser um exemplo para outras autarquias”.

Parque e Palácio da Pena foram os mais visitados do país em 2013 Os parques e monumentos públicos sob gestão da Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML) registaram em 2013 cerca de 1.708.000 visitas, com o Parque e Palácio da Pena a somar o maior número de entradas (787.000), o que o torna no local mais visitado do país, entre todos os palácios, museus e monumentos. No ano passado, manteve-se também a proporção de cerca de 90% de estrangeiros e 10% de portugueses a visitar os espaços geridos pela PSML. De entre os visitantes estrangeiros destacam-se os espanhóis (cerca de um quinto) e o aumento de turistas brasileiros, orientais e dos países do Leste da Europa.

Sintra, Amadora e Lisboa com tolerância de ponto no Carnaval Os trabalhadores municipais de Sintra, Amadora e Lisboa vão poder contar com tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval. Em Sintra, Basílio Horta justificou a concessão com a “tradição existente”, o mesmo argumento usado pelo edil da capital. “Num momento em que a crise parece querer levar tudo, é nosso dever colectivo saber manter vivas as tradições e o mais profundo da nossa cultura popular” defendeu António Costa, numa decisão que mereceu o agradecimento da “Embaixada da Tolerância”, um grupo de foliões de Torres Vedras que veio a Lisboa saudar a decisão.

Três dos sete Espaços do Cidadão terão serviços alargados Afinal, dos sete Espaços do Cidadão já anunciados pela Câmara de Sintra, três terão o formato de Loja do Cidadão, ou seja, disponibilizarão mais serviços. Sintra, Pêro Pinheiro e Agualva-Cacém devem receber em Março os primeiros três Espaços do Cidadão da rede de sete anunciada em Janeiro pela Câmara de Sintra. A novidade é que em Agualva-Cacém será disponibilizada uma verdadeira Loja do Cidadão, com mais serviços que em Sintra e Pêro Pinheiro. “A diferença é que as Lojas terão mais serviços da administração central, e não apenas os balcões multi-serviços que teremos nos Espaços do Cidadão, que serão assegurados por funcionários da autarquia”, explica o vereador com o pelouro do apoio ao munícipe. Esta solução deve-se à recusa do Governo em permitir que funcionários municipais ficassem responsáveis por serviços como o bilhete de identidade e o passaporte. “O Espaço por Cidadão tem por natureza funcionários municipais com formação adequada para uma panóplia de serviços, incluindo os da administração central, enquanto a Loja do Cidadão pode ter outros serviços, mas a administração central exige que os funcionários sejam seus, porque têm receio relativamente à falsificação de documentos”, explica Eduardo Quinta Nova. Assim, a ideia é abrir no concelho três Lojas do Cidadão, que irão servir os grandes centros urbanos – Agualva-Cacém, Queluz/Belas e Algueirão-Mem Martins, numa rede que será complementada com quatro Espaços do Cidadão em Sintra, Pêro Pinheiro, Massamá/ Monte Abraão e Rio de Mouro, ajustados à dimensão das freguesias. No entanto, para evitar confusões, a autarquia deverá designar todos de Espaços do Cidadão, embora uns tenham um conceito mais próximo das actuais Lojas do Cidadão e outros sejam semelhantes aos actuais Gabinetes de Apoio ao Munícipe (GMA), mas com serviços alargados. “Na última reunião, o Governo deu a entender que veria com muito bons olhos que lhes continuássemos a chamar Loja do Cidadão e até manifestava abertura para termos Lojas e Espaços do Cidadão. Eu é que acho, para não confundir as pessoas, que devemos manter uma denominação uniforme, sendo que será transmitido aos

Mercado do Cacém vai acolher Loja do Cidadão n expressodalinha

Sintra

É o primeiro Espaço do Cidadão a abrir já em Março

Pêro Pinheiro Zona norte do concelho será servida por 6 balcões no Edifício Multiusos

Agualva-Cacém

Cidade terá Loja do Cidadão com 20 a 25 postos de atendimento

munícipes que haverá Espaços do Cidadão que estão nos grandes centros urbanos que terão dois ou três serviços a mais do que os outros”, esclarece Eduardo Quinta Nova. O primeiro Espaço do Cidadão a abrir será o de Sintra, “em Março, com a transformação do GAM de Sintra, para as pessoas perceberem quais são os novos serviços do Instituto de Emprego e Formação Profissional, Autoridade das Condições de Trabalho, Ministério da Cultura, Portal da Saúde, etc., numa palete de serviços mais alargada do que a existente”, explica o autarca. Seguir-se-á o de Pêro Pinheiro, com seis postos de atendimento, no novo espaço multiusos, e o Agualva-Cacém, no formato alargado, será o terceiro, e irá funcionar nas renovadas instalações do mercado do Cacém. “A ideia é que aqui possam existir entre 20 e 25 postos de atendimento”, avança. Além do bilhete de identidade e do passaporte, a câmara espera conseguir atrair serviços de correios e de finanças. “Espero que dentro de dois meses estes equipamentos sejam uma realidade. Os restantes serão abertos progressivamente ao longo do ano”. L.G.

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Amadora

autarquias

Obras do Metro da Reboleira, embora em fase adiantada, estão paradas desde Junho de 2011 n câmara da amadora

Autarcas unânimes na luta pela melhoria dos transportes públicos A Câmara Municipal da Amadora aprovou, por unanimidade, uma proposta sobre as acessibilidades e transportes no concelho. milene matos silva w mmsilva@expressodalinha.pt

A ideia partiu dos vereadores da CDU, mas foi acolhida positivamente por todos os partidos, porque “esta é uma questão demasiado séria para divisões”, reflectiu a presidente da autarquia, Carla Tavares. A paragem nas obras do Metro da Reboleira, cuja estrutura está praticamente concluída, faltando apenas a colocação dos carris e finalização da estação, assim como o anúncio da suspensão da carreira da Carris 764 (entre a Damaia e a Cidade Universitária) que serve os munícipes da Amadora, mas cuja PUBLICIDADE

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decisão de suspensão foi, entretanto, cancelada, levou a que os vereadores da CDU apresentassem uma proposta ao executivo. Depois de limadas algumas arestas, todos os partidos foram favoráveis ao documento. Até os vereadores eleitos pelo PSD resolveram aprovar a proposta, por este ser “um problema sério” e que “deve ser encontrado um consenso entre todos e devem ser tomadas medidas com o conhecimento das autarquias da Área Metropolitana de Lisboa”, referiu o social-democrata Carlos Silva. Segundo Francisco Santos, vereador da CDU, autor da iniciativa, “há uma grande necessidade de investimento nos transportes públicos”, mas “é ao contrário a que se assiste”. A presidente Carla Tavares, sublinhou que a autarquia “está unida nesta matéria”. “Pedimos ao Governo que todas as medidas tomadas na área dos transpor-

tes sejam feitas com as autarquias e não de costas voltadas, uns para os outros”. No documento aprovado pelas três forças políticas pode ler-se que “no último mês têm sido múltiplas as notícias relacionadas

Críticas

“Tem havido um manifesto desinvestimento e degradação no sector dos transportes públicos nos últimos anos, como é o caso do Metropolitano de Lisboa, CP Lisboa, Carris e Vimeca”

com as alterações que o Governo pretende introduzir nos transportes públicos da Área Metropolitana de Lisboa”. No entanto, “os municípios não receberam qualquer informação”, lamentam. “Tem havido um manifesto desinvestimento e degradação no sector dos transportes públicos nos últimos anos, como é o caso do Metropolitano de Lisboa, CP Lisboa, Carris e Vimeca”, refere ainda o documento, propondo, por isso, que “todas as decisões relativas aos transportes públicos sejam tomadas em concertação com as autarquias”. A proposta salienta ainda a necessidade de se tomarem medidas para melhorar a rede, assim como terminar as obras da Estação do Metropolitano da Reboleira. O documento foi entregue ao Ministério dos Transportes e mais tarde seguirá para a Assembleia da República.


Casa Roque Gameiro ganha nova entrada O edifício que permite a entrada para a praceta onde se situa a Casa Roque Gameiro, classificada como Imóvel de Interesse Municipal, foi alvo de uma reabilitação. milene matos silva w mmsilva@expressodalinha.pt

A Casa Roque Gameiro, mandada construir pelo artista e pintor que nela viveu com a sua família entre a sua edificação, em 1898, e a década de 30 do século passado, foi ao longo dos últimos anos sendo, cada vez mais, camuflada pela construção de prédios de habitação, fazendo com que muitos dos amadorenses desconheçam aquela obra arquitectónica que marca o estilo do início do seculo XX. O imóvel que foi em tempos uma casa de campo com uma vista privilegiada sobre a paisagem rural dos arredores de Lisboa, foi sendo confinada aos muros da casa, estando neste momento cercada de prédios. Ora, a sua entrada é feita através de um pequeno

n dr

w Autarquia reabilita acesso à Casa Roque Gameiro

túnel que sustenta um desses prédios, nada condizente com a casa que foi classificada como Imóvel de Interesse Municipal em 2012. Foi nesse edifício municipal que a autarquia resolveu intervir, pintando a fachada que estava degradada, tornando-a uniforme.

Nas traseiras que dão para o jardim da Casa, vêem-se agora pintadas nos estendais figuras que homenageiam as obras do mestre Roque Gameiro. Esta intervenção surge “na esteira da política de reabilitação urbana municipal, a par da assunção da comum responsabilidade dos proprietários de imóveis”, refere a autarquia em comunicado, acrescentando que “deu especial relevância à fachada que serve de cenário ao jardim do museu, utilizando-se, nas protecções dos estendais, desenhos que homenageiam a obra do mestre Roque Gameiro, símbolo cultural da cidade”. A casa, que corresponde ao piso da entrada principal e ao torreão, construído para habitação do pintor e sua família, é vulgarmente atribuído ao próprio Roque Gameiro. Tem um conjunto de azulejos com características singulares. Todo o primeiro piso está revestido com lambris de azulejos brancos. Um dos conjuntos mais emblemáticos é o da sala de jantar da família com um padrão de azulejos da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro, com temas naturalistas.

Deslizamento de terras obriga a evacuação na Brandoa No dia 13 de Fevereiro, após alguns dias de chuva forte e vento, um deslizamento de terras levou à evacuação de um edifício de três andares na Brandoa. Ao todo sete famílias foram retiradas das suas habituações, embora a maioria já tenham regressado. Apesar da proprietária do imóvel, Anabela Pereira, em declarações ao jornal Correio da Manhã, ter dito que a autarquia “nada fez” para estabilizar a encosta, uma nota da Câmara Municipal da Amadora adianta que “no próprio dia do incidente a autarquia procedeu de imediato a trabalhos de escoramento para que as terras não avançassem mais para dentro do edifício, atendendo ao perigo potencial de nova ocorrência no local.

A Protecção Civil Municipal acompanhou toda a situação e accionou os mecanismos necessários para a salvaguarda de pessoas e bens. Este deslizamento obrigou à evacuação do edifício e ao realojamento de cinco pessoas pela segurança social”. No entanto, Anabela Pereira alega que “o prédio ilegal há 30 anos, espera há três por uma assinatura da câmara”. Já de acordo com uma informação avançada pela câmara, “os terrenos, bem como o imóvel em causa, são propriedade privada e que desde há alguns anos, a Câmara Municipal tem vindo a notificar a proprietária para a consolidação do muro, de modo a evitar que situações destas ocorram”. M.M.S.

Câmara e proprietária trocam acusações n mms

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Lisboa

autarquias

Autarquias responsáveis por mau estado das estradas Com as chuvas de inverno os buracos voltam às estradas das grandes cidades e podem trazer prejuízos e insegurança a quem circula. A DECO aconselha os condutores a reclamar junto das autarquias. susana paula w spaula@expressodalinha.pt

Num final de tarde de domingo, Judite Gamboa, funcionária pública, deixava Lisboa pela Avenida 24 de Julho em direcção a Oeiras. “Ia devagarinho” na faixa mais à direita quando passou por um buraco “não muito grande, mas profundo” que rebentou um pneu. Minutos depois, um segundo carro estaciona ao seu lado, também de pneu da frente furado. Este é um cenário que se repete um pouco por toda a cidade este inverno. Mas também nos concelhos à volta da capital, Amadora, Sintra e Oeiras. Pneus furados, jantes partidas, suspensões danificadas, prejuízos de centenas de euros, reclamações várias às câmaras. O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, critica a situação em Lisboa: “Todos se queixam do piso. É preciso apurar responsabilidades”, defendeu. Em Abril passado, o então vereador com o pelouro das obras públicas, Manuel Salgado, anunciou um investimento de cerca de 7 milhões de euros para a reparação das estradas da capital. Porque é que andar de carro em Lisboa volta a ser uma aventura? “Foram feitos remendos. O chão não é bem asfaltado, repavimentado. Com as chuvas os remendos cedem e os buracos voltam”, responde Carlos Barbosa. A mesma pergunta foi colocada à Câmara de Lisboa, que até à hora de fecho desta edição não respondeu. No entanto, numa reunião da Assembleia Municipal, o vereador com a pasta das obras públicas, Jorge Máximo, justificou o mau estado do pavimento com “as condições climatéricas” e que existem duas empreitadas em curso para arranjar buracos, admitindo que “há muito para resolver”. “Existem zonas de circulação rodoviária que apresentam maior risco. As equipas no terPUBLICIDADE

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n expressodalinha

w Polícia deve ser chamada no caso de sinistro

reno têm dado o seu melhor. A cidade não está como queríamos que estivesse”, disse. Além de circular com precaução na cidade, o líder do ACP alerta os sócios – e todos os condutores – a reclamar indemnizações junto das autarquias, caso sejam prejudicados pelo mau estado do pavimento. Também a Associação da Defesa do Consumidor, DECO, recomenda aos condutores que reclamem destas situações. Das mais de 50 denúncias apresentadas, “a grande maioria teve uma resposta positiva da câmara”. A jurista Ana Sofia Ferreira sublinha que “se o estado da via contribuir para um sinistro, e se deriva da falta da manutenção por parte da autarquia, ela deverá ser responsabilizada e ressarcir o consumidor”. Como? O primeiro conselho da DECO é chamar a polícia para fazer um auto do sinistro. “É muito importante, porque muitas vezes as câmaras municipais recusam avaliar a situação sem esse auto”, diz Ana Sofia Ferreira. Além disso, anexar à queixa “o máximo de documentação possível” - como fotografias do local, orçamentos de reparação, documentos do carro e testemunhas – e enviar uma carta à presidência da câmara. A DECO disponibiliza online um modelo destas reclamações. “Normalmente há uma resposta positiva por parte das câmaras em situações mais comuns, como os buracos na estrada que causam rebentamento de pneu, ou estrago de jante e suspensão. Outras situações mais complicadas dependerão da câmara e do problema”, admite a jurista, que explica que por vezes as autarquias invocam “situações meteorológicas extraordinárias” recusando a responsabilidade. Além do pagamento de indemnizações, a Câmara de Lisboa admite gastar este inverno mais 500 mil euros para tapar os buracos das ruas da capital.

Breves

Câmara garante que não irá remover a “boa calçada à portuguesa” A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade o Plano de Acessibilidade Pedonal, que visa facilitar a mobilidade na capital eliminando barreiras arquitectónicas, como a calçada portuguesa em zonas não turísticas, até 2017. O objectivo é tornar Lisboa numa “cidade para todas as pessoas, de todas as idades, com e sem deficiência, com mais e menos condições para andar a pé”, justifica a autarquia. Entre as medidas, está a remoção de calçada portuguesa em algumas zonas da cidade, mas a câmara garante que defenderá “uma boa calçada à portuguesa”.

Feira do Livro regressa a Lisboa no final de Maio A Feira do Livro está de regresso ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, entre 29 de Maio e 15 de Junho, para a 84.ª edição da iniciativa organizada pela APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, com o apoio da Câmara de Lisboa. A feira volta a contar com horário alargado: de segunda a quinta-feira, das 12h30 às 23h; sexta-feira, das 12h30 às 24h; sábados e vésperas de feriado, das 11h às 24h; domingos e feriados, das 11h às 23h.

Correios renovam frota em Lisboa com viaturas eléctricas Os CTT - Correios de Portugal investiram cinco milhões de euros na redução da frota de motorização convencional no transporte urbano na capital. A frota ecológica de 184 veículos, entre carrinhas e motociclos 100% eléctricos, foi apresentada a 26 de Fevereiro no Terreiro do Paço. De acordo com a empresa, liderada por Francisco Lacerda, as novas viaturas vão reduzir a pegada ambiental em mais de 1000 toneladas de CO2, o equivalente às emissões anuais geradas por 231 famílias.


Governo quer fechar esquadras da PSP em quatro bairros sociais da capital A PSP tem um plano para encerrar 11 esquadras de Lisboa, quatro delas localizadas nos bairros da Quinta da Cabrinha, da Zona J, do Padre Cruz e da Horta Nova. Câmara, juntas de freguesia, associações e moradores estão contra. Susana Paula w spaula@expressodalinha.pt

O projecto de reorganização do dispositivo policial no comando metropolitano (COMETLIS) de Lisboa propõe o encerramento de 11 esquadras da capital: Arroios, Santa Apolónia, Santa Marta, Boavista, Mouraria, Rato, Campolide, Zona J de Chelas, Horta Nova, Bairro Padre Cruz e Quinta da Cabrinha, sendo que estas últimas quatro localizam-se em bairros municipais. Com esta restruturação, a PSP pretende abrir dois serviços de atendimento partilhado e de policiamento de proximidade, poupar 53 mil euros, redireccionar agentes para funções de policiamento e promover a visibilidade policial. Mas os autarcas, instituições e moradores das freguesias que perdem as esquadras nos bairros estão contra as medidas. Em Alcântara, onde a esquadra do Quinta do Cabrinha pode encerrar, à contestação da junta de freguesia (PS) junta-se a de várias instituições que lá trabalham, admitindo deixar a zona com medo de um retorno da insegurança. Uma delas é a ENTREAJUDA – Apoio a Instituições de Solidariedade Social. Isabel Jonnet, que lidera a associação, admite que a saída da PSP e das associações fará com que Alcântara “volte a ter na Avenida de Ceuta o bairro problemático do Casal Ventoso”. Também a Associação de Reabilitação e Integração Ajuda teme que a saída da esquadra “potencie a desordem pública e a prática de algumas actividades ilícitas que possam

A PSP pretende poupar 53 mil euros, redireccionar agentes para funções de policiamento e promover a visibilidade policial n expressodalinha

Contestação

Autarca de Carnide admite barricar-se para impedir o encerramento de duas esquadras

actualmente estar ‘camufladas’ ou contidas”. Há 15 anos a Quinta do Cabrinha foi construída de raiz para dar casa a mais de mil famílias que viviam no Casal Ventoso. O bairro foi considerado problemático, mas as associações vêem na presença da PSP um “elemento apaziguador”. Já em Carnide, onde a reorganização prevê o encerramento das esquadras dos bairros de Padre Cruz (o maior bairro municipal da Península Ibérica) e da Horta Nova, o tesourei-

ro da Junta, Paulo Quaresma (ex-presidente pela CDU), admite barricar-se para impedir a medida. “Vamos usar todos os meios que estiverem à nossa disposição para que estas esquadras não encerrem”, afirma. O presidente da junta, Fábio Sousa (CDU), considera “gravíssimo” o encerramento das esquadras nos bairros municipais. “Era andar 25 anos para trás. O sucesso da diminuição da criminalidade deve-se ao trabalho da polícia”, diz. Também o presidente da Junta de Marvila (PS), onde está previsto o encerramento da esquadra da Zona J, considera que a freguesia não pode ficar sem esquadra da polícia. Perante estas críticas, o COMETLIS promoveu ontem reuniões com os autarcas para apresentar novas propostas que passam pela construção de novas esquadradas para substituir as que estão previstas encerrar. A PSP assegura também que os espaços manter-se-ão

abertos até que os novos agrupamentos estejam construídos. Em Marvila e em Alcântara as novas esquadras a construir serão na proximidade dos bairros municipais; em Carnide o novo espaço será no polo tecnológico Lispólis. “Tiram dos bairros para instalar numa zona de escritórios. Será uma esquadra de ninguém. A população está muito preocupada com isto. Não é uma razoável”, considerou Fábio Sousa, que mantém a posição contra o encerramento, mesmo com um novo espaço. Já os autarcas socialistas Davide Amado e Belarmino Silva admitem aceitar as novas esquadras. No entanto, para a Associação Sindical dos Profissionais de Polícia, a reorganização é positiva, “se for feita com o objectivo de pôr mais pessoas a fazer serviço operacional”. “Não é por existir posto num bairro que há mais ou menos segurança”, considera Paulo Rodrigues.

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Reportagem urbanismo

Moradores desesperam por legaliz Após duas décadas de indefinição e depois de instalada a degradação urbana, os moradores da Tapada das Mercês dizem estar a “sufocar”, mas querem acreditar nas palavras do presidente da câmara, que diz que irá resolver o problema neste mandato. luís galrão w lgalrao@expressodalinha.pt

O anúncio de meados da década de 90 do século passado prometia “um lugar para morar que já vem com todos os extras”, mas quase duas décadas depois, os moradores da Tapada das Mercês, na freguesia de AlgueirãoMem Martins, desesperam pelos prometidos equipamentos, pela degradação já evidente no espaço público e em muitos dos prédios, e pela legalização da urbanização. Na última reunião pública do executivo, a associação de moradores reiterou o apelo de que é preciso combater “o total abandono físico e psicológico” da urbanização. “Precisamos de respostas estruturais que tardam em acontecer, em prol dos mais de 20 mil habitantes, no território multicultural com a maior densidade populacional da Europa, onde habitam famílias de mais de 25 nacionalidades, e que continua ilegal, com as vidas de quem aqui mora suspensas e a sufocar”, diz o

presidente da Associação de Moradores da Tapada das Mercês. O apelo de Nuno Azevedo já havia sido feito por carta, mas os moradores quiseram reforçá -lo. “Temos tentado responder às várias preocupações dos habitantes e procurado uma luz ao fundo do túnel, mas o nosso trabalho não pode substituir o que cabe à câmara, porque a Tapada encontra-se numa situação crítica”, acrescenta o morador, lamentando que o atraso na legalização da urbanização tenha já levado à saída de muitas famílias. Um êxodo contrário a outra promessa do tal anúncio, que dava a entender que a Tapada das Mercês era o local onde encontrar “uma casa para morar o resto da sua vida”. A empresa Cintra - Urbanizações, Turismo e Construções, S.A. vendia casas “com tudo à volta”, como “escolas, bancos, centros comerciais, campos de ténis e uma variada rede de transportes”, numa “urbanização onde também não foi esquecida a harmonia arquitectónica”. Mas mais de vinte anos depois das primeiras construções, faltam vários

Associação de Moradores formou-se em 2011 e luta pela legalização da urbanização n expressodalinha PUBLICIDADE

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equipamentos que ilustram o anúncio, e os que existem estão degradados. Faltam equipamentos e fé nos políticos. Numa visita ao local na companhia de Nuno Azevedo, morador há 14 anos, e Isabel Cerqueira, a vice-presidente da AMTM, moradora há 18, são evidentes as razões de queixa. “Estamos há anos perante um imbróglio jurídico entre a câmara e a empresa construtora, porque não houve fiscalização durante as obras, e agora falta manutenção”, diz o presidente da AMTM, iniciada em 2011 e actualmente com cerca de 80 sócios. Faltam também “a igreja, as piscinas, os bombeiros, um centro de saúde em condições, o parque urbano e mais espaços verdes com equipamentos para crianças e jovens, porque dos 33% de espaços verdes previstos no projecto, ficaram apenas 17%”, acrescenta. E falta alguma fé nas promessas políticas. “Vieram cá no passado anunciar intervenções com muita pompa e circunstância, mas depois nada é exequível. E com o tempo, as pessoas deixaram de rever-se em qualquer organismo”, lamenta Isabel Cerqueira. O problema é vivido por Helena Oliveira, moradora há 20 anos, que também lamenta o estado de abandono do bairro, em parte porque os condomínios não têm dinheiro para cuidar dos prédios. “Há uns 10 anos fizemos um abaixo -assinado e vieram cá jardineiros arranjar os espaços verdes, mas só nas avenidas principais. Depois voltou a ficar tudo ao abandono e as pessoas já não querem saber. Muitos foram embora, porque estavam a acontecer coisas que não faziam parte do seu projecto de vida. Até a Câmara da Amadora comprou cá casas para habitação social”, conta. Outra preocupação é o eventual arranque da segunda fase da urbanização na Quinta da Marquesa, cujo projecto inicial previa cerca de seis mil fogos, “mas por pressão do anterior executivo de Fernando Seara terá baixado

para 2500”. Apesar de serem prédios mais baixos, com 6,5 metros, os moradores já recolheram 1500 assinaturas num abaixo-assinado a pedir que, em sede de revisão do Plano Director Municipal, se transforme aquela parcela em “área preferencial de recreio e lazer”. Basílio Horta promete resolver o problema. O actual presidente da câmara reconhece a gravidade da situação, que diz ser “o principal problema em termos urbanísticos” e lamenta o atraso. “Pedimos desculpa por em 110 dias não termos resolvido um problema que se arrasta há anos, mas


ização da Tapada das Mercês n expressodalinha

5 perguntas a:

Basílio Horta

Presidente da Câmara de Sintra O que está disposto a fazer para resolver o problema da Tapada das Mercês? A câmara está disposta a fazer investimentos nos equipamentos colectivos, tem que o fazer. E está disposta a ressarcir-se desses investimentos através das garantias da empresa que os devia fazer. Estamos a falar de um milhão e tal de euros, ou mais, se fizermos a estrada a ligar à Quinta da Marquesa, mas isso não é prioritário. Que tipo de obras são necessárias? Serão intervenções a nível de espaços verdes, passeios e estradas, mas nos prédios não podemos intervir. Há caves que não estão previstas e foram feitas, há andares que não estão com a cércea prevista, mas isso é outra questão. Agora, o que é importante é dar a melhor qualidade de vida a quem lá vive. É a preocupação da câmara neste momento, porque as pessoas não podem estar tantos anos à espera.

w Moradores contestam “o total abandono físico e psicológico” vamos tentar. Posso garantir que no meu mandato isso vai ser resolvido. Vamos lá por o dinheiro e alguém há-de ter que o pagar depois”, assegura.

Segundo Basílio Horta, para a autarquia recepcionar e assumir a gestão da urbanização, “deviam ser feitas as obras que faltam, mas a empresa urbanizadora está em sérias dificuldades financeiras”. Acresce que o executivo anterior alargou o prazo para a empresa as concretizar. “A câmara fez uma coisa espantosa: possibilitou à empresa executar o que faltava até 2017, e portanto estamos impedidos de executar as garantias até essa data”, lamenta. Este novo imbróglio está a ser analisado pela Directora Municipal de Ambiente, Planeamento e Gestão do Território, que já visitou a Tapada e deverá propor uma solução ao executivo.

dispensáveis. Faremos uns e iremos reparar outros. O Parque Urbano, por exemplo, tem o projecto feito, com recuperação da Capela de Nossa Senhora das Mercês e limpeza da mata, mas isso só avançará depois de resolvermos os problemas da urbanização. E estão previstos outros investimentos? O Pingo Doce planeia abrir uma loja no centro comercial, o que irá animar o espaço, e querem fazer uma bomba de gasolina. Isso com certeza significa também apoio à junta de freguesia e à Tapada das Mercês noutros equipamentos, porque são investimentos muito rentáveis e os empresários têm de pagar aquilo que é devido. O processo está a ser negociado à linha, porque no Cacém a BP pagou um milhão de euros para estar lá.

O projecto previa outros equipamentos colectivos. Há dinheiro para isso? Há várias coisas por fazer, mas nesta altura não temos capacidade. Vamos fazer o que é importante para a qualidade de vida das pessoas, como os equipamentos colectivos in-

Planeia passar as licenças de construção para o arranque da segunda fase? Não misturamos a Tapada das Mercês com a Quinta da Marquesa. Não podemos resolver um problema com outro. Não me venham dizer que é preciso dar o licenciamento à Quinta da Marquesa para acabar as Mercês, porque isso não aceito. Onde as pessoas vivem é na Tapada das Mercês, e aí que vamos ter de resolver a questão até ao final deste mandato.

“Todo o problema foi adiado para 2017, mas nós pretendemos resolvê-lo em 2014. Iremos chamar o urbanizador à responsabilidade, accionar garantias ou, em último caso, intervir no processo. Não temos uma solução de imediato, porque a anterior câmara enviou o problema para 2017, mas estamos com a mesma vontade de o resolver”, assegura a arquitecta Ana Queirós do Vale. Intenções bem recebidas pelos moradores, que aguardam pela sua concretização. “Precisámos destas palavras. É uma abertura que nunca sentimos dessa maneira, vamos ver como se concretiza”, diz Nuno Azevedo.

O morador saúda também os primeiros sinais de mudança no comportamento da autarquia, que no ano passado recebeu provisoriamente a urbanização, e já neste mandato começou a limpeza das zonas ajardinadas. “Deviam ser coisas banais, mas temos de lutar por elas”, desabafa. A próxima iniciativa da AMTM será uma reunião de balanço do trabalho já realizado, que terá lugar no dia 22 de Março, na Casa da Juventude, outro espaço que defendem que deve ser devolvido à população, sobretudo aos jovens, em vez de albergar serviços da Divisão municipal de Desporto.

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Sociedade associativismo

Projecto inovador documenta sons da Cova da Moura Uma equipa de investigação está a desenvolver um projecto inédito para estudar a música e a cultura da Cova da Moura. milene matos silva w mmsilva@expressodalinha.pt

Muitas vezes denominado como bairro degradado é também alvo de muita atenção por parte dos estudiosos. No Skopeofonia, que arrancou no início do ano e se prolonga até ao final de 2015, os investigadores são também moradores da Cova da Moura. Trata-se de um projecto inovador baseado numa metodologia participativa, deixando de existir o paradigma entre o investigador e o que é objecto de investigação. Neste processo, a equipa de investigadores incorpora pessoas do bairro. “Queremos acabar com a hierarquia que existe entre os investigadores e os investigados”, explica Susana Sardo, investigadora da Universidade de Aveiro. A ideia será “realizar um mapeamento da música que se faz na Cova da Moura”, explica Ana Flávia Miguel, outra investigadora. “O resultado final será um documento audiovisual que se irá construindo

ao longo destes dois anos”, acrescenta. Durante o processo, as investigadoras reúnem-se com cinco jovens do bairro, numa semana nas instalações do Moinho da Juventude, na Cova da Moura, na outra semana, deslocam-se à Universidade de Aveiro, sempre com a perspectiva de debater textos, analisar temas, assim como efectuar pesquisa sobre as práticas musicais do bairro, dando-as a conhecer. Tudo será filmado e documentado. Ao todo, o Skopeofonia vai envolver cerca de 15 pessoas. Celso Lopes, 31 anos, é um dos investigadores residentes no bairro. Para este jovem, “onde há música não pode haver maldade”, adianta, citando uma frase de Cervantes, dando o mote a uma discussão sobre a música que se faz no bairro. O projecto Skopeofonia é coordenado pelo Pólo da Universidade de Aveiro do Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança (INET-MD). Foi elaborado em parceria com a Associação Cultural Moinho

O Skopeofonia é coordenado pelo Pólo da Universidade de Aveiro do Instituto de Etnomusicologia n mms

da Juventude e partiu de uma ideia similar levada a cabo pelo Grupo Musicultura, sedeado num conjunto de favelas do Rio de Janeiro, no Brasil. Com a duração de dois anos, este projecto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Este é um dos muitos projectos que está a ser levado a cabo no seio da Associação Cultural Moinho da Juventude que trabalha há cerca de 30 anos no bairro, lutando para

melhorar a qualidade de vida dos moradores da Cova da Moura. São várias as actividades desenvolvidas pela associação, que emprega cerca de 80 trabalhadores, prestando apoio aos sete mil habitantes, dos quais 70 por cento são oriundos de Cabo Verde. Entre as valências, destacam-se a creche, o jardim-de -infância, cursos de alfabetização e formação profissional, assim como actividades com os jovens e apoio à legalização de imigrantes.

50 jovens europeus visitam bairro 6 de Maio na Amadora Cinquenta jovens dos 18 aos 25 anos, oriundos de 10 países da Europa, incluindo Portugal, participaram de 13 a 20 de Fevereiro num intercâmbio promovido pela associação Pranima, sob o lema “Desporto e Nutrição numa Vida Saudável”. A iniciativa, integrada em programas coPUBLICIDADE

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munitários, envolveu acções em Lisboa, Amadora e Sintra, tendo o grupo ficado alojado na pousada da juventude de Catalazate, em Oeiras. “A troca de vivências, conhecimentos e experiências, foi a mais-valia deste evento, onde cada participante contribuiu e usufruiu para que estas trocas tivessem a sua

eficácia. Mas a vertente do convívio, animação e diversão foram igualmente uma forte componente deste intercâmbio multicultural”, explica o director da Pranima. Segundo Paulo Escoto, o encontro teve numa primeira fase uma formação teórica/prática, culminando numa segunda

fase numa intervenção comunitária com as crianças do bairro 6 de Maio, na Damaia (Amadora), “onde as acções de sensibilização foram desenvolvidas através de actividades lúdico/desportivas e de animação”. A Pranima irá desenvolver mais intercâmbios em 2014-2015.


Património sociedade

Campanha pretende angariar 3500 euros para obras na Peninha Um grupo de cidadãos lançou na Internet uma campanha de angariação de fundos para recuperar as instalações de apoio ao Santuário da Peninha, na Serra de Sintra. No âmbito das actividades que já decorrem naquele espaço, o grupo, representado pelos animadores comunitários Nuno Archer e Daniela Vieitas, decidiu ajudar o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entidade responsável pelo local, a fazer algumas obras de beneficiação para melhor acolher os visitantes. “Lançámos uma iniciativa de “crowdfunding” (financiamento colectivo) convidando o máximo de pessoas a participar divulgando o projecto e investindo um valor monetário, pelo qual recebem uma recompensa indicada no site do projecto e associada ao valor investido”, explicam os promotores, que acreditam que a melhoria das condições do local irá trazer mais visitantes e dessa forma ajudar a combater o vandalismo. O projecto “Peninha: aprender com a natureza e a história” pretende angariar 3500 euros até dia 7 de Abril, para ajudar a “resolver o problema de abastecimento de água do santuário (casas de banho, cozinha e outras estruturas de apoio) e melhorar o isolamento, substituindo algumas janelas, fechaduras e portadas em mau estado. Segundo os promotores, o ICNF tem vários projectos para o local, que têm sido sucessivamente adiados por falta de verbas. Com esta campanha, quem quiser contribuir entre 5 e 200 euros deverá utilizar uma das plataformas nacionais de “crowdfunding”, a PPL, através do link http://ppl.com. pt/pt/prj/peninha. Se até à data proposta não for atingido o valor total, os donativos serão devolvidos a quem investiu. Actividades educativas dependentes da melhoria das instalações. “A primeira capela, chamada de S. Saturnino (no sopé dos penedos onde se ergue a Peninha),

Iniciativa termina dia 7 de Abril n câmara de sintra

w Donativos serão devolvidos se a meta não for atingida foi mandada construir por Pêro Pais, alferes-mor e porta-estandarte de D. Afonso Henriques. Já no reinado de D.João III, é construída uma segunda capela, a 460 metros de altura – onde a lenda relata o aparecimento de Nossa Senhora a uma pequena pastora da região –, que dá origem ao Santuário da Peninha. No século XVII, Pedro da Conceição, com o apoio do rei e das esmolas dos fiéis, constrói a Igreja que hoje existe e as casas dos romeiros de apoio aos peregrinos. Mais tarde o santuá-

rio virá a ser adquirido por António Monteiro (dono da Quinta da Regaleira) e dotado de novas infra-estruturas, passando depois para a tutela da Universidade de Coimbra. Depois de muitos anos de abandono e esquecimento, o Santuário é hoje da responsabilidade do INCF que, no início dos anos 90, dotou a Peninha de algumas infra-estruturas de apoio, nomeadamente casas de banho e acesso a água potável”. No entanto, devido à degradação e ao vandalismo, está em causa a continuidade das actividades educativas com crianças e jovens realizadas naqueles espaços. Além dos 3500 euros pedidos, dos quais cerca de 650 já foram angariados, os promotores garantem um contributo adicional pro bono no valor cerca de 5000 euros, prestado por voluntários de diferentes áreas profissionais.

Mulheres indefesas em Marrocos A legislação marroquina não protege as mulheres e crianças da violência física, psicológica e sexual. Em março de 2012 Amina Filali, 16 anos, suicidou-se após ter sido obrigada a casar com o homem que a tinha violado. Esta morte foi o rastilho para uma onda de contestação contra o artigo 475 do Código Penal de Marrocos que permitia que o homem que tivesse violado uma mulher não fosse condenado caso casasse com ela. No dia 22 de janeiro de 2014, o Parlamento mostrou que ouvia o povo marroquino e revogou este artigo, o que demonstra que a ação coletiva é essencial para se conseguirem mais vitórias neste campo. A Amnistia Internacional acredita que são possíveis mais mudanças. Juntese ao apelo para que o Parlamento marroquino continue a revogar e a rever artigos discriminatórios e que protegem os perpetradores em vez das vítimas. Alguns exemplos recaem sobre a definição de violação, que não obedece aos padrões internacionais de direitos humanos, sobre o não reconhecimento da violação no casamento como uma ofensa específica e sobre a distinção das vítimas de violação em função de serem ou não virgens. Assine ainda hoje esta petição, que pode encontrar na página da Amnistia Internacional Portugal, em http://www. amnistia-internacional.pt, depois do que será enviado um email em seu nome ao Primeiro-ministro marroquino Abdelilah Benkirane. www.amnistia-internacional.pt.

Amnistia Internacional Portugal Grupo 19 | Sintra Apartado 168, 2711 Sintra Codex https://www.facebook.com/Grupo19Sintra

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Ervas Medicinais comunidade

‘Já ninguém sabe distinguir uma malva de um alecrim’ Recuperar terrenos agrícolas e pô-los a produzir ervas aromáticas, medicinais ou produtos biológicos pode ser, segundo Fernanda Botelho, uma saída para a crise. Nelson Mingacho w nmingacho@expressodalinha.pt

Conhecer as plantas pelo nome e saber como utilizá-las na alimentação humana ou para fins terapêuticos é um tipo de conhecimento ancestral que se está a perder muito rapidamente. Quem o diz é Fernanda Botelho, uma das maiores especialistas do país em plantas aromáticas e medicinais. A riqueza do património vegetal do país serve aliás para alimentar um mercado em expansão em Portugal, como é o da produção de plantas de aromáticas e medicinais. “Já ninguém sabe distinguir uma malva de um alecrim, só os avós…” É com esta preocupação que há cerca de 15 anos Fernanda Botelho ajuda a criar hortas pedagógicas no concelho onde vive, Sintra, e um pouco por todo o país. “As plantas são a base da nossa farmacologia. Sinto que a minha missão é recuperar essa sabedoria e reconectar as crianças com a natureza”. Da pedagogia à escrita infanto-juvenil foi um passo. “As crianças são uma grande fonte de inspiração”. E não foi difícil passar da terra para as folhas dos livros o fascínio pelo mundo das plantas. Salada de Flores foi o primeiro, já vai na segunda edição, está traduzido para inglês e faz parte do Plano Nacional de Leitura. O segundo chama-se Sementes à Solta e o terceiro Hortas Aromáticas. No jardim da casa onde vive, na Tojeira, crescem ervas silvestres, plantas medicinais e hortícolas. “Não arranco as urtigas. São as minhas favoritas. Servem para tratar a anemia e aumentam os níveis de serotonina”. Há também muitas malvas, “o maior anti-inflamatório do reino vegetal”, crescem por entre gengibre, alcachofras, violetas, alecrim, alfazema e muitas outras. PUBLICIDADE

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No jardim de Fernanda Botelho, na Tojeira, crescem todo o tipo de ervas medicinais e aromáticas n NM

‘Farmácia’ natural

“No Inverno previno as gripes com equinácea, trato a tosse com tomilho e flor de sabugueiro”

Fernanda Botelho diz que nunca recorre a medicamentos quando precisa, mas sim às plantas. “No Inverno previno as gripes com equinácea, trato a tosse com tomilho e flor de sabugueiro”. A vantagem de recorrer às

plantas é que não têm contra indicações, salienta. “E muitas vezes são mais eficazes que os medicamentos”, acrescenta. Produzir para exportar. Muitas doenças “têm a ver com o que as pessoas comem”. Por isso, recomenda cultivar um jardim ou uma horta, no campo ou na cidade em varandas, as chamadas hortas verticais. Não é preciso grande extensão de terra. “A vantagem é saber o que se come. É uma questão de saúde e prazer. É muito terapêutico mexer na terra”. Para ensinar os mistérios das plantas organiza workshops que são divulgados na Internet em malvasilvestre.blogspot.pt. E também passeios botânicos em Sintra, onde não existem apenas monumentos para apreciar. Além das plantas e da escrita, viajar e fotografar são também uma grande paixão. Da Índia às Caraíbas, da

Finlândia ao Chile, são muitos os países que já visitou e onde desenvolveu actividade profissional, incluindo Inglaterra onde viveu 17 anos. Em Portugal, hoje em dia, “há muita gente a cultivar plantas aromáticas e medicinais”, refere. Uma vez colhidas, muitas são exportadas para abastecer a indústria cosmética e farmacêutica. “É um mercado em crescendo”, diz Fernanda Botelho. Recuperar terrenos agrícolas e pô-los a produzir ervas aromáticas, medicinais ou produtos biológicos pode ser, segundo Fernanda Botelho, uma saída para a crise. O clima ameno do mediterrâneo e os solos lusos agradam às plantas. “Temos muitas horas de sol”. Nos cursos que organiza há muitos futuros agricultores, pessoas empregadas mas que querem mudar de vida. No entanto, é preciso não esquecer que a agricultura é sempre uma actividade de risco.


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O poder das plantas: w Alecrim Eficaz como estimulante do sistema nervoso e do cérebro, melhora a circulação cerebral, a concentração e a memória. Deve tomar-se uma chávena de chá de manhã em jejum e mais duas ou três ao longo do dia.

w Aloé Utiliza-se fresco sobre a pele para aliviar queimaduras solares e outras. Regenerador do tecido celular, restitui rapidamente os líquidos nas três camadas dérmicas, aliviando a dor e nutrindo a pele. Utiliza-se ainda em picadas de insetos e feridas várias, como cicatrizante, anti-bacteriano e antiviral.

w flores de sabugueiro São anti-inflamatórias e diaforéticas, muito úteis em infusões para reduzir a febre, promover a sudação, aliviar a tosse e várias afecções do tórax. Ao estimularem a excreção de urina, ajudam

a eliminar toxinas do organismo, sendo úteis em casos de arterite, reumático e gota. São também muito eficazes em casos de sinusite aguda.

w urtiga O zinco faz dela uma planta importante para fortalecer os tecidos das vias urinárias, da bexiga e da próstata. É responsável no tratamento contra a queda de cabelo e unhas quebradiças. Um dos remédios mais eficazes no combate às anemias, aumentando a quantidade de células vermelhas no sangue.

w tomilho Forte anti-fúngico e anti-bacteriano muito utilizado no combate às infecções pulmonares como bronquite, pleuresia, e tosse convulsa. Ajuda a desobstruir as vias respiratórias e tem acção expectorante. Uma infusão tomada 3 a 4 vezes ao dia ajuda a combater dores de garganta e inflamações da boca e gengivas.

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Especialista psicologia

Texto escrito com a nova grafia

Ser-se Feliz

Psicóloga Clínica Consultório em Mafra Tel. 962537110

A procura da felicidade é uma espécie de ‘El Dorado’, todos a querem, todos a procuram, mas nem sempre sabemos como o fazer. AnaMary Monteiro Lapa w www.anamaryml.pt n dr

A felicidade esteve sempre ligada à sorte. Etimologicamente, a palavra FELICIDADE em Português, em Italiano (FELICITÀ) e em Espanhol (FELICIDAD), provém do latim felix que significa sorte, destino. Nas linguas francesa, inglesa e alemã, esta relação também existe. Esta ligação da felicidade à sorte, poderia levar as pessoas a desistirem de a procurar (e, de facto, muitas acabam por o fazer). Como um desígnio, ela não dependeria de nós, mas de uma qualquer força divina que escolheria quem pode ou não ser feliz. No entanto, não é isso acontece. A felicidade depende, também, de nós e não apenas do destino. A felicidade não é um atributo de tudo ou nada, ou se têm ou não se têm, nem é PUBLICIDADE

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uma condição eterna. Também não é um objectivo ou meta, é mais um percurso. Para muitos pode ser uma circunstância, um momento, um lugar, uma pessoa, um beijo, um abraço, um carinho, mas também uma forma de estar, de ver e viver as coisas. Ser-se feliz não significa não passar por momentos de infelicidade. A infelicidade é também um estado frequente e comum em todos nós. Sentirmo-nos em baixo, de vez em quando, é algo que faz parte da vida de cada um. A tristeza é um sentimento normal e os momentos de sofrimento e de dôr fazem parte da vida.

Vida

Ser-se feliz não significa não passar por momentos de infelicidade

A felicidade é pois um conceito muito subjetivo, depende de cada pessoa. Não existe uma noção global e única, cada individuo define o seu próprio conceito de felicidade em função dos seus objetivos pessoais, gostos, prazeres,

história de vida e de muitos outros fatores. Tal como defendia Freud “a felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz”.


Publireportagem desporto

O CrossFit chegou a Massamá O CrossFit LX não é o típico ginásio a que estamos habituados. Na gíria do CrossFit, o nosso ginásio é conhecido como “BOX”. Dentro da BOX “não há clientes”, mas sim uma família, uma comunidade. Todos estabelecem uma ligação de entreajuda e companheirismo. Aqui todos tentam dar o seu melhor, pois por vezes é até o aluno que diz ao início que não consegue, que se evidencia, no bom sentido claro (por não desistir e pela persistência de ir até ao fim) devido ao apoio que lhe é dado por parte do grupo. Pelo facto do CrossFit ser tão adaptável, podemos dizer que toda a gente é capaz de o praticar. As nossas aulas, são sempre planeadas a pensar em todas as pessoas que participam, para que ninguém fique de fora por ser mais fraco, mais pesado ou mais magro ou por ter algum problema físico. Em ginásios e clubes de todo o mundo, o treino típico consiste em exercícios de isolamento muscular realizados em máquinas e longos períodos de tempo em actividade aeróbia de baixa ou moderada intensidade. No CrossFit trabalhamos exclusivamente com exercícios compostos, em sessões cardiovasculares menores, e em alta intensidade. Por quê? Porque exercícios compostos ou

n dr

funcionais em alta intensidade são radicalmente mais eficazes em extrair o resultado pretendido pelos atletas. Surpreendentemente, isto não é uma questão de opinião. Muitos estudos científicos comprovam a veracidade destas informações, e não são descobertas recentes. A nossa abordagem é consistente com o que é praticado na elite de atletas profissionais, em

centros de treino de alto rendimento e em Universidades. O CrossFit é para todos. As nossas necessidades e as de um atleta não diferem por tipo e sim por grau. O aumento da potência, força, resistência cardiovascular e respiratória, flexibilidade, resistência muscular, coordenação, agilidade, equilíbrio e flexibilidade

são importantes para todos os atletas e também para as nossas avós. A surpreendente verdade é que os mesmos métodos que provocam respostas óptimas em atletas também resultaram numa mesma melhoria em idosos. Obviamente que não colocaremos a sua avó a agachar com o mesmo peso de um esquiador profissional. Porém ambos irão agachar. Na verdade, o agachamento é essencial para manter a independência funcional e melhorar a forma física. O agachamento é apenas um exemplo de um movimento que é universalmente valioso e essencial, mas que raramente é ensinado da forma correcta. Através da cuidadosa metodologia de ensino e incremento gradual da sobrecarga de treino, o CrossFit tem sido capaz de ensinar pessoas que se dizem não-atletas a executar com segurança e máxima eficiência os mesmos movimentos que normalmente são utilizados por treinadores profissionais em ambientes exclusivos de atletas. O CrossFit LX convida toda a comunidade a vir conhecer o seu espaço e a realizar um treino (Rua Sebastião e Silva, nº3, Pavilhão B, 2745734 Massamá - zona Industrial Massamá Sul). Mais informações em http://crossfitlx.com ou através do email crossfitlx.geral@gmail.com.

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Tribuna

Alguns texto da Tribuna podem ser escritos de acordo com a nova ortografia

Opinião

Opinião

Joaquim Pinto

Manuel Cabo

Professor universitário

Presidente da AE Sintra

Os valores não têm preço

C

olocando de parte a, cada vez mais óbvia, heterogeneidade cultural que prolifera e se dissemina na sociedade contemporânea, constata-se uma, igualmente óbvia, confusão entre os valores éticos, manifestados na moral através ação humana, portadora de sentido, e os valores de mercado, manifestados nas bolsas financeiras e em fantomáticas etiquetas dispostas nos preçários de uma qualquer superfície comercial. Sim, vivemos num tempo em tempos de crise, que não só uma crise que provoca falta de alimento e agasalho àquele nosso vizinho de quem nem o nome sabemos, do desabrigado, do pária, do estranho e do refugiado, mas também a crise que impera no íntimo daquele que acompanha situações precárias como se estivesse ou vivesse numa realidade que não fosse aquela… e a sua. A um não assiste “valor” para trocar por comida, ao que lhe chamamos de economicamente pobre, a outro, na sua comida, não lhe assiste o valor do reconhecimento de quem não a têm, ao que lhe chamamos Eticamente pobre. A comida tem um preço, o alimento tem valor; a comida preenche uma necessidade física, é certo, mas o alimento é a validação da condição humana na sua absoluta dignidade, e à qual, o acesso, jamais deverá ser negado. A dignidade é a vestimenta com que o ser humano se veste mesmo quando se encontra em nudez. A Ética remete-nos precisamente para esses valores basilares da condição humana. Revelamos no nosso agir os valores com os quais nos vestimos na nossa relação no mundo com os outros. A vida eticamente pobre refere-se, entre outras coisas, a uma completa ausência de reconhecimento pelo Outro, muitas vezes plasmada num preconceito. É esta, hoje, aqui e agora, a verdadeira crise no aqui onde estamos… a devastadora ausência do reconhecimento pela dignidade humana. E sim, é um problema ético! Porque podemos até ser estran-

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geiros, intrusos, párias, estranhos e até descamisados, mas jamais devemos ficar desnudos da última roupagem que nos assiste, essa mesma dignidade que consta em nós. Indubitavelmente, creio que escolhemos a dedo as nossas ilusões para aliviar o peso e o fardo individual para com a vida quotidiana. Veja-se, atente-se, que nem sempre vemos aquilo que é a realidade, como também nem sempre ouvimos o que em verdade nos dizem; por vezes prestamos atenção tão-somente àquilo que queremos ver e ouvir para saciarmos os nossos multifacetados egos e faces internas. A vida doa-nos a verdade na sua forma mais crua, fria e direta. E nós, no nosso viver, permitimo-nos criar ilusões e sonhos para o nosso bem viver, quando nos falta, sim, integridade no Todo e, consequentemente, o Todo na integridade, a cada vez mais necessária Ética do reconhecimento. Aquele que se conseguir inscrever nos caros e raros momentos em que a beleza sublime da vida se suspende no seu íntimo veludo, na liminaridade das profundezas subtis do seu ser, poderá sempre, naquelas horas de maior desespero, refugiar-se no seu templo interior, na sua morada. Nesse profundo sentir, fruirá da paz, elevar-se-á na suave brisa dos tempos e encontrará a íntima luz que em si germina. Partirá, depois, no seu agir, confiante de que no momento em que atingir o ardente umbral da sua verdadeira essência, alcançará, no amparo divino, uma asa perfeita para poder voar em harmonia na vida. Não há verdade mais profunda do que esta suprema verdade: o Ser só será uma verdade livre quando viver numa liberdade verdadeira.

Revelamos no nosso agir os valores com os quais nos vestimos na nossa relação no mundo com os outros

É urgente aumentar o poder de compra para salvar o comércio local

D

esde o início da crise que o país tem assistido de forma angustiada ao fecho de centenas de lojas, sem que os nossos dirigentes políticos tomem medidas para salvar o comércio local. Consciente de que não somos a força aglutinadora com peso na economia nacional, nem contamos para uma avaliação na criação da riqueza, na medida em que se valoriza muito a exportação em detrimento do consumo interno, não se tem em conta a criação dos postos de trabalho que criam umas e outras empresas. Os responsáveis pelo estado definhado do comércio local são os ataques deferidos aos trabalhadores e reformados com cortes brutais nos vencimentos e subsídios

desde o início da crise económica. O concelho de Sintra, mesmo assim tem sabido resistir à crise, apesar de lamentarmos as centenas de lojas que entretanto fecharam. Os resultados do INE apontam para um crescente número de empresas instaladas no nosso concelho. Em 2013 foram mais de 1050 empresas novas registadas, o que diz bem a apetência pelo investimento. Também durante o ano de 2013 a Associação Empresarial do Concelho de Sintra (AESintra) registou a entrada de 456 novos associados. Ainda estamos demasiado próximos para uma avaliação definitiva mas o que é certo é que se perderam muitos empregos com o fecho das centenas de lojas do comércio local.

As juntas e a AESintra devem promover animação de rua

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AESintra encontra-se a contactar todas as Juntas de Freguesia no concelho para que, conjuntamente, se promovam acções de dinamização urbana, para captação de consumidores para o comércio local. O concelho dispõe de um riquíssimo património cultural através das suas colectividades, que podem dar também o seu contributo efectuando ac-

ções de animação de rua, com momentos musicais, com alunos das várias escolas e, também, com grupos de música popular. Iremos dedicar um mês a cada freguesia do nosso concelho, onde para além dessas animações, possamos desenvolver outras acções, nomeadamente, concursos de montras, seminários, workshops e acções de formação.

Conselho Estratégico Empresarial

C

om a eleição do Dr. Basílio Horta para presidente da câmara, a economia e os investimentos em Sintra, passaram a estar no centro das preocupações, com a aprovação de medidas, as quais certamente contribuirão para aumentar os investimentos no nosso concelho. O Conselho Estratégico Empresarial, do qual a AESintra e um conjunto de conceituados empresários e instituições de Sintra faz parte, é presidido pelo Eng. João Talone. Importa as empresas fazerem-nos chegar

as suas preocupações para podermos defender os seus interesses neste órgão. Depois de algumas reuniões com empresários, a AESintra encontra-se já a estudar duas questões: custos de contexto das empresas, iniciando com o estudo dos custos com a energia e a questão do novo quadro comunitário de apoio e a posição de Sintra no mesmo. Deixamos votos que este órgão promova o desenvolvimento económico no concelho.


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Sintra lazer

Vila acolhe quarta edição da iniciativa ‘Camélias em Sintra’ Exemplares de camélias de Sintra e de Espanha vão colorir o centro histórico em mais uma iniciativa promovida pela Parques de Sintra. n Gerald Luckhurst

O terreiro do Palácio Nacional de Sintra acolhe dias 1 e 2 de Março a quarta edição da exposição e concurso “Camélias em Sintra”, uma iniciativa promovida pela Parques de Sintra - Monte da Lua (PSML) em parceria com a Associação Portuguesa de Camélias. Este ano, o evento conta não só com camélias das quintas históricas de Sintra, camélias dos parques sob gestão da Parques de Sintra e de sócios da Associação Portuguesa de Camélias, mas também com a participação de expositores espanhóis, membros da Sociedad Española de la Camelia. Durante o fim de semana, será possível observar os melhores exemplares de camélias de cada um dos participantes, bem como as cultivares vencedoras, identificadas por um júri especialista na matéria. Em simultâneo com a exposição, de entrada livre, decorre o concurso para distinguir a “Melhor Camélia” e a “Melhor Cultivar Histórica”. Os vencedores são anunciados na abertura, 1 de Março (sábado), às 14h. Junto à exposição, tem também lugar a venda de camélias ao público.

Ainda a 1 de Março, às 15h, decorre o Workshop de Desenho técnico de Camélias, no qual o professor João Catarino orienta os participantes no aprofundar da relação entre o observador e os objectos observados (que, neste caso, se tratam das flores expostas), aplicando técnicas de desenho específicas para retratar o que se observa (custo de 35€, sem materiais). No dia 2, às 15h, no Parque da Pena, tem lugar uma visita guiada ao Jardim das Camélias, sob orientação da arquitecta paisagista Elsa Isidro e do engenheiro florestal Nuno Oliveira, ambos da equipa da PSML (bilhete para o Parque da Pena a 7,5€ - adulto -, mais suplemento de visita guiada de 5€). Este espaço está a ser alvo de um projecto de restauro com vista à recuperação de estruturas construídas e vegetação em avançado estado de degradação, de modo a solu cionar situações de risco de perda patrimonial. Na visita será possível conhecer uma das mais importantes colecções de camélias, com cerca de 200 cultivares, introduzidas no Parque pelo rei D. Fernando II no séc. XIX.

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Agenda cultura

Sintra

Corso carnavalesco do MTBA de 1 a 4 de Março As ruas de Magoito, Tojeira, Bolembre e Arneiro dos Marinheiros recebem este ano mais um desfile de carnaval do Grupo União Recreativo e Desportivo MTBA. De 1 a 4 de Março, a sede da colectividade e as ruas das aldeias envolvidas na organização acolhem cerca de 350 participantes no único corso carnavalesco do concelho. “Palhaços, Vida Louca, Mosqueteiros, Felicidade Azul e Rocky são as propostas deste ano, às quais se juntam o Grupo de Bombos de Santa Maria do Magoito e um desfile de Cabeçudos, num vasto programa animado, colorido e folião”, asseguram os promotores. Periferias regressa em Março ao bairro da Estefânia O “Festival Internacional de Artes Performativas em Sintra – Periferias”, organização do Chão de Oliva, está de volta a partir de 4 de Março, dia de Entrudo, com grupos portugueses e outros vindo da Galiza, Brasil, Cabo-Verde e Moçambique. De Macau virá uma exposição de marionetas asiáticas – pertencentes ao espólio do futuro Museu da marioneta de Macau. Esta 3ª edição terá lugar na Casa de Teatro de Sintra como pólo principal, mas também no Casino e na Vila Alda, na Estefânia. Mais informações em http://www.chaodeoliva.com. “Tempestade e Galanterie” no Palácio de Queluz Começa dia 8 de Março, no Palácio de Queluz, a temporada de música “Tempestade e Galanterie”, sob direcção artística de Massimo Mazzeo, do Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal. A temporada inclui dois ciclos, Carnaval e Outono, com 11 concertos no total. Serão apresentadas obras de Beethoven, Bach, Mozart e Mendelshonn, entre outros. 3ª Noite de Fados das Raposas Sem Eira A Associação Motard “Raposas Sem Eira” realiza dia 8 de Março, pelas 20h30, na Sede do Sporting Clube de Cortegaça, a sua 3ª Noite de Fados. A iniciativa contará com a participação de Liliana Martins, Rogério Silva e Lena Valério nas vozes, Rodolfo Godinho na guitarra, e Cajé Garcia na viola. O jantar, apenas com reserva (até ao dia 4 de Março), inclui entrada, sopa, dois pratos à escolha, sobremesa, café e caldo verde às 00h30. Para mais informações ou reservas: raposassemeira@gmail.com. Manuela Madureira expõe na Galeria Municipal A Galeria Municipal de Sintra (edifício do Turismo) acolhe até dia 19 de Março a exposição de escultura, cerâmica, medalhística, tapeçaria e pintura tridimensional “Envolvimentos Escultóricos-Diferentes Épocas na Arte Contemporânea”, de Manuela Madureira, artista plástica desde 1954. “Burburinho” na Casa Mantero A Galeria Municipal – Casa Mantero acolhe até dia 4 de Abril a exposição de escultura “Burburinho” de Maria Del Mar e Marta Gaspar. Estas artistas têm desenvolvido nos últimos dezoito anos trabalho nas artes plásticas, construindo esculturas em pasta de papel, essencialmente animais extintos e em vias de extinção, construídos com reutilização de vários materiais.

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Lisboa

Amadora

Rock the Ballet no Centro Cultural de Belém A companhia Bad Boys of Dance, criada pelo bailarino norte-americano Rasta Thomas, apresenta em Lisboa um espectáculo versátil ao som de grandes êxitos musicais da pop e do rock. O ballet clássico funde-se com ritmos contemporâneos o que origina coreografias acrobáticas repletas de energia e de sentido de humor. A banda sonora desta nova abordagem ao ballet conta com temas de Kanye West, David Bowie, Michael Jackson, Justin Timberlake, Bee Gees, INXS, Coldplay, entre muitos outros. Para ver dias 28 de Fevereiro e 1 de Março no Centro Cultural de Belém (sexta, às 21h; sábado, às 16h e 21h).

Exposição “Vertical Horizontal” na Galeria Municipal Artur Bual A Galeria Municipal Artur Bual, na Amadora, tem patente até Domingo, dia 2 de Março, a exposição colectiva de artes plásticas “Vertical Horizontal”, de Ana Bárbara Fonseca, Elsa Bruxelas, Filipa Roque e Patrícia Mendonça.

Prémio de Fotojornalismo 2013 Estação Imagem/Mora A exposição Estação Imagem/Mora pode ser visitada de 1 a 30 de Março na Galeria do Torreão Nascente da Cordoaria Nacional, na Avenida da Índia. A mostra dá a conhecer a reportagem fotográfica vencedora do Prémio de Fotojornalismo 2013 Estação Imagem/Mora, um trabalho de Bruno Simões Castanheira sobre a catástrofe social desencadeada pela crise económica na Grécia. Bruno Simões Castanheira é um fotojornalista freelancer que decidiu partir para a Grécia no auge da contestação popular. Além do grande prémio, o júri distinguiu mais 18 reportagens entre as 492 submetidas a concurso por 167 fotojornalistas, num total de mais de seis mil imagens. A exposição conta também com imagens de Pedro Nunes, Pedro Armestre, António Pedro Santos, Augusto Brázio, Pedro Elias, Bruno Simão, Paulo Pimenta, João Carvalho Pina, Nelson Garrido, Patrícia de Melo Moreira, Octávio Passos, Gabriel Tizón, Daniel Rocha, Mário Macilau, Alfredo Cunha e Daniel Rodrigues.

4º Ciclo de Jazz da Amadora de 5 a 8 de Março A Câmara Municipal da Amadora e o Jazz ao Centro Clube promovem de 5 a 8 de Março o 4.º Ciclo de Jazz do concelho. A iniciativa decorrerá, como habitualmente, nos Recreios da Amadora, e contará com a presença de Maria João, desta vez com o projecto OGRE, do programa de jazz do projecto Orquestra Geração, do quinteto Fail Better! e ainda de José Peixoto. Dois dos concertos são gratuitos e os outros dois custam cinco euros cada.

Oficina das Ervas Comestíveis em Monsanto A Quercus promove dia 30 de Março uma oficina que fará jus ao conceito “comer a paisagem”. “Vamos descobrir com outro olhar o muito frequentado parque florestal de Monsanto em plena cidade de Lisboa. Nos primórdios fomos caçadores-recolectores, mas apesar da modernidade os alimentos silvestres nunca deveriam ter abandonado a nossa mesa, porque pela sua superior qualidade nutricional devem ser importantes complementos na nossa dieta. A inscrição (até 25 de Março) custa 20 euros para associados da Quercus e das entidades promotoras e 25 euros para não sócios. Inscrições e informações através do email: quercus@ quercus.pt ou do telefone: 217 788 474.

Trabalhos dos alunos de cinema nos Recreios da Amadora Os Recreios da Amadora acolhem até dia 2 de Março, a 1ª Mostra de Cinema ESTC, evento que se insere nas comemorações dos 40 anos da Escola de Cinema, numa parceria entre a Câmara da Amadora e a Escola Superior de Teatro e Cinema. “A mostra, composta por 30 curtas-metragens, 15 filmes de ficção e 15 documentários, pretende fazer uma pequena retrospectiva dos trabalhos escritos, produzidos e realizados por alunos do curso de Cinema entre 2009 e 2013, muitos dos quais foram objecto de prémios e selecções nos mais variados festivais de cinema nacionais e estrangeiros.” A entrada é livre.

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Carneiro

Caranguejo

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Capricórnio

Ao longo deste período poderá notar alguma nostalgia e pensar que está a haver um decréscimo na sua adrenalina habitual. Isso significa que precisa de dar algum sossego a sua alma a fim de resolver alguns assuntos pendentes que o têm vindo a preocupar. Mantenha-se calmo!

Quando tenta ser feliz e positivo, há-de haver sempre algo que destrone essa boa energia. Isso poderá ser causado por algum mal-estar ou bloqueio. Relaxe! A Primavera não tarda aí e tudo retornará ao seu ciclo habitual. Continue positivo e optimista!

Não queira fazer tudo ao mesmo tempo. Não o irá conseguir. Com o início da Primavera, verá que o caminho se mantém aberto, pois nesta fase, novas propostas irão chegar até si. É um recomeço para o qual está mais do que preparado!

Proteja-se contra invejas e mexericos. O momento analisado alerta-o para algum desgosto ou traição. Isso até pode nem ser muito ruim, no entanto, seja o que for, poderá fazer alguns estragos no seu coração. Mantenha-se atento!

Touro

Leão

Escorpião

Aquário

Atravessa uma fase que, embora não o abale, vai deixá-lo com uma certa nostalgia. Os nativos deste signo são pessoas fortes e determinadas e isso faz com que muitas vezes ocultem os que lhes vai na alma. No entanto talvez não se apercebam que algumas dessas tristezas fazem parte de um passado do qual se precisam de libertar. Já pensou nisso?

Avizinha-se uma fase onde lhe irá ser pedido uma grande dose de coragem. Você tem o direito de ser feliz. Não teime em lutar contra o que vê e o que sente, só que, em vez de a ignorar, aceite-a em prol de si próprio. Verá que se sentirá bem melhor.

Nos próximos dias poderá vir a atravessar um ou outro momento de insegurança ou até mesmo de insatisfação. Isso poderá ter a ver com algumas memórias de assuntos menos agradáveis, o que significa que os mesmos ainda se encontram por resolver. Aproveite para o fazer agora!

Os aquarianos tendem em viver um período de segurança interior. Isso é sinal de que nos próximos dias, poderão vir a estar mais voltados para si mesmos. Isso não significa isolamento ou afastamento, mas sim uma fase mais meditativa.

Sagitário

A fase é propícia a alguns desbloqueios, se souber adoptar uma postura mais arisca. A vida dos nativos deste signo tem oportunidades únicas, pois por viverem com base nas emoções, perdem-nas porque acham que estão a ser exagerados. Não é bem assim. Arrisque!

Gémeos Quando se mete alguma coisa na cabeça desta gente, dificilmente sai, ou seja, são de ideias fixas. Não vale a pena entrar pela porta da teimosia e da persistência. Por vezes, é mais proveitoso canalizar essa energia para o seu próprio bem-estar do que desperdiça-la em situações que não lhe trazem proveito algum.

Virgem Iniciou um ano onde aposta na mudança. Ao longo deste período irá continuar a sentir essa força e terá o auxílio necessário. Mantenha-se fiel a si mesmo e não desista. O corte que quer fazer com o passado, bem como a aposta numa melhor qualidade de vida, acabarão por dar o seu fruto. Basta só acreditar!

Aproveite para se distrair durantes este período, pode até começar mesmo pelo Carnaval. Fortaleça alguns laços de amizade e continue no caminho que iniciou. Esta é uma excelente fase para fazer novos projectos. Força!

Peixes

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