COPAN

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COPA N ana romero fabiana oliveira isaac murillo julia simabukuro marcela martins mรกrcio lino



1880_1954 1954_1958 contexto histórico

copan

segundo reinado¹, economia cafeeira e primeira república¹

1953_primeiras escavações

mercado imobiliário nas décadas de 30 e 40 estado getulista¹ 1942_lei do inquilinato período democrático¹ pós-guerra, verticalização e desenvolvimento imobiliário dos anos 50 1954_IV centenário da cidade de são paulo

1954_BNI sofre intervenção 1956_carlos lemos como arquiteto responsável pelo copan 1958_retomada das obras pelo bradesco

BNI/CNI e início do copan 1945_abertura do BNI 1951_encomenda do projeto do copan

1964_1970 1968_finalização das obras do conjunto regime militar¹

2012_HOJE regime democrático¹ 2012_tombamento do edifício pelo iphan 2015_instalação tela na fachada

da


capa: reprentação da fachada do edifício copan fonte: Coca Cola(2012) desenho feito por Julia Simabukuro

linha do tempo ¹ de acordo com Fausto (1994)

esquema representativo da implantação do edifício COPAN e seu entorno em 1958 fonte: Geoportal Memória Paulista esquema feito por Fabiana Oliveira

ano 1880 − 1950 situação política segundo reinado − período democrático n. de habitantes em são paulo 40.000 − 2.198.096²

CONTEXTO HISTÓRICO

A chegada da agricultura cafeeira à região de Campinas impulsiona em São Paulo modificações em sua estrutura urbana. A taipa colonial é substituída pelo tijolo de alvenaria (LEMOS, 1999 apud GALVÃO, 2007, p. 9), e ergue-se no início do século XX uma cidade que carrega aspectos do urbanismo europeu. No entanto, sua incapacidade de lidar com os problemas habitacionais advindos com o crescimento populacional faz com que o poder público intervenha durante o período chamado de República Velha (BONDUKI, 1998 apud GALVÃO, 2007, p. 10). Nesse contexto, a construção de casas destinadas ao aluguel surge

como um bom investimento paragrandes proprietários de terras e outros detentores de riqueza da época (SAMPAIO, 2002 apud GALVÃO, 2007, p. 10). Mas, com o colapso do mercado imobiliário de São Paulo na década de 30, a diminuição desse investimento causa um déficit habitacional que logo é interferido por propostas do Estado. Dentre estas, vale destacar a criação de instituições que investiam no setor de produção habitacional a partir de fartos recursos financeiros advindos de contribuições de empregados, empregadores e do governo, como o caso dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs).


esquema representativo da implantação do edifício COPAN e seu entorno atualmente fonte: Geoportal Memória Paulista esquema feito por Fabiana Oliveira

A insuficiência das medidas adotadas pelo Estado levaram à criação da Lei do Inquilinato, no governo de Getúlio Vargas, assinada em 1942. A lei, ao congelar o preço dos aluguéis por dois anos, estimula a venda dos imóveis e o desejo de um imóvel próprio. Nesse viés, surgem em São Paulo os condomínios e as incorporações que, associados ao superávit da balança comercial no pós-guerra, fazem com que o capital privado retorne à produção habitacional, impulsionando a intensa verticalização e o boom imobiliário dos anos 50 na capital paulista (GALVÃO, 2007, p. 12). A cidade de São Paulo transforma-se em uma metrópole moderna,

com intensas transformações em sua estrutura urbana. Em seu IV Centenário, é citada como “a cidade que mais cresce no mundo” como slogan (MATOS, 2001 apud GALVÃO, 2007, p.12). O investimento do capital em novas construções traz, principalmente à região chamada de Centro Novo, a expansão da malha urbana com a proposta de Prestes Maia de um sistema de vias radiais e perimetrais para se atingir duas finalidades, pois ao mesmo tempo que resolvia o problema dos fluxos e circulação para a cidade, possibilitava um crescimento integrado, através de canais de expansão garantidos pelas vias radiais. Também traz uma acentua-

da verticalização, que resulta em novas propostas de programas para os edifícios construídos. Já haviam desde a década de 20 edifícios residenciais e os conjuntos habitacionais desenvolvidos pelos IAPs, e surgem a partir da década de 50 as quitinetes, unidades mínimas e bem localizadas. Também surgem como nova tipologia comercial as galerias, que também ficavam abrigadas em alguns edifícios da época, respondendo à demanda do comércio e dos serviços da elite paulistana (ALEIXO, 2005 apud GALVÃO, 2007, p. 18).

ano 1880 − 1950 situação política segundo reinado − período democrático n. de habitantes em são paulo 40.000 − 2.198.096²

CONTEXTO HISTÓRICO


Até 1800, a área ocupada pela instalação urbana era praticamente a mesma dos dois séculos anteriores. Nas suas origens, a escala da unidade paulistana era regional, com seus habitantes espalhados num raio de 50 quilômetros quadrados. Com a instalação das ligações ferroviárias principais, já na plenitude da monocultura do café, na segunda metade do século XIX, a cidade se colocava numa posição privilegiada de ponto obrigatório de passagem, tanto para a produção primária (café) a caminho de Santos, como para os produtos elaborados que se distribuíam no sentido inverso. Com uma população inferior a 40.000 habitantes, a área ocupada estava em torno de 2 quilômetros quadrados. fonte: revista Acrópole, p. 214-215 (diagrama e informações) desenho feito por Fabiana Oliveira

A abolição da escravatura, a proclamação da República e o encilhamento da bolsa constituíram os três choques que permitiram que a cidade assumisse a função regional de comando de característica geo-econômica. Para acolher uma população de 200.000 habitantes, havia duplicado sua área. Três tendências se manifestaram matrizando o traçado urbano: o tratamento das glébas incorporadas ao núcleo inicial, originando um caos de reticulados independentes e desencontrados, uma busca da linha que conduzia ao espigão da avenida Paulista e um alinhamento preferencial ao longo das vias férreas. A economia de tipo colonial, a técnica aliada ao capitalismo, os serviços públicos concedidos a empresas privadas constituem aspectos de uma estrutura econômico-social que culminaria em dois possíveis destinos: o aniquilamento ou o estouro. fonte: revista Acrópole, p. 214-215 (diagrama e informações) desenho feito por Fabiana Oliveira

1880

1900


Na época da crise do café e da revolução de 1930, a cidade já alcançava o máximo que lhe era facultado nos anos 70. Caminhava rapidamente para o primeiro milhão de habitantes e apresentava uma superfície de 130 quilômetros quadrados. A diferenciação da produção e a abertura de novas frentes pioneiras, fatos que garantiram a permanência do contingente demográfico, forneceram também as bases para a metropolização de São Paulo, com a incorporação de núcleos vizinhos. Com a explosão demográfica, a cidade forçava-se a abrigar os focos de população, apropriando-se da topografia severa e da inundável várzea do Tietê - que suportava toda a carga do esgoto da cidade e resistia aos atentados técnicos e imobiliários - na serra da Cantareira.

Depois da Segunda Guerra Mundial, época em que se desenhavam as tendências mais decisivas e marcantes do esquema industrial paulistano, a metrópole atingia mais de quatrocentos quilômetros quadrados de área comprometida com a instalação urbana. Tratava-se de um crescimento baseado na visão imobiliária, que acontecia de forma desenfreada, sem disciplina alguma que lhe permitisse uma participação racional e um rendimento na formação da cidade. fonte: revista Acrópole, p. 214-215 (diagrama e informações) desenho feito por Fabiana Oliveira

fonte: revista Acrópole, p. 214-215 (diagrama e informações) desenho feito por Fabiana Oliveira

1930

1954


ano 1945 − 1951 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

bni/cni e início do copan

Com o congelamento do valor dos aluguéis com a Lei do Inquilinato, construir apartamentos para a venda se tornou mais atraente do que alugar, desse modo, a classe média, que sofria com a pouca oferta de moradia, recorreu a esses imóveis. Observando essa dinâmica do mercado imobiliário, Orozimbo Roxo Loureiro em parceria com Octávio Frias de Oliveira cria o Banco Nacional Imobiliário (BNI), em 7 de maio de 1945. Um dos primeiros planos imobiliários lançados pelo BNI foi financiado pelo Banco Hipotecário do Lar Brasileiro, o edifício Mara, projetado por Eduardo Kneese de Mello, que vendeu tão rapidamente que impressionou Frias, ao ponto que influenciou o BNI a criar um braço incorporador, a Companhia Nacional de Investimentos (CNI) e lançar seus próprios edifícios. O BNI se apropriou do sucesso de vendas que a arquitetura moderna proporcionava, vendendo mais do que qualquer outra incorporadora nos

anos 50, o que deu a fama de “Reis dos condomínios” para Roxo Loureiro e Frias. O Copan foi o maior empreendimento do BNI, prometendo ser o primeiro arranha-céu moderno multiúso da cidade, inspirado no Rockefeller Center. Nessa época, a prefeitura oferecia isenções fiscais à aprovação de hotéis de luxo, estimulando vários hotéis a serem lançados para a comemoração do Quarto Centenário de São Paulo, pois acreditava-se que a cidade receberia numerosos turistas do mundo todo. Porém, o Copan surge de uma negociação fracassada do grupo Intercontinental de comprar o Copacabana Palace. Roxo Loureiro, ao saber disso, convenceu o grupo a investir na construção de um hotel em São Paulo, e criou, junto a outros paulistanos poderosos, a parceria entre a companhia aérea Pan-Americana de Hotéis e Turismo (Copan) (LORES, 2017, p. 36-37).


A ideia de atrelar um conjunto residencial ao hotel surgiu para favorecer os financiamentos do BNI. Assim, foi negociado o terreno da avenida Ipiranga, que pertencia ao conde Sílvio Penteado e à Santa Casa, e o projeto do conjunto ficaria por conta do escritório que fazia os hotéis da rede Intercontinental, o Holabird and Root. O projeto dos americanos consistia em três prédios retangulares em zigue-zague, revestido de tijolos. Porém, logo depois, Roxo Loureiro apresentou um projeto diferente, um arranha-céu em forma de “s”, feito por Oscar Niemeyer, e uma torre-lâmina que abrigaria o hotel, de autoria de Henrique Mindlin. O novo projeto teve sucesso e as primeiras escavações começaram em 1953 (LORES, 2017, p. 76-79). Carlos Lemos coloca que a mudança de projetos foi inesperada; “Só sei que ninguém gostou muito do projeto dos americanos, que sairia caríssimo e feio” (LEMOS, 2017, p. 79)

ano 1945 − 1951 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

publicidade sobre o copan fonte: Folha da Manhã (1952) desenho feito por Isaac Murillo

bni/cni e início do copan


ano 1952 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

partido

A característica forma sinuosa do Copan pode ser confundida como uma solução meramente plástica do Niemeyer, um enfeite no meio da cidade ortogonal, mas segundo o arquiteto responsável pela obra esse não foi o motivo. Carlos Lemos descreve no documentário Copan: Cidade Vertical que: “[...] o banco comprou três terrenos, que era um zigue zague mais ou menos, em que sugeria esse ‘S’. O ‘S’ vinha, afastava de uma ponta, entrava em outra… e deu um ‘S’. Não foi intencional resolver fazer um prédio em forma de ‘S’. Foi o resultado natural [...]” (entrevista, Copan: Cidade Vertical, 2019)

Essa visão funcional da forma do Copan é corroborada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha: “se [Niemeyer] fizesse [a lâmina estreita] toda vertical não seria um problema para as técnicas de hoje, o grande problema é a questão do vento. Dobrar daquele jeito resolve isso. Portanto aquelas curvas não têm nada a ver com montanhas do Brasil ou as curvas da mulher amada. Não seria possível fazer de outra forma”. (entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, 2006)


A lâmina em forma de S é feita da justaposição de seis blocos que funcionam como edifícios autônomos. Sua forma sinuosa é reforçada pela insistente repetição de brises horizontais contínuos. Sob ela, o embasamento ocupa toda a projeção do lote e abriga uma galeria que funciona como extensão da rua, com funções de comércio e serviço. Enquanto a lâmina é leve e transparente, os pavimentos da base (dois subsolos, térreo, sobreloja, foyer e terraço) escondem-se em um volume maciço. A proposta original apresentava um conjunto arquitetônico mais integrado do que o atual. Os edifícios compartilhavam de programas e áreas em comum. O terraço do edifício residencial teria acesso ao cinema e às lojas. O desenvolvimento de áreas de programas sobrepostos indica que o projeto quer incentivar a interação dos diferentes tipos de fluxos e públicos. Niemeyer parece crer nas possibilidades enriquecedoras da experiência da vida metropolitana, no aumento de intensidade e diversidade do choque (MENDONÇA, 1999).

ano 1952 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

esquema representativo do edifício COPAN fonte: ArchDaily (2017) desenho feito por Isaac Murillo

partido


planta da galeria do edifício COPAN ano 1952 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

partido

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Márcio Lino

A galeria, por sua vez, não apenas incorpora os fluxos da cidade como oferece uma nova dimensão de percurso. A exemplo de sua forma externa, a galeria oferece corredores sinuosos e rampeados, uma vez que incorporou a topografia descendente natural do lote original, fazendo do seu trajeto um passeio de aspecto pitoresco. Essa visão é reforçada por Oukawa (2010), que afirma que Oscar Niemeyer projetou o Copan para ser o próprio edifício-cidade. O programa original do edifício abrigava um hotel com 600 apartamentos, salões, restaurante e lojas, um

cinema para 3500 pessoas, um teatro para 700 pessoas, garagem para 500 carros, uma área residencial de 900 apartamentos, uma galeria com mais de 100 lojas. O condomínio comportaria aproximadamente novecentos apartamentos de vários tamanhos diferentes, além do primeiro hotel internacional do país, da rede Intercontinental. No nível do terraço do projeto original onde estava previsto: área de lazer, jardim, acesso ao cinema e mais lojas, acabou dando lugar a um andar de escritórios (MENDONÇA, 1999, p. 105).


corte longitudinal

diminuição do pé direito no trecho de patamares que acompanha o volume de sobreloja correspondente à ilha de lojas do térreo

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Marcela Martins

O prédio tem a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura, 35 andares e 120 mil metros quadrados de área construída. Para Niemeyer o concreto era um instrumento para dar liberdade a forma. O piso da galeria acompanha a inclinação natural do terreno, do chão da cidade. Da calçada, a continuidade do revestimento do piso e a ausência de degraus conduzem o usuário à rua interna que se forma, coloca Oukawa (2010). Como numa rua qualquer, é na soleira das lojas que o desnível será claramente marcado, a fim de

garantir a concordância da laje horizontal plana com o piso inclinado, da cidade que entra no edifício. O relevo natural será dissolvido pouco a pouco nos pavimentos superiores da base, até que se atinja a laje plana horizontal dos trinta e dois pavimentos tipo.

ano 1952 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

partido


ano 1952 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

partido

configuração original do pavimento tipo fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro


O BNI tinha um sistema de financiamento chamado de “sistema a preço de custo”, em que o banco se comprometia a comprar o terreno desejado dentro de um certo prazo, pois não dispunha de capital inicial, então encomendaria o projeto com um arquiteto e venderia os apartamentos ainda na planta, e depois do pagamento de uma entrada e uma anuidade, as mensalidades dos compradores eram calculadas pelo rateio dos gastos com a construção. Todo o lucro que o banco tinha advinha da taxa de administração, 15% do empreendimento. (LORES, 2017, p. 37) Para controlar o déficit público e a inflação, após o suicídio de Vargas, o governo de Café Filho adotou um programa de ajuste, que determinou que os recursos retidos dos bancos, ou depósito compulsório, sofreriam um aumento de 4% para 14%. O BNI, que possuía pouca liquidez, sofreu intervenção da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) em dezembro de 1954. Naquele ponto, os investidores americanos já haviam abandonado o projeto, e os recursos do banco foram usados para pagar as construções e a devolução dos depósitos dos clientes, a inadimplência causada pela insegurança com o banco levou à interrupção da obra em vários momentos. Em 1954, o Copan só tinha as fundações e o subsolo encaminhados, foi quando as obras começaram a estagnar.

Em 1956, o Bradesco adquiriu o espólio da liquidação extrajudicial do BNI, e em 20 de outubro deste ano, Carlos Lemos recebe a procuração de Niemeyer, que iria se dedicar exclusivamente às obras de Brasília, passando a ele a responsabilidade de finalizar o Copan. Em março de 1958, o Bradesco retoma as obras, porém com o projeto modificado de modo a baratear os custos da produção. A construção do conjunto terminou em 1968, quando o prédio que abriga a sede do Bradesco ficou pronto. O habite-se definitivo saiu em 1974, totalizando 22 anos de obras (LORES, 2017. p. 203-208).

representação do conjunto

ano 1954 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

fonte: Veja SP (2018) desenho feito por Julia Simabukuro

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fALENCIA DO BNI


A falência do BNI fez com que, inevitavelmente, mudanças acontecessem. A maioria dos equipamentos que Carlos Lemos e Oscar Niemeyer tinham planejado não chegaram a ser executados. “O Oscar fez desenhinhos básicos no Rio de Janeiro e quando precisou desenhar o definitivo para aprovar, ele veio para cá para São Paulo, eu e ele combinamos de fazer como fazer, e fomos projetando. Demorou quase uma semana fazer planta de aprovação na prefeitura. Previmos um cinema, teatro, vários atrativos, que depois não foram feitos. O cinema foi.” (LEMOS, 2019)

ano 1954 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

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fALENCIA DO BNI

O grande hotel anexo ao prédio principal foi cortado do programa para virar uma sede do Bradesco. Niemeyer havia planejado uma área verde e um restaurante que terminaram não sendo construídos. O programa de alguns blocos mudou de apartamentos de vários quartos para quitinetes e apartamentos uni habitacionais, segundo Heisse e Barreto (1997, p.11, apud MENDONÇA, 1999, p. 39). Todas as mudanças e adulterações ao projeto original, junto ao convite a fazer as construções da próxima capital brasileira fizeram com que o Oscar perdesse o interesse no edifício. Lores (2017, p. 240-241) coloca: “Ele próprio contribuiu para que a sua temporada arquitetônica paulistana, com exceção do ibirapuera, começas-

se a ser esquecida. Nas dezenas de livros sobre sua obra, não publicava os projetos feitos para a iniciativa privada em são paulo. [...] Quando o entrevistei longamente em março de 2011, Niemeyer, aos 103 anos, disse ‘só fiz porcaria em São Paulo’.” (LORES, 2017, p. 240-241)

O abandono por Niemeyer do projeto também é evidente na falta de planejamento para alguns espaços nos andares térreos, onde as lajes inclinadas (dispostas dessa forma para seguir o terreno) criam espaços pequenos e esquisitos com pés direitos inutilizáveis, demonstrando uma falta de refinamento ao projeto (OUKAWA, 2017). Apesar das drásticas mudanças, a forma característica não se perdeu (VITRUVIUS, 2010). Entre as mudanças feitas ao projeto está a mudança ao projeto estrutural. Tanto o Oscar como os engenheiros dele tiveram muita dificuldade se movimentando entre o Rio de Janeiro e São Paulo para executar o Copan, o que deixou aos engenheiros locais a execução do projeto estrutural do prédio. Apesar de que nos andares base encontra-se uma malha estrutural moderna, que permite a independência da planta, nos andares habitacionais encontramos muitos pilares dispostos de maneira irregular dentro das paredes das habitações, antítese da arquitetura moderna (REVISTA AU, 201-).


A área residencial compreende 1.160 apartamentos divididos em 6 blocos - A, B, C, D, E e F. Niemeyer, que era membro do Partido Comunista, propôs um condomínio no qual classes sociais distintas pudessem habitar, fazendo uma variedade de plantas desde quitinetes à apartamentos de quatro quartos (LORES, 2017, p. 37). BLOCO A − 64 apartamentos, de 2 quartos, sala, cozinha, 2 banheiros, área de serviço e despensa (com 86 m² por unidade). BLOCO B − 448 quitinetes, de quarto/sala, cozinha e banheiro (com 24 m² por unidade); e 192 apartamentos, de 1 quarto, sala, cozinha e banheiro (com 36m² por unidade). BLOCO C − 64 apartamentos de 3 quartos, 2 banheiros, sala, cozinha e quarto de empregada e area de servico (com 140 m² por unidade) BLOCO D − 64 apartamentos de 3 quartos, 3 banheiros, sala com dois ambientes, cozinha, área de serviço e quarto de empregada (com 170 m² por unidade). BLOCO E − 168 unidades com plantas de diferentes dimensões (de 28 m² a 63 m²) variando entre apartamentos tipo quitinete e apartamentos de 1 dormitório. BLOCO F − 160 unidades com plantas de diferentes dimensoes (de 25 m² a 54 m²), variando entre apartamentos tipo quitinete e apartamento de 1 dormitório.

ano 1956 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

Os blocos E e F no projeto original apresentavam 32 apartamentos cada (com áreas entre 230 m² a 250 m²) de 4 quartos, 4 banheiros, sala com 2 varandas, cozinha, quarto de empregada e área de serviço.

planta representativa dos blocos do edifício fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro

PROJETO executado


A arquitetura previu pilares arredondados e bojudos chegando até o solo dois a dois. No térreo, esses pilares configuram uma espécie de espinha dorsal que revela, com sutileza, a existência do “S” da lâmina de apartamentos. A carga do “paliteiro”, como pode ser chamada a estrutura fragmentada resultante do pouco refinamento do projeto estrutural nos pavimentos tipo, converge para esses pilares graças a um pavimento de transição, posicionado pelo arquiteto imediatamente acima croqui da disposi- da cobertura do embasamento. Este ção dos pilares dos pavimento, de seção trapezoidal blocos E e F que se prolonga por toda a extensão fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Marce- da lâmina, contém também parte da la Martins infraestrutura do edifício. corte transversal esquemático dos espaços residuais ano 1956 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

estrutura

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Márcio Lino

Os pavimentos da base, em muitos trechos inclinados (tanto mais quanto mais próximos do térreo), também apresentam um caos estrutural, com espaços residuais que até hoje permanecem ociosos. São pés-direitos exíguos, impróprios para atividades, acessos e circulações verticais não executadas, “finais de linha” súbitos e inexplicá-

veis e inconstância de aberturas, o detalhe da transque restringiria as possibilidades de missão de carga na viga de transição uso do local. As lajes do embasafonte: Oukawa (2010) mento vibram, quase como se desenho feito por Marcela Martins esses vazios estivessem à espera de uma cidade que ainda não aconteceu, que contaria com uma espécie de duplicação ou continuação da rua a alguns pisos acima do térreo existente (OUKAWA, 2010).


base elevação norte: rua unaí fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro

base elevação norte: rua unaí (continuação) fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Marcela Martins

ano 1956 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

base elevação leste: rua vila normanda

base elevação norte: rua araújo

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Marcela Martins

fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Márcio Lino

estrutura


elevação leste fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro

ano 1956 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

fachadas

elevação norte fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Julia Simabukuro


elevação sudoeste fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Márcio Lino

ano 1956 situação política período democrático n. de habitantes em são paulo 2.198.096²

elevação sudeste fonte: Oukawa (2010) desenho feito por Márcio Lino

fachadas


ano 1970 − 1980 situação política regime militar n. de habitantes em são paulo 5.978.977²

anos após a inauguração

Em 1957 entrou em vigor a Lei n°5.261, proposta por Anhaia Mello, que buscou desadensar a cidade de São Paulo. Com a introdução do “coeficiente de aproveitamento”, a lei determinou que um edifício residencial só poderia representar até quatro vezes o número de metros quadrados do terreno que se situa, e seis vezes de um prédio comercial, além de estabelecer metros quadrados mínimos por unidade, de modo que a densidade fosse limitada a 600 habitantes por hectare. O coeficiente de aproveitamento do Copan é 12 vezes o terreno, na época que ele foi aprovado a altura de um edifício dependia da largura da rua. A lei acabou encarecendo o valor dos imóveis nas áreas centrais, jogando para áreas periféricas e sem infraestrutura novos empreendimentos imobiliários. Essa política favoreceu o espraiamento das áreas residenciais, e por extensão, o rodoviarismo. Rapidamente, muitos dos icônicos edifícios dos anos 50 foram se tornando cortiços verticais (LORES, 2017, p. 256-257). Nos anos 60, Jane Jacobs militava contra o protagonismo do automóvel e a tendência à suburbanização dos bairros, com prédios no meio do lote e cercados

com prédios no meio do lote e cercados de jardins e estacionamento. Jacobs (1961) defende a proximidade das vitrines e janelas com a rua, que garantiria a segurança e permanência, com esses espectadores, mais pessoas seriam atraídas para as ruas, a mistura de usos manteria a rua viva em todos os horários. No Copan, o último prédio inaugurado antes da Lei n°5.261, resiste esse pensamento dos “olhos na rua” que Jacobs defende, devido a sua porosidade e diversificação de uso, existe vitalidade até altas horas em qualquer dia da semana ao seu entorno. Fato que também permitiu sua restauração e resistência à degradação do centro. Estima-se que 5 mil pessoas morem no edifício e há uma circulação média de 22 mil por dia (VEIGA, 2015). “Morar lá é uma maravilha. Você põe uma sandália qualquer, veste uma capa de chuva por cima do pijama e vai comprar o jornal na avenida São Luís, no domingo, numa boa. Há uns cinquenta restaurantes e comércios ao redor. Tinha o hilton em frente, onde eu usava a sauna e a piscina. Você tem a cidade à mão” (ROCHA, 2017, p. 256)


Com a consolidação da Avenida Paulista e da Avenida Faria Lima como novo eixo empresarial, o desaparecimento de áreas verdes na região central e o drástico aumento da circulação de automóveis, a década de 70 foi marcada por uma intensa desvalorização do centro histórico. A produção da arquitetura moderna já não era mais de interesse do Estado, muito menos a preservação dos edifícios deste período. A implantação das linhas de metrô e de linhas de ônibus colocaram o centro histórico em posição de privilégio no transporte público urbano, o que contribuiu para que o perfil de usuários da região se configurasse para o comércio e serviços populares, voltados a uma população de menor poder aquisitivo. Com o abandono das elites, os empreendimentos imobiliários se deslocam do centro, o que resultou em uma forte desvalorização imobiliária. O que seria resultado da poluição da área, sensação de insegurança, aliado a ausência de novos terrenos para empreendimentos, e a decadência das edificações já presentes. O Copan, como um dos principais empreendimentos da região, foi fortemen-

te afetado pelo esvaziamento do centro nesta década. Com falhas na administração, problemas de segurança e manutenção do prédio e a obsolescência do mesmo se tornaram evidentes, afetando a qualidade de vida no local. Haviam frequentes desentendimentos entre os condôminos, principalmente no bloco B, onde o aluguel era mais barato, como um cortiço vertical (SILVA, 2008). Na década de 80 o Copan passou a ser administrado pelos próprios moradores, o que favoreceu a sua revitalização. Affonso Celso Prazeres de Oliveira, responsável pelo prédio há 26 anos e ex-subprefeito de São Paulo, foi o principal atuante na recuperação do edifício quando assumiu o cargo de síndico em 1993. A ligação entre Oliveira e a prefeitura facilitou o processo, negociando as dívidas do edifício e retirando condôminos inadimplentes. Ele aponta a ligação da especulação imobiliária no centro ao Copan, que é afetado por todas as mudanças do cenário do centro histórico. Ressalta também o desafio de solucionar o problema de segurança do edifício, que atualmente conta com câmeras 24

horas espalhadas por todo prédio. Ainda hoje o Copan apresenta desafios em sua modernização e manutenção para atender os moradores, apesar das políticas públicas de requalificação do centro. Oliveira destaca a dificuldade da participação dos moradores na vida comum do prédio. O grande número de habitantes dificulta a integração e a articulação. A escassez de recursos também é um ponto considerável na administração do conjunto. Segundo ele, a mudança do artigo 50 da Lei Cidade Limpa beneficiou a coleta de recursos, uma vez que permite o uso de 10% da fachada de prédios tombados para a publicidade (BALAGO, 2016).

ano 1970 − 1980 situação política regime militar n. de habitantes em são paulo 5.978.977²

anos após a inauguração


ano 2002 − 2019 situação política regime democrático n. de habitantes em são paulo 10.405.867²

preservação e tombamento

representação do copan e seu entorno fonte: ArchDaily (2017) desenho feito por Fabiana Oliveira


O reconhecimento oficial do Copan como patrimônio ocorreu em dezembro de 2012, teve o processo de tombamento em análise por dez anos, quando foi reconhecido pelo CONPRESP – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (SÃO PAULO, 2012), que traz em sua resolução as considerações quanto ao valor histórico, arquitetônico, urbanístico e paisagístico, ficando preservadas suas características arquitetônicas externas e ambientes internos que constituem as áreas comuns. Em outubro de 2013 iniciou-se uma avaliação das condições de integridade dos elementos estruturais, elementos de vedação e do revestimento de porcelana das fachadas pela empresa Falcão Bauer, por meio de inspeções visuais e ensaios. Com sua construção em obras dos anos 50 até os anos 70, nestas sete décadas de exposição à insolação e intempéries, o Copan sofre de desgastes na construção, tendo como sua fachada a principal afetada. As pastilhas que revestem o edifício, com mais de 46 mil m², estão despregando e causando acidentes. Ele também sofreu muitas alterações nas plantas internas, realizadas pelos moradores, que ao alterar o espaço, moveram os caixilhos e retiraram elementos originais, prejudicando a fachada. No fim de 2011, o Conpresp autorizou a instalação de tela e bandeja de proteção na

fachada do edifício e em 2015, se iniciou o processo de reconstrução das fachadas sudoeste e noroeste, mas desde o final de 2016 se encontra paralisado por divergências administrativas com o Conpresp e a administração do Copan. A discussão da troca das pastilhas tomou muito tempo. As pastilhas originais do prédio não são mais fabricadas, e as propostas pela administração do condomínio teriam um aspecto muito diferente. Devido à demora, as empenas estão sem revestimento desde 2018. O Conpresp havia determinado que as pastilhas retiradas fossem armazenadas para que fossem reaproveitadas, porém, a Falcão Bauer pediu que fossem tiradas por completo, uma obra que custaria R$ 23 milhões. De acordo com Raquel Schenkman, diretora do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico), nenhum dos estudos feitos sobre a situação do Copan justificava a retirada completa das pastilhas, o que feriria os princípios básicos de restauro, o da mínima intervenção (ANGIOLILLO, 2019). Carlos Lemos (2016), comenta o restauro: “O trabalho no edifício deve ser tratado como um projeto de restauro e não como simples conservação: um projeto que respeite seus aspectos construtivos e simbólicos, com uma leitura contemporânea e não nostálgica.” ² De acordo com IBGE (2018)

ano 2002 − 2019 situação política regime democrático n. de habitantes em são paulo 10.405.867²

preservação e tombamento


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