O meu risco cardiovascular

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Informação prática Explicações claras

O MEU RISCO CARDIOVASCULAR Compreender e tratar

Guias do Paciente



Guias do Paciente

O MEU RISCO CARDIOVASCULAR Compreender e tratar


Os Guias do Paciente são uma publicação EDUdigital Av. António Augusto de Aguiar, n.º 24, 3º 1050-016 Lisboa tel: +351 214391476 geral@edudigital.pt 2014. EDUdigital Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução desta obra por qualquer meio (fotocópia, offset, fotografia, etc.) Redação: Dr. Philippe Violon, neurologista Supervisão: Dr. M. Van Zandijcke, neurologista © Vivio Dr. M. Gonce, neurologista Tradução: Sofia Sondergaard 3DJLQD R H 'HVLJQ ) ELR 1HYHV 1.ª. Edição 2-009 2.ª Edição 2014 ISBN 978-989-97758-7-9


Compreender e tratar

Este livro foi desenvolvido por médicos da especialidade com o propósito de educar os pacientes desta doença, como os seus familiares e amigos, sobre o risco cardiovascular. Os conteúdos das páginas que se seguem servem para informar: não substituindo o diagnóstico de um médico, não se auto-medique com base neste livro ou noutras fontes não especializadas.


Índice Introdução Uma boa saúde física, psicológica e social....... 7 A saúde subjetiva e a saúde objetiva............... 8

Compreender O meu risco cardiovascular............................... 10 O que é o risco cardiovascular?........................ 11 Porquê medir este risco tão famoso?................ 12 Como medi-lo?.................................................. 13 O que acontece depois da medição do risco?.... 14 O sistema cardiovascular e a aterosclerose....... 17 O sangue, o coração e as artérias..................... 18 A aterosclerose: uma doença das artérias........ 19 Trombose cardíaca ou cerebral......................... 19 Os fatores de risco............................................ 22 Os fatores de proteção...................................... 23 Os acidentes cardiovasculares.......................... 25 O enfarte do miocárdio (cardíaco)..................... 26 Os acidentes vasculares cerebrais (AVC)........... 30 A arteriopatia dos membros inferiores............... 33


Diagnosticar O risco cardiovascular global............................ 35 Um risco global, por 3 razões ou menos........... 36 Despistagem rápida........................................... 37 As medidas do risco cardiovascular global....... 39 Como despistar os meus fatores de risco?........ 40 Qual é o meu nível de risco?............................ 42 As tabelas de risco........................................... 47

Tratar Objetivos conforme o nível de risco................... 49 Risco reduzido................................................... 50 Risco ligado ao tabagismo................................ 51 Risco médio...................................................... 56 Risco elevado................................................... 61

Na prática Objetivo: mudar................................................. 69 Glossário........................................................... 78 O passaporte da minha saúde cardiovascular... 82


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Introdução

Uma boa saúde física, psicológica e social


Introdução Uma boa saúde física, psicológica e social Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a saúde é o bem-estar físico, psicológico e social completo. Saúde física, psicológica… O bem-estar físico equivale a estar medicamente de boa saúde. A noção de bem-estar psíquico significa estar bem a nível da cabeça, mentalmente, e permite de uma vez por todas considerar que os problemas psíquicos como a depressão ou as perturbações da ansiedade são doenças de direito próprio, devendo ser tratadas como tal.

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Introdução

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…e social Quanto ao bem-estar social, permite que a pessoa se sinta bem com os outros, os que a rodeiam, a sua família, os que lhe estão próximos, os seus colegas, os seus vizinhos… As relações com os outros também influenciam a nossa saúde.

A saúde subjetiva e a saúde objetiva A ideia que eu tenho de saúde A minha saúde é, antes de mais, a forma como eu vivo, como eu me sinto. Em mim e com os outros. É o que se chama de saúde subjetiva. Mas, mesmo que eu me sinta muito bem, isso não quer dizer que eu não seja atingido por uma ou outra doença, como por exemplo a diabetes ou a hipertensão arterial…


Introdução A medida médica A minha saúde é, por isso, também a forma como o meu médico a vê. É o resultado de medições do funcionamento do meu coração, dos meus pulmões, da minha tensão… Ou ainda o meu nível de risco em relação a ter uma crise cardíaca ou um acidente vascular cerebral (trombose ou hemorragia) nos próximos anos. A isto se chama a saúde objetiva. Duas visões indispensáveis Estas duas visões são indispensáveis e completam-se mutuamente. O ideal é que cada um – paciente e médico – tenha em conta a perspetiva do outro para completar a sua visão. Que cada um possa ter uma visão comum e unificada da saúde, simultaneamente subjetiva e objetiva.

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Compreender

O meu risco cardiovascular


Compreender O que é o risco cardiovascular?

O risco de ter um acidente cardiovascular nos próximos 10 anos O risco cardiovascular define-se como o risco ou a infelicidade de viver um acidente cardiovascular causado pela obstrução de uma ou mais artérias nos próximos dez anos. As artérias são vasos que guiam o sangue e, por isso, guiam o oxigénio do coração para os principais órgãos do corpo. Quando uma artéria fica obstruída, isso provoca um acidente cardiovascular. Principais alvos: o coração e o cérebro O acidente cardiovascular pode afetar o próprio coração (enfarte cardíaco) ou o cérebro (acidente vascular cerebral) ou

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Compreender outras partes do corpo, como por exemplo as pernas. Estes acontecimentos resultam de um processo lento de deterioração da parede das artérias, que ficam muitas vezes insensíveis e invisíveis durante muitos anos: é a aterosclerose (ver mais à frente) que ocorre antes de ocorrer um acidente cardíaco ou cerebral.

Porquê medir este risco tão famoso? É importante medir o seu risco cardiovascular, por um lado porque as doenças cardiovasculares são frequentes, graves e potencialmente mortais, por outro porque podemos agir eficazmente sobre esse risco para o reduzir, caso seja importante.


Compreender Como medi-lo? Uma medição simples Esta avaliação pode ser feita simplesmente através de:

• algumas perguntas; • duas medições: o índice de massa corporal, que permite calcular se o peso (ou a largura da cintura) é normal ou demasiado elevado, e a tensão arterial; • uma possível recolha de sangue. No momento de uma consulta A medição do risco pode realizar-se em pouco tempo, durante uma consulta com o seu médico de clínica geral. É realizada uma recolha de sangue a uma em cada duas pessoas, em função do historial de cada um e do exame realizado pelo médico (esta recolha de sangue inclui apenas as análises de rotina e por isso não é dispendiosa).

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Compreender O que acontece depois da medição do risco? Um nível de risco baixo, médio ou elevado O seu nível de risco cardiovascular pode ser baixo, médio ou elevado. Ele reflete o estado de saúde das suas artérias e o risco que a sua saúde corre se não mudar nada. Se o seu risco cardiovascular for BAIXO, não deverá ser tomada nenhuma medida específica. O seu médico vai aconselhá-lo a manter hábitos de vida saudáveis. Risco médio ou elevado: fixar objetivos de saúde Pelo contrário, se o seu risco cardiovascular for MÉDIO ou ELEVADO, o seu médico vai ajudá-lo a fixar diferentes objetivos de saúde e a agir de modo a alcançá-los. Provavelmente terá de renunciar a um ou outro mau hábito, mas, em contrapartida, vai melhorar a sua saúde e aumentar a sua probabilidade de viver até uma idade mais avançada e em boa forma.


Compreender Uma ajuda bem-vinda A família, os amigos, um cardiologista, o farmacêutico ou ainda um dietista podem ajudá-lo a tomar estas medidas. A saúde é como o dinheiro, podemos desperdiçá-la ou preservá-la para gozar dela por longo tempo.

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O sistema cardiovascular e a aterosclerose

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Compreender O sangue, o coração e as artérias O sangue transporta o oxigénio e os nutrientes necessários à vida de milhares de células do nosso corpo. É distribuído através de um sistema de tubos (artérias e veias) cujas ramificações alimentam os cantos mais escondidos do nosso organismo. Coração e artérias Este sistema é formado, por um lado, pelas artérias que transportam o sangue oxigenado que vem do coração e, por outro lado, pelas veias, nas quais deitados os resíduos provenientes do funcionamento das células. O coração, que é uma verdadeira bomba de pressão e sucção, desempenha o mesmo papel que a bomba num sistema de aquecimento central. O coração é alimentado pelas artérias coronárias Composto por um músculo, o miocárdio, o coração é ele próprio alimentado por diferentes artérias, chamadas «coronárias», porque elas formam uma coroa em volta do coração.


Compreender

Depósitos de Estrias Espessamento Placa de Lipídicas Colesterol ateroma 1.ª ETAPA

2.ª ETAPA

Doença silenciosa

Isquemia

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Estenose

Rutura

3.ª ETAPA Trombose

Adaptado de Stary, H. C. et al., Circulation, 1995 ; 92 ; 1355-74

A aterosclerose: uma doença das artérias As principais artérias afetadas pela aterosclerose são as que irrigam o cérebro, o coração e as pernas. Um dano progressivo das artérias A aterosclerose é uma transformação lenta das artérias que se inicia pela acumulação progressiva do colesterol na camada média da parede destas artérias, num contexto de inflamação. Esta papa gordurosa («atheros» em grego antigo) deu o nome à doença «aterosclerose».


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Compreender Um início silencioso Durante os primeiros anos, a doença é «silenciosa» e não nos damos conta da sua evolução. Contudo, na parede das artérias formam-se placas de ateroma. Com o passar do tempo, a aterosclerose evolui nas paredes arteriais e o diâmetro interior destas fica mais estreito (estenose). Estes estreitamentos comprometem a irrigação dos órgãos, segundo um processo que se assemelha à acumulação de depósitos calcários nas canalizações. Falamos então de isquemia crónica. Angina de peito, coxear Podem então surgir sintomas, em função das zonas afetadas:

• dores torácicas (angina de peito) ligadas aos danos causados às artérias que alimentam o coração (artérias coronárias); • acidentes vasculares cerebrais de curta duração (acidentes isquémicos transitórios); • dores nas pernas (coxear) especificamente quando se está a


Compreender caminhar (arteriopatia obliterante dos membros inferiores); • desenvolvimento de hipertensão arterial (por danificação das artérias renais).

A trombose Uma parede arterial que se fragiliza Sob o efeito desta infiltração da sua parede, as artérias ficam fragilizadas. A parede interna fica então com tendência a romper. Pode então formar-se um coágulo sanguíneo e bloquear a artéria: ocorre uma trombose aguda. A zona do coração ou do cérebro de que depende esta artéria deixa então de ser irrigada e acaba por morrer.

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Compreender


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Os acidentes cardiovasculares

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Compreender Acidentes cardiovasculares graves e frequentes O balanço dos acidentes cardiovasculares (ou seja, dos acidentes cardíacos ou cerebrais) é pesado. Em Portugal, eles constituem a primeira causa de morte, à frente dos cancros, mas são também a primeira causa de morte precoce, com cerca de 38.000 mortes por ano, ou seja, uma morte a cada quarto de hora! Como termo de comparação, os acidentes de viação matam 2.000 pessoas por ano no nosso território. Quando não são mortais, os acidentes cardiovasculares deixam muitas vezes as suas vítimas com deficiências ou dependentes.

Enfarte do miocárdio (ataque cardíaco) Uma trovoada num céu tranquilo O primeiro acidente cardíaco acontece muitas vezes, por isso, de forma brutal, como se fosse «uma trovoada num céu tranquilo».

O que é um enfarte?


Compreender Vimos que um coágulo de sangue pode formarse de repente no interior de uma artéria e obstruí-la, no contexto de rutura da placa de ateroma ou de estreitamento crónico do seu calibre. Quando o sangue não chega ao órgão que depende da artéria danificada, a falta de oxigénio resultante vai primeiro implicar um sofrimento (isquemia) das células do órgão em questão e depois a sua morte (necrose), caso a circulação sanguínea não seja restabelecida num tempo de espera suficientemente breve. No caso do coração, falamos de enfarte do miocárdio ou crise cardíaca. No caso do cérebro, falamos de acidente vascular cerebral (AVC). O risco de insuficiência cardíaca Depois do enfarte cardíaco, a porção do músculo cardíaco morta será substituída por tecido cicatrizante, que não participará ativamente nas contrações do coração. Pode então instalar-se progressivamente uma insuficiência cardíaca. Isto quer dizer que o coração já não consegue garantir o funcionamento como bomba. A capacidade de esforço reduziu-se, limitando cada

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Compreender vez mais as atividades físicas ou mesmo as atividades da vida diária. Em casos extremos, a respiração ofegante está presente mesmo durante o repouso. Uma recuperação variável Após um enfarte, o grau de recuperação depende de diferentes fatores, como a condição física, a idade, a rapidez da intervenção médica e a dimensão das lesões.

Enfarte e depressão

O enfarte tem também um impacto psicológico e altera muitas vezes o humor das suas vítimas. Cerca de 15% a 20% das pessoas vão mesmo sofrer uma depressão considerável. Por outro lado, constatou-se que a depressão aumentava o risco de degradação do estado de saúde e mesmo da mortalidade.


Compreender

Saber reconhecê-lo… O enfarte manifesta-se quase sempre por uma dor no peito, que acontece frequentemente após um período de repouso. Tipicamente, a dor inicia-se de forma bastante brusca ao nível do esterno, dando a impressão de que a região do peito está presa num torno. A dor pode difundir-se para os maxilares, os ombros, os braços (mais frequentemente o braço esquerdo) ou as costas. Por vezes, esta dor é acompanhada de náuseas e vómitos. A intensidade da dor é variável, geralmente forte. Contudo, ela pode estar ausente em certas pessoas, nomeadamente os diabéticos. O enfarte é acompanhado de um sentimento de mal-estar geral e angústia, até mesmo de sensação de morte iminente. É igualmente possível que haja uma quebra de tensão e que a pessoa perca os sentidos. É fundamental consultar ou chamar imediatamente o 112 quando uma dor no peito dura mais de 20 minutos.

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Compreender Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) Os acidentes vasculares cerebrais constituem a urgência neurológica mais frequente, sobretudo entre a população de mais idade. Sintomas motores, sensitivos, visuais… Se uma das artérias que irrigam o cérebro fica bloqueada de forma duradoura, os neurónios situados a jusante morrem. O défice que daí resulta dependerá do papel dos neurónios em questão. Este pode ser:

• sensitivo (perda de sensibilidade); • motor (paralisia); • misto (sensitivo-motor); • visual; • ou afetar uma das funções superiores como por exemplo a linguagem.


Compreender Um risco elevado de deficiência Estas deficiências marcarão depois mais ou menos a vida das vítimas em função da sua importância. Em geral, as consequências de um acidente vascular cerebral são pesadas e afetam a vida pessoal, as atividades profissionais, as relações sociais e as pessoas que o rodeiam.

Acidente isquénico transitório: Um sinal de alerta Em certas pessoas, uma artéria que irriga o cérebro pode bloquear momentaneamente, provocando paralisia, perturbações temporárias de linguagem ou de visão, ou seja, durante menos de 24 horas e geralmente menos de 3 horas. Mesmo que a recuperação nestes casos precisos seja completa, o acidente isquémico transitório constitui um sinal de alerta. Isto exige uma tomada de posição médica rápida para que sejam tomadas as medidas necessárias para diminuir o risco de acidente futuro potencialmente grave e definitivo.

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Compreender Saiba reconhecê-lo… É fundamental conhecer os sintomas de alerta de um acidente vascular cerebral:

• paralisia da boca e de um braço ou perna; • perturbações da fala com dificuldade em pronunciar, encontrar as palavras certas ou compreendê-las; • perturbações da visão… Os pacientes que apresentam um ou mais destes sintomas durante pelo menos 15 minutos devem ser imediatamente levados para um meio hospitalar. Na realidade, a equipa médica apenas dispõe de 3 horas para pôr em ação um tratamento destinado a dissolver o coágulo que está a bloquear uma das artérias do cérebro (tratamento trombolítico).


Compreender A arteriopatia dos membros inferiores Uma dor enquanto se anda a pé A aterosclerose pode igualmente comprometer a circulação sanguínea ao nível das pernas: é a arteriopatia dos membros inferiores. A ela também se chama «arterite obliterante», que é um termo que diz muito mais: dano causado às artérias que as oblitera ou bloqueia. Surge então uma dor quando se anda a pé que limita a distância que se pode percorrer. Ela manifesta-se por uma cãibra na barriga da perna, por vezes na coxa (que leva a coxear).

Mais vale prevenir… Estes dados mostram bem a importância da prevenção cardiovascular. A prevenção deve começar cedo, no consultório do médico de clínica geral, antes que seja demasiado tarde.

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Compreender A trombose aguda Tal como para o coração e o cérebro, uma trombose aguda pode surgir e bloquear a circulação. Esta situação exige uma intervenção médica urgente para desbloquear o vaso, para salvar a perna e impedir umasérie de complicações. Contudo, a amputação pode ser inevitável em 20% dos casos. A arterite obliterante acontece mais frequentemente nas pessoas de idade. A diabetes e o tabagismo constituem fatores de risco importantes. A trombose aguda Tal como para o coração e o cérebro, uma trombose aguda pode surgir e bloquear a circulação. Esta situação exige uma intervenção médica urgente para desbloquear o vaso, para salvar a perna e impedir uma série de complicações. Contudo, a amputação pode ser inevitável em 20% dos casos. A arterite obliterante acontece mais frequentemente nas pessoas de idade. A diabetes e o tabagismo constituem fatores de risco importantes.


Diagnosticar

Os acidentes cardiovasculares

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Diagnosticar Um risco global por pelo menos três razões O risco cardiovascular é qualificado com global por pelo menos 3 razões. 1. Diz respeito a todas as nossas artérias Em primeiro lugar, porque, quando existe risco de danos aos nossos vasos sanguíneos, ele diz respeito à totalidade das nossas artérias, dos pés à cabeça, passando pelo coração, os grandes vasos do tronco (a aorta), o cérebro, ou ainda os rins ou os órgãos genitais e as pernas. 2. Os fatores de risco acumulam-se Depois, porque resulta da ação conjugada de diferentes fatores de risco. De facto, para determinar o risco de ter um acidente vascular, não é preciso avaliar certos fatores de risco individualmente, como por exemplo hipertensão, diabetes, excesso de colesterol… mas sim avaliá-los globalmente. 3. Tomar medidas médicas globalmente Por fim, porque as medidas médicas a tomar devem ser também globais. Não se trata de tratar em separado os diferentes fatores de risco e, por isso, por exemplo pensar no colesterol negligenciando a tensão arterial


Diagnosticar ou ignorando o tabagismo ativo! Embora pouco espetacular, a acumulação de diversos fatores moderados revela-se na realidade mais perigosa do que a presença de um único fator muito perturbado. O nível de risco cardiovascular determina a intensidade dos tratamentos de prevenção. Um risco cardiovascular elevado exige naturalmente que se tomem medidas mais ‘musculadas’, associando diferentes adaptações do modo de vida e tomada de medicamentos, enquanto um risco ligeiro não exige adaptação ou procura de hábitos saudáveis que visem o seu controlo.

Despistagem rápida das pessoas com elevado risco cardiovascular Um risco elevado As pessoas com risco cardiovascular elevado: ou seja, pessoas que tinham um risco superior a 1 hipótese em 5 de ter um acidente vascular cardíaco ou cerebral nos 10 anos seguintes. Um dos objetivos da cardiovascular é identificar essas pessoas e tratá-las de forma prioritária. E isso é bastante simples!

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Diagnosticar Todas as pessoas que já tiveram um acidente cardiovascular Por um lado, as pessoas que já viveram um acidente cardiovascular anterior apresentam um risco elevado de recaída e constituem, por definição, um risco cardiovascular elevado. Por isso, sua identificação já está feita. Todos os diabéticos O mesmo acontece com os pacientes com diabetes tipo 2 (a chamada diabetes «da idade madura»). O próprio facto de se ter diabetes predispõe-nos em grande medida para a aterosclerose e para os acidentes cardiovasculares. …e os outros Por outro lado, trata-se de identificar todas as outras pessoas com elevado risco entre os que estão aparentemente de boa saúde. Até há pouco tempo, não existia uma estratégia para um diagnóstico rápido e fácil do nível de risco cardiovascular entre as pessoas que nunca apresentaram problemas vasculares e que não são diabéticas. Ora, muitas destas pessoas consultam o seu médico generalista.


Diagnosticar

As medidas do risco cardiovascular

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Diagnosticar A avaliação do risco cardiovascular global deveria ser realizada a todas as pessoas com idades entre os 40 e os 75 anos. Pode fazer-se com o seu médico generalista, qualquer que seja o motivo da consulta. A escolha da idade de 40 anos justifica-se pelo facto de um quarto dos primeiros enfartes ocorrer antes dos 55 anos de idade. Por isso, é preciso despistar a doença cedo. Como despistar facilmente os meus principais fatores de risco (IICDAFGH)? Os fatores de risco são rapidamente recolhidos graças a 6 perguntas simples, resumidas através de 6 letras do alfabeto e transcritas para o ficheiro médico. Estas perguntas dizem respeito ao seguinte:

• Idade: tem 50 anos ou mais? • Isqueiro (tabagismo e cigarro): fuma diariamente? • Colesterol: o seu colesterol está perturbado, ou seja, o mau colesterol (ou colesterol LDL) está demasiado elevado e/ou o bom colesterol (ou colesterol HDL) está demasiado


Diagnosticar baixo? Esta questão não se baseia nos valores do colesterol, mas sim na noção de uma anomalia conhecida. • Diabetes: sofre de diabetes tipo 2? • Acontecimento cardiovascular pessoal: já teve um acidente cardiovascular, cardíaco ou cerebral? • Família: já houve um acidente cardiovascular precoce na família em 1.º grau (enfarte, pontada, dilatação coronária ou morte súbita do pai, da mãe ou de um irmão antes dos 55 anos para os homens e dos 65 anos para as mulheres)? • O exame clínico cardiovascular completo recolhe informação essencial através de duas medições físicas: a massa gorda (peso e/ou diâmetro da cintura) e a tensão arterial (em condições de calma). Gordura: existe excesso de tecido gordo (obesidade), definido por:

• o diâmetro da cintura excessivo (> 88 cm nas mulheres, > 102 cm nos homens), medido através de uma simples fita métrica à volta da cintura descontraída e/ou o um Índice de

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Diagnosticar Massa Corporal (IMC) > 30 kg/m2 (o IMC relativiza o peso tendo em conta a altura. Obtemo-lo dividindo o peso em quilos pela altura em metros quadrados). Assim, por exemplo, uma pessoa que mede 1,70 metros é obesa quando o seu peso chega aos 87 kg (IMC = 87 a dividir por (1,7)2 = 30,1).

Hipertensão: existe hipertensão tratada por medicamentos e/ou valores de tensão arterial elevados medidos diversas vezes – tensão arterial sistólica (superior) 140 mmHg e/ou tensão arterial diastólica (inferior) > 90 mmHg? Qual é o meu nível de risco cardiovascular? Aplicando-se a todas as pessoas com idades entre os 40 e os 75 anos, esta abordagem simples e rápida (IICDAFGH) permite atribuir a cada pessoa um nível de risco cardiovascular.


Diagnosticar

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Algorítimo de prevenção cardiovascular Etapa 1. Clínica dos fatores de risco. 6 perguntas (I I C D A F) e 2 medições físicas (G H) Etapa 2. Classificação por nível de risco.

D+ (diabetes 2) I+ (idade >50) ou C+ (colesterol) ou ou/e F+ (família G+ (gordura) ou H+ A+ cardiovascular) (hipertensão) (acontecimento)

I+ só (isqueiro 0 isolado) (nenhum) (= tabaco)

Para especificar o nível de risco: Análise ao sangue: total/HDL (a análise não deve ser feita em jovem) Utilizar as tabelas SCORE (risco de morte cardiovascular a 10 anos) Se F+ (família cardiovascular): risco x 1,5

≥ 10% Risco cardiovascular elevado

5 - 9% Risco cardiovascular médio

0 - 4% Risco cardiovascular baixo 0 tabaco


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Etapa 3. Alvos dos tratamentos conforme o risco 0 tabaco Exercícios físicos/dia Alimentação saudável Tensão arterial normal (<140/90) Aspirina Estatinas: Prevenção secundária: Em qualquer idade Prevenção primária: Não iniciar antes dos 75 anos

0 tabaco Exercícios físicos/dia Alimentação saudável Tensão arterial normal (<140/90) ? Aspirina ? Estatinas

Seguidos 3 a 4 vezes/ Seguidos 1 vez/ano ano (sem nova avaliação)

Modos de vida saudáveis

Seguidos 1 vez a cada 3 a 4 anos

Primeira etapa: verde, castanho, vermelho ou… cinzento A primeira etapa, por isso, vai ser a definição, com base nos critérios simples IICDAFGH, de se você é verde, vermelho, castanho ou… cinzento. Estas cores refletem o nível de risco cardiovascular. Metade dos adultos que consultam o médico de


Diagnosticar clínica geral é do grupo verde, castanho ou vermelho. Só quando você é classificado como cinzento, ou seja, com um risco indeterminado, é que uma análise de sangue será útil para estabelecer qual o seu risco. Nesse caso, será possível dizer com precisão se o seu risco cardiovascular está no nível vermelho (risco elevado), laranja (médio), ou verde (baixo, ou seja, ótimo).

Você está no nível verde Primeiro, existem as pessoas que à partida têm baixo risco, porque não têm nenhum fator de risco clínico. Corre tudo bem ao nível das artérias. Essas pessoas têm a cor verde.

Você está no nível castanho Existem depois as pessoas que não têm nenhum fator de risco excepto o cigarro que fumam todos os dias. O seu risco cardiovascular está essencialmente ligado ao tabagismo. Atribuímos-lhes a cor castanha uma vez que ainda não conseguiram deixar de fumar. Um ano depois de deixarem de fumar, o nível de risco tornou-se novamente verde.

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Diagnosticar Você está no nível vermelho

Pelo contrário, existem pessoas que já sofreram um acidente cardiovascular (A) e as que têm diabetes tipo 2 (D). Estas pessoas têm risco elevado e estão colocadas na mesma cor vermelha. Os tratamentos vão ajudar a controlar o seu risco.

Você está no nível cinzento

Encontramos, por fim, as pessoas que apresentam um ou mais fatores de risco (Idade, Colesterol, Família, Gordura, Hipertensão). Estas pessoas têm um risco indeterminado em termos desta clínica e recebem momentaneamente a cor cinzenta. Para estas pessoas, o procedimento de diagnóstico deve ser seguido de uma análise de sangue (colesterol total e HDL). O cálculo do risco global será feito pelo médico com base na tabela de risco SCORE. Este último cálculo vai atribuir aos pacientes cinzentos um nível de risco cardiovascular baixo (verde), médio (laranja), ou elevado (vermelho), conforme a tabela de risco SCORE adaptada à Bélgica.

Quando realizar uma análise


Diagnosticar Quando realizar uma análise de sangue ou utilizar uma tabela de risco? A análise de sangue só é necessária para determinar o nível de risco das pessoas do grupo cinzento (ver mais atrás). A análise ao sangue vai medir o colesterol total (CT) e o colesterol HDL (o colesterol bom). Uma relação CT/HDL abaixo de 3,5 é ótima; inferior a 4,5 é favorável; entre 4,5 e 5,5 é intermédia; e é desfavorável se for superior a 5,5. As tabelas de risco: SCORE O modelo SCORE foi desenvolvido a partir de dados recolhidos na Europa (12 populações, seguidas durante cerca de quinze anos). O SCORE calcula o risco de morte por acidente cardíaco ou cerebral no prazo de 10 anos. O sistema de cálculo de risco de morte integra o impacto da idade, do sexo, do tabaco, da tensão arterial sistólica (elevada) e da relação entre os dois colesteróis (Total/HDL).

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Diagnosticar


Tratar

Os principais objetivos para a saĂşde dependem do nĂ­vel de risco cardiovascular

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Tratar Verde: o seu risco cardiovascular é baixo Um risco baixo não significa um risco nulo. Por isso, convém não fumar, respeitar algumas regras de alimentação e praticar exercício com regularidade.

Sejamos mais desportivos! Cerca de 65% da população dos países desenvolvidos não pratica suficientes atividades físicas. Ora, sabemos que a sedentarização favorece o surgimento acidental de inúmeras doenças e aumenta a mortalidade. Uma atividade física regular contribui para a prevenção das doenças cardiovasculares, da diabetes tipo 2, dos problemas depressivos e da ansiedade. Ela exerce igualmente uma influência positiva na evolução das doenças crónicas, passando de um melhor bem-estar a uma diminuição da mortalidade. Fazer 30 minutos por dia de atividade física ligeira é suficiente. Felizmente, as atividades desportivas do tipo atividades da vida diária (subir escadas, andar a pé, cortar a relva…) podem ser incluídas nesta conta!


Tratar Castanho: o seu risco cardiovascular está essencialmente ligado ao tabagismo O único objetivo é: deixar de fumar para que o seu nível de risco cardiovascular volte ao normal, ou seja, ao nível verde. Uma dupla dependência Se o abandono dos hábitos tabágicos é muitas vezes trabalhoso e longo, é porque o tabagismo é sinónimo de uma dupla dependência: comportamental e farmacológica. Estes dois fatores existem em graus diversos em todos os fumadores, mas têm uma importância relativa muito variável de um para o outro. Dependência comportamental O fator comportamental é dominante no tabagismo ocasional, social. Fumar está ligado a diversos acontecimentos da vida corrente: ver outro fumador, o cigarro depois da refeição, na altura de uma pausa

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Tratar no trabalho ou durante uma chamada telefónica, durante os engarrafamentos na autoestrada… Os reflexos condicionados criam-se. Esta dependência psicológica pode também associar-se a uma dependência farmacológica (dependência da nicotina) mais ou menos marcada. Dependência farmacológica Existe uma dependência física inegável em relação à nicotina. Esta droga tem efeitos estimulantes ou calmantes (conforme a dose usada), e mesmo euforizantes, procurados pelos fumadores. É por isso que uma síndrome de privação mais ou menos forte surge quando se deixa de fumar. Os fumadores têm por vezes mais dificuldade em abandonar o cigarro do que o álcool ou as drogas duras e, depois de parar, a curva das recaídas no tempo é paralela para a heroína, o álcool e a nicotina. As soluções antitabaco A dependência farmacológica parece ligada aos picos de concentração cerebral de nicotina que surgem com cada inalação profunda do fumo: observamo-lo por isso sobretudo nos fumadores de cigarros que


Tratar “engolem” quase sempre o fumo e muito menos nos que fumam cachimbo ou charuto, em que o fumo fica frequentemente nas vias respiratórias superiores. Esta dependência, ao contrário da dependência psicológica, dura apenas umas semanas após a pessoa deixar de fumar.

Os tratamentos disponíveis... Parar sem nenhuma ajuda? Os fumadores psiquicamente dependentes da nicotina arriscam-se a sofrer com a falta de nicotina quando deixam de fumar e isso durante 3 a 6 semanas. Esta falta manifestase através de nervosismo, irritabilidade, depressão… Nesse caso, é muito útil e muito mais confortável deixar de fumar usando uma dose de nicotina de substituição.

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Tratar

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Nicotina de substituição A nicotina de substituição existe sob a forma de pensos, gomas, comprimidos que se desfazem na boca, bombas de inalação ou spray nasal. A nicotina de substituição existe em venda livre na farmácia. Pode ser usada pontualmente (para viajar de avião, ficar sem fumar em casa, no trabalho, etc.) ou durante um período de seis a nove semanas, para deixar de fumar. As doses usadas são adaptadas ao conforto da pessoa, diminuindo progressivamente por etapas.

Bupropiona A bupropiona é um medicamento que diminui o interesse do fumador pelo cigarro. A pessoa vê o seu pacote de cigarros, vê outras pessoas a fumar, sem que isso crie nela a vontade de fumar. Quando a pessoa acende um cigarro, este dá-lhe pouco prazer. Este medicamento ajuda muito os fumadores a gerir o tabagismo social, os hábitos tabágicos.


Tratar Vareniclina Trata-se da vareniclina, que atua nos recetores de nicotina do cérebro. Este medicamento tem dois modos de ação. Por um lado, diminui a sua necessidade de fumar reduzindo os outros sintomas de privação de nicotina. Por outro lado, pode diminuir a sensação de satisfação ligada ao cigarro em caso de recaída do são porque vezes necessárias fumador se está a tratar. A escolha do melhor método para parar é feita em função do nível de dependência física, psicológica e comportamental de cada fumador. O seu médico está aí para o orientar. Diversas tentativas são por vezes necessárias Muitas vezes, são necessárias várias tentativas antes do abandono completo e definitivo do tabagismo. O melhor método é uma paragem total, numa data escolhida como sendo favorável. Pode ser o início das férias, a inscrição num clube desportivo, um dia de aniversário, etc. Uma redução progressiva do consumo de cigarros leva frequentemente a um fracasso. Pelo contrário, uma abordagem multidisciplinar num centro de ajuda aos fumadores aumenta a taxa de sucesso.

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Apoio psicológico É muitas vezes útil o apoio psicológico e comportamental ao fumador durante a sua tentativa de deixar de fumar. Criar novos hábitos, novas referências, poder ser apoiado e reconhecido nas dificuldades encontradas é uma ajuda preciosa. A recaída não quer dizer que somos incapazes de parar: muitas vezes é preciso duas ou três tentativas antes que a paragem seja definitiva.

Laranja: o risco cardiovascular é médio As pessoas que se encontram nesta situação são inúmeras. Mais de um terço dos acidentes cardiovasculares ocorre com elas.

Como consegui-lo? Uma vida saudável: sim! Medicamentos: talvez?


Tratar Seis objetivos Deve procurar-se alcançar seis objetivos quando um risco médio se apresenta: 1. Ausência de tabagismo (ativo ou passivo). 2. Adoção de uma alimentação saudável (de tipo mediterrâneo). 3. Prática de atividades físicas regulares (20 a 30 minutos por dia em média). 4. Índice de massa corporal normal (IMC < 25 kg/m2). 5. Tensão arterial normal (< 140/90 mmHg), moderando o sal na comida. 6. Colesterol equilibrado (relação Total/ HDL inferior a 4,5 no qual, por exemplo, um colesterol total inferior a 225 mg/dl se o HDL estiver a 50 mg/dl). Os 6 objetivos dependem todos, antes de mais, de se pôr em prática as boas intenções e hábitos de vida. No que diz respeito à hipertensão e ao excesso de colesterol, as melhorias do modo de vida podem ser insuficientes e o seu médico pode então optar por um tratamento com medicamentos.

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Tratar Este regime caracteriza-se essencialmente por: • Alimentos de origem vegetal em grande quantidade (frutas, legumes, pão, outras formas de cereais, batatas, feijão, frutos secos e sementes variadas); • Alimentos pouco processados, consumidos na época e produzidos localmente; • Uma peça de fruta fresca como sobremesa diária típica e consumo escasso de bolos com açúcares concentrados ou mel; • Gorduras provenientes sobretudo do azeite; • Produtos lácteos (sobretudo queijos e iogurtes) consumidos diariamente em quantidades moderadas; • Peixe e aves em pouca quantidade ou consumidos moderadamente; • Menos de 4 ovos por semana; • Pouca carne vermelha; • Consumo reduzido a moderado de vinho, em geral durante as refeições (menos de 21 copos/semana para os homens e 14 para as mulheres)


Tratar A isto acrescenta-se o trabalho no campo e em casa, bem como deslocações que implicam exercício físico regular. O controlo do peso O controlo do peso é essencial em caso de risco cardiovascular médio e elevado. Objetivo: um IMC (Índice de Massa Corporal) inferior a 25. Para alcançar o peso a que isso corresponde, é preciso multiplicar duas vezes o número 25 pela sua altura em metros. O objetivo a alcançar (IMC < 25) corresponde a uma pessoa que mede 1 metro e 70 e tem um peso inferior a 72 quilos. Um regime alimentar equilibrado é a base. Note-se que uma perda de peso moderada, da ordem dos 5 a 10 % do peso corporal inicial, garante o essencial dos benefícios de saúde. O equilíbrio do colesterol O objetivo é garantir um bom equilíbrio da relação entre colesterol total e colesterol HDL, ou seja, entre o seu colesterol total e o seu colesterol bom (HDL). O equilíbrio torna-se favorável quando esta relação

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Tratar é inferior a 4,5. Por isso, o objetivo é aumentar o HDL ao mesmo tempo que se diminui o total. Em termos do colesterol HDL (o colesterol bom), a perda de uns quilos, a atividade física regular e o deixar de fumar aumentam o HDL protetor. Em termos do colesterol total, não esqueçamos que apenas 1/3 do colesterol é fornecido pela alimentação, o resto é produzido pelo nosso próprio fígado. Um regime alimentar pobre em gorduras é essencial mas por vezes insuficiente para fazer diminuir duradouramente a taxa de colesterol. As estatinas são então os medicamentos de referência para baixar o colesterol. A tensão arterial Objetivo: abaixo dos 140/90 mmHg Os valores da tensão pretendidos em caso de tratamento de um risco cardiovascular médio ou elevado devem ser inferiores a 140/90 mmHg. A descida da tensão arterial reduzirá por definição a pressão exercida pelo sangue na parede das artérias e permitirá evitar o aparecimento de depósitos nas artérias.


Tratar Controlar a quantidade de sal É importante salgar moderadamente os alimentos quando se cozinha e não acrescentar sal à mesa (máximo 6 gramas de sal por dia). Os condimentos e o “falso” sal (cloreto de potássio, KCI) substituem com vantagem o sal de mesa. A maior parte dos pratos preparados e das conservas contêm sal em excesso e devem por isso ser evitados. As charcutarias, os queijos e o pão constituem as outras principais fontes de “sal escondido”. Convém, além disso, limitar o consumo de álcool (máximo 3 copos/dia para os homens e 2 para as mulheres), pois isso aumenta a tensão arterial e contribui significativamente para o aumento calórico. Por fim, novamente, a atividade física regular exerce um efeito positivo.

Vermelho: o risco cardiovascular é elevado! Em caso de risco elevado, há dez alvos terapêuticos preferenciais. Entre estes distinguem-se 6 que são principais (foi comprovada a sua eficácia) e 4 são secundários.

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Tratar Seis alvos principais 1. Ausência de tabagismo: ver páginas 51 e 55. 2. Alimentação saudável, de tipo mediterrâneo: ver página 58. 3. Exercício físico regular, em média 20 a 30 minutos por dia. 4. Tensão arterial normal inferior a 140/90 mmHg, se necessário com recurso a medicamentos. 5. Diminuição da coagulabilidade do sangue por inibição das plaquetas (ácido acetilsalicílico: aspirina…). 6. Controlo do colesterol (estatinas…). Quatro alvos secundários E quatro alvos numerados, relativos ao colesterol, ao peso e à taxa de açúcar no sangue, que são igualmente propostos aos pacientes com risco elevado: 1. Colesterol total ótimo < 190 mg/dl 2. Colesterol LDL ótimo < 115 mg/dl 3. Massa corporal normal (IMC) < 25 kg/ m2 4. Glicemia: HbA1C normal < 7% (a medir em caso de diabetes)


Tratar Tomar medicamentos: o complemento necessário, quando o risco é elevado Para reforçar os regimes alimentares equilibrados, há três classes de medicamentos que desempenham um papel essencial em caso de risco cardiovascular elevado. De facto, tanto as estatinas que diminuem o nível de colesterol como os antihipertensores (IEC…) que diminuem a tensão arterial mostraram um interesse, mesmo em caso de taxas de colesterol normais e de tensão arterial normal, pela prevenção cardiovascular dos pacientes de elevado risco (vermelho) e dos que já tiveram um enfarte ou um acidente vascular cerebral. Além disso, a administração de pequenas doses de aspirina, que diminui a coagulabilidade do sangue, desempenha também um papel protetor nas pessoas com elevado risco cardiovascular.

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Adaptação do modo de vida: A base da prevenção O estilo de vida é crucial na prevenção dos pacientes com alto risco cardiovascular (tal como nos pacientes com risco médio). As prioridades são, por isso: • ausência de tabagismo (ver páginas 51 a 55). • uma alimentação saudável (ver páginas 57 a 58). • e exercício físico regular (ver página 50). Em fazendo estas três coisas, um peso normal.

O diabético Por norma considerados de alto risco Os pacientes diabéticos de tipo 2 são de alto risco cardiovascular, mesmo que não tenham outro fator de risco. Além disso, em caso de acidente vascular, é fundamental investigar a existência de diabetes. As medidas incluem, para além do controlo dos outros fatores de risco cardiovascular, o controlo da glicemia (açúcar no sangue).


Tratar A hemoglobina glicosiada Quando uma pessoa diabética mede a sua glicemia, ou seja, o seu nível de açúcar no sangue, através de uma pequena gota de sangue na ponta do dedo (glucometria) ou através de análise ao sangue, o resultado obtido é um resultado que apenas reflete o momento em que o sangue foi colhido. Ora, o que é interessante num diabético, é saber se ao longo do tempo a glicemia está bem equilibrada. A dosagem de hemoglobina glicosilada no sangue permite ter o reflexo do equilíbrio diabético ao longo dos 3 meses que precedem a análise ao sangue. Se a taxa de hemoglobina glicosilada no sangue é inferior a 7%, isso significa que a diabetes está de facto corretamente equilibrada. Os antidiabéticos orais… O tratamento da diabetes começa geralmente pela toma de antidiabéticos orais, ou seja, ingeridos através da boca, associados a um regime específico. O tipo de medicamento, a sua eventual associação, será decidido pelo médico em função da gravidade da doença.

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… e a insulina O fracasso do tratamento com antidiabéticos orais impõe a passagem à insulina. Temida por muitos pacientes, a sua prescrição surge frequentemente demasiado tarde. Os progressos realizados ao nível das insulinas, das canetas injetoras e dos aparelhos de controlo aliviaram contudo este tratamento. O excesso de peso: uma eventual ajuda com medicamentos Um tratamento medicamentoso pode ajudá-lo com a perda de peso e com a manutenção quando o regime hipocalórico não permite alcançar o índice de massa corporal desejado e, sobretudo, mantê-lo. Há três moléculas que permitem ajudá-lo a perder peso:

• o orlistat; • a sibutramina; • o rimonabanto. O seu médico poderá aconselhá-lo.


Tratar O regime diabético na prática Mais ainda do que para o indivíduo saudável, a alimentação do diabético deve ser equilibrada. Ela deve permitir um peso normal (IMC < 25kg/m2) e uma medida de cintura ótima (< 80cm nas mulheres, < 94cm nos homens). O seu conteúdo calórico deve repartir-se grosso modo por metade em açúcares (glícidos), por um terço em gorduras (lípidos) e o restante por proteínas (prótidos). Ou seja, o objetivo n.º 1 consiste em limitar o consumo de gorduras. Além disso, os açúcares «simples» (ou com «índice glicémico elevado», ou seja, açúcar em pedaços ou em pó, mel, artigos de pastelaria, refrescos, etc.) apenas podem ser consumidos em quantidades muito reduzidas e associados a outros alimentos, para atrasar a sua absorção pelo organismo. Por isso, é necessário privilegiar os glícidos «complexos», ou seja, os que são ricos em fécula, e reparti-los por três refeições. Os edulcorantes («açúcares falsos») substituem com vantagem os açúcares simples desde que sejam tomados em quantidades razoáveis. Os refrescos light são uma das suas melhores aplicações. As bebidas alcoolizadas já não são interditas como no passado. O seu consumo deve contudo limitar-se a 2 copos por dia para os homens e um copo por dia para as mulheres. Deve evitar-se o consumo entre refeições.

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Na prática

Informação prática


Na prática Objetivo: mudar E eu, o que é que posso fazer pela saúde do meu coração e das minhas artérias? É necessário um acompanhamento ao longo do tempo: isto é tanto da sua responsabilidade como do seu médico. Os pacientes serão idealmente reavaliados de 3 em 3 ou de 4 em 4 anos em caso de baixo risco. A frequência deve ser anual em caso de risco médio e 3 a 4 vezes por ano em caso de risco elevado. A medição do risco cardiovascular tem de extraordinário o facto de nos permitir detetar o risco antes de acontecer um acidente. Ela permite-nos controlar e reorientar a nossa saúde, os nossos hábitos, o nosso quotidiano, a fim de prevenir a doença. Ela alerta-nos do estado sobre o qual provavelmente não temos consciência, oferecendo-nos através do médico as ferramentas de que precisamos para estar de boa saúde. Mudar os hábitos é complicado! É preciso tempo e preparação.

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Na prática Primeira etapa: colocar-se as seguintes questões

• Acho que tenho excesso de peso? • Será que faço suficiente exercício físico? • Fumo? • Quais são as pequenas mudanças que posso aplicar progressivamente? • Estou pronto a renunciar à negligência de ontem? • A aceitar a nova realidade de hoje? • Estou pronto a começar a preocupar-me em melhorar a minha saúde? Sem ficar doente com isso… • Com quem falar? O meu médico? O meu cônjuge? Os meus filhos? Um dietista? Um colega que pratica desporto? Segunda etapa: preparar-se para a mudança Colocar-se questões é bom, agir é melhor. Para passar à ação, é preciso preparar-se mentalmente: assentar as suas decisões, fixar um calendário e respeitá-lo, planear as diferentes etapas. Existem diversos erros a não cometer para conseguir a mudança:


Na prática Querer tudo imediatamente Escusado será dizer que, se não praticamos desporto há algum tempo, serão necessárias várias semanas ou meses para que o corpo e o coração se reabituem ao esforço físico, pelo que você não verá mudanças palpáveis após a primeira corrida. Impor-se uma disciplina excessiva e irrealista O regime alimentar é o melhor exemplo disto. Um regime demasiado drástico, demasiado severo, será não só muitas vezes desequilibrado, como não poderá ser aplicado a longo prazo. É inútil perder 10kg se for para voltar a ganhálos passados seis meses ou um ano. O único regime alimentar que persiste é o que o fará perder peso sem (demasiado) esforço e que não lhe provocará nenhum sentimento de carência intensa… que o pudesse levar a uma recaída. Coma de tudo mas em quantidades razoáveis. Mantenha os elementos ricos em amido (tartes, massas), mas tente reduzir a quantidade de gorduras (charcutarias, queijos, salsichas, carnes vermelhas) e de açúcares (refrescos, bolachas, cereais…).

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Na prática Não se preparar para o fracasso Você vai decidir rever a sua alimentação, voltar a fazer desporto, deixar de fumar… Tudo isso é muito bom, mas você não é um robô. Por definição, você vai ter algum momento em que tem uma recaída: volta a comer um artigo de pastelaria proibido, renuncia durante uns dias à ginástica, fuma um cigarro. O mais importante: não abandonar tudo. Um pequeno desvio não o deve levar a questionar as boas resoluções. Perante o desânimo: respire fundo e retome o programa. Acreditar que podemos chegar lá sozinhos Deixar de fumar enquanto o seu cônjuge fuma todo o dia: possível mas difícil. Incentive-o a parar também ou pelo menos a não fumar na sua presença e a não deixar os pacotes de cigarros sobre a mesa. Fazer dieta enquanto toda a família se empanturra desde o pequeno-almoço até ao jantar? Parece difícil: incentive todos a escolherem uma outra alimentação e comece a aplicar as boas resoluções no momento em que estiver a fazer compras. É difícil ser tentado a comer o que não se comprou!


Na prática Quer voltar a fazer desporto? Treine com um amigo ou amiga. Vocês vão apoiar-se mutuamente e será mais difícil parar. Terceira etapa: tentar a mudança Tabaco: deixar de fumar? É duro, duro, duro… Nos primeiros dias (ou semanas), é a sua dependência física em relação à nicotina que se fará sentir, seguindo-se da dependência psicológica: deixar de fumar depois de uma refeição, a acompanhar um copo de vinho, quando se está nervoso… já não poder segurar um cigarro na mão… tudo isso lhe fará falta, mas, ao fim de algumas semanas, as suas melhores recompensas serão um hálito fresco e o fôlego reencontrado. Alimentação: não se pese todos os dias, pois arrisca-se a ficar desiludido. Mas, com uma alimentação equilibrada e uma cruz sobre os alimentos demasiado calóricos, você verá, passadas umas semanas, a sua balança a anunciar uma perda de peso em conjunto com: • diminuição da glicemia se for diabético; • diminuição do nível de colesterol e da tensão arterial… • e uma melhor imagem de si próprio.

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Na prática Desporto: retome o desporto em colaboração com o seu médico (não qualquer um, em qualquer idade, sem qualquer preparação física) e porque não com a ajuda de um profissional (professor de ginástica, de ténis, etc.). Adapte os seus esforços à sua condição física e saiba que o seu corpo e o seu coração se adaptarão progressivamente aos esforços exigidos. Se quero ver os meus netos crescerem, os meus esforços serão recompensados… Algumas perguntas frequentes sobre a avaliação do risco.

• Quando é que um ex-fumador (castanho) pode ser considerado como um não-fumador? Passados dois anos (mesmo que a maior parte dos fumadores pensem erradamente que isso é demasiado), o efeito nefasto do tabagismo sobre o risco cardiovascular desapareceu. • Se o risco cardiovascular é indeterminado (cinzento) e é necessária uma análise ao sangue, podemos ter em conta os resultados de uma análise anterior?


Na prática Seis meses parecem o prazo a partir do qual uma análise ao sangue fica ultrapassada. Dada a variabilidade biológica do colesterol e o grau de precisão dos laboratórios (5%), é preferível basear-se na média de duas medições. Quando é que se deve considerar que uma pessoa é um fumador ativo? Um cigarro (ou outra unidade de tabaco inalada) por dia é suficiente para aceder a esse estatuto, pois isso é suficiente para irritar a parede das artérias (efeito abrasivo tipo «papel de vidro»).

• Os fatores de risco como o sedentarismo e o stresse não estão incluídos na lista de fatores de risco. Porquê?

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Na prática Não é um esquecimento. Estas situações estão bastante associadas aos acidentes cardiovasculares, mas não podem ser consideradas por enquanto como fatores de risco independentes. Isso significa que elas apenas contribuem para os fatores de risco maiores do conjunto IICDAFGH. De notar que o álcool não é um fator de risco cardiovascular (mas é-o para outras doenças do fígado e do sistema nervoso, nomeadamente). • A hipertensão grave é um fator de risco grave, mas não se encontra no algoritmo. Porquê? A hipertensão grave é rara e requer um tratamento específico. Esta hipertensão grave (valor sistólico >180mmHG ou diastólico > 110mmHg) é reconhecida como equivalente ao risco elevado, tal como a hipercolesterolemia grave (colesterol total >320 ou colesterol LDL >240mg/dl) que marca frequentemente a presença de uma hipercolesterolemia familiar (1/500 pessoas). Para evitar sobrecarregar o algoritmo, apenas retivemos as tipologias de risco elevado que são frequentes (D+ e/ou A+) e que exigem uma abordagem global.


Na prática • Está prevista uma análise de sangue nas pessoas que se encontram no nível Cinzento. O seu nível de risco será avaliado à luz dos seus resultados. A maior parte dos pacientes «Cinzentos» passam ao nível Verde da tabela de risco? Sim, a maior parte dos pacientes «de risco ainda por determinar» passam na tabela para o nível de «risco fraco». Felizmente.

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GLOSSÁRIO

Acidente vascular cerebral (AVC): comummente chamado de «ataque», este incidente gravíssimo resulta da interrupção da circulação sanguínea ou de uma hemorragia ao nível do cérebro. Angina de peito: dor ligada a um sofrimento cardíaco da parede das artérias principais (aorta abdominal, coronárias, artérias cerebrais, artérias das pernas) por placas de ateroma, ou seja, infiltração lipídica (= por gorduras) das suas paredes. Colesterol: o colesterol é um tipo de gordura, essencial ao funcionamento do corpo humano. Insolúvel na água, o colesterol pode circular no sangue graças à sua associação às proteínas. É a natureza destas proteínas que determina o comportamento destas partículas e distingue entre o colesterol «bom» e o colesterol «mau». Cumprimento: também chamado «adesão terapêutica», designa o respeito pelo tratamento por parte do paciente (tomando medicamentos, cumprindo os horários da sua administração e a sua dosagem).


Na prática Diabetes: aumento da taxa de açúcar (glucose) no sangue ligada a um defeito de produção de insulina ou ao desenvolvimento de uma resistência à sua ação ou às duas causas conjugadas. Fator de risco cardiovascular: comportamento ou anomalia biológica cuja presença aumenta a probabilidade de acidente cardiovascular (angina de peito, enfarte, AVC). Hipertensão arterial: excesso de pressão nas artérias. Índice de massa corporal (IMC): permite avaliar o peso de uma pessoa em relação à sua altura. O IMC permite, por isso, detetar um eventual excesso de peso. Fala-se de excesso ponderal quando o IMC é superior a 25 e de obesidade quando chega aos 30 ou mais. Enfarte: interrupção da circulação sanguínea que conduz à morte dos tecidos da região onde ocorre. Pode afetar o coração (= enfarte do miocárdio), o cérebro (= acidente vascular cerebral) ou uma outra parte do corpo.

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Na prática Insuficiência cardíaca: último estado da degradação cardíaca em que o coração já não consegue assumir o seu papel como bomba. Medidas higiénico-dietéticas: modificações da higiene de vida com o objetivo de, no caso presente, reduzir o risco de doença cardiovascular. Deixar de fumar, perder peso, limitar o consumo de sal, de álcool e de gorduras, fazer exercício físico, aumentar o consumo de frutas e legumes são alguns dos exemplos pertinentes. Obesidade abdominal: diz-se de uma obesidade concentrada ao nível do abdómen, com acumulação de gordura à volta das vísceras. Isto tem repercussões prejudiciais na saúde cardiovascular. Risco cardiovascular global: resultante da presença dos diferentes fatores de risco cardiovascular. Define-se pela probabilidade de ocorrência de um incidente cardiovascular maior nos 10 anos que se seguem.


Na prática Síndroma metabólico: associação entre obesidade central e os diversos problemas, como por exemplo a hipertensão arterial, a resistência à insulina, uma perturbação do colesterol (redução do «bom» colesterol HDL) e intolerância à glucose (= prédiabetes), bem como fatores de risco cardiovascular. Despista-se de forma simples, medindo a largura da cintura e a tensão arterial, bem como através da análise de parâmetros metabólicos (glicemia, colesterol HDL, triglicéridos) em jejum.

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O passaporte da minha saúde cardiovascular Nome: Apelido: Idade: 1. realizada pelo meu médico na seguinte data: Fatores de risco Idade >50 Isqueiro Colesterol Diabetes Acontecimento Família Gordura* Hipertensão °

Sim

Não

* o meu peso =kg; a largura da minha cintura (no umbigo) = cm° a minha tensão arterial média = / mmHg 2. Com base nestas informações, o meu médico definiu que o meu nível de risco cardiovascular global se situa atualmente no seguinte nível:

Elevado Por determinar # Tabágico Baixo (Vermelho) (Cinzento) (Castanho) (Verde)


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# análise do colesterol: relação colest. total/colest. HDL = e cálculo do risco de acordo com as tabelas Score: % Assinalar a caixa que se segue: Elevado Médio (Vermelho) (Laranja)

Baixo (Verde)

3. Caso o meu risco seja MÉDIO ou ELEVADO, Os meus objetivos de saúde são: Entre os principais «objetivos de saúde», já alcancei os seguintes: Tenho risco médio Tenho risco elevado Não fumar Alimentação saudável Exercício físico regular Tensão arterial normal (?) Aspirina (?) Estatinas* * de acordo com a minha idade e o meu passado cardiovascular


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…e, caso eu esteja no nível de risco elevado, entre os «objetivos de saúde» seguintes: Colesterol total ótimo (< 190mg/dl) Colesterol LDL ótimo (< 115mg/dl) Massa corporal normal (< 25kg/m2) Largura da cintura normal ( <80; < 94) Com o meu médico e com a ajuda dos que me são próximos, decido concentrar-me principalmente em alcançar como «novo objetivo de saúde»: Data

Objetivo de saúde

Resultado passados 6



O MEU RISCO

CARDIOVASCULAR

Este livro foi desenvolvido por médicos da especialidade com o propósito de educar os pacientes desta doença, como os seus familiares e amigos, sobre o risco cardiovascular. Os conteúdos das páginas que se seguem servem para informar: não substituindo o diagnóstico de um médico, não se auto-medique com base neste livro ou noutras fontes não especializadas.

ISBN 978-989-97758-7-9


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