JEA Jan/Fev 2009 - Edição 247

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ANO 35, Janeiro/Fevereiro de 2009, nยบ 247

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Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo Filiada a Confederação das Federações de Eng. Agrônomos do Brasil (Confaeab) Presidente: Arlei Arnaldo Madeira aeasp@sti.com.br 1ºVice-Presidente: Ricardo Antônio de Arruda Veiga - raaveiga@uol.com.br 2ºVice-Presidente: Henrique Mazotini henrique.mazotini@andav.com.br 1ºSecretário: Ana Meire Coelho Figueiredo Natividade - anikka@lexxa.com.br 2ºSecretário: Lauro Pedro Jacinto Paes paeslauro@terra.com.br 1ºTesoureiro: Arildo Lopes de Carvalho coota@coota.com.br 2º Tesoureiro: Nelson de Oliveira Matheus Júnior - nmoliveira@codasp.sp.gov.br Diretor: Ângelo Petto Neto petto@widesoft.com.br Diretor: Arnaldo André Massariol arnaldomassariol@cheminova.com.br Diretor: Celso Roberto Panzani cpmex@cati.sp.gov.br Diretor: Cláudio Aparecido Spadotto spadotto@cnpma.embrapa.br Diretor: Sebastião Henrique Junqueira de Andrade - aeasp@sti.com.br Diretor: Zuleica Maria de Lisboa Perez zuleicamarialp@uol.com.br CONSELHO DELIBERATIVO Anthero da Costa Santiago, Antônio Roque Dechen,Carlos Antônio Gamero, Carlos Gomes dos Santo Côrtes, Cristiano Walter Simon, Genésio Abadio de Paula e Silva, João Jacob Hoelz,José Cassiano Gomes dos Reis Jr., José Levi Pereira Montebelo, José Luis Susumu Sasaki, José Otavio Machado Meten, Luiz Ricardo Viegas de Carvalho, Nelson Schreiner Junior, René de Paula Posso, Tulio Teixeira de Oliveira. CONSELHO FISCAL José Antônio Piedade, Paul Frans Bemelmans, Paulo Torres Fenner. Suplentes: André Luís Sanches, Francisco Alberto Pino, José Eduardo Abramides Testa.

Órgão de divulgação da Associação de Engenheiros

Agrônomos do Estado de São Paulo Conselho Editorial Ana Meire Coelho F. Natividade Nelson de Oliveira Matheus

Diretor Responsável Sebastião Junqueira

Jornalista Responsável Adriana Ferreira (mtb 42376) Secretária: Alessandra Copque Tiragem: 10.000 exemplares Produção: Calema Assessoria e Eventos Diagramação: Sígride Gomes

Redação Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar CEP 01041-000 - São Paulo - SP Tel. (11) 3221-6322 Fax (11) 3221-6930 aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br Os artigos assinados não refletem a opinião da AEASP. Permitidaa reprodução com citação da fonte.

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EDITORIAL

Oportunidade para crescer Um pouco atrasada, esta edição do JEA chega agora até você. Pedimos desculpas por este atraso que nos foi involuntário. E justificamos: nosso jornalista Mauro Sergio dos Santos, que por muitos anos esteve à frente deste periódico, assumiu temporariamente a chefia de gabinete da Prefeitura de Jandira e a Secretaria Municipal de Comunicação e Imprensa daquele município. Parabéns a ele e sucesso em seu novo cargo! Agora, em nosso pedaço, está a jornalista Adriana Ferreira, também competente e mostrando familiaridade com os temas da agronomia. Outra novidade no nosso Jornal é a seção fixa “Pesquisa Agrícola”. Em todas as edições do JEA ela mostrará o que estão fazendo os nossos pesquisadores e as nossas entidades, Brasil a fora. Um espaço para valorizar o trabalho dos profissionais e instituições que contribuem para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. O assunto do momento é a crise internacional. Certamente ninguém está imune a ela, mas não queremos analisar nem discutir massivamente o tema, a mídia, de maneira geral, já o tem feito. Queremos, sim, expressar o nosso sentimento e nossa percepção em relação ao presente e ao futuro do agronegócio no Brasil. E para isto, tomamos emprestadas as palavras da senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA): “As estimativas para a agricultura mundial até 2016 indicam que o Brasil tem tudo para avançar na produção. As exportações agrícolas podem garantir o crescimento, apesar da crise. Estimativas confiáveis apontam: em 10 anos, a produção aumentará em mais de 54% e o país responderá por 38% da produção mundial. A expansão ocorrerá tanto graças ao aumento da produtividade como da área plantada. Na prática, significa que o Brasil poderá ter 41% do mercado, ante os 30% de que dispõe hoje. Como prova a história da economia brasileira e como sinalizam as projeções, não estamos falando de qualquer setor. O agronegócio é uma questão de Estado”. Vemos muita esperança nestas palavras e complementamos que o desempenho competente do engenheiro agrônomo é primordial para o fortalecimento do agronegócio e o crescimento da economia brasileira. Vamos vencer esta crise! Engº Agrº Arlei Arnaldo Madeira Presidente - AEASP Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar CEP 01041-000 São Paulo - SP Tel. (11) 3221-6322 Fax (11) 3221-6930 aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br

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ARTIGO

Esalq - muito além dos 10.000 agrônomos Na solenidade de colação de grau que aconteceu no dia 23 de janeiro de 2009, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” teve vários motivos para comemorar: os 75 anos da Universidade de São Paulo, a ESALQ teve a honra de ser uma das unidades fundadoras, a primeira cerimônia com dupla diplomação dentro do Convênio com as Universidades de Agronomia da França e a diplomação do Engenheiro Agrônomo de número dez mil. Ao longo de seus 107 anos de existência, a ESALQ já formou 11.947 profissionais em seis modalidades. Atendo-nos à habilitação Agronomia, envaidece-nos o efeito multiplicador do Engenheiro Agrônomo, gerador de benefícios agropecuários que se distribuem a milhares de pessoas. A demanda por alimentos e as preocupações com alterações climáticas requerem a efetiva participação de nossos profissionais. Muitos se tornaram empresários bem sucedidos, na economia privada, gerando empregos, bons produtos e impulsionando o desenvolvimento em seus segmentos produtivos. Outros, ocuparam e ocupam denodadas posições governamentais, como ministros, secretários de estado ou de municípios, administrando a problemática de abastecimento ou de ambientes. Nossa Escola tem sido palco de inúmeras atividades incentivando o empreendedorismo no Agronegócio, dentro da melhor tecnologia para os biocombustíveis e das

Crédito: Paulo Soares

Prof. Dr. Antonio Roque Dechen – Diretor da ESALQ

energias renováveis, por exemplo, e dos princípios éticos e morais, aceitos pelo mundo afora. O relacionamento através de convênios com universidades e instituições renomadas de inúmeros países tem permitido intercâmbios, possibilitando, inclusive, a obtenção de dupla diplomação com as Escolas de Agronomia da França. Não é sem razão que as Unidades do Campus “Luiz de Queiroz” receberam da Capes, para Cursos de Pós-Graduação a classificação em nível 7 – (maior classificação) de excelência internacional nas Áreas de Genética, Solos e Nutrição de Plantas e CENA. Outra excepcional referência foi a classificação da Editora Abril dos cursos de graduação: Agronomia e Gestão Ambiental – classificados com 5

estrelas (maior classificação). Por isso, quando atribuímos à melhor aluna da turma de graduandos deste ano, Susana Lin, o registro histórico de Engenheiro Agrônomo número 10.000, revelamos que este “milestone” (marco milhardário) representa mais do que uma simples graduação universitária, representa a graduação em uma Escola de nível internacional. Ela irá enriquecer nossa história como profissional que se inscreverá em nossos registros de ex-alunos com expressivas realizações profissionais. Podemos afirmar que a ESALQ e Piracicaba têm grande contribuição no desenvolvimento do Agronegócio Brasileiro e sua inserção no cenário mundial. Esta é a grande missão subliminar da ESALQ – formar líderes! 3

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AGRÔNOMO Ê NOTÍCIA

Versão completa do Índice de Commodities Agrícolas A versão completa do novo Índice de Comodities Brasil (ICB) está disponível no site da BM&F . No ar desde o último mês de Agosto, o ICB passa a ser divulgado só agora com o volume de informações ampliado, servindo como referência para o investidor de derivativos agrícolas. Assim como já faz no mercado de ações, a Bolsa brasileira passa a mostrar o preço das commodities mais negociadas, começando com boi, café, soja e milho. Segundo o Engenheiro Agrônomo e diretor de Commodities da

Prêmio Fundação Bunge

BM&F, Ivan Wedekin, o índice será composto de duas variáveis: Produção e Liquidez, sendo que esta última será o ítem de maior relevância no cálculo do ICB. O IBC será revisto três vezes ao ano, nos meses de Janeiro, Maio e Setembro, sendo que no primeiro dia útil de 2009 o índice será reponderado, considerando a safra 2008/2009. “Por enquanto o índice é apresentado apenas no final do pregão, mas em breve vamos torná-lo online”, afirma Wedekin.

O Engenheiro Agrônomo e pesquisador Nilson Augusto Villa Nova foi ganhador do Prêmio Fundação Bunge na categoria Vida e Obra, pelo seu estudo sobre potencial do aproveitamento dos resíduos de cana-de-açúcar para a geração de energia elétrica. Para o pesquisador, em um futuro não muito distante, a utilização da biomassa deverá ser a principal fonte para a geração de energia renovável.

Nikkeis Pioneiros Como parte das comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil, o Instituto de Engenharia, em solenidade especial realizada no dia 18/10/2008, prestou homenagem aos primeiros 100 engenheiros agrônomos nikkeis formados no Estado de São Paulo, em reconhecimento à contribuição por eles prestada ao desenvolvimento do Estado e do País. Essa homenagem alcançou os formados nas seguintes instituições: Escolas de Engenharia da Universidade Mackenzie (20), Escola Polítécnica (58), Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (19), Faculdade de Engenharia Industrial (4) e Instituto Tecnológico de Aeronáutica (1). O primeiro Engenheiro Agrônomo nikkei foi Shisuto José Murayama, formado em 1942

Luiz Satto Junior, formado em 1949, foi o primeiro nissei profissional de futebol, pelo XV de Piracicaba.

pela ESALQ, conhecido pelos seus trabalhos sobre cultivo da oliveira e numerosas publicações técnicas. Murayama também ingressou na política e foi deputado estadual por duas vezes, faleceu em 1994. Foram homenageados 19

engenheiros agrônomos, dentre os quais estavam presentes na solenidade: Shiro Miyasaka e esposa, Shigeo Hirama e esposa, Nozomu Makiashima e esposa, Hiroshi Ikuta e esposa, Luiz Sato Junior e filha, Iwao Inada e esposa, Minoro Itto e esposa.

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ARTIGO

Concorrência em defensivos Concorrência é a disputa entre vendedores ao ofertar mercadorias ou serviços assemelhados a potenciais compradores em um determinado espaço que chamamos de mercado. Os economistas ensinam que ela pode ser: genérica (os defensivos sofrem concorrência de sementes transgênicas, por exemplo); forma do produto (ingredientes ativos diferentes podem concorrer entre si, ou inovações tecnológicas em formulações incrementam a disputa); e, empresarial, que no caso brasileiro está limitado a cerca de 70 empresas. Isso sem falar dos fatores exógenos que interferem na arena da concorrência, como renda per capita, custo e disponibilidade de matérias-primas, aumento e diminuição das safras e tantos outros. Em termos gerais esse quadro já mostra que o mercado brasileiro é relativamente bem concentrado, porém para sinalizar indiretamente o grau de concorrência na oferta de produtos a AENDA elaborou uma tabela utilizando a quantidade de registros de produtos de um mesmo ingrediente ativo. Na página CONCORRÊNCIA, encontrada no site www.aenda.org.br, é possível visualizar em ordem alfabética todos os ingredientes ativos com seus produtos formulados e registrados no Brasil. A tabela está dividida em 5 Categorias de produtos, com a seguinte composição: Adjuvantes (25 ingredientes ativos), Protetores (1), Semioquímicos (27), Biológi-

cos (4) e Químicos (301 ingredientes únicos + 100 misturas de ingredientes). À frente de cada ingrediente ativo (i.a.) ou mistura de i.a. estão dispostas 3 colunas. Na 1ª encontram-se os produtos formulados registrados por uma única empresa (é visualizada a marca comercial e entre parênteses o nome da empresa). Na 2ª coluna estão aportados os produtos formulados registrados apenas por 2 empresas; e, na 3ª estão os produtos formulados registrados por 3 ou mais empresas. Ora, um produto constando na 1ª coluna pode muito bem ser o mais vendido, por isso a tabela não busca ser índice de concorrência. A proposta é acompanhar a situação dos ingredientes ativos em face de sua condição de exclusividade ou não, pois um produto exclusivo de uma única empresa tende a ser mais caro que um produto ofertado por várias empresas. Assim o potencial comprador pode usar a tabela para orientar suas aquisições, considerando as características técnicas e funcionais de cada ingrediente ativo e as necessidades fitossanitárias de sua lavoura. Essa é a função básica da tabela. Examinando mais detidamente essa tabela, observamos que o ingresso de ingredientes ativos com produtos formulados na 3ª coluna vem aos poucos aumentando. Em 2008 já temos 16%, contra 73% de ingredientes ativos na 1ª coluna e 11% na 2ª.

FATURAMENTO BRASILEIRO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS EM 2008 Todas as empresas 5 maiores empresas 10 maiores empresas 15 maiores empresas

US$ 7070 milhões (100%) US$ 4075 milhões (57,75) US$ 5969 milhões (84,4%) US$ 6780 milhões (95,9%)

EVOLUÇÃOS DA OFERTA DE INGREDIENTES ATIVOS Quantidade de registrantes 1 empresa 2 empresas 3 ou mais empresas Total de ingredientes

2003 309 (74%) 054 (13%) 054 (13%) 417 (100%)

2004 317 (74%) 057 (13%) 054 (13%) 428(100%)

2005 328 (74%) 055 (13%) 055 (13%) 438(100%)

2006 335 (74%) 058 (13%) 057 (13%) 450(100%)

2007 328 (74%) 052 (12%) 063 (14%) 443(100%)

2008 337 (73%) 049 (11%) 072 (16%) 458(100%)

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ARTIGO

Sem dúvida o deslocamento para a 3ª coluna foi estimulado pelo advento do regime de registro pela Equivalência em 2002, através do Decreto 4074, e sua efetiva aplicação em 2005. Como exemplos mais recentes, citamos os casos dos produtos à base dos ingredientes ativos CLOMAZONE, FLUTRIAFOL, EPOXICONAZOL e

PARAQUAT que em 2008 passaram da 2ª para a 3ª coluna; e, IMAZETAPIR e FLUAZINAM que estavam na 1ª coluna foram para a 2ª. Os ingredientes ativos com 3 ou mais ofertantes (3ª coluna), presumidamente mais baratos, posto que mais concorridos que os demais, no momento são os seguintes:

HERBICIDAS = 2,4-D, 2,4-D+Picloram, Alaclor, Alaclor+Atrazina, Ametrina, Atrazina, Atrazina+Simazina, Clomazone, Clorimuron-etil, Diuron, Diuron+Hexazinone, Glifosato, Imazaquim, Imazetapir, Metsulfurom-metil, MSMA, Nicossulfuron, Paraquat, Picloram, Propanil, Simazina, Tebutiuron, Trifluralina FUNGICIDAS = Captan, Carbendazim, Cimoxanil+Mancozeb, Clorotalonil, Epoxiconazol, Flutriafol, Hidróxido de cobre, Mancozeb, Oxicloreto de cobre, Procloraz, Propiconazol, Quintozene, Tebuconazol, Tetraconazol, Tiofanato-metil, Tiram INSETICIDAS = Cipermetrina, Clotianidina, Diflubenzurom, Lambda-cialotrina, Malation, Óleo vegetal, Permetrin, Sulfluramida INSETICIDAS / ACARICIDAS = Abamectina, Acefato, Bifentrin, Clorpirifos, Dimetoato, Endossulfan, Metamidofos, Óleo mineral, Paration-metil INSETICIDA / NEMATICIDAS = Carbofuran ACARICIDAS = Dicofol, Óxido de Fenbutatin, Propargite ACARICIDAS / FUNGICIDAS = Enxofre FUMIGANTES = Brometo de metila, Fosfeto de aluminio BIOLÓGICOS = Bacillus thuringiensis, Baculovirus anticarsia FEROMÔNIOS = Gossiplure, Grandlure, Serricornin REGULADORES = Etefom, Flumetralina ADJUVANTES = Óleo vegetal, Óleo mineral

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ARTIGO

O legado de um agrônomo

Para todos nós, uma profissão da qual muito nos orgulhamos: Engenheiro Agrônomo. Para ele, mais do que isso: uma Devoção. Esta, brotou bem antes de sentarse, em seu primeiro dia de aula, no ano de 1933, nas carteiras da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Esalq/USP. A paixão surgiu quando Fernando ainda era um ginasiano, e saía com seu pai pelo cafezal; foi ali, sob os pés de café velhos, em terra cansada, que começou a aprender as primeiras lições da importância da fertilidade da terra. Seu convívio e aprendizado com os mestres da ciência agronômica, mais tarde, o embasaram para a grande empreitada da era industrial do fertilizante – edificar uma das mais arrojadas fábricas deste insumo no Brasil. Foram anos, décadas de pesquisa metódica, muitas vezes estafante, deste bravo agrônomo. Incansável, hoje este doutor se dedica a uma fundação voltada para difundir a agricultura sustentável. Sim, como ele, centenas, milhares de agrônomos, com seu árduo trabalho, seja nos laboratórios, nas salas de aula e no campo, são os responsáveis, embora praticamente anônimos para as pessoas nas cidades, pelas inovações que se traduzem em maior quantidade de alimentos, com melhor qualidade, além de maior oferta de energia verde que move motores nas grandes cidades.

Crédito: Paulo Soares

José Otavio Menten Mestre Fitopatologia, Doutor em Agronomia e Diretor Executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef.

Da esquerda para a direita, Eng.º Agr.º Dr.º Fernando Penteado Cardoso e Eng.º Agr.º Dr.º José Otavio Menten

Portanto, todos nós, filhos e discípulos da engenharia agronômica, temos a nossa cota de mérito. Mas, se tivermos que escolher um nome, certamente estaremos, plena e orgulhosamente, representados: Dr. Fernando Penteado Cardoso. Por seu admirável legado, os nossos cumprimentos e o nosso muito obrigado! 7

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ARTIGO

O Fósforo após o plantio direto Eng.º Agr.º Fernando Penteado Cardoso /Agrisus

A Agrisus acaba de aprovar dois projetos interligados que resultarão em pesquisa inédita sobre a situação do P, após anos e anos de prática do Plantio Direto. O estudo se justifica ante a observações de produtores e consultorias de que ocorrem horizontes de alto P e que em várias situações a soja não responde à adubação fosfatada. Ademais, recente pesquisa financiada pela Agrisus (Proj.308.07) mostrou que, em diversos solos sob SPD em Rio Verde/GO, a maior parte do P encontra-se a 5/10 cm de profundidade. A oportunidade dessa pesquisa surgiu como uma ampliação do projeto “534.09-Rally da Safra 2009”, baseado em visitas aleatórias nas várias regiões produtoras do país. Assim, as equipes espe-

cializadas, ao se deslocarem para avaliar a produtividade, farão as tradicionais medições da quantidade e qualidade dos resíduos -“palha”- e, ao mesmo tempo, recolherão amostras de terra das camadas 0/5 e 5/10 cm de profundidade. A opção desses horizontes justifica-se por serem essas as faixas normais de profundidade do adubo colocado pelas semeadoras de discos e mesmo de facão, sem que o fertilizante seja posteriormente misturado com a terra. Ao mesmo tempo será determinado o grupo de textura (arenosa, média ou argilosa) pelo método do “rolinho” e anotada a presença de minhoca. As amostras serão encaminhadas à Complant, em Campinas, responsável pela segunda parte da pesquisa, -projeto 541.09-, coordenando as análises, interpretando os resultados e avaliando correlações com a produtividade,

com a palha existente, com a textura do solo, com vários nutrientes e eventualmente com outros fatores. A extração dos nutrientes será feita pelo método da resina de troca de íons, analisando-se P, Ca, Mg, K , Al e pH em CaCl2. São previstas amostras de 1.500 pontos distribuídos aleatoriamente pelas principais regiões climáticas produtoras de soja e de milho. A pesquisa deve traçar rumos de ensaios complementares para determinar o melhor emprego dos fertilizantes visando a máxima colheita econômica, com eventual revisão de paradigmas até agora consagrados. A extensão geográfica a ser observada, tanto quanto o tipo de solo, aliados ao grande número de amostras, ensejarão um quadro expressivo do estado da arte do plantio direto sob aspecto da fertilidade, levantamento até hoje não realizado.

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PARABÓLICA

Eleições

Câmara de Agronomia

A solenidade de posse do presidente reeleito do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Engenheiro Civil Marcos Túlio de Melo foi realizada no dia 11/02/09 no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. Junto com ele, tomaram posse o presidente do CREA-DF, Engenheiro Mecânico Francisco Machado, e mais sete conselheiros federais e seus suplentes. O plenário do Conselho Federal compõe-se hoje de 21 conselheiros e renova-se em 1/3 e 2/3 a cada dois anos. O Sistema Confea/CREA é o maior sistema profissional do mundo, abrangendo engenheiros, arquitetos, agrônomos, geólogos, geógrafos, meteorologistas, além dos técnicos e tecnólogos das áreas tecnológicas.

Tomaram posse em janeiro os novos Conselheiros do CREA, são eles: Engenheiro Agrônomo José Levi Montebelo e seu suplente Engenheiro Agrônomo Hadjimi Icuno e Engenheiro Agrônomo Nelson de Oliveira Matheus Jr. e suplente Engenheiro Agrônomo Celso Vegro.

no Confea

O Engenheiro Agrônomo José Paulo Saes foi eleito como o novo coordenador da Câmara Especializada de Agronomia do CREA/SP na primeira reunião do ano.

Encontro Em reunião, membros da AEASP discutem questões de interesse para os agrônomos com o Secretário da Agricultura de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho. Engenheiros Agrônomos: José Cassiano Gomes dos Reis Jr.; Nelson de Oliveira Matheus Jr.; Secretário da Agricultura, João de Almeida Sampaio Filho e Presidente da AEASP, Arlei Arnaldo Madeira.

Cooperativismo de crédito contra os juros altos As cooperativas de crédito são uma excelente alternativa para os altos juros praticados pelos bancos. Na EngeCredSP – Cooperativa dos Engenheiros Agrônomos e demais especialidades, bem como todos os profissionais regulamentados pelo Sistema CONFEA/CREA-SP - é possível realizar empréstimos pagando até quatro vezes menos, visto que a sua taxa atual é de 1,9% am, enquanto a média de mercado gira em torno de 6% am. A EngeCredSP é uma instituição financeira que pratica todas as operações de um banco comercial, obedecendo aos princípios cooperativistas, dentre eles, o de não visar o lucro. “O seu objetivo principal é oferecer apoio para que seus associados possam construir seus ativos

Os novos nomes do Conselho

(patrimônio)”, explica o presidente da entidade, Engº Jomázio Avelar. Pessoas físicas e jurídicas, jurisdicionados pelo CREA-SP, podem se associar, e só elas podem operar (efetivar aplicações financeiras ou tomar empréstimo). Enquadram-se na categoria de possíveis associados todas as empresas e profissionais registráveis no CREA-SP, além de associações sem fins lucrativos. As Cooperativas de Crédito surgiram na Europa e são muito populares no Velho Mundo, sendo um dos ramos do cooperativismo mais fortes em diversos países desenvolvidos como a França, a Alemanha e o Canadá, entre outros. Para mais informações: Tel.: (11) 3337-5039, email: contato@engecredsp.com.br

Seguros: número expressivo de indenizações em 2008 Um dos serviços que a AEASP presta aos associados é a gestão de “Apólices de seguros”. As mesmas são contratadas com as seguradoras American Life Companhia de Seguros, Bradesco Vida e Previdência S/A e a Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais. Um dado que chama a atenção é que no ano de 2008, as três seguradoras pagaram mais de R$ 329.000,00 (trezentos e vinte nove mil reais) de indenização as famílias de nossos colegas segurados. No caso, foram dez beneficiários na pessoa de seus familiares. A IPASE Corretora de Seguros–São Paulo – é quem presta assistência e assessoria de seguros a AEASP há mais de 20 anos. Para mais informações, entre em contato, em São Paulo, pelo telefone: (11) 3257-1907.

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FORMAÇÃO

Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda no pólo do Agronegócio Prof. Dr. Glauco Eduardo P. Cortez, Reitor do Centro Universitário Moura Lacerda

O curso de Agronomia do Centro Universitário Moura Lacerda iniciou seu funcionamento em fevereiro de 1998, sendo posteriormente reconhecido pela Portaria Federal nº 3145, de 31 de outubro de 2003. Desde sua criação, vem formando Engenheiros Agrônomos capacitados para o exercício profissional e para a pesquisa de novas tecnologias. Um dos motivos que justificam a implantação do curso é que a macrorregião de Ribeirão Preto é mundialmente conhecida por sua base centrada na agroindústria, principalmente voltada ao setor sucroalcooleiro, apresentando também outras culturas importantes, entre as quais se destacam a da laranja, do milho, da soja, do amendoim, do café e do sorgo. No caso da agroindústria canavieira, a macrorregião possui cerca de 40 usinas, com grande geração de empregos diretos e indiretos, proporcionando a absorção de grande parte dos recém-formados do curso. O curso de Agronomia foi concebido para formar Engenheiros Agrônomos, capacitados a identificar, solucionar e orientar na solução de problemas, em sistemas agropecuários e/ou agroindustriais, dentro de princípios éticos, ecológicos e socialmente justos. Assim, atendendo à Lei nº 5.194, de 24/12/1966, que regulamenta em seu artigo 7º o exercício do Engenheiro Agrônomo, os profissionais formados pelo Centro Universitário Moura Lacerda serão capazes de: planejar, organizar, dirigir e desenvolver atividades relativas aos setores agropecuários, como conservação e cultivo do solo, controle sanitário, aumento da produção e colheita, armazenamento, beneficiamento, comercialização e marketing de produtos agropecuários, processamentos agroindustriais, avaliação de empréstimos e bolsas de mercadorias. Dentre as áreas de atuação do Engenheiro Agrônomo, integrado à sua área de formação, o futuro profissional estará apto para participar e atuar em atividades que conduzam ao desenvolvimento de novas tecnologias e à formação de recursos humanos e, principalmente, atuar nas grandes áreas da Agronomia: Produção Vegetal e Animal; Melhoramento Vegetal e Animal; Ecologia; Agrometeorologia; Edafologia e Utilização do Solo; Engenharia Rural, (construções para fins rurais); Irrigação

Prof. Dr. Glauco Eduardo P. Cortez

e drenagem (para fins agrícolas); Mecanização e Implementos Agrícolas; Defesa Fitossanitária; Fertilizantes e Corretivos; Parques e Jardins; Tecnologia e Transformação (Açúcar, Amido, Óleos e Destilados), Beneficiamento e Conservação de Produtos Vegetais e Animais, Sociologia, Economia e Crédito Rural. O curso é formado por um quadro docente altamente qualificado e experiente, sendo composto quase que exclusivamente por mestres e doutores. Além dessa importante característica, durante o desenvolvimento das atividades regulares do curso os alunos são estimulados a realizar estágios em suas áreas de interesse e a participar dos projetos de pesquisa em andamento na instituição, com objetivo de proporcionar uma base de iniciação científica. Os alunos também são estimulados a participar de cursos específicos da área agropecuária, promovidos pela própria instituição, como a Semana de Ciências Agrárias e Veterinárias (SECAV), que acontece anualmente há mais de nove anos, na qual palestrantes de diversas empresas do setor agropecuário e institutos de pesquisa são convidados para ministrar palestras sobre temas atuais da Agronomia. A elaboração do trabalho de conclusão de curso pelos alunos dos últimos períodos e a obrigatoriedade do estágio supervisionado, pelo qual o aluno tem oportunidade de conhecer a rotina das atividades de uma empresa, finalizam a preparação profissional do egresso do curso de Agronomia, possibilitando uma rápida inserção no mercado de trabalho.

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PESQUISA AGRÍCOLA

O universo da APTA A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) é o braço das pesquisas da Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Ela conta com seis institutos históricos: o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), o mais antigo, o Instituto de Zootecnia (IZ), o Instituto Biológico (IB), o Instituto de Economia Agrícola (IEA), o Instituto de Pesca (IP) e, por fim, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Estes institutos contam com 860 pesquisadores, em sua imensa maioria, engenheiros agrônomos, e aproximadamente 2000 funcionários de apoio nas sedes dos institutos e unidades regionais, somando 42 unidades espalhadas por todo o Estado de São Paulo. A APTA soma 122 anos de existência, sendo o IAC o primeiro centro de pesquisas, fundado em 1887; o mais novo é o Instituto de Pesca, que completa 40 anos em Abril de 2009. A Instituição tem o domínio de pesquisas em algumas áreas do agronegócio de forma quase exclusiva. É o caso do Instituto de Pesca, o único órgão de pesquisa no país na área de pescados que contempla a pesca continental e marítima. Já o IAC é referência internacional nas áreas de citrus, café e cana de açúcar. Sendo que 90% do café plantado no Brasil são variedades desenvolvidas ou aprimoradas neste Instituto. No setor da cana de açúcar, destacam-se o Centro da Cana do IAC, em Ribeirão Preto, o CTC (grupo privado) e o grupo Ridesa, composto por um pool de universidades. O ITAL conta com pessoal em áreas como leite, processamento de embalagem, armazenamento, grãos, frutas e várias outras. No campo da economia agrícola e rural, o IEA é possivelmente o mais abrangente em termos de organização no domínio da informação, do conhecimento, estatísticas e estudos da economia voltada ao agronegócio. Já o Instituto Biológico atua de forma ostensiva no setor de sanidade vegetal e animal, tendo como foco principal o controle biológico. Suas conquistas mais recentes são o controle biológico da cigarrinha e broca da cana de açúcar. Mais recentemente, a entidade vem trabalhando para controlar também as pragas urbanas, uma área antes esquecida, apesar do grande desconforto causado à população, de modo geral. Este ano foi inaugurada em Campinas uma biofábrica, que vai se dedicar à produção de insumos biológicos. Um dos produtos desenvolvidos neste centro são nematóides de solo para controle do “migdolus”,

uma praga que vem crescendo nos canaviais de São Paulo, em função da colheita mecânica da cana crua e da não utilização da queimada. Orlando Mello de Castro, engenheiro agrônomo formado pela ESALQ/USP, coordenador da APTA, comenta que assumiu a coordenadoria em um momento muito especial em que a entidade conta com recursos de investimento maciços do Estado, além dos recursos normalmente já captados pelos institutos. “E existe uma parceria muito forte também com a iniciativa privada, em segmentos específicos, como na área da cana de açúcar, por exemplo.” Otimista, ele afirma,” a tendência agora é crescer!” Recentemente, o Governo de José Serra priorizou um dos projetos da Secretaria da Agricultura e Abastecimento e investiu na modernização dos laboratórios para certificação e credenciamento das unidades da APTA. Foram 140 tipos de procedimentos certificados e credenciados com a ISO-17025, tornando as análises e resultados desses laboratórios reconhecidos mundialmente. Em 2008, foi desenvolvido um programa para modernização da infra-estrutura dos institutos no valor de 11,2 milhões de reais, fora o custeio de pessoal. Para este ano, o governo do Estado já tem reservado em orçamento 18 milhões de reais para dar continuidade ao projeto de modernização dos institutos, das unidades regionais e para projetos específicos como o de risco sanitário zero e do alimento seguro. Serviço: APTA - tel.: (11)5067-0447 / (11)5067-0432/ site: http://www.apta.sp.gov.br/index.php

Eng.º Agr.º Orlando Mello de Castro, Coordenador da APTA

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TOME NOTA

Para contribuir com a AEASP, basta digitar 058 na ART Os engenheiros agrônomos e profissionais da área tecnológica que preenchem a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) podem estar deixando de preencher o campo 31 do formulário, no qual o responsável tem o direito de destinar 10% do valor à entidade de classe de sua preferência. Ao preencher o campo com o número 058, da AEASP, o profissional estará automaticamente fazendo sua contribuição à associação, ajudando assim a manter o trabalho da Entidade de defesa e desenvolvimento da agronomia brasileira. Se o emissor deixar o campo 31 em branco a alíquota não é repassada para nossa entidade e vai direto para o Confea. Os tipos de ARTs específicas para o engenheiro agrônomo são as de Obras, Serviços, Receituário Agronômico, Desempenho de Cargo/Função e Crédito Rural.

JEA, tradição e informação O Jornal do Engenheiro Agrônomo é uma publicação bimestral dirigida aos profissionais da agronomia, sócios da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo. Com uma tiragem de 10 mil exemplares, o JEA é distribuído entre os associados, e também nas faculdades,

institutos de pesquisa e demais instituições ligadas ao Agronegócio na capital e interior de São Paulo. O objetivo da publicação é informar sobre as atividades da Associação e demais temas relevantes para os profissionais, pesquisadores e autoridades no Agronegócio brasileiro.

Para anunciar o JEA ou recebê-lo entre em contato: Rua 24 de Maio, 104 - 10º andar CEP 01041-000 - São Paulo - SP Tel. (11) 3221-6322 Fax (11) 3221-6930 aeasp@sti.com.br/aeasp@aeasp.org.br

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