Fibras vegetais: Algodão e Paina

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Fibras Vegetais



Universidade Luterana do Brasil - ULBRA Design de Moda Materiais e Processos Têxteis Nomes: Fabíola A. Gomês Gisele Cafruni Franciskievicz Josiane Santos Martins Júlia Caroline Thibes da Silva Professora: Marjorie Gubert ULBRA - 2016


SUMÁRIO - Fibra vegetal - Algodão - História do algodão - Algodão colorido - Variedades de algodão colorido - Espécies utilizadas para fins têxteis - Propriedades químicas, físicas e mecânicas do algodão - Processo de fabricação - Paina - Especificações gerais - Dados da flor, folha e fruto - Dados da semente - Obtenção das fibras - Características - Aplicações da paina - Processo de fabricação do fio (paina+lã)


FIBRA VEGETAL As fibras vegetais s찾o obtidas a partir de: - Sementes: Algod찾o e Paina. - Caules: Linho, Rami, C창nhamo, Juta. - Folha: Sisal. - Frutos: Coco, Abacaxi, Cogumelos. Entretanto, abordaremos em especial as fibras vegetais obtidas pelas sementes: o algod찾o e a paina.


ALGODÃO


A fibra de algodão é obtida dos frutos de espécies do gênero Gossypium, família Malvaceae e é uma das mais resistentes. Existem cerca de 40 espécies, arbustivas, nativas das regiões subtropicais e tropicais, algumas das quais são utilizadas para a produção da fibra têxtil conhecida como algodão.


HISTÓRIA DO ALGODÃO Em escavações arqueológicas no Paquistão, foram encontrados vestígios de tela e cordão de algodão com mais de 5.000 anos. Na América, vestígios foram encontrados no litoral norte do Peru e evidenciam que povos milenares daquela região já manipulavam o algodão, há 4.500 anos.

Antigamente era conhecido como “lã de madeira”, “lã de árvore” e “ouro branco”


ALGODÃO COLORIDO O algodão colorido é tão antigo quanto o algodão branco e muitas espécies nativas já foram encontradas em escavações no Peru e no Paquistão. Ele é muito importante porque as fibras nascem coloridas na natureza. Não há necessidade de tingir fios ou tecidos fabricados com elas, assim não agredindo tanto o meio ambiente.

Esse tipo de algodão tem as fibras curtas e fracas e não aguentam a fabricação de fios e tecidos. Os pesquisadores da Embrapa Algodão,melhoraram a genética proporcionando resistência e maior comprimento.


VARIEDADES DE ALGODÃO COLORIDO BRS 200 Marrom: As fibras dessa variedade (cultivar) são de cor marrom-clara e é resultado do melhoramento de plantas selvagens encontradas no interior do Nordeste. Por isso é ideal para ser plantada no Sertão e Seridó nordestino.

BRS Verde: Variedade de fibra verde resultante do melhoramento de algodão estrangeiro de cor verde com uma variedade de fibra branca criada pela Embrapa Algodão.


BRS Rubi: A BRS Rubi é uma variedade que possui cor marrom-escura ou avermelhada. Ela é o resultado do cruzamento de plantas de fibra marrom-escura estrangeiras com plantas de fibra branca.

BRS Safira: A variedade BRS Safira é de cor marrom-escura ou avermelhada. É resultado do cruzamento entre algodão estrangeiro de fibra marrom-escura com algodão de fibra branca.

BRS Topázio: A BRS Topázio é uma variedade de fibra marrom-clara, derivada do cruzamento entre plantas estrangeiras de cor marrom com plantas de fibra branca. Por ter fibras fortes é considerada a melhor variedade de fibra colorida criada pela Embrapa Algodão.


ESPÉCIES UTILIZADAS PARA FINS TÊXTEIS Gossypium arboreum L. - Algodoeiro-arbóreo, nativo da Ásia meridional.

Gossypium barbadense L. - Algodoeiro egípcio, também designado como algodão-crioulo ou algodão de Sea Island, nativo da América do Sul tropical. Gossypium herbaceum L. - Algodoeiro-asiático ou algodoeiro-do-levante, nativo do sul de África.


Gossypium hirsutum L. - Algodoeiro-das-terrasaltas ou Algodoeiro-americano, nativo da América Central, do Caribe e do sul da Florida. Gossypium vitifolium Lam. - cultivado nos Estados Unidos, México, Antilhas e norte da América do Sul.

Atualmente, o algodão responde por aproximadamente 80% das fibras utilizadas nas fiações brasileiras: na tecelagem, 65% dos tecidos são produzidos a partir de fios de algodão, enquanto na Europa gira em torno de 50%.


• Boa resistência à abrasão. • Não apresenta energia estática.

PROPRIEDADES QUÍMICAS, FÍSICAS E MECÂNICAS DO ALGODÃO


-comprimento da fibra: 13 a 40 mm. -densidade: 1,55 g/cm³. -cores: branca, marrom claro, marrom escuro, vermelho claro, vermelho escuro e verde. -pureza: contém impurezas, causadas por partículas da planta. O algodão colhido a mão é mais puro que o colhido por máquinas. -conservação de calor: satisfatória.

-alongamento: suficiente, ocupa o primeiro lugar nas fibras vegetais.

-elasticidade e resistência ao amassamento: suficiente, melhor que a do linho, pior que a da lã e da seda. -toque: suave, acalentador.

-combustão: rápida com chama amarelada. -absorção de umidade: muito alta. -lavagem: muito resistente à lavagem e pode ser fervida.


PROCESSO DE FABRICAÇÃO Descaroçamento: é a separação de fibra e semente, feito na hora da colheita manual ou com máquinas. Spinning: etapa na qual são feitos os fios de algodão a partir da fibra, com diferentes espessuras. Tecelagem: um dos processos mais importantes para obter o tecido. Também chamado de tear, dois fios são usados simultaneamente para dar trama e gramatura ao tecido. Depois da fibra tecida, o algodão passa por diversas outras fases até se transformar no produto final.

Chamuscagem: passagem de chamas pelo tecido para eliminar o excesso de fibras para melhorar a aparência visual e também o toque.


Branqueamento: os tecidos passam por alvejantes para ficarem mais claros e leves, principalmente se as fibras naturais possuem coloração amarelada ou com muita variação. Mercerização: aplicação a frio de soda cáustica que reage com a celulose do algodão e aumenta a resistência, o brilho, a durabilidade e a flexibilidade do tecido. Tingimento: mudança da cor do tecido por meio de tratamento com corante. Acabamento: o tecido passa por vários produtos químicos para ganhar resistência e proteção contra agentes nocivos.


Paina Origem: -Paineira. -Nativa das florestas brasileiras e da BolĂ­via.

Paineira Rosa Florida


Especificações gerais: Nome científico: Chorisia speciosa. Família: Bombacacea. Nomes comuns: Árvore de lã, árvore da paina, barriga d`água, paina de seda. Distribuição Geográfica: BA, ES,GO, PR, RS, SC, SP. Floração: ABR, MAI, JUN, JUL. Frutificação: JUL, AGO, SET.


Dados da flor, folha e fruto:

Flor: Aveludadas e vistosas. Folha: Apresentam margem serrilhada e nรฃo tem cheiro nem sabor distintos. Fruto: Apresentam forma bastante variรกvel, redonda, lisa, coriรกcea, brilhante e com 5 lรณculos.


Dados da semente: Cor: Marrom Observações: São pequenas, achatadas e envolvidas por pêlos brancos amarelados (Paina).


Obtenção das fibras:

- Os frutos são em forma de vagem e a abertura e esvaziamento das espigas é feito manualmente.

Para a obtenção de 1kg de paina exige aproximadamente 250 vagens.

- É separado as fibras das sementes em uma peneira, onde as sementes se destacam do envoltório das fibras e são eliminadas pela parede da peneira, enquanto as fibras soltas são aspiradas.


CaracterĂ­sticas: Comprimento da fibra - 15 a 35mm e em alguns tipos ĂŠ apenas de 10 a 20mm. Finura da fibra - 16 a 35u. Cor - Raras vezes branca, quase sempre amarelada, fugindo pra marrom. Aspecto - Brilho de seda. Toque - Macio, liso.


Aplicações da paina: - Coletes de natação. - Enchimento de pelúcias, colchões, travesseiros e cobertas. - Fiação – com a mistura de outras fibras. - Absorção de óleo cru.


Processo de fabricação do fio (paina+ lã) Esta imagem, mostra a fibra sendo verificada para mesclar com lã de carneiro. Nesta imagem a paina sendo introduzida junto com a lã na Roca.

A fibra sendo fiada junto com a lã.

A fibra sendo analisada para melhor utilização.

Fio de fibra paina e lã.

Fio de fibra paina e lã.



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