Local: Lagoa da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo Coordenação:Quintal Móbile/Fabiola Melca – quintalmobile@riseup.net / 27 9999 549302 Página web: https://quintalmobile.hotglue.me/?sementeslivres Facebook: https://www.facebook.com/Festival-Imagin%C3%A1rio-Sementes-Livres-1047111115321761/?fref=ts Dossiê 2013 a 2015: https://issuu.com/fabiolamelca1/docs/dossi___sementes_livres/9?e=5763445/33711050 Apresentação
Uma semente é uma planta em estado de 'vir a ser' e ao mesmo tempo já 'é' um organismo com uma infinita quantidade de informação genética ancestral. No seu próximo estágio, a semente se transforma em uma planta, para contribuir amorosamente para a continuidade da humanidade neste planeta. As crianças de forma análoga são seres complexos, inteligentes, sensíveis, portadores de grande carga genética e também virão a ser, já sendo. Assim como as sementes, as crianças são poderosas e vulneráveis. Cuidar das sementes e da infância é cuidar das gerações futuras no presente. O Festival Sementes Livres promoverá um encontro entre as crianças e as sementes crioulas, as crianças do meio urbano da Grande Vitória e as crianças do campo da região Serrana, as crianças curiosas e os guardiões de sementes da agricultura familiar capixaba e ecológica, entre educadores da área rural e da área urbana, entre artistas da cultura e da agricultura do Espírito Santo. O Festival será totalmente gratuito, num espaço aberto, acessível e em contato direto com a natureza. As vivências proporcionarão às crianças um ambiente criativo, um ateliê a céu aberto, com acesso a materiais que lhes permitam expressar-se sobre os temas trazidos à tona, num ateliê a céu aberto feito de sementes, idéias, pedras, água, terra, tintas naturais, pincéis, papel, papelão, lápis, giz, corda, argila, painéis. As atividades serão intercaladas entre vivências mediadas por artistas, educadores e agricultores e espaço/tempo para a livre expressão e o brincar solto e espontâneo característico das crianças. Este será um festival analógico, com instrumentos, tecnologias, equipamentos e materiais que nos permitirão acessar um tempo/lugar off line, acústico e de contato direto entre pessoas e natureza. O formato do Festival será o de Estações de Trabalho, sendo elas um total de cinco, mais o centro, dedicado às crianças e à suas famílias, num desenho circular que dá às crianças autonomia para mover-se de um lado a outro, tornando-se, elas mesma, o centro. Cada estação terá como mediadores para vivências 03 pessoas: um/a artista, um/a educador/a e um agricultor/a. Também estará aberto o espaço para uma feira agroecológica e uma mostra de trabalhos e projetos ecopedagógicos.
JUSTIFICATIVA
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A infância é momento de nutrir, respeitar, cuidar. Os saberes radicais, de raíz, são básicos e primordiais para a vida, como a energia vital que vem do alimento. Conectar essas dimensões indissociáveis através de uma relação de conhecimento, promovendo o encontro de agentes sociais relevantes, tanto do meio urbano, quanto do meio rural, apresenta-se como uma necessidade para uma compreensão construtiva do presente, sendo mesmo um caminho necessário para o desenvolvimento das futuras gerações. Além disso, o reconhecimento de que as sementes estão entre os principais patrimônios da humanidade – sem as quais a sua reprodução é impossível – portanto, as sementes precisam ser enxergadas na dimensão patrimônio genético, o “DNA” de nossa civilização. Sementes crioulas são aquelas cultivadas pelos agricultores familiares e que não sofreram mudanças genéticas. Elas caracterizam-se pela resistência, por já estarem adaptadas às mudanças climáticas das regiões onde são cultivadas. Neste sentido, a valorização das sementes crioulas e a manutenção desse saber para as futuras gerações no Espírito Santo é uma maneira de preservar a identidade dos agricultores familiares capixabas. Trazer as crianças do campo para a cidade demonstra sua importância, valoriza o saber familiar, aumenta sua autoestima, o que garante um maior interesse em seguir mantendo esse modo de vida fundamental para uma existência sana da cidade. Já a crianças da cidade, tem o direito de saber sobre seus alimentos, de onde vem, como são produzidos, quem produz e para além disso, aprender técnicas e escutar histórias sobre sementes desmistificando o "supermercado" como provedor de sua energia vital reconhecendo, ao mesmo tempo, a importância de serem consumidores da agroecologia para a sobrevivência do modo de vida agroecológico no campo. As primeiras sementes que selecionamos, a muitos milhares de anos, vieram acompanhando um movimento em direção aos primeiros agrupamentos de pessoas, e em consequência as primeiras agricultoras e agricultores. Observar a natureza ao seu redor, perceber as alterações que estavam sendo promovidas, e transformá-la em uma semente, ao acaso ou intencionalmente, representa um refinamento tecnológico ímpar, somente comparável, mas superior, ao manejo do fogo. Desta ideia, evolui o pensamento que a semente é um patrimônio comum a muitas pessoas. Por sua vez, cabe as pessoas promover a atenção para as sementes, no sentido de estimular sua preservação no estado mais adequado para a humanidade. As sementes crioulas, devido a todas essas características, podem ser utilizadas como uma das estratégias para vencer a crise dos alimentos no mundo. Segundo Adolfo coordenador de agroecologia do INCAPER, "as sementes crioulas apresentam um comportamento mais estável quanto à produtividade e, mesmo com potencial de rendimento menor que as cultivares melhoradas e híbridas, produzem relativamente bem em anos e condições climáticas desfavoráveis. Essa condição proporciona o uso das sementes crioulas como a estratégia mais acertada, garantindo a produção de alimentos mesmo sob condições desfavoráveis".
Referência estadual na produção de alimentos e, talvez, uma das maiores produtoras do Sudeste, como aponta Leomar Lírio, coordenador estadual do MPA, a região serrana foi escolhida como a região para o intercâmbio do festival por sua localização e desempenho estratégicos na questão. Como a intenção é justamente sensibilizar e envolver a cidade na defesa das sementes crioulas, que são naturais e sem interferência genética, essa região é de fundamental importância para o Espírito Santo. Leomar detalha que a luta pela disseminação das sementes crioulas é, também, uma luta pela saúde da população e pela soberania alimentar, justamente o contrário daquilo que é proposto pelas grandes multinacionais do agronegócio: “muitas delas, além de produzirem as sementes transgênicas, produzem os agrotóxicos, que são produtos altamente cancerígenos, e ainda fabricam os remédios contra os males causados pelos próprios venenos presentes nos alimentos. As sementes transgênicas são programadas para nascer, produzir e morrer em épocas determinadas. Uma planta transgênica não produz sementes que podem ser novamente plantadas” enfatiza. Ele lembra que significam, portanto, não só um risco à saúde, mas também um maior uso de agrotóxicos e demais defensivos agrícolas que empobrecem o solo e reduzem a biodiversidade. Um relatório do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) da Anvisa apontou índices elevados de agrotóxicos em seis alimentos no Espírito Santo: pepino, alface, arroz, tomate, uva e abacaxi, referentes aos anos de 2011 e 2012. Ao todo, no Estado, a Anvisa analisou 67 amostras de alimentos em 2011, das quais 22 foram consideradas insatisfatórias. Em 2012, foram 77 amostras coletadas de alimentos – diversos e não necessariamente os mesmos do ano anterior –, dos quais 18 amostras foram consideradas insatisfatórias. No mesmo ano, todos os resultados insatisfatórios das amostras de alimentos como a cenoura e o arroz foram devido à presença de agrotóxicos não autorizados para estas culturas. Diante desta realidade que coloca em risco a saúde pública, e também o patrimônio natural do Espírito Santo, levando em conta que os agrotóxicos são poluentes para os rios e para a terra, enfraquecendo a mata nativa, no caso a Atlântica, e que transgênicos e agrotóxicos estão diretamente ligados a monocultivos que também são agentes causadores da degradação do patrimônio natural, acreditamos ser de grande importância, formar as novas gerações para uma atitude mais consciente, tanto como produtores, com formação e valorização da agroecologia como consumidores conscientes e consequentemente com seu direito à escolha garantido. Como ferramentas utilizaremos o intercâmbio, ferramenta poderosa e horizontal dando espaço de voz e criando espaços de escuta entre os diversos grupos. Também a arte-educação é aliada neste processo reflexivo e propositivo deixando espaço para a livre expressão onde as crianças com sua infinita capacidade criativa poderão inventar e reinventar mundos. OBJETIVOS
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Promover um encontro entre as crianças e as sementes crioulas.
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Promover um encontro entre as crianças do meio urbano da Grande Vitória e as crianças do campo da Região Serrana,
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Promover um encontro entre as crianças curiosas e os guardiões de sementes da agricultura familiar e ecológica capixaba
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Promover um encontro entre educadores da área rural e da área urbana METODOLOGIA
O Festival será gratuito, no espaço aberto em frente à da Lagoa da UFES, em contato direto com a natureza. As vivências proporcionarão às crianças um ambiente criativo, um ateliê a céu aberto. Serão 5 dias de vivências preparatórias e dois dias abertos ao público em geral.As atividades serão intercaladas entre vivências mediadas por artistas, educadores e agricultores e espaço/tempo para a livre expressão e o brincar solto e espontâneo característico das crianças. Este será um festival analógico, com instrumentos, tecnologias, equipamentos e materiais que nos permitirão acessar um tempo/lugar off line, acústico e de contato direto entre pessoas e natureza. O formato do Festival será o de Estações de Trabalho, sendo elas um total de cinco, mais o centro, dedicado às crianças e à suas famílias, num desenho circular que dá às crianças autonomia para mover-se de um lado a outro, tornando-se, elas mesma, o centro. Cada estação terá como mediadores para vivências 03 pessoas: um/a artista, um/a educador/a e um agricultor/a. Também estará aberto o espaço para uma feira agroecológica e uma mostra de trabalhos e projetos ecopedagógicos. Estação SER: Promover um encontro entre as crianças e as sementes crioulas. Aproximar a criança dos ciclos naturais, para compreender-se como parte da natureza estado fundamental para uma atitude mais ecológica diante da vida e sociedade. O germinar, o plantar, o colher, as cores, formas, tamanhos das sementes, que futuro terá essa semente? Transformara-se em que? Árvore, hortaliça, erva, flor, tubérculo? Qual será a relação dessa criança com esse ser que virá a ser? ATIVIDADES POSSÍVEIS: Reconhecimento de sementes, curiosidades. Estação Germinar: Promover um encontro entre as crianças do meio urbano da Grande Vitória e as crianças do campo da Região Serrana, Criar uma ponte que valorize seus distintos modos de vida, valorizando a vida no campo com suas peculiaridades e riquezas, bem como a vida na cidade com suas características, mas, acima de tudo ressaltar a relação de interdependência desses modos de vida. As crianças que virão do campo serão as das Escolas Família Agrícola, as EFAS que desenvolvem método de ensino altamente reconhecido e pioneiro no Brasil. ATIVIDADES POSSÍVEIS: Jogos cooperativos. Estação Plantar: Promover um encontro entre as crianças curiosas e os guardiões de
sementes da agricultura familiar e ecológica capixaba, tem por objetivo: realizar um intercâmbio geracional, um espaço de aprendizagem ativa, de reconhecimento da importância de quem hoje se dedica a manter salvo o futuro alimentar de nossa sociedade, gerando um espaço de escuta das formas de fazer e ser dos guardiões. Os/as agricultores/as que virão ATIVIDADES POSSÍVEIS: contação de histórias, ensinamento de técnicas, plantios. ESTAÇÃO CUIDAR: Promover um encontro entre educadores da área rural e da área urbana, tem por objetivo: criar um diálogo sobre ecopedagogia em espaços formais e não formais, urbanos e rurais e uma troca de experiências, desafios e potencialidades quando o tema é alimentação, soberania alimentar, conhecimentos ancestrais, tecnologias da agricultura, recursos naturais, mudanças climáticas, educação no campo, escolas urbanas. ATIVIDADES POSSÍVEIS: Diálogos públicos entre educadores, rodas de conversa, descrição de experiências, atividades artísticas e ecopedagógicas com as crianças. ESTAÇÃO COLHER: Promover um encontro entre artistas da cultura e da agricultura do Espírito Santo, tem por objetivo: ressaltar a poesia dos saberes do campo reconhecendo a agricultura como arte e trazendo expressões poéticas como ferramentas de reflexão, aprendizagem e contemplação do belo. ATIVIDADES POSSÍVEIS: troca de saberes, diálogos públicos, expressões poéticas música, teatro, dança, artes visuais, atividades artísticas com as crianças.
PARCERIAS Parcerias
Projeto de Extensão Coletivo Casa Verde , C.A. de Geografia, Projeto de Extensão Célula EMAU – Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Extensão Organon - Núcleo de estudo, pesquisa e extensão em mobilizações sociais do Departamento de Ciências Sociais da UFES, Projeto de Extensão Programa Soy Loko por Ti, Quintal Móbile – Tecnologia, Intuição e Nomadismo, Núcleo de Práticas Comunitárias – Casa da Mulher, Projeto Erva Mãe, Companhia Circo Teatro Capixaba, Projeto Alquimia Viva, FASE/ES- Federação de órgãos para a Solidariedade e Educação;Secult – Secretaria Estadual de Cultura – ES, Coletivo Formate, Grupo Guardiões de Contos.
Proponente:
Quintal Móbile – Trcnologia, Intuição e Nomadismo
Órgãos envolvidos: Apoio:
Secretaria de Estado da Cultura do ES – Através do Funcultura
DESCRITIVO DO PROJETO (ficha síntese)
6 TÍTULO DO PROJETO: Festival Imaginário – Sementes Livres Departamento / Centro: PROPONENTE: OBJETIVO: PERÍODO DE REALIZAÇÃO: LOCAL: HORÁRIO (INÍCIO E TÉRMINO): PÚBLICO (número previsto): Informações:
15 a 22 de Maio Área Externa em frente à Lagoa da UFES Local: Data (início e término): Valor Inscrição (quando for o caso):
ÁREA DO CONHECIMENTO: ( ) Ciências da saúde ( ) Ciências agrárias ( ) Ciências biológicas ( ) Ciências exatas e da terra ( x ) Ciências humanas ( ) Ciências sociais aplicadas ( ) Ciências engenharia / tecnologia ( ) Ciências linguística, letras e artes TIPO DA ATIVIDADE ( ) Projeto vinculado a programa ( ) Projeto isolado ( ) Programa ( )Ciclo de debates ( ) Congresso ( ) Espetáculo ( ) Evento esportivo ( ) Exposição (x ) Festival ( ) Seminário ( ) Semana acadêmica ( ) Encontro ( ) Palestra ( ) Feira ( ) Outro _______________
ÁREA TEMÁTICA ( x ) Comunicação ( x ) Cultura ( x ) Direitos humanos ( x ) Educação ( x ) Meio ambiente ( x ) Saúde ( ) Tecnologia e produção ( ) Trabalho CATEGORIA: (x ) Evento ( ) Visita técnica ( ) Viagem técnica ( ) Programa / projeto APOIO: ( ) Com bolsa acadêmico (x ) Sem bolsa acadêmico ( ) Com bolsa docente (x) Sem bolsa docente POPULAÇÃO ALVO: (x ) acadêmicos ( ) docentes ( ) funcionários (x ) população externa
PLANO DE TRABALHO
Cronograma Geral das Atividades: Período (Mês) Atividades Pré- produção Chamada aberta e construção da programação Difusão Festival
ANO 2016 Jan
Fev
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