Vinícola In Vinum Veritas

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Agroindustria de Processamento de Uva

Vinícola In Vinum Veritas

Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Seminário de Diplomação Acadêmico : Fábio Luís Costa Zucco Orientador: Gustavo Oliveira Pelotas, 2016


Fig.1-Vinhedos


“In vinum veritas” é uma frase

do latim que significa “no vinho está a verdade”, utilizado como provérbio para expressar a sensação de “liberdade” provocada pelo álcool. Com esta expressão, os antigos romanos queriam dizer que quando as pessoas estavam sob o efeito do vinho, perdiam a vergonha e faziam com que as verdades fossem reveladas.


Sumário APRESENTAÇÃO 7 JUSTIFICATIVA 7 PRÓLOGO: SOBRE ARQUITETURA E VINÍCOLAS 8 INTRODUÇÃO AO VINHO E A UVA 12 A UVA 12 VITIS VINIFERA 12 VISTIS LABRUSCA 13 SOBRE O VINHO 14 O VINHO AO LONGO DA HISTÓRIA 15 SUA CHEGADA AO BRASIL 15

A PRODUÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL

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PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS NO ESTADO 16 A SERRA GAUCHA 17 REGIÃO DA CAMPANHA 17 SERRA SUDESTE 17 OS CAMPOS DE CIMA DA SERRA 17 O ALTO URUGUAI 18

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NO RIO GRANDE DO SUL 29

DA COLHEITA AO VINHO - O PROCESSO DE VINIFICAÇÃO 30 A VINDIMA(COLHEITA) 30 O ESMAGAMENTO 30 A FERMENTAÇÃO 30

CONCEITO DO PROJETO

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A ARQUITETURA ITALIANA 37

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CAPÍTULO II 40 DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO 40 CAPÍTULO III 40 DAS EDIFICAÇÕES 40 NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO 40 NORMA DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL 41 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - NORMAS PARA ESTABELECIMENTOS DE BEBIDAS E VINAGRE 41

O LOCAL

SOBRE 20 RELEVO E HIDROGRAFIA 20 VEGETAÇÃO E CLIMA 21 ECONOMIA 21 ZONA DE TRANSIÇÃO 21 VINICULTURA 21 UM BREVE HISTÓRICO DE SÃO JOÃO DA URTIGA 22 O VINHO NA HISTÓRIA URTIGUENSE 24

SOBRE VINÍCOLAS

ARMAZENAGEM 32

A LEGISLAÇÃO

HISTÓRICO 16

O MUNICIPIO: SÃO JOÃO DA URTIGA

FILTRAGEM 32 ENVELHECIMENTO 32 O CORTE 32

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CARACTERÍSTICAS 44 INFRAESTRUTURA 44 HIERARQUIA VIÁRIA 44 USO DO SOLO 44 BACÍA HIDROGRÁFICA 44 IMAGENS DO ENTORNO 50 PROGRAMA DE NECESSIDADES 52 DA VINIFICAÇÃO 52 DA ADMINISTRAÇÃO 53 DA VISITAÇÃO 53 QUADRO DE ÁREAS 53 FLUXOGRAMA 56

ANÁLISE DE REFERÊNCIAS

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ADEGA LAW 57 BODEGA PROTOS 58 FARNSWORTH HOUSE 59

O PROJETO O PROJETO REFERÊNCIA DE FIGURAS REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA

60 63 68 69


APRESENTAÇÃO O trabalho a seguir apresenta um estudo para o projeto de uma vinícola, localizada na cidade de São João da Urtiga, da mesoregião nordeste do Rio Grande do Sul, estando nele, na microregião de Sananduva. Em uma primeira parte, será apresetando um pouco sobre o contexto histórico envolvendo a produção do vinho e as características que o definem. Na segunda parte, será demonstrado o conceito do projeto, o seu local, e também os resultados alcançados sobre os estudos.

JUSTIFICATIVA O vinho tem o poder mudar um lugar, pois a uva tem a capacidade de adquirir o sabor da terra aonde está plantada, levando consigo a característica do local. Por isso cada vinho é diferente do outro, seja nas regiões gaúchas, seja em todo o mundo. No Brasil, o consumo e a produção de vinhos finos vem crescendo constantemente, seja pelos aromas característicos e pela forte cultura presente no país, e concentramos a maioria desses valores em nosso estado. No Rio Grande do Sul, as regiões já consolidadas detem esse pódio merecidamente, e algumas estão se colocando no mercado atual de vinhos finos. Porem a microregião de Sananduva, com grande potencial para produção, ainda passa-se despercebida, seja por estar numa área de transição entre as regiões fisiográficas dos Campos de Cima da Serra e o Alto Uruguai, seja pela falta de incentivo a produção desse tipo de vinho, fazendo com que as visitantes do enoturismo e de qualquer outra atividade não tenham o porque conhecer essa região, visto que também não se há muito a oferecer sobre atrações culturais e de lazer, fazendo com isso, que quem visite o estado, exclua essa parte de seus percursos. Porem, na realidade, a produção de vinhos artesanais nos porões da residencias é algo tipicamente comum nessa região, tanto quanto a própria produção de parreirais, por isso, o que se precisa é a união das duas coisas, do trabalho já presente com um produto que valorize a sua origem. Por isso, uma proposta se faz necessária para que esse povo seja lembrado e reconhecido, usando coisas simples de sua origem, como a cultura e produção de vinho, que o conhecem tão bem. 7


PRÓLOGO: SOBRE ARQUITETURA E VINÍCOLAS Baseado em uma entrevista concedida pelo premiado arquiteto Jesús Marino Pascual ao site IG sobre o tema, em maio de 2014. Ver bibliográfia.

corporada no País. Em entrevista para o site IG, o arquiteto espanhol comentou como a produção do vinho e a arquitetura, são hoje, dois mundos inseparáveis. iG: Quais são os principais pilares que guiam o projeto de uma vinícola?

No mundo todo, há uma grande cultura criada em torno do vinho, que atrai Pascual: A arquitetura de uma vinícola milhares de turistas. E as vinícolas não mudou muito nas últimas décadas. Há 10 anos as vinícolas tinham que podem abrir mão disser apenas funcionais, hoje, so”, afirma o arquiteto Um empreendedor espanhol Jesús Marino moderno não pode é essencial que elas atraiam visitantes. Elas eram apenas Pascual, responsável pedesprezar o enoturgrandes galpões construílos projetos do Museu da ismo. Mas o visitante dos sob a orientação de enCultura do Vinho Dinastia Vivanco e da bodega não viaja quilômetros genheiros agrônomos, com caves subterrâneas para o só para tomar um Irius, ambos na Espanha. cálice de vinho, ele armazenamento dos vinhos. e olho no imenso quer se emocionar e Agora, é preciso projetar a potencial turístico, o estrutura de forma que os viInstituto Dal Pizzol deu iní- se alimentar da cultura sitantes possam ver todas as cio a uma série de condo vinho.” etapas de produção sem versas com o arquiteto atrapalhar os trabalhadores. para projetar um Museu Os lugares precisam ser limpos, organida Cultura do Vinho em Bento Gonçalves, zados e arejados. A iluminação deve ser na Serra Gaúcha. “Um empreendedor projetada para passar a emoção e ao moderno não pode desprezar o enoturismesmo tempo não interferir no cuidamo. Mas o visitante não viaja quilômetros doso processo de elaboração do vinho. só para tomar um cálice de vinho, ele quer se emocionar e se alimentar da culiG: O senhor acredita que é possível tura do vinho”, afirma Rinaldo Dal Pizzol, conceber uma nova vinícola, hoje, sem que batalha para que essa visão seja inprever o investimento em arquitetura?

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plantações. Como o senhor vê isso? Pascual: Digo que cada vinho vendido na adega vale por dois ou três no mer- Pascual: Fazer um projeto grande, que cado, porque dali os consumidores saem vai mexer com a paisagem de todos, é com um envolvimento emocional que, sempre problemático. E é preciso conde outra forma, dificilmente teriam com versar com as comissões do Patrimônio a marca. Nas vinícolas de última gera- Histórico Cultural e Ambiental para cheção tudo é pensado para gerar emoção gar a um acordo. De qualquer forma, um e transmitir o valor da marca. Da solidez bom projeto deve ser harmonioso com o arquitetônica à composição dos ambien- meio ambiente em que está, seja na cites, espacialidade, relação com a pai- dade ou no campo. Além de ser funciosagem e mensagem cenográfica. Mas nal e coerente com a história daquela se não tiver bons vinhos, cultura e região. É preciso De qualquer forma, que ele engrandeça e não também não vai adiantar. um bom projeto estrague o espaço. RessaliG: Tendo em vista a imdeve ser harmonioso te a natureza e, ao mesmo, ponência e o cuidado com o meio ambiente tempo reforce a presenarquitetônico de diversas em que está, seja na ça da vinícola e o trabalho adegas modernas, pocidade ou no campo. do homem sobre as uvas. de-se dizer que elas são Além de ser funcion- iG: as catedrais modernas? É preciso entenal e coerente com a der de vinho para proPascual: Há, sem dúvida, história daquela cultu- jetar boas vinícolas? uma certa mística na prora e região.” dução do vinho e muito Pascual: Estou muito envolvido respeito que se tem do nessa cultura, tenho mipor esse trabalho pode ser transmitido nha adega particular em casa, mas estou pela arquitetura, até mesmo pelo tipo de longe de ser um enólogo. Acredito que ambiente que o vinho pede para se de- eles estejam em outro patamar de capasenvolver: tranquilo, escuro e silencioso. cidade e sensibilidade muito diferentes de mim. Depois que quebrei o nariz jogando iG: Alguns projetos muito arrojados futebol não sou capaz de distinguir muitos acabam gerando polêmica por des- aromas. toarem da paisagem bucólica das

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Fig.2 - Pintura



INTRODUÇÃO AO VINHO E A UVA

A

A UVA

uva é o fruto da videira (Vitis sp.), uma planta da família das Vitaceae. É utilizada frequentemente para produzir sumo, doce (geleia), vinho e passas, podendo também ser consumida ao natural.

Fig.3 - Cabernet Sauvignon.

Entre as espécies de videiras principais temos a Vitis vinifera, o tipo de videira mais frequente na produção do vinho, na Europa; e a Vitis labrusca, espécie norte-americana, utilizada na produção de sumo, uva de mesa e, algumas vezes, vinho.

Vitis vinifera

Fig.4 - Pinot Gris.

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As uvas viníferas não são boas para o consumo alimentar, pois elas são amargas e adstringentes demais. Mas, são excelentes para a fabricação do vinho, pois a sua casca possui bons elementos químicos naturais para a produção do vinho. Por isso, os vinhos produzidos a partir delas são conhecidos por ter uma alta qualidade no seio do estudo sobre a bebida. Aliás, em certos países, principalmente no “velho mundo” (Itália, Espanha, França etc), é proibida a fabricação de vinho que não seja a partir de uvas viníferas.


São exemplos de vitis viníferas: Tintas: Cabernet Sauvigno­n, Cabernet Franc, Tempranillo, Merlot, Syrah, Pinotage, Pinot Noir, Tannat, entre outras; Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling, Pinot Grigio, Prosecco, Sémillon, dentre outras.

Vistis labrusca O vinho também pode ser produzido a partir de uvas normalmente utilizadas na nossa alimentação, que são geralmente as vitis labrusca. Por sinal, esse tipo de produção é muito comum aqui no Brasil, tendo recebido o título de “vinho de mesa”. É o típico “vinho da casa” que tem nos restaurantes. Geralmente, os vinhos de uvas não-viníferas são suaves (doce).

Fig.5 - Uva Isabel

Esse tipo de vinho é criticado por alguns especialistas (sommeliers / enólogos), pois alegam que o aroma e sabor da uva não-vinífera é tão forte, que mascara outros aromas e sabor que o vinho possa apresentar, por exemplo: couro, maçã, frutas cítricas, chocolate, baunilha, entre outras. São exemplos de vitis labruscas: Isabel, Niágara, Itália, Rubi, Thompson (conhecida como uva sem semente). Fig.6 - Uva Niágara.

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SOBRE O VINHO

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inho (do grego antigo, transl. oínos, através do latim vinum, que tanto podem significar “vinho” como “videira”) é, genericamente, uma bebida alcoólica produzida por fermentação do sumo de uva. Na União Europeia, o vinho é legalmente definido como o produto obtido exclusivamente por fermentação parcial ou total de uvas frescas, inteiras ou esmagadas, ou de mostos. No Brasil, é considerado vinho a bebida obtida pela fermentação alcoólica de mosto de uva sã, fresca e madura, sendo proibida a aplicação do termo a produtos obtidos a partir de outras matérias-primas. Existem cinco tipos distintos de vinhos: os vinhos tintos, os brancos, os rosés, os espumantes, e os vinhos fortificados. O vinho é classificado de várias formas, seja pela cor, teor de açúcar, quantidade de gás carbônico e a graduação alcoólica entre outras características. Combinando-se esses fatores se obtém um número enorme de tipos de vinhos. No Brasil, mesmo ainda com um número baixo de consumidores, o consumo tende a crescer com o tempo. 14

Fig.7 - Vinho.


O VINHO AO LONGO DA HISTÓRIA vinho pela primeira vez, sendo que foram

A

história do vinho tem grande importância histórica, pois o seu surgimento em tempos remotos acompanhou grande parte da evolução ecônomica e sócio-cultural de várias civilizações ocidentais e orientais. O vinho possui uma longínqua importância histórica e religiosa e remonta diversos períodos da humanidade. Cada cultura conta seu surgimento de uma forma diferente. Os cristãos, embasados no Antigo Testamento, acreditam que foi Noé quem plantou um vinhedo e com ele produziu o primeiro vinho do mundo (“E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha.” Gênesis, capítulo 9, versículo 20). Já os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses. Do ponto de vista histórico, sua origem precisa é impossível, pois o vinho nasceu antes da escrita. Os enólogos dizem que a bebida surgiu por acaso, talvez por um punhado de uvas amassadas esquecidas num recipiente, que sofreram posteriormente os efeitos da fermentação. Mas o cultivo das videiras para a produção do vinho só foi possível quando os nômades se tornaram sedentários. Existem referências que indicam a Geórgia como o local onde provavelmente se produziu

encontradas neste local graínhas datadas entre 7000 a.c. e 5000 a.c.

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SUA CHEGADA AO BRASIL

história do vinho no Brasil inicia-se com o descobrimento, em 1500, pelo navegador português Pedro Álvares Cabral. Relatos indicam que nas caravelas que partiram de Portugal haviam pelo menos 65 mil litros de vinho, para consumo dos marinheiros. As primeiras videiras foram introduzidas no Brasil por Martim Afonso de Sousa, em 1532, na capitania de São Vicente. As cultivares, que posteriormente se espalhariam por outras regiões do Brasil, eram da qualidade Vitis vinifera (ou seja, adequadas para a produção de vinho), oriundas de Portugal e da Espanha. No mesmo ano, o fundador da cidade de Santos, Brás Cubas, foi o primeiro a tentar cultivar videiras de forma mais ordenada. No entanto, da mesma forma que a tentativa precedente, não obteve muito êxito. Em parte, deu-se pelo protecionismo comercial exercido por Portugal, tendo a corte inclusive proibido o cultivo de uvas, em 1789.

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A PRODUÇÃO NO RIO GRANDE DO SUL

N

HISTÓRICO

o Rio Grande do Sul, as primeiras videiras foram introduzidas pelos padres jesuítas ainda em 1626, posto que necessitavam do vinho para os rituais da missa católica. A introdução de cultivares européias no Rio Grande se deu com a chegada dos imigrantes alemães, que obtiveram bons resultados. As videiras americanas, especialmente das espécies Vitis labrusca e Vitis bourquina (variedades Isabel, Concord e outras) foram importadas em 1840 pelo comerciante Thomas Master, que as plantou na Ilha dos Marinheiros. Estas uvas serviam basicamente para o consumo in natura, na forma da fruta fresca ou passas, mas se adaptaram tão bem ao clima local que logo começaram a ser utilizadas para a produção de vinho. A viniviticultura gaúcha teve um grande impulso a partir de 1875, com a chegada de imigrantes italianos, que aportaram com videiras trazidas principalmente da região do Vêneto - e uma forte cultura de produção e consumo de vinhos. Apesar do sucesso inicial, as videiras finas não se adaptaram ao clima úmi-

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do tropical e foram dizimadas por doenças fúngicas. Porém, com a adoção da variedade Isabel, então cultivada pelos colonos alemães no Vale do Rio dos Sinos e no Vale do Caí, deu-se continuidade à produção de vinhos que, embora de qualidade duvidosa, espalhou-se para outras regiões do país, tornando-se base do desenvolvimento da vitivinicultura no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Mas foi somente a partir da década de 1990 que vinhos de maior qualidade passaram a ser produzidos, com crescente profissionalização e a adaptação de uvas finas (Vitis vinifera) ao clima peculiar da Serra Gaúcha. A região produz hoje vinhos de qualidade bastante satisfatória e crescente.

PRINCIPAIS REGIÕES PRODUTORAS NO ESTADO Atualmente, o Rio Grande do Sul é o estado brasileiro responsável por mais de 80% dos vinhos produzidos no país. A Serra Gaúcha, os Campos de Cima da Serra, a Serra do Sudeste e a Campanha são os principais produtores do estado. O Alto Uruguai vem entrando nesse espaço como produtor de vinhos finos timidamente, mas vem como uma região muito promissora para adrentrar o enoturimo gaúcho.


A SERRA GAÚCHA dos livres de umidade (um dos grandes Hoje, compõe quase todos os municípios ao redor de Bento Gonçalves e Caxias do Sul, as maiores cidades e são, polos de metal-mecânica e indústria de móveis. Essas são as grandes fortes produtoras de vinhos do estado. Ali estão localizadas duas importantes regiões que já conseguiram seu selo de garantia de origem, o Vale dos Vinhedos e Pinto Bandeira. Locais que possuem invernos muito rigorosos, ideais para o descanso dos vinhedos e verões instáveis. Verões por vezes com forte insolação e seca, mas há outros com baixa incidência de sol, chuva e umidade, mas sempre com noites mais frias, ideais para um recesso da uva nos dias mais quentes.

REGIÃO DA CAMPANHA A região que vem ganhando muito destaque nos últimos tempos. Inicia em Bagé e vai até Itaqui, sempre costeando a fronteira com o Uruguai. Terrenos pedregosos com pouca matéria orgânica são condições de boas videiras. Destaca-se Santana do Livramento, cidade chave para esta região, pois há vinícolas por lá que iniciaram seu desenvolvimento na década de 70. Os invernos muito firmes, os constantes ventos secos que mantém os vinhe-

inimigos da uva), verões com muito sol e noites frescas garantem a sanidade e a qualidade das uvas.

SERRA SUDESTE Em diagonal, indo de Encruzilhada do Sul até Piratini, numa altura média de 400 metros, verões, também secos e ensolarados com noites frias e invernos firmes, solo pedregoso, é hoje, importante terroir gaúcho para uvas tintas como a Merlot, a Cabernet Franc, a Teroldego e a Cabernet Sauvignon que vão muito bem por aqui. Deu início a sua produção com a chegada de multinacionais do vinho, na década de 80. Hoje, consolidado o terroir e com vinhedos de muita qualidade desperta o interesse da maioria dos produtores nacionais de vinhos.

OS CAMPOS DE CIMA DA SERRA Região que abrange o nordeste do Rio Grande do Sul. Tem na cidade de Vacaria seu centro geográfico. Sempre foi produtora de fruticultura de frio, como a maçã, pêra, pêssego e figo. De uns 10 anos para cá começou o desenvolvimento de suas videiras. São os vinhedos mais altos do Estado, altura media de 900 metros. Forte influência do frio, com seus invernos muito 17


marcados e verões com ótima incidência de sol e noites muito frias, além de ventar bastante, que favorece a produção de uvas sadias e livres de umidade.

O ALTO URUGUAI O Alto Uruguai está situado entre o Rio Uruguai e o Rio Ijuí, na região norte e nordeste do estado, com altitude 500 a 700 metros, e tem Erechim como principal município formador.

Também há uma boa amplitude térmica, diferença da temperatura do dia para a noite, chegando a ultrapassar a casa dos 8ºC. Isso favorece as altas intensidades de cor dos vinhos tintos, bem como a perfeita maturação dos taninos da uva.

A Região do Alto Uruguai é considerada uma região no mínimo diferente para o cultivo de videiras. Devido a proximidade do Rio Uruguai, o ciclo da videira inicia-se alguns dias antes do que nas regiões vitivinícolas tradicionais do Sul do Brasil, consequentemente a colheita se dá também algumas semanas antes. Devido a essa precocidade na produção das uvas, as mesmas fogem da época das chuvas dessa região, que ocorrem, normalmente, a partir do mês de abril. Fig.8 - Mapa Fisiografico do Rio Grande do Sul. Nos meses de janeiro, fevereiro e primeira quinzena de março, meses de colheita de uvas brancas, tintas precoces e tintas tardias, respectivamente, a região é marcada por fortes estiagens, o que favorece a perfeita maturação de suas uvas, chegando a produzir vinhos com 14,5 % de álcool natural. 18


Fig.9 - Mapa com as principais regiĂľes produtores de vinhos finos do estado do Rio Grande do Sul.

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O MUNICIPIO: SÃO JOÃO DA URTIGA

S

SOBRE

ituada na mesoregião nordeste do estado, e nela, na microregião de Sananduva, São João da Urtiga possui hoje 4.820 habitantes, conforme projeção para 2015 do IBGE, com área de 171,32 km² e altitude na faixa dos 745 metros acima do nível do mar. A microrregião de Sananduva é uma das microrregiões do estado brasileiro do Rio Grande do Sul e pertencente à mesorregião Noroeste Rio-Grandense. Nela estão os municípios de Barracão, Cacique Doble, Ibiaçá, Machadinho, Maximiliano de Almeida, Paim Filho, Sananduva, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São José do Ouro e Tupanci do Sul.

RELEVO E HIDROGRAFIA Está situado sobre uma região de montanhas, e é dividido ao meio por um espigão, no sentido norte e sul, dividindo as águas dos maiores rios do município, sendo eles o Rio Inhadava, limite a leste, e o Rio Apuaê, no sentido oeste. Como de formação montanhosa, o terreno se caracteriza por terrenos ingremes, e também por várzeas nos vales. 20

Fig.10.11.12 - Localização em mapa e dados específicos.


em uma média dentre as duas regiões.

VEGETAÇÃO E CLIMA A vegetação é um misto de mata araucária e de mata atlântica do Rio Uruguai. O clima predominante é o subtropical, com as quatro estações bem definidas. Assim, o clima é quente e temperado e existe uma pluviosidade significativa ao longo do ano. Mesmo o mês mais seco ainda assim tem muita pluviosidade, sendo 17.4 °C a temperatura média. A pluviosidade média anual é 1757 mm.

ECONOMIA A economia é principalmente constituida no setor primário, na agricultura e na pecuária. O comércio e a industria estão em crescente desenvolvimento, principalmente ligada ao processamenteo de matérias-primas da agropecuária.

ZONA DE TRANSIÇÃO São João da Urtiga está localizada em uma zona de transição dentre as regiões dos Campos de Cima da Serra para o Alto Uruguai. Mesmo pertencente aos Campos de Cima da Serra como divisão regional fisiografica, apresenta características fisicas que se traduzem

Por isso, São João da Urtiga apreseta relevo mais acidentado com altitude de 745 metros, pois o relevo começa suave no extremo oeste do Alto Uruguai, com 500 metros de altitude, e vai tornando-se mais acidentado, até chegar ao planos, aos 900 metros, nos Campos de Cima da Serra, como altitude máxima a oeste. O basalto tambem é o material de origem da região, que se apresenta como planície profundamente recortada pelos afluentes do Rio Uruguai, o que demonstram uma proximidade maior as características do Alto Uruguai.

VINICULTURA O município, assim como os municípios vizinhos, não possui vinicolas de vinhos finos, mas a cultura da produção de vinho está presente nas casas do moradores, aonde produzem para seu próprio consumo. Por isso, esse “meio” passa despercebido e a proposta de projeto será para que essa região se evidencie como produção de vinhos finos, visto que o terreno apresenta propriedades fisicas equiparaveis as dos Campos de Cima Serra e do Alto Uruguai. 21


UM BREVE HISTÓRICO DE SÃO JOÃO receberia a nova sede da localidade. DA URTIGA

O

município surgiu juntamente com outros povoamentos desta região, onde a povoação teve inicio logo após o loteamento destas terra pelo estado. Encontrado em grande quantidade pelos agrimensores que realizaram as medições, o urtigão acabou por denominar algumas das seções (conjunta de travessões, que contém os lotes rurais), e que depois acabaram por dar origem ao nome da cidade. Em alguns registros de padre, constam que os primeiros habitantes foram poloneses e italianos por volta do ano de 1916, onde foi fundada a capela de São João. Com o passar dos anos foram criadas novas capelas pelo interior, e em 1939 foi criado a Paróquia de São João da Urtiga, pertencente a diocese de Vacaria. Na década de 40 foi aberta, pelo DAER, a estrada geral (sobre a cordilheira), futura RS-126, que passava junto ao Morro das Cruzes, lugar este erguido em homenagem ao retorno dos urtiguenses que estiveram lutando pela FEB, contra os fascistas italianos na Segunda Guerra Mundial. Este lugar seria futuramente conhecido como São João Alto, e

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Em 1947 chegam à São João Baixo as Irmãs Franciscanas da Sagrada Família, onde fundam o Colégio São Francisco. No dia 16 de janeiro de 1949, o prefeito de Lagoa Vermelha, Dr. Abelardo José Nácul (uma rua de São João da Urtiga) instala o distrito de São João da Urtiga. Um ano depois, em 1950, foi inaugurado um hospital, sob coordenação do Dr. Sacrovir do Canto Lisboa. Em 1951 foi iniciada a construção da nova Igreja Matriz, em honra a Cristo Rei (hoje São João Batista), esta construção faz parte do Patrimônio Histórico, e foi inaugurada em março de 1955. O então distrito de São João da Urtiga passou a pertencer à Sananduva em 1954 e à Paim Filho em 1961, com a emancipação destes municípios. Entre os anos de 1960 e 1975 ocorre, progressivamente, a transferência da sede do distrito para São João Alto, ao lado da estrada estadual. No final dos anos 80 é formada uma comissão para tratar da emancipação do então distrito e, após a realização de plebiscito, com a vitória, é criado pela lei 8448, o município de São João da Urtiga.


Fig.13 - Santuário São João Batista. Fig.14 - Panorâmica da cidade.

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O VINHO NA HISTÓRIA URTIGUENSE dicavam a produção de artesanatos e

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esde o surgimento do povoado de São João Baixo até os dias atuais, a história de São João da Urtiga trás nas suas entranhas de desenvolvimento a força no cultivo da uva e na produção do vinho.

os homens encaravam mais algumas horas de trabalho pesado para a construção de pipas, que serviram depois para o armazenamento do vinho no período de fermentação e de descanso.

O cultivo das videiras tomou expressão acentuada após a chegada dos Com a chegada dos imigrantes imigrantes italianos. No início, cultivavamItalianos que primeiramente buscaram -se uvas da casta Isabel, apenas para o se estabelecer na Serra Gaúcha, mais consumo da família. Com o passar dos tarde parte deles foram se deslocando anos o êxito dessa varumo ao norte do esriedade era tão surpretado, e São João da “O transporte era feito em endente que os colonos Urtiga fez parte deste lombo de burro, alojado iniciaram a comercialiprocesso, onde muitos fiem duas pipas de 40 litros zação do vinho de mesa xaram-se e construíram Isabel para a capital do famílias. No princípio, cada, colocados um de Estado e outras cidades. buscaram produzir divercada lado do animal.” sificados produtos para O transporte era feiseu sustento, porém a to em lombo de burro, alojado em duas produção e o cultivo da uva, foi o que pipas de 40 litros cada, colocados um de fato, lhes garantiu a sobrevivência, de cada lado do animal. As filas de 10 bem como a obtenção de recursos para ou 12 animais percorriam a distância encompras de agasalhos, equipamentos tre a propriedade rural até os pequenos e utensílios para as suas tarefas diárias. núcleos ou povoados onde havia uma No princípio, e com poucos recursos, o cultivo da uva e a produção do vinho, se dava totalmente de forma artesanal. Enquanto se descansava no período noturno, após uma exaustiva jornada de trabalho, as mulheres se de24

casa de comércio ou armazém colonial. O colono negociava seus produtos por troca, trocando o vinho (além dos demais produtos rurais como: queijo, porcos, feijão, trigo, etc.) por café, açúcar, tecidos, querosene e ferramentas agrícolas. Quando chegava à casa do ne-


Fig.15 - Exemplos de pipas de madeira.

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gociante, o vinho era transferido do bar- de madeira instaladas no porão da casa, ril em que vinha sendo transportado no onde todas as operações de vinificação lombo do burro para uma pipa. O barril eram feitas pela própria família. Logo em que era transportado tinha formato após o esmagamento da uva, o mospróprio e adequado à viagem e deve- to doce era bebido por todos. Na época ria retornar ao produtor. Não raro o vi- também era muito habitual comer-se o nho encontrava-se em condições sani- pão molhado nesse mosto. Não eram ratárias deficientes devido à precariedade ras as reuniões de famílias, especialmende condições de produção e transporte. te no dia 6 de janeiro, para comemorar a festa do pão e do vinho, aproveitando O plantio dos pequenos vinhedos o mosto obtido das uvas mais precoces. de cada família era feito em terreno já Fermentado, o mosto era transformado cultivado ou logo após em vinho, quase todo o desmatamento. A “Logo após o esmagamento ele tinto, de uva Isafertilidade do solo virbel, e consumido já da uva, o mosto doce era gem, a umidade e o bebido por todos. Na época nos meses de abril e sol no norte gaúcho, maio, devendo durar aliados ao vigor natu- também era muito habitual até a próxima colheita. comer-se o pão molhado ral da videira Isabel, faziam as plantas cres O imigrante havia ennesse mosto.” cerem admiravelmencontrado finalmente um te, com longos galhos fator importante e decie enormes folhas robustas. A frutificação sivo para sua fixação e adoção definitiva era abundante. O entusiasmo era mui- da nova Pátria. Uma vez mais a vitiviniculto grande e, seguramente, a videira foi tura evidenciava-se como elemento de fio bálsamo e o reencontro do imigrante xação do homem a uma região, por ser com a sua terra de origem. Uma nova e ela um componente da civilização humapromissora cultura se apresentava para na ligado à cultura e com características manter a alegria e coragem e refazer as universais. energias dos desbravadores da região. A uva era colhida em balaios feitos com cipó e esmagada com os pés. A fermentação se processava em pipas 26


Fig.16 - Processo antigo de esmagamento de uva.

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SOBRE VINÍCOLAS As vinícolas são edificações utilizadas para o ato de se processar o vinho, aonde recebe-se a uva e o transforma ao produto fermentado, sejam vinhos, espumantes, etc. O signicado da palavra no nosso idioma, vem da junção de duas palavras do latim, aonde temos VINUM, que significa Vinho, e COLERE, que significa “trabalhar e cuidar da terra para a produção de plantas”. Como mencionado anteriormente, a produção do vinho se dá antes mesmo da escrita, por isso, já acompanha a humanidade desde o início dos tempos. Com o surgimento das primeiras sociedades, aonde havia uma organização coletiva, fez-se necessário também uma organização nas produções das coisas, por isso a vinícola entra como uma organizadora e controladora do processo de vinificação. Com a surgimento de vinícolas por todo o mundo, foi possível produzir vinhos com alta qualidade, além de ser um local para descobertas de outras variadades de vinho. Pode-se, então, concluir que a qualidade do vinho e a diversidade desse produto só se consolidou quando o homem pensou sobre o processo, e por isso, sobre uma organização, sendo por 28

isso a vinícola, uma também amostra da preocupação de processo, ligada a genealidade humana. No Brasil, temo hoje uma produção de vinhos finos que chega a 10.000 hectares de uvas Vitis vinifera, espalhados sobre seis regiões no país. São aproximadamente 150 vinícolas elaborando vinhos finos, e, também, outras 1.000 vinícolas, da indústria vitivinícola brasileira instaladas, na sua grande maioria, em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família), dedicando-se à produção de vinhos de mesa ou artesanais. Ao todo, entre variedades viníferas e comuns, a área coberta por vinhedos no país é de 89.000 hectares, em centros localizados de norte a sul. Por isso, o Brasil está se consolidando como o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul e certamente é um dos mercados que cresce mais rapidamente no globo. A Embrapa, Uva e Vinho, com sede em Bento Gonçalves, é uma das entidades que fiscalização e auxiliam aos produtores de uvas e proprietários de vinícolas pelo estado. Instalada no município que concentra a maior raiz da vinicultura do país, a Embrapa disponíbiliza manuais técnicos sobre como se deve proceder quanto a instalação de uma vinícola, até como mante-lá lucrativa.


NO RIO GRANDE DO SUL No estado do Rio Grande do Sul, temos as maiores vinícolas do país, sendo algumas delas, a Casa Valduga, que possuí mais de 150 prêmios internacionais, por conta de seus vinhos e espumantes, ao longo de 136 anos de história, e também a Vinícola Aurora, a maior vinícola do Brasi, que fica em Bento Gonçalves, e produz desde sucos de uva, até espumantes.

Fig.17 - Casa Valduga. Fig.18 - Vinícola Aurora.

29


DA COLHEITA AO VINHO - O PROCESSO DE VINIFICAÇÃO

N

este topico, será abordado o básico sobre o processo de plantio até a envase do vinho. Nele, são mostradas as etapas que demonstram uma grande importância individualmente, e assim coletivamente, para o sucesso final do vinho.

A VINDIMA(COLHEITA) A qualidade da uva tem enorme influência sobre o sabor e qualidade do vinho, por isso a vindima deve ser realizada no tempo certo. Uma vindima antes do tempo resulta em um vinho aguado, com baixa concentração de açúcar e, consequentemente, de álcool. Se a uma vindima for tardia, a uva produzirá um vinho rico em álcool, mas com pouca acidez. Os fatores fundamentais que influem na vindima: O clima - ensolarado, temperatura, umidade, etc. O terroir - a conjuntura dos fatores climáticos, de solo e humano.

O ESMAGAMENTO Era feito com os pés, tradição mantida até hoje em algumas poucas regiões. Hoje em dia, em geral, o processo é totalmente mecanizado, quase sem contato humano. 30

Fig.19 - Vindima.

O esmagamento da uva produz uma mistura de suco, cascas e bagas que será chamado de mosto. No caso de vinhos tintos, essa mistura é enviada aos tanques, enquanto na elaboração de vinhos brancos, sólidos e líquidos são separados(tanque de maceração), usando-se apenas a fração líquida para a produção. É normal que 1 kg de uva produza cerca de 650 a 700 ml de líquido.

A FERMENTAÇÃO É a parte mais complexa e importante do processo de fabricação do vinho. Nesta etapa, é necessário um con-


trole rígido da temperatura, bem como a presença correta de microrganismos responsáveis pela fermentação. Dentre eles, o mais comum é uma levedura, a Saccharomyces cerevisae, e o controle da temperatura é fundamental para o crescimento e cultura dos fungos, não devendo exceder os 25 a 30 °C. O contato com o ar deve ser evitado, pois ocorreria a oxidação do vinho, bem como também poderia ocorrer parada de fermentação, uma vez que, quando as leveduras possuem oxigênio disponível, podem respirar ao invés de fermentar. Existem várias etapas na fermentação: Fermentação tumultuosa: Ela dura poucos dias, quando ocorrem um grande desprendimento do gás carbônico e o aumento da temperatura. Fermentação lenta: Com o passar dos dias, a fermentação começa a diminuir de intensidade devido à diminuição da presença do açúcar. Nesta etapa, o líquido separa-se da parte sólida (bagaço, cascas, etc) e são eliminados os últimos traços de glicose, que se transformam em álcool. São poucos os açúcares que ainda restam e, neste momento, o mosto já é o vinho propriamente dito.

Fig.20 - Fermentação.

31


FILTRAGEM de de dar mais corpo e equilíbrio ao Nesta etapa ocorre a filtração do vinho. Ele é clarificado com a retirada dos produtos e sedimentos que deixam o vinho turvo.

ENVELHECIMENTO É uma das fases mais cultuadas do processo. Ocorre na grande maioria dos vinhos tintos, e na minoria dos demais. Esta fase é realizada em barris de carvalho e/ou na garrafa. Em ambos, o oxigênio, que passa pelos poros da madeira ou da rolha - fará com que o vinho entre em uma fase de desenvolvimento que transformará seus aromas, sabores e sua cor, com essas características ganhando em complexidade e qualidade. Pode variar em tempo de acordo com as características do produto, devendo esse tempo ser avaliado pelo enólogo. Para que ocorra da forma correta, o uso de bons barris, bem como o armazenamento da garrafa em locais adequados - com pouca luz e temperaturas amenas - é vital.

O CORTE Também chamado de assemblage, o corte é a adição de um tipo de uva diferente daquela comumente utilizada no vintage e tem a finalida32

vinho. Um vinho produzido inicialmente com uvas merlot pode receber uma certa quantidade (corte) de uvas cabernet sauvignon ou outro tipo de uva. Os vinhos da região de Bordeaux (ou Bordéus) são produzidos com uvas cabernet sauvignon, cabernet franc, merlot, petit verdot ou malbec. O uso de duas ou três dessas uvas é conhecido como corte bordalês.

ARMAZENAGEM A maioria dos vinhos é vendida em garrafas de vidro e seladas com rolhas de cortiça. Recentemente alguns produtores de vinho vem buscando alternativas como tampas atarrachantes ou rolhas sintéticas, não muito bem vistas pela maioria. É consenso entre os grandes produtores, que o uso das rolhas de cortiça, especialmente as produzidas em Portugal, ainda é tido como o produto mais adequado.


Fig.21 - Processo de Vinificação.

Processo de vinificação tradicional para vinhos tintos: Esmagamento, Prensagem, Maceração, Fermentação, Estabilização, Envelhecimento em barris de carvalho, Filtragem, Engarrafamento e Envelhecimento em garrafa 33


Fig.22 - O Vinho



CONCEITO DO PROJETO TRABALHO RURAL CULTURA VALORIZAÇÃO DO TRABALHO RURAL :

A FORÇA SIMPLICIDADE A LUTA DIÁRIA

Fig.23 - Trabalho.

DA CULTURA :

A TRADIÇÃO ITALIANA DA ARQUITETURA DA ALEGRIA DA VALORIZAÇÃO :

DA REGIÃO CRESCIMENTO DA CIDADE VISIBILIDADE 36

Fig.24 - Cultura Italiana. Fonte própria


c

A ARQUITETURA ITALIANA tava-se correndo uma sobreposição de

omo citado anteriormente, a cultura italiana na região de São João da Urtiga, começa históricamente por sua imigração, que deu-se como resultado de um programa governamental para a povoação e incremento econômico de zonas desocupadas, e também como parte de uma estratégia social de branqueamento da população brasileira com a introdução de elementos caucasianos. Ao mesmo tempo, com movimento abolicionista, precisavam-se de mão-de-obra barata para trabalho nas lavouras de café, e a imigração se ocupou dessa função também. Com a chegada dos imigrantes italianos na região, começou-se uma intensa mudança no ambiente, que antes estava desocupado, e agora abrigava uma bagagem cultural clássica, juntamente com a dos indíos, que por essa região também estavam. A arquitetura trazida pelos imigrantes dividiu-se em varias etapas, sendo uma primeiro mais rustica, com o uso de pouquissimos materiais, a segunda com uma melhora, porem sem vidros e somente um pavimento, na terceira, o uso do ferro e do vidro que já estava difundido, assim como com a preocupação com ornamentos, e já na quarta fase es-

arquiteturas, aonde a partir de 1960, mesclou-se com as construções modernas.

Em São João da Urtiga, com sua ocupação tardia, é possivel encontrar exemplares de segunda, terceira e quarta geração, como mostrada na figura da próxima página. Em suas características, a simetria e a proporção são encontradas nas residências, entre os eixos das esquadrias e ao variação de seus tamanho, devido a cultura classica, mas também pela facilidade da construção. Outra característica encontrada é a da volumetria, aonde os volumes que envolvem a edificação, possuem materialidades diferentes. Na base, a pedra, devido a facilidade para construir o apoio da residência em terrenos ingremes, e também pois conseguia manter, no local, temperatura estável, o que ajudava a conservação dos vinhos e embutidos. Na parte do corpo, o uso da madeira, pois havia em abundância devido a grande área de araucárias, e também por ser um material leve, fazendo-se a construçãodas áreas dos dormitórios e a da cozinha, pois a madeira consegue manter o calor em épocas frias, e a manutenção se era fácil. 37


Fig.26 - Arquitetura de Terceira Geração. Fonte própria

38


As figuras ao lado mostram o estudo das características construtívas clássicas, como a simetria e a proporção, encontradas na arquitetura italiana.

Fig.27 - Simetria. Fonte própria

A materialidade diferenciava os volumes, dando-lhes funções e características diferentes, criando harmonia entre o todo construido e seu entorno.

Fig.28 - Volumetria. Fonte própria

39


A LEGISLAÇÃO

I - quanto à fossa séptica: a) deverá ser dimensionada de acordo

CAPÍTULO II com a NBR 7229 ou outra norma que vier DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO a sucedê-la;

A

rt. 12- Quando a população do Município atingir 5.500,00 (cinco mil e quinhentos) habitantes, a área urbana da sede do Município de São João da Urtiga será dividida, via lei específica, em zonas distintas de utilização. Parágrafo Único - Até que não seja editada a norma de que trata o caput deste artigo: I – não será imposta nenhuma espécie de restrição à construção, no perímetro urbano, de: 22) pequenas industrias não incomodas e não perigosas.

CAPÍTULO III DAS EDIFICAÇÕES § 5º - Nas edificações situadas em vias não servidas por esgoto cloacal, deverão ser instalados fossas sépticas e sumidouros obedecendo às seguintes especificações:

40

b) deverá ser localizada em local próximo à via pública, com tampa visível e sem nenhuma obstrução que possa dificultar a sua limpeza; II – quanto ao sumidouro: a) deverá ter volume mínimo de 6m3 (seis metros cúbicos) e estar distante 1,50m (um metro e meio) de todas as divisas; b) deverá ser dimensionado de acordo com a NBR 7229 e com capacidade nunca inferior a 1,50 (um metro e meio cúbico); c) deverá estar distante, no mínimo, a 20 (vinte) metros do posto de abastecimento de água potável.

NORMAS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO Conforme a NBR 9077/2001, as edificações do projeto são classificadas por:


QUANTO A OCUPAÇÃO:

Z - Mais de uma saída : 40,00m

i-1: Industrial d-1 : Escritório administrativo c-1 : Comercio em geral

QUANTO AO NUMERO DE SAÍDAS:

QUANTO A ALTURA:

d-1: 01 saída

L - Edificações baixas h<6,00m

i-1: 02 saídas

M - Edificações de média altura 6,00m>h>12,00m

Alem disso, a norma especifica que as edificações devem possuir iluminação de emergência, sinalização de emergência e extintores.

QUANTO A SUA DIMENSÃO EM PLANTA: Quanto a área do maior pavimento: P - De grande pavimento - >750m² Quanto a área de subsolos: R - Com pequeno subsolo - < 500m² Quanto a área total: U - Edificações médias: 750m<S<1500m² QUANTO A CARACTERÍSTICA CONSTRUTIVA: Y - Edificações com mediana resistência ao fogo Z - Edificações em que a propagação do fogo é dificil QUANTO AS DISTÂNCIAS MÁXIMAS A SEREM PERCORRIDAS: Y - Saída unica : 20,00m

c-1: 01 saída

NORMA DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL A NBR 9050, possui parâmetros que visam garantir acesso universal a todos. O projeto a ser desenvolvido atenderá as especifícações previstas em norma.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - NORMAS PARA ESTABELECIMENTOS DE BEBIDAS E VINAGRE Adega Regional de Vinhos Finos é o estabelecimento destinado a produção de vinhos elaborados exclusivamente com uvas viníferas, sendo vedada a aquisição de vinhos de terceiros. A Adega Regional de Vinhos Finos, produzirá Tipos próprios regionais e usará a 41


marca do estabelecimento e, terá produção controlada pelo Ministério da Agricultura. A Adega Regional de Vinhos Finos, somente poderá vinificar, entregando seus produtos ao consumidor devidamente engarrafados e autenticados com produção controlada nos termos do item anterior. Os vinhos que não alcançarem os padrões de qualidades somente poderão ser vendidos a outros estabelecimentos produtores. A Adega Regional de Vinhos Finos, deve ter as paredes construídas de alvenaria, cantariz ou outro material similar e deve ter capacidade mínima de armazenamento de 50.000 (cinqüenta mil) litros. A Adega Regional de Vinhos Finos, somente poderá estar localizada nas zonas de produção vitícola. Compartimentos: Seção de Recebimento – O (s) compartimento (s) destinado (s) à recepção e esmagamento de uva e os respectivos tanques devem ser construídos de alvenaria, aço inoxidável ou outro material apropriado de fácil limpeza; quando de alvenaria, os tanques e as paredes 42

devem ser revestidas de azulejos ou outro material apropriado, sendo que os tanques totalmente e, as paredes até à altura mínima de 2m (dois metros) e daí para cima pintadas com tinta lavável de fácil limpeza. Seção de Fermentação – Compartimento próprio para a fermentação e para envelhecimento sendo que neste último caso, de preferência subterrâneo ou semisubterrâneo. Seção de Engarrafamento – A Seção de engarrafamento das Cantinas Centrais, quando houver, deve ter área mínima de 25m2 (vinte e cinco metros quadrados) e pé direito mínimo de 4m (quatro metros); paredes com revestimento de azulejos ou outro material impermeável até á altura mínima de 2,0m (dois metros) e daí para cima, pintadas com tinta `a óleo ou outra apropriada que resista à limpeza. Seção de Lavagem – A seção de lavagem das Cantinas Centrais, quando houver, deve ter área mínima de 25m2 (vinte e cinco metros quadrados); e pé direito mínimo de 4m (quatro metros) paredes com revestimento de azulejos ou outro material impermeável até à altura mínima de 2,0m (dois metros) e daí para cima, pintadas com tinta à óleo ou outra apropriada que resista à fácil limpeza.


Equipamentos: - equipamento enológico condizente com as operações que executar; -

balança

para

pesagem

de

uva;

- esmagadeira ou esmagadeira-desengaçadeira; - filtros, bombas e mangueiras de borracha ou plástico ou ainda outro material apropriado de fácil limpeza; - equipamento de lavar garrafas a quente quando reusadas ou equipamento especial de limpeza a ar comprimido para garrafas limpas quando de primeiro uso; - equipamento mecânico para fechamento.

43


O LOCAL

O

CARACTERÍSTICAS

local escolhido baseia-se em uma área do município, que se encontra na zona periférica ao centro da cidade.

INFRAESTRUTURA No local , há rede de água potável, porem não há rede de esgoto, que deverá ser previsto com fossa séptica e sumidouro. Também há acesso a rede de energia elétrica, mas para a iluminação pública, há somente um poste da serviço de energia elétrica com iluminação na parte lateral do terreno, e o qual deverá ser prevista para maior conforto.

HIERARQUIA VIÁRIA

ma-se Rua Quarenta e cinco. Mantém um fluxo baixo, e é utilizada principalmente pelos moradores do entorno.

USO DO SOLO Por ser um terreno mais periférico ao centro, o uso do solo ao entorno do terreno indica uma quase totalidade de terrenos sem edificações. No caso dos edificados, o uso residêncial é maioria, havendo uma concentração de residências bem espaçadas. Há pouco comercio ou residências com uso misto.

BACÍA HIDROGRÁFICA O terreno encontra-se exatamente sobre a divisão de duas bacias hidrográficas, ao qual formam uma bela visual, em frente ao terreno, observável pela VISTA 6, das Imagens do Entorno.

Há duas vias que complementam o terreno. A coletora, que passa em frente ao terreno, chamada Rua José Perin, corta a cidade horizontalmente, ao qual contem um mantem um bom fluxo de veículos. Até chegar a parte lateral do terreno, está via possui 10 metros de gabarito, porem ao passar em frente ao terreno, ela passa a ter 8 metros de gabarito. A via lateral ao terreno, é uma via local, com gabarito de 6 metros e cha44

Fig.29 - Bacias Hidrográficas. Fonte Própria e Software Global Mapper


Fig.30 - Planta de localização sobre São Jõao da Urtiga, aonde é indicando a distância até a prefeitura, área com maior aglomeração residencial e populacional. Fonte Propria 45


Fig.31 - Hierarquia Viรกria. Fonte Prรณpria e Software Google Earth

Fig.32 - Uso do Solos. Fonte Prรณpria e Software Google Earth 46


16 0

Área: 10187,16 m² Perímetro: 460,50 m

90

RUA 45

RU A

JO SÉ

PE RI N

150°

20

145°

748 m

30

N

40°

751 m

RUA 45

752 m

70 °

150

° 90

10

RUA JOSÉ PERIN

esc. gráfica

10

100 50

Fig.33 - Terreno e Topografia. Fonte Própria e Software Google Earth

47


Fig.34 - Perspectiva sobre o terreno e seu entorno. Fonte Prรณpria 48


Croqui sobre a direção dos ventos predominantes, que vem do quadrante norte, e sobre a insolação presentes no terreno. Para uma vinícola, a posição leste-oeste é fundamental

Fig.35 - Ventos e Sol Fonte própria

Fig.36 - Topografia Fonte própria

Croqui sobre a topografia presente no terreno, aonde possui quatro metros de desnível, começando pela menor altitude de 752 metros até a menor altitude de 748 metros 49


IMAGENS DO ENTORNO 8 7

6 3

4

2

1

5

Fig.37 - Localização das imagens. Fonte própria e Software Google Earth

VISTA 01 50

VISTA 02


VISTA 03

VISTA 04

VISTA 05

VISTA 06

VISTA 07

VISTA 08

51


PROGRAMA DE NECESSIDADES

N

essa etapa será descrito com as áreas do projeto com enfase técnica.

DA VINIFICAÇÃO Recepção da uva: Procedimento inicial, começando pelo recebimento da uva, vinha dos parreirais e que são primeiramente pesadas numa balança, localizada na entrada do recebimento, e que são em seguida passadas por uma desengaçadeira (processo para retirar os grãos dos cachos), e são então pesadas novamente e identificadas por um colaborador que enumera o lote, número, espécie, e a safra das uvas. Depois, são levadas para pipas vedadas com controle de temperada até que se inicie o processo de fermentação. Fermentação: Nessa segunda etapa, as uvas vem das pipas de armazenamento e em tanques de fermentação começa-se o a transformação do suco da uva em álcool, e a casca e a semente, por serem mais leves, sobem para a superfície da pipa e depois, são retiradas, virando adubo. O suco retirado dos tanques passam para outro tanque, que continuam com o processo de fermentação, porem agora sem as cascas e sem sementes, somente com o suco extraído. 52

Armazenamento: O vinho, após fermentado no segundo tanque, é levado para os barris de carvalho vedados, de onde são retiradas amotras periódicas dos mesmos para análise e identificação do seu sabor, que classificam seu envelhecimento, e definem o momento da retirada do vinho dos barris. Engarrafamento: Após a finalização da fase de maturação nos barris de carvalho, o vinho é engarrafado e então é armazenado em adegas climatizadas, ao abrigo de iluminação natural e artificial, ruídos e vibrações, para poder “descançar”, e garantir seu sabor. Ao final, as garrafas, recebem uma lavagem e então seus rótulos, para serem então encaixotadas e encaminhadas ao seu local de venda. Apoio: Espaço destinado ao colaborador da vinícola, que trabalha nas etapas de produção, e consta de sala de convívio, refeitório, vestiário e sanitários. A vinificação também contará com um laboratório para análise dos vinhos e um depósito para armazenamento e manutenção de máquinas.


DA ADMINISTRAÇÃO ambiente separado de estar, com copa Essa área é destinada ao controle e fiscalização da produção, com conexão direta à compra de insumos e vendas. Recepeção: Contempla o acesso principal da vinícola, área de estar, demonstração dos produtos e lavabos. Administração: Área de apoio, com copa e lavabo, sala de reunião e escritório. Haverá também uma guarita para controle da vinificação.

DA VISITAÇÃO Espaço que serve para que os clientes possam vivenciar o trabalho com a uva, e também poder ver as etapas de produção, através do experimento de forma prática do processo, também degustando o vinho produzido na vinícola.

e sala de cursos, sala de eventos e lavabos.

QUADRO DE ÁREAS O quadro de áreas a seguir foi pensado para poder cumprir todas as necessidades mínimas para o projeto de uma vinícola com capacidade de armazenamento de 60.000L. O terreno do projeto possui 10.187,16 m² ÁREA DE VINIFICAÇÃO ÁREA DE VISITAÇÃO ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO

TOTAIS 1115 m² 205 m² 495 m²

TOTAL 15% alv.

1815 m² 2087,25m²

A seguir as tabelas completas.

Espaço externos: Área de lazer nas videiras, com atividades práticas de plantio, colheita, transporte, e tratamento. Enoespaço: Área destinada a degustação e venda dos produtos, em um 53


ÁREAS PARA VINIFICAÇÃO

RECEB.

Espaço

Usuário

Plataforma de Recebimento Colaborador

Área

Prensa/Pesagem/Lavagem das caixas

De 1 a 5

50 m²

Tocas, acessórios

De 5 a 15 20m²

1° Fermentação

Colaborador Prensa/Tanques de fermentação climatizados De 3 a 7 150 m²

2° Fermentação

Colaborador Estabilização/Filtração/Tanques de Armag.

De 3 a 7 150 m²

Barris de Carvalho

Colaborador

Barris de Carvalho

De 1 a 5

50 m²

Adega

Colaborador

Área para envelhecimento

De 1 a 5

50 m²

Engarrafamento Lavagem de garrafa Rolutagem Estocagem

Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador

Máquina de engarrafamento Máquina para lavagem de garrafa 750ml Máquina para rotulagem Prateleira para estoque

Plataforma de Expedição Colaborador Área coberta para carregamento de caixas

Sala de Convívio Refeitorio Vestiários Sanitários Almoxarifado

APOIO

EXPED.

ENGARR.

FERM.

Todos

População

ARM.

Pré-acesso para visitantes

Equipamento

Laboratório Enólogo

Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador Enólogo/ Análise

Sofas, descanço Mesas,cadeiras,cuba,fogão Armário chaveado, bancos Bacia sanitário, cuba,mictório Depósito garrafas, caixas Mesa, cadeira, pc, equip. lab.,impressora.

De 3 a 7 80 m² De 1 a 5 80 m² De 1 a 5 80 m² De 1 a 5 100 m²

De 1 a 5

15 20 m² 15 20 m² 15 15 m² 15 15 m² De 1 a 5 100 m² 1

Armazenamento máquina Colaborador Maquina não utilizadas na produção do vinho De 1 a 5 54

50 m²

TOTAL

35 m² 50 m² 1.115 m²


ESPAÇO INTERNO

EXTERNO

Espaço Plantação

Usuário Todos

ÁREAS DE VISITAÇÃO Equipamento Parreirais de demonstração

População -

Área -

Degustação Todos Balcão, taças, vinhos,áreas de exposição De 3 a 7 Venda Colaborador/Vist. Expositor, poltrona, estande de vinho De 3 a 7 Estar Todos Poltrona, cadeira, banco e vegetação Sala de curso Colaborador/Vist. Cadeira, computador,projetor,sistema audio/tv Sala de eventos Todos Cadeiras, projetor, sistema de audio Lavabos Todos Bacia sanitária,cubas,misturadores De 1 a 5 TOTAL

205 m²

Acesso principal

Todos

Painel inf.,Balcão de atendimento

ADMINISTRAÇÃO

População Área

Área de apoio Copa Lavabo Sala de reunião Escritório Deposito Guarita

Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador Colaborador

Mesa, cadeira e poltronas Balcão,cuba,geladeira,microondas Cuba,misturador,bacia sanitária Mesa,cadeira,computador e projetor Mesa,cadeira,computador,impressora Armário e prateleiras Mesa, Cadeira, Lavabo

De 3 a 7 De 3 a 7 De 1 a 10 De 2 a 4 De 1 a 2 1

20 m² 10 m² 5 m² 15 m² 30 m² 20 m² 5 m²

ESTACIONAMENTO

Espaço

ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO Usuário Equipamento

30 m² 25 m² 30m² 40 m² 60 m² 20 m²

De 2 a 50 20m²

Estacionamento para vis.

Todos

Placa sinalização, demarcação de vagas

-

150 m²

Estacionamento para col.

Colaborador

Placa sinalização, demarcação de vagas

-

100 m²

Estacionamento veí. Grandes Fornecedores

Placa sinalização, demarcação de vagas

-

80 m²

TOTAL

455 m² 55


FLUXOGRAMA

F

luxograma mostrando a organização prévia dos ambientes.

Com acesso principal para administração e área de visitação, e acesso secundário para a área de vinificação, com acesso para os caminhões e funcionários.

Fig.38 - Fluxograma. Fonte Própria

56


ANÁLISE DE REFERÊNCIAS ADEGA LAW

Arquitetos: BAR Architects Localização: Paso Robles, CA 93446, EUA Ano do projeto: 2014

Fig.39.40.41 - Adega LAW.

57


BODEGA PROTOS Arquitetos: Richard Rogers, Alonso y Balaguer Localização: Peñafiel, Valladolid, Espanha Ano do projeto: 2008

Fig.42.43 - BODEGA PROTOS.

58


FARNSWORTH HOUSE Arquitetos: Mies van der Rohe Localização: Plano, Illinois, Estados Unidos da América Ano do projeto: 1951

Fig.44.45.46 - Farnsworth House.

59


O PROJETO Evolução do projeto: Processo de criação baseado nos estudos realizados anteriormente.

Fig.47.48.49 Evolução

60


Fig.50 - Volumetria obtida, baseada nos estudos anteriores. Foi mantida o paralelismo, eixo leste-oeste, necessário para que uma vinicola tenha boa ventilação e iluminação. Paralelismo baseado na Bodega Protos 61


Fig.51- Perspectiva sobre o estudo

62


Estudo de volumetria: Estudo de conceitos, como modulação, geometria, subtração, simetria, proporção e estrutura. Fig.52 - Localização no terreno Fig.53 - Estrutura e modulação. módulo menor é a metade do módulo maior.

63


Fig.54 - Simetria e Balanço

Fig.55 - Subtração e Geometria 64


7,5m

Fig.56 - CORTE ESQUEMÁTICO DO PAVILHÃO DE ADM. E DEGUSTAÇÃO.

7,5m

Fig.57 - CORTE ESQUEMÁTICO DO PAVILHÃO DE VINIFICAÇÃO. Subsolos p/ barris, adega e estocagem

7,5m

Fig.58 - PLANTA ESQUEMÁTICA DA ORGANIZAÇÃO PROPOSTA Esc. gráfica indicada de 7,5m

65


Fig.59 - Estudo em maquete física

Fig.60 - Estudo em maquete física 66

Fig.61 - Estudo em maquete física


Fig.62 - Estudo em maquete fĂ­sica

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REFERĂŠNCIA DE FIGURAS Fig.1-fonte: http://blog.oxfordporcelanas.com.br/vinho-onze-uvas/ Fig.2-http://www.winedmeup.co.uk/history-of-hungarian-wine Fig.3-https://pt.wikipedia.org/wiki/Cabernet_Sauvignon Fig.4-https://pt.wikipedia.org/wiki/Pinot_gris Fig.5-http://www.vinhosprimofior.com.br/secao.php?pagina=2 Fig.6-http://www.vinhosprimofior.com.br/secao.php?pagina=2 Fig.7-https://eiquinha.files.wordpress.com/2013/06/110877872.jpg Fig.8-http://coralx.ufsm.br/ifcrs/fisiografia.htm Fig.9-http://www.sobrevinho.net/images/categorias/paises/brasil/mapa-vinhos-rs.jpg Fig.10-https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_da_Urtiga Fig.11-https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_da_Urtiga Fig.12-https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Jo%C3%A3o_da_Urtiga Fig.13-https://www.facebook.com/conhecendors Fig.14-http://www.panoramio.com/photo/15772694 Fig.15-http://comerbebereviajar.blogspot.com.br/2014/04/carnaval-2014-vinhos-delucca.html Fig.16-http://correio.rac.com.br/_conteudo/2016/01/turismo/406985-sao-roque-promove-pisa-da-uva.html Fig.17-http://www.rotaserragaucha.com.br/comercios/vinicolas-da-regiao/casa-valduga Fig.18-http://asboascoisasdavida.com.br/tag/vinicola-aurora/ Fig.19-http://revistasaboresdosul.com.br/wp-content/uploads/2015/12/vale-dos-vinhedos-esta-pronto-pa-

ra-a-vindima-2016-2.jpg Fig.20-http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/fermentacao.htm Fig.21-https://petitchateauimportadora.wordpress.com/vinificacoes-vinho-rose/ Fig.22-http://www.findout.com.br/babybeef/?p=32 Fig.23-http://pioneiro.rbsdirect.com.br/imagesrc/13823375.jpg?w=620 Fig.39-http://www.archdaily.com.br/br/771541/adega-law-bar-architects Fig.40-http://www.archdaily.com.br/br/771541/adega-law-bar-architects Fig.41-http://www.archdaily.com.br/br/771541/adega-law-bar-architects Fig.42-http://www.archdaily.com.br/br/623433/bodegas-protos-richard-rogers-mais-alonso-y-balaguer Fig.43-http://www.archdaily.com.br/br/623433/bodegas-protos-richard-rogers-mais-alonso-y-balaguer Fig.44-http://www.archdaily.com.br/br/01-40344/classicos-da-arquitetura-casa-farnsworth-mies-van-der-rohe Fig.45-http://www.archdaily.com.br/br/01-40344/classicos-da-arquitetura-casa-farnsworth-mies-van-der-rohe Fig.46-http://www.archdaily.com.br/br/01-40344/classicos-da-arquitetura-casa-farnsworth-mies-van-der-rohe

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFIA Sites: Entrevista de Jesús Pascual ao IG: http://luxo.ig.com.br/bebidasebaforadas/2014-05-14/e-essencial-que-as-vinicolas-hoje-atraiam-visitantes-diz-arquiteto-espanhol.html http://www.sobrevinho.net/paises/brasil/regioes/vinhos-produzidos-rs https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_vinho#Brasil http://degustandovinho.blogspot.com.br/2011/06/uvas-viniferas-e-nao-viniferas.html http://www.vinhosantoniodias.com.br/vinicola http://coralx.ufsm.br/ifcrs/fisiografia.htm http://www.winesofbrasil.com/pt/wineries http://www.saojoaodaurtigars.com.br/sobre-o-municipio

Normas: Lei de Diretrizes Urbanas de São João da Urtiga - Nº 1087/2006, de 05 de setembro de 2006. NBR 9077/2001 - Saídas de emergência em edifícios NBR - 9050 - Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentso urbanos Portaria n° 879, de 1975 - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Trabalhos Acadêmicos: Seminário - Centro de Extensão Rural - Jeremias Formolo - UFPel. Trabalho de conclusão de curso - Vinícola Veranópolis - Michele Rocha Reolão - UFRGS

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