Janelas abertas

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J a n e l a s a b e r t a s xª Edição - 2011 - Above Publicações Vila Velha - ES


Revisão xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Capa xxxxxxxxxxxxxxxxx Diagramação Fabricio Trindade Ferreira Impresso na Gráfica Viena Copyright © 2011 — Above Publicações xª edição ISBN — xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx Todos os direitos reservados pela autor. É proibida a reprodução parcial ou total sem a permissão escrita do autor. www.aboveonline.com.br

exPedIeNTe

Editor Responsável Uziel de Jesus

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Janelas abertas .....................................................................9 Quem permanece na sua vida?...........................................11 Qual é o seu reflexo no espelho.........................................14 Contra a ideia da força, a força das ideias ........................18 O que nos faz feliz: o futuro nem sempre Não espere para dar o seu melhor .....................................25 Das telas do cinema para a vida real..................................27 Mais Platão, menos Prozac: a filosofia aplicada ao cotidiano.. 30 Transforme o que era para ser ruim em uma nova oportunidade ......................................................... 34 Entendendo os porquês da Luana Piovani ........................38 Não viva a sua vida cheia de ressentimentos.....................42 Vampiros sociais ...............................................................45 Sou maior que meu corpo .................................................48 A evolução da razão ..........................................................50 Transpondo o imaginário...................................................53 A expressão corporal .........................................................56 Quando menos é mais .......................................................59 O julgamento......................................................................62 Pontos zero de nossa vida .................................................65

SUMÁRIO

é o que imaginamos...............................................................22

As novas teorias do relacionamento..................................68 Desmedida: a falta de limites.............................................72 Formas particulares de fuga ..............................................75 Reconheça o fracasso e passe por cima dele......................79 O lado escuro de ser conciso na comunicação...................81

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Como você sabe quando encontrou a pessoa certa para um relacionamento?...................................................84 A hora de saber deixar as coisas para trás .........................87 Somos sete bilhões agora: estamos preparados para enfrentar o futuro? .............................................................90 O signo de Áries: impulsividade, exagero e paixão (Braz Campos Durso)........................................................95 Por que existe saudade?.....................................................99 Mulher: esse ser fantástico...............................................101 Insensata esperança .........................................................103 Não me leve ....................................................................104 Perdoar.............................................................................105 Meu coração te espreita...................................................106 Convivência ....................................................................107 Palavras são só palavras...................................................109 Doce Realidade ............................................................... 111 Quantas vezes...................................................................112 O seu sorriso encanta ......................................................113 Um sonho ainda presente ................................................114 Filme mudo......................................................................115 Valeu a pena? (Renata Lima)...........................................116 A fórmula do sucesso (Lisa Curvelo)...............................120 Brinde À Vida..................................................................123 Portas fechadas.................................................................124 Hei, liberdade...................................................................127


PREFÁCIO

Escrever... Registrar em palavras algo, alguém, um sentimento,um pensamento, uma estória. Nada pode ser mais simples e complicado ao mesmo tempo. Crônicas são assim,tem isso tudo,são um reflexo da vida sob o ponto de vista de alguém e quanto mais expostas,quanto mais sentidas,vividas,melhores. Um cronista é um observador implacável. Mas para isso não se pode ter medo. Braz não tem. Em cada texto nos dá a impressão de que abre e rasga seu coração se for preciso para que entend amos,medos,amores,dores,enfim,a vida. Desde o primeiro momento que tomei contato com suas palavras percebi que Braz tem a inquietude do artista,quer ir além,precisa conhecer mais e tem a necessidade de dividir o que descobre,o que vê. Aos olhos menos atentos pode parecer que ele nos fala do cotidiano de forma simples e quase convencional mas entre as linhas que ele traça existem tantos romances,poesias e prosas quanto se pode imaginar. Fico feliz de ter sido escolhido para escrever algo sobre seu trabalho,fico feliz de saber que motivei esse artista pois Braz insiste em dizer que sou uma espécie de mestre. O que Braz não sabe é que na verdade eu é que aprendo com ele. Marco Rodrigo Aguiar da Silva Ator, músico e diretor da rede globo

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Janelas Abertas

Toda vez que me pego preso a algum receio do passado, esqueço que a vida é dinâmica. Esqueço que as pessoas são diferentes e principalmente que existem vários finais diferentes para o filme da vida. Preso nesses receios, acabo por não acreditar na diversidade humana das pessoas. Tranco-me em receios e medos criados em um tempo que passou e não voltará. Crio o erro de julgar todos os atos da vida, como se fossem sempre iguais. Erro ainda por achar que as pessoas também são iguais. Quando estou cercado por um muro de concreto que eu mesmo construí, acabo por afastar as pessoas que estão ao meu redor. Perco experiências e situações mágicas da vida. Isolo-me dentro da solidão dos meus próprios receios. Deixo de saborear as energias positivas que o universo está tentando me enviar, pois insisto em morar nas experiências passadas. Esqueço do fundamental: que o passado é algo que já foi e não existe mais. Sim, sei que todos nós temos um passado, isso não se pode negar. Mas não devemos viver presos a ele. Devemos tirar desse tempo passado apenas o fundamental para o nosso crescimento pessoal. Não podemos viver no passado, esse tempo não nos é viável mais. Também não posso deixar de estar vivendo o presente, o agora, por pensar em construir um futuro. As pessoas que deixam tudo para o futuro, esquecem que esse tempo sempre estará distante. Tantas pessoas passam tanto tempo na vida se dedicando a pensar no futuro que este acaba por nunca chegar de verdade. As pessoas vivem pensando e se guardando

CRÔNICAS

Janelas abertas

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Braz Campos Durso

para fazerem algo no futuro e simplesmente se esquecem de viver o presente. Estão se matando aos poucos no sentido literário da emoção. Acho um erro deixar o barco da vida navegar à mercê da maré. Afinal, se eu posso conduzir o barco para o que é o essencial no presente, por que devo esperar o barco achar seu próprio caminho no futuro? Construo o meu presente vivendo o hoje. Alimentando a cada instante a alma do meu corpo. Aprendendo a ser a cada dia uma pessoa que procura retribuir ao universo toda a energia positiva que me é enviada. Aprendo no presente que cada instante é fundamental na vida. Que cada ação é única. Que o momento é o essencial para dentro de segundos sermos nós mesmos. Que aquilo que pude viver agora ficará marcado para sempre dentro da minha história.

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Não posso viver sempre atrás do muro de concreto do passado, escondendo a minha vida e as muitas possibilidades que poderão existir apenas por ter criado e alimentado diversos receios. Isso não é precaução ou se reservar... isso é cometer o seu próprio suicídio de forma lenta e cruel, semelhante a tomar uma dose diária de veneno. Esse veneno pode matar a sua alegria, a sua essência e a sua liberdade. Prefiro sempre ter janelas abertas nesse muro que me separa de tudo que está ao meu redor. As janelas sempre abertas permitem o sol entrar e iluminar a minha vida. Através delas também posso olhar e aprender além de mim mesmo. Somente deixando as janelas abertas eu posso me permitir amar. Através destas poderá entrar a coisa que me é mais preciosa: o presente, o agora, o que posso ser e viver na plenitude.


Braz Campos Durso

mos. Elas conseguem amar no sentido mais amplo da palavra amor. Desde o início, elas se doam e se entregam de forma única ao sentimento mais puro e belo da humanidade: o amor. O coração da mulher é mais honesto do que o coração dos homens. A pureza do sentimento de uma mulher é único no mundo. Talvez a maioria de nós, homens, vai morrer sem conseguir vislumbrar toda a real beleza que repousa nesse ser chamado mulher. Sorte do homem que consegue entender tudo isso e sabe valorizar bem como se entregar a uma só mulher. Esse ser mágico que nos fascina tanto é único, assim como devemos ser para elas. Somente o homem que se dedica apenas a uma única mulher, poderá ter a chance de conhecer a sua real beleza. Poderá usufruir na íntegra sua verdadeira essência feminina. Quantidade não é sinal de qualidade. A variação não permitirá que nós, homens, consigamos a completa visualização do que em apenas uma única mulher poderemos contemplar e achar: o verdadeiro amor.

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Não há jogos de palavras Para poder acalmar Insensata esperança Que na mente tranquila Repousa em serena lembrança

Janelas Abertas

Na distância só existe o pensar Na ausência do tempo Faz-se o silêncio Fere-se em pensamentos Sem possibilidade de escapar

POESIAS

Insensata esperança

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Não me leve

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POESIAS

Braz Campos Durso

Não caminhe por caminhos Que o destino não nos levará Não permita-me te encontrar Onde não mais possa te tocar Você ainda nem descobriu Toda a força do amor Nem sabe ao menos Reconhecer qual o valor Momentos fecundos Calados em seu coração Aprisionados dentro De uma única canção Por isso não me leve Aonde não possa desejar Desafios nascidos Nas incertezas do pensar


Perdoar

Perdoar Sinônimo de chorar Pode o coração até parar Perdoar Pode a alma transformar Sua vida modificar O verdadeiro caminho retomar Perdoar Saber doar Seu próximo respeitar Em Deus acreditar

Janelas Abertas

Perdoar Ou mesmo esperar Sem medo de errar Na certeza de encontrar

POESIAS

Perdoar Saber doar Ficar sem ar Olhando o mar

Perdoar Só pode significar Amar 105


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POESIAS

Braz Campos Durso

Meu coração te espreita Não sei o que é Mas a saudade existe e é real Não sei onde vai chegar Mas me faz em você pensar Acho que estou Dentro de um sonho A realidade não pode ser Assim tão perfeita Da visão ao toque Da sua pele aveludada No meu peito Meu coração te espreita


Convivência: Na esperança de certezas Na maioria das vezes Encontramos surpresas Convivência: Acreditamos representar Os ideais de dois Contudo pode mascarar O egoísmo de apenas um Convivência: Valorizando-a tanto assim Esquecemos da verdadeira Natureza do ser humano Repleta de pensamentos e vontades Em detrimento de uma Consistente felicidade

Janelas Abertas

Convivência: Um somatório De paciência, cumplicidade Lealdade e amizade Ou significa conhecimento Segurança ou mesmo bonança?

POESIAS

Convivência

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Convivência: Até onde poderemos ir Num jogo de palavras Existe até o ato de mentir E como fica a dignidade Na busca dessa tal felicidade? Convivência: Buscamos a experiência Mas será esta uma confiável Fonte de referência Para com o passar da idade Mantermos a nossa felicidade?

Braz Campos Durso

Convivência: Fica aqui uma indagação Será ela o mais importante Para sermos realmente felizes Durante todo e qualquer instante? Acredito plenamente que não Posso até não ter a razão

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Deixam, contudo, Registrado Pensamentos Relacionamentos Sentimentos Que não se encontram mais Nas palavras que podemos ler Às vezes não conseguimos perceber Que mal cabe no papel Seu significado real

Janelas Abertas

Palavras expressam Através de textos Sentimentos Mesmo quando Não existe mais Sentimento Nas palavras Que foram expressas

POESIAS

Palavras são só palavras

Apesar dessa ambiguidade Fugindo totalmente da realidade Somente palavras existem Às vezes, contam a verdade Outras, simplesmente mentem 109


Braz Campos Durso

Libertando meus pensamentos Brincando com meus sentimentos Percorro, assim, novos caminhos Afinal, não há o que compreender Palavras são só palavras

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Doce Realidade

Oh! Doce realidade Não mascare sua identidade Expulse da vida a dor Permita fluir sempre o amor

Janelas Abertas

Aprisionam-se os pensamentos Além da fútil imaginação Vidas transformadas Realizações decodificadas

POESIAS

Oh! Doce realidade Que por hora transpõe a serenidade Muito além de qualquer verdade Cativa com pura simplicidade

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POESIAS

Braz Campos Durso

Quantas vezes Quantas vezes tive medo de amar e me entregar de verdade a quem jurava me amar Quantas vezes escutei palavras fortes no meu ouvido, respirações aceleradas coladas ao meu corpo, e mesmo assim tive medo de me entregar Quantas vezes deixei o pensamento fluir para bem longe enquanto o que deveria fazer era dizer apenas uma sentença: EU TE AMO! Quantas vezes por fraqueza preferi fugir a lutar por você Quantas vezes relutei em escrever o que escrevo por não ter maturidade para entender o que sentia Quantas vezes me deixei levar por comentários, em vez de escutar meu coração Quantas vezes relutei em aceitar que encontrei por não acreditar que era você Quantas vezes agi quando devia pensar e pensei quando deveria agir Quantas vezes joguei xadrez num tabuleiro de emoções e te pus em xeque-mate Quantas vezes fiz perguntas sabendo que não poderia entender suas respostas Quantas vezes precisarei acordar para entender que um dia você partiu, e que poderia ter te impedido dizendo apenas: EU TE AMO!


Sem nem entender o porquê Você consegue surpreender Como posso me perder Simplesmente ao te ver Não há como explicar O que você pode causar Sonho ou receio Medo ou desejo Sim, seu sorriso encanta Vai além do olhar Mostra um desejo intenso De uma mulher perspicaz Sobretudo capaz de amar

Janelas Abertas

Sua marca mais profunda Na sua face está impressa É seu sorriso encantador Que fascina e faz sonhar

POESIAS

O seu sorriso encanta

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POESIAS

Braz Campos Durso

Um sonho ainda presente O tempo pode passar E a distância pode corromper Diversas expectativas Que não puderem viver Mas na alma existe uma certeza Que a chama pode reacender Ao imaginar aquele sonho resplandecente No peito se torna presente Atravessa a porta da vida Caminhando sem medo e receio Existe ainda muita emoção De permeio no seu coração


Filme mudo

O balcão do bar É a casa das emoções O uísque desce Calando o coração Baby, você chegou Baby, você se foi Baby, eu nem sei seu nome E eu aqui ainda estou...

Janelas Abertas

Minha vida virou Um filme mudo Não existem cenas Ninguém me entende

POESIAS

Naquela noite você Apareceu Entrou tão de repente Pela porta da frente

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PARTICIPAÇÕES

Braz Campos Durso

Valeu a pena? (Renata Lima)

Percebo que a vida que levamos é grandemente marcada por 3 coisas básicas: pensamentos, emoções e ações. Básicas, porque são inerentes ao ser humano; mas não necessariamente simples. Temos nossas próprias razões para fazermos nossas escolhas, e estas estão ligadas à nossa complexidade única. Criamos uma rotina, um método de vida, as vezes baseado nas necessidades do momento, as vezes como reação a algo do passado. As vezes sentimos a necessidade da mudança, uma nova forma de encarar a vida, uma perspectiva diferente e renovada. Creio que (quase) todo ser humano um dia passa por isso; Questionamos e imaginamos infinitas possibilidades de como nossa vida poderia ser se fizessemos escolhas diferentes. Para alguns é apenas uma fase, para outros uma eterna busca. Quanto mais analiso a vida e o comportamento das pessoas, mais sinto que deveriamos analisar menos o que não podemos mudar e sim viver mais o que nos cabe explorar. Mas como nos livrar de intensas emoções e pensamentos desnecessários ao nosso desenvolvimento?


Como aceitar acontecimentos que a vida traz sem sempre questionar por que? Como aceitar que algo especial se acabou? Infelizmente só o tempo e as experiências para nos fazer aprender. Felizmente, somos livres para aprender ao nosso modo, nos limites que definimos para nós mesmos. Penso que a vida com seu mais puro denodo nos preenche com o todo necessário para se viver. Que não sejamos simplesmente o que esperam de nós. Que não sejamos sujeitos a etiquetas com vagas definições. Que a liberdade mais pura e real nos permita ser nós próprios nas infinitas possibilidades que a vida nos apresenta. Me encanta as vezes poder perceber o extraodinário em cada fase de nossas vidas. Cada um tem sua história, cada um se expressa de uma forma, cada um passa por dificuldades e conquistas em sua jornada. Seres de carne, alma e ardor se encontram, se satisfazem, se ensinam, se enaltecem, se completam.

Há uma força invisível que muitas vezes não percebemos, não entendemos. A emoção não julgada, não dilarcerada, a liberdade do ser; A expressão do que somos, a cada momento, sem culpa, sem medo, sem competição.

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Corpos que se tocam, carinhos trocados, palavras sublimes, olhares profundos, beijos ardentes, amores incondicionais.

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Simplesmente ser... Essa é a beleza da alma. Encontramos desafios, situações desconfortáveis, injustiças talvez incompreensíveis; desapontamentos, dúvidas, dor, perdas, quedas... Mas também encontramos compreensão, gentileza, algumas certezas, pessoas insubstituíveis, aprendizado, paixões inesquecíveis; realizações que nos dão força, perdas que nos permitem nos encontrar. Em cada experiência, em cada gesto, em cada palavra, mostramos quem somos. Expressamos o eu individualista, não acabado, não pronto... Um “eu” a ser lapidado, explorado, expressado de muitas outras formas; infinitas formas. A liberdade que buscamos está dentro de nós. Nossa reação a cada acontecimento depende da pessoa que queremos ser. Há tanto a se buscar; tanto a se ensinar; tanto a se aprender; tantos para se amar.

Braz Campos Durso

Em cada dia há uma oportunidade de tentarmos mais uma vez;

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De ir além dos padrões atuais, dos limites impostos. Em cada dia está a chama que precisa ser mantida acesa. As desculpas que criamos para não irmos em busca do que achamos ser importante e fascinante, são nossas principais barreiras.


Obviamente, nem todos os nossos sonhos se tornam reais; Talvez estejamos querendo algo que não é para acontecer (ainda). Mas nem por isso devemos desistir e estagnar. As coisas se transformam, o mundo se transforma, agente se transforma. Podemos adaptar, podemos criar, podemos encontrar formas de fazer aquilo que nos dá alegria na alma, por mais simples que isso seja. No dia a dia ninguém precisa estar feliz o tempo todo. Um pouco de tristeza também nos faz mais fortes, nos faz crescer como ser humano. Mas que a tristeza seja temporária e não deixemos que ela nos defina. Que ela seja uma forma de reflexão e nos faça perceber que ainda há caminhos a serem explorados, pois a vida continua; e independente de qual seja a razão de estarmos aqui, que possamos ver de tudo isso como crescimento e sigamos com esperança a jornada que cabe a cada um de nós viver. Se um dia você se pegar questionando se algo valeu a pena, lembre-se dessa frase do grande poeta Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.

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Renata A. Lima

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PARTICIPAÇÕES

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A fórmula do sucesso (Lisa Curvelo)

A literatura de autoajuda toma cada vez mais espaço nas livrarias, nos computadores, nas bolsas e cabeceiras das pessoas. Houve-se o tempo em que autoajuda era para malucos, maníacos-depressivos, gente fraca e sem amigos para conversar. Se bem que pensando bem talvez ainda seja, porque fizeram questão de colocar uns codinomes mais aceitáveis e menos taxativos como autoaperfeiçoamento, autoaprimoramento e o mais elegante que temos até agora, o desenvolvimento pessoal. No final é tudo autoajuda. O que acontece é que as pessoas estão na busca de fórmulas, métodos e sistemas para atingirem seu objetivo final, que é o da realização pessoal, como já dizia Maslow e sua pirâmide da hierarquia das necessidades humanas. A Pirâmide de Maslow. Só que essa realização pessoal não está em objetos, posses e outras pessoas como muitos equivocademente pensam. Marido, filho, Ferrari e cargos executivos não significam realização pessoal. Realização pessoal é também um outro termo elegante que inventaram, mas no fundo o que todo mundo busca é uma boa autoestima e paz de espírito. Nos casamos, temos filhos, compramos iates, vamos à academia e à igreja para no final termos amor próprio e paz de espírito. Só que apesar dessa maior busca pelo autoaprimoramento, não vemos as pessoas sendo mais


Janelas Abertas

felizes de acordo com o número de livros de autoajuda que lêem. Se repararmos bem, cada autor ou guru tem sua própria história de sucesso, depoimentos de seguidores que copiaram sua fórmula e também obtiveram sucesso, e muitos deles condenam as outras fórmulas dos outros autores, que por sua vez também possuem sua própria história de sucesso e seus seguidores com depoimentos emocionantes do quanto suas vidas mudaram para melhor. Que confusão. É igual dieta e religião. Cada um diz uma coisa e o que não faltam são evidências para apoiar suas respectivas convicções e seguidores satisfeitos. Aí chega eu e você, tentamos as duzentas dietas infalíveis, os cem métodos de enriquecer, as trezentas receitas de como aumentar nossa autoestima e seguimos passo-a-passo os cinquenta métodos de como melhorar nosso relacionamento, somente para ver que entramos numa corrida de rato. Aquela rodinha que se corre, corre mas não se sai do lugar. E os tantos depoimentos e casos impossíveis que foram solucionados? Pois é, não é de se estranhar que tanta autoajuda assim ao invés de ajudar acaba por nos fazer sentir um fracasso. Mas por que somente algumas pessoas conseguem emagrecer, ficar ricas, mudar de comportamento e atingir metas com facilidade? Elas são melhores que as outras? Talvez elas realmente tenham algo que as outras não têm, mas eu não diria que sejam neurônios ou sorte, eu diria motivação. Sim, um motivo em ação, ou uma motivação se preferir. Por que quando estamos apaixonados fazemos coisas que normalmente não faríamos? Por que nos meses de janeiro e fevereiro as academias enchem mais? Por que quando estamos envolvidos em um

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Braz Campos Durso

projeto pessoal prazeroso, dormimos e nos alimentamos pouco, sem chamar isso de sacrifício? Não há nada de místico em janeiro que faça os preguiçosos de repente sentirem vontade de malhar, mas quando se tem que botar um biquini e ir à praia, a preguiça vai logo embora e sua segunda casa vira a academia. Quantas vezes uma mulher só começa a cuidar de sua saúde e vitalidade quando nasce o primeiro neto, porque agora ela quer poder brincar com ele quando ele crescer. Essas pessoas não leram livros ou fizeram cursos, elas simplesmente foram automotivadas por um desejo ardente. Então da próxima vez que eu quiser emagrecer eu não vou mais querer saber sobre a última dieta da moda ou pílula revolucionária. Também não vou confundir mais a minha cabeça lendo fórmulas mirabolantes do sucesso da vida de outras pessoas. Agora eu vou olhar para dentro. Eu vou conhecer os desejos autênticos do meu coração e trocar o uso da força de vontade por uma motivação intrínseca. Eu sei que quando estamos vivendo a conquista de um desejo autêntico do coração, o trabalho vira prazer, a antecipação da meta já nos faz sentir prazer no aqui e agora. Para que eu quero emagrecer? Hoje eu não preciso, mas quando eu precisar, a qualidade da resposta a essa pergunta será a chave da certeza do meu sucesso.

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Brinde, baile, dance e cante. Brinde a vida Baile com alegria Dance com amor E cante, cante sua canção E mesmo que nunca a tenha escrito Cante mesmo assim Toque a sua música, ou a música de alguém Porque a música é um brinde a vida É a alegria do baile É o motivo da dança É o amor tocado e cantado dentro de nós Daniel Benvindo de Carvalho

Janelas Abertas

Acorde… E pense em alguém que você ama Ainda que esse alguém não o ame tanto assim Porque mesmo o sol insistindo a não aparecer Contemple a beleza de um céu nublado

PARTICIPAÇÕES

BRINDE À VIDA

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PARTICIPAÇÕES

Braz Campos Durso

Portas fechadas José saiu de casa muito cedo. Mulher e três filhos ainda dormiam nos dois cômodos que fez nos fundos da casa de sua sogra. Sem tempo e zelo para o café ralo e puro, caminhou apresado rumo ao ponto da única linha de coletivos que serve sua comunidade. O bruto veio atrasado, lotado e mal cuidado. Tarifado pela ida e pela volta por meio dia de serviço que José nem tem. Horas intermináveis, com fumaça e buraco, pigarros e bocejos. Parecia uma coreografia mal ensaiada com bailarinos como ele. Fim do primeiro trecho, numa Central do Brasil muito longe de ser ‘róliude’. José entre centenas, milhares talvez, de outros josés, manés e bonés. As portas fechadas por preocupação, o dia começando lá fora e a cidade descobrindo seus sons e sonhos urbanos. Camelôs e prostitutas; menores abandonados; ladrões e trabalhadores; todos em um mesmo fundo de tela. Vários josés, centenas de marias, outros tantos anônimos, disputando uma corrida sem chegada, sem podium, sem nada. José confere o recorte de jornal: “Temos vagas”. Sonha novamente, pensa na mulher, nos filhos, na cachaça e no farto almoço. Na marmita, abobrinha frita e carne de pescoço. Mais lotação, mais condução, mais confusão. De novo lotado, de novo mais caro, José sacudindo rumo ao endereço recortado, mal cortado. No ônibus, um grito, um susto, um assalto, um beijo, um pastor e duas putas. Um motorista rude, um cobrador sem alma, um ponto final longe da calçada. Desce José, com


Janelas Abertas

o papelzinho na mão e uma esperança na cabeça. Fosse ele um cineasta do cinema novo, faria um daqueles filmes que não são compreendidos. Desembola o papel e confirma o endereço. “Há Vagas”. José sorri, mas nem percebe. Tempo não tem, mas lhe deram. Porta fechada. Reabre depois, quando o chefe quiser. José vê a obra, João olha as horas, caminha na calçada pro tempo passar, mas a fome não passa. Espera na banca, lendo manchetes com outros josés, algumas marias: Palestinos e atentados, Congo e campos da morte, Grécia e desespero, dólar despenca, demissão de metalúrgicos, assassinatos de sem-terra, mandantes absolvidos, explosões de bueiros, topetes e jogadores de futebol, frutas e mulheres, impunidade, crime organizado e polícia desorganizada, seca malvada, chuvas ingratas, padres pedófilos e comunistas ungidos, políticos canalhas e descuido ou descaso, maracutaias e deputados, besteiras e mulheres peladas. Os sons da rua, uma rua do Centro, ambulância e pedintes, freadas e discussão, vitrines e ofertas, estudantes e secretárias, gravatas e apertos. José confere a porta fechada, fila de dez, 12 talvez. Mais uma vez, a porta fechada se abre pro aviso – “ficha só depois do almoço! – procurem o dotô!”, que vai ver, nem formou, mas é doutor. José ganhou tempo sem pedir, pensa na mulher, pensa nos meninos, dois na escola sem professor, um com a avó. A mulher na lida, na luta, faxinando o sustento em casas vizinhas. Lembrou da promessa: “Só volto empregado!” Perdeu meio dia, mas não a marmita. Almoça sentado, é abordado por um PM fardado, os documentos mostrados, a dúvida, o esculacho, o desrespeito, a vergonha e a porta fechada.

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José pensa no bairro, na rua, na vila. Lembra do barro, do mato, dos ratos. Imagina ambulância, hospital, doutor, vacina, saneamento, escola, condução, jornal, prefeito e polícia no seu bairro distante, feudo de traficante. Ri sozinho do dengo, do Mengo e da vida. Vasculha a memória, se lembra de um sorriso que deu na infância, doce lembrança no sal da avenida cinzenta que mantém portas fechadas. Porta aberta, José se assanha, se apressa e se apresenta pro mestre de obras que tem emprego e afilhado, José chegou tarde. Porta fechada. Mais uma na cara. José desde cedo na rua, procurando trabalho, não quer ser bandido, não quer sem mendigo, não quer ver seus filhos chorando ou no crime, quer trabalho e cidadania, quer respeito e cafuné na nuca. José chora pra dentro, soluça escondido. Seis da tarde, hora de ir embora, gente com pressa andando ligeiro, esse é o Rio de Janeiro. Na volta pra casa, o pensamento distante, a promessa quebrada, um guarda safado, um bandido estirado, dois ônibus lotados, os últimos trocados, o santo xingado, sua rua esburacada, sem poste, sem ambulância, sem segurança, um cachorro enjoado lhe morde o calçado, José chuta o bicho pro lado. Nesse instante surge a vizinha: “Não chuta o cachorro, José, violência não!” José nem responde. Não tem nem por onde. Em casa, porta fechada.


Ludmila Abreu

Janelas Abertas

Serás mesmo tu, o caminho? Fizeste-me esquecer de ter saudades é verdade... E hoje livre, sou também sozinho Libertaste-me da dor devo saber Mas o que tu não sabes É quanta saudade eu tenho desse doer Dai-me força, liberdade para ser livre Diga-me como é que se vive sob teus devaneios Se é que tu existes por favor, diga-me a que veio É liberdade... como te quis, e como não te quero mais Hoje, lhe peço: Deixa-me em paz Aliás, Mudarei teu nome ao me livrar dessa ilusão Passarei chamar-te solidão! Se liberdade é quem livra Livrai-me então, liberdade de ser livre Livrai-me de ser só e de ser só, ser teu refém Livrai-me de todo o mal, Amém!

PARTICIPAÇÕES

Hei, liberdade

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