Brigitte Bardot: Análise astrológica de uma estrela “renascida”.

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Curso de Formação Profissional em Astrologia – nível II

Fonte: Google.com

Trabalho Final Brigitte Bardot: Análise astrológica de uma estrela “renascida”. Formanda: Marlene Dâmaso Formadora: Isabel Guimarães

maio, 2021


“A minha primeira vida permitiu-me vencer nesta segunda. Se eu não tivesse sido Brigitte Bardot e me tornado conhecida em todo o mundo, nunca teria feito um décimo do que faço agora pelos animais.” B.B.

Introdução Este trabalho surge no âmbito da conclusão do nível dois do curso profissional de Astrologia, tendo sido proposta a análise do mapa de nascimento de uma personalidade com o intuito de operacionalizarmos os conteúdos e técnicas abordados ao longo das aulas. Em 2016, os astrónomos foram capazes de observar um fenómeno impensável de ser documentado em tempo real, pois a maioria dos processos que ocorrem no universo são muito lentos para serem observados dentro de uma vida humana. Contudo, conseguiram, pela primeira vez, acompanhar a evolução estrelar até ao renascimento de uma estrela. Ao longo de 30 anos, os investigadores puderam seguir um aumento dramático na temperatura da estrela SAO 244567, vendo-a depois esfriar, e finalmente renascer de novo. Considero ser essa uma das formas mais pungentes de descrever a vida de Brigitte Bardot. Com a publicação do segundo volume da sua autobiografia, Le Carré de Pluton, BB, com elevado sentido de autoconhecimento e reflexão, recorre ao ciclo de Plutão para explicar o volte-face ocorrido na sua vida aos 39 anos, momento em que Plutão se encontra conjunto ao seu Sol. Assume-se como protagonista da sua própria história, procurando fugir a uma vida glamorosa, mas que considerava fútil e superficial, para se ressignificar, lançando-se numa luta impiedosa contra a injustiça e a crueldade para com os animais, sem esquecer, no entanto, tudo o que havia vivenciado anteriormente, quer como sex symbol do cinema francês, quer na sua vida privada. Esta capacidade de se reinventar, mas integrando todas as experiências vividas até então, revela a maturidade de alguém que se globalizou, não só como ícone dos media e da indústria cinematográfica, pela sua imagem e livre espírito, que ainda perdura muito após a sua carreira ter terminado, mas também como modelo cultural, pelo seu estilo de vida, ativismo, e intervenção política e ideológica. A par de uma vida repleta de sucesso e fama, BB foi capaz de suprir o seu próprio vazio pessoal com o serviço às causas ambiental e animal. Dessa forma, não só o seu exterior sedutor a fez brilhar, como também os seus valores internos pela sua ação interventiva, ambos caraterizados pela mesma atitude irreverente, antissistema e polémica. A história da sua vida constitui, assim, um testemunho de que, apesar dos ciclos astrológicos que todos vivenciamos, há uma matriz primária e instintiva que se mantém, enquanto essência do


nosso ser e modo de agir, que nos acompanha ao longo da vida. Quanto mais aprofundamos o nosso conhecimento do crescimento de BB, mais facilmente recuamos no tempo e conseguimos observar que muito do que havia sido dito e escrito sobre ela pelos meios de comunicação se apresenta superficial e infundado. Mais do que uma jovem emancipada com uma atitude por vezes considerada libertina e contrária aos valores da sua época, BB, segundo Simone de Beauvoir, foi “the locomotive of women’s history”, isto é, a pioneira a derrubar padrões femininos tradicionais, castradores e submissos, pelo acumular das suas vivências e autoconhecimento, que partilha connosco na sua produção literária autobiográfica.


1. Breves notas biográficas A infância e a família Brigitte Anne-Marie Bardot nasce a 28 de setembro, de 1934, em França, no seio de uma família católica e muito conservadora, da alta burguesia parisiense. A mãe, Anne-Marie Mucel Bardot, tratada pelos amigos por Toty, estudara teatro e dança em Milão, e o pai, Louis Bardot, conhecido também por Pilou, era licenciado em engenharia e trabalhava com o seu pai na indústria da família. Ambos são descritos por BB como sendo rígidos e conformados com as regras sociais e dos bons costumes, ou seja, tudo o que esta filha mais velha se rebelou. Louis era dezasseis anos mais velho que a sua esposa e tinha 38 anos quando BB nasce. Brigitte retrata o pai como sendo um homem rígido e dedicado ao seu trabalho, mas também alegre, que gostava de velejar, produzir vinho e publicara alguns poemas. O pai havia sido ferido na I Guerra Mundial e um dos seus passatempos favoritos era fazer vídeos da sua filha. A mãe, aos olhos de Brigitte, era uma estranha, imprevisível e nervosa. Nas suas memórias, são recordadas com muito carinho várias das suas perceptoras, o que denota que terão sido importantes fontes de nutrição de afeto para ela. Ainda em criança, BB teve de remover o apêndice e os seus avós italianos vieram viver com ela, o que os aproximou muito mais. O seu avô torna-se a figura masculina de maior importância para BB. Em 1938, nasce a sua irmã, Marie-Jeanne.

Fonte: www.youtube.com/watch?v=aP89lk_uTl0


Durante a sua infância, BB experiencia os bombardeamentos, a escassez de comida, a insegurança e o medo. Nos vários episódios descritos da sua infância, BB surge-nos como uma criança tenaz e de limites inflexíveis. Uma das suas maiores distrações é dançar sob o olhar rígido e disciplinado da mãe. A família costuma passar as férias e alguns fins de semana na sua moradia em Louvescienne, a 25 km de Paris, onde Brigitte se delicia com os coelhos que habitam nas redondezas. Reconta, com grande mágoa, um episódio em que, face à escassez de alimentos, os pais haviam cozinhado o seu coelho de estimação, tendo originado uma reação tal que, naquela noite, ninguém foi capaz de comer.

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Aos sete anos ingressa numa escola privada, Cours Hattemer. Como só tinha aulas três dias por semana, há muito tempo livre para fazer o que mais ama: a dança clássica, primeiro com aulas particulares em casa e depois no estúdio de dança de Madame Bourget. Dado o estatuto social da família, a mãe controla as suas amizades, e a maior parte da sua infância é muito solitária e recolhida no lar, o que explica por que na fase adulta terá fomentado algumas amizades duradouras. A sua infância é calma, mas muito socialmente isolada. Para além disso, é incutida muita rigidez nas rotinas e tarefas domésticas pela mãe, que BB acredita explicar o motivo pelo qual vive sujeita a alergias na pele devido a tantas restrições e constrangimentos. Durante esta fase da vida, sofre também de ambliopia, que resulta na perda de visão do olho esquerdo.


Um pequeno incidente doméstico, que resultou na quebra de um vaso, levou a um distanciamento da sua mãe relativamente a ela, o que terá explicado por que bem cedo a sua revolta se transforma num estilo de vida, e, mais tarde, numa missão social. Sempre sentiu um medo do abandono, que somatiza em problemas de pele e, mais tarde, em tentativas de suicídio, uma das quais por volta dos 25 anos de idade. Após o falecimento do seu pai, em 1975, a mãe procura reaproximar-se dela, o que Brigitte não aceita.

A família Bardot, da esquerda para a direita: a irmã Marie-Jeanne, o pai Louis, a mãe Anne-Marie, Brigitte e o avô “Boum”. Fonte: Brigitte Bardot: A Biography. Barnett Singer.

Tem uma educação católica e frequenta a catequese, tendo feito a primeira comunhão em maio de 1943. Entre Brigitte e a sua irmã mais nova terá existido alguma rivalidade, uma vez que a sua mãe se refere a Marie-Jeanne como sendo a filha modelo, a quem a família incentiva aos estudos. Esta constante comparação entre as filhas terá contribuído para uma adolescência conturbada e cheia de inseguranças, também decorrentes da vivência da guerra e da sensação de falta de pertença na família. A sua infância, segundo os seus próprios relatos, carateriza-se pela falta de afeto e carinho por parte da mãe. Durante um curto período de tempo, e em consonância com a rotina moral conservadora dos pais, frequenta a L’Institution de la Tour, uma escola católica que privilegia os muitos rituais tradicionais e que BB abomina. Apesar de nunca ter terminado o ensino secundário, estuda música e ballet no Conservatório Superior Nacional de Paris para a Música e Dança, onde frequentou as aulas do coreógrafo russo, Boris Knyazev, durante três anos.


Fonte: www.youtube.com/watch?v=aP89lk_uTl0

A adolescência e vida artística Aos 15 anos, por influência de sua mãe, posa para a capa da revista Elle (8 de maio, 1950), dando início à sua carreira como modelo. Em 1952 aparece pela primeira vez no grande ecrã como Javotte Lemoine, em Le trou normand. Roger Vadim, com quem permanece casada de 1952 a 1958, realiza dois filmes que contam com a participação de BB, onde ela rompe com os limites da época no que diz respeito à nudez no cinema:

Et Dieu créa la femme (1956) e Les Bijoutiers du claire de lune (1957).

Neste curto espaço de tempo aparece em 17 filmes, a maioria dos quais são dramas românticos. No entanto, a sua internacionalização surge já com o filme Et Dieu créa la femme, onde assume o papel de uma adolescente imoral numa pequena cidade tradicionalista e conservadora. Em 1962, a sua aparição em Vie privée, onde desempenha o papel de uma jovem que se apaixona pelo amigo do marido, representa alguns aspetos biográficos da sua vida. No início dos anos 60 já é uma atriz muito solicitada e admirada pela sua beleza e sensualidade, mas nem sempre é capaz de lidar com a pressão e escrutínio da sua vida privada, desenvolvendo comportamentos depressivos e suicidas. Alguns dos filmes onde participa são: Une ravissante idiote (1964), Masculin, féminin (1966), Histoires extraordinaires (1968), e Les Femmes (1969).


BB no cenário das filmagens, a comer uma sopa, no México, com o elenco e o realizador Louis Malle. Fonte: www.theguardian.com. Photograph: Ralph Crane/Getty Images

Nos anos 70, participa em filmes como Les Novices (1970), Boulevard du Rhum (1971), e Les Pétroleuses (1971). Após o seu último trabalho em ‘L'histoire très bonne et très joyeuse, de Colinot Trousse-Chemise’ em 1973, anuncia o fim da sua carreira como atriz, tendo permanecido a viver em St. Tropez, com o seu atual marido, Bernard d’Ormale, até então, com cerca de 50 animais de estimação. Para além da sua carreira cinematográfica, também participa em espetáculos musicais e grava algumas canções durante os anos 60 e 70. Colabora com Serge Gainsbourg, Bob Zagury e Sacha Distel. Lança os álbuns Brigitte Bardot Sings (1960) e Special Bardot (1968). Algumas das suas canções são: "Harley Davidson", "Je Me Donne a Qui Me Plait", "Bubblegum", "Contact", "Je Reviendrais Toujours Vers Toi", "L'Appareil a Sous", "La Madrague", "Le Soleil De Ma Vie", "On Demenage", "Sidonie", "Tu Veux, Tu Veux Pas". Serve também de inspiração para muitos artistas seus contemporâneos, sendo mencionada por Bob Dylan, na sua canção "I Shall Be Free", a última do álbum "The Freewheelin' Bob Dylan" (1963), em "Message of Love", de The pretenders, em "Stardust", de Menswear , e em "We Didn't Start the Fire" (1989), de Billy Joel.


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A vida amorosa e familiar Muitos críticos têm comparado a sua vida a Marilyn Monroe. De facto, BB menciona os seus inúmeros amantes, mas reconhece, acima de tudo, a solidão, o sofrimento e a mágoa, bem como a tragédia e algumas tentativas de suicídio, pelo menos seis vezes, sendo a mais recente em 1992. A sua aparição na capa da revista Elle, aos 15 anos de idade, fez despoletar o interesse do realizador Roger Vadim, com quem casou em 1952. Apesar do seu divórcio em 1957, mantiveram, ao longo da vida, uma relação amigável e profissional, tendo colaborado em 1958, no filme film The Night Heaven Fell. A 18 de junho de 1959 casa com o ator Jacques Charrier, de quem tem um filho, Nicolas-Jacques Charrier, nascido a 11 de janeiro de 1960. Nicolas convive somente com a família paterna e manteve pouco contacto com a mãe até à sua idade adulta. Em 1997, intenta uma ação judicial contra a mãe pelas descrições que constam nas suas memórias publicadas, onde BB retrata a sua rejeição ao filho e a sua tentativa de aborto. Tem duas netas, Anna (nascida em 1985) e Thea (nascida a 1990), com quem contactou somente uma única vez, em 1992, e uma bisneta, nascida a fevereiro de 2014. BB assume que não se considera uma boa avó, uma vez que as netas vivem na Noruega, com o pai, não falam francês e não se veem. Acrescenta, quando questionada sobre este afastamento, que não acredita em laços de sangue. Após o seu divórcio, em 1962, casa com o milionário alemão Gunter Sachs, de quem se divorcia três anos depois. Em 1992, casa com Bernard d'Ormale, industrial apoiante do Partido francês de extrema-direita, Front National. De 1956 a 1958, viveu com Jean-Louis Trintignant, Bob Zagury, de 1963 a 1965, Patrick Gilles, de 1968 a 1971, Jean Blaise, de 1975 a 1979, e Allain Bougrain-Dubourg, de 1980 a 1985. Também se relacionou com Warren Beatty, Gilbert Bécaud, Sacha Distel, Nino Ferrer, Sami Frey,


Serge Gainsbourg, John Gilmore, Jimi Hendrix, Christian Kalt, Luigi Rizzi, Michael Sarne e Laurent Vergez. Numa de suas citações firma que é melhor ser infiel que fiel sem o querer ser, e acrescenta que dedicou a sua juventude e beleza aos homens, mas que, neste momento, dará a sua sabedoria e experiência, a melhor parte de si, aos animais.

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O ativismo e as polémicas Aos 39 anos, BB decide por termo à sua carreira de atriz, devido às constantes pressões advindas da obrigação de manter uma imagem pública que não a deixava ser genuína. Segundo diz, tentou ser o mais bela possível para agradar todos, apesar de se achar feia e sentir muita dificuldade em sair e mostrar-se publicamente, com receio de não satisfazer as expetativas depositadas sobre ela. Sentia-se uma estranha na casa de seus pais, e alimentava muitos complexos que depois via ecoar nos comentários de alguns críticos ao seu trabalho e à sua imagem. Afirma até que existiram momentos em que desejou morrer, porque entendia esta morte como um escape romantizado. Sentia-se sufocada e viu este afastamento do mundo do estrelato como uma salvação. Comparava esta adulação a um animal a ser caçado. Numa entrevista ao jornal, The Guardian, afirma que os humanos a magoaram profundamente e foi nos animais e natureza que reencontrou a paz. De acordo com a sua autobiografia, BB apreciava a adulação à sua imagem, mas cedo se sentiu perseguida e destruída, ansiando por uma nova vida de anonimato e simplicidade. De facto, enquanto ativista pelos direitos dos animais, estabelece em 1987 uma organização de defesa animal, a Fundação Brigitte Bardot, leiloando alguns dos seus objetos pessoais para o efeito. Na sua luta pelos animais, Brigitte coloca-se no meio do sofrimento deles, num verdadeiro sentido de compaixão e dedica a sua energia a esta


causa maior. Uma das suas maiores conquistas foi levar o Conselho da Europa a banir a importação de pelo de foca e o governo francês a proibir a importação de marfim. BB fez uso da sua imagem e notoriedade para dar voz aos animais domésticos e selvagens, e, na sua mais recente obra, Tears of Battle, BB descreve a sua ação enquanto defensora dos direitos animais, a formação da sua fundação e o contacto com líderes de todo o mundo para fazer passar legislação de proteção animal. A sua ação repercute-se um pouco por todo o mundo, desde a construção de um hospital para animais selvagens no Chile, um parque para ursos na Bulgária, para Koalas na Austrália, Elefantes na Tailândia, e cavalos na Tunísia. Apesar de estar afastada dos holofotes, nunca deixou de receber a atenção dos média, desta vez pelo seu uso da palavra de forma direta e franca, desconsiderando as consequências, sendo um exemplo disso a crítica aos seus comentários incitadores de ódio racial. Em 2004 foi acusada por comentários antimuçulmanos no seu livro Un Cri dans le silence (2003), por exprimir preocupações relativamente à islamização da França, considerando os muçulmanos como invasores capazes de forçar o seu país a tal submissão. No ecrã ela rompeu com os tabus relacionados com a imagem feminina, e fora da tela, no seu comportamento sexualmente livre. Era um modelo impossível de ser seguido pelas mulheres de então, devido aos constrangimentos incutidos pela contraceção e aborto, mas, atualmente, continua ainda envolvida em assuntos polémicos, tais como a homofobia e a miscigenação.


2. Análise do mapa natal

Fonte: Astrotheme Software: Solar Fire

2.1 Hemisférios A distribuição dos planetas em qualquer mapa natal é sempre irregular; no entanto, a combinação dos planetas pessoais e sociais num determinado hemisfério poderá oferecer informações sobre a forma como o nativo se relaciona com o seu mundo interior e exterior, consciente e inconsciente, na sua individualidade e com os que o rodeiam, numa perspetiva globalizante das várias áreas de vida, representadas pelas doze casas. No hemisfério sul ou noturno (da casa I à casa VI) temos somente três planetas: um planeta social (Saturno, casa II), um planeta transpessoal (Úrano, casa IV) e um pessoal e luminar (Lua, casa VI), o que nos faz depreender que BB poderá ter sentido, no seu inconsciente, alguma dificuldade em valorizar o seu próprio trabalho por lhe faltar


a autoestima necessária que lhe permitisse não depender de uma validação exterior do seu potencial, ou seja, do resultado das suas conexões e interações com as outras pessoas. Por outro lado, Saturno impele ao trabalho árduo para se atingirem os objetivos e se obter a segurança material necessária à vida. De facto, quer seja no mundo do cinema, ou na sua atividade ativista, BB travou árduas lutas para afirmar e ocupar o seu lugar. De facto, é a própria que afirma que é preciso ser-se duro e firme na guerra, entendida como a defesa dos seus ideais. Esta falta de autovalorização terá advindo do desajuste que sempre sentiu na sua própria família biológica, descrevendo sentir-se como uma estranha, com Úrano retrógrado na casa IV, e desvalorização dos laços de sangue. No entanto, a Lua na casa VI faz o seu estado emocional e de espírito comandar a sua capacidade de trabalhar, manter rotinas e sentir-se saudável. BB refere que sempre que iniciava as filmagens de um novo filme, surgiam infeções herpéticas na sua pele, o que nos remete para os vários episódios de problemas de pele na sua infância associados à tensão nervosa. Tanto na vida pessoal, quanto no trabalho, tem sido descrita como sendo uma pessoa muito generosa e a sua prioridade será ajudar alguém a resolver seus problemas, podendo mesmo incorrer em exageros. No hemisfério norte ou diurno (da casa VII à casa XII) temos sete planetas: quatro planetas pessoais (Marte na casa VIII, Vénus na casa IX, Sol na casa IX, e Mercúrio na casa X), dois planetas transpessoais (Plutão na casa VIII e Neptuno na casa IX), e um planeta social (Júpiter na casa X). A presença de quatro dos cinco planetas pessoais neste hemisfério remete-nos para um nativo que se entrega ao mundo e que conscientemente interage por forma a cumprir com meta sociais estabelecidas por si, canalizando a sua ação de acordo com as suas crenças, valores, vontade de aprender e comunicar com os outros. No hemisfério leste ou oriental (da casa X à casa III), temos três planetas: um planeta pessoal (Mercúrio na casa X), e dois planetas sociais (Júpiter na casa X e Saturno na casa II). Apesar da menor preponderância de planetas, há a salientar a necessidade de BB deixar uma marca no mundo pela partilha dos seus ideias de vida, e de acordo com o que valoriza, de uma forma extremamente expansiva e altruísta. No hemisfério oeste ou ocidental (da casa IV à casa IX), temos sete planetas: quatro planetas pessoais (Lua na casa VI, Marte na casa VIII, Vénus e Sol na casa IX) e três planetas transpessoais (Úrano na casa IV, Plutão na casa VIII, e Neptuno na casa IX). Reforça-se, uma vez mais, a consciência social de BB e a capacidade de se entregar às interações e relações com os outros, muitas vezes descurando da sua própria necessidade de recolhimento e autonutrição.


Assim, BB apresenta uma acentuação dos hemisférios diurno e ocidental, sendo que os luminares se encontram alinhados com a sua própria natureza diurna e noturna, sentindo-se dessa forma fortificados nas suas ações e condições. Assim se poderá explicar a necessidade de BB estar em constante contacto com as pessoas e dedicar a sua atenção e ação sobre o mundo exterior, com elevada consciência social, mas também preocupação talvez excessiva do seu próprio reflexo nos outros, fazendo depender a sua imagem deste mesmo reflexo. Numa entrevista, afirma que a sua vida é uma grande prisão, mas uma prisão agradável, e que, ainda hoje, continua prisioneira da sua imagem. O seu sonho inicial de ser bailarina e a sua profissão de atriz enquadram-se perfeitamente nesta necessidade de ser vista e reconhecida. É de registar a facilidade com que deu início à sua carreira e era amada pelas próprias câmaras. A vida do estrelato permitiu-lhe projetar a sua imagem, e, numa fase posterior, envolver-se em questões de interesse público em prol de um bem maior. Para além de assumir uma imagem pública, o seu ativismo também terá exigido alguma habilidade social e de interação, uma vez que dependerá, em larga escala, dos contactos, diálogo e capacidade de negociação na luta pelos direitos dos animais. A sua vivência encontra-se muito marcada pela prestação de serviço a causas, mas muitos a reconhecem como sendo uma pessoa generosa, cuja boa vontade terá sido aproveitada por alguns. Contudo, BB pagou um preço elevado por esta exposição, numa primeira fase da sua vida, pela falta de privacidade e excesso de atenção por parte dos média, e, numa segunda fase, pela polemização das suas crenças e intervenções públicas.

2.2 Os quadrantes e as casas angulares, sucedentes e cadentes No primeiro quadrante, casas I a III, está presente somente um planeta social: Saturno na casa II. No segundo quadrante, casas IV a VI, encontramos um planeta transpessoal (Úrano na casa IV) e um planeta pessoal (Lua na casa VI). No terceiro quadrante, temos três planetas pessoais (Marte na casa VIII, e Vénus e Sol na casa IX) e dois planetas transpessoais (Plutão na casa VIII e Neptuno na casa IX). Finalmente, o quarto quadrante inclui um planeta pessoal (Mercúrio na casa X) e um planeta social (Júpiter) na casa X. Registe-se que não se verifica a ausência de planetas em nenhum dos quadrantes, sendo que o terceiro se destaca pela sua elevada concentração planetária, e o primeiro pela quase inexistência de posicionamentos, o que condiciona muitos dos


traços de personalidade, aptidões e experiências pessoais de BB. Assim, podemos verificar que este nativo tenderá a ser um indivíduo pouco independente e que assume iniciativas em prol dos outros com quem se relaciona, ou numa perspetiva do todo coletivo. A interação, especialmente na sua infância, foi pouco fomentada e a sua ação condicionada pela opinião e expetativa gerada no seio familiar, muito em especial pelos pais, o que conduziu a falta de confiança em si próprio e a um sentido de identidade e de conhecimento de si pouco objetivos. Por outro lado, ao longo de todo o seu crescimento pessoal, e à medida que vai estabelecendo conexões, BB aprimora a sua consciência social e é através do serviço que vai ser capaz de integrar harmoniosamente a sua imagem pública, a qual outrora lhe causara tanto sofrimento e aversão, para partilhar a sua visão de um mundo mais justo para todos os seres, especialmente os mais indefesos. No entanto, a sua validação pessoal e valorização da sua ação estará sempre dependente da atenção e opinião dos outros como alimento das suas próprias emoções. Atualmente refere amar o seu público, mas não conseguir lidar ainda com a exposição pública a que ainda se encontra sujeita. Nas casas angulares, I, IV, VII e X, consideradas as mais enfáticas pela sua proximidade aos ângulos (o ascendente, o meio do céu, o fundo do céu e o descendente), que representam as bases de sustentação da nossa experiência, isto é, a nossa identidade (casa I), o nosso lar e raízes (casa IV), as nossas parcerias (casa VII) e a nossa profissão (casa X), estão Úrano na casa IV, e Mercúrio e Júpiter na casa X. Este eixo casa IV-X assume um papel fulcral na leitura deste mapa, uma vez que nos remete para a falta de identificação de BB com a sua família, tradicional e convencional, consequente afastamento e distanciamento do convívio com o seu filho, e procura na profissão e nos vários relacionamentos de uma afinidade que lhe permitisse expandir a sua identidade, mesmo que isto significasse ser diferente do padrão social tão intensamente incutido pela própria família durante a sua infância. Na casa X está presente o regente do seu ascendente, Júpiter, conjunto a Mercúrio, o que nos remete para a sua vida pública, numa primeira fase, e que mais tardiamente alimentou a sua segunda vida de intervenção social e de divulgação dos seus ideais, pelo uso da palavra escrita, através, por exemplo, das suas inúmeras publicações autobiográficas, ou falada, pelas suas polémicas intervenções de cariz ideológico. Nas casas sucedentes, II, V, VIII e XI, que se reportam ao desenvolvimento das iniciativas de acordo com os valores, a capacidade criativa e expressiva, de transformação e de partilha com os outros, encontramos Saturno na casa II e Plutão e


Marte na casa VII. A base deste eixo remete-nos para a capacidade de entrega de BB aos seus objetivos, pois almejava, acima de tudo, o reconhecimento e valorização que lhe traziam segurança e estabilidade. BB trabalhou arduamente e soube fazer uso dos seus recursos para triunfar nos seus vários empreendimentos, por exemplo, quando, desde cedo, decide consagrar a sua celebridade com a luta pelos animais. BB relata que começara a sua carreira de atriz pensando que seria curta, sem grande repercussão, mas que lhe permitiria comprar uma fazenda para ter os animais. Era uma forma fácil de ganhar algum dinheiro de forma fácil, e que mais tarde permitiu a criação da sua fundação. Muito embora sentisse dificuldade em lidar com os seus sentimentos, tristezas e medos, revelou-se sempre muito independente, responsável e zelosa, seja com pessoas, seja com animais. Plutão e Marte no extremo oposto, apontam para uma poderosa e intensa capacidade de crescimento e evolução pessoal na sua vida, bem como na vida dos que se relacionam com ela, pela imersão em si mesma e capacidade de refazer a sua vida e a sua identidade. Por outro lado, faz-nos pensar nos comportamentos autodestrutivos que se materializaram em algumas tentativas de suicídio. Nas casas cadentes, III, VI, IX, e XII, onde reconsideramos, reajustamos ou reorientamos a nossa ação, encontramos a Lua na casa VI e Neptuno, Vénus e Sol na casa IX. A colocação da Lua na casa VI produz uma natureza frágil e permeável ao ambiente; porém, a energia será canalizada para um perfecionismo na sua área de trabalho e dedicação aos mais desfavorecidos. O trabalho de aprofundamento pessoal desenvolvido na casa VIII, sob a energia de Plutão e Marte, conduzirá a reflexões na casa IX, que valorizarão a identidade e autoexpressão de BB, desenvolvendo paralelamente uma crescente compaixão, generosidade e amor pelas pessoas e pela vida, havendo um sentimento maior de integração com o todo, com a idealização de projetos e desejos de expansão de novos ideais.

2.3 Tipologia da cruz da vida Com base nos dois eixos que separam os quadrantes, eixo horizontal AC / DC (Ascendente e Descendente) e o eixo vertical IC/ MC (Fundo do Céu e Meio do Céu), verificamos que a sua tipologia é de desequilíbrio, dadas as diferentes modalidades. Com Ascendente Sagitário e Descendente Gémeos, BB é impelida a valorizar a


existência do outro e aprender a estabelecer parcerias, aceitando que os outros poderão ter ideias diferentes e que complementam a sua visão do mundo. IC Carneiro e MC Balança remetem-nos para um modelo de infância vivida na solidão, marcada pelo isolamento, mas que, numa fase posterior, tenderá a procurar o reconhecimento social com o qual deverá aprender a viver harmoniosamente. Efetivamente, BB expressa que o amor que recebe do público é que lhe dá a coragem extraordinária para continuar a sua luta e é grata por isso mesmo.

2.4 Eixo AC/ DC BB nasceu com um eixo horizontal que nos revela uma grande capacidade para desenvolver a sua aprendizagem, conhecimento e comunicação. A sua caraterística primordial reside no entusiamo em experimentar, explorar e fazer coisas de uma forma diferente, normalmente seguindo grande planos que deverão ser, no entanto, concretizados no mundo dual onde vivemos. O AC em Sagitário preza a liberdade, transmite a positividade e possui a capacidade de contornar qualquer situação imprevista, pela sua adaptabilidade e impulso à expansão. No seu extremo oposto está Gémeos, no DC, que lhe lança o desafio de concretizar no mundo real, através dos seus relacionamentos e conexões, o seu ideal, a sua verdade e o seu sonho divino, através da reflexão do seu significado no mundo, e de como poderá concretizar o seu ideal no mundo real, com grande capacidade de empreender e ressignificar. Ambos os regentes, do DC e AC, Mercúrio e Júpiter, posicionam-se na casa X, projetando esta energia para o exterior, que se traduzirá numa incrível influência na sociedade e nos processos sociais, suportados por um status advindo da sua carreira e/ ou vocação. O equilíbrio entre ambas as energias irá permitir desenvolver a personalidade, sendo de salientar a Lua conjunta ao descendente. A Lua conjunta ao DC, em Gémeos, enfatiza a necessidade emocional por troca e comunicação, e a nutrição que espera obter das suas relações.

2.5 Eixo IC/MC O eixo vertical de Carneiro e Balança, por outro lado, fala-nos do equilíbrio entre a consciência do “eu” e a partilha com o “outro”. Num desenvolvimento harmonioso, o nativo desenvolve, na sua base estrutural, uma ação e atividade alicerçadas num sentido de independência e autonomia, para depois, num MC em Balança, equilibrar o que dá e recebe, em termos de conhecimentos e comunicação. De facto, BB sempre se


afirmou como um ser independente, fiel aos seus ideais, mas que sempre sentiu grande dificuldade em conviver com as exigências do mundo exterior, primeiramente no mundo da fama e exposição pública, e depois pelo trabalho de impor novos valores mais justos à sociedade. Tal tensão poderá ter aumentado o seu sentido de não pertença a este mundo, e impelido BB a procurar conhecer quem é, o que quer e precisa para se sentir plena. O Sol conjunto ao MC remete-nos para o facto de ela projetar a sua personalidade na sua expressão artística e profissional, mas também fazer o conhecimento de si própria depender da imagem que o mundo exterior lhe transmite dela própria, o que é quase sempre distorcida. A harmonização destas duas energias estará no desenvolvimento da sua capacidade de sentir, nutrir e vincular com o coração, mas com uma Lua em Gémeos, conjunta ao DC, de alguma instabilidade emocional, terá esta tarefa dificultada. 2.6 Elementos, modalidade, polaridades e temperamento Modalidades Elementos

Cardinal

Fixo

Mutável

Total

Fogo

Terra

♆ ♀

3

5

Ar

☉ ☿ ♃

Água

Total

4

1

1 3

3

São quatro os elementos naturais da Terra, e que, em sintonia, são responsáveis pela vida no nosso planeta. Associados a diferentes signos, por sua vez agrupados de acordo com o elemento que os regem, permitem identificar padrões comportamentais e de temperamento. Estes elementos representam diferentes manifestações da vida e permitem identificar a forma como cada um dos signos se expressa. Por exemplo, os signos de fogo, Carneiro, Leão e Sagitário, têm como características comuns a intensidade, o otimismo e a energia, entre muitas outras. Os signos de Terra, Touro, Virgem e Capricórnio, partilham, por exemplo, da objetividade e do pragmatismo, sendo que os signos de água, Caranguejo, Escorpião e Peixes, são tendencialmente emotivos, intuitivos e instáveis. Para finalizar, os signos de ar, Gémeos, Balança e Aquário, distinguem-se por serem intelectuais, mentais e comunicativos. Para além disso, a análise da dinâmica dos elementos no mapa do nosso nascimento permite identificar a matriz do nosso corpo instintivo que, de forma mais, ou menos, consciente, subjaz aos nossos comportamentos. Assim, numa primeira abordagem à leitura deste mapa natal


em análise, o elemento que predominam é Ar, que representa o aspeto mental, intelectual e comunicativo de BB. A socialização e a cooperação nas relações interpessoais nortearam toda a sua vivência, quer no mundo das artes, quer na intervenção social. A dinâmica deste elemento no mapa de BB gera padrões cognitivos e comportamentais que, apesar de sofrerem alterações por virtude da influência do ambiente, permanecem cruciais para um melhor conhecimento da sua personalidade. Com o predomínio das qualidades quente e húmido, o temperamento é predominantemente sanguíneo, característico dos signos de Ar (masculinos e diurnos), traduzindo-se numa natureza agitada, adaptável e versátil, com uma expressão dinâmica, comunicativa, de cariz social e relacional. Relativamente aos elementos em carência, Fogo e Água, há alguma tendência à falta de iniciativa, e comprometimento da confiança e independência, que ficam influenciadas pela dificuldade em gerir as emoções e seguir a intuição, em prol de uma maior racionalização dos sentimentos. As modalidades permitem-nos relacionar as estações do ano com os doze signos do zodíaco, agrupando a energia dos signos de acordo com o seu papel em cada estação, nomeadamente se iniciam, medeiam ou terminam cada estação, imprimindo, desta forma, características distintas a cada quadruplicidade. Apesar de conterem elementos astrológicos diferentes, Fogo, Terra, Ar e Água, cada modalidade assume uma característica comum que nos permite melhor entender o comportamento de cada signo. Assim, os signos cardinais, Carneiro, Caranguejo, Balança, e Capricórnio, abrem os quadrantes e representam os impulsos que caraterizam o início das estações, e os nativos com predominância de planetas nesta modalidade são mais propensos à tomada de iniciativa e de poder, bem como de definição de direção. São mais enérgicos e pioneiros. Os signos fixos, Touro, Leão, Escorpião, e Aquário, fixam as estações, caraterizando-se por uma maior rigidez e procura por solidez. Valorizam a segurança e a estabilidade. Os signos mutáveis, Gémeos, Virgem, Sagitário e Peixes, por seu turno, finalizam as respetivas estações/ quadrantes e preparam a mudança para a próxima, caraterizando-se por uma maior flexibilidade e versatilidade na ação. Neste mapa os signos cardinais são os que assumem maior foco, pelo que nos permite concluir que BB poderá deixar levar-se pelos seus impulsos, mas assume uma posição pioneira nos seus diferentes empreendimentos. No que respeita a polaridade, BB detém, no seu mapa, uma predominância de energia masculina e positiva, isto é, a forma como age e interage assume uma mais extrovertida e empreendedora, de entrega ao outro.


2.7 Dignidades e debilidades Planetas

Domicílio

Exílio

Exaltação

Queda

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As dignidades planetárias astrológicas permitem-nos determinar a força de cada planeta de acordo com o seu posicionamento na mandala e afinidade que têm com cada signo. Quando os planetas se encontram nos signos de regência, ou em corregência, consideram-se em domicílio, ou seja, assumem uma posição harmónica e fortificada. Quanto mais longe estiverem dos signos de regência, mais enfraquecidos e debilitados ficam. Quando um planeta se encontra no extremo oposto à sua casa domiciliária, considera-se em exílio ou em detrimento, sentindo-se desconfortável e comprometido na sua potencialidade, pois está mais longe da sua casa natural, ou de conforto. No mapa de BB, há a salientar dois planetas pessoais em queda, nomeadamente o Sol e Vénus. Da triplicidade do Fogo, masculino e diurno, o Sol encontra-se enfraquecido, uma vez que vê subjugado o ego e os desejos primordiais do ‘eu’ às pressões exteriores, particularmente os julgamentos e as opiniões, o que nos remete para a dificuldade que BB terá sentido em expressar a sua verdadeira essência, e natureza, muito em especial numa primeira fase da vida, com o intuito de procurar agradar os outros e a imagem que construíram dela. Grande parte do seu sentimento de tristeza adveio de se sentir incapaz de fazer corresponder às expetativas do seu público, muito embora o amasse. O facto de se encontrar numa casa cadente, casa IX, acentua os problemas de autoestima, e transmite uma imagem de uma pessoa carente, apesar de agradável e socialmente resolvida. Vénus em queda também reforça a dificuldade em expressar o seu amor, pelo excesso de racionalismo e análise, provocando a desarmonia nas relações e interferência na aplicabilidade dos seus ideias e valores. Não é de admirar que BB tenha encontrado a sua segurança na sua vida social e profissional, bem como na prestação de serviço, na tentativa de aplicar as suas


crenças e leitura do mundo de uma forma concreta, objetiva e prática, com grande intervenção na organização social e poder político. Saturno em domicílio, em Aquário, reforça este sentido de dever e responsabilidade, que ultrapassa o eu individual, com uma grande capacidade de resistência e disciplina, a par de uma hábil capacidade diplomática que lhe garante atingir os seus objetivos. A sua visão do futuro e da sua luta pelos seus ideais é realista, mas com o objetivo de melhorar a sociedade. Encontrando-se na casa II, uma casa sucedente, Saturno faz uma sesquiquadratura ao Sol, o que significa que BB deverá canalizar esta energia no sentido de introduzir o controle e a autodisciplina na defesa dos seus ideias, a fim de tornar as suas expectativas mais realistas, o que impõe, de certa forma, algum limite à sua ação. A sua ação ativista depende de uma estrutura interna muito coerente e segura. 2.8 O ascendente O ascendente constitui a porta de entrada da alma no corpo físico e é o signo em ascensão na linha do horizonte no momento do nascimento. Indica um ponto de partida da leitura e avaliação do mapa, a base da individualidade deste nativo, e está relacionado com o corpo físico, a sua vitalidade, saúde e aparência. Em Sagitário, a combinação de fogo com o modo mutável gera uma ação multifacetada, afirmativa, mas direcionada para vários objetivos em simultâneo, com enorme capacidade de expansão dos seus ideais, com elevado sentido de independência. Para além de ser o pioneiro e explorador de novas experiências, imbuído de enorme idealismo, rege-se por um elevado sentido de justiça. Sob a égide deste ascendente, BB procura empreender e tomar uma orientação na vida que seja diferente, não só do seu passado familiar, mas também do que normalmente é ditado pelas normas socias. Procurar desbravar caminhos e fazer algo por si própria e que nasça da sua própria iniciativa. De salientar que os pais eram contrários à carreira de atriz, mas não de modelo. Segundo as crenças do seu sistema familiar, seguir uma carreira artística era aceitável, mas de atriz não, devido às conotações com os comportamentos levianos e socialmente desviantes, que foi exatamente o que marcou a carreira de BB. O regente do seu ascendente encontra-se em Balança, casa X, indicando-nos um conflito de vocação, sempre que este começa a comprometer a sua liberdade pela pressão dos meios de comunicação. BB lamentava-se de não poder caminhar ou nadar, e que se sentia uma felizarda quando se deparava com o sofrimento dos animais, pois percebia que não tinha nada do que se queixar. Esta falta de confiança e de segurança fê-la procurar um sentido de permanência, de enraizamento com o seu trabalho com os


animais. A carência de terra no seu mapa é equilibrada com este tema, bem como a sua opção por uma alimentação mais consciente. Com um AC em Sagitário, e o seu regente Júpiter na casa X, MC, demonstra que o seu idealismo é concretizado à escala planetária, em prol de toda a humanidade. É como se ela levasse a sua essência, a sua identidade e o que mais preza no seu íntimo ao mundo, numa ação que transcende a ela próprio. Numa primeira fase da vida, a sua vida artística revolucionou os padrões relativos às mulheres, enquanto nesta segunda fase, revoluciona a sociedade como um todo na sua relação com a natureza e animais. 2.9 Os luminares Sol em Balança, na casa IX, remete-nos para um nativo cuja expressão se divide entre uma forte individualidade, decorrente da comunicação dos seus valores, muito em especial devido à colocação do seu regente Vénus em Virgem, na casa IX, e uma forma de estar na vida dependente das aparências externas, numa casa de aprendizagens e de entrega ao mundo. Indica-nos grande preocupação com a retidão social, diplomacia e equilíbrio. O Sol, em contacto com o MC, garante a intensa manifestação do seu propósito de vida, bem como a sua projeção e visibilidade públicas. A sua afirmação pessoal faz-se através de uma filosofia de vida baseada na relação com o mundo exterior, através de algo que lhe traga brilho, luz e reconhecimento público. Com a sesquiquadratura a Saturno, na casa II, em Aquário, há uma necessidade profunda de estruturação e de responsabilidade na expansão destes ideais elevados, que de certa forma quebram com as tradições, e ambicionam mais tolerância e compreensão profunda do mundo. Com o regente de Balança, Vénus, em Virgem, também na casa IX, deparamo-nos com um aspeto tenso, que bloqueia a expressão do poder pessoal de BB, pois exige-lhe uma estrutura interna que lhe dê a segurança necessária para se lançar no mundo e nos seus empreendimentos e iniciativas. O Sol, enquanto fonte de vida, dependerá da Lua para delinear a sua forma e tornar a sua energia criativa numa realidade. A Lua em Gémeos, casa VI, conjunta ao DC, representa o nosso mundo íntimo e pessoal, mas no caso de BB está numa casa de dependência dos outros, e propensa ao serviço no trabalho e nas rotinas. Este posicionamento fala-nos de uma instabilidade emocional, bem como a necessidade de comunicar o produto de todo o seu esforço e trabalho, tal como sucedeu com a sua publicação autobiográfica, onde descreve com grande pormenor e realismo a sua árdua luta. Uma Lua em ar tem a tendência a racionalizar os aspetos emocionais, promovendo a fuga pelo intelecto. Em Gémeos, o alimento emocional vem da sua intelectualidade.


BB teve uma mãe mais preocupada com o aspeto externo e as convenções sociais, inerentes ao estatuto social da família, do que o bem-estar interno e o alimento da alma. Este ar dá movimento à água, às emoções, e impele BB a partilhar a sua aprendizagem com os outros, para não ter de sentir em profundidade. O regente Mercúrio, em Balança, na casa X, conjunto a Júpiter, também na casa X, e, por sua vez, oposto a Úrano, na casa IV, em Touro, facilita a sua irreverência para prosseguir com o seu propósito de vida, incluindo o trabalho com os animais, e necessidades emocionais, e ativa a sua capacidade diplomática, agradabilidade e intelecto nas várias áreas de expressão profissional, com grande visibilidade e empatia com o público. BB fez uso desta sua capacidade e fama para passar as mensagens dos seus ideias e filosofias. O contacto harmonioso desta Lua com o MC e Nodo Norte também reafirma esta situação. A quadratura a Neptuno aponta para uma insatisfação emocional, decorrente do ambiente emocional vivido em criança, onde se fala em frieza e distanciamento, mas que tenta no mundo das artes contrariar este sentido de outcast. Para além disso, talvez tenha a tendência a idealizar os seus parceiros, o que gera ilusão e confusão e não se consegue suprir a necessidade de alimentação emocional. Como compensação, BB procura no amor incondicional dos animais esta nutrição, uma vez que, de acordo com o seu testemunho, não enganam e são confiáveis. Encontrando-se na fase lunar disseminadora ou divulgadora, BB nasce com uma impressão lunar de maior distanciamento, o que lhe permite um mais claro entendimento sobre aquilo que tem sido capaz de alcançar ao longo da sua vida. Para além disso, preocupa-se com as necessidades dos outros, com quem coopera, por forma a aprender mais sobre si própria. Num contexto coletivo, será uma pessoa capaz de ensinar aos outros através das suas próprias experiências. Por se encontrar com a maior parte iluminada pelo Sol, enquanto menos da metade permanece escura, é propensa à partilha, com elevada capacidade de transformar a sua vida, bem como a dos outros. Integra as suas aprendizagens e partilha-as com os outros, através da sua convivência e produção literária. Esta aprendizagem e consequente disseminação envolve o eixo IVX, e reporta-nos para a mudança que BB pretendia instaurar no seu sistema, mas que acabou fazendo ao nível global, tornando-se um agente da mudança paradigmática, quer na sua exposição pública, na profissão e depois na sua intervenção social e publicação literária.


2.10 Planetas interiores/ pessoais Mercúrio em Balança, casa X, aponta para o facto de BB ter descoberto a sua vocação muito cedo na vida, quase por acaso, atingindo a notoriedade e fama de uma forma quase imediata, devido à sua naturalidade à frente das câmaras, para depois se tornar uma pessoa com grande influência social e estima pública. A receção mútua com Vénus, em Virgem, na casa IX, valoriza o seu trabalho, mas sente dificuldade em tirar prazer da vida. O serviço que presta aos outros advém de uma infância rígida e exigente com o nativo, o que a leva a mostrar o seu valor nos seus atos, de uma forma prática. Isto está presente no seu trabalho como ativista, onde, muito diferente de outros que usam a sua imagem para ajudar os animais, BB junta-se ao sofrimento deles e lida com esta luta de uma forma muito concreta e real. O aspeto harmonioso com Saturno, na casa II, imprime uma necessidade de trabalho árduo, de forma disciplinada, perseverante e com grande capacidade de foco, que, em Aquário, lhe traz uma grande consciência humana, sensibilidade aos valores do coletivo e ao seu próprio papel individual na sociedade. A oposição a Úrano, reforça a sua capacidade criativa para superar as vicissitudes da vida. É uma combinação poderosíssima para a obtenção de sucesso, pois inclui duas energias que se complementam. A quadratura de Mercúrio a Plutão, por outro lado, põe em tensão a mente consciente, analítica e dissecadora, com a mente inconsciente, catalisadora e transformadora. Este aspeto natal mostra a capacidade de BB se reinventar, aproveitando os ciclos planetários, e partilhar, através da sua comunicação, a sua experiência. Evidencia a sua capacidade em observar, e descobrir o seu oculto, sempre com um espírito critico e polémico, com muita capacidade em aprofundar os aspetos mais profundos da natureza humana e partilhá-los com o mundo. É o uso da intelectualidade para o autoconhecimento e aprofundamento do conhecimento de si, bem como o uso da palavra com poder de transformação, quase destrutiva das crenças coletivas, mas por vezes em conflito com o exterior ou os demais, nem sempre sendo bem aceite. Vénus no mapa natal de BB indica tudo o que valoriza e o que lhe dá prazer. Em Virgem, casa IX, com receção mútua a Mercúrio, casa X, valoriza as rotinas do seu trabalho, a alimentação consciente, sendo vegetariana, o corpo físico, a natureza e os animais de estimação. O sextil a Plutão, casa VIII, em Caranguejo, poderá facilitar a consciência da complexidade das suas emoções, assim como perpetuar o passado em família. Vénus estará influenciada por um planeta de caráter instintivo, passional e


violento. A segurança emocional será projetada no resultado da relação com o outro, princípio enganador, e que leva a que não consiga receber do outro o que tem em falta. BB só consegue ir ao fundo de si mesma através das suas conexões e experiências dolorosas dai resultantes. Mediante estas experiências, irá construir a sua autovalorizarão ao perceber que o seu valor não poderá depender do outro. No entanto, a intensidade emocional irá progressivamente dar lugar a relacionamentos mais conscientes e menos compulsivos. O quincôncio a Saturno Rx, casa II, em Aquário, produz dificuldade e insatisfação pela incompatibilidade de energias e necessidade de reajuste, que a obriga a uma reavaliação do seu sentido de valor pessoal até que adquira a maturidade necessária para consolidar o seu sentido de autovalor. Marte em Leão, casa VIII, elemento fogo, aponta para um forte magnetismo pessoal e energia para atingir os seus objetivos. Para além disso, com o trígono ao AC, espera ser admirado por todos pela forma como se expõe. A oposição a Saturno, em Aquário, casa II, constringe por forma a atribuir estrutura à ação na conquista dos objetivos, de acordo com a sua essência. Parte destes objetivos estão relacionados com um envolvimento profundo com os seus parceiros, com quem procura partilhar as suas emoções mais interiores. É a energia do líder de projetos visionários com execução magnânima, mas com tendência a agir por instinto, a tornar-se dominante ou inflexível às ideias ou visões dos outros. A oposição a Saturno, casa II, em Aquário, ajudá-la-á a lidar melhor esta faceta da sua personalidade e refrear o seu espírito beligerante na defesa do que acredita. 2.11 Planetas exteriores/ sociais Os planetas exteriores, apesar de influenciaram uma mesma geração com um posicionamento, são cruciais para perceber como o nativo canaliza estas energias coletivas de acordo com a sua própria individualidade, procedendo a grandes evoluções ao longo da vida. São os gatilhos para as grandes mudanças que as pressões exteriores do mundo nos impelem, como é exemplo a conjunção de Plutão ao Sol na vida de BB, aos 39 anos. Saturno limita pela estrutura e disciplina, mas obriga ao crescimento pelo amadurecimento e aceitação das obrigações e responsabilidades que a vida nos impõe. Em Aquário, na casa II, sente-se empoderado por encontrar-se no seu domicílio. Expande o seu lado mais rebelde, mas ao mesmo tempo humanístico, numa fuga a tudo o que seja a velha forma de fazer as coisas. É inovador, criativo e genial. Este posicionamento remete-nos para um senso prático, assim como uma boa resistência


para lutar em prol das causas humanitárias. O trígono a Mercúrio e Júpiter, conjuntos em Balança, casa X, conduz-nos para a área da profissão, imagem pública e conexões. No entanto, a oposição a Marte, em Leão, na casa VIII, pode retrair a sua capacidade de iniciativa e empreendimentos, e fazê-la depender das conexões que é capaz de desenvolver. Júpiter em Balança, casa X, conjunto a Mercúrio, regidos por Vénus, em Virgem, casa IX, leva-nos a entender a expansão de BB em direção ao sucesso e conhecimento através do prazer, nos relacionamentos, na imagem pública, mas também na sensualidade. A quadratura a Úrano, casa IV, em Touro, permite-nos antecipar a amplificação da tendência de Úrano a transformar, renovar os valores, ideais e filosofias, alimentando um espírito rebelde contra o estabelecido e consagrado na sociedade que integra, contra os aspetos conservadores e retrógrados na sua perspetiva mais pessoal. Ao longo da vida, BB estará sempre no meio das maiores polémicas da atualidade; a miscigenação, homofobia, entre outras. Por outro lado, com a quadratura a Plutão, casa VII, em Caranguejo, regido pela Lua, em Gémeos, conjunta ao DC, BB assume-se como um agente poderoso e intenso de crescimento e evolução, não só pessoal, como coletiva. Foi um exemplo/ modelo a seguir de emancipação das mulheres na sociedade parisiense, mas também a nível mundial. O trígono a Saturno, casa II, em Aquário, trará, ao longo da vida, uma perspetiva realista, com os pés bem assentes no chão, mas perseverante e determinada. Úrano em Touro, casa IV, um signo fixo e casa cardinal, aponta para um nativo pouco convencional, que não segue os padrões do politicamente correto, e exemplo disso é a sua condenação por incentivo ao ódio racial. A sua capacidade de mudar o status quo também está representado na quadratura a Plutão, em Caranguejo, casa VII. BB testa os seus próprios limites quando direciona a sua energia para o propósito superior de defesa animal, canalizando a sua impulsividade e energia de forma construtiva. A sesquiquadratura a Neptuno, em Virgem, casa IX, e ao AC, mantém o dilema entre estabelecer conexões e a perda da sua liberdade e independência. Neptuno em Virgem, casa IX, regido por Júpiter em balança, casa X, a fazer quadratura a Lua, no DC, e ao AC, vê o seu idealismo facilitado e expresso nas coisas práticas e tangíveis da vida, tal como a profissão e, numa fase posterior, o seu trabalho na causa animal, como forma de suprir o seu vazio interior e a sua insatisfação emocional. Em ambos, BB depende das conexões que vai desenvolvendo ao longo da vida, primeiramente no seio familiar e no início da sua aprendizagem, posteriormente


nos seus relacionamentos íntimos e profissionais, e finalmente no seu trabalho diplomático e de luta pelos animais. 2.12. Configurações de aspetos No mapa natal em análise há a salientar duas quadraturas em t, que nos permitem sinalizar as duas grandes energias tensas na vida de BB, que a impelem a agir, superar-se e ressignificar-se. São duas energias que fomentam o seu crescimento e lhe permitem encontrar a sintonia consigo própria e a sua motivação na vida. Em primeiro lugar, a quadratura em t de Úrano, em Touro, casa IV, Plutão, em Caranguejo, casa VIII, e Mercúrio conjunto a Júpiter, em Balança, casa X, leva-nos a focar, primeiramente, no planeta pessoal conjunto ao regente do ascendente de BB, que lhe traz uma capacidade de projetar os seus sonhos e ideais no seu trabalho, que se traduz num ávido apelo à mudança de paradigmas no que respeita à liberdade do indivíduo, muito em especial do estereotipo de mulher, bem como o relacionamento do Homem com a Natureza e os animais, para que se estabeleça maior harmonia entre todos. Esta foi a forma que BB encontrou para fazer diferente do que havia interiorizado no início da sua vida, com a sua família: a libertação das regras e condutas socialmente aceites, a vários níveis. A quadratura em t do AC em Sagitário, Neptuno em Virgem, casa IX, e Lua, em Gémeos, DC, revela a forma como BB se afirma como uma força transformadora que ultrapassou a esfera da sua própria vida individual para liderar os outros com as suas aprendizagens, sonhos e ideais. O seu crescimento, muito em concreto a sua luta entre a dicotomia individualidade-dependência, mostra, de uma forma muito concreta, ainda por mais quando registada nos seus relatos em primeira pessoa, o que é o crescimento humano. É uma experiência vivida e partilhada através da sua popularidade e imagem pública, o que lhe permite concretizar alguns dos seus ideais e sonhos em prol da humanidade. 2.13 Planetas retrógrados BB possui dois planetas retrógrados no seu mapa e, curiosamente, não se sentem confortáveis dada a falta de sintonia das energias. Úrano Rx, em Touro, casa IV, é um planeta que ambiciona a liberdade, mas, posicionado num signo fixo, poderá sentir-se enraizado, e, na casa IV, não consegue manter uma vida familiar normal. A família não é o fator principal da sua vida, e BB afirma que não crê nos laços de sangue.


A sua casa é o seu planeta e a sua família é o seu público, todas as pessoas que se identificam com o seu trabalho e a valorizam pelo mesmo. Por outro lado, Úrano Rx fá-la rebelar-se contra qualquer força opressora, autoritária e de hierarquia, uma vez que a sufocam e a aprisionam, e a tentar provocar as mudanças necessárias com audácia, originalidade e energia. É um ser livre. Muito em especial nesta fase da vida, é uma mulher sem maquilhagem, franca, direta e sincera, vivendo a mesma liberdade que mostrava nos seus filmes, com naturalismo. Saturno também está retrógrado, em Aquário, casa II. Sendo Saturno um planeta de estrutura e responsabilidade, num signo que preza a independência, criatividade e originalidade, numa casa que representa a concretização e fixação do que se iniciou na casa anterior, BB consegue, com o poder da experiência vivida, e após o tempo necessário, usar os seus recursos materiais e intangíveis, por exemplo o seu dom da comunicação, para atingir a sua segurança e estabilidade interior. A generosidade de BB residiu na doação de alguns dos seus objetos pessoais para serem leiloados a fim de financiar a criação da sua fundação, mas também de partilha das suas experiências de vida através da publicação da sua autobiografia. 2.14 Signos intercetados Neste mapa estão presentes dois signos intercetados. Aquário conta com a presença de um dos seus regentes, Saturno, que coincide também com o regente do signo da cúspide da casa II, e o seu corregente moderno, Úrano Rx, em Touro, casa IV. Leão, casa VIII, conta com Marte, oposto a Saturno, e tem o seu regente, Sol, a fazer quincôncio também a Saturno. O regente da cúspide da casa VIII, Lua, encontra-se conjunto ao DC, em Gémeos. De uma forma global, este eixo II-VIII não se encontra facilitado pelo meio ambiente. Sente dificuldade em encontrar a sua valorização e estruturar o seu caminho de vida. Contudo, vemos associadas duas energias com relação fluida: Ar e fogo, onde se destaca a livre expressão e criatividade de Leão com um propósito de rebeldia aquariana. De uma forma geral, a comunicação e as parcerias trarão a prosperidade material e espiritual a BB, com recurso à originalidade e a um trabalho de busca interior muito grande de ressignificação dos seus valores. No entanto, os vários contactos com Saturno imprimirão alguma prudência e preocupação com a imagem pública, o que poderá limitar o poder da sua autoexpressão, e representar falta de afirmação do “eu”. Ainda hoje, BB não se expõe publicamente porque teme as reações das pessoas que ficaram fixas a uma imagem sua de quando tinha 30 anos de idade. Tem medo de dececionar, de mostrar uma imagem que não é aquela que as


pessoas esperam dela. É um medo que a paralisa. A presença do corregente Úrano Rx, na casa IV, em Touro, é sinónimo de ter um planeta inovador e imprevisível num signo que valoriza a estabilidade e segurança, e o Sol, em Balança, casa IX, um planeta individualista num signo muito social. O equilíbrio nestas duas combinações será difícil, mas também origina um nativo dotado de soluções criativas e práticas, regido por um sentido de inovação levada aos outros. 2.15 Nodos lunares Schulman define os nodos lunares como sendo polos magnéticos da alma, um vindo do passado e outro rumando para o futuro, e que revelam, desta forma, o caminho da alma na vida atual. É de salientar que o eixo dos nodos no mapa de BB encontra-se intercetado. O Nodo Sul em Leão, casa VIII, faz trígono ao seu regente, Sol, em Balança, casa IX, e sextil à Lua, em Gémeos, casa VI. O Nodo Norte encontra-se em Aquário, casa II, a fazer trígono a Quíron e Lua, em Gémeos, casa II, e também ao Sol, em Balança, casa IX. A posição destes nodos representa a procura do equilíbrio entre a vida pessoal e a dedicação ao coletivo, pelo serviço à humanidade, muito em especial numa área mais descurada pela própria sociedade. Encontrando-se o Nodo Sul em Leão, assumirá o papel de líder, e contando com a presença de Marte, uma ação combativa e impulsiva, como de um guerreiro se tratasse. O seu regente, Sol, está em Balança, casa IX, o que lhe leva a procurar ser bem-relacionada, e vista pelos seus pares. Contudo, não procura a simpatia dos outros, mas sim a sua admiração. O Nodo Norte, em Aquário, casa II, com o seu regente Úrano Rx, em Touro, casa IV, remete esta adoração a uma causa humanística, onde BB se vê como parte de uma humanidade onde nem sempre se sente pertença, tal como não sentira na sua família, e este peso é aliviado com o seu trabalho em prol da evolução humana através da causa animal, onde substitui as suas próprias necessidades por uma nova atitude humanitária em relação à natureza e aos animais. O trígono do Nodo Norte a Quíron e Lua, em Gémeos, casa II, e também ao Sol, em Balança, casa IX, aponta para a sua cura individual pela luta, quer seja pela emancipação da mulher, ou pela defesa dos animais, enquanto contribuição para o progresso da civilização. O sextil do Nodo Sul à Lua, em Gémeos, no DC, indica a necessidade de realização pessoal pela defesa dos mais desfavorecidos e excluídos da sociedade. É a defensora dos oprimidos que vem estabelecer uma nova ordem.


2.16 Quíron Na análise do tema natal, Quíron indica um ponto de transformação da consciência individual, isto é, mostra-nos onde está a nossa capacidade de crescimento e de cura, e sobre os quais não possuímos, na maioria das vezes, consciência. A casa onde está posicionado indica a área de vida bloqueada e que nos causa dor e frustração, mas, ao mesmo tempo, permite-nos investir na nossa cura interna. Localizando-se entre Saturno e Úrano, a sua interpretação está intimamente ligada com estes dois planetas. BB nasceu com Quíron em Gémeos, casa 6, o que nos remete para o serviço prestado a terceiros, e o respeito pelo seu corpo, muito em especial por uma opção de alimentação vegetariana. Se observarmos o regente de Gémeos, vemos um Mercúrio social, numa casa de projeção e influência na sociedade, marcado pelo uso da intelectualidade superior para um melhor entendimento do mundo e comunicação das suas descobertas aos outros. Esta comunicação está facilitada também pelo trígono ao Sol e Nodo Norte, próximo a Saturno Rx, em Aquário, casa II. Por outro lado, a infância deixou mágoas que levam à falta de confiança e necessidade de aprovação exterior. A conjunção de Quíron com a Lua aponta para a relação com a mãe como geradora de um sofrimento profundo, por não ter conseguido suprir todas as necessidades emocionais. Não são raras as vezes que BB refere ao distanciamento afetivo e emocional relativamente à sua mãe, e que se replicou na sua própria relação com o filho e a família deste. A quadratura de Quíron a Neptuno, em Virgem, casa IX, traduz-se numa tendência à depressão, suscetibilidade às ilusões e ligação emocional ao coletivo, que a leva a querer curar as feridas do coletivo como forma de suprir as suas próprias dores, porque, segundo ela, o sofrimento dos animais irá ajudar a mitigar as suas próprias dores A descrição que faz do seu trabalho como ativista, um trabalho de muita labuta, derrotas e sofrimento, é como se projetasse nos animais o seu próprio sofrimento. BB diz-nos que sofre em si com as dores dos animais, afinal sempre foi uma pessoa extremamente sensível, e considera-se um animal humano. A Lua conjunta a Quíron, na casa VI, em Touro, traduz uma profunda ferida relacionada com a falta de nutrição emocional e sentido de pertença, que BB soube projetar no seu trabalho de proteção animal, o que lhe permitiu ser genuína e sentir-se plena. Há ainda a salientar que esta conjunção faz uma sesquiquadratura a Mercúrio, em Balança, casa X, reforçando o regente Vénus, e apontando para uma grande exposição pública deste trabalho pelo uso da comunicação e imagem, assim como a sua necessidade de valorização e reconhecimento pelo público. O quincôncio da


conjunção a Vesta, em Escorpião, casa XI, por seu turno, remete-nos para a forma como Brigitte Bardot é capaz de, através deste ativismo, recriar-se e ressignificar-se, atendendo sempre a um objetivo maior, nomeadamente fazer a diferença no coletivo, ao partilhar os seus ideias e viver uma experiência alternativa às disponibilizadas pelos modelos sociais. O medo do abandono e da rejeição poderá levar a que não consiga estabelecer relacionamentos com alguma intensidade emocional, e que sinta dificuldade em expressar os seus sentimentos mais profundos. No entanto, tende a canalizar esta expressão para temas bastante polémicos e a sua escrita sobre estes mesmos temas constitui um contributo para os outros em forma de conhecimento. Úrano Rx, em Touro, casa IV, regista uma mudança e rutura face às velhas formas de agir que traz do seu sistema, por outras palavras, este Úrano identifica BB com o arquétipo do excluído do sistema. 2.17 Lilith Lilith, ou Lua Negra, representa a sexualidade e os nosso desejos mais ocultos. No mapa de BB está em Leão, casa VIII, conjunta ao Nodo Sul, o que denota uma grande capacidade de sedução e controle, muito particularmente nas emoções que vai partilhar com o outro. Esta conjunção ativa a energia e permite que BB atraia, ao longo da sua vida, pessoas de vidas passadas com o intuito de procurar mudar as suas tendências e construir um novo modo de vida. O seu magnetismo pessoal poderá atrair relacionamentos onde deposita elevadas expetativas que depois geram desilusões. Relativamente ao seu segundo marido, por exemplo, BB revela, na sua autobiografia, que ela própria era uma pessoa muito difícil de se viver e que ele foi das poucas pessoas que a impressionaram na vida. É de salientar que, mesmo durante os seus vários casamentos, BB manteve relacionamentos com várias celebridades e defendia um amor livre. O sextil de Lilith ao Sol e também a Quíron, leva-a a procurar desenvolver o seu self através dos vários relacionamentos que acumulou ao longo da vida, até ao momento em que canaliza esta cura para o amor incondicional dos animais, afirmando que todos os homens são bestas e que até as bestas não têm os comportamentos destes. 2.18 Parte da fortuna A ênfase que BB coloca na sua vida é indicada pela parte da fortuna, que indica a sua área de sucesso e de concretização. Encontrando-se na casa VIII, em Leão, conjunta a Marte, indica uma enorme capacidade de recomeço e de assumir a iniciativa


como fonte da sua própria esperança e desejo. Está constantemente a redescobrir novas potencialidades, novas formas de agir, que lhe levam a acumular aprendizagens que lhe trazem uma nova consciência. Está permeável aos estímulos externos, aos valores e admiração dos outros e às ideias diferentes das suas para a satisfação consciente da sua essência. Vive na constante dicotomia do eixo II-VIII: agarrar o que lhe é útil, real e duradouro e deixar ir o que já não for preciso, através do exercício da sua compreensão. Assume uma atitude egocêntrica e, através do autodomínio, procura ser a fonte de inspiração e direção para os outros. Realiza-se com empreendimentos grandiosos e que ostentem a sua grandiosidade, mas a oposição a Aquário leva-a a procurar não apenas a ser melhor, como também a contribuir para a evolução da sociedade como um todo. Segundo Schulman, tanto Leão como Aquário são energias de doação, sendo que a energia de Aquário é uma doação impessoal para a humanidade como um todo, sem esperar nada em retorno, exceto a evolução da raça, e a generosidade de Leão, por outro lado, é dirigida mais intencionalmente para aqueles indivíduos que integram o nosso espaço de vida imediato. Na simbiose destas duas energias, BB luta pelo cumprimento do seu propósito com a força de Marte, em Leão, seguindo padrões elevados de exigência, que lhe trazem grandes realizações, mas também a satisfação de se ver reconhecida e admirada. 2.19 Asteroides Astronomicamente, são também denominados, muitas vezes, de planetas menores, pois, apesar das suas reduzidas dimensões, orbitam diretamente em torno do Sol. As suas órbitas intercetam planetas maiores do nosso sistema solar e fazem parte do estudo em determinadas técnicas astrológicas. Juno era a deusa romana, irmã e esposa de Júpiter, considerada a rainha dos céus, padroeira dos casamentos e protetora das mulheres. No mapa astrológico, a área de vida onde ele se encontra trará informações sobre a natureza dos relacionamentos. No mapa de BB encontra-se em Sagitário, casa I, e indica que, nos seus relacionamentos, procura, acima de tudo, alguém que partilhe dos seus ideais. Seguindo a linha de análise da Astrologia Sistémica, o sextil de Juno com Júpiter, em Balança, casa IX, leva-nos a concluir que procura relacionar-se com parceiros que lhe concedam algum poder económico e estatuto social. Por outro lado, Ceres representa, entre outras coisas, a nossa pertença à natureza, e liga-se naturalmente à casa VI. Encontrando-se em Caranguejo, no mapa


de BB, reforça a ideia de nutrição emocional e necessidade de receber e dar proteção através do trabalho com os animais. Vesta, por seu turno, era a deusa do coração e o símbolo do lar. Protegia os bens do lar e zelava pelas atividades familiares. No mapa astrológico, a área de vida onde se encontra mostra onde o indivíduo mais se concentra na vida e como escolhe as parcerias. No mapa em análise posiciona-se em Escorpião, casa XI, o que nos leva a concluir que Brigitte Bardot é capaz de, através deste ativismo, recriar-se e ressignificar-se, atendendo sempre a um objetivo maior, nomeadamente fazer a diferença no coletivo, ao partilhar os seus ideais e viver uma experiência alternativa às disponibilizadas pelos modelos sociais. Para finalizar, Palas, ou Palas de Atena, a deusa padroeira de Atenas, estava associada à guerra, indústria e agricultura, e compreensão e do bom senso. No mapa astrológico, a área de vida onde se encontra indica onde o indivíduo aplica a sua inteligência, habilidades artísticas e como se organiza no dia a dia. No mapa de BB, posiciona-se em Touro, casa V, demonstrando uma forte tendência para a arte e sensibilidade estética, que se refletiu numa carreira artística interrompida há cerca de 40 anos, mas cuja imagem perdura até aos dias de hoje.

Conclusão Desde pequena que BB perguntava ao pai porque vivia, qual seria o sentido de estar viva. Hoje, afirma que já encontrou a resposta, mas, segundo diz, dentro dela. Acrescenta também que foi uma resposta muito difícil de obter porque, no final, encontrou-a por si própria. O resultado desta procura interior está num sentido da vida que reside na sua luta pelos animais e a mudança que espera ver a nível global. Muito recentemente, BB escandalizou uma vez mais o mundo ao declarar a Pandemia como positiva, no controlo da sobrepopulação mundial e restauro do equilíbrio do planeta. Este é tão somente outro exemplo da sua atitude rebelde e irreverente, mas seguindo uma causa em prol do coletivo. Esta mesma causa permitiu-lhe, também, encontrar o seu amor próprio e sentir-se amada pelo que era, e não pelo que representava. No entanto, será sempre reconhecida pela forma como revolucionou a imagem da mulher e liderou a luta pela causa animal, as duas facetas de uma mulher livre, que faz e diz só o que quer, com uma personalidade de líder e sempre fascinante.


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Entrevistas: 1980: Brigitte Bardot à la Madrague | Archive INA https://www.youtube.com/watch?v=U6nK6cra2Ak&list=WL&index=51&t=179s EXCLU - Brigitte Bardot nous a exceptionnellement ouvert les portes de sa maison dans le Var https://www.youtube.com/watch?v=P8cgvIQG0Ts Interview exclusive de Brigitte Bardot pour ses 80 ans (2014) https://www.youtube.com/watch?v=cu12soQwrq0 Extraits de "Vivement Dimanche" Spécial animaux https://www.youtube.com/watch?v=-j7diMeJfgY


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