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Enquadramento Histórico da Astrologia

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Sagitário

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A Astronomia e Astrologia nasceram e desenvolveram-se juntas, complementando-se. No entanto, a Astronomia é a ciência que estuda e descreve as qualidades e as leis físicas, movimentos e ciclos dos astros; a Astrologia é uma ciência metafísica ou arte do saber que estuda a correlação da simbologia dos astros com os acontecimentos na Terra e a sua influência sobre a personalidade e vida do ser humano.

. Proto-história (entre 6.000 a.C. a 5.000 a.C):

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Desde tempos imemoriais que os povos da Antiguidade observavam a abóbada celeste e os seus efeitos nos ciclos da Terra. Como registo destas observações, existiram várias edificações megalíticas por todo o mundo antigo, sendo a mais emblemática Stonehenge, construído como um sofisticado calculador lunar e solar, registando complexos fenómenos astronómicos na pedra.

. Da Mesopotâmia ao Antigo Egipto (entre 5.000 a.C a 300 a.C):

As origens da astrologia remontam a culturas milenares, desde os Sumérios, na cidade-estado da Babilónia, na região da antiga cultura mesopotâmica, onde se desenvolveu o estudo das constelações zodiacais pela observação das estrelas fixas e se estabeleceram as primeiras efemérides. Entre 3.000 a 2.000 a.C, verificaram-se as primeiras observações sistematizadas, a partir das Torres da Babilónia, a definição dos ciclos celestes e os primeiros princípios astrológicos. Durante a Dinastia de Hamurabi, entre 1.728 a 1.689 a.C., deu-se a reforma do calendário civil e a introdução dos 12 meses babilónicos. Entre 700 e 400 a.C, com os Caldeus, surge a elaboração do primeiro conceito de Zodíaco, tal como hoje reconhecemos, onde se identificou o aparente caminho do Sol à Volta da Terra – a Eclíptica. Com os Persas, em 539 a.C. estabeleceram-se os 12 signos zodiacais e o conceito de Astrologia natal (do coletivo para o individual). Entre 600 a.C. a 300 a.C, na Grécia Antiga, Pitágoras (580-490 a.C), filósofo e matemático, desenvolveu as teorias geométricas (Teoria da Harmonia das Esferas e a Teoria dos Aspetos) e as grandes bases filosóficas que sustentam a Astrologia Moderna. Nesta época, a Astrologia torna-se um estudo estruturado e adquire um estatuto escolástico. No Antigo Egipto, em 300 a.C, surgem representações das leis do Universo que acreditavam estarem escritas no Homem e a correlação do corpo humano com os signos.

. Do Cristianismo à Idade Média (0 d. C ao séc. XVI):

Com o nascimento de Jesus Cristo, a “Estrela de Belém” foi interpretada como uma conjunção excecional de planetas pelos três Reis Magos. Nesta época, verificou-se a integração inicial do conhecimento dos astros e da sua influência como caminho que conduz à compreensão da ação do espírito divino em cada ser humano na Terra. É no séc. II d. C que nasce o grande pai da Astrologia, Cláudio Ptolomeu (100-178 d.C.), grande astrónomo e astrólogo, com a sua obra-prima astrológica, o Tetrabiblos. Este grande pesquisador reuniu os princípios fundamentais da Astrologia no Tetrabiblos e estabeleceu a Astronomia geocêntrica, pois acreditava que a Terra se encontrava no centro do sistema solar.

Na Idade Média, do século XII ao século XVI, com a difusão do Cristianismo e corrente anti-pagã, a Astrologia passou para segundo plano. Foi uma época em que instalou-se a desconfiança da Igreja Católica face à ligação antiga da Astrologia com os vários deuses. No Renascimento, nos séculos XV e XVI, a Astrologia recupera algum prestígio. Foram vários os astrólogos que se destacaram nesta época, com especial ênfase a Nicolau Copérnico que propôs o sistema heliocêntrico, o qual coloca o Sol no centro do sistema solar, estabelecendo assim a Astronomia Moderna. Nesta altura, Johannes Kepler também teve um papel fundamental com a criação das leis que regem as órbitas dos planetas em torno do Sol. As três leis de Kepler são as seguintes: 1ª lei das órbitas elípticas, 2ª lei das áreas e 3ª lei dos períodos.

. Do século XVI ao século XVIII:

Nesta época, Galileu Galilei fundamenta cientificamente a Teoria Heliocêntrica de Copérnico, que viria a constituir as bases para o desenvolvimento da astronomia. Com a revolução científica, Jean Baptiste Colbert cria a Academia das Ciências (1666), sem a inclusão da Astrologia na Astronomia. O “século das luzes” foi marcado pela preponderância da razão e da mente científica, o que conduziu a um período de declínio da Astrologia.

. Astrologia Moderna (do século XIX ao século XXI):

No século XIX, dá-se o ressurgimento da Astrologia, com a constituição da Astrologia “científica”, retirando o caráter ocultista que lhe era conferido. Em 1896, Alan Leo (1860-1917) fundou a primeira grande revista de Astrologia, Modern Astrology, onde defende uma Astrologia com uma perspetiva mais psicológica. No século XX, o reaparecimento da Astrologia nos domínios públicos ocorre por volta dos anos 20, com a Belle Epoque, onde se verifica uma proliferação da Astrologia em todos os meios culturais. A Astrologia deixa de estar nas mãos de um grupo mais restrito e passa a captar a atenção do grande público. Neste século, a Astrologia comercial (imprensa, rádio e televisão) destaca-se junto da sociedade através da publicação de horóscopos de forma quotidiana, elaborados em específico para os indivíduos de cada um dos signos do zodíaco. Dane Rudhyar (1895-1985), astrólogo francês, criou em 1969 o Comité Internacional para a Astrologia Humanista, sendo considerado o pai da Astrologia Moderna. Uma das suas principais obras é a Astrologia da Personalidade (1936), que contempla a integração de conceitos junguianos (Carl Jung, 1875-1961) na Astrologia. Rudhyar defendeu que os astros não determinam as nossas vidas; são antes imagens que revelam psicologicamente onde nos encontramos. Realça a importância do livre-arbítrio e a Astrologia como um instrumento de autodescoberta, que nos permite compreender como nos enquadramos neste todo que é o mundo. Em 1968, é criado o primeiro programa informático de Astrologia. Os séculos XX e XXI marcam uma nova era da Astrologia, o ciclo de transição da Era de Peixes (iniciada no Cristianismo) para a Era de Aquário, uma Era humanitária, na qual as pessoas procurarão viver de forma livre e igualitária num ambiente de paz e fraternidade.

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