Jornal da FMB nº 13

Page 1

Novos gestores assumem comando do HEB e Hospital das Clínicas

Enfermagem celebra seus 20 anos com homenagens

Administração de duas unidades mantidas pela FMB/Unesp passam a contar com novas administrações. Prof. Emílio Curcelli terá mandato até 2011 à frente do HC. Antero de Miranda assume HEB. Páginas 2, 3 e 4

Duas décadas de aprendizado, lutas e vitórias. Dia 8 de maio de 2009, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp esteve em festa, em comemoração aos 20 anos do início das atividades acadêmicas do curso de Enfermagem. Além do descerramento de uma placa no departamento do curso, onde em frente também foi plantada uma árvore, houve exposição de fotos históricas com alunos, docentes e servidores. Estiveram presentes às solenidades, além de autoridades locais e representantes da Graduação em Enfermagem, duas professoras que colaboraram para a implantação do curso. Páginas 8 e 9

Com o auditório do Departamento de Patologia lotado, a direção da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) e Hospital das Clínicas (HC), promoveram na manhã do dia 15 de maio, reunião sobre o projeto de transferência de gestão do HC para a Secretaria de Estado da Saúde, em forma de autarquia. Superintendentes dos hospitais da USP e Unicamp explicaram seus processos de gestão. Página 7

FOTOGRAFIA AG

Autarquização do HC volta a ser debatida

Vigilância do câmpus tem novas viaturas Assinatura do termo de posse. Solenidade reuniu autoridades e comunidade unespiana

Inserção que vem do papel Página 12

Estudo alerta alcoolismo em estudantes Parte de um projeto de pesquisas sobre o estilo de vida e o consumo de álcool e drogas dos estudantes das escolas de Botucatu, um levantamento feito em 2008 com estudantes dos ensinos fundamental e médio, mostrou que, em média, 40% dos alunos do ensino médio são consumidores regulares de bebidas alcoólicas, sendo que 13% deles já estão bebendo numa faixa de risco. Mostrou ainda que 7% desses estudantes já consumiram algum tipo de outra droga, alguma vez na vida. Página 12

Página 10

FMB recebe maior evento em plástica ocular do país A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) sediou, entre os dias 15 e 16 de maio, o principal evento do ano na área de plástica ocular. No Salão Nobre da instituição, foi realizado o Simpósio da SBCPO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular, Órbita e Vias

Lacrimais), com a participação de profissionais de oftalmologia de todo o Brasil. A SBCPO e o Centro de Estudos de Oftalmologia da faculdade prepararam uma programação com palestras, aulas teóricas, atividades práticas e curso de tópicos específicos. Página 4

Encontro de ex-alunos reúne mais de 300

Joel Spadaro será titulado professor emérito

Página 6

Página 2

Brigada de Incêndio é criada e oferece segurança à FMB e HC Sessenta pessoas concluiram o curso de “Brigadista de Incêndio” promovido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e Hospital das Clínicas (HC), ministrado pelo Senai (Serviço Nacional da Indústria) de Botucatu e articulado pelo

GTDRH - Grupo Técnico de Desenvolvimento de Recursos Humanos. A equipe de brigadistas é composta por 40 colaboradores da Unesp/Famesp e 20 da empresa Centro Saneamento e Serviços Avançados Ltda. Página 11

Faculdade de Medicina e HC capacitam servidores para integrarem Brigada de Incêndio


2 EMÉRITO

BAURU

Prof. Joel Spadaro será titulado professor emérito da FMB

O ex-diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), professor Joel Spadaro receberá a titulação de professor emérito da instituição. A nomeação foi aprovada por unanimidade pela Congregação da FMB em maio. A data de entrega do título ainda será definida pela direção da faculdade. A solicitação foi aprovada pelo Conselho de Departamento, justificando que prof. Spa d a r o p r e s t o u r e l e v a n t e s serviços tanto no tocante a Extensão de serviços à comunidade, estando àfrente do Ambulatório de Cardiologia por muitos anos, quanto no Ensino, ministrando aulas para quase todas as turmas formadas pela FMB. O professor também realizou trabalhos científicos que contruibuíram para o desenvolvimento da

OPINIÃO

Dia Nacional do Controle de Infecção Hospitalar O Dia Nacional de Controle de Infecção Hospitalar foi comemorado no dia 15 de maio. Esta data pretende estimular os profissionais da área de saúde para atuação na prevenção e no combate a esta condição, que tem implicações humanas, sociais e econômicas, pois, milhões de pessoas por ano são infectadas em hospitais em todo o mundo. O Ministério da Saúde (Portaria GM/MS 2.616 de 1.998) considera Infecção Hospitalar (IH) aquela adquirida após a admissão do paciente no hospital e que pode se manifestar durante a internação ou após a alta, ou relacionada a procedimento de risco realizado na instituição. Atualmente esta definição foi ampliada para Infecção Relacionada a Serviços de Saúde. O Hospital das Clínicas da FMB possui Comissão Permanente de Controle de Infecção Hospitalar e Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar há mais de 30 anos. Dentre as atividades realizadas diariamente pelo Núcleo estão a vigilância epidemiológica das IH, orientação do uso de antimicrobianos (em conjunto com a Comissão de Controle do Uso de Antimicrobianos), treinamento e reciclagem dos profissionais da área de saúde (PAS) e implementação das medidas de isolamento e precauções, entre outras. No HC – FMB a taxa de IH no ano de 2008 foi de 4,9%, abaixo da recomendada pela Organização Mundial

JUNHO 2009

de Saúde para um hospital com as características do nosso. As unidades com maiores taxas foram as UTIs (de Adultos, Neonatal e Pediátrica). Amostras de Staphylococcus coagulase negativa, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa foram agentes etiológicos predominantes nestas infecções. Neste ano as topografias prevalentes foram infecções respiratórias, do aparelho urinário e do cardiovascular. Neste mês a OMS desencadeou a Campanha Mundial “Os Cinco Momentos para a Higienização das Mãos”, com a finalidade de estimular aos PAS na realização deste ato. O HC – FMB está participando desta atividade relevante, e com este objetivo já empreendeu numerosas campanhas semelhantes. Atividades como a vigilância epidemiológica das IHs, realização competente de exames microbiológicos, uso racional dos antimicrobianos, prática médica de alto nível e higienização das mãos são essenciais para correta assistência à saúde e protegem os pacientes e reduzem a ocorrência de IH. Prof. Dr. Paulo Villas Boas Presidente da CPCIH/HC/FMB

Diretor da FMB, prof. Sérgio Müller assina o termo de transmissão de cargo em sessão solene

Prof. Antero Macedo é o novo diretor do HEB O professor Antero Frederico Macedo de Miranda, docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) assumiu, em 3 de junho, para mandato de dois anos, a direção executiva do Hospital Estadual Bauru (HEB). De Miranda substitui o professor Emílio Carlos Curcelli, que no dia 8 de junho assumiu a Superintendência do Hospital das Clínicas (HC) da FMB. A cerimônia de sucessão foi realizada no auditório do HEB e contou com a presença de diversas autoridades de Bauru e Botucatu. Os trabalhos foram conduzidos pelo diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp - que administra o Hospital Estadual Bauru - professor Sérgio Swain Müller. Ele, na ocasião, representou o reitor da Unesp, Herman Jacobus Cornelis Voorwald. O governador do Estado de São Paulo, José Serra, também enviou um ofício parabenizando e desejando sucesso ao novo diretor. Professor Sérgio Swain Müller fez questão de enfatizar o sucesso do convênio de gestão firmado entre a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e Hospital Estadual Bauru desde 2002. "A FMB é, hoje, melhor que em 2002 por conta deste projeto. A Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) também cresceu muito com o relacionamento com o HEB, já que teve que se especializar para dar o suporte necessário, como para a contratação de pessoal, por exemplo", disse. Emocionado ao despedir-se dos funcionários do HEB, professor Emílio Curcelli, que foi o gestor da unidade desde sua fundação, foi o primeiro a discursar. "Mudanças, embora causem temor, insegurança, são necessárias, transformam, oxigenam o ambiente, corrigem rumos, criam novos conceitos", frisou. "Aprendi muito, fiz amigos, encontrei um terreno forte", acrescentou. Curcelli lembrou que quando o hospital começou a funcionar oferecia apenas cinco especialidades e destacou, com orgulho, que hoje já são mais de 40. "Lembro-me da

primeira cirurgia: correção de orelha de abano. Depois fizemos transplantes renais e até correções de deformidades cardíacas", colocou. O agora ex-diretor do HEB disse que deixa o cargo tranqüilo, por ser sucedido pelo professor Antero de Miranda, que ocupou cargos administrativos na mesma instituição. "Mesmo assim, não saio com a sensação de dever cumprido, pois fiz apenas parte da minha parte", comentou. Ao final, foi exibido um vídeo, organizado pelos funcionários do hospital, em homenagem ao professor Curcelli. Após ser empossado, De Miranda se comprometeu publicamente a exercer a função com de-

Prof. Antero de Miranda é docente do departamento de Pediatria da FMB

dicação e transparência. Disse ter aceitado o convite por acreditar e compartilhar das ideias que permearam a gestão de Curcelli. Entre suas principais metas, ele ressaltou que para otimizar ainda mais o atendimento no HEB é fundamental que a rede básica de saúde seja reestruturada. Também está nos planos do novo diretor levar o HEB ao nível 3 de Acreditação, nível máximo de certificação. “Esse salto do nível 2 para o 3 é um salto muito maior do que do um para o dois. Agora, realmente é exigido que os protocolos sejam entendidos e aplicados com muito fundamento”, analisa. Parafraseando Mahatma Gandhi, o novo diretor do Hospital Estadual Bauru, pontuou: "Se quisermos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova". Ao final do evento foi realizado um coquetel de confraternização.

Prof. Curcelli lembrou os esforços para consolidação do HEB

Novo gestor, De Miranda quer otimizar atendimento

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

JORNAL DA FMB

Prof. Joel Spadaro foi um dos alunos pioneiros da FCMBB

cardiologia. J o e l Spa d a r o f o i u m d o s quatro Botucatuenses que ingressaram na primeira turma da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, em 1963. Fez parte da primeira Diretoria do Centro Acadêmico Pirajá da Silva como Coordenador de Esportes. Em 1969, graduou-se em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu - FCMBB e fez doutorado em Ciências pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, em 1974. Fez concurso de livredocência, em 1980. Em 1984 fez concurso para o quadro de docentes da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP. Spadaro desenvolveu atividades administrativas como: representação em Conselhos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, na Congregação da Faculdade de Medicina e no Conselho Universitário da Unesp. Foi representante do Estado de São Paulo junto à Associação Brasileira de Educação Médica - ABEM e também representante regional da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - SOCESP. Foi, durante dois anos, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar - FAMESP. Exerceu, ainda, a chefia do Departamento de Clínica Médica por dois mandatos, vice-diretor (2001 a 2005) e diretor da Faculdade de Medicina de Botucatu (2005 a 2007).

Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan Faculdade de Medicina de Botucatu (www.fmb.unesp.br) Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Superintendente do HC: HC Antonio Rugolo Junior Vice-superintendente: Celso Vieira de Sousa Leite Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelos endereços aci@fmb.unesp.br e imprensafmb@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) e Leandro Rocha (MTB-50357) Fotografia: Flávio Fogueral, Leandro Rocha, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB Diagramação: Flávio Fogueral


3 NOVA GESTÃO

Prof. Emílio Curcelli toma posse à frente do HC FOTOS: FOTOGRAFIA AG

Os professores Emílio Carlos Curcelli e Irma de Godoy assumiram oficialmente, na tarde do dia 8 de junho, o comando do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Eles substituíram os professores Antonio Rugolo Junior e Celso Vieira Souza Leite, no cargo de superintendente e vice, respectivamente. A gestão teve início dia 9 de junho e se encerrará no mesmo mês, em 2011. Durante a solenidade de posse, realizada no salão nobre da FMB, Emílio e Irma receberam certificados que lhes dão o direito de exercer o cargo e também o regulamento do HC. Estiveram presentes, além de autoridades locais, a professora Marilza Vieira Cunha Rudge, pró-reitora de PósGraduação da Unesp, que representou o reitor Herman Jacobus Cornelis Voorwald, o secretário Municipal de Saúde, Carlos Macharelli, o vereador José Bittar – representando a Câmara Municipal - e a diretora do DRS 6 (Departamento Regional de Saúde) de Bauru, Doroti da Conceição Vieira Alves Ferreira. O governador do Estado de São Paulo, José Serra e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão enviaram ofício de congratulações aos novos gestores do Hospital das Clínicas. Já o professor Paulo Roberto de Almeida Silvares, chefe do Departamento de Cirurgia e Ortopedia, falou em nome da Congregação da Faculdade de Medicina. Professor Antonio Rugolo J u n i o r, e m s e u d i s c u r s o d e despedida, ressaltou que a proposta de sua administração foi consolidar conquistas e avançar com qualidade. Ele lembrou que foram captados, através da obtenção de recursos externos, R$ 10 milhões nos últimos quatro anos. Citou a criação da ala de oncologia infantil e a ampliação do serviço de transplantes renais, o apoio fundamental da Diretoria Clínica, investimentos em tecnologia, segurança, além da importância que teve a Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) para o custeio do HC. “Houve esforços para promover a hierarquização do atendimento, mas esse objetivo não foi totalmente atingido. Ainda há o que ser feito na área de urgência e emergência”, avaliou ele, que juntamente com professor Celso foi homenageado pela

médicos e enfermeiros. Vo u além. É possível, até, formar profissionais de outras áreas das Ciências da Saúde”, pontuou a professora, que colocou a FMB à disposição dos novos gestores do hospital. Com discurso forte e marcante prof. Curcelli ressaltou o papel social e assistencial de uma instituição como o HC. Com caráter de unidade auxiliar de uma faculdade de medicina, suas características permeiam a pesquisa e assistência à saúde, pontos estes que, em sua opinião, devem ser explorados de forma a modernizar a instituição. Elogiou a gestão do atual secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, a qual classificou como uma ‘revolução’ nas últimas administrações estaduais. No entanto, mostrou-se preocupado na questão do déficit de investimentos em saúde. “O Brasil ainda investe pouco na saúde. A OMS (Organização Mundial de Saúde) relata que a média gasta em saúde é de US$ 716, enquanto que no Brasil esse valor cai para R$ 323”, declarou. “Ou seja, apenas 7,5% do PIB (Produto Interno Bruto) do país é investido na saúde”, complementou prof. Curcelli. Para ele, o momento é de avaliação de metas. Acredita que sua experiência frente à implantação e gestão do Hospital Estadual de Bauru seja facilitador para a administração do HC, considerado uma das maiores unidades públicas de saúde do interior paulista. “Precisamos ousar, criar novos paradigmas. Almejamos um hospital moderno, na vanguarda e capaz de atender o público de forma humanizada e voltado ao mesmo tempo para a educação e prevenção na saúde”, finalizou o novo superintendente. Pró- Reitora alerta para desafios de gestão

Professores Irma de Godoy e Emílio Carlos Curcelli (foto acima) assumem HC/Unesp até 2011. Superintendente e vice cessantes foram homenageados pelo trabalho frente ao hospital (foto abaixo) direção da FMB. Sobre a preocupação de sua gestão com os recursos humanos, professor Rugolo admitiu que houve dificuldades para realizar adequações quantitativas, mas frisou que foram feitas, com sucesso, diversas capacitações. “Esse foi um dos pilares de nossa gestão e teve grande prioridade”, disse ele, afirmando ter confiança na nova Superintendência.

A vice-diretora da FMB e diretora em exercício, professora Silvana Artioli Shellini, enfatizou o crescimento que o Hospital das Clínicas experimentou nos últimos anos se tor-

Prof. Curcelli ressaltou o papel social e assistencial de uma instituição como o HC

nando, além de um hospital terciário referência para toda a região, uma unidade que pode ser considerada quaternária, já realiza transplantes de órgãos. Ela também elogiou a gestão dos professores Rugolo e Celso, observando que mesmo em períodos de crise nunca se falou em fechar serviços ou deixar pacientes sem atendimento. “O HC tem hoje tudo que precisa para a formação dos

Representando o reitor Hermam Jacobus Cornelis Voorwald, a pró-reitora de pós- graduação e docente da FMB, Marilza Vieira Cunha Rudge prevê que a gestão do novo superintendente deve englobar três desafios: a vinculação administrativa do HC, déficit de funcionários e o papel da unidade e sua prestação de serviços. “Enfrenta-se hoje o desafio de repor esta lacuna (servidores) e se não houver investimento em profissionais, o HC perderá a característica de ser um hospital terciário”, alertou Marilza.

Solenidade de posse reuniu grande público no salão nobre da FMB. Gestores se comprometeram a realçar papel social e assistencial do hospital JUNHO 2009


4 DISCURSOS

Pronunciamento do professor Emílio Carlos Curcelli

Boa tarde a todos. Sou médico. Graduado nesta escola há 27 anos. Ortopedista há 25. Especialista em Medicina e Cirurgia do pé há 24 e em Tumores Músculo Esquelético há 22. Docente da Faculdade de Medicina de Botucatu há 19 anos. Formado em Administração Hospitalar e Sistemas de Saúde pela Fundação Getulio Vargas. Durante cinco anos fui Diretor do Pronto Socorro deste Hospital das Clínicas e depois, diretor do Hospital Estadual Bauru durante seis anos e meio. Não julgo, não apoio e nem combato, mas não pertenço, a nenhum partido político, agremiações, associações, entidades, secretas ou não. Meus compromissos e decisões são baseados em meus ideais e convicções. Acredito na ética, na justiça social, na equidade do acesso e na democratização das oportunidades. Não gosto de conchavos, acordos, esquemas, favorecimentos e privilégios. Detesto abaixo assinado. Não compartilho da cortesia com chapéu alheio, sobretudo quando esse chapéu representa o dinheiro público. Cometemos erros. Peço lucidez para errar o menos possível e oportunidades para correção. Quero ser feliz e dormir em paz. Mesmo o derradeiro sono. Assim, como Manuel Bandeira, quando a Indesejada das gentes chegar não terei medo. Talvez sorria, ou diga: O meu dia foi bom, pode a noite descer. Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. Dito isto, inicio agradecendo minha colega Profa. Dra Irma de Godoy que comigo se submeteu ao processo de indicação para os cargos de Superintendente e vice, apesar das possíveis adversidades que sabíamos, decorreriam dessa escolha. Obrigado Irma. Agradeço ao Prof. Dr. Sérgio Müller, Diretor desta Faculdade, grande e querido amigo, pela ajuda, pelos conselhos, mas, sobretudo pela demonstração de confiança. Agradeço a todos os meus amigos da Disciplina de Ortopedia e Traumatologia, na pessoa do nosso querido professor doutor Hamilton da Rosa Pereira, que proporcio-

nam segurança aos meus vôos, como um grande farol a sinalizar um porto seguro e acolhedor em meio às tempestades. Agradeço de forma especial à toda equipe do Hospital Estadual Bauru. Àqueles que raramente encontrava, mas sei: faziam e fazem o hospital funcionar, a cada momento, a cada dia. Àqueles que estavam mais perto de mim e que me auxiliaram na tarefa de planejar e comandar o hospital. Mais que colegas de trabalho, amigos que fiz, e que muitas vezes foram meu amparo e minha força. A todos do HEB, obrigado. Obrigado pelo acolhimento, pela dedicação, pelo aprendizado que me proporcionaram e pela oportunidade que tive, com vocês, de construir um hospital do qual podemos sentir orgulho. Agradeço, a toda minha família, especialmente, meus pais que sempre me apoiaram, a minha esposa Lara, sempre ao meu lado e aos meus filhos, Emilinho, Julia, Vitor e André, cuja existência é sempre minha melhor motivação. Mais uma vez conto com a compreensão de vocês. E agradeço com apreço, a todos que, nas urnas, nos apoiaram, a mim e à Doutora Irma, legitimando nossas propostas. Este hospital tem história. Foi construído dia após dia. É fruto do trabalho e da dedicação de pessoas, que decidiram, com obstinação, construir uma escola de Medicina e um Hospital. Após 45 anos, aqui estamos. Nos tornamos grande! Reverencio a memória de nossos pioneiros e entendo que o compromisso hoje assumido é, de certa forma, por eles, outorgado. Fazemos agora, aqui um pacto. Com vocês, com os nossos antepassados, com nossos pacientes. Seremos compromisso. Seremos veemência. Seremos dedicação. Seremos entusiasmo. Devotados até! Como escreveu, Fernando Pessoa: Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: “Navegar é preciso; viver não é preciso”. Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para casar com o que eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo. A Saúde é área sensível. Sujeita a interferências de toda natureza. Muitas mazelas já foram e continuam sendo praticadas em nome do paciente. Muitos buscam, de forma insolente, manter para si e para seus correligionários o controle de serviços públicos de saúde, utilizando-os para manutenção de seus projetos político-eleitoreiros, de finalidades inconfessáveis. As inúmeras ações judiciais, que além de aviltar e estuprar a equidade, repetida-

mente, poderão levar à falência, todo o sistema público de saúde. Os laboratórios farmacêuticos e fabricantes de produtos médicos hospitalares, que veladamente, num conluio repulsivo com médicos e advogados, em desonra à profissão, obrigam o poder público a financiar, medicamentos e materiais de indicação questionável e relação custo benefício duvidosa. E ainda, o Brasil investe pouco em saúde. Segundo dados da Organização Mundial Da Saúde, em 2006, o gasto médio mundial, em saúde, por habitante, foi de 716 dólares. O Brasil gastou menos da metade, 323 doláres. Percentualmente ao PIB o Brasil gastou 7,5% em saúde. Nos países considerados desenvolvidos, esse percentual se situa sempre acima de 10%, com os Estados Unidos gastando 15,3%. Porém, nossos irmãos argentinos gastam 10,1. O Uruguai, 8,2 e o Paraguai, 7,6. Cuba 7,7% com média de 617 dólares por habitante/ano. Em relação a um único indicador, a taxa de mortalidade infantil, que reflete, de maneira geral, níveis de saúde, desenvolvimento socioeconômico e condições de vida, o Brasil ocupa a octogésima quinta posição mundial, com 26,6 óbitos de menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos. Para se ter uma idéia do tanto que temos a fazer, esta taxa é mais alta que a obtida por paises como Paraguai, Venezuela, Equador, México, Colômbia, Argentina, Uruguai, Porto Rico. Em Cuba, a taxa é de 5,9 enquanto na Suécia, invejáveis 2,7. Temos dificuldades, mas não adianta ficar reclamando e tentar sempre os mesmos caminhos batidos, as mesmas desculpas. Precisamos ousar, buscar novos paradigmas, romper com as barreiras do imobilismo e do conformismo. Nesse contexto, louvo o nosso secretário estadual de saúde, na secretaria há três governos. Com coragem, obstinação, ousadia e competência, o doutor Luiz Roberto Barradas Barata vem mudando a face da saúde pública no estado de São Paulo. Investindo e inovando. Não obstante as resistências corporativistas e o ranço político partidário infundado, vem implantando no Estado um modelo de assistência médica de qualidade, eficiente e resolutivo. Mas de uma maneira geral, estamos todos devendo. Porque o problema não é só financeiro. É também gerencial. Somos deveras incompetentes e desorganizados. Não trabalhamos em unicidade, como um sistema. Atribuímos competências conforme sopram as críticas. Um determinado assunto é um dia de responsabilidade do município, outro dia, do estado, outro, da união e assim, de ninguém. E os pacientes no meio de tudo isso... Reclamamos do financiamento e não temos sequer um arremedo de sistema de custos para justificar nossas queixas. Apresentamos números. Números de atendimentos, números de cirurgias, números de internações, números de procedimentos, inúmeros números.

Provavelmente fazemos muito. Mas fazemos bem? Quantos dos números refletem resolutividade? Quantos desses números refletem qualidade? Quantos deles são realmente necessários? Quantos refletem apenas o retrabalho? Obrigamos os pacientes a enfrentar várias e várias filas em busca da solução, constantemente adiada e delegada, irresponsavelmente, a outro e mais outro e mais outro. Já perguntamos a um paciente quantas vezes ele enfrentou fila pelo mesmo problema? Provavelmente, a resposta será: muitas ! Encontramos muitos pacientes com quilos de exames, chapas, ressonâncias, cintilografias, exames de sangue, de urina, tomografias e etc e etc. Sem diagnóstico. Sem conduta. Para que? Até quando continuaremos a amputar membros de pacientes, em conseqüência de crônico descontrole no tratamento do diabético, uma doença de diagnóstico fácil e tratamento gratuito? Ou, até quando, construiremos mais e mais dispendiosos centros de hemodiálise? Até quando nossas enfermarias ficarão lotadas de pacientes seqüelados por acidente vascular cerebral, resultante final de hipertensão arterial mal controlada? Quanto de todo esse trabalho poderia ser evitado por ações de prevenção, promoção e proteção à saúde? Quanto de todo esse trabalho poderia ser evitado com um sistema de saúde pública mais articulado, responsável e integrado? Encontramos nos municípios, a grande fragilidade do sistema. Em geral, gerenciam mal suas unidades, extremamente básicas de saúde, que – salvo honrosas exceções – cumprem apenas com o mínimo do que se espera delas. Os municípios são a base de toda a organização do Sistema Único de Saúde e precisam definitivamente assumir seu papel. Mas, a sociedade também precisa fazer suas escolhas. Não podemos mais conviver com pronto socorros, enfermarias e centro cirúrgicos lotados por pacientes vitimados por acidentes motociclísticos. Chega de tolerância para motoristas alcoolizados. Basta de pacientes com câncer de pulmão ou afecções de ordem cardiovascular causadas pelo cigarro. E nós, hospitais universitários? Somos reconhecidos como produtores de conhecimento técnico, científico e administrativo. Somos privilegiados. Parte de uma elite, que forma, define, decide e influencia. Será que estamos fazendo o que nos cabe? Será que não ficamos convenientemente encastelados em nosso ambiente, apenas criticando? - Estamos colocando o nosso conhecimento em favor da sociedade? - Estamos nos envolvendo com os problemas e buscando soluções? É momento para uma boa avaliação. A resposta do paciente é quase sempre positiva, até porque sua expectativa é baixa.

Mas será que estamos fazendo o melhor, obtendo o melhor resultado, com segurança e melhor custo benefício? Nem sempre é preciso grandes gestos. Aliás, na maioria das vezes, não é. Precisamos todos nos despir de nossos velhos hábitos e conceitos e refletir profundamente. Segundo Fernando Pessoa Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas Que já têm a forma do nosso corpo… E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia E se não ousarmos fazê-la Teremos ficado para sempre À margem de nós mesmos.” E para finalizar, para nossa gestão, que será de dois anos, temos uma visão triangular: o que almejamos ser, o que certamente seremos e o que, absolutamente, NÃO seremos. Almejamos um hospital moderno, de vanguarda, tecnologicamente atualizado. Referência para a assistência e modelo administrativo. Capaz de atendimento resolutivo e humanizado. Com capacidade crítica e ativo participante do sistema de saúde. Que faça a promoção, proteção, prevenção e educação para a saúde. Em ambiente de trabalho saudável, cooperativo e responsável. Fomentador da pesquisa e do desenvolvimento científico aplicado à saúde. Formador de profissionais de saúde de todos os níveis, comprometidos com o Sistema Único de Saúde. Alicerçados nos princípios da universalidade, integralidade, eqüidade, participação, descentralização, hierarquização, regionalização, eficiência e eficácia e ainda, caucionados pelos valores como: ética, qualidade, competência, transparência, comprometimento, humanização, responsabilidade, profissionalismo, criatividade e confiabilidade, certamente seremos uma enorme trincheira na defesa do sistema único de saúde e da universidade pública. Certamente não seremos uma casa produto de ação entre amigos. Não seremos omissos e nem tolerantes. Não faremos dos fins as justificativas para os meios. Não nos calaremos. Não permitiremos a usurpação do público pelo privado. Para isso, conto com o que vi e ouvi durante nossas visitas pré-eleitorais. Conto com o que acredito existir e é a mais importante das ferramentas de gestão: o comprometimento e a capacidade da maioria daqueles que aqui trabalham. E agora, realmente finalizando, para avalizar tudo o que foi dito, repito parte do juramento de Hipócrates: Se eu cumprir com fidelidade os compromissos aqui assumidos, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu deles me afastar ou infringir, o contrário aconteça. Obrigado a todos, pela presença e atenção.

Pronunciamento do professor Antônio Rugolo Junior Senhores…. Não é facil transmitir-lhes em poucas palavras, contidas em alguns minutos, todo o significado de uma gestão de 4 anos deste HC. Um tempo precioso, no qual procuramos caminhar juntos, sem retroceder, trilhando o rumo certo na busca do crescimento do HC da FMB. Sem medo de lutar por um ideal, mas conduzindo sempre nossa luta com muita disciplina e dignidade, de forma que, mesmo se algumas batalhas foram perdidas, muitas vitórias foram alcançadas. Este é um momento impar, em que nosso ponto de chegada é ao mesmo tempo o ponto de partida de uma nova e promissora jornada do HC, na qual concentram-se a atenção e as expectativas de toda a comunidade desta instituição. Nesse contexto, gostaria de mostrar, não um relatório numérico de gestão, mas sim alguns aspectos que caracterizam a gestão 2005-09, os desafios e dificuldades enfrentados, muitos já superados, outros emergentes, e tambem apresentar os principais marcos e progressos que foram obtidos. A proposta de gestão 2005-2009 da FMB e do HC foi: “Consolidar conquistas e avançar com qualidade”. Nesse sentido o início de nossa gestão na superintendência foi privilegiado por vários investimentos iniciados na gestão anterior, aos quais demos continuidade e pudemos obter resultados muito satisfatórios. As metas de nossa gestão podem ser resumidas em 4 pilares: - 1o: Captação de recursos e investimentos: Foram necessárias muitas viagens, reuniões e justificativas bem embasadas. Assim obtivemos financiamentos na Secretaria de Estado da Saude, no Ministério da Saúde e na Reitoria, perfazendo aproximadamente 10 milhões de reais, o que permitiu a realização de várias obras, como:

JUNHO 2009

a construção do novo Pronto Socorro a substituição da caldeira a óleo por caldeira a gás; as reformas nas enfermarias de cardiologia, de molestias infecciosas, na Unidade de Transplantes iniciados na gestão anterior e na Farmácia. Priorizamos tambem a aquisição de equipamentos para a endoscopia, a radioterapia, o centro cirurgico, as UTIs e o pronto socorro; Adquirimos aparelho de Densitometria óssea, US vascular e obstétrico, US portátil e ecocardiógrafo portatíl. Outras obras e aquisições foram realizadas com recursos próprios do HC. - 2o pilar: Gestão institucional: Investimos na consolidação do HC como Unidade de atendimento 3ario e 4ario seguindo as políticas de saúde esstadual e federal. Foi implementado o centro de referência cardiovascular solicitado na gestão anterior, criado o Serviço de oncologia infantil e ampliados os Serviços de oncologia e transplante renal. Minha participação na diretoria da Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino (ABRAHUE), por 2 mandatos consecutivos foi uma oportunidade para aumentar a representatividade do HC em nível nacional. A importante parceria com a FAMESP possibilitou a sobrevivência econômica do HC em vários momentos de crise, garantiu a contratação de pessoal não reposto pela universidade, permitiu a ampliação e a criação de novos serviços. Grandes esforços foram feitos visando a hierarquização dos serviços de saúde, a fim de que o HC possa assumir plenamente seu papel de centro de alta complexidade; mas apesar dos progressos obtidos, essa meta não foi plenamente atingida, requerendo esforços continuados, especialmente na área de urgência e emergência.

A atuação e o apoio da Diretoria clinica na superintendencia, foi fundamental em todas as ações relacionadas aos serviços médicos oferecidos pelo HC, embora ainda não se tenha conseguido o reconhecimento institucional desta Diretoria. - Gestão operacional foi nosso 3o pilar Em continuidade aos Programas de Qualidade existentes, grande incentivo foi dado às diversas Comissões, como por exemplo de Humanização, de Controle de Infecção hospitalar, de Antimicrobianos, Medicamentos, e a Comissão de Qualidade, Padronização e Aquisição de material médico-hospitalar, Comissão de resíduos sólidos e reciclagem, entre outras; bem como ao programa Hospitais sentinela. Todas as comissões cumpriram plenamente seu papel na instituição e merecem nosso reconhecimento. Grande enfase foi dada no crescimento da área de informática,e muitos avanços foram obtidos. Estão atualmente consolidados vários sistemas iniciados na gestão anterior, incluindo: o de laudos de exames de análises clínicas, anatomia patológica e imagens, disponibilizados na rede do HC, o de prescrição eletrônica e o de agendamento de consultas, exames diagnósticos e terapias. O sistema de custos hospitalar está pronto, porém precisa ser aprimorado. O sistema PACS, ou seja de arquivo e de comunicação de imagem médica, que permite o acesso dos exames de imagem na rede, hoje é uma realidade no HC. Duplicamos a quantidade de terminais de microcomputadores, e hoje o HC possui mais de 400 máquinas. A preocupação com a segurança dos servidores e pacientes, e dos bens patrimoniais motivou a criação da Acessoria de Segurança do HC em parceria com a Faculdade de Medicina, sendo instaladas câmeras de vigilância, controle de acesso em

várias unidades como PS, maternidade, enfermaria de Pediatria e ambulatórios. Visando maior uniformidade nas condutas médicas e de enfermagem, foram padronizados vários procedimentos tais como: técnicas de enfermagem, uso de imunobiológicos especiais, guia farmacoterápico, e também foram estabelecidos regimentos de funcionamento para o Centro cirurgico, Endoscopia, Hemodinâmica e Quimioterapia. 4o pilar: Recursos humanos Este foi o principal pilar desta gestão, pois acreditamos que a grandeza de uma instituição não está nas paredes que a sustentam e sim na qualidade dos profissionais que nela atuam. Tivemos grandes dificuldades em garantir a adequação quantitativa dos profissionais, mas fomos bem sucedidos ao investir em capacitação e qualidade. Diversos cursos foram realizados, incluindo: técnicos de enfermagem, administração hospitalar, especialização em enfermagem cardiovascular, técnicos de captação de órgãos, cursos ATLS, reanimação neonatal, além de centenas de cursos de Educação permanente de enfermagem, e milhares de profissionais treinados pelo GTDRH. Assim concluimos nossa jornada com a sensação boa de ter cumprido a missão, de termos feito o máximo que esteve em nosso alcance para atingir as metas da gestão, cientes de que ainda há muito a ser feito e melhorado, mas confiantes na capacidade dos novos gestores, Prof. EmilioC Curcelli e profa Irma de Godoy, aos quais desejamos muito sucesso..., manifestamos nossa disposição em colaborar sempre no que for necessário. A tarefa é ardua, os desafios são muitos... mas a perspectiva é otimista. Como sabiamente disse Shakespeare: A vida é um contínuo aprendizado...

Depois de algum tempo você aprende a sutíl diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma... aprende que ser flexível não significa ser fraco, pois não importa quão delicada seja uma situação, sempre existem 2 lados... e aprende que não existem heróis e sim pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências... e acreditando sempre que vale a pena lutar por uma causa nobre. Finalizando quero agradecer o apoio e a colaboração de meu parceiro e vice-superintendente Prof. Celso V Leite; da Diretoria clínica representada pela profa. Sumaia e Dr. Christovan; da equipe da superintendência, especialmente a Inês, Grasiela, e Pedro; e de todos os funcionários do HC. Agradeço à diretoria da FMB: prof. Joel Spadaro, prof Sérgio e Profa. Silvana e seus funcionários. Agradeço também à diretoria da FAMESP, Prof. Pasqual, prof Shoiti, prof. Goldberg, prof. Sidney e toda sua equipe ... Enfim, a todos os profissionais que trabalham e dedicam grande parte de suas vidas para o crescimento dessa instituição: Sem vocês nada do que realizamos seria possível !!! Meu Muito obrigado a todos. Valeu a pena!!!


5 ATUALIZAÇÃO

Profissionais de todo o Brasil vêm a Botucatu reciclar conhecimentos em plástica ocular A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) sediou, entre os dias 15 e 16 de maio, o principal evento do ano na área de plástica ocular. No Salão Nobre da instituição, foi realizado o Simpósio da SBCPO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular, Órbita e Vias Lacrimais), com a participação de profissionais de oftalmologia de todo o Brasil. A SBCPO, cuja presidente é a vice-diretora da FMB, professora Silvana Artioli Schellini e o Centro de Estudos de Oftalmologia da faculdade prepararam uma programação com palestras, aulas teóricas, atividades práticas e curso de tópicos específicos, uma espécie pré-congresso, que terminou no dia 16 de maio. Foram discutidos assuntos como Anatomia da região órbitopalpebral e vivenciados procedimentos cirúrgicos em pálpebras e vias lacrimais, com cirurgias demonstrativas ao vivo. Também houve espaço para os tradicionais cursos de Toxina Botulínica, Radiofreqüência

Profa. Silvana Schellini é presidente da SBCPO

Profissionais atualizaram-se nas tendências cirúrgicas oculares

e Estética. Como convidados, participam do simpósio uma chilena, a Dra. Cristina Hidalgo – que apresentou práticas usuais de seu País e três profissionais argentinos. Além disso, empresas que comercializam produtos na área da oftalmologia expuseram novidades do mercado em estandes monta-

pessoas de vários estados e de países sulamericanos. Para nossa subespecialidade, é o evento mais importante do ano”, destaca. Segundo ela, o simpósio serve para reciclar conhecimentos e também promover troca de experiências entre os participantes. “Essa integração entre profissionais de outros países, pós-graduandos, residentes e ex-residentes é muito saudável”, avalia.

dos no hall do Salão Nobre da FMB. Professora Silvana Schellini, presidente da SBCPO, explica que o simpósio tem o objetivo de reunir, em Botucatu, os membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular, pós-graduandos, residentes e ex-residentes. “Fiquei bastante satisfeita, pois cerca de 70% dos membros da SBCPO compareceram ao evento. Vieram

ATUAÇÃO

Docente da FMB participa de lançamento da Frente Parlamentar para Hepatites Virais O professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Giovanni Silva Faria(foto) participou, dia 19 de maio, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, do lançamento da Frente Parlamentar de Conscientização e Combate às Hepatites Virais. Com a presença do secretário estadual de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSDB) e dos deputados Uebe Rezeck (PMDB) e Milton Flávio (PSDB)- este último também docente da FMB-, o evento reuniu autoridades, entidades representativas e especialistas da área. A Frente Parlamentar deve atuar na conscientização sobre as hepatites A, B e C através de campanhas de ampla divulgação sobre a detecção e prevenção destas doenças. A coordenação da entidade será do deputado Fernando Capez. Na oportunidade, professor Giovanni foi um dos convidados para explanar sobre os aspectos da Hepatite C, doença que, entre as do mesmo tipo, atinge número maior de pessoas no Brasil. Segundo informações apresentadas por Capez, mais de seis milhões de brasileiros estão infectados com algum tipo de hepatite. Doze óbitos são registrados diariamente decorrentes destas doenças. Prof. Giovanni mostrou também dados estatísticos do Ambulatório de Hepatites Virais da Gastroenterologia Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da Unesp, criado em 1998. O serviço atende atualmente 200 pacientes portadores de Hepatite C com exames, acompanhamento clínico e tratamento. Atualmente, o ambulatório tem obtido resultados expressivos no auxílio a este tipo de enfermidade que,

Simpósio realizado na FMB é o maior evento do ano promovido pela SBCPO

Referência Nacional – Para o residente da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, Fabrício Rendeiro, o Simpósio da SBCPO é uma oportunidade de a institui-

ção mostrar o trabalho que desenvolve e que é referência nacional. “Foi possível reunir os melhores profissionais do País nesta área e até nomes internacionais. Isso é muito importante”, declara. José Rodrigo L. Soza, representante de um produto oftalmológico, pondera que o evento teve uma programação enxuta, porém de qualidade. “A programação oferece aquilo que realmente os participantes procuram. As palestras foram bem selecionadas, com profissionais gabaritados. Por ser uma promoção da SBCPO, é o que há de mais interessante no meio”, diz.

NOVAS TÉCNICAS

Pesquisador norte-americano enfoca tendências sobre tumores

conforme o médico, são alcançados pela conscientização do próprio paciente. O presidente da ONG (Organização Não-Governamental), “C Tem que Saber”, Francisco Martucci, falou do tratamento e acompanhamento posterior da doença no Estado de São Paulo, amparados por uma portaria assinada pelo então governador Geraldo Alckmin. Na oportunidade, também foi entregue o prêmio Fígado de Ouro para os profissionais que se destacaram no tratamento destas patologias. As hepatites virais têm sua prevalência dez vezes maior que de outras doenças como a Aids. Mesmo sendo doenças com curas, se não forem tratadas, elas podem evoluir para cirrose e câncer de fígado. Podem ser transmitidas através da relação sexual, utilização de instrumentos contaminados com sangue, como materiais de manicure e pedicure, de barbeiro, de tatuagens, por perfurações de piercings ou acupuntura, compartilhamento de seringas não descartáveis e até em dentista que não esterilize os equipamentos. A doença também pode ser transmitida durante o parto, caso a mãe seja portadora da hepatite B.

O Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), recebeu nos dias 28 e 30 de abril, duas aulas sobre tumores e experimentos em seu tratamento com o professor Samuel Cohen, da Universidade de Nebrasca, nos Estados Unidos. A visita foi proporcionada pelo programa de Pós-Graduação em Patologia. As aulas reuniram alunos e docentes da FMB, do Instituto de Biociências (IB) e profissionais da área da saúde. Nos dois dias de explanações, o pesquisador relatou as características sobre carcinogênese urotelial (formação do câncer em

determinada camada de células que revestem a bexiga) em modelos experimentais e em seres humanos. Também foi abordada a relevância de tumores induzidos experimentalmente em roedores para os seres humanos. Dr. Cohen é professor do Departamento de Patologia e Microbiologia da Universidade de Nebrasca, nos Estados Unidos. Sua atuação científica proporcionou a publicação de mais de 200 artigos voltados às áreas de toxicologia, patologia e oncologia. O médico também é presidente da Sociedade de Toxicologia dos Estados Centrais, en-

tre outras entidades acadêmicas e de pesquisas norte-americanas. Segundo o professor do Departamento de Patologia da FMB, prof. João Lauro Viana de Camargo, a visita do docente norte-americano reforça a preocupação da Faculdade de Medicina em estabelecer parcerias no aprimoramento educacional e reciclagem de informações para o tratamento de câncer. “Abrimos, com esta visita, um importante canal de troca de informações e de colaborações com importante centro de pesquisa em oncologia, como é o caso da Universidade do Nebrasca”, salientou o docente.

Aulas do prof. Cohen, da Universidade de Nebrasca, reuniram docentes da FMB e IB JUNHO 2009


6 FMB 46 ANOS

Encontro de ex-alunos reúne mais de 350 participantes Lembranças e companheiros de turma

Encontro teve clima descontraído e definiu nova diretoria para Associação de Ex-Alunos. Novo encontro ocorre em 2011 Amizade, lembranças e boa conversa. Foi neste clima que mais de 350 pessoas participaram do 3° Encontro de Ex-alunos, alunos e amigos da Faculdade de Medicina de Botucatu, realizado nos dias 15 e 16 de maio, na FMB. O evento foi uma oportunidade para que os participantes reencontrassem amigos e revivessem momentos que ficaram guardados para sempre nos anos de graduação. O encontro teve a coordenação da Associação dos Ex-Alunos (AexA), Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio Almeida (AAACHSA) e do Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS). Na oportunidade, alguns pontos foram discutidos em relação à AexA, como a composição

da nova diretoria e apreciação do estatuto vigente. “Esse contato com diversas pessoas que passaram pela Faculdade de Medicina ajuda ainda mais a fortalecer a associação. A participação com ideias vêm a acrescentar na associação”, declarou Haydée Sayuri Hirai, presidente da comissão organizadora do encontro. Haydée salientou que o encontro visa consolidar a relação entre todos que têm sua carreira profissional e acadêmica vinculada à FMB. “O objetivo foi integrar todas as turmas com experiências e histórias vividas dentro da faculdade”, complementa. A nova diretoria da AexA será composta por Rogério Saad como presidente e Sebastião de

Almeida Schimit, vice. A chapa ainda é composta pelos professores Sérgio Müller (1º tesoureiro), Dr. Luiz Eduardo Naressi (2º tesoureiro), Marcos Minicucci (1º secretário), Joel Spadaro (2º secretário), Alexandre Naime Barbosa

(diretor social), Silvana Artioli Schellini (diretora científica). A AAACHSA e o CAPS estarão representados pelas acadêmicas Haydée Sayuri Hirai e Érika Hissae Abe, respectivamente. O próximo encontro de ex-alunos está marcado para 2011.

Integrante da 16ª turma de medicina formada pela FMB, Mário Pedro de Souza compareceu a todas as três edições do encontro promovido pela AexA. Para ele, o evento foi uma oportunidade de rever amigos distantes. “Nunca deixei de participar pelo forte vínculo que tive e ainda mantenho com a Faculdade de Medicina. Não dá para perder a oportunidade de reencontrar amigos e pessoas que passaram alguns dos melhores momentos de nossa vida”, declarou. Formado em 1983, ele ressaltava durante o encontro que a sua turma, a 16, era a melhor da história da FMB. “Tivemos vários momentos de agitação como o movimento em que pretendíamos empossar o prof. (Willian) Saad como reitor da Unesp. Mesmo sem sucesso, foi algo que uniu toda a faculdade”, complementou Dr. Souza.

SOBRE A AEXA

Dr. Mário Souza participou de todos os encontros

A Associação de Ex-Alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu foi criada em 2002 por acadêmicos integrantes do Departamento de Extensão da Atlética da Medicina e do Centro Acadêmico. A AexA tem como objetivo promover a integração entre os ex-alunos, alunos, docentes e residentes formados pela Faculdade de Medicina através de atividades diversas e também de órgãos informativos. O site da associação contém, entre informações sobre encontros e atividades, murais de recados e disponibiliza imagens cedidas pelos estudantes das 41 turmas de medicina formadas pela FMB.

CULTURA

CAPS Acústico divulga a ‘arte unespiana’ Em sua décima-segunda edição, o CAPS Acústico levou à toda comunidade acadêmica o melhor da arte produzida por alunos e pós-graduandos das quatro faculdades do câmpus de Botucatu da Unesp. Realizado nos dias 15 e 16 de maio, o evento contou com a apresentação de 44 alunos/artistas divididos em duplas e grupos, que mostraram suas afinidades com instrumentos e soltaram a voz nos dois dias de evento.

Para Mariana Barros Marcondes, organizadora do evento, o CAPS Acústico representou a integração acadêmica. “Além do objetivo assistencial, o CAPS promove a integração entre os alunos da Unesp e mostra particularidades artísticas”, disse. Como parte da programação, os estudantes doaram 304 litros de leite, entre outros alimentos que serão destinados a entidades assistenciais de Botucatu como creches e o Asilo Padre Euclides.

CAPS Acústico, em 13 anos de realização, revelou talentos e integrou faculdades da Unesp

CULTURA

Docente da Pediatria mostra trabalhos na exposição “Brincando com as cores”

Profa. Agueda expôs trabalhos com temáticas abstratas JUNHO 2009

"As cores estão a nossa volta e em toda nossa vida. Mas muito poucos as vêem e muito menos as contemplam..." Esse é um trecho do texto que apresenta a exposição "Brincando com as cores", de autoria da docente do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Agueda Beatriz Rizzato. A exposição aconteceu, em maio, no mezzanino da Biblioteca do Campus, na Unesp de Rubião Júnior. Seus trabalhos, que tomam

como base um pouco do significado daquela frase, são compostos de aquarelas com temáticas abstratas. Professora Agueda é docente da FMB há mais de 30 anos e no final de 2009 deve se aposentar. Segundo ela, a aproximação com a arte teve início quando se pôs a refletir sobre o que fazer quando parar de trabalhar. "Nunca tinha pensado em pintar. Conheci a minha professora, a Cássia, e disse que gostaria de aprender, mas que não tinha noção nenhuma. Ela frisou que era des-

te tipo de aluno que gostava", conta a médica-artista. Após dois anos de aprendizado, a pediatra decidiu então tornar públicas suas obras. "Eu me surpreendi comigo mesma. Foi emoção total ver meus amigos prestigiarem a abertura da exposição", frisa. Entre as telas que fez, professora Agueda alimenta um carinho especial por uma, a que chamou de "Alegria infantil". Trata-se de uma árvore cheia de cores, característica marcante de suas pinturas.


7 HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Autarquização do HC volta à pauta de discussões Com o auditório do Departamento de Patologia lotado, a direção da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) e Hospital das Clínicas (HC), promoveram, na manhã do dia 15 de maio, reunião sobre o projeto de transferência de gestão do HC para a Secretaria de Estado da Saúde, em forma de autarquia. Tendo a presença de servidores técnico-administrativos; docentes e alunos dos cursos de medicina e enfermagem da FMB, do diretor da faculdade, Sérgio Swain Müller, do presidente da Famesp, Pasqual Barretti, do ex-superintendente do HC, Antonio Rugolo Júnior, do diretor do Hospital Estadual de Bauru, Emílio Curcelli (HEB), a reunião abordou pontos atuais do HC, o sistema de financiamento através do SUS (Sistema Único de Saúde) e mostrou aos presentes alguns sistemas de gestão diferenciados. “Há algum tempo tenta-se solucionar o problema de financiamento, principalmente a questão de recursos humanos. Procuramos fazer com que o HC tenha um financiamento sustentável”, explanou Müller ao abrir as discussões. O diretor esteve no dia 13 de maio, em São Paulo, onde se encontrou com o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata para discutir sobre a proposta de transferência de gestão. Para mostrar dois sistemas de gestão distintos, os superintendentes do Hospital das Clínicas da Unicamp (Universidade de Campinas) e do HC da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo)este último sob atual gestão da Secretaria de Estado da Saúde-, Luiz Carlos Zeferino e Milton Roberto Laprega, respectivamente foram convidados a participar das discussões. O então superintendente do HC, Antônio Rugolo Júnior, apresentou números que detalham a dimensão do hospital, considerada a maior instituição pública de saúde vinculada ao SUS (Sistema Único de Saúde) da região. Em 2008, foram realizadas 12 mil cirurgias em seu Centro Cirúrgico, além de 2,8 milhões de exames. Também frisou a quantidade de pacientes atendidos- 19 mil- vindos dos 68 municípios do Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS-6). No entanto, boa parte de sua apresentação consistiu nas dificuldades de financiamento regular para o custeio do hospital. Segundo ele, um dos maiores entraves tem sido o fato do hospital ser uma unidade auxiliar da FMB, o que dificultaria as reivindicações perante a reitoria da Unesp. “Nosso maior financiador é o SUS”, relembrou, ao citar o congelamento da verba destinada pela administração universitária para o custeio do hospital, iniciado em 2005. Em 2007, exemplificou o ex-superintendente, o HC teve orçamento para suas despesas em torno de R$ 11 milhões. Rugolo também destacou a defasagem no chamado subquadro, que atualmente é de 353 funcionários. O HC possui 1900 servidores técnico-administrativos (1200 da própria Unesp e 700 contratados pela Famesp) e 180 médicos. “A universidade não investia no hospital há alguns anos. Em 2009, destinou R$ 2 milhões para atualização tecnológica. Mas o HC está defasado se comparado com outras unidades de saúde, principalmente as de caráter privado. Esse modelo atual de ges-

de crise com estabilidade”, declarou. Ele revelou que o hospital da universidade campineira também estuda a possibilidade de gestão ser transferida para o governo estadual. Desde 2004, o estabelecimento passa por processo de reestruturação, voltando seu atendimento aos serviços terciários e quaternários. Após a exposição dos dirigentes, servidores, docentes e corpo discente da FMB puderam tirar dúvidas e debaterem pontos referentes ao projeto. A discussão sobre a autarquização deve voltar acontecer em nova reunião, ainda a ser marcada, aberta à comunidade universitária. Autarquização terá longo caminho se aprovada

rintendente do HC da Unicamp ressaltou o papel do hospital como unidade auxiliar da reitoria, o que facilita o financiamento para o custeio da unidade. “De 1998 até hoje vivemos outro momento na captação de recursos. Sempre alternamos períodos

Caso o parecer da Congregação para a transferência de gestão seja aprovado, a proposta deve ser analisada ainda pelo Conselho Universitário da Unesp (CO). Somente após essas instâncias, o governador José Serra deve apresentar um projeto de lei criando a nova autarquia para ser apreciada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Laprega: HC da USP teve evolução após autarquização

Zeferino: Hospital da Unicamp é parte auxiliar da reitoria

Comunidade acadêmica compareceu em grande número para acompanhar os debates pré-falimentar do hospital e também tão não é sustentável”, frisou Rugolo. O presidente da Famesp, Pasda Famesp”, declarou. Superintendente do HC da Faculqual Barretti, mostrou números dos 28 anos de atuação da fundação. O dade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto, Milton Laprega apresentou dirigente dividiu os momentos de finúmeros da unidade com a gestão nanciamento do HC. Até a década de 1980, a unidade era mantida integralvinculada à Secretaria de Estado da Saúde. Explica ele que, após a autarmente pela universidade. Entre 1981 e 1983, ressalta a criação da Faquização, o hospital apresenta evolumesp com o intuito de fixar recursos ção em seus serviços prestados. Em 2004, foram destinados para humanos e incorporar tecnologia. De 1983 a 1996, a fundação se torna um investimentos em equipamentos, oriundos da receita estadual, R$ 2,4 investidor tecnológico. A alternância milhões, enquanto que em 2008, esse entre crise e investimentos passa a ser o cenário nos dias atuais. Paralevalor chegou a R$ 12 milhões. “Os investimentos totais do Estado no lamente, houve crescimento do hoshospital têm variado, passando de R$ pital e aumento no custeio com pes72 milhões, no ano soal. “Somos 2000, para R$ 277 mi fortemente audiSistema de gestão em 2009”, frisou. tados e temos liOutro convidado mitações de atuem outros hospitais para expor a realidaação. Essa atufoi mostrado durante al situação pode de administrativa, Luiz gerar situação reunião da Congregação Carlos Zeferino, supe-

Presidente da Famesp defende autarquização

Prof. Barretti: crises do HC podem inviabilizar Famesp Ao fazer uma análise histórica sobre a situação financeira do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu\Unesp (FMB), o presidente da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), professor Pasqual Barretti, rebate todos os argumentos contra a possibilidade de vincular o HC à Secretaria de Estado da Saúde. Na opinião dele, atualmente a Unesp não consegue atender a algumas necessidades do hospital e cita, entre elas, a falta de recursos para manter a folha de pagamento - principalmente devido aos servidores inativos (25% a 30% da folha). Ele comenta, inclusive, que as crises inter-

mitentes pelas quais passa o HC, custeio do hospital, hoje se resonpõem em risco a sobrevivência da sabiliza por apenas 30%. Os refundação. cursos que o hospital recebe do O dirigente coloca que no moSUS (Sistema Único de Saúde) vão delo atual a possibilidade de conpara despesas do dia-a-dia. Isso tratações, pela universidade, detudo tem impacto nos investimenpende de três fatores: arrecadatos”, acrescenta. ção de ICMS (Imposto sobre a CirEm 1995, 28% dos recursos culação de Mercadorias e Servido SUS eram destinados a invesços), aposentadorias e da existimentos no HC. Em 2008, esse tência de cargos. O comprometipercentual caiu para 2%. “Então, mento da folha de pagamento pela como pode ser satisfatória a conuniversidade hoje é de 86% e não dição de um hospital com o comhá cargos disponíveis para a repromisso que tem o nosso, que posição de funcionários. “Então, não consegue atualizar seus reum hospital gerido pela universicursos humanos, tecnologicadade, vai ter, no seu mente e item mais caro, que nem de ter O hospital só é o recursos humaum custeio consegue se manter e s t á v e l ” , nos, um impacto na saúde financeira da no quesito tecnologia, aponta. O instituição. Isso é presidente com ajuda externa complicado, porque da Famesp não pode faltar gente (no hospiafirma que o hospital só consetal), pois senão vai faltar assistêngue se manter no quesito tecnologia, com ajuda externa. “Sou abcia”, coloca professor Pasqual, frisando que o problema do custeio solutamente a favor da autarquinão é mais grave, mas ao longo zação. Vou disputar verbas com do tempo. Esse quesito foi parcioutros hospitais e não com todas almente corrigido e com grande as outras faculdades da Unesp. dificuldade pela Unesp. O Hospital das Clínicas da FaculEssas deficiências, segundo dade de Medicina de Ribeirão Preprofessor Pasqual, tem sobrecarto (USP), por exemplo, nos últiregado a Famesp, que, conforme mos 10 anos quase quadruplicou ele destaca, deveria atuar apenas o orçamento com recursos do Gona retaguarda do HC e hoje já não verno do Estado de São Paulo, consegue atuar como investidopelo modelo da autarquização ”, ra. “A Unesp já bancou 60% do diz. “Um exemplo contunden-

te é o das universidades federais. Todas elas tiveram seus hospitais sucateados por conta do modelo vinculado a área da Educação”, acrescenta. Atualmente, 780 funcionários do HC são contratados pela Famesp; em 1996 eram somente 40. A Fundação mantém 70% do custeio da unidade (em 1996 eram 40%). Pela instabilidade causada pelo HC, segundo professor Pasqual há alguns riscos. “Hoje, a gestão do HC está passando para a Famesp, o que não deixa de ser uma terceirização, o que não é bom a meu ver. Se a Fundação correr o risco de insolvência, como aconteceu em 2007, que outra saída haverá, se não, demitir funcionários?”, pondera. Caso seja aprovada a autarquização, o convênio SUS deixa de ser feito com a Unesp e passa a ser com a autarquia. A Famesp continuaria no gerenciamento. “O quadro de pessoal será mais enxuto, mas terá condições de dar suporte em situações inusitadas e problemas pontuais”, coloca o presidente da Famesp. Existe a possibilidade de os funcionários da fundação serem incorporados ao Estado, aproveitando o concurso que já prestaram ou de terem que passar por um novo processo seletivo, sem perderem seus direitos de celetistas. JUNHO 2009


8 ENFERMAGEM 20 ANOS

Homenagens nas duas décadas da Enfermagem FOTOS: FOTOGRAFIA AG

Duas décadas de aprendi- los docentes do Instituto de Bizado, lutas e vitórias. Dia 8 de ociências (IB). Tínhamos difimaio de 2009, a Faculdade de culdades, medos; mas o curMedicina de Botucatu/Unesp so transcorreu como deveria esteve em festa, em comemo- ser”, comentou. “Os professoração aos 20 anos do início res mantiveram o espírito de das atividades acadêmicas do luta dos primeiros dias e se apricurso de Enfermagem. Além do moraram. A gratidão dos aludescerramento de uma placa nos é o reconhecimento deste no departamento do curso, esforço”, acrescentou. onde em frente também foi Professor William Saad plantada uma árHossne, convore, houve ex- Curso de Enfermagem siderado o funposição de fotos dador do curso comemorou 20 anos com de Enfermahistóricas com sessão solene, alunos, docengem, enfocou tes e servidores. sua fala na deplaca e exposições Estiveram fesa de que a presentes às solenidades, graduação deixe de ser apenas além de autoridades locais e parte da FMB para se transforrepresentantes da Graduação mar em uma instituição indeem Enfermagem, duas profes- pendente. Ele propôs que seja soras que colaboraram para a formada uma comissão para implantação do curso. Profes- pensar na FMB para os próxisora Maguida Costa Stefanelli mos 10 anos e ainda de um e Rosa Áurea Q. Fernandes Centro de Ciências da Saúde. foram convidadas para o mo- “Temos a obrigação de não esmento histórico. tagnar”, frisou ele, que foi Eliana Mara Braga, coorde- aplaudido em pé, após seu nadora do curso de Enferma- discurso. gem, ressaltou em seu discurO diretor da Faculdade de so que os pioneiros foram fun- Medicina de Botucatu/Unesp, damentais para que a gradua- professor Sérgio Swain Müller, ção chegasse ao estágio em afirmou que a proposta feita pelo que está hoje. “Cada um sabe professor Saad ainda é bastano pedacinho que fez para che- te atual e disse que as persgarmos aqui. Juntos, somos pectivas são de que a ideia seja muito melhores”, enfatizou. encampada. Ele observou que Valéria Palhares, que falou o curso de Enfermagem é um em nome dos ex-alunos do cur- dos cinco melhores do Brasil, so e integrante da primeira tur- em meio a mais de 400 outros ma, lembrou que o início das em atividade. “Atingir a excelênatividades foi repleto de expec- cia é uma coisa. Mantê-la é um tativas. “Fomos acolhidos pe- desafio muito maior”, sublinhou.

Professoras que ajudaram a criar o curso se emocionaram Rosa Áurea Q. Fernandes, uma das professoras que foram convidadas pelo professor William Saad Hossne para implantar o curso de Enfermagem na FMB, disse, ao participar do descerramento da placa comemorativa aos 20 anos da graduação, estar “feliz e orgulhosa”. “Nós ajudamos a plantar a semente, mas o grande responsável é o corpo docente”, enfatizou. Já a professora Maguida Costa Stefanelli, ressaltou: “Colher frutos daquilo que a gente ajudou a pensar é muito bom. Bom saber que o curso cresceu”.

Descerramento de placa comemorativa no Departamento

Plantio de árvore também integrou as comemorações JUNHO 2009

Sessão solene (foto acima), foi marcada pela emoção nos 20 anos da Enfermagem. Equipe de docentes do departamento (foto abaixo) em imagem comemorativa


9 DISCURSOS

Pronunciamento do professor emérito Willian Saad Hossne Exmo. Sr. Diretor da Faculdade de Medicina, Prof. Sérgio Swain Müller, Exma. Sra. Vice-Diretora da Faculdade de Medicina, Profa. Silvana Artioli Schellini, em nome dos quais saúdo demais membros da mesa, prezados colegas da Medicina e, sobretudo, docentes, alunos e servidores do Curso de Enfermagem. Há 20 anos houve um parto universitário. Nasceu de certa forma, um filho temporão. Seu nascimento, porém, estava previsto, implicitamente, no projeto de criação da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, há 46 anos. A F.C.M.B.B., por sua vez resultou de uma proposta inovadora, à época. Chegavam ao Brasil, no início da década de 1960 os primeiros sinais da Revolução Molecular, iniciada na década de 1950. Um grupo de professores universitários, do qual tive a honra de participar, propôs ao governo do Estado de São Paulo, por meio da Reitoria da USP, a criação de uma unidade acadêmica que deveria integrar as áreas de biologia aplicada (medicina, odontologia, enfermagem, medicina veterinária), com a nova biologia básica, a biologia molecular. Seria um Centro de Biologia Básica e Aplicada. Na ocasião, o município de Botucatu, contando com o Hospital de Rubião Júnior e com o entusiasmo e idealismo de sua comunidade, pleiteava a criação de uma Faculdade de Medicina. A iniciativa de integração das biologias encontrou, então, acolhida na proposta de Botucatu. E, assim, ao invés de uma Faculdade de Medicina, com apenas um curso, foi criada a F.C.M.B.B. A idéia era a de criar, em novos moldes, um excelente centro universitário fora do grande eixo das metrópoles, com um corpo docente dedicado exclusivamente às atividades universitárias, e congregado em torno da integração da nova biologia. Em 22 de julho de 1962, pela lei nº. 6.860 foi instituída a F.C.M.B.B., com a finalidade de “formar profissionais nos seguintes ramos de atividade: medicina, medicina veterinária, odontologia, biologia e outros profissionais, desde que se verifiquem condições adequadas”. Já quando da instalação do curso de medicina, se percebeu que dentre estes outros profissionais, ocupava lugar de destaque e de necessidade, o curso de Enfermagem. Após a formatura das primeiras turmas de médicos, com a implantação e funcionamento do Hospital das Clínicas, tornou-se mais evidente e mais premente a necessidade de implantação da enfermagem. Assim, na década de 1970, quando no exercício da Diretoria do H.C. juntamente com vários docentes da Medicina, levanta-

mos a idéia da criação do curso; diversos fatores, contudo não permitiram obter êxito. Já na década de 1980, a idéia foi retomada e após 3 anos de estudos e tentativas, foi criado o curso de enfermagem em 30 de junho de 1988, nascido sob a Égide da inovação. Daí falar-se em filho temporão, em vista do lapso do tempo decorrido. Mas era um filho acalentado, desejado e muito bem vindo. E, ao comemorar seus 20 anos de atividade, conta o Campus de Botucatu, com um curso de enfermagem que engrandece o nosso centro universitário. Por isso, desejo neste momento saudar todas as pessoas que embalaram, cuidaram, estruturaram, ampararam e desenvolveram o novo rebento, tornando-o forte e saudável. Pessoas que fazem tudo isso e conseguem obter êxito, são pessoas, para mim, muito especiais, merecedoras do mais profundo respeito. Essas pessoas são os docentes, os servidores, os alunos, os administradores da enfermagem e os colegas da medicina. Pessoas que acreditam no que fazem, que gostam do que fazem e fazem com entusiasmo, com diligência, com idealismo e desprendimento, só podem ser pessoas especiais. Vocês, Magda Stefaneli, Maria Belém Posso, Rosa Áurea Fernandes, Adareluce Perioto, são pessoas especiais. Vocês, Rosa Ortiz, Ivanira Tardivo do Amaral, são pessoas especiais. Vocês, Maria Lúcia Sadala e Maria José Lima, primeiras docentes contratadas, são pessoas especiais. São pessoas especiais, vocês Cláudia Luppi, Magda Dell´Acqua, Maria Antonieta Carvalhaes, Maria Virgínia Fadul Alves, da leva de contratações de 1990. Vocês, Cristina Parada, Eliana Braga, Ilda de Godoy, Jairo Ayres, Janete Simonetti, Neide Bertoncelo, Sílvia Caldeira, Vera Lúcia Tonete, são pessoas especiais. Carmem Juliani, Ester Costa, Ione Correia, Leila Sarquis, Lin Yong, Marli Galvão, Sandra Olbrich, Sílvia Bocchi, Vânia Moreno, são pessoas especiais. Vocês Heloisa Berti, Eliana Fonseca, Heloisa Basseto, Maria José Trevisan, Wilza Carla Spir, Maria Alice Pereira, Maria de Lourdes Ferreira, Marli Duarte, Silvia Justina Berto e a mais recentemente chegada Silvana Andréa Lima, são pessoas especiais. Creio ser desnecessário descrever o que cada uma de vocês fez pelo curso de Enfermagem, indo desde os trabalhos de planejamento e estruturação de Magda, Belém, Rosa Áurea, Adareluce, passando pela implantação efetiva do curso com este maravilhoso corpo docente aqui nominado. Meu respeito e minha admiração.

Senhor Diretor Talvez eu devesse encerrar minha fala neste momento. Contudo, dois fatores me dão coragem a dizer mais algumas palavras. De um lado, a sua magnanimidade e amizade que me permitem tomar uma certa liberdade. De outro, a gênese, a gestação, o planejamento e sobretudo o sucesso do curso de Enfermagem, de certa forma, justificam o que vou dizer. A Enfermagem não foi concebida para ser um núcleo, um apêndice ou até mesmo um Departamento. Ela foi gestada em 1987, para ser uma unidade, a Faculdade de Enfermagem, como parte integrante de uma proposta, mais uma vez, como soe acontecer neste campus, uma proposta inovadora, ousada sim, mas suficientemente estruturada e pensada. A Unesp acabava de passar por um momento de intensa movimentação, momento este, no qual Botucatu teve papel de destaque, mais uma vez, se engajando na luta pelos ideais universitários. Estava em discussão a reforma de Estatutos, a reformulação e a inovação da universidade. Neste contexto, a Direção da Faculdade de Medicina propôs um projeto que criava a Faculdade de Enfermagem, a Faculdade de Reabilitação (com Fisioterapia, TO, Fonoaudiologia, Ortótica) e, ponto importante um Centro de Apoio às Ciências da Saúde, com a criação do “4º espaço”, um espaço novo e criativo. Não cabe no momento, tecer maiores considerações sobre esta proposta que criava também novo Hospital Universitário concebido como complexo didático-científico, assistencial, como diz a placa de sua fundação, e que transformava o atual H.C. em Centro de Recuperação da Saúde, com os cuidados paliativos que hoje, após 20 anos se tornam o tema do momento. Permita-me, porém, transcrever alguns trechos do parecer do Secretário Geral da Unesp, a respeito da proposta, em janeiro de 1988: “o projeto do Centro de Apoio às Ciências da Saúde é, sem dúvida ambicioso... propõe dedicar-se ao aprimoramento de pessoal, à formação de recursos humanos em áreas carentes ou de fronteiras, ao oferecimento de disciplinas em níveis de especialização, extensão, aperfeiçoamento e pós-graduação, à criação de grupos interdisciplinares novos, à complementação humanística e técnica, ao oferecimento e habilitações específicas. Para mais adiante, afirmar: “assim, como se vê, o projeto, se é ambicioso, também é realista” “a proposta se reveste da maior importância para a área da saúde, constituindose, por outro lado, uma experiência univer-

sitária, pioneira, a marcar a atuação da Unesp” Prossegue: “além do mais, já está na hora de a Universidade sair um pouco da monotonia de criação de cursos tradicionais. É preciso que a Universidade se agite, seja agressiva, e, acima de tudo, use a criatividade. Precisamos de propostas realmente novas e arrojadas para a solução de velhos problemas. Seria muito bom, pra a Universidade e o país, que o projeto, que ora nos traz o Diretor da Faculdade de Medicina, fosse um estímulo para novas idéias e propostas, se não tão ambiciosas, pelo menos tão criativas e inovadoras”. Veja Sr. Diretor, isto há 20 anos atrás. Vale salientar que o projeto foi aprovado pela Congregação da Medicina por unanimidade; foi aprovado pelas demais unidades do Campus de Botucatu; teve ampla receptividade no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e no Conselho Universitário. Note-se que até minuta de portaria foi redigida, criando a Faculdade de Enfermagem e o Centro. Mas, não foi criado. Por quê? Por quê? Com a palavra os ex-dirigentes institucionais. Veja a força da acomodação e do conformismo. Senhor Diretor, conheço bem seu entusiasmo, sua capacidade de visão e a sua garra para novos desafios e pra a abertura de novos horizontes., como pode ser atestado pela sua vida universitária, sempre atuando nos movimentos universitários com dignidade e sempre identificado com idéias progressistas; mesmo porque V.Sa. teve grande participação na elaboração da proposta do Centro de Apoio à Ciências da Saúde. É isto que você vem imprimindo na condição de Direitor. Por isso este é o momento adequado, com a pessoa certa. De outro lado, conheço bem a capacidade e a seriedade do trabalho do corpo docente da Enfermagem, que já formou cerca de 400 enfermeiros, implantou o mestrado há cerca de 2 anos, com 25 dissertações já defendidas, e por isso, me atrevo, com certo receito, confesso, de estar excedendo os limites que a idade impõe, me atrevo dizia eu, a fazer humildemente uma sugestão. Sei que V.Sa. está sempre receptivo e concorda comigo que um dos riscos mortais da vida universitária, é a acomodação. Por isso mesmo, sugiro que V.Sa., perdoe a ousadia, pense na possibilidade de nomear uma Comissão especial, a Comissão FMB + 10 anos, ou, se preferir, FMB+50 (comemorando o cinquentenário da instituição em 2014). Esta Comissão, constituída em sua maioria por jovens, sobretudo idealistas e não conformados e ou acomodados, deve-

ria em interação com toda a comunidade pensar na FMB para os próximos 10 anos. O momento é este, com V.Sa. na direção da Faculdade. Ouso sugerir que a Comissão analise, ao menos, para discussão os diversos pontos da proposta do Centro de Apoio às Ciências da Saúde, da Faculdade de Enfermagem e da Faculdade de Reabilitação. Mas, não só. Que aperfeiçoe, rejeite no todo ou em parte, mas que o auxilie na tarefa de Diretor, nesta caminhada que V.Sa. dirige rumo ao futuro. Qualquer que seja o resultado dos trabalhos da Comissão, sempre terá valido a pena, pois se estará lutando contra a eventual acomodação, contra os possíveis conchavos da mediocridade, e sobretudo contra os riscos da esclerose das estruturas. Ideal do qual V.Sa. participa. Afinal de contas, nascemos como núcleo Universitário, sob a égide da ousadia, da inovação, do idealismo, marcas da F.C.M.B.B. Vivemos intensamente várias revoluções” marcantes na vida Unesp e temos o direito, eu diria, a obrigação de não estagnar. O mundo mudou e muda - o século XX, nos deu 5 revoluções científicas e nos prepara mais uma: nos deu a Revolução Atômica, a Revolução Molecular, a Revolução da Comunicação, a Revolução Espacial, a Revolução Nanotecnológica e nos desafia com a Revolução Trans-humana. Não temos, por isso, o direito da acomodação morna, da acomodação na mediocridade, não temos o direito de parar, temos o dever de acompanhar e até mesmo, em certas ocasiões, de desencadear e deflagrar mudanças, mudanças baseadas no passado, porém, não presas a ele, baseadas no presente, presente que não é tido como permanente, mas fugaz e transitório, mas sobretudo voltados para o futuro, agindo com seriedade, com ética, com dignidade e que sejamos, como já somos, felizes e ouso dizer privilegiados. Minha homenagem ao Curso de Enfermagem. Minha saudação aos dirigentes desta casa. Meu respeito à comunidade do curso de Enfermagem e à comunidade do curso de Medicina.

Pronunciamento da professora Eliana Mara Braga

Prof. Dr. Sérgio Swain Müller, Diretor da Faculdade de Medicina, neste ato representando o Magnífico Reitor da UNESP, Prof. Titular Herman Jacobus Cornelis Voorwald em nome de quem saúdo toda a comunidade universitária; Dr. Antonio Luíz Caldas Junior, VicePrefeito de Botucatu, em nome de quem saúdo todas as autoridades constituídas aqui presentes; Senhor Reinaldo Mendonça Moreira, Presidente da Câmara, em nome de quem saúdo toda a comunidade botucatuense; Senhoras e Senhores, Boa Tarde! Em primeiro lugar quero agradecer a oportunidade de estar aqui neste momento, quero dizer que é uma honra representar o Conselho de Graduação em Enfermagem, bem como os docentes, alunos e ex-alunos de enfermagem desta instituição. Agradeço ao Departamento de En-

fermagem e a Diretoria Técnica Acadêmica da Faculdade de Medicina de Botucatu pela brilhante organização deste evento. Muito obrigada! Quero fazer um agradecimento especial aos funcionários técnico administrativos do Departamento de Enfermagem, da Diretoria Técnica Acadêmica e a Secretaria da Coordenação de Enfermagem – Vocês são parte importante desta comemoração e sei que sempre trabalharam muito e torceram para pudéssemos comemorar neste dia. Muito obrigada! É, vinte anos se passaram.... Nem em meus melhores sonhos imaginei que eu estivesse falando a vocês neste momento...muitas vezes pensei nos momentos iniciais do nosso curso, no Professor Saad argumentando esta criação na congregação... já ouvi muitas histórias sobre este momento, não sei ao certo como tudo aconteceu, mas sei que esta atitude mudou muitas vidas, muitos destinos e quero demonstrar meus mais sinceros agradecimentos ao Professor Saad pela oportunidade que tivemos. Muito obrigada! Muitos de nós participaram de cada dia destes vinte anos. Temos hoje um tempo para pensar no que fizemos, no que aprendemos e no que ainda temos que fazer e aprender para continuar nos caminhos do ensino com qualidade. Sem dúvida, é um momento de reflexão...de pensar na vida profissional, na vida pessoal, nas alegrias, nas dificuldades, nos desafios... tudo fez parte deste tempo...neste tempo começamos e estruturamos nossas famílias, nos apaixo-

namos pelo nosso trabalho, pela assistência em saúde, pelo ensino, pela vida, pelas histórias, quantas histórias... Aprendemos juntos a conviver, a cuidar, dos alunos, dos pacientes, dos amigos, dos nossos filhos. Foram muitas emoções que nos mobilizaram e nos fizeram crescer... porisso temos tanto a agradecer, tanto a comemorar... Podemos dizer que temos uma trajetória de sucesso e sucesso não se consegue sozinho; grupos bem estruturados sempre têm muito a agradecer... Portanto agradecemos a Faculdade de Medicina de Botucatu, que, representada por seus diretores, sempre nos ouviu, nos apoiou e nos permitiu mostrar nossas possibilidades de crescimento; ao Hospital das Clínicas, Centro de Saúde Escola, Hospital Estadual de Bauru, Hospital Cantídeo, Prefeitura Municipal de Botucatu -Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu, enfim, tantos locais que nos permitiram aprender e ensinar a prática da assistência em saúde e, que deste modo contribuíram imensamente para os níveis de excelência alcançados por nosso curso. Na busca da qualidade, acreditamos e trabalhamos muito; fomos um grupo forte e sempre que precisamos alçar vôo, tivemos os mesmos objetivos,. Conseguimos muito acreditando nas relações, no diálogo, no compromisso, no cuidado ético, no trabalho em grupo de alunos e docentes para a busca da competência, sempre compreendendo nossa profissão como uma profissão de relações e no ensino de enfermagem como promotor de saúde da população.

Nesta visão, temos uma nova estrutura curricular desde o ano de 2006 que já está sendo avaliado e com perspectivas de mudanças, pois a partir de 2010 os Cursos de Graduação em Enfermagem terão duração de cinco anos. Os docentes se capacitaram, investiram em projetos de pesquisa, iniciação científica, extensão universitária, especializações, residência e pós-graduação e grupos de pesquisa, deste modo, a produção científica em nível nacional e internacional apresenta aumento considerável nestes vinte anos. Nossos alunos participam ativamente destas atividades e recebem incentivos por meio de bolsas provenientes de pesquisas, além disso, participam de diversas ligas de saúde desta instituição e monitorias. Atuam com sua organização estudantil, o Centro Acadêmico de Enfermagem - em diálogo constante com o Conselho de Curso. Buscamos parcerias com projetos do Ministério da Saúde, fomos tutores destes projetos na formação pedagógica de enfermeiros, facilitadores, gestores, ativadores de mudanças do ensino de graduação e, mais recentemente, ingressamos no Pró-saúde, um projeto que nos permite capacitar o grupo de docentes para avaliar o ensino de graduação e promover as mudanças que o grupo julgar necessárias. Posso dizer que somos flexíveis, que queremos continuar discutindo, pensando e encontrando os melhores caminhos para a melhoria de saúde das pessoas. Também buscamos integrar a formação em saúde, compartilhar experiênci-

as em grupo na comunidade - medicina e enfermagem- idealizando profissionais de saúde que trabalham e compartilham, verdadeiramente, a assistência. Participamos da formação de mais de 300 alunos, desde a primeira turmaformada em 1992. Temos contato on-line com todos; uma avaliação anual que nos permite acompanhar suas carreiras; muitos deles estão aqui presentes hoje e é uma alegria recebê-los; muitos são nossos colegas de trabalho no dia-a-dia, temos oportunidades de realizar pesquisas, compartilhar experiências e vê-los crescer. Uma satisfação que só um educador conhece! Fomos avaliados por órgãos avaliadores externos e nos últimos cinco anos recebemos nota máxima. Estamos entre as cinco melhores universidades deste país, podemos comemorar, mas temos muito a realizar...nossas perspectivas são o compromisso em manter esta qualidade e, tornar realidade o sonho de ser uma Faculdade de Enfermagem. Gostaria de finalizar deixando a mensagem que ficou na minha mente ao lembrar da nossa trajetória nestes vinte anos: “Devemos sempre lembrar que fomos muito melhores quando estivemos juntos! Sei que somos melhores quando somos um grupo! Muito obrigada e Parabéns a todos! Eliana Mara Braga

JUNHO 2009


10 RECONHECIMENTO

Prof. Montelli cede nome ao Núcleo de Infecção Hospitalar Um dos professores pioneiros e que ajudaram na consolidação da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), embrião da atual FMB- Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp-, Augusto Cezar Montelli, foi homenageado pelo Hospital das Clínicas (HC) ao emprestar seu nome ao Núcleo de Infecção Hospitalar. O evento teve a presença de autoridades da faculdade, como o diretor Sérgio Swain Müller e o superintendente do HC e seu vice, Antônio Rugolo Júnior e Celso Viera Souza Leite, respectivamente; além do presidente da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), Pasqual Barretti. Docentes, médicos, servidores e familiares também acompanharam a homenagem. “Prof. Montelli é um dos pioneiros de nossa faculdade e hospital. Além de sua dedicação como profissional, também foi responsável, por vários anos, pela Comissão de Infecção Hospitalar do HC. Dedicar o nome do núcleo a ele é o reconhecimento de seu trabalho”, declarou o superintendente do hospital, Antônio Rugolo Júnior. O Núcleo de Controle de Infec-

ção Hospitalar é vinculado à CPCIH (Comissão Permanente de Controle de Infecção Hospitalar) do HC, entidade com característica multidisciplinar, que atua na vigilância epidemiológica das infecções hospitalares e do uso de antimicrobianos (antibióticos e quimioterápicos), treinando e reciclando a equipe de saúde, sugerindo condutas terapêuticas para pacientes infectados, além da implantação de medidas de isolamento e precauções. Em seu discurso, o homenageado ressaltou toda a luta pela consolidação da instituição como pólo de ensino, mas também todo o crescimento e estruturação de seu Hospital das Clínicas. Também enfatizou a importância do trabalho da CPCIH na prevenção e vigilância contínua contra a ocorrência de casos relativos à infecção hospitalar. “Mesmo atuando como professor, sempre tive uma relação forte com o HC. Quando não havia a comissão constituída, tivemos essa iniciativa para ocorrer o controle de infecções dentro do hospital, sendo que em 1983, o prof. (Domingos Alves) Meira (então diretor da FMB), oficializou este trabalho, quando fiquei como seu presidente durante anos”, declara Montelli.

Montelli é, desde abril, professor emérito da FMB/Unesp

DR. MONTELLI ATENDEU PRIMEIRO PACIENTE DO HC Augusto Cezar Montelli possui graduação em medicina pela Universidade de São Paulo (1963), doutorado pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (1972), pós-doutorado pelo Hospital Infantil do México (1975), pós-doutorado pelo Instituto de Nutrición de Centro America Y Panamá (1975) e residência médica pela USP. Atuou como professor titular da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, sendo um dos primeiros docentes da instituição e esteve vinculado ao Departamento de Clínica Médica. Também foi o médico responsável pelo atendimento ao primeiro paciente do Hospital das Clínicas, na década de 1960.

Vereadores e representantes do Hospital das Clínicas durante homenagem na Câmara

RECONHECIMENTO

Equipe de transplante renal recebe homenagem da Câmara de Botucatu O Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), recebeu, dia 6 de abril, moção honrosa da Câmara Municipal de Botucatu (238 km de São Paulo), pelos resultados obtidos em 2008 nas cirurgias de transplantes renais. Desde 1987 o HC realiza este tipo de procedimento. A iniciativa da homenagem foi da Ong (Organização Não-Governamental) Doe Vida. Na ocasião foi apresentada uma moção de congratulações, de autoria do vereador Dr. Bittar (PCdoB), e aprovada por unanimidade pelos parlamentares da Casa. A Dra. Maria Fernanda Carvalho, chefe da equipe de transplantes renais recebeu a condecoração. Estiveram presentes ao evento os médicos José Carlos Trindade Filho, André Luiz Balbi, Roberto Jorge da Silva Franco, Hamilton Yamamoto, Paulo Kanawa e Luís Gustavo Modelli Andrade. Representante da Ong Doe Vida, a aposentada Ângela de

SEGURANÇA

Vigilância do campus tem reforço em sua frota Com a aquisição de duas motos e incorporação de um automóvel, a vigilância do campus da Unesp de Rubião Júnior recebe importante reforço em sua frota de veículos. Antes equipada com apenas uma viatura, a seção responsável pelo auxílio na segurança local passará a contar com quatro veículos para deslocamento de sua equipe. Em abril, entraram em operação duas motos Sundown 200 cc, que devem auxiliar na ronda dos mais de cinco quilômetros de extensão viária do campus, segundo o responsável pelo setor de vigilância, Adauto Destro. “A ideia é que estes veículos auxiliem na segurança, já que oferecem acesso facilitado aos diferentes pontos das unidades instaladas no campus (Faculdades de Medicina, Medicina Veterinária e Zootecnia e Instituto de Biociências)”, declara. Para ele, a utilização das motos deve traJUNHO 2009

zer como benefícios, praticidade e economia. Uma ronda pela extensão total do campus leva, em média, uma hora para ser concluída. Com estes veículos, espera-se que o mesmo trajeto seja realizado em menor tempo. A Administração Geral do campus investiu R$ 20 mil na aquisição das motocicletas. Destro explica que serão destacados três agentes de vigilância e recepção para o uso das motos, que passarão por um curso de direção defensiva oferecido pela fabricante. Além disso, uma Parati, utilizada anteriormente pela zeladoria deve ser incorporada para a frota da vigilância. A expectativa é de que nas próximas semanas o veículo venha a substituir a atual viatura nas funções diárias da seção.

Novas viaturas auxiliarão trabalho de vigilância no câmpus

Oliveira, 48, ressaltou em discurso na tribuna livre da Câmara, a referência regional que o HC tem em captação e transplante de órgãos e tecidos. “Temos um hospital sendo referência na realização destes transplantes no Estado e os resultados obtidos no ano passado merecem ser comemorados”, ressaltou. Ela, que conviveu com insuficiência renal por uma década e conseguiu no marido o doador compatível, também relatou da importância a conscientização sobre a doação de

Com 48 procedimentos, HC torna-se referência no Estado de SP em transplantes renais órgãos e tecidos. Em 2008, o Hospital das Clínicas realizou 48 transplantes, sendo 24 doadores vivos e 24 falecidos. Os dados, fornecidos pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), garantiram que o HC fosse a unidade pública

de saúde que mais procedimentos deste tipo realizou no interior do Estado. Os números obtidos no ano passado fazem do HC uma referência no interior paulista. Em quantidades absolutas, a unidade vinculada à FMB fica atrás apenas da Unicamp (87 transplantes). Teve transplantes superiores aos realizados pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP (47) e Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (37). Em todo o país aconteceram 5373 transplantes de rim, enquanto que em São Paulo foram 1501. “Nossos números cresceram sistematicamente. A superintendência do hospital tem estimulado esse aumento no número de cirurgias e a própria Secretaria de Estado da Saúde tem feito um trabalho minucioso que visa a conscientização das pessoas, o que resulta também no aumento dos transplantes”, declarou Dra. Maria Fernanda. “Nossa expectativa é que este ano ultrapassemos 60 cirurgias deste tipo”, complementou a médica.


11 ASSISTÊNCIA

FMB realiza mais de 2.800 atendimentos no ‘Ação Global’ Voltado para o atendimento à tiva é que 620 pessoas tenham população na saúde, direito, passado pelo estande da OPO. educação e prevenção, a edição O Serviço de Nefrologia do 2009 do Ação Global, realizada HC, que teve como represendia 9 de maio, em Botucatu, reutantes docentes e alunos do niu mais de 20 mil pessoas, conDepartamento de Clínica Médiforme previsão da organização. ca, atendeu mais de 500 pesA Faculdade de Medicina de Bosoas com informações sobre tucatu/Unesp (FMB), integrou a as Doenças Renais Crônicas. rede de entidades participantes As Ligas Acadêmicas Estudane ofereceu serviços como exatis também prestaram orientames de pressão arterial (PA), coções de saúde à população. lesterol, glicemia, creatina e IMC No entanto, um dos estandes (Índice de Massa Corporal) e orimais procurados do evento foi o entação sobre qualidade de vida. coordenado pelo Departamento A participação da instituição de Enfermagem da FMB. Mais de envolveu estudantes do curso de 1.700 pessoas receberam, no loEnfermagem e o Serviço de Necal, diversos serviços como exafrologia do mes de Pressão ArHC (Hospital colesterol e Ação Global envolveu terial, das Clíniglicemia. Os casos entidades locais. cas), além da onde eram constataOPO (Organidas alterações foFMB participou com zação de encaminhados prestação de serviços ram Procura de para orientação méÓrgãos) e dica e nutricional. Hemocentro, ambos com divulDe acordo com a professora gação de serviços prestados. Sílvia Maria Caldeira, responsáDurante o evento, a OPO (Orvel pela Enfermagem no Ação Gloganização de Procura por Órbal, as atividades desenvolvidas gãos), representada por Paulo pela FMB proporcionaram aos Alencar Pompiani, divulgou aos alunos experiência em prática de presentes sobre a existência da atendimento à população, além de unidade, vinculada ao Hospital aproximar os serviços oferecidos das Clínicas (HC) da Faculdade pelo HC à população. “Essa expede Medicina de Botucatu/Unesp riência foi rica para os alunos em (FMB), além de pesquisa para aprendizado para o atendimento que as pessoas assinalassem ao público e prestação de servise conheciam ou não o órgão. A ços. A população ainda carece de entidade teve o apoio do superininformação para melhoria da quatendente de integração do Sesi, lidade de vida”, frisou a docente. José Felício Castelhano. A estima-

FMB realizou prestação de serviços com exames e ações educativas em várias áreas da saúde

SEGURANÇA

“Prevenção” ganha ainda mais força na FMB e HC com formação de Brigada de Incêndio

INTERAÇÃO

Cipas da FMB e Famesp visitam Associação do Bem-Estar No dia 08 de abril, as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), visitaram as instalações da Associação do Bem Estar (Abem), como parte de sua programação mensal. Conheceram os trabalhos feitos pela entidade com a comunidade, principalmente entre os jovens e os idosos. Os representantes das Cipas da

FMB e da Famesp foram recepcionadas pela direção da Abem, pelo Diretor Industrial da Moldmix, Edson Victoriano e também por um coral de crianças atendidas pela instituição. Através dessa visita, os integrantes das comissões puderam verificar na prática, como funciona um projeto voltado à qualidade de vida e cidadania para comunidades carentes. As duas comissões passaram, em maio, por processo eletivo para a composição de suas novas chapas que terão mandato de um ano.

Cipas conheceram o trabalho desenvolvido pela entidade

Servidor especializado atuará com equipamentos contra o fogo Sessenta pessoas concluiram o curso de “Brigadista de Incêndio” promovido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e Hospital das Clínicas (HC), ministrado pelo Senai (Serviço Nacional da Indústria) de Botucatu e articulado pelo GTDRH Grupo Técnico de Desenvolvimento de Recursos Humanos . A equipe de brigadistas é composta por 40 colaboradores da Unesp/Famesp e 20 da empresa Centro Saneamento e Serviços Avançados Ltda. “A prevenção é meta prioritária da Brigada, por ser fundamental para evitarmos a ocorrência de um sinistro com potencial de perdas humanas e materiais”, afirma o superintendente do HC, professor Antônio Rugolo Junior, que no encerramento do treinamento da 1ª Turma, entregou aos brigadistas um botton de identificação.

Segundo o diretor da FMB, professor Sérgio Swain Müller, a formação da Brigada, além de atender às exigências Legais de âmbito Federal e Estadual e Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros de São Paulo, representou o cumprimento de uma das metas prioritárias da administração da FM e do HC. Foram estudados pelos brigadistas temas como: teoria do fogo, classificação de incêndios, métodos de extinção, agentes extintores, medidas de prevenção, inspeção e abandono de instalações, norma regulamentadora e primeiros socorros. Também foram executados exer-

cícios de ressucitação e combate e extinção de incêndio em local preparado nas instalações do Senai. O projeto piloto desenvolvido abrange, em seu estágio inicial, 17 áreas localizadas no piso térreo, 14 áreas do 1º pavimento e quatro áreas do 2º pavimento do prédio principal utilizado pela FM e HC, além de todas as áreas dos diversos pavimentos dos Anexos de Ensino Verde e Azul. Veja as áreas instalações que fazem parte do projeto piloto de prevenção a incêndio, em box nesta página. A Brigada se reunirá, no mínimo, uma vez ao mês para avaliação dos trabalhos desenvolvidos e iniciará, em junho de 2009 , ciclo permanente de inspeções em todas as áreas do projeto piloto para identificar condições inseguras, propondo as sugestões de correção e melhorias. Outro avanço na área de prevenção de incêndio é a designação específica de um técnico de segurança patrimonial da Assessoria de Segurança da FM/HC, para atuar em conjunto com a brigada nas atividades de prevenção. Esse profissional, com formação anterior pelo Corpo de Bombeiros, atuará uniformizado e dispõe de equipamentos especializados de proteção individual e de resgate em incêndios, que foram adquiridos pela FM/HC. O investimento foi de R$ 20 mil. “Essa etapa inicial de prevenção a incêndio mostra a permanente busca da humanização do HC”, afirma o professor Celso Leite, vice-superintendente do Hospital das Clínicas, que também participou da solenidade de encerramento do treinamento da 2ª Turma de brigadistas. O assessor de segurança da FM/ HC, Flávio Uchoa, diz considerar esse um dos mais gratificantes momentos da atuação da área, pois esse projeto tem como foco principal preservar vidas. “Contamos com o apoio e estímulo integral da Direção da FM e Superintendência do HC”, destaca.

Brigada busca voluntários A brigada de incêndio conta com um banco de dados dos seus componentes e está em permanente captação de voluntários. Os interessados em fazer parte do grupo devem enviar um e-mail para aseg@fmb.unesp.br , com o assunto: “Quero ser brigadista de incêndio, voluntário”, ou ligue 3811-6556. JUNHO 2009


12 EXTENSÃO

Inserção social pela reciclagem Milhares de histórias estão imortalizadas no papel, invenção que mudou o cotidiano da humanidade e que modifica agora o destino de mais de 80 crianças de 7 a 15 anos. Através da reciclagem, o projeto “Preservando o Futuro”, oferece oportunidade educacional e social a moradores de Rubião Júnior, distrito de Botucatu. Criado a partir de uma iniciativa da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), onde o papel descartado era comercializado, o projeto foi oficializado em 2001 e oferece inserção social e melhoria no desempenho escolar das crianças atendidas. Atualmente, o “Preservando o Futuro” tem suas instalações no distrito de Rubião Júnior, próximo ao campus da Unesp de Botucatu e recebe as crianças em dois períodos, sempre complementares ao horário escolar. O projeto tem o apoio da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), da Pró-Reitoria de Extensão da Unesp, Faculdade de Medicina de Botucatu, Prefeitura Municipal e Ação da Cidadania. O “Preservando o Futuro” oferece aulas de informática, educação física, artes marciais, oficinas de reciclagem e dança. Um dos cursos mais procurados pelas crianças é o ‘break’, estilo de dan-

ça com origem no hip-hop. Atualmente, duas educadoras e seis monitores dão o suporte para as atividades. Boa parte do trabalho é financiada pela venda de papel produzido na faculdade para reciclagem.

Projeto oferece aulas de informática, educação física, artes marciais e oficinas de reciclagem A assistente social da Ação da Cidadania, uma das parceiras do projeto, Márcia Cordeiro de Barros, ressalta que, além das atividades realizadas no projeto, as crianças também têm acompanhamento do desempenho escolar e social. “Caso haja algum problema, verificamos com a família e tentamos auxiliar da melhor forma possível”, declara. Ela explica que um dos requisitos para que as crianças participem do projeto é que estejam matriculadas em escolas. Ex-ouvidora do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à FMB, e uma das idealizadoras do projeto, Isabel Conti ressalta que a reciclagem é apenas um dos aspectos trabalhados com as crianças. O foco principal é oferecer oportunidade de conhecimento e convívio com outras crianças da comunidade. “A partir do momen-

to que a criança aprende a reciclar, traz com ela uma perspectiva de melhora, não só o meioambiente em que vive, mas também passa a ter nova visão social”, declara. Uma das novidades será o acompanhamento de saúde, com a inclusão de uma bolsista do curso de Enfermagem da FMB, que auxiliará na educação em higiene, entre outras atividades. Resultados obtidos pelo projeto fazem com que os coordenadores celebrem o sucesso do “Preservando o futuro”. Duas jovens assistidas são atualmente universitárias na própria Unesp. Uma das modelos mais requisitadas internacionalmente, Camila Finn, também passou pelo projeto.

Projeto “Preservando o Futuro”, além do cunho social também oferece às crianças de Rubião Júnior noções de preservação do Meio Ambiente

ALERTA

agenda FMB

Em Botucatu, 13% dos estudantes consomem álcool em níveis de risco

18/06/2009 - EVENTO X CURSO CONTINUADO DE VIDEOCIRURGIA DE ESÔFAGO E VESÍCULA BILIAR E III CURSO AVANÇADO EM VIDEOCIRURGIA DE FÍGADO Local: Anfiteatro da Patologia Horário: 7 horas

FOTO AGÊNCIA BRASIL

Parte de um projeto de pesquisas sobre o estilo de vida e o consumo de álcool e drogas dos estudantes das escolas de Botucatu, um levantamento feito em 2008 com estudantes dos ensinos fundamental e médio, mostrou que, em média, 40% dos alunos do ensino médio são consumidores regulares de bebidas alcoólicas, sendo que 13% deles já estão bebendo numa faixa de risco. Mostrou ainda que 7% desses estudantes já consumiram algum tipo de outra droga, alguma vez na vida. Segundo a docente do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Florence Kêrr Correa, coordenadora do estudo junto com professor José Manoel Bertolote, apesar de preocupantes, essas taxas são inferiores aos índices médios de outros estudos nacionais. Dando continuidade a este projeto, será iniciada nas próximas semanas uma nova fase, com financiamento do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e do Ministério da Saúde. “Nesta etapa, nos concentraremos apenas nos alunos do curso médio, e o objetivo será o de identificar problemas associados ao uso inadequado de álcool, numa abordagem preventiva. A intenção é ajudar os estudantes a identificar padrões nocivos de ingestão de álcool e as melhores estratégias para prevenir ou JUNHO 2009

19/06/2009 - DEFESA DE TESE LAERCIO MARTINS DE STEFANO “ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO E DESFECHOS CLÍNICOS EM PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANA AGUDA EM CLASSE FUNCIONAL DE KILLIP I OU II” Local: Auditório Marco Aurélio - Depto. de Clínica Médica da FM de Botucatu Horário: 14 horas 20/06/2009 - EVENTO MANEJO CLÍNICO E PROMOÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO Local: Casa do Servidor - Sala 9 Horário: 8 horas

Estudo apontou crescente consumo de álcool entre estudantes retificar tais padrões, por meio de uma abordagem de intervenção breve”, observa a docente. Todos os alunos do curso médio serão convidados a participar, mas haverá um sorteio ao acaso para definir os que participarão. Inicialmente, será aplicado um curto questionário para triagem inicial de duração inferior a cinco minutos, para seleção dos participantes. Os selecionados serão submetidos a uma primeira sessão de avaliação e informação, de duração média de 30 minutos. Após 15 a 20 dias, haverá uma sessão adicional de informação e avaliação. Haverá dois contatos de seguimento e reforço, seis e doze meses após a segunda sessão. Todas as informações obtidas serão tratadas como sigilosas. As respostas dadas pelos alunos não serão divulgadas, de tal forma que nenhum deles poderá ser identificado. A

participação de cada aluno será condicional à assinatura de um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, assinado tanto pelos pais ou responsáveis quanto pelo próprio aluno. Qualquer dúvida sobre qualquer aspecto deste trabalho poderá ser esclarecida, nos horários comerciais, pelo telefone (14) 3811-6260 (Nathalia, Sandra, Dra. Maria Odete, Dr. José Manoel e Dra Florence) ou 14-38116338 (Alayde), ou no site www.viverbem. fmb.unesp.br que contém, também, informações sobre o assunto. Espera-se que os resultados deste novo estudo possam ajudar as autoridades locais a melhor orientar as políticas e estratégias visando a prevenção e controle do consumo de substâncias por escolares.

25/06/2009 - DEFESA DE TESE NELLY LOPES DE MORAES GIL “QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS INFECTADOS PELO HIV COM OU SEM TRATAMENTO ANTI-RETROVIRAL” Local: Solário do Departamento de Doenças Tropicais - FMB - UNESP Horário: 9 horas 03/07/2009 - DEFESA DE TESE ELINE DE ALMEIDA SORIANO “EFEITOS DO USO DE RETINÓIDE SINTÉTICO NO CORAÇÃO DE ADOLESCENTES E JOVENS EM TRATAMENTO DE ACNE” Local: Salão Nobre - FMB - UNESP Horário: 9 horas 21 A 23/08/2009 - EVENTO I ENCONTRO DE PESQUISA CLINICA DA FMB Local: Hotel Colina Verde- Águas de São Pedro Horário: 8 horas 17/09/2009 - EVENTO 18º CONGRESSO MÉDICO ACADÊMIO DE BOTUCATU Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas 03/12/2009 - EVENTO V ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FMB Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas

Informações detalhadas no site www.fmb.unesp.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.