Jornal da FMB nº 14

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Mudanças curriculares voltam às discussões Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu novo debate sobre o tema. Reformas feitas pela USP e Unicamp foram analisadas. Corpo docente e discente da FMB expuseram sugestões e avaliações. Página 5

Cerimônia comemora posse da nova diretoria clínica do HC Os médicos André Luis Balbi e Marcone Sobreira assumiram oficialmente, dia 19 de junho, o comando da Direção Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) pelos próximos dois anos. Dra. Sumaia Inaty Smaira, diretora clínica cessante, comemorou, na oportunida-

Departamentos da FMB sob nova chefia Página 4

de, a realização o ato de transmissão, já que até pouco tempo o HC não contava com uma Diretoria Clínica. Ela também agradeceu aos médicos Dr. Carlos Antônio Caramori e Celso Vieira Souza Leite, que foram os primeiros diretor clínico e vice, quando os cargos foram criados. Página 3

Prof. Rugolo avalia 4 anos de sua gestão Páginas 6 e 7

HC realiza primeira cirurgia vascular vídeo-assistida do País Página 9

André Balbi e Marcone Sobreira são os novos responsáveis pela área médica do Hospital das Clínicas

Comunidade volta a debater autarquização

Prof. Cicogna anuncia sua aposentadoria

Em reunião extaordinária aberta da Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), voltou a ser discutida, dia 31 de julho, a possibilidade de autarquização do Hospital das Clínicas/ Unesp (HC), ou seja, sua vinculação à Secretaria de Estado da Saúde. Para explicar sobre os aspectos jurídicos da mudança, foi convidado o assessor jurídico da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), Dr. Arcênio Rodrigues da Silva. Página 11

Após quatro décadas de dedicação à famosa arte de ensinar, o professor Antônio Carlos Cicogna, docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) encerrou oficialmente suas atividades e anunciou a aposentadoria. Vários amigos e alunos do cardiologista compareceram à sua despedida, dia 3 de julho, para prestigiar a saída do médico. Página 10

Retorno às aulas é adiado pela FMB/Unesp

Página 6 Feira da Saúde, promovida por alunos da FMB/Unesp levou serviços à comunidade. Página 8

Novo asfalto traz melhorias para o campus

Em conformidade com recomendação da Secretaria de Estado da Saúde à Secretaria de Estado de Ensino Superior e à reitoria da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a Faculdade de Medicina de Botucatu adiou sua volta às aulas. A decisão, ratificada pela portaria nº 368 do diretor da FMB, foi tomada como precaução ao vírus Influenza A (H1N1), também denominado de ‘nova gripe’ e sua transmissão sustentada em território brasileiro. Página 12

Prof. Curcelli apresenta planos para o HC/Unesp Página 3

Asfalto também contemplou parte frontal do prédio da FMB e HC

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, em diversos pontos de seu câmpus, recape asfáltico. O investimento para a compra da massa asfáltica foi de R$ 102 mil e realizado de forma conjunta entre a FMB e o Hospital das Clínicas. A Prefeitura de Botucatu cedeu maquinário e mão-de-obra. Foram utilizadas para este trabalho 450 toneladas de massa asfáltica. Página 10

Prof. Cicogna faz parte de grupo pioneiro da FMB

Revisteca do HC: 7 mil visitas em um ano Página 10


2 CONGREGAÇÃO

DISCURSOS/ CERIMÔNIA DE POSSE DIREÇÃO CLÍNICA HC

Informes da reunião da Congregação realizada dia 3 de julho de 2009 1) No início da reunião, o Prof.Dr. Spadella, representante dos Livre-docentes, solicitou que fosse retirado da ordem do dia o assunto “Proposta para alteração da portaria que estabelece normas para distribuição de cargos de professor titular na FMB às sugestões dos professores adjuntos e dos departamentos”. A razão para tal seria a necessidade de maior reflexão da nova proposta pelos seus pares. 2) Foi aprovada a proposta do Conselho de Curso para que algumas competências que possuem a Congregação como órgão deliberativo, passe a tê-lo no próprio Conselho, o que foi aprovado. As competências são: relatórios de Monitoria, Plano de Ensino, Grade Horária, Aproveitamento de Estudos, Estágio Curricular Optativo cursado fora da FMB. 3) O Conselho Gestor de Tecnologias da Informação, presidido pela Dra. Denise Zornoff, trouxe para apreciação uma proposta de portaria para regulamentar o uso de roteadores e dispositivos fixos e móveis sem fio no âmbito da FMB, HC, Famesp e Unidades vinculadas. O documento estabelece e regulamenta o uso destes equipamentos na Unidade, havendo necessidade de se dar amplo conhecimento do mesmo para a Comunidade, uma vez que desde a escolha, aquisição, instalação e funcionamento dos mesmos serão agora regidos pela Portaria. 4) Foi indicada a Prof a Dra.Jussara Marcondes Machado em substituição do Prof. Dr. Paulo Silvares (vencimento de mandato) para substituições eventuais do Diretor, quando da impossibilidade da vice-diretora e do Superintendente.

5) A Profa Dra Marina Politi foi indicada como representante da Congregação junto a Comissão Permanente de Pesquisa, em substituição do Prof. Dr. Roberto Jorge da Silva Franco (vencimento de mandato). 6) Foi designada a Profa Dra Silvana A Schellini como representante da Congregação para atuar junto ao Grupo de Apoio a Pesquisa (GAP), em substituição ao Prof. Dr. Carlos Fortaleza (vencimento de mandato). 7) Convênio Fatec/Unesp – foi aprovado o 1º Termo Aditivo ao convênio de cooperação acadêmica que entre si celebram a Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” por intermédio da Faculdade de Medicina de Botucatu, com interveniência da Famesp e o Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”, para estruturação e implantação do curso de Tecnologia em Radiologia ministrado pela Faculdade de Tecnologia de Botucatu. Este termo aditivo se refere às atividades que serão desenvolvidas neste segundo semestre. 8) Solicitação da Universidade do Sagrado Coração – Bauru para estabelecimento de Convênio FMB/USC para fornecimento de estágio curricular em Laboratório Clínico para alunas da USC. Foi aprovado o estágio de seis meses para duas alunas. Há tempo este assunto vem suscitando discussões a respeito do oferecimento de estágios curriculares para instituições de ensino que são particulares, culminando agora na proposta da Congregação de que sejam revistas as normas de concessão dos mesmos por uma Comissão que deve ser indicada pelo Diretor.

agenda FMB 10/08/2009 - EVENTO I JORNADA DE ANESTESIOLOGIA E DOR DA LIGA DE ANESTESIOLOGIA, DOR E CUIDADOS PALIATIVOS Local: Salão Nobre da FMB Horário: não informado 13/08/2009 - EVENTO ATUALIZAÇÃO EM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS Local: Hotel Primar Horário: não informado 14/08/2009 - EVENTO 1º EXPO-EXTENSÃO UNESP BOTUCATU Local: Faculdade de Ciências Agronômicas UNESP Horário: 8 horas 15/08/2009 - EVENTO III WORKSHOP DE MEDICINA Local: Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: não divulgado 17/08/2009 - EVENTO II CURSO DE ATUALIZAÇÃO CIENTÍFICA Local: Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: não divulgado 18/08/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DANUSA DE ALMEIDA MACHADO QUALIDADE DE VIDA E MORBIDADE PSICOLÓGICA DE PACIENTES PORTADORES DE HEPATITE C EM TRATAMENTO COM INTERFERON PEGUILADO E RIBAVIRINA Orientador: Profª. Drª. Ana Teresa de Abreu R Cerqueira Local: Anfiteatro do Depto. de Saúde Pública - FM de Botucatu - UNESP Horário: 10 horas 20/08/2009 - DEFESA DE TESE MARTA FRANCIS BENEVIDES REHME O HIPERANDROGENISMO INFLUENCIA NO DESENVOLVIMENTO DE SÍNDROME METABÓLICA EM PACIENTES COM SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS? Orientador: Profª. Drª. Anaglória Pontes Local: Anfiteatro Marcello Fabiano de Franco - FM de Botucatu - UNESP Horário: 14 horas 21 A 23/08/2009 - EVENTO I ENCONTRO DE PESQUISA CLINICA DA FMB Local: Hotel Colina Verde- Águas de São Pedro Horário: 8 horas 17/09/2009 - EVENTO 18º CONGRESSO MÉDICO ACADÊMICO DE BOTUCATU Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas 19/09/2009 - EVENTO MEDICINA COMPLEMENTAR Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas 19/09/2009 - EVENTO VI BIENAL DE ENFERMAGEM Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 19 horas 03/12/2009 - EVENTO V ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FMB Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas

Informações detalhadas no site www.fmb.unesp.br JULHO 2009

Pronunciamento de posse do Dr. André Luís Balbi

Boa tarde a todos, médicos ou não, amigos. Em primeiro lugar gostaria de fazer um agradecimento aos colegas que nos elegeram. Participamos de um processo democrático, onde houve ampla manifestação de nosso corpo clínico, valorizado pela participação de nossos colegas com os quais disputamos este cargo. Também gostaria de agradecer a todos pelas palavras de apoio neste período. O que mais ouvimos foram expressões de incentivo, tais como “vocês são loucos”. Mas, afinal de contas, o que nos levou a participar deste processo? Antes de tentar explicar, gostaria de abrir um parênteses e me apresentar. Sou médico há 21 anos, formado nesta Faculdade e nefrologista há 18 anos. Meu modelo de médico e profissional foi (e é) a profa Dinah Borges de Almeida. Há 16 anos participo de uma disciplina forte, que é a nefrologia, ligada a um departamento atuante, que é a Clínica Médica. Trabalho com uma equipe de médicos muito comprometida com a qualidade da assistência e que se destaca pela competência e dedicação aos nossos pacientes, que é o grupo da diálise (Dr Pasqual, Dra Jacqueline, Dr Cuadrado, Dra Daniela e Dr João Henrique). Fui responsável por esta Unidade nos últimos 4 anos, período em que aprendi muito. Tenho atividades com alunos, residentes e pós graduandos que me renovam a cada dia. Fui um dos fundadores e primeiro presidente da Associação dos Médicos Contratados do HC, motivo de or-

gulho que sempre destaco. Sou casado com uma profissional e pessoa brilhante, a Profa Kika, e tenho 2 filhos, que admiro e amo: Henrique e Guilherme. Voltando ao início, por que então participamos deste processo? A principal resposta está no resultado das eleições: sentimos a necessidade de mudanças e elas passam não apenas por mudanças de nomes, mas sim de atitudes e de comprometimento. Pela primeira vez esta Diretoria Clínica será ocupada por médicos cujo principal vínculo com a Instituição não é a docência. E isto representa um grande avanço. Somos docentes, contratados ou residentes, mas acima de tudo somos médicos. E há entre nós muitos médicos competentes e dispostos a colaborar. E precisamos desta colaboração. Precisamos de um corpo clínico amadurecido, mas não envelhecido. Precisamos de virtudes e não de vícios, de propostas e não de acomodamento. Precisamos ser organizados. Precisamos procurar as boas condições de trabalho e com isto, encontrarmos uma melhor remuneração. Precisamos lembrar sempre que trabalhamos em função de nossos pacientes e que sem eles não haveria porque estarmos aqui. Por isto não podemos ter medo de mostrar o que fazemos de fato, sermos avaliados, comparados e cobrados. Somente desta forma saberemos nossas reais competências. Entendo a Diretoria Clínica como um dos pilares do HC que precisa ser fortalecido. E através de seu fortalecimento seremos todos mais fortes. Não vejo como falar de corpo clínico estabelecendo diferenças entre os médicos ou misturando o HC com a Faculdade. Não vejo como fortalecer o corpo clínico sem contar com todos os profissionais que fazem assistência, incluindo os residentes e os não médicos. Cada um tem sua importância, seu papel e sua responsabilidade. Pretendemos continuar a construção da Diretoria Clínica, iniciada há 6 anos. E esta construção deve continuar ocorrendo através da definição cada vez mais clara das funções e atribuições do Diretor Clínico. Não podemos aceitar pressões, sejam elas quais forem, vindas de qualquer direção. Precisamos atuar de forma independente, mas sem-

pre em parceria com os demais dirigentes do HC. Não podemos esquecer que trabalhamos juntos, com os mesmos objetivos e que o HC sempre estará acima de qualquer ambição pessoal ou de grupo. Teremos 2 anos pela frente e temos pressa. Temos pressa em definir de fato quais são nossas reais necessidades, o que queremos e como pretendemos trabalhar. Temos que trabalhar mantendo nossa conduta ética, atuando de acordo com as normas e regras de nosso conselho. Devemos pautar nosso relacionamento pelo nosso CRM e não pelos nossos títulos acadêmicos. Precisamos de serviços médicos fortes, de protocolos definidos e de indicadores claros. Precisamos ser profissionais em nossa profissão. Agradeço ao Dr Marcone pela confiança que depositou neste projeto. Conhecendo-o mais de perto, cada vez mais admiro sua capacidade de trabalho e sua coragem de enfrentar novos desafios. Agradeço a Dra Sumaia e ao Dr Cristovam, pela forma equilibrada como atuaram nestes anos. Tenho certeza que colheremos muito do que vcs plantaram. Agradeço ao Dr Emilio e Dra Irma, pelo apoio incondicional que temos recebido. Tenho certeza que o HC está em boas mãos. Também agradeço aos amigos que estão conosco desde o inicio deste processo, com idéias, sugestões e ações. Cada um de nós sabe de quem estamos falando. Discordando do que nos disseram, acho que não somos loucos. Estamos orgulhosos e satisfeitos de assumir esta tarefa. Ouvimos, de algumas pessoas, que elas estão esperançosas. É muito bom ouvir que as pessoas têm esperança. Porém isto gera responsabilidade. E nós não podemos fugir delas. Por isto precisamos contar com o apoio franco de todos. E precisamos conversar muito, estabelecer parcerias e trabalhar juntos. Gostaria de terminar citando o poeta Carlos Drummond de Andrade, cujas palavras acho que cabem bem neste momento e com nossos compromissos: “Somos do tamanho daquilo que sentimos, que vemos e que fazemos e não do tamanho de nossa estatura”. Obrigado.

Pronunciamento da profa. Sumaia Inaty Smaira Dr. José Carlos Christovan, nessa sessão representando o presidente do CREMESP Dr Henrique Carlos Gonçalves em nome de quem eu saúdo todos os Diretores Clínicos presentes; Dr Emílio Carlos Curcelli, superintendente do HC da UNESP em nome de quem eu saúdo a todas as autoridades presentes; Doutores André Luis Balbi e Marcone Lima Sobreira, futuros Diretor e Vice-diretor clínico respectivamente em nome de quem eu saúdo a todo o corpo clínico; Senhoras e Senhores... Antes de mais nada julgo necessário cumprimentar a todos e a cada um dos professores, médicos, residentes, alunos, servidores e usuários que de alguma forma contribuíram com a construção desta Instituição desde seu início... Se hoje estamos aqui em uma solenidade que representa a consolidação de um ato democrático de eleição direta de representantes do corpo clínico é sem dúvida nenhuma, graças ao que cada um trouxe de contribuição. Gostaria de ressaltar e lembrar o trabalho realizado pelos doutores Celso Vieira Souza Leite e Carlos Antonio Caramori que deram os primeiros passos na implantação da Diretoria Clínica em 2003, elaborando, votando e encaminhando ao CREMESP o 1º regimento interno do corpo clínico desta instituição.... Passaram-me a missão de continuar o trabalho. Na realidade às vezes quando penso nas primeiras conversas que tivemos tenho sentimentos ambíguos não sei se devo agradecê-los ou processa-los por propaganda enganosa, uma vez que me disseram que seria simples e fácil dar continuidade ao que eles tão bravamente haviam começado... Implantar e conduzir a Diretoria Clínica de uma instituição complexa como a nossa não é fácil, e nem tão pouco é simples transformar, o que está no papel em ações, reflexões e mudanças... Tentamos e o resultado do trabalho cabe aos senhores julgarem... O que posso dizer é que saio do cargo com uma nova visão da instituição, a visão do todo. E só por essa experiência acho que fui quem mais lucrou ao final destes quatro anos. A transmissão/mudança de uma diretoria é sem dúvida um importante momento de reflexão, não só para os diretores

cessantes e empossados, mas também para toda a comunidade... Os que saem fazem balanços do que fizeram; do quanto acreditam que contribuíram com a Instituição e das dificuldades que enfrentaram e que de alguma forma impediram a realização de tudo que planejaram. Não pretendo fazer isso aqui e agora... Tenho claro que cada um dos senhores membros do corpo clínico e servidores do Hospital já o fizeram e tem sua análise do que foi positivo, do que foi negativo e do que faltou... Entendo que todas as ações individuais ou grupais são resultantes de escolhas que fazemos a respeito de tudo que nos cerca a todo o momento, e a cada instante... Escolhas... Não nos damos conta, mas estamos cercados delas... Escolhemos caminhar em uma direção ou outra, priorizar um assunto/uma ação em detrimento de outras, e assim sucessivamente desde o ponto de partida até o que entendemos ser o melhor destino/resultado final. Desta forma, escolhi e priorizei trabalhar no que entendi ser a base necessária não apenas para a construção do papel do diretor clínico na instituição, separando-o do papel do superintendente, mas também para a consolidação do HC-FMB em um Hospital de Excelência, no qual a discussão de prioridades entre Ensino, Pesquisa e Assistência não mais seria necessária ou faria qualquer sentido. Digo isso por acreditar que somente praticando uma assistência de qualidade é possível oferecer um bom ensino e realizar uma pesquisa que gere conhecimentos, e ao final ambos, ensino e pesquisa, agreguem valores à assistência. Creio, no entanto, não ter logrado êxito na tentativa de separar as competências da Diretoria Clínica e as da Administração (superintendência) e em muitas ocasiões confundi e fui pela comunidade confundida nesses papéis... Parece simples separar, mas na agitação, nas urgências do dia-adia e nos constantes incêndios que necessitam ser apagados essa questão torna-se menor e acaba sendo adiada... Não quero com isso dizer que não é importante e fundamental consolidarmos a Diretoria Clínica como a ponte entre o corpo clínico e a administração, e definir qual papel ela realmente deve ter, princi-

palmente considerando que neste momento iniciamos a discussão da desvinculação do Hospital das Clínicas da Universidade... Estamos hoje definindo coisas que o futuro nos cobrará. Tenho claro que parte do que construímos (Eu, o Dr José Carlos e cada um dos funcionários que direta ou indiretamente nos assessoraram) poderá ser utilizado dentro do novo projeto que hora se inicia, e que outra parte necessite ser revista, reformulada ou realocada em outras áreas de responsabilidade... E como já disse ao Dr. André, nosso Diretor Clínico a partir desta solenidade, coloco-me inteiramente a disposição para contribuir com esse processo. Antes de finalizar gostaria de agradecer: A todos os membros do corpo clínico e ao Dr José Carlos, Vice Diretor Clínico por terem me honrado com sua confiança; As equipes e comissões (docentes e funcionários) que constituíram a Diretoria Clínica e Superintendência nos últimos quatro anos pelo seu trabalho e pela confiança no meu trabalho, pelos ensinamentos do diaa-dia, pelo carinho e apoio que me permitiram enfrentar o desafio até o final; Aos amigos queridos do Departamento e da Vida agradeço a paciência e os ouvidos – “Podem se preparar que eu tô voltando”; E por fim gostaria de desejar ao Dr. André e ao Dr. Marcone sucesso na nova empreitada e agradecer em nome do corpo clínico por terem colocado o seu tempo a sua energia a disposição da instituição pelos próximos dois anos. Obrigado.


3 HOSPITAL DAS CLÍNICAS

Primeiros planos de gestão Duas semanas após assumir a superintendência do Hospital das Clínicas, prof. Emílio Carlos Curcelli, reuniu, na manhã do dia 25 de junho, médicos, docentes e servidores para apresentar os primeiros pontos de seu plano de gestão para o biênio 2009/ 2011. A explanação ocorreu no salão nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Entre as propostas estão a readequação do custeio do hospital e seu sistema de financiamento, agilização de setores e valorização do trabalho. O novo gestor mostrou inicialmente conceitos do papel assistencial que o hospital possui. O HC/FMB/Unesp é atualmente a maior unidade de saúde da região vinculada ao SUS (Sistema Único de Saúde) com 410 leitos e 52 de UTI- 30 adultos, 15 neonatais e 7 pediátricos. O hospital ainda possui 194 consultórios médicos e 31 salas especializadas. Realiza, em média, dois milhões de exames, 600 mil consultas, 20 mil internações e 11 mil cirurgias anualmente. Devido a estas dimensões, o superintendente ressaltou conhecer as limitações da instituição. “O hospital precisa conhe-

cer seus limites operacionais e mia Patológica. “A ideia é de de assistência. Precisamos tornar esses setores ágeis. Enatentar para os acordos firma- tender seus mecanismos e difidos para que não ocorra distor- culdades para adotar políticas de ções de nosso atendimento”, reestruturação”, complementou. declarou prof. Curcelli. Algumas propostas apresenFrisou, de maneira incisiva, a tadas nesta primeira reunião vipreocupação com o custeio do sam dinamizar o fluxo de recurHC. Para ele, as atuais formas sos e sua operacionalidade, de financiamento não têm sido como a discussão com a comusuficientes para a sustentação nidade para a revisão de critéridas despesas operacionais. Uma os de faturamento, produtividadas medidas adotadas foi a sus- de e plantões. Futuramente deve pensão de solicitações de inves- ser implantado um sistema de timentos, horas extras, contrata- orçamento pré-definido dos seções e diáritores do hospital e Superintendência cria análise de políticas as, pelo período de três grupo assessor, formado de insumos, medimeses, aprocamentos e recurpor profissionais de vada pelo diversas áreas do hospital sos humanos. Conselho do Curcelli ainda Hospital no dia 18 de junho. Tudo abordou benfeitorias em execucom o objetivo de readequação ção pelo hospital como a consde metas de despesas. “O hos- trução do novo Prontossocorro, pital vive em seu limite orçamen- reforma e adaptação do PS atutário. Sobra pouco para investi- al, instalação de duas caldeimentos”, pontua o superintenden- ras. Há, ainda, projetos aguarte. “O HC tem que ser autosufici- dando liberação, como a reviente ao limite”, conclui. são e construção de calçada, Analisou, ainda, setores que arruamento e vagas do novo considera de ‘estrangulamento’ PS, além da instalação de váno hospital e que necessitam de cuo e ar comprimido no novo ajustes rápidos, entre eles o Prontossocorro. Como investiCentro Cirúrgico, Centro de Di- mentos futuros, ganha destaagnóstico por Imagem e Anato- que a construção de novos am-

Prof. Emílio Curcelli frisou preocupação com o custeio do HC bulatórios. A Superintendência também criou um grupo assessor, formado por profissionais de diversas áreas do hospital. O intuito será de auxiliar a direção do HC para análise, de forma externa, de dificuldades e necessidades dos setores da unidade. Através destes parâmetros será possível a criação de

PROXIMIDADE COM COMUNIDADE Uma das iniciativas que a superintendência deve adotar será a criação de um canal direto de comunicação com a comunidade unespiana para o envio de sugestões quanto ao melhoramento do plano de gestão do hospital. A medida ainda não tem previsão de entrar em operação.

NOVO COMANDO

UNESP BOTUCATU

Direção Clínica do HC em novas mãos Os médicos André Luis Balbi e Marcone Sobreira assumiram oficialmente, dia 19 de junho, o comando da Direção Clínica do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) pelos próximos dois anos. Durante a cerimônia, eles receberam o Manual de Ética Médica e o Regimento Interno do Corpo Clínico. Dra. Sumaia Inaty Smaira, diretora clínica cessante, comemorou, na oportunidade, a realização o ato de transmissão, já que até pouco tempo o HC não contava com uma Diretoria Clínica. Ela também agradeceu aos médicos Dr. Carlos Antônio Caramori e Celso Vieira Souza Leite, que foram os primeiros diretor clínico e vice, quando os cargos foram criados. “Implantar e conduzir a Direção Clínica não foi fácil, assim como não é transformar o que está no papel em realidade. No entanto, lucrei muito com essa experiência”, disse. Para ela, parte do que foi construído nos últimos quatro anos de sua gestão, com apoio de todos os funcionários do setor, poderá ser utilizado pelos novos administradores. Já alguns pontos precisarão ser readequados. “Me coloco à disposição para ajudar no que for possível”, destacou. O superintendente do Hospital das Clínicas, professor Emílio Carlos Curcelli, colocou que a transmissão do cargo fortalece a instituição e enfatizou ser necessário dar continuidade ao objetivo de o hospital ter excelência no atendimento. “O hospital precisa ter boa assistência médica e ser uma boa unidade de

propostas resolutivas. As discussões do plano de gestão acontecerão mensalmente, de forma aberta à comunidade unespiana (servidores e corpo clínico). As próximas reuniões acontecerão dias 27 de agosto, 25 de setembro, 30 de outubro, 26 de novembro e 18 de dezembro no salão nobre da FMB, sempre às 11 horas.

Doutores Christovan, Sobreira, Sumaia e André Balbi durante transmissão do cargo ensino. E o HC aincomo principal Novo diretor clínico vínculo a docênda precisa de alguressaltou, em discurso, mas definições socia, o que conque as mudanças não siderou positibre o papel que tem cada um. Renovar o devem ser apenas no nome vo. quadro de residenSobre o que espera de sua gestão, citou: “não tes, por exemplo, é muito positivo, podemos ter medo de ser avaliamas todo ano é preciso reforçar a dos, cobrados e nem comparados. missão, visão e os valores da instituição”, pontuou. “Dra Sumaia e Dr. Não podemos ser apenas bombeiChristovan avançaram bastante e ros, mas sim avaliar propostas. Teacredito que Dr. André e Dr. Marcone mos dois anos e temos pressa. avançarão ainda mais”, acrescentou. Precisamos definir o que queremos e como vamos trabalhar”. “Não poEm seu discurso, o novo diretor clínico declarou que a mudança não demos aceitar pressões e o HC tem pode ser apenas de nomes, mas que estar acima de qualquer inteprincipalmente de atitudes e comresse ou ambição, seja pessoal ou prometimento. Dr. André Balbi lemde grupo”, concluiu. Dr. José Carlos Christovan, vicebrou ser a primeira vez que os ocudiretor clínico e delegado superinpantes da Direção Clínica não têm

tendente do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), regional de Botucatu, representou o presidente da entidade, Henrique Carlos Gonçalves. Ele pontuou algumas características do HC que precisarão ser observadas pelos novos diretores: trata-se de uma instituição com organização diferente de outros corpos clínicos; é um hospital escola; recebe uma grande demanda que deveria ser atendida em serviços do SUS (Sistema Único de Saúde) que atualmente encontram-se desestruturados, o que causa sobrecarga e atende a uma grande região. “O HC foi o primeiro hospital universitário, público a implantar um padrão de regimento interno clínico”, lembrou.

Unidades vão expor trabalhos de extensão As quatro unidades da Unesp em Botucatu preparam um grande evento para divulgar as atividades de extensão de seus alunos, docentes e servidores. Durante os dias 18 e 19 de agosto será realizada, na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), a 1ª Expo-Extensão, evento que será aberto a toda comunidade. O objetivo da Expo-Extensão é promover a exposição e a discussão transparente dos projetos de extensão em andamento e incentivar maior integração entre as quatro unidades da Unesp em Botucatu para o desenvolvimento de projetos futuros. Os programas e projetos de extensão universitária constituem o principal elo entre a universidade e a comunidade. Através deles, o meio universitário colabora com a resolução de inúmeras questões relevantes para a sociedade. Ao lado do ensino e da pesquisa, a extensão universitária é um dos eixos fundamentais de atuação das universidades. Durante o evento, haverá palestras, discussões e apresentação dos trabalhos em pôsteres, com premiação para os destaques de cada unidade. A Expo-Extensão é uma realização da Unesp, através da PróReitoria de Extensão Universitária, da Faculdade de Ciências Agronômicas, Faculdade de Medicina de Botucatu, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia e do Instituto de Biociências de Botucatu. A comissão organizadora é composta pelos vice-diretores das quatro unidades da Unesp em Botucatu. JULHO 2009


4 GESTÃO

Marina Okoshi e Gláucia Mazeto assumem chefia da Clínica Médica Um dos principais departamentos de ensino da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), o de Clínica Médica, está, desde o dia 15 de julho, sob nova gestão. Assumiram sua chefia e vice-chefia as professoras doutoras Marina Politi Okoshi e Gláucia Maria Ferreira da Silva Mazeto, respectivamente. Elas substituem os professores doutores Roberto Jorge da Silva Franco e Wellington Monteiro Machado. As novas administradoras do departamento terão sob seus cuidados 13 disciplinas, 36 docentes, 16 professores substitutos, dois professores colaboradores, um pesquisador, 15 médicos contratados, 77 pósgraduandos, 60 médicos residentes, 18 funcionários, além dos alunos do 2º e 6º anos. Ao comentar sobre suas metas, a nova chefe da Clínica Médica,

professora Marina Okoshi, destacou que vai apoiar a reforma curricular em andamento e trabalhar para que se chegue ao modelo ideal. “Deveremos atuar fortemente, em curto prazo, na UPECLIN (Unidade de Pesquisas Clínicas) e em médio prazo temos a expectativa de poder contar com mais espaço para nossas atividades, principalmente as pesquisas experimentais, com a inauguração do novo prédio da faculdade”, disse. Nas áreas de ensino e assistência, o prédio do novo Prontossocorro do Hospital das Clínicas (HC) e o futuro Hospital Geral – de atenção secundária – se desenham como importantes espaços a serem utilizados pelo Departamento de Clínica Médica, segundo a visão da nova chefia. Além disso, a reforma da ala da Função Pulmonar, também trará grandes benefícios.

Novas chefes do departamento recebem o Manual Acadêmico

TROCA DE EXPERIÊNCIAS

Pesquisador francês em neuroradiologia visita FMB Um dos pesquisadores mais conceituados internacionalmente na área de neuroradiologia endovascular, Serge Bacard, visitou, dia 10 de junho, as instalações da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Bacard, que integra a World Federation Interventional Neuroradiology, conheceu ainda as instalações do Hospital das Clínicas (HC), Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria e enfermarias. Na ocasião, o professor foi recepcionado pela então diretora em exercício da FMB, profª Silvana Artioli Schellini que forneceu dados sobre a faculdade e discorreu sobre pesquisas realizadas pela institui-

ção. Estiveram presentes também os docentes Carlos Clayton Macedo de Freitas e Roberto Gabarra. Segundo prof. Carlos Clayton, a visita do pesquisador proporciona o estreitamento no relacionamento internacional que a FMB mantém com centros de pesquisas e universidades europeias. “Professor Bacard tem grande interesse em trocar experiências em diversas áreas como neuroanatomia, neuroradiologia, diagnóstico por imagem e principalmente, no tratamento de doenças cérebro-vasculares”, declarou prof. Clayton, que esteve recentemente na França.

Bacard foi recepcionado por docentes e conheceu a FMB/Unesp JULHO 2009

Profa Silvana Schellini, diretora em exercício na ocasião, lavra o termo de posse para o departamento

GESTÃO I

Profª Jussara Machado comanda o Departamento de Doenças Tropicais A professora Jussara Marcondes Machado tomou posse, em 17 de junho, como a nova chefe do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnósticos por Imagem da Faculdade de Medicina/ Unesp de Botucatu (FMB) até 2011. A docente substitui o médico infectologista Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza. Profª Lenice do Rosário de Souza continua como vice-chefe da seção. A transmissão de cargo ocorreu no próprio departamento e foi conduzida pela diretora em exercício da FMB, profª Silvana Artioli Schellini. “A direção da faculdade almeja aproximar mais a administração da instituição com os departamentos”, frisou. A docente destacou ainda o comprometimento da gestão ces-

sante em projetos e no desenvolvimento departamental. Prof. Fortaleza ressaltou em seu discurso o apoio que recebeu das disciplinas englobadas pelo departamento no início do mandato. Ainda lembrou da concretização de alguns projetos como a organização e atualização da enfermaria de Moléstias Infecciosas do Hospital das Clínicas (HC) e também a construção do laboratório didático do departamento, prestes a ser inaugurado. “Entendo que a gestão da chefia de um departamento precise unir todos

Ao assumir pela segunda vez, profª Jussara definiu a palavra ‘união’ como o ‘carro-chefe’ de sua gestão

seus integrantes em prol do desenvolvimento do ensino, tanto na graduação como nos programas de pós”, declarou. Ao assumir pela segunda vez o departamento, profª Jussara definiu a palavra ‘união’ como o ‘carro-chefe’ de sua gestão. “O intuito é trabalharmos, departamento e direção da faculdade, de forma conjunta para contornar as dificuldades”, disse a nova chefe. Criado em 1993, o Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem abriga as disciplinas de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Radiodiagnóstico e Medicina Nuclear. Engloba ainda um curso de pós-graduação, cinco programas de aprimoramento profissional e três cursos de residência médica.

GESTÃO II

Departamento de Cirurgia e Ortopedia passa a ser chefiado por Hamilton Rollo O então subchefe do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), professor Hamilton Almeida Rollo assumiu oficialmente o comando do setor em 23 de junho, para mandato de dois anos. Ele substitui o professor Paulo Roberto de Almeida Silvares no cargo e tem como vice o professor Trajano Sardenberg. Professor Rollo deixou claro que pretende trabalhar para que o departamento continue atuante, principalmente no tripé: ensino, pesquisa e assistência. “Vamos discutir de que forma isso será viabilizado, mas o departamento terá que passar a participar da graduação, através do ensino da cirurgia. Sabemos que não será uma discussão fácil”, apontou. O novo chefe do Departamento de Cirurgia e Ortopedia disse, ainda, que vai buscar, dentro do possível, recursos materiais e humanos. Professor Rollo também colocou que está entre suas metas incentivar os docentes a pesquisarem e assim aumentar a produção do grupo.

A cerimônia de posse do novo chefe contou com a presença do diretor da FMB, Sérgio Swain Müller, que também é professor do depar-

tamento, além de servidores e docentes. Foram entregues aos novos líderes o Regimento da Congregação da FMB e o Manual Acadêmico.

Professores Sardenberg e Rollo assumem departamento até 2011

SOBRE O DEPARTAMENTO O Departamento de Cirurgia foi criado em 1965. Em 1977 foi reestruturado, abrangendo as áreas de Cirurgia Cardiovascular e Pulmonar, Cirurgia Geral e Gastroenterologia e Ortopedia e Traumatologia, passando a ter a denominação de Departamento de Cirurgia e Ortopedia. Posteriormente, foram criadas as áreas de Cirurgia Plástica e Cirurgia Pediátrica.


5 GRADUAÇÃO

FMB volta a discutir proposta de reforma do currículo da Medicina Em reunião aberta da Congregação, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) retomou as discussões em torno de uma possível reforma no currículo da graduação em Medicina. O colegiado máximo da instituição deverá colocar o assunto em pauta oficialmente em reunião que será realizada em agosto, quando poderá haver uma deliberação. Por enquanto, a reforma ainda é uma proposta a ser avaliada. Foi o segundo encontro promovido para discutir o tema e contou com a presença do prof. Dr. Joaquim Edson Vieira, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), que falou sobre os motivos que levaram a universidade iniciar as modificações no currículo da Medicina e como isso vem sendo feito. Também foi convidado o prof. Dr. Flávio César de Sá, da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que contou como já foram concretizadas as mudanças e por que. Ao final das explanações, a profa. Dra. Vera Therezinha Medeiros Borges, da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) apresentou resultados das avaliações feitas sobre

o curso de Medicina, sob o ponto de vista dos estudantes. Professor Flávio, da Unicamp, colocou durante sua explanação que a movimentação pelas mudanças no currículo do curso de Medicina teve início em 1998, quando ganhou força o sentimento de insatisfação. Os principais pontos apresentados como problemáticos foram: desintegração das matérias do ciclo básico – tema também apontado pelo representante da USP – falta de integração dos ciclos básico e clínico; dificuldades de encaixar os avanços tecnológicos no formato tradicional do currículo; pouca busca pelo conhecimento, pouca experiência clínica no internato; fraca formação ética/ humanística e ainda uma concentração do ganho de conhecimento no período de internato. Para iniciar as reflexões sobre o currículo foi realizado um seminário, com a participação de especialistas, coleta de experiências em faculdades que já passa-

Atualmente, o currículo trabalha com módulos integrados e os alunos têm aulas com docentes dos ciclos básico e clínico

ram pela reforma, palestras e grupos de discussão. Uma comissão de reforma curricular foi formada para analisar os pontos fracos já mencionados e propor melhorias, inclusive a inserção do aluno no ambiente de trabalho médico a partir do primeiro ano e atividades clínicas, no início do quarto ano. Em 2006, foi criada uma comissão de acompanhamento e extinta a de reforma. Atualmente, o currículo trabalha com módulos integrados e os alunos têm aulas com docentes dos ciclos básico e clínico. “Hoje o curso é melhor do que era antes da reforma. A integração dos conteúdos é real”, sublinha. Durante o processo de estudos sobre a reforma curricular, a Unicamp enfrentou alguns problemas, segundo professor Flávio. Os principais foram: baixa participação/adesão dos docentes às mudanças; dificuldade dos docentes do ciclo básico para elaborarem um curso voltado para os médicos; pouca valorização do trabalho do docente na graduação, poucas mudanças no internato e pouca responsabilização do interno na assistência médica. “O que ficou claro para nós é que o currículo deve estar sempre em avaliação e transformação”, pondera.

Profa Vera Borges é responsável pela Frente de Avaliação da FMB

Avaliação discente aponta pontos fortes e fracos do currículo A profª Dra. Vera Therezinha Medeiros Borges, responsável pela Frente de Avaliação da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) apresentou, ao final da reunião aberta da Congregação que discutiu a proposta de reforma do currículo do curso de Medicina, uma síntese dos resultados das avaliações feitas junto aos alunos. Em 2007, houve uma avaliação do curso para os docentes, mas, de acordo com professora Vera, a participação foi de

apenas 20% deles. Aos alunos é aplicado um questionário online desde 2008 para o internato e 2009 para 3º e 4º anos, disponibilizado sempre no final das disciplinas ou estágios. Os dados foram tabulados, analisados e revistos pelos docentes que integram a Frente de Avaliação e transformados em relatórios. As principais informações colhidas junto ao primeiro, segundo e terceiro anos, em 2008, foram:

Pontos Fortes Aulas práticas Integração teoria/prática Organização do curso Pontos Fracos Poucas aulas práticas Falta de integração teoria/prática Falta de clareza, objetivo e conteúdo 4º ano Pontos Fortes Atividades práticas Aulas bem ministradas Didática do professor

Proposta de reforma do currículo de Medicina deve voltar à discussão durante reunião em agosto

Professor da USP também aponta falta de integração como principal dificuldade O prof. Dr. Joaquim Edson Vieira, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) apresentou durante reunião aberta da Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), realizada dia 23 de junho, uma série de gráficos que embasam a proposta de reforma curricular do curso de Medicina, que ainda passará pela Congregação daquela instituição. No material que o docente preparou foi apresentado que seria impossível os alunos absorverem todo o conhecimento que lhes é oferecido – pesquisas apontam que seria necessário 24 anos para aprender tudo que é ensinado durante o curso. “No entanto, o principal problema identificado foi a falta de integração”, salienta. Através de pesquisa desenvol-

vida pela USP, segundo o professor Vieira, foram identificadas algumas características que não podem faltar a um bom médico: interesse, comunicação, humanismo, conhecimento, observação, dedicação e raciocínio. Já em porcentuais as principais deficiências encontradas no currículo foram: - Dificuldade dos alunos com conceitos/conhecimento prévio - Dificuldade para as disciplinas: faltam professores Sugestões dos docentes: - Integração - Valorização dos docentes - Extensão (algumas disciplinas poderiam ter duração adaptada à necessidades específicas) Métodos de Ensino - Desenvolvimento do docente

- Simulação (bonecos, encenações) - Professor deve servir de exemplo Propostas: - 3 anos ciclo básico - 3 anos internato (estágios obrigatórios e optativos) - Cinco conferências por semana e avaliações às sextas-feiras à tarde Necessidades reais colocadas - Envolvimento do docente (mediante valorização: tempo/custo) - Responsabilidade discente (todos devem ser chamados a discutir a reforma) - Estrutura (salas de aula, internet e unidades básicas de saúde, utilizadas pelos estudantes, com áreas de estudo e consultórios)

Pontos Fracos Poucas aulas práticas Distribuição da carga horária Carga teórica excessiva Internato Pontos Fortes Atividades práticas Didática do professor Relação professor/aluno Pontos Fracos Falta realizar alguns procedimentos Carga horária insuficiente Falta de comprometimento de alguns docentes Conclusões - Currículo organizado de forma disciplinar - Falta de integração entre as disciplinas - Não é definido tempo pró-aluno - Há problemas de comunicação entre FMB e IB - Falta tempo para pesquisa - Iniciação tardia de atividades práticas - Repetição de conteúdo - Objetivos do conteúdo não vinculado ao projeto pedagógico - Falta avaliação de atividades - Avaliações só foram feitas nos últimos oito anos - Professores participam pouco das avaliações - O ensino está concentrado no HC OBS: Algumas foram apontadas como qualidade e também deficiência, dependendo dos aspectos considerados JULHO 2009


6 ENTREVISTA No dia 4 de junho de 2009, o professor Antonio Rugolo Junior, vinculado ao Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu, reuniu a comunidade do Hospital das Clínicas (HC) e autoridades locais para uma visita às dependências da unidade. Foi uma forma de mostrar as realizações após quatro anos à frente da instituição. Entre os locais visitados estavam o novo prédio do Prontossocorro do HC, as instalações do Banco de Leite Humano, o Centro de Reabilitação dos Distúrbios da Audição e ComunicaçãoCedarc-, além de reformas de diversas enfermarias e a ampliação e modernização das instalações do serviço de Radioterapia. Após deixar o cargo, em entrevista ao Jornal da FMB, Prof. Rugolo destaca as dificuldades de financiamento enfrentadas pelo HC no início de sua gestão. "A primeira coisa a fazer era conseguir mais recursos para simplesmente manter o HC em funcionamento", frisa ao lembrar dos primeiros momentos na administração do hospital. Para ele, muitas das obras pelas quais o HC passou nos últimos anos devem proporcionar grande impacto no desenvolvimento do hospital, com destaque para o novo PS e a ampliação na capacidade de atendimento. Quanto à possível vinculação do hospital à Secretaria de Estado de Saúde (questão ainda em discussão pela comunidade unespiana), Rugolo diz acreditar ser esta a alternativa viável para seu financiamento. “Em nada a autarquização deve interferir no ensino”, acredita Rugolo. Jornal da FMB- Fazendo uma revisão de tudo que o senhor conseguiu fazer no comando do HC e daquilo que estava planejado, mas acabou não sendo executado, qual é o balanço? Prof. Antonio Rugolo Junior- Sabíamos que seria uma tarefa difícil, pois o HC passava por uma grave crise de financiamento, com receitas da reitoria congeladas há quatro anos e arrecadação do SUS completamente defasada. A primeira coisa a fazer era conseguir mais recursos para simplesmente manter o HC em funcionamento, sem reduzir a realização de exames diagnósticos e terapêuticos, consultas de rotina e urgências, cirurgias e internações; para posteriormente pensar em algum investimento. Fizemos isto, atuando em todas as frentes possíveis, na Secretaria de Estado da Saúde, na Reitoria e no Ministério da Saúde. A Contratualização do HC com o SUS já havia sido proposta, porém só foi assinada no final de 2005. Tínhamos propostas de in-

Uma melhoria de infraestrutura é a substituição das caldeiras a óleo por a gás, muito menos poluente JULHO 2009

tório) foi investida a quantia de R$ 9.866.280, assim distribuída: 3% na área administrativa, 7% na área de apoio e 90% na área assistencial. Na minha avaliação isso é muito pouco em se tratando da área de saúde, pois além do avanço tecnológico ser extremamente rápido e de alto custo, os equipamentos tem vida útil curta e precisam ser substituídos num curto período de tempo. Temos apenas uma tomografia em funcionamento, pois as outras duas estão desativadas por falta de peças de reposição e valor inviável para conserto. Nosso HC não tem tomografia Mult slice que é uma versão mais nova com muito mais recursos que a atual, porém custa U$ 1,2 mi. Nossa Ressonância Nuclear Magnética tem aproximadamente 20 anos, e precisa ser substituída, mas não conseguimos recursos para tal. Alguns equipamentos necessitam ser substituídos por outros mais atualizados, além da carência de aparelhos que ainda não possuímos em nosso parque tecnológico. Mais da metade do que foi adquirido neste período foi

Passando a gestão a limpo

O HC investiu R$ 115 mil em recursos humanos, o que considero extremamente positivo

vestimentos em área física, infraestrutura e no parque tecnológico. A proposta de gestão era "Consolidar Conquistas e Avançar com Qualidade", desta maneira tomamos conhecimento do que vinha sendo realizado para não interromper e atrasar o desenvolvimento do HC. Vale a pena lembrar que em 16 e 17 de agosto de 2002, em reunião extraordinária da Congregação da FMB foi realizado o Planejamento Estratégico do HC, que norteou a administração anterior e não poderíamos deixar de aproveitar esse valioso trabalho discutido e aprovado pela maioria da comunidade local. Nesta mesma linha usamos o Relatório da Avaliação Externa, realizada de 20 a 22 de setembro de 2005, pelos professores José da Silva Guedes (Faculdade de Ciências Médica da Santa Casa de São Paulo), Nildo Alves Batista (Universidade Federal de São Paulo) e Marco Antonio Zago (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. Também aproveitamos informações da Oficina de Planejamento da FMB-Unesp, realizada em 18 e 19 de novembro de 2005. Quanto a reformas e obras novas, terminamos a reforma das enfermarias de Neurologia, Oftalmologia e Otorrinolaringologia e também concluímos a construção do Centro de Acolhimento (Boulevard), todas iniciadas em mar-

A Contratualização do HC com o SUS já havia sido proposta, porém só foi assinada no final de 2005. ço de 2005. Outras construções e reformas haviam sido projetadas, aguardavam homologação da licitação, e tiveram início no segundo semestre de 2005. Foram elas: Construção do Depósito de Inflamáveis, Sanitários e Cobertura para ambulâncias e ônibus, Depósito de materiais para Hemodiálise; e reformas da Farmácia, Seção de Reabilitação e Seção de Quimioterapia. Em 2006 foram reformados: o Setor de Hemodinâmica, para acomodar o novo equipamento deste Setor; as Enfermarias de Cárdio-Torax, de Moléstias Infecciosas e a Unidade de Transplante, sendo estas três últimas com recursos do Ministério da Saúde e contrapartida do HC. Em 2007, iniciou-se a Construção do novo Prontossocorro, com recursos de projeto financiado pelo Ministério da Saúde e contrapartida do HC. Construção de nova UTI anexa ao Prontossocorro, Banco de Leite, Cabine de Força e Grupo Gerador; Reforma e adequação da Fonaudiologia, Sala para Laudos no Setor de Rx, UTI Pediátrica, Sala para instalação do Gam-

macell e laboratório de Biocurativo na Divisão Hemocentro, foram iniciados em 2008, faltando terminar apenas a UTI anexa ao Prontossocorro, que é projeto com recursos da Secretaria de Estado da Saúde e contrapartida do HC. Em 2009, iniciamos as reformas para instalação do isolamento para Iodoterapia nos casos de Câncer de Tireoide e do Setor de Função Pulmonar, projetos estes a serem concluídos com recursos próprios do HC. Uma melhoria de infra-estrutura que vale a pena ressaltar é a substituição das caldeiras a óleo por equipamentos do mesmo tipo a gás, muito menos poluente e econômica, e a substituição de toda linha de vapor, pois a atual está totalmente danificada. Este projeto está sendo realizado com recursos advindos exclusivamente da Reitoria. Não menos importante, em parceria com a FMB resgatamos o programa de reciclagem de papel, e ampliamos a reciclagem para plástico e metal. Também foram construídos novos abrigos apropriados para esses materiais, em local mais adequado. Estes investimentos acima citados somam a quantia de aproximadamente R$ 10.250.000. Em bens patrimoniais (equipamentos e móveis hospitalares, de informática, móveis de escri-

com recursos principalmente da Reitoria e em menor proporção do Ministério da Saúde. Um outro investimento que considero extremamente importante, foi no desenvolvimento de Recursos Humanos. A partir de 2007 incentivamos o Núcleo de educação permanente em enfermagem, coordenado pela enfermeira Mirian C.M.S. Paiva. Este Núcleo, nos últimos dois anos, promoveu 132 cursos, totalizando 731 horas de treinamento para 4.698 servidores. Também incentivamos nestes quatro anos de gestão o Grupo Técnico de Desenvolvimento de Recursos Humanos, coordenado pela assistente técnica de diretoria Jurema G. Leite. O GDTRH promoveu o treinamento local de 10.805 servidores em 26.317 horas, bem como o aprimoramento externo em cursos, seminários e congressos específicos para 250 servidores da Instituição. O HC investiu aproximadamente R$ 115 mil em recursos humanos, o que considero a relação custo-benefício extremamente positiva, frente a importância da atualização profissional para o melhor atendimento ao público interno e principalmente maior qualidade nos cuidados aos pacientes. A Instituição ofereceu ainda: o segundo curso de técnico de enfermagem (o primeiro foi realizado na gestão anterior) para auxiliares de enfermagem da Unesp e Famesp, sendo formados aproximadamente 40 técnicos; também o segundo curso de nível superior em administração hospitalar, formando cerca de 50 profis-


7 ENTREVISTA sionais; curso de especialização em enfermagem cárdio-vascular para 24 enfermeiras; 16 cursos de ATLS; 18 cursos de Reanimação Neonatal e promoveu a habilitação de 6 servidores em captação de órgãos por meio de cursos oficiais da SES. Jornal da FMB- Qual projeto iniciado que o senhor gostaria de ver concluído? Dr. Rugolo- Não é possível escolher só um. Na verdade, o projeto Boulevard e dos Ambulatórios, apesar de serem dois projetos, fazem parte do plano de gestão proposto para o HC. Com a construção do novo ambulatório, há necessidade de mais espaço para acolher nossos pacientes naquele local, portanto eles são vinculados. O projeto Boulevard foi idealizado pelos professores Armando Alves e Marilza Vieira Cunha Rudge, iniciado pelo professor Pasqual Barretti e concluído em nossa gestão. Percebemos que apesar de ter ficado ótimo precisava ser ampliado, então fizemos o projeto de ampliação para conclusão do mesmo, mas infelizmente não conseguimos financiamento. Este é um projeto de humanização, para abrigar confortavelmente os pacientes e oferecer acesso coberto para os pacientes descerem dos veículos com segurança e conforto. Nele também está prevista a construção de mais sanitários e uma lanchonete. Iniciamos negociação com instituições financeiras que se mostram interessadas em financiar o projeto, mas não houve tempo de concluir. Seria importante retomar as negociações. O projeto dos ambulatórios dispensa comentários, pois visa: o aumento do numero de consultórios disponíveis, de consultórios especializados e principalmente pela proximidade com o apóio diagnóstico ficará muito mais prático e resolutivo, evitando deslocamentos de documentos e dos profissionais da área de saúde para os atuais blocos ambulatoriais. Outro projeto que gostaria de destacar é o de Segurança, em parceria com a FMB. Hoje não temos mais ambulantes circulando ao redor e principalmente no interior do HC. Temos controle de acesso 24 horas no Prontossocorro, na Enfermaria de Pediatria, na Maternidade e Berçário e já foram instaladas mais de 30 câmeras de segurança para monitoramento. O próximo passo seria dar continuidade neste investimento e instalar as catracas e fechaduras eletrônicas, bem como o fechamento de todas as portas externas do HC.

pois todos sabemos que a tabela SUS é defasada e o valor previsto cobre em média 50% do que custa o procedimento, o que também colabora para o déficit financeiro do HC. Minha conclusão é que o modelo atual está falido, e se uma medida rápida não for tomada a sobrevivência do HC será de pouco tempo. Pelos motivos acima expostos, não é possível enquadrar as reais necessidades do HC dentro da Universidade, e sem dúvida alguma, a opção mais viável e segura é a vinculação do HC à Secretaria de Estado da Saúde no modelo autarquia.

Outro agravante é a questão de pessoal, a Universidade há anos não consegue repor os servidores aposentados, e por esse motivo a contratação tem sido feita via Famesp

Jornal da FMB- Qual investimento feito durante sua gestão pode ser considerado como o que teve mais impacto para o desenvolvimento do hospital? Dr. Rugolo- Creio que foi a construção do novo PS. Nesse projeto, além da melhoria na área física, contempla um novo conceito organizacional do atendimento de emergência, possibilitando melhor organização interna do atendimento conforme a gravidade do paciente e principalmente a necessária organização externa com a hierarquização da assistência, sendo encaminhados ao PS do HC os pacientes referenciados, o que elimina a demanda espontânea, tornando o atendimento mais humanizado e equacionável. Jornal da FMB- A autarquização é, de fato, a solução para as dificuldades financeiras do HC? Por quê? Dr. Rugolo- Quando as universidades estaduais de São Paulo (USP, Unesp e Unicapm) adquiriram autonomia administrativa, com um percentual do Impos-

to sobre Circulação de Mercadorias e Serviços-ICMS-, foram previstas as necessidades dos hospitais universitários de Botucatu e de Campinas. Porém, de lá para cá, esses hospitais cresceram em número de leitos, em atendimentos ambulatoriais, aumentaram os exames laboratoriais, passaram a atender cada vez mais doentes de maior complexidade, e portanto de maior custo. Ainda, com os avanços tecnológicos e científicos na área de saúde, novos recursos diagnósticos e terapêuticos, e novos equipamentos necessitam ser implantados, aumentando os custos da assistência. Entretanto, o percentual de ICMS não acompanhou toda esta transformação da saúde, e atualmente o custo deste HC não cabe mais no orçamento da Universidade. Outro agravante é a questão de pessoal. A universidade há anos não consegue repor os servidores aposentados, e por esse motivo a contratação tem sido feita via fundação (Famesp), o que faz com que recursos que deveriam ser usados para custeio e principalmente para investimento sejam desviados para o pagamento de pessoal. Importante frisar que os recursos advindos do convênio SUS não cobrem as despesas do HC,

O critério de avaliação não foi justo, pois não discriminou os hospitais especializados dos gerais

Jornal da FMB- Se o hospital se vincular a Secretaria de Estado da Saúde, mudará, na sua opinião, a relação com a Faculdade de Medicina na formação de seus alunos? Dr. Rugolo- Acredito que não haverá nenhum prejuízo para o ensino, pelo contrário, deve melhorar, pois haverá investimentos e os alunos e médicos residentes terão mais oportunidades de conhecer novas tecnologias. Será possível a contratação de mais médicos, possibilitando aos docentes maior disponibilidade para o ensino e a pesquisa. A autarquia prevê que os administradores o HC sejam docentes da Faculdade de Medicina, que o Conselho de administração do HC tenha a presença de docentes da Faculdade de Medicina, podendo até o presidente ser o diretor da FM. Finalmente, quero lembrar que o HC da Universidade de São Paulo nunca foi da USP, entretanto é lá que os alunos da USP, considerada a melhor escola médica do país, usam como palco de ensino, sendo ele classicamente chamado de "HC da USP"! Portanto repito que a tendência é só melhorar. Jornal da FMB - O HC foi eleito um dos 40 melhores hospitais SUS do Estado de São Paulo, segundo opinião dos usuários coletada em pesquisa feita em 2008. O que esse reconhecimento representa para a imagem da instituição? Dr. Rugolo- Nós obtivemos o 24º lugar no ranking de mais 600 hospitais do Brasil, e isso é extre-

Acredito que não haverá nenhum prejuízo para o ensino, pelo contrário, deve melhorar, pois haverá investimentos mante importante para nossa imagem, tanto perante nossos usuários como para SES e até mesmo para o Ministério da Saúde. Considero isto como um merecido reconhecimento do trabalho de toda a comunidade do HC e da FMB. Gostaria de aproveitar para dizer que o critério de avaliação não foi justo, pois não discriminou os hospitais especializados dos hospitais gerais. Por exemplo: o primeiro lugar foi do Hospital do Rim, que atende um grupo específico e peculiar de pacientes, ou seja: os com insuficiência renal que necessitam transplante renal. Esses pacientes sabem que sua vida depende do transplante, o que aumenta em muito seu reconhecimento pela qualidade da assistência recebida. Nessa pesquisa, também não foram diferenciados os critérios de avaliação dos hospitais de portas fechadas e dos hospitais de portas abertas, como o nosso, que tem o prontossocorro aberto, com sobrecarga assistencial, o que com certeza prejudica a avaliação. Desta forma considero que nossa posição foi muito boa, ficamos na frente de muitas instituições altamente conceituadas como o HC da USP, por exemplo. Jornal da FMB- O que o senhor pretende fazer de sua carreira após o fim de seu mandato? Almeja ocupar novamente um cargo administrativo? Dr. Rugolo- Continuar minha carreira docente, pois essa ficou limitada durante meu mandato como superintendente do HC. Este cargo exigiu dedicação integral, pois além do grande volume de atividades locais, foram muitas as viagens a São Paulo, Brasília e outras localidades, mantendo a representação do HC em nível nacional e negociando com os órgãos competentes recursos financeiros e necessidades do HC. Esta foi uma etapa que propiciou-me grande e gratificante experiência profissional. Retorno agora às minhas atividades de ensino, assistência e pesquisa na Neonatologia, e coloco-me a disposição dos atuais dirigentes para ajudar no que for preciso.

foi uma etapa que “ Esta propiciou-me grande e gratificanteexperiência profissional

JORNAL DA FMB

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan Faculdade de Medicina de Botucatu Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Superintendente do HC HC: Emílio Carlos Curcelli Vice-superintendente: Irma de Godoy Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médicohospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelos endereços aci@fmb.unesp.br e imprensafmb@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) e Leandro Rocha (MTB-50357) Fotografia: Flávio Fogueral, Leandro Rocha, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB Diagramação: Flávio Fogueral (www.fmb.unesp.br)

JULHO 2009


8 COMUNIDADE

Orientação para para aa Orientação qualidade de de vida vida qualidade Alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, através da AAACHSA (Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida) promoveram dia 20 de junho, das 9 às 15 horas o “Dia da Família Saudável”. O evento reuniu mais de 400 pessoas da comunidade do Conjunto Residencial Frei Fidélis- Cecap, em Botucatu. O objetivo foi a promoção de atividades físicas, culturais, integração comunitária e familiar da região. Foram realizadas atividades recreativas (teatro e oficinas de desenhos), serviços como aferição de pressão arterial e orientação sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). Todas as ações foram gratuitas. A população pôde realizar aulas de Tai Chi Chuan (arte marci-

al que promove o equilíbrio pessoal), oficinas de cozinha experimental. Também acompanharam apresentações artísticas como a do grupo de Dança Sênior Talentos da Maturidade, do Centro Saúde Escola. Diretora de Extensão da AAACHSA, Haydée Sayuri Hirai, ressalta que o papel da prestação de serviços, além da conscientização para a prática esportiva e de hábitos saudáveis são pontos favorecedores da saúde. “O incentivo à prática esportiva e também o convívio familiar de forma harmoniosa são pontos que favorecem a quali-

Evento promoveu atividades físicas, culturais e integração comunitária da região

dade de vida”, explica. Docente responsável pelo projeto, Dra. Cátia Fonseca, ressalta que o evento deve se estender a outros bairros do município. Está prevista para acontecer na região do Monte Mor ou Jardim Iolanda, em agosto. Segundo ela, foi observado que muitas famílias não possuem muitos hábitos imprescindíveis para a qualidade de vida. “Muitos problemas que observamos nesse contato direto com a comunidade é que as famílias, que deveriam ser as maiores incentivadoras dessas crianças, não estavam acostumadas a terem hábitos saudáveis”, complementa. A ação do “Dia da Família Saudável” surgiu através do projeto “Esporte Pensante”, desenvolvido em parceria entre a FMB e a Prefeitura de Botucatu, no qual é ofe-

recido acompanhamento nutricional e atenção à saúde de crianças participantes de escolas esportivas municipais. As atividades acontecem no Cecap e no Ginásio de Esportes “Mário Covas Júnior”.

O evento teve o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, Departamento de Pediatria da FMB/ Unesp, do CAPS (Centro Acadêmico Pirajá da Silva) e das Ligas Acadêmicas de Diabetes e Coração.

Dia da Família Saudável reuniu mais de 400 pessoas

Feira da Saúde: informações e serviços à população

Feira da Saúde frisou serviços e colaborou na captação de doadores de medula óssea

Informações e prestação de serviços. Com estes objetivos, o Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS), entidade representativa dos alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu, dia 6 de junho, a 10ª edição da Feira da Saúde. O evento foi realizado na Praça Emílio Pedutti, em Botucatu. Foram abordados temas relacionados à saúde com prestação de serviços e orientações para qualidade de vida. Obesidade em idosos, tabagismo, câncer de próstata, cólicas, saúde sexual, doação de órgãos, também integraram os serviços de orientação nos estandes durante a feira. O trabalho de conscientização esteve por conta das Ligas Acadêmicas, entidades criadas pelos alunos da faculdade com intuito de debater e aprimorar

conhecimento nas mais diferentes áreas da medicina. Exames de urina e aferição de pressão arterial foram oferecidos, de forma gratuita, à população. Uma das novidades para este ano foi o cadastro de doadores de medula óssea. O Cursinho Desafio, projeto de ensino desenvolvido por alunos da FMB, realizou inscrições para seu processo seletivo ao curso semi-extensivo, durante a feira. O evento foi organizado pelo Departamento de extensão do CAPS e Conligac (Conselho das Ligas Acadêmicas de Botucatu). A feira tem o apoio do Caenf (Centro Acadêmico da Enfermagem), Cursinho Desafio, AAACHSA (Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida) e Secretaria Municipal de Saúde.

inscrição)”, enfatizou Marcos Marton Ribeiro, integrante do Cursinho Desafio. O Cursinho Desafio é um projeto de extensão acadêmica da Faculdade de Medicina de Botucatu, criado em 2001, e tem obtido resultados expressivos em aprovações nos vestibulares de instituições de ensino superior públicas. Oferece, anualmente, 200 vagas, divididas nas duas categorias de duração (ex-

tensivo e semi), a alunos de baixa renda. O projeto tem o apoio da FMB/Unesp, Proex (Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Unesp), Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de Botucatu e Banco Real. Informações podem ser obtidas pelo telefone (14) 3811-6020 ou através dos sites www.cursinhodesafio. com.br ou www.fmb.unesp.br.

OPORTUNIDADE

Mais de 500 disputam vagas para cursinho Mais de 500 candidatos inscreveram-se para 60 vagas disponibilizadas ao semi-extensivo do Cursinho Desafio, projeto mantido por alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) o que representa concorrência superior a oito pessoas/vaga. A prova de seleção aconteceu JULHO 2009

no dia 19 de julho e as aulas tiveram início na primeira semana de agosto. Uma das novidades adotadas neste processo seletivo foi o sistema online de inscrição. Cerca de 80% dos mais de 500 candidatos inscritos optaram por fazer o cadastro através do sistema

digital, no site do cursinho. “Para o candidato foi uma comodidade por ser uma inscrição que pôde ser feita a qualquer hora do dia e sem a necessidade de deslocamento até o Angelino (escola Angelino de Oliveira, onde o Cursinho Desafio está sediado e que funcionou como ponto de


9 INOVAÇÃO

HC realiza primeira cirurgia vascular vídeo-assistida do país

Procedimento inédito foi realizado pela equipe de Serviço Vascular de HC no dia 7 de maio

PESQUISA

Gravidez aumenta o risco de alteração cardíaca na mulher hipertensa Mulheres hipertensas têm risco aumentado de problemas cardíacos a médio e longo prazo. No entanto, podem ficar sem sintomas por longos períodos. Essas mulheres, quando jovens, geralmente vão ao médico somente quando engravidam. Portanto, é importante que o obstetra esteja atento para identificar alterações cardíacas naquelas com história de hipertensão, ainda que se apresentem com a pressão arterial normal durante a gravidez. Essa consideração foi feita pela ecocardiografista e professora substituta da Disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Silméia Garcia Zanati. A pesquisadora defendeu tese de doutorado abordando esse tema, em dezembro de 2007. Seu estudo foi desenvolvido em colaboração com a Disciplina de Obstetrícia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia desta Instituição. A hipertensão arterial pode acometer mulheres em qualquer idade. No entanto, durante a gestação, mulheres previamente hipertensas podem se apresentar com pressão arterial normal, devido às alterações próprias da gravidez. Segundo a professora Silméia, a forma mais acurada e segura de se identificar alteração cardíaca secundária à hipertensão arterial é o ecocardiograma. O estudo envolveu a inclusão de quatro grupos de mulheres: grávidas hipertensas (57), grávidas com pressão arterial normal (47), não-grávidas hipertensas (41) e não-grávidas com pressão arterial normal (48). As comparações entre esses grupos mostrou resultados interessantes. Por exemplo, mulheres hipertensas, quando engravidam, apresentam aumento da hipertrofia cardíaca (crescimento do peso do coração).

O Hospital das Clínicas da Unesp (Universidade Estadual Paulista), vinculado à Faculdade de Medicina do câmpus de Botucatu, realizou no dia 7 de maio a primeira cirurgia aórtica vídeo-assistida do país. A técnica cirúrgica já é largamente utilizada em países como França, Itália, Alemanha e Canadá, tem por objetivo substituir alguns procedimentos deste tipo de cirurgia, minimizando a invasividade e necessidade de grandes incisões. O paciente, Benedito Salomão, 57, apresentava dor isquêmica no membro inferior. O sintoma é provocado pela falta de sangue irrigado aos tecidos. Este tipo de insuficiência, além de gerar dor, pode causar necrose (morte) dos tecidos. A equipe do Serviço Vascular do HC optou pelo novo método por ser menos invasivo, proporcionar recuperação acelerada e evitar que o membro corresse risco de ser amputado. Salomão, natural de Igaraçú do Tietê, apresentava quadro de Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), com oclusão da artéria ilíaca esquerda (artéria que irriga partes inferiores do corpo como nádegas, órgãos reprodutivos e parte da coxa). Devido a esse problema, sua circulação sanguínea para a coxa

e perna esquerda estava prejudicada, com risco de necrose nessa região. O paciente trabalhava no corte de cana-de-açúcar em uma usina da região quando começou a apresentar o problema. Com a intensificação das dores, o lavrador teve que se afastar de seu emprego. “Essas dores apareceram há dois anos na perna e pé esquerdos. Esse incômodo foi aumentando e parei de trabalhar”, conta o lavrador. Devido ao quadro apresentado pelo paciente, a equipe médica optou pela construção de uma ponte com enxerto de Dacron- material sintético utilizado para substituir tecidos normais do corpo-, desde a aorta abdominal até a artéria femoral comum esquerda (localizada no fêmur). Com isso, foi reconstruída toda a circulação arterial proximal do paciente. Equipamentos de vídeo laparoscopia auxiliaram no monitoramento e execução do procedimento. Sua recuperação foi satisfatória e ele teve alta hospitalar no dia 11 de maio. O paciente passa por exames periódicos e, segundo o cirurgião vascular Winston Bonetti Yoshida, responsável pelo Serviço Vascular do HC e professor da Faculdade de Medicina da Unesp, poderia voltar em breve ao trabalho.

PROCEDIMENTO FOI REALIZADO DE FORMA HÍBRIDA Estudo da profa. Silméia alerta sobre hipertensão na gravidez “A hipertensão representa por si só um risco para as mulheres, independente da gravidez, mas a presença de hipertrofia significa risco adicional de outros eventos, como insuficiência cardíaca e infarto. A pesquisa trouxe como desdobramento a evidência da necessidade dos cardiologistas e obstetras ficarem atentos durante o pré-natal dessas mulheres, no sentido de diagnosticar precocemente a hipertrofia cardíaca. Essa abordagem requer o acompanhamento conjunto, por estes dois profissionais, mesmo que não haja sintomas da doença. Nas jovens, o pré natal é a oportunidade de se identificar a hipertensão e suas complicações”, explica professora Silméia. A pesquisadora também alerta para a necessidade de acompanhamento cardiológico contínuo, mesmo após a gestação. Portanto, os obstetras deveriam orientar suas pacientes hipertensas a continuar o tratamento adequado, mesmo que não haja sintoma. De acordo com ela, esse aspecto é especialmente importante. “A literatura indica que, embora 91% dos indivídu-

os hipertensos tomem medicação para controlar a hipertensão, apenas 30% têm a pressão arterial adequadamente controlada”, observa. Algumas mulheres apresentam hipertensão arterial apenas durante a gestação. Isto é, apresentam hipertensão gestacional que também pode causar hipertrofia. Entretanto, nessas situações, a hipertensão arterial e a hipertrofia freqüentemente são resolvidas após o nascimento do bebê. “Ao contrário, a hipertensão crônica, isto é, independente da gestação, representa 30% d o s c asos de hipertensão em grávidas nos países desenvolvidos e 75% nos países em desenvolvimento”, observa a cardiologista da FMB. “A hipertensão é a principal causa de morte em mulheres com mais de 35 anos e seu diagnóstico é prejudicado pelo fato de ser silenciosa”, acrescenta. Fatores que aumentam os riscos de hipertensão em mulheres jovens: estresse físico e psicológico induzido por vários fatores, como jornada dupla de trabalho, tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e obesidade, além do consumo excessivo de sal.

No último dia 3 de março, em outra cirurgia, o HC experimentou, em parte, o novo método junto com o sistema operatório tradicional. O paciente em questão, um homem de 60 anos, apresentava quadro de Doença Arterial Obstrutiva Periférica (DAOP), pois tinha lesão de necrose no pé. A cirurgia mesclou técnicas tradicionais, sendo auxiliada pelo aparelho de vídeo laparoscopia. Este procedimento, segundo Dr. Yoshida, representa um avanço na atenção a este tipo de doença, por oferecer ao paciente recuperação mais acelerada em seu pós-operatório, possibilitando uma alimentação precoce, no mesmo dia. Pelo método tradicional, a pessoa somente pode ingerir alimento cerca de 72 horas após a operação, sendo hidratada neste período por soro.

O tempo de estada no hospital também é reduzido, com menos dor pós-operatória, havendo a possibilidade de alta em até 48 horas após a cirurgia, enquanto que pelo procedimento utilizado atualmente, o paciente permanece internado por uma semana, em média. “É uma técnica que pode ser popularizada e podemos sentir que o paciente tem uma recuperação mais rápida e de forma mais confortável”, afirma Yoshida. Ele ressalta que cirurgias vídeo-assistidas já são amplamente usadas em especialidades como ginecologia, gastrocirurgia e urologia, mas que, especificamente na área vascular, ainda é um campo em desenvolvimento. “É um procedimento complexo, pois exige equipamentos sofisticados e especialização vascular”, complementa.

ATEROSCLEROSE A aterosclerose é a principal causa de mortalidade nos países ocidentais. Caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, traz um déficit sanguíneo aos tecidos irrigados por elas. A doença pode causar complicações como angina, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, insuficiências renais, obstrução das artérias periféricas (DAOP) ou um acidente vascular cerebral (AVC). A doença atinge a pessoas idosas e que tenham fatores de risco como diabetes, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto). Tabagismo, estresse e sedentarismo também contribuem para o aparecimento da aterosclerose. “A alimentação inadequada e calórica, falta de exercícios, também favorecem o desenvolvimento da doença”, Yoshida. JULHO 2009


10 RECONHECIMENTO

Cercado de amigos, prof. Cicogna anuncia aposentadoria Após quatro décadas de dedicação à famosa arte de ensinar, o professor Antônio Carlos Cicogna, docente do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) encerrou oficialmente suas atividades e anunciou a aposentadoria. Vários amigos e alunos do cardiologista compareceram ao salão nobre da FMB dia 3 de julho para prestigiar a despedida do médico. O ex-professor e ex-diretor da Faculdade de Medicina, Joel Spadaro, que em breve receberá o título de professor emérito, foi convidado para homenagear Cicogna em nome da Disciplina de Cardiologia. Spadaro lembrou da convivência que teve com o amigo e até brincou enfatizando o que classificou de características peculiares do docente: “ser um pouco ranzinza” e um assíduo criador de curió. Por outro lado, destacou que são qualidades dele a fidelidade, coerência e espírito crítico. “A aposentadoria do Cicogna representa o fechamento de um período histórico para essa instituição. Ele é o último a se aposentar do

CARREIRA DEDICADA AO ENSINO E PESQUISA O docente concluiu o doutorado em ciências pela FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu), em 1974. Foi professor titular da FMB e atuou como assessor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Em sua carreira acadêmica, Cicogna publicou 106 artigos em periódicos especializados e 197 trabalhos em anais de eventos. Foi orientador de três dissertações de mestrado e três teses de doutorado. Também recebeu 13 prêmios e/ou homenagens.

Joel Spadaro homenageou Cicogna pela disciplina de Cardiologia

Prof. Cigona ressaltou orgulho em poder ter transmitido conhecimento grupo de cardiologistas que chegou aqui em 1968. Foram décadas de dinamismo, otimismo e

muito trabalho”, colocou, fazendo referência ao grupo formado pelos cardiologistas Joel Spada-

LEITURA

parceria com a empresa deve ser mantida este ano com a remessa de revistas a cada três meses. O projeto também contempla atividades recreativas para as crianças atendidas pelo hospital. Um espaço é destinado para a realização de atividades de recreação como pintura e desenhos, que posteriormente são expostos em um mural. Solange de Moares, diretora do Serviço Social do HC e coordenadora da Revisteca, frisa que o projeto obteve sucesso por agregar valores culturais e oferecer ao usuário do hospital maior conforto em sua estada. “A revisteca está dentro do processo de humanização de atendimento no hospital. Trouxe lazer, informação e novas ideias aos usuários”, declara.

Usuários aprovam iniciativa Com um ano de atividades, a revisteca instalada no saguão do Hospital das Clínicas tem agradado os freqüentadores do local. A assistente-social Cristina Aparecida de Paula veio de Cambará, no Paraná, acompanhar uma menina daquela cidade para consulta no setor de Pediatria do HC, marcada para o período da tarde. Tanto ela quanto a criança aguardavam o horário do exame no local. Para ela, a iniciativa tornou a espera menos cansativa. “Foi a primeira vez que vi uma proposta que nem essa que oferece leitura para as pessoas que aguardam por atendimento. E isso se torna interessante pois minimiza o estresse da espera”, declarou. JULHO 2009

Isso é o que vale a pena, além de poder passar para os outros aquilo que aprendemos”, afirmou. “O ser humano não pode ser egoísta. É um processo de solidariedade, dependemos dos outros, somos produto de alguém”, continuou ele, deixando claro que ao longo de sua carreira teve orgulho de poder ter transmitido aos alunos tudo aquilo que um dia alguém lhe ensinou. Também discursaram para prestigiar a aposentadoria do professor Cicogna os professores Eder Trezza e Oscar Campana. Os alunos de pósgraduação também foram representados.

ASFALTO

Revisteca do HC/Unesp completa um ano com mais de 7 mil visitas Criada através de parceria entre a Editora Abril e Superintendência do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), a Revisteca do HC completou um ano de atividades com mais de 7 mil visitantes. O local oferece publicações diversas para enfermarias do complexo Hospital das Clínicas, ambulatório de quimioterapia, Farmácia de Alto Custo, ambulatório de Pediatria, além do ponto fixo instalado no saguão de entrada do HC (boulevard). Através do projeto, a Abril fornece ao hospital um kit contendo 70 exemplares dos 30 principais títulos lançados pela editora, além de publicações da Nova Cultural e Duetto. O acervo da revisteca conta com mais de 840 revistas e livros dos mais variados gêneros. A

ro, Antônio Carlos Cicogna, Eder Trezza e Paulo José Ferreira Tucci. O professor emérito da FMB, Augusto César Montelli, que também usou a palavra durante a cerimônia, recordou-se ser o responsável por convidar Cicogna para vir à Botucatu. “Ele foi competente como médico e professor. Mas o que de mais importante ele nos deu nesses 40 anos foi o modelo de professor universitário que é”, frisou. Mesmo deixando transparecer uma certa timidez, professor Cicogna deixou uma mensagem àqueles que compareceram para lhe prestigiar. “Sempre lutei para ser bom, justo, honesto e ético.

Segundo ela, a participação maciça da comunidade através de doações, mesmo com o fornecimento de revistas pela editora Abril, foi surpreendente. “Houve servidores, docentes e as pessoas que frequentam o local que se tornaram colaboradores através de doações”, complementa Solange. A Revisteca do Hospital das Clínicas funciona de segunda à sexta-feira das 7 às 17 horas. O espaço é aberto a todos os usuários, servidores e corpos discente e docente da FMB e do HC. Doações para o projeto podem ser feitas na Seção de Serviço Social ou através dos telefones (14) 3811-6262 ou 3811-6226.

Pontos do câmpus, na FMB, recebem novo recape

Foram utilizadas 450 toneladas de massa asfáltica A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, em diversos pontos de seu câmpus, recape asfáltico. O investimento para a compra da massa asfáltica foi de R$ 102 mil e realizado de forma conjunta entre a FMB e o Hospital das Clínicas. A Prefeitura de Botucatu cedeu maquinário e mão-de-obra. Os setores beneficiados com o recape foram as áreas próximas aos Anexos Verde (Departamentos de Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia e Ortopedia e Anestesiologia), Pêssego (Clínica Médica e Neurologia, Psicologia e Psiquiatria), além do estaciona-

mento do Departamento de Patologia. Foram utilizadas para este trabalho 450 toneladas de massa asfáltica. Toda a extensão frontal do prédio administrativo da Faculdade de Medicina de Botucatu e do Hospital das Clínicas também recebeu a nova pavimentação asfáltica. Conforme explica o diretor de Serviços de Atividades Auxiliares, Jayme Ferrari Júnior, o recape visa contemplar uma necessidade destes setores já que o asfalto naqueles locais era o mesmo desde a criação dos prédios auxiliares. “Os demais locais ainda estão com o asfalto em bom estado de conservação”, acrescenta.


11 FINANCIAMENTO

Assessor jurídico da Famesp esclarece detalhes sobre possível autarquização do Hospital das Clínicas Em reunião extaordinária aberta da Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), voltou a ser discutida, dia 31 de julho, a possibilidade de autarquização do Hospital das Clínicas/Unesp (HC), ou seja, sua vinculação à Secretaria de Estado da Saúde. Para explicar sobre os aspectos jurídicos da mudança, foi convidado o assessor jurídico da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), Dr. Arcênio Rodrigues da Silva. A FMB deve decidir oficialmente sobre o assunto em reunião da Congregação, marcada para o dia 7 de agosto. Posteriormente, a discussão vai para o Conselho Universitário da Unesp (CO), que pretende analisar a questão também em agosto. Somente depois disso é que o governador do Estado de São Paulo deve receber um projeto de lei que será enviado à Assembleia Legislativa para apreciação. O diretor da FMB, professor Sérgio Müller, é enfático ao defender a autarquização. “Chegamos ao limi-

te. Ou a universidade assume integralmente o HC, suprindo sua necessidade de recursos humanos, custeio e metas de ampliações ou passa o hospital para quem possa financiá-lo da maneira mais adequada”, dispara. Durante sua explanação, Dr. Arcêmio esclarece que uma autarquia é uma “pessoa jurídica de direito público, criada mediante lei para desempenho do serviço público. Tem autonomia administrativa, econômico-financeira e patrimonial”. “Se transformando em autarquia, o HC passa a existir no mundo jurídico”, cita. O assessor jurídico da Famesp também coloca que com a vinculação do hospital ao Governo do Estado de São Paulo os servidores poderão ser contratados via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou Regime Estatutário, sendo que haveria autonomia para a definição dos planos de carreira e salário. “O HC da USP (Universidade de São Paulo) tem servidores contratados por ambas as modalidades”, acrescenta.

Especialista da Famesp e gestores da FMB e HC puderam tirar dúvidas sobre autarquização Todos os direitos dos trabalhadores que atualmente integram o quadro seriam preservados e eles poderão ser absorvidos pela autarquia. Os funcionários da Famesp seriam gradativamente incorporados à Secretaria de Estado da Saúde e os da Unesp seriam repostos. Sobre as relações hierárquicas em uma autarquia, o convidado diz que o HC será diretamente subordinado ao Governo do Estado, já que a Secretaria da Saúde não pode intervir em suas decisões. “No entanto, o hospital estará sujeito à lei de licitações e concursos públicos, seus bens públicos são impenhoráveis e o julgamento é feito pela Fazenda Pública”, observa. Convênio com a Unesp Com a autarquização, o Hospital das Clínicas celebraria um convênio com a Unesp para que as atividades de ensino, pesquisa e assistência continuassem sendo realizadas normalmente, porém, de maneira mais regrada. “O perfil universitário do HC será mantido, mesmo porque continuará recebendo financiamento do Ministério da Saúde”, coloca Dr. Arcêmio.

Financiamento Pelo novo modelo de gestão, seriam encaminhados recursos da Secretaria de Estado da Saúde ao HC. Continuaria havendo a possibilidade de o hospital receber recursos da União, estados, municípios e também permaneceria inalterado o convênio com o Ministério da Saúde para o repasse de verbas do SUS (Sistema Único de Saúde) – que seriam distribuídas via Famesp para o custeio da unidade. Há, ainda, alternativas de captação de dinheiro, como atendimentos via convênios de saúde. Estrutura básica Uma autarquia é formada por um Conselho Deliberativo, que decidiria sobre as regras de funcionamento do hospital e com funções definidas pelo regimento interno. A Direção Clínica e a Superintendência continuariam sendo escolhidas através de consulta junto à comunidade interna. A única diferença é que no caso da Superintendência, seria apresentada uma lista com três nomes mais votados e a escolha ficaria a cargo do governador do Estado.

Meta é de déficit “zero” até 2010 O superintendente do HC, professor Emílio Curcelli, também apresentou dados que justificariam a autarquização do hospital. Ele elencou alguns vantagens da vinculação ao Estado: seria possível cobrir o custeio da instituição; permitiria um plano de ampliações; cobriria as dívidas atuais e seria possível um planejamento mais consistente. O Hospital das Clínicas deve encerrar 2009 com um déficit de R$ 3,4 milhões, sendo que há uma dívida de R$ 2 milhões com a Famesp. Faltam, atualmente, para suprir as necessidades do hospital, 368 funcionários. São 410 leitos em operação. Os recursos necessários para o funcionamento ideal da unidade, com mais equipamentos, ampliações e a infraestrutura adequada, são de R$ 35 milhões por ano. “Nossa meta é chegar ao déficit zero até 2010”, anuncia professor Curcelli. Há, contratados pela Famesp e Unesp, 1942 servidores e 74 pedidos de admissão aguardam liberação. São registradas, em média, 50 aposentadorias por ano.

CASA NOVA Servidores e usuários do HC participaram da festa junina

CONFRATERNIZAÇÃO

Pastoral Ecumênica promove festa junina no templo do HC Com o objetivo de oferecer descontração e momentos de integração, o Hospital das Clínicas (HC), vinculado pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu pelo quarto ano consecutivo, no dia 24 de junho, a “Festa do Arraiá no HC”. O evento foi organizado pela Pastoral Ecumênica e aconteceu no jardim do Templo Ecumênico do hospital. Ao longo do dia, pacientes, servidores e visitantes do hospital tiveram à disposição comidas e bebidas das festas juninas tradicionais. Todos os alimentos servidos foram doados por igrejas e colaboradores da Pastoral Ecumênica.

Um grupo musical animou o evento com moda de viola e música sertaneja raiz. Não faltou animação aos servidores e, principalmente aos pacientes assistidos pelo HC. A assistente social Marilda Artioli de Medeiros, uma das coordenadoras da Pastoral e integrante da organização da festa, explica que o intuito foi oferecer atividades para tornar a estada no hospital mais agradável. “Proporcionamos algumas horas de lazer e descontração a nossos colegas de trabalho, pacientes e familiares. Todos convivem diariamente e minimizamos a sensação de se estar em um ambiente hospitalar”, explicou a assistente.

Estudantes da Unesp agora têm moradia mais confortável A moradia estudantil, utilizada por alunos das quatro faculdades da Unesp (Medicina, Medicina Veterinária e Zootecnia, Ciências Agronômicas e Instituto de Biociências) em Botucatu, foi reinaugurada no início de maio. Com recursos da Reitoria da universidade – R$ 160,5 mil – e contrapartida da Administração Geral do Campus (AG) – R$ 24,4 mil – a infra-estrutura do local foi

reformada, com melhorias no piso, banheiros e pintura. Também foram comprados novos eletrodomésticos. A cerimônia de reinauguração das instalações – que têm capacidade para 68 universitários, realizada no dia 7 de maio, com a presença dos diretores de todas as unidades, do diretor administrativo do GAC, Carlos Winckler e do representante discente do Grupo,

Presidente do GAC, prof. Sérgio Müller inaugura reforma da moradia

André Fossaluza Santachiara. “O local não passava por melhorias há alguns anos, então, fomos à busca dos recursos para realizar a reforma e oferecer mais conforto aos estudantes”, destaca Winckler. A moradia estudantil da Unesp, que conta com oito blocos, fica na Rua Gregório Pedro Garcia, 351, na Vila Paulista.

CRITÉRIOS PARA CONSEGUIR UMA VAGA

Os alunos interessados em se instalar na moradia estudantil da Unesp precisam ter renda familiar menor que dois salários mínimos e serem aprovados em uma seleção que é feita anualmente, mediante análise socioeconômica e apresentação de documentos. Uma comissão, com representantes de todas as unidades de Botucatu, além de assistentes sociais, acompanham todo o processo de triagem dos candidatos. Anualmente, é divulgado um calendário com o prazo para a entrega dos documentos – o que deve ser feito na Seção de Graduação da faculdade onde o aluno está matriculado - e as datas dos três dias de entrevistas. O contrato é firmado pelo período de um ano. JULHO 2009


12 PRECAUÇÃO

FMB segue orientação da Unesp e adia retorno às aulas Em conformidade com recomendação da Secretaria de Estado da Saúde à Secretaria de Estado de Ensino Superior e à reitoria da Unesp (Universidade Estadual Paulista), a Faculdade de Medicina de Botucatu adiou sua volta às aulas. A decisão, ratificada pela portaria nº 368 do diretor da FMB, foi tomada como precaução ao vírus Influenza A (H1N1), também denominado de ‘nova gripe’ e sua transmissão sustentada em território brasileiro. O retorno das aulas, para seus 369 alunos do 1º ao 4º ano da graduação em Medicina e 99 em Enfermagem, está previsto para o dia 17 de agosto, conforme comunicado expedido pelos Conselhos de Curso de Medicina e Enfermagem. Com a medida, espera-se reduzir a aglomeração de estudantes em salas de aula, fator considerado propício à transmissão da Influenza. No caso de Medicina, alunos do 5º e 6º anos continuarão com suas atividades acadêmicas normais, já que as mesmas se enquadram em uma exceção aberta pela reitoria da Unesp. Nestes casos, os alunos são divididos em grupos menores para o internato e com isso não se caracteriza como ‘aglomeração’. Já na Enfermagem, o 4º ano terá seu calendário sem alterações. Atendendo solicitação das secretarias estaduais, o pró-reitor prof. Ricardo Abi Rached, em substituição ao reitor Herman Voorwald

de Enfermagem em exercício. A professora reforça que alunos do 4º ano não serão afetados por realizarem período de estágio curricular. Creche funcionará apenas em esquema de plantão

Decisão atinge mais de 360 alunos da graduação em Medicina e 100 de Enfermagem expediu, dia 29 de julho, comunicado solicitando a todas as unidades da Unesp a suspensão do início do segundo semestre. A decisão foi tomada em conjunto com a USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade de Campinas). Conselhos de curso não descartam aulas aos sábados Os Conselhos de Curso de Medicina e Enfermagem ressaltam que não estão descartadas medidas de reposição do calendário, como aulas aos sábados e possibi-

lidade de extensão do ano letivo. Segundo portaria expedida pelo diretor da Faculdade de Medicina, prof. Sérgio Swain Müller, os calendários escolares deverão ser reformulados para o cumprimento dos 200 dias letivos na legislação. “Provavelmente iremos integralizar os duzentos dias de aulas. Não descartamos estender as aulas até dezembro e utilizarmos o sábado, que também é considerado dia letivo”, explica o coordenador de curso de Medicina em exercício, professor Paulo Villas-Boas. Segundo ele, o Conselho de

PRÊMIO

curso deve reunir-se para avaliar a eficácia da medida- suspensão das aulas- e se o prazo pode ser estendido ou não. A partir disso será refeita a grade curricular para o segundo semestre. Villas-Boas complementa que alunos dos 5º e 6º anos terão suas atividades acadêmicas sem alterações de calendário. “Obviamente os conselhos de curso devem se reunir para avaliarem seus calendários, em conformidade com as decisões e orientações da direção da faculdade”, ressalta a Vera Lúcia Pamplona Tonete, coordenadora do curso

Após reunião realizada entre pais de alunos, a direção do serviço e o médico infectologista Carlos Magno Fortaleza, na manhã do dia 30 de julho, ficou decidido que, por precaução em relação ao vírus Influenza A (H1N1), o Centro de Convivência Infantil (CCI) da Unesp, campus Rubião Júnior, funcionará em esquema de plantão. O especialista orientou aos pais que, se possível, não levem seus filhos à creche. No entanto, caso não haja alternativa o CCI receberá as crianças. Dr. Fortaleza aproveitou o encontro para passar aos pais orientações sobre cuidados preventivos contra a chamada “nova gripe”. Na oportunidade, alguns alunos já voltaram para casa. A supervisora da creche, Elcy Dutra Calvi, salienta que todas as providências necessárias quanto à higienização dos objetos e brinquedos com os quais as crianças têm contato já estão sendo tomadas. “Limpamos tudo com álcool gel e todos lavam as mãos frequentemente com sabonete líquido”, frisa.

INSERÇÃO

Inclusão digital e social da Vice-diretora da FMB homenageada em congresso nacional de oftalmologia FMB recebe novas turmas A professora Silvana Artioli Schellini, médica oftalmologista e vicediretora da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), foi homenageada dia 9 de julho, na abertura do Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SOB), realizado no Rio de Janeiro. Ela e o oftalmologista Dr. Almir Ghiarone – um dos mais renomados do Brasil em sua especialidade – são os dois únicos médicos no País a receberem três vezes o Prêmio Varilux de Oftalmologia. O reconhecimento, oferecido pela fabricante de lentes multifocais às pesquisas produzidas pelos principais oftalmologistas do Brasil, ocorre desde 1972, ano da comemoração ao 50º aniversário da SOB. Professora Silvana recebeu o prêmio nos anos de 1986 (16ª edição do prêmio), 1993 (23ª edição) e 2000 (30ª edição). Os trabalhos da docente que foram contemplados, respectivamente são: “O cão como animal de experimentação em oftalmologia: avaliação estrutural e ultraestrutural do corpo ciliar” – que foi sua tese de mestrado, orientada pelo professor Marcos Augusto Moraes Silva; “Retinopatia Diabética Experimental”, seu projeto de doutorado, orientado pelo mesmo docente e “Cavidade Anoftalmica”, que foi seu trabalho para obtenção do título de livre-docência. “Os pesquisadores brasileiros têm pouco reconhecimento e não têm a oportunidade de ter seu trabalho observado por todos. Essa premiação é uma forma de nossas pesquisas ganharem visibilidade”, destaca JULHO 2009

O projeto de inclusão digital e social mantido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e Hospital das Clínicas (HC), voltado a adolescentes da comunidade e filhos de servidores das instituições, iniciou duas novas turmas no dia 3 de julho. Grupos com 15 alunos cada, que receberão aulas uma vez por semana durante seis meses. Além de aulas de informática, os adolescentes recebem orientações médicas como: malefícios das drogas, métodos anticoncepcionais, entre outros assuntos ligados ao cotidiano dos jovens. Há apoio do Serviço Social do HC, Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) e Unesp. O vicediretor clínico do HC, Dr. Marcone Sobreira, também deu as boas vindas aos alunos. Luiz Aurélio Pagani, o Lelo, coordenador do laboratório de informática dos servidores, onde são realizadas as aulas, enfatizou que o período durante o qual os adolescentes são for-

mados pode transformar a vida deles de maneira positiva. “Vamos lutar para que vocês aproveitem ainda mais a escola de vocês e estejam preparados para disputar uma vaga no mercado de trabalho. Nosso projeto é para os jovens, mas também para as famílias”, disse aos recém-chegados. A médica pediatra e docente do Departamento de Pediatria da FMB, professora Tamara Beres Lederer Goldberg, colocou que os adolescentes que farão parte do projeto podem se considerar privilegiados. “No Brasil, são 34 milhões de adolescentes para disputar o mercado de trabalho. Vocês terão a oportunidade de desenvolver suas habilidades e aptidões”, afirmou ela, ao dirigir-se aos alunos. Durante a apresentação da nova turma, pais de alunos que já passaram pelo projeto deixaram seu testemunho a respeito das mudanças positivas para a vida dos adolescentes. O projeto, criado em 2003, já formou mais de 150 pessoas.

Dra. Silvana Schellini recebeu três vezes o prêmio Varilux professora Silvana. Ao longo dos últimos anos, a vice-diretora da FMB já teve oito pós-graduandos orientados por ela que também receberam o Prêmio Varilux de Oftalmologia. Professora Silvana Artioli Schellini possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) (1980), mestrado em Oftalmologia pela Unesp (1985) e doutorado em

Bases Gerais da Cirurgia pela Unesp (1992). Atualmente, é vice-diretora da Faculdade de Medicina da Unesp e professora titular da Unesp. Tem experiência na área de Oftalmologia, com ênfase em Cirurgia Plástica Ocular, Vias Lacrimais e Epidemiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: pálpebra, vias lacrimais, prevalência de doenças oculares na população, prevenção da cegueira.

Projeto oferece aulas de informática e orientações médicas


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