Jornal da FMB nº 15

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FMB aprova HC como autarquia Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) votou favorável a vincular hospital ao Estado. Minuta do projeto será avaliada agora pelo Conselho Universitário. Página 3

Encontro define novos rumos para a pesquisa Durante três dias, grande parte dos pesquisadores, médicos e docentes, além de alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) estiveram reunidos no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro, para discutir, pela primeira vez os rumos da pesquisa na instituição. O 1º Encontro de Pesquisa da FMB reuniu mais de 200 participantes. Páginas 4 e 5

Ontem líder estudantil; hoje deputado

Unesp mostra como servir a comunidade Página 6

1ª Expo-Extensão uniu as faculdades da Unesp em Botucatu e expôs seu papel social FOTOGRAFIA AG/UNESP

Milton Flávio Marques Lautenschlager. Graduado em 1971 pela antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), embrião do que se tornaria a de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), o professor do Departamento de Urologia exerce atualmente seu quarto mandato como deputado estadual e mantém ainda fortes laços com a FMB. Atualmente, é vicelíder do governo José Serra na Assembleia estadual. Página 7

HC implanta nova técnica para corrigir lesões cardíacas A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, dia 18 de agosto, de forma inédita em seu Hospital das Clínicas (HC), procedimento voltado à correção de lesões na válvula do coração. O processo beneficiou um paciente de 16 anos, oriundo de Laranjal Paulista, que apresentava frequente falta de ar e cansaço durante esforços pequenos e moderados. A Valvoplastia mitral per-

cutânea com balão é voltada para o tratamento de estenose mitral secundária- obstrução da válvula mitral, essencial para a circulação do sangue que parte do coração para a aorta. Também pode ser usada em doenças reumáticas. O procedimento consiste na dilatação desta válvula por um balão e substitui a realização de cirurgias em casos mais simples e bem selecionados. Página 9

André Balbi faz Documentação primeiro balanço histórica em na Direção Clínica debate na FMB Procedimento realizado pelo HC/Unesp é voltado para correção de lesões na válvula cardíaca

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Alunos da FMB FMB e HC criam atlas de se adequam à lei antifumo parasitologia Para facilitar o estudo em torno dos parasitas é que os estudantes do curso de medicina humana, Diego Freitas Tavares e Luís Felipe Angulsk, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), sob a supervisão dos docentes Reinaldo José da Silva e Luciene Serra, do Instituto de Biociências (IB), ambos vinculados à Unesp realizaram levantamento catalográfico dos parasitas com maior relevância médica e publicaram o “Atlas de Parasitologia Humana” (Cultura Acadêmica Editora, 50 páginas). Página 12

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e o Hospital das Clínicas estão preparados para o cumprimento da nova legislação estadual antifumo, que entrou em vigor no dia 7 de agosto.Uma das atividades foi uma reunião onde foi explicada a toda comunidade (servidores, docentes e alunos), sobre a Lei nº 13.541, que proíbe o consumo de qualquer produto fumígero (cigarros, charutos, cachimbos, entre outros) em ambientes coletivos. Página 11

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Hemocentro conscientiza doadores

Projeto “Semear” visa atrair novos doadores de plaquetas

Iniciativa conjunta entre o Tiro de Guerra (TG 02-048) de Botucatu e o Hemocentro do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB), deverá conscientizar a população local sobre a doação de plaquetas sanguíneas. Com isso, espera-se aumentar o número de voluntários habilitados no Banco de Cadastros de Doadores de Plaquetas existente no hospital. A ação de conscientização integrará o projeto “Semear”, que durou todo o mês de agosto. Página 11


2 INFLUENZA A (H1N1)

CONGREGAÇÃO

Volta às aulas com precauções Na manhã de 17 de agosto, 369 alunos do 1º ao 4º anos dos cursos de graduação em Medicina e 99 da graduação em Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) retornaram às suas atividades acadêmicas. Os estudantes foram recebidos pelo professor Paulo José Fortes Villas Boas para uma explanação que foi realizada no salão nobre da instituição. Além de dar as boas vindas aos universitários, prof. Villas Boas fez um resumo sobre a história do vírus Influenza A H1N1 - da chamada nova gripe e explicou como foi o avanço da pandemia no mundo desde que foram registradas as primeiras ocorrências. Os esclarecimentos foram no sentido de os alunos se informarem sobre como podem se prevenir e até como proceder, caso tenham alguns dos sintomas característicos da doença. As férias, que deveriam ter encerrado em 3 de agosto, foram prorrogadas para o dia 17, justamente por precaução à nova gripe, cuja rápida disseminação inspira cuidados. A decisão foi tomada após recomendação da Secretaria de Estado da Saúde à Reitoria da Unesp.

Reunião da Congregação Ordinária do dia 07 de agosto de 2009 1) TRANSFORMAÇÃO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU – UNESP EM AUTARQUIA DA SECRETARIA DO ESTADO DA SAÚDE: após ampla discussão deliberou com 24 (vinte e quatro) votos favoráveis e 06 (seis) abstenções, pela criação de autarquia para o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Unesp, campus de Botucatu, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde; 2)REESTRUTURAÇÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA: após ampla discussão deliberou, por unanimidade (trinta votos favoráveis), pelo inicio do processo de reestruturação curricular do curso de graduação em medicina. Reunião da Congregação Extaordinária do dia 14 de agosto de 2009

Palestra do prof. Villas Boas centrou-se no Influenza A (H1N1) Professor Villas Boas orientou os alunos a permanecerem distantes, pelo menos um metro, de pessoas que estejam tossindo; higienização constante das mãos e evitarem aglomerações desnecessárias. Ele também lembrou que os vírus Influenza Sazonal e A H1N1 circulam concomitantemente e que a nova gripe tem atingido principalmente as pessoas com idade entre 11 e 40 anos. O cronograma dos alunos do 5º e 6º anos de Medicina e do 4º ano de Enfermagem, além de outros estágios de aprendiza-

gem em serviço, não sofreu alterações, já que sua volta às aulas foi mantida devido a se enquadrarem no que a Reitoria classificou como exceção. São grupos menores para internato, situação em que o risco de contaminação pela nova gripe é menor. Para que sejam cumpridos os 200 dias letivos, os calendários dos cursos de Medicina e Enfermagem já foram reformulados. As alterações podem ser consultadas na seção de graduação da FMB ou através do link: h t t p : / / w w w. f m b . u n e s p . b r / noticia_detalhes.php?vID=946

ARTIGO

Formação em Neurocirurgia e Mercado de Trabalho * ROBERTO COLICHIO GABARRA

ou sem formação. Nem sempre se exigem titulação e formação País carente de atendimento na contratação. Órgãos públicos em especialidades de alta com- também não se preocupam com plexidade como a neurocirurgia, capacitação. Igualmente, planos o mercado para o neurocirurgião, de saúde e cooperativas ignoram recém-terminada a formação, se- a formação. ria promissor. Fantástico número Especialidades complexas, de faculdades joga no mercado como a neurocirurgia, têm o trafábula de médicos disputando balho limitado às condições da vagas de residência. A demanda prática da alta complexidade. A pela neurocirurgia é grande. Há neurocirurgia e outras especialiperto de 50 serviços de residên- dades eram beneficiadas por norcia credenciados pela Sociedade mas e honorários diferenciados Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pelo SUS. Mas a política do gesoutros pelo MEC e alguns pelas tor regional, na maioria dos caduas entidades. sos, favorece a saúde de base, Os critérios para credencia- ficando a alta complexidade resmento são diferentes - a SBN é trita aos centros de referência, altamente rigorosa, uma comis- estaduais ou federais, em númesão de neurocirurro bem inferior giões fiscaliza os necessida“HÁ DE SE LUTAR PELA às serviços. No des da populaEXIGÊNCIA DO TÍTULO MEC, uma comisção, cerceados são, com diferenpor interesses DE ESPECIALISTA E tes especialistas, locais, verbas FISCALIZAÇÃO EFICAZ fiscaliza residêninsuficientes ou cias de todas as prioridades regiNO CREDENCIAMENTO” especialidades. onais. Grandes As credenciadas pela SBN são centros de referência são ligados bem mais disputadas, e colocam a instituições universitárias, com no mercado anualmente cerca de políticas próprias de quadros do65 neurocirurgiões. Metade, apro- centes, poucos médicos contraximadamente, é lançada pelas tados e muitos residentes execuresidências-MEC. E há mais tando o trabalho pesado. cerca de 30 médicos pelas não O neurocirurgião vai em buscredenciadas. Disputam o mer- ca de trabalho em grandes hospicado médicos dos “estágios”, tais e centros de referência, imtemporariamente em serviço de possibilitado de trabalhar em meneurocirurgia. E se intitulam nor escala, mais próximo da poneurocirurgiões. pulação, em condições mínimas Otimistamente, por ano, cer- de realizar neurocirurgias, mesmo ca de 130 profissionais estão no de média complexidade. Compemercado: com título, sem título tição truculenta. O neurocirurgião AGOSTO 2009

Informes das reuniões da Congregação realizadas dias 7 e 14 de agosto de 2009

1) O professor doutor Emílio Carlos Curcelli realizou apresentação da situação atual do HC/FMB. Após ampla discussão, a Congregação deliberou, por unanimidade , aprovar quanto ao mérito, o que segue: apoiar a Superintendência do HC em relação às medidas, que serão adotadas, visando a contenção do déficit orçamentário do HC e recomendar aos departamentos atenção especial em relação à questão. Em sequência, o senhor diretor comunicou que no mês de outubro haverá nova reunião extraordinária para apresentação do impacto das medidas adotadas.

agenda FMB 31/08/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO KARIN GRAZIELE MARIN DOS SANTOS CALIANI FATORES SOCIOECONÔMICOS E COMPORTAMENTAIS ASSOCIADOS À ADIPOSIDADE ABDOMINAL DE ADULTOS Programa: Saúde Coletiva Orientador: Profª. Drª. Sueli Terezinha F Martins Local: Anfiteatro do Departamento de Saúde Pública - FMB - UNESP Horário: 14 horas 31/08/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO IVANA REGINA GONÇALVES O COTIDIANO DE TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE: RELAÇÕES COM OS USUÁRIOS E EQUIPE DE SAÚDE Programa: Saúde Coletiva Orientador: Prof. Dr. Roberto Carlos Burini Local: Anfiteatro do Departamento de Enfermagem (anexo H - vermelho) Horário: 14 horas 02/09/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SIMONE MANSO DE CARVALHO AVALIAÇÃO DO DESFECHO CLÍNICO DA FEBRE REUMÁTICA DURANTE DUAS DÉCADAS NO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU Programa: Saúde Coletiva Orientador: Profa. Dra. Claudia Saad Magalhães Local: Anfiteatro da Saúde Pública - FMB - UNESP Horário: 14 horas 04/09/2009 - DEFESA DE TESE LÍGIA YUKIE SASSAKI PREDITORES DE RECIDIVA HEMORRÁGICA OU ÓBITO NA HEMORRAGIA DISGESTIVA ALTA POR ÚLCERA PÉPTICA OU LESÃO AGUDA DA MUCOSA GASTRODUODENAL Programa: Fisiopatologia em Clínica Médica Orientador: Prof. Dr. Giovanni Faria Silva Local: Auditório Marco Aurélio - Depto. de Clínica Médica da FM de Botucatu Horário: 9 horas

muda o foco: invade a neurologia clínica, para a qual não está preparado, ou explora o mercado de imagens (tomografia, ressonância) e registros gráficos (eletroencéfalo, eletromio etc). Há de se lutar pela exigência do título de especialista e fiscalização eficaz no credenciamento, mas é imperioso rever critérios de alta complexidade, estimular a criação de serviços menores, equipados, sustentáveis, próximos à população, em centros menores, com possibilidades de intervenções não tão complexas, além de honorários diferenciados para manter o neurocirurgião em menores comunidades e compensar sua longa e penosa formação.

ROBERTO COLICHIO GABARRA Neurocirurgião, professor da FMBUNESP, membro da Comissão de Credenciamento da SBN e presidente da SONESP - Associação dos Neurocirurgiões do Estado de São Paulo

14/09/2009 - DEFESA DE TESE MARCELO JOSÉ DE ALMEIDA AVALIAÇÃO BIOMECÂNICA DA FIXAÇÃO DAS ENDOPRÓTESES COM E SEM COLA BIOLÓGICA E ALTERAÇÕES HISTOLÓGICAS AÓRTICAS. ESTUDO EXPERIMENTAL EM PORCOS Programa: Bases Gerais da Cirurgia Orientador: Prof. Dr. Winston Bonetti Yoshida Local: Salão Nobre da FM de Botucatu - UNESP Horário: 14 horas 17/09/2009 - EVENTO 18º CONGRESSO MÉDICO ACADÊMICO DE BOTUCATU Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas 19/09/2009 - EVENTO MEDICINA COMPLEMENTAR Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas 19/10/2009 - EVENTO VI BIENAL DE ENFERMAGEM Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 19 horas 04/11/2009 - EVENTO X CURSO CONTINUADO DE VIDEOCIRURGIA DE ESÔFAGO E VESÍCULA BILIAR E III CURSO AVANÇADO EM VIDEOCIRURGIA DE FÍGADO Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 7 horas 03/12/2009 - EVENTO V ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FMB Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas

Informações detalhadas no site www.fmb.unesp.br


3 DECISÃO

Medicina aprova proposta de autarquização do HC A proposta de autarquização do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e que atualmente é uma unidade auxiliar da Unesp, foi votada pela Congregação da FMB, em 7 de agosto. A vinculação do hospital à Secretaria de Estado da Saúde foi aprovada pela maioria dos integrantes do órgão colegiado, embora seis pessoas, entre eles representantes dos alunos e dos servidores, tenham optado pela abstenção. Agora, o projeto segue para apreciação do Conselho Universitário (CO) da Unesp. O diretor da Faculdade de Medicina, professor Sérgio Müller; o superintendente do HC, professor Emílio Curcelli e o presidente da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), prof. Pasqual Barretti defenderam a proposta durante a reunião ordinária da Congregação, argumentando que seria a alternativa mais viável para que o Hospital das Clínicas passe a ser custeado de maneira satisfatória e volte a se desenvolver. O encontro foi transmitido em tempo real pela Internet. Professor Sérgio fez um breve histórico de como o assunto vem sendo conduzido, desde que ele assumiu o comando da FMB, em 2007. Ele chegou a salientar que

Após reunião da Congregação, minuta do projeto está sob análise do Conselho Universitário o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata já declarou querer o HC ligado à sua pasta para que seja possível melhorar a situação de custeio da unidade. O diretor da Faculdade de Medicina ainda lembrou que duas outras reuniões extraordinárias e abertas da Congregação foram realizadas para discutir o tema. O superintendente do HC, professor Curcelli, afirmou que a Unesp já não consegue mais fazer com que o hospital cresça e frisou sua preocupação com o fato

O VALOR NECESSÁRIO PARA CUSTEAR INTEGRALMENTE A UNIDADE (HC) SERIAM

R$ 50 MILHÕES POR ANO de as áreas de ensino, pesquisa e extensão serem prejudicadas por competirem entre si devido à falta de verbas. “A Secretaria de Estado da Saúde já disse que por ela está tudo certo. Além disso, consta na proposta que a Famesp continuaria sendo a inter-

PRIMEIROS PASSOS

veniente do convênio e o subquadro de funcionários da fundação seria absorvido”, colocou. “Caso a Unesp não queira que o HC se desvincule, terá que apresentar uma proposta factível e imediata. Atualmente, não conseguimos crescer e estamos regredindo”, avaliou. Luiz Carlos Freitas, presidente do Sintunesp (Sindicato dos Trabalhadores da Unesp), indagou os gestores do HC, FMB e Famesp sobre a possibilidade de, ao invés de autarquizar o hospital, buscar recursos junto ao

Governo do Estado – o que seria a chamada gestão híbrida (entre Unesp e Estado). Professor Sérgio Müller respondeu dizendo que a Secretaria de Estado da Saúde já destina recursos ao HC - que também recebe verbas do SUS (Sistema Único de Saúde)- mas não é suficiente para manter sua estrutura. O valor necessário para custear integralmente a unidade seriam R$ 50 milhões por ano. Giovana Tuccille Comes, representante dos alunos na Congregação, justificou que os estudantes se abstiveram de votar a proposta, pois não tiveram tempo de deliberar sobre o assunto. Um dos empecilhos foi o adiamento da volta às aulas, por precaução à nova gripe. “Como não foi possível remarcar essa reunião da Congregação e nós não conseguimos nos reunir para discutir o tema, achamos melhor nos abster”, explicou. Minuta já pronta A proposta de minuta contendo o projeto de lei que prevê a autarquização do HC está pronta. Caso aprovada pelo CO, a proposta seguirá para a Casa Civil, sendo encaminhada para votação pela Assembleia Legislativa.

REPRESENTAÇÃO

André Balbi apresenta as primeiras Prof. Fioretto presidirá a medidas à frente da Diretoria Clínica Comissão Científica da Sopati Após completar pouco mais de um mês no comando da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas (HC), o médico Dr. André Luis Balbi coordenou a I Reunião do Corpo Clínico, intitulada “Primeiros passos – o caminho que estamos seguindo”, realizada dia 6 de agosto. No encontro foram apresentados os problemas inicialmente identificados e as primeiras medidas tomadas. Dr. Balbi destacou que estão sendo realizadas reuniões com cada serviço médico do HC, visando definir suas principais dificuldades, necessidades e projetos. “A Diretoria Clínica necessita conhecer os problemas do corpo clínico e precisa da ajuda de todos para realizar ações que possam melhorar cada serviço”, disse ele aos presentes. Também foram divulgadas ações quanto à reestruturação das Comissões do HC (com o objetivo de integrá-las de modo permanente à Diretoria Clínica), criação de uma página da Diretoria Clínica na internet que sirva como ferramenta de comunicação entre os médicos e demais profissionais, definição de representantes do corpo clínico (médicos e residentes) que possam interagir com a Diretoria Clínica (procurando evitar o iso-

Dr. Balbi expôs também os primeiros problemas enfrentados lamento administrativo e a redução da representatividade), adequação da escala de plantão frente às necessidades reais do HC, reorganização do fluxo de leitos emprestados entre os serviços (para manter o atendimento de emergências sem prejuízo das internações eletivas em nenhuma clínica), centralização das remarcações de consultas ambulatoriais e definição de protocolos para realização de exames externos pagos pelo HC. O diretor Clínico ressaltou e agradeceu a participação efetiva de seu vice-diretor, Dr. Marcone Lima Sobreira (que está gerenciando as internações

emergenciais no HC) e a todo o corpo clínico, pelo apoio que tem recebido. “Todos os problemas envolvendo o corpo clínico serão resolvidos pelo corpo clínico. Todas as ações desta Diretoria serão divulgadas aos médicos em reuniões periódicas”, frisou Dr. André. “É preciso que haja entre a Superintendência do HC, a Diretoria Clínica e o corpo clínico a transparência dos atos e a discussão aberta dos problemas. Desta forma estaremos mais próximos de nosso objetivo comum que é a assistência prestada com boa qualidade”, completou.

O professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), José Roberto Fioretto, tomou posse recentemente como presidente da Comissão Científica da SOPATI (Sociedade Paulista de Terapia Intensiva) para um mandato de dois anos. Ele trabalhará juntamente com o professor Elézer Silva, do Hospital Albert Einstein, que será o vice-presidente. Fioretto é professor-adjunto e livre docente da FMB, coordena a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC) e do Hospital Estadual Bauru (HEB), além de ser presidente do Núcleo Centro-Sul da SOPTI. Para ele, sua eleição para comandar a Comissão Científica da sociedade, que reúne aproximadamente 1.500 associados, fará a FMB ter ainda

mais visibilidade, principalmente no campo das pesquisas. A SOPATI é a maior regional da AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira). Sua principal função será organizar cursos, congressos e jornadas, dentro e fora do Estado de São Paulo. Professor Fioretto terá direito a voto em assuntos relacionados à área científica, mas também opinará sobre outros temas relacionados à terapia intensiva nas regiões paulistas. “Vou trabalhar para tornar os cursos ainda mais interativos, buscando uma participação cada vez mais ativa dos congressistas. Para isso, vamos fazer uso de recursos tecnológicos, discussão de casos, enfim, vamos estimular a participação das pessoas”, pontua.

Prof. Fioretto será responsável pela organização de cursos e eventos AGOSTO 2009


4 DEFINIR RUMOS

Encontro de Pesquisa da FMB discute os rumos da produção do conhecimento na instituição Durante três dias, grande parte dos pesquisadores, médicos e docentes, além de alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) estiveram reunidos no Hotel Fonte Colina Verde, em São Pedro, para discutir, pela primeira vez os rumos da pesquisa na instituição. O 1º Encontro de Pesquisa da FMB, que reuniu mais de 200 participantes, contou com a presença de especialistas no assunto representantes de organizações como Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), USP (Universidade de São Paulo), Hospital Sírio Libanês, INCOR (Instituto do Coração do HC/USP) entre outros. No primeiro dia do encontro foram realizadas quatro mesas redondas que abordaram os temas: contextualização da pesquisa na universidade brasileira; pesquisa experimental e clínica e pesquisa clínica em saúde – métodos qualitativos. Em seguida, foram promovidas oficinas de trabalho para discutir a missão e visão sobre os mesmos temas, na FMB. Ao final, foi elaborado um relatório para posterior apreciação da Congregação. A abertura do evento, realizada na sexta-feira, 21 de agosto, contou com a presença do vicereitor da Unesp, professor Júlio Cezar Durigan e das pró-reitoras de Pesquisa e Pós-Graduação, professora Dra. Maria José Soares Mendes Giannini e professora Dra. Marilza Vieira Cunha Rudge, respectivamente. O diretor da FMB, professor Sérgio Swain Müller, abriu os trabalhos destacando que o 1º Encontro de Pesquisa se desenha como uma das ações da faculdade para aumentar a qualidade e quantidade de pesquisas. “Embora haja ilhas de excelência na instituição, a produção da Unesp não é boa e nós também podemos melhorar”, colocou. Müller ressaltou que já foram desencadeadas algumas ações em prol da pesquisa ao longo dos últimos anos e, entre elas, uma das mais importantes foi a implantação da Comissão de Pesquisa, que atualmente é chefiada pela professora Célia Regina Nogueira e criação do GAP (Grupo de Apoio à Pesquisa). “A comissão de pesquisa começou sem ter muita clareza nas ações, mas nos últimos dois anos, com a professora Célia, teve uma atuação mais decisiva”, destacou. “Para gastar os recursos que temos, é preciso uma política de pesquisa, que precisa ser feita pelo corpo docente, médicos, enfermeiros e pesquisadores”, frisou. Professora Maria José Giannini, pró-reitora de Pesquisa, avaliou que o encontro é fruto do amadurecimento da Unesp. Ela AGOSTO 2009

Abertura do evento contou com a presença de autoridades da Unesp e instituições convidadas

Mais de duzentos pesquisadores da FMB participaram das discussões sobre os rumos da pesquisa

Durigan elogiou a criação de um plano institucional de pesquisa

Profa Célia: encontro nasceu da necessidade de definir políticas

Profa. Maria José: evento mostra amadurecimento da Unesp

enfatizou que gostaria de ver uma comissão de pesquisa como a da FMB, promovendo eventos semelhantes, em todas as unidades. “Nossa produtividade nacional e internacional está aquém do esperado, embora nos últimos três anos tenhamos publicado mais de 45% da produção internacional. Mas é de futuro que falamos nesse evento. A FMB é uma das melhores instituições de ensino médico do Brasil e com certeza será também na pesquisa. Espero que esse evento sirva para descobrirmos a importância de pesquisas conjuntas (clínica e experimental) e interdisciplina-

O ENCONTRO NASCEU DA

mencionou. “Mas o que me incomoda realmente é que mais de 92% dos docentes são doutores ou mais e estão aptos a serem orientadores de pós-graduação, mas muitos não fazem isso. Inseri-los é uma necessidade e um desafio da FMB”, continua. Professora Célia Regina Nogueira lembrou que o encontro nasceu da necessidade de se definir uma política de pesquisa na Faculdade de Medicina. Ela pontuou alguns avanços que considera importantes, como a obtenção de recursos via Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para o início da construção

NECESSIDADE DE SE DEFINIR UMA POLÍTICA DE PESQUISA NA FACULDADE DE MEDICINA

res”, colocou. A pró-reitora de Pós-Graduação, professora Marilza Vieira Cunha Rudge, classificou as discussões sobre os rumos da pesquisa na instituição como um marco para a FMB. “Falo isso como professora desta faculdade. Temos que descobrir qual é nossa vocação, avaliar os avanços, retrocessos e como transformar nossa assistência em pesquisa”,

de prédios para as pesquisas clínica, experimental e um terceiro para a experimentação em animais. “Nosso espaço tecnológico está constantemente sendo renovado. Nossa infra-estrutura se adequa para dar condições de trabalho aos pesquisadores. Então surgiram algumas perguntas: como atingir a excelência em relação ao número de pesquisadores, captação de recursos e publicação em revistas de alto impacto? Como proporcionar a interação entre os pesquisadores e garantir que todos conheçam o parque tecnológico da FMB? Como proporcionar a interação entre os pesquisadores locais e os de outras unidades de ensino e pesquisa nacionais e internacionais. Foi assim que pensamos no programa deste encontro”, esclareceu, salientando como fundamental o apoio dado pelo GTDRH (Grupo Técnico de Desenvolvimento de Recursos Humanos) tanto na elaboração das oficinas como na coordenação geral do evento. O vice-reitor da Unesp, professor Júlio Cezar Durigan, que representou o reitor, professor Herman Jacobus Cornelis Voorwald, elogiou o fato de haver a intenção de se criar um plano institucional na área da pesquisa. “Os resultados vêm quando trabalhamos com menos improvisação e mais planejamento. Esse evento vem ao encontro da valorização de nossa universidade e sua atividade fim”. “A pesquisa é o diferencial entre uma escola de repasses e um centro formador. É o diferencial entre a superficialidade do conhecer e a profundidade do saber, entre uma universidade que procura ajudar o país e outra que prefere apenas auferir cursos”. “Eventos como este permitem que fujamos um pouco do imenso aparato burocrático em que a universidade está envolvida para mergulharmos em temas de real interesse acadêmico”, ressaltou professor Durigan. Também estiveram presentes na abertura do evento a vice-diretora da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), professora Silvana Artioli Schellini, uma das idealizadoras do 1º Encontro de Pesquisa; a vice-superintendente do Hospital das Clínicas (HC), professora Irma de Godoy; o diretor clínico do HC, Dr. André Luis Balbi e o professor José Goldberg, que representou o presidente da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), professor Pasqual Barretti. Houve apoio, além das PróReitorias de Pesquisa e Pós-Graduação, HC, Famesp e GAP; da Fundunesp (Fundação para o Desenvolvimento da Unesp).


5 ENCONTRO DE PESQUISA

Especialistas mostram como crescer na área científica Dia 22 de agosto, quando tiveram início as atividades do 1º Encontro de Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) foram realizadas quatro mesas redondas que abordaram os temas: contextualização da pesquisa na universidade brasileira; pesquisa experimental e clínica e pesquisa clínica em saúde – métodos qualitativos. A primeira delas foi ministrada pelo professor Dr. Gonzalo Vecina Neto, superintendente Corporativo do Hospital Sírio Libanês. O convidado apresentou alguns dados que apontam um investimento substancial na produção do conhecimento na área da saúde. Segundo ele, 25% dos gastos com pesquisa no Brasil vão para a área da saúde e os recursos são destinados mais para os experimentos que para a assistência. “Só que nós temos que ganhar capacidade para receber e operar os recursos. Aí está a dificuldade da universidade brasileira. O problema é a capacidade de organizar as instituições para construírem objetivos e através deles buscar financiamentos”, avalia. Professor Gonzalo também

aponta como um obstáculo para o desenvolvimento das pesquisas na área da saúde, o espaço regulatório, ou seja, as agências como: Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), CTNBio (Conselho de Informações sobre Biotecnologia), Conep (Conselho Nacional de Saúde), entre outras. “O Estado precisa aprender que esses órgãos têm que ter capacidade indutora. A Anvisa deve servir como consultora do pesquisador, ajudar a encontrar o caminho com menores riscos para pesquisas com drogas, por exemplo”, coloca. “Precisamos nos estruturar para gerenciar a relação com esses órgãos”, continua.

“O PESQUISADOR DEVE SEMPRE BUSCAR O NOVO. O SUCESSO DE ONTEM É INSUFICIENTE PARA O AMANHÔ Ele deixa, ainda, uma mensagem: “O pesquisador deve sempre buscar o novo. O sucesso de ontem é insuficiente para o amanhã”. Sobre o mesmo assunto, o professor Dr. Marcelo Hermes Lima,

da Universidade de Brasília, destacou que a produção científica no Brasil tem crescido, mas ainda representa uma pequena parcela da força produtiva no País – apenas 0,4%. Ele faz uma comparação com a Finlândia, onde esse percentual sobe para 24%. Professor Hermes deixa claro que apenas ter recursos para a pesquisa não basta, mas é preciso haver qualidade de investimentos. “Quanto mais corrupto for o País, pior é a sua publicação”, comenta. Maria Ester Soares Dal Poz, professora doutora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) reitera que a questão crucial para desenvolver a pesquisa é fazer com que o conhecimento circule, gerando riquezas. “O Brasil produz bem conhecimento. Estamos na 10ª posição mundial em produção científica. Só que o cenário das pesquisas precisa estar organizado para que haja inovação”, pondera. Ela sugere a formação de redes nas quais habilidades compatíveis se unam. “As tecnologia da saúde têm uma complexidade maior”, admite.

Dr. Kesselring: parceira entre estudos clínicos com a indústria agrega alto valor às pesquisas

A busca por uma pesquisa clínica de qualidade Professor Dr. Eduardo Barbosa Coelho, coordenador da Unidade de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) foi convidado para falar sobre a Rede Nacional de Pesquisa Clínica (RNPC), sob uma visão crítica. Como problemas, sobre os centros que integram a rede, ele apontou: a capacitação de recursos humanos; os editais; os modelos de gestão e o plano de negócios. Para que houvesse condições ideais, o professor avalia que o DECIT (Departamento de Ciência e Tecnologia) precisaria ter uma estrutura adequada; teria que haver um fórum de discussões e recursos suficientes vindos do SUS (Sistema Único de Saúde). Para tanto, já foi proposto um modelo com: contratação de recursos humanos; financiamento para manter os centros de pesquisa; necessidade de um único centro coordenador para assumir o planejamento e a execução dos ensaios e trabalhar em rede descentralizada.

Ele também aponta alguns problemas não resolvidos: segurança do paciente; heterogeneidade dos membros; voluntários das pesquisas são pacientes do SUS; como documentar um evento adverso grave? Para quem notificar? “O SUS precisa das pesquisas clínicas, então é necessária uma discussão sobre o modelo de gestão do Ministério da Saúde sobre o assunto”, considera professor Coelho. Professor Dr. Eduardo Moacyr Krieger, diretor da Unidade de Hipertensão do Instituto do Coração do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, deu sua contribuição também sobre pesquisas clínicas. Para ele, é importante a avaliação sobre o que o projeto tem de avanços e aplicações. “A estrutura da Faculdade de Medicina de Botucatu pode ser discutida sob o ponto de vista de ser ou não adequada para pesquisas. Campos de pesquisa definem melhor os projetos que os departamentos (pela divisão)”, pontua. Ele classifica como artificial

a separação entre as pesquisas clínica e experimental e crava como possível a realização de uma medicina “translacional”. “Temos que aplicar recursos para incentivar as pesquisas. Isso é um ciclo virtuoso”, observa. O terceiro convidado desta redonda foi o Dr. Gustavo Luiz Ferreira Kesselring, diretor de Operações Clínicas do Instituto de Ciências do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ele afirma que a parceria entre a indústria e os estudos clínicos agrega alto valor às pesquisas e aponta como saudável a integração entre universidades e centros de pesquisa. Porém, Dr. Kesselring aponta alguns gargalos para a pesquisa clínica no Brasil: as aprovações regulatórias; os prazos para implantação de estudos clínicos na indústria farmacêutica são longos e o fato de a mídia não ter boa percepção, pois os pacientes são vistos como cobaias. Ele também garante que a pesquisa clínica não conseguirá ocupar espaço internacional sem a participação dos hospitais universitários.

Profa Maria Ester: conhecimento é gerador de riquezas

Convidados ressaltam ações de sucesso na Pesquisa Experimental Professora Dra. Edna Teruko Kimura, da USP (Universidade de São Paulo), que falou durante a mesa redonda sobre “Pesquisa Experimental”, propôs aliar novas tecnologias a novos conhecimentos. Ela defendeu que as pesquisas podem gerar outros projetos, enfatizando que a pesquisa experimental requer a validação de seus resultados. Mário José Abdalla Saad, professor doutor da Unicamp, frisou em sua palestra que ser um pesquisador é algo possível de se aprender. Salientou que o papel do orientador é fundamental, já que serve como exemplo. Saad defende, ainda, que os pesquisadores desenvolvam seu trabalho com prazer, pois é o caminho para obter sucesso. Além disso, aponta que é preciso começar cedo. “Quanto mais cedo (na juventude) o pesquisador iniciar seus trabalhos na pesquisa, mais chances terá de mudar paradigmas”, cita. O acadêmico também elencou alguns pontos sobre o que fazer ou não para ter sucesso nas pesquisas clínica e experimental: nascer com bom intelecto; mente inquisitiva; ser ambicioso (mas não tanto); ter originalidade; obter financiamento (é preciso já ter algumas pesquisas feitas para pedir recursos); meça algo (sem medo de discutir dados); olhar o problema por todos os pontos de vista (sem pular o primeiro que aparecer); trabalhar dois dias por semana em projetos não financiados; diferenciar-se do orientador e desenvolver uma teoria.

Também foram mencionados: antecipar resultados antes do 1º estudo (sem se sentir pressionado a produzir resultados); escolher área de grande interesse; procurar área não ocupada, mas com potencial; assistir conferências e ler fora de sua área de interesse; construir um tema; encontrar equilíbrio entre projetos de baixo e alto risco, mas incluir sempre um de alto risco e ter tempo para pensar. Encerrando os trabalhos deste grupo, foi a vez do professor doutor Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP) dar sua contribuição ao grupo. Ele afirma logo no início de sua fala que é possível ser um bom médico, sem ser um pesquisador de qualidade. Entretanto, através de seus trabalhos é que o profissional terá condições de ser citado em outros projetos e conquistar reconhecimento. O profissional apresentou informações sobre como a universidade a qual representa alcançou reconhecimento internacional no campo das pesquisas. Características dos grupos produtivos: qualidade da liderança; identificar nichos de competitividade e formação de redes. Políticas de pesquisa da USP: aumentar o índice de produtividade científica em quantidade e qualidade para crescer globalmente de forma homogênea e facilitar a colaboração de diferentes grupos. Frentes de ação: construção de indicadores; estratégias de incentivo dos pesquisadores; observatório de oportunidades de pesquisa e captação de recursos.

Especialistas apontam importância das pesquisas clínicas qualitativas Professora Dra. Margareth Ângelo, da USP, iniciou suas explicações salientando que a pesquisa clínica em saúde, com métodos qualitativos, serve para construir programas de pesquisa com ênfase no ser humano fisiológico e ainda desenvolve conceitos e modelos teóricos. Ele dividiu os desafios do setor em internos e externos: Internamente, segundo ela, a pesquisa clínica qualitativa pode ser a solução para problemas clínicos; desenvolver e avaliar intervenções, avaliar e aprimorar a qualidade das pesquisas. Externamente, quando se torna competitiva, oferece critérios, estratégias e abordagens para o projeto - o que contribui para a publicação e financiamento. “Hoje, há necessidade de produzir com o compromisso de promover a qualidade da pesquisa”, destaca. Marcia Thereza Couto Falcão, professora da Universidade Federal

de São Paulo considera que o conhecimento médico e da saúde sempre se preocupou com a quantidade. No entanto, pesquisadores da área levantaram, durante tempos, dúvidas sobre qualidade e confiabilidade. “É o pesquisador que atribui sentido aos dados. Publicar é contribuir para a difusão do conhecimento”, observa. Professor Dr. Egberto Ribeiro Turato, professor de Ciências Médicas da Unicamp, destaca que a pesquisa clínica qualitativa caracterizase por entender o que pessoas pensam sozinhas ou na coletividade. Ele defende que todos os fenômenos (doenças, idas ao médico, cirurgias, medicamentos) têm um significado. Turato entende a pesquisa quantitativa como explicação e qualitativa como compreensão. “A adesão do paciente pode ser entendida como a vilã da pesquisa qualitativa”, pondera. AGOSTO 2009


6 PROJETOS

Expo-Extensão reúne os melhores trabalhos da Unesp ALINE GREGO/ ACI FCA

A primeira edição da Expo-Extensão, que aconteceu nos dias 18 e 19 de agosto, na Faculdade de Ciências Agronômicas/Unesp (FCA) e reuniu mais de 120 trabalhos de extensão desenvolvidos por alunos, docentes e servidores das quatro unidades da Unesp, em Botucatu, encerrou-se com a premiação dos melhores projetos apresentados. Foram escolhidos dois trabalhos de cada unidade. Na manhã de 19 de agosto, último dia do evento, o professor José Matheus Yalenti Perosa, vice-diretor da FCA falou sobre o compromisso da Universidade com a extensão. “A universidade pública tem o dever de ter uma parte de seu trabalho voltado para atender necessidades da sociedade. O que tem Autores dos trabalhos premiados durante a primeira edição da Expo-Extensão da Unesp acontecido é o atendimento das de de abertura contou com a predemandas de mercado por meio sença da pró-reitora de Extensão das pesquisas. Nesse sentido, a da Unesp, Maria Amélia Máximo extensão tem uma grande impor- de Araújo, além de diretores e tância por colocar a universidade a vice-diretores das unidades loserviço da sociedade como um todo cais e também vice-diretores de e conferir a legitimidade que a ins- outros campus. tituição necessita”, observou. Trabalhos representam união A participação que a Unesp teve das unidades da Unesp no desenvolvimento do município foi destacada pelo secretário municipal Durante o início dos trabalhos, de Participação e Descentralização João Carlos Figueroa. “Desde o iní- no dia 18, o professor Sérgio Swain cio a participação da Unesp tem sido Müller, diretor da FMB e presidente constante e profícua trazendo bene- do Grupo Administrativo do Camfícios no campo tecnológico, educa- pus (GAC), enfatizou que a Unesp de Botucatu tem se Evento mostrou os melhores projetos desenvolvidos em Botucatu cional, cultural, ambiental, O EVENTO FOI IDEALIZADO PARA esforçado para que as unidades se unam. O diretor do IB, professor Rena- extensão, mas isso tem que na área de PROMOVER A EXPOSIÇÃO E “Algumas comissões to Eugênio da Silva Diniz reforçaou acontecer de forma integrada. saúde e muiA DISCUSSÃO DOS TRABALHOS das unidades, inclusi- a importância de se caminhar rumo Nosso grande desafio é deixar tos outros. ToDE EXTENSÃO DA UNESP ve já atuam de manei- à integração das unidades. “No de ser uma universidade com das essas inira integrada. E um campo da extensão há um leque várias faculdades para ser uma ciativas contribuíram para uma transformação po- evento como este (Expo-Exten- variado de possibilidades nesse unidade articulada”, frisa. são) tem o mesmo intuito. Além sentido”, pondera. Professor EdiA pró-reitora de Extensão da sitiva da sociedade botucatuense”. O evento foi idealizado para pro- disso, a extensão é um instrumen- valdo Domingues Velini, diretor da Unesp, professora Maria Amélia, fez mover a exposição e a discussão to poderoso para a formação pro- FCA, colocou sua expectativa de um apelo para que as unidades indos trabalhos, além de promover a fissional e de cidadania. Espero que o evento fosse apenas o pri- centivem que suas publicações seintegração entre os projetos de ex- que essa realização seja a primei- meiro de muitos. “A Unesp tem uma jam credenciadas junto à PROEX. função importante em termos de “Há muitos projetos interessantes tensão em andamento. A solenida- ra de várias”, diz.

que acabam se perdendo no contexto. Grandes pesquisas não precisam necessariamente de bolsas e recursos, há várias outras formas de fomento”, observa. Após valorizar a integração entre as unidades de Botucatu, que resultou no evento, mencionou alguns outros benefícios obtidos com a iniciativa: “valoriza docentes e alunos; aprimora metodologias e agrupa os semelhantes”. A coordenadora do Núcleo Central da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), professora Maria Cândida Soares Del-Masso, também fez uso da palavra para comentar sobre a atual situação do projeto, que já está presente em praticamente todos os campus da Unesp.

TRABALHOS PREMIADOS ○

IBB 1. Cursinho CAVJ IB noturno: uma atividade de extensão universitária - Juliana Umezaki 2. Ciências, arte e inserção social – Programa Difundindo e Popularizando a Ciência - Adriane Pinto Wasko FCA 1. Técnicas e Manejos para a produção de Micélio de cogumelos comestíveis e medicinais (Agaricus sp, Lentinula Edodes, Pleurotus sp e Outros). Edson Luis Furtado 2. Formação de mudas de hortaliças Professor Sérgio Campos FMVZ 1. Atuação do médico veterinário na educação em saúde como Atividade Na Prevenção De Zoonoses - Diego Generoso 2. Homepage de neurologia veterinária da FMVZ – Unesp - Botucatu Alexandre Secorun Borges

HISTÓRIA

FMB sedia evento sobre programa de documentação

AGOSTO 2009

No primeiro dia de encontro, realizado dia 1º de junho, os representantes conheceram os trabalhos realizados pelo Arquivo Central da Reitoria, e assistiram a exibição de um vídeo sobre a história da Universidade. Os representantes também visitaram as futuras instalações do arquivo histórico da Faculdade de Medicina. O prédio, ainda em obras, estará em área anexa às novas instalações administrativas da FMB. Ainda foram abordados, no dia 2, os pontos principais da portaria estadual que rege a guarda de documentos e os critérios para descarte. O principal instrumento para este trabalho é a Tabela de Temporalidade. Desde 2002, o Cedem passou a ter parceria com as Seções de Comunicações para a conservação dos documentos produzidos pelas unidades. “No plano de gestão documental, a Seção de Comunicações, independente de

qual unidade dentro da universidade ela pertença, é quem está responsável por este trabalho de guarda e seleção. E a Unesp visa com isso a preservação de sua memória”, declarou Solange de Souza, historiadora do Cedem e responsável pelo programa. Ela salienta ainda que as três universidades estaduais (USP, Unicamp e Unesp) têm se mobilizado quanto à padronização da guarda de documentos. Uma das iniciativas é a criação de um grupo de trabalho para a análise e criação de procedimentos comuns entre as instituições de ensino superior.

Participantes do encontro conheceram futuras instalações do arquivo histórico da Faculdade de Medicina

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

JORNAL DA FMB

Supervisores das seções de comunicações das 32 unidades que compõem a Universidade Estadual Paulista (Unesp), participaram, entre os dias 1º e 2 de julho, de uma série de reuniões para a capacitação e orientação técnica para o descarte seguro de documentos. O evento foi realizado na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) e é parte integrante de um programa desenvolvido pelo Cedem (Centro de Documentação e Memória) para a gestão documental. Entre as discussões estavam os procedimentos para a efetivação do descarte de documentos nas unidades e outras atividades do programa. O principal foco deve ser ainda a adequação da universidade à legislação estadual vigente para a guarda de papéis. Esta atividade é realizada pelas seções de comunicações dos campi integrantes da Unesp.

Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan Faculdade de Medicina de Botucatu Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Superintendente do HC HC: Emílio Carlos Curcelli Vice-superintendente: Irma de Godoy Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

FMB 1. Campanha nacional da voz - Professora Regina Helena Garcia Martins 2. Atendimento oftalmológico para população carente da região centro-oeste do Estado de São Paulo: avaliação da Satisfação do usuário- Professora Silvana Artioli Schellini

O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médicohospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelos endereços aci@fmb.unesp.br e imprensafmb@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) e Leandro Rocha (MTB-50357) Fotografia: Flávio Fogueral, Leandro Rocha, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB Diagramação: Flávio Fogueral (www.fmb.unesp.br)


7 ENTREVISTA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA SP

Uma liderança que ‘nasceu’ na FMB

Jornal da FMB- Com o atual vínculo entre a Faculdade de Medicina/ Hospital das Clínicas e o Governo do Estado de São Paulo, através de sua atuação na Assembléia Legislativa, quais benefícios podem ser vislumbrados? Milton Flávio- Ao longo dos meus quatro mandatos sempre procurei ajudar, tanto quanto possivel, a nossa Universidade e, particularmente, a Faculdade de Medicina e o nosso Hospital de Clínicas.Para citar dois exemplos marcantes fico nos recursos que permitiram a Unesp a ampliação de seus Campus e faculdades em várias cidades do nosso interior e os recursos para a construção da casa de apoio aos pacientes que se tratam do virus HIV em Rubião Júnior. Hoje, em muitos momentos, pela proximidade e respeito adquiridos , as negociações acontecem sem a nossa participação. Embora não haja prejuízo nisso acho que posso sempre ajudar agregando valor e agilizando soluções. Jornal da FMB- Qual é sua opinião, como ex-supervisor do hospital, sobre a possível autarquização do HC? Milton Flávio- A autarquização é necessária e imprescindível. Desde a criação SUS que o nosso Hospital,embora Universitário, cumpre uma função adicional na retaguarda do atendimento de saúde de uma vasta região do Estado de São Paulo. Esta demanda supera em muito a exigida para a formação de nossos alunos e tem um custo adicional exagerado para a Unesp. Vamos, com a autarquização, ficar nas mesmas condições dos HCs de Ribeirão Preto e São Paulo, onde o governo do Estado investe pesadamente e garante sua atualização, modernização e expansão. Não será diferente

Ainda que quisesse não poderia me ausentar ou deslembrar de que muito do que sou é fruto do que aprendi aqui com meus colegas, professores, alunos e funcionários

com Botucatu e, espero eu, com a Unicamp que caminha na mesma direção. Jornal da FMB- Como seria sua atuação caso a unidade passe, de fato, para as mãos do Estado? Milton Flávio- Acho que será até mais facil. Demandar junto ao Governo do Estado é papel permanente do parl a m e n t a r. N a c o n d i ç ã o d e vice-líder do Governo acredito que possa ajudar muito e permanentemente na construção de um Hospital ainda mais completo e capaz do que tem sido o nosso HC. Afinal, será interessante para o Estado o nosso crescimento pois ele responde a uma necessidade de atendimento terceário e quaternário na saúde que poucas instituições podem oferecer com a qualidade e competencia da Faculdade de Medicina de Botucatu. Jornal da FMB- De que maneira o Governo do Estado de São Paulo pode ajudar nas demandas que a FMB e HC têm por recursos, como por exemplo, a construção dos novos ambulatórios? Milton Flávio- A construção do novo ambulatório, compra de equipamentos e contratação de pessoal passa a ser resolvido diretamente com o Secretário da Saúde e Governador do Estado. Não vai depender da concorrência dos demais campus, faculdades e aprovação do CO (Conselho

Milton Flávio Marques Lautenschlager. Graduado em 1971 pela antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), embrião do que se tornaria a de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), o professor do Departamento de Urologia exerce atualmente seu quarto mandato como deputado estadual e mantém ainda fortes laços com a FMB. O parlamentar atualmente é vice-líder do governo José Serra na Assembleia Legistaltiva. No entanto, sua vida pública mistura-se a atuação como médico. Com mestrado e doutorado em urologia, Milton Flávio foi secretário de saúde de Botucatu na década de 1990. Entrou definitavamente para a vida política quando disputou sua primeira eleição e eleito com mais de 35 mil

votos para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Milton Flávio ressalta, em entrevista ao Jornal da FMB, que a vida universitária foi imprescindível para a consolidação de uma carreira política. Foi como representante acadêmico que iniciou como político. Tornou-se o primeiro ex-aluno da instituição a administrar o Hospital das Clínicas, entre 1979 a 1982.

Universitário) que, pelas suas obrigações e compromissos, tem enfrentado dificuldades para atender nossas necessidades e reinvidicações.

de Segurança Nacional e a prisão em 1970, ajudaram a moldar meu caráter e fortaleceram minha disposição de enfrentar desafios. Ser Deputado por Botucatu, depois de quase 50 anossem uma representante na Assembleia, foi e é um deles.

Jornal da FMB- Enquanto ainda era estudante da FMB, o senhor foi presidente do Centro Acadêmico “Pirajá da Silva”. Que contribuição essa experiência como líder estudantil teve para a formação do médico que hoje é deputado estadual? Milton Flávio- Foi decisiva para a minha decisão de disputar a eleição de deputado em 1994. Foi justamente na comemoração de 25 anos da Operação Andarilho que a ideia começou a ser construída. Reencontrar-me com a minha história , que se confunde com a do Centro Acadêmico “Pirajá da Silva” e da própria Faculdade de Medicina- fui seu primeiro ex-aluno a ocupar um cargo de direção na instituição devolveume a consciência de que ainda poderia contribuir com a construção do país que sonhavamos. A presença no PSDB de Mario Covas, Franco Montoro, FHC entre outros, que tinham, como eu, lutado contra a ditadura e pela redemocratização do país foram ingredientes importantes mas, acima de tudo, a lembrança dos ideais que nortearam nossas lutas no inicio da FCMBB. Tanto quanto a Operação Andarilho a Operação Denúncia, a ocupação do Seminário e da Faculdade em 1968, os processos na Lei

Se pudesse opinar “insistiria na formação generalista. Do homem médico. Do ser humano com respeito ao próximo. Que saiba ouvir a história do paciente sem se irritar.

COM MESTRADO E DOUTORADO EM UROLOGIA, MILTON FLÁVIO FOI SECRETÁRIO DE SAÚDE DE

BOTUCATU NA DÉCADA DE 1990 O deputado mostra-se favorável à proposta de autarquização do Hospital das Clínicas (HC). Segundo ele, o hospital ‘cumpre uma função adicional na retaguarda do atendimento’ em

Jornal da FMB- Que avaliações o senhor faz ao comparar faculdade na qual se formou, da instituição que temos atualmente? Milton Flávio- São muito diferentes. A FCMBB congregava vários cursos. Era quase uma mini Universidade. Moderna, jovem e desafiadora. Os professores aguerridos, comprometidos com o ensino, dedicados e companheiros. Formávamos uma grande família. Não havia diferença entre alunos dos vários cursos. Eu próprio tinha uma grande afinidade com o pessoal da agronomia, era nas suas repúblicas que fazia minhas refeições. Participava do Show da Agro, escrevendo textos e quadros, e poucas vezes contribui com os Shows da Medicina. Hoje estamos mais distantes uns dos outros. Crescemos muito e nos distanciamos, inclusive dos compromissos sociais. As reinvidicações hoje são, quando muito, coorporativas e, no passado, buscavam a construção de uma nação, de um povo consciente dos seus direitos e lutando por eles. Se pudesse opinar insistiria na formação generalista. Do homem médico. Do ser humano com respeito ao próximo. Que saiba ouvir a história do paciente sem se irritar. Que queira consolar na tristeza, dividir os temores, compartilhar as dores e vibrar com a cura. A competência será consquência. Um homem-médico com essa formação não aceitará a mediocridade para sí e vai sempre buscar ser melhor. Vai daí...

uma vasta região do Estado. Com a vinculação à Secretaria de Saúde, em sua opinião, haveria melhor possibilidade de obtenção de recursos Ressalta que o contato com a Faculdade de Medicina o tem auxiliado com propostas para o desenvolvimento da assistência em saúde no Estado. É de sua autoria a Lei que estabelece campanha de vacinação para a Terceira Idade em São Paulo. Como professor, Milton Flávio defende a formação generalista do médico. Ressalta a importância do profissional da saúde saber ouvir o paciente se se irritar, de aprender a ‘compartilhar as dores e vibrar com a cura’. Diz ainda, que sente falta do ‘entrosamento’ entre todos os cursos que compunham a antiga FCMBB, instituição que considerava como uma ‘pequena universidade’ em Botucatu.

Vamos, com a autarquização, ficar nas mesmas condições dos HCs de Ribeirão Preto e São Paulo, onde o governo investe pesadamente e garante sua atualização

Jornal da FMB- O que a comunidade unespiana, em específico na FMB, pode esperar do deputado? Milton Flávio- É estar sempre a disposição dos que a dirigem para cumprir com o meu papel. Afinal sou, acho eu, o único deputado que mantém uma vinculação com a Universidade. Tenho com a Unesp e com a Faculdade de Medicina laços que não podem ser desfeitos. Ainda que quisesse não poderia me ausentar ou deslembrar de que muito do que sou é fruto do que aprendi aqui com meus colegas, professores, alunos e funcionários. É definitivo. É a minha vida. O que veio depois é apenas acessório e transitório. Não tem valor ou validade sem o principal. Jornal da FMB- O senhor ainda pretende retomar alguma atividade junto à FMB? Qual? Milton Flávio- Ao tempo o que é do tempo. O tempo que eu vivo é hoje. Se eu vive-lo com integridade e intensidade já me será suficiente. A vida e a Universidade já me deram muito . Mais do que poderia desejar. No momento quero retribuir, devolver, pagar a conta. Com a universidade e a sociedade. O momento de dizer muito obrigado por tudo e, porque não, sempre às ordens. AGOSTO 2009


8 GRADUAÇÃO

INOVAÇÃO

Sistema digital aprimorou consulta interna na FMB A consulta que elegeu os novos coordenador e subcoordenador do Conselho de Curso da Graduação em Medicina, durante os dias 18 e 19 de agosto, serviu como piloto para que se cogitasse a implantação de um novo recurso tecnológico na Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A votação, feita por meio digital, poderá ser usada como exemplo de sucesso para que todas as outras eleições internas sejam realizadas eletronicamente. A proposta ainda será apreciada pela Congregação. Professor Gilberto Uemura, que comandou o processo de escolha dos novos gestores do Conselho de Curso da Medicina, afirma ter ficado positivamente impressionado com a dinâmica do sistema digital para a coleta de votos. “Uma das principais vantagens é a apuração instantânea, logo após o encerramento da votação. Não precisamos mais deslocar funcionários para ficar contando votos manualmente, o que, além de tudo, era muito mais demorado”, avalia. Uemura também coloca que a consulta feita através de um programa de computador, possibilita uma eleição tão democrática quanto a convencional, com a possibilidade de o eleitor, inclusive, votar em branco ou anular sua escolha. “Sugiro até que para as próximas consultas se pense em implantar um sistema com touch screen (monitores sensíveis), pois facilitaria ainda mais. Não teríamos que usar mouse ou teclado”, aponta. O único ponto que ainda traz dúvidas sobre o sistema é sua suposta vulnerabilidade. No

entanto, a chefe do Serviço Técnico de Informática, Rivania S. R. Castilho descarta qualquer fragilidade na segurança do programa. “Os dados das pessoas que estão aptas a votar, divididas por segmento, não se cruzam em nenhum momento com a tabela de votos realizados. Desta forma, não há nenhum risco de quebra do sigilo referente a quem votou em qual chapa”, esclarece. Leandro de Santi, analista de sistemas do Serviço Técnico de Informática (STI) salienta que os votos ficam armazenados em um servidor de alta segurança, que não está ligado na rede interna do hospital. Ele explica ainda que para elaborar o programa usado na consulta se inspirou nas tradicionais urnas eletrônicas, inclusive com o aviso sonoro após a conclusão da voto. “Usamos a base de dados fornecida pela DTA (Diretoria Técnica Acadêmica) para ter as informações dos votantes e também importamos dados da Seção de Recursos Humanos e da Graduação”, afirma. No dia da votação, um mesário digitava o CPF do votante para liberar o sistema de computador no qual seria efetuada a escolha. Após o final da operação era emitido o alerta sonoro e o processo estará concluído. A opção podia ser feita tanto pelo teclado quanto pelo mouse, através do número da chapa. O coordenador e subcoordenador eleitos na consulta que estreou o novo sistema foram: professora adjunta Norma Sueli Pinheiro Módolo e professor Dr. Paulo José Fortes Villas Boas.

Estudantes puderam questionar novos representantes docentes sobre questões pertinentes ao curso

Novos coordenadores da Graduação em Medicina passam por sabatina O Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS), da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu, dia 1º de setembro, uma sabatina com os novos coordenador e subcoordenador do Conselho de Curso da Graduação em Medicina, professores Norma Sueli Pinheiro Módolo e Paulo José Fortes Villas Boas, respectivamente. O tema central da discussão foi a reforma do currículo da Medicina, cujas discussões iniciarão em breve. Estudantes fizeram perguntas aos novos gestores sobre diversos assuntos que envolvem a graduação. Os coordenadores fizeram questão de ressaltar que há um consenso de ideias entre os responsáveis pelo curso, que contribuirá para a resolução de problemas pontuais. Ao serem questionados sobre as avaliações internas e externas pelas quais passam a graduação em Medicina, professora Norma e professor Villas Boas destacaram que a contribuição do corpo discente tem sido fundamental. “A avaliação interna, por exemplo, aponta indícios de problemas, que teremos que trabalhar pontualmente”, disse a coordenadora do Conselho de Curso. “Um fator importante das avaliações internas é mostrar as necessidades do momento”, emendou professor Villas Boas, que elogiou a atuação do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) neste processo.

MUDANÇAS

O subcoordenador da Graduação salientou também que avaliações externas são inevitáveis. “É preciso, no entanto, discutir as formas de avaliação. O exame da ordem, por exemplo, não dá para fugir dele. Agora, o foco das avaliações não pode ser só no cognitivo. A verdade é que nós, da FMB, temos medo de sermos avaliados externamente”, observou ele, lembrando que os alunos da Medicina/Unesp não fazem as provas do ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e nem do CREMESP (Conselho Regional de Medicina).

FOI ANUNCIADO AOS PRESENTES, QUE, EM BREVE, TERÃO INÍCIO AS DISCUSSÕES EM TORNO DA REFORMA CURRICULAR. A coordenadora do Curso, professora Norma, ressaltou que distorções no currículo também podem resultar em problemas de avaliação. “Precisamos saber que tipo de currículo nós queremos. Hoje, falta integração entre as disciplinas”, afirmou. Foi anunciado aos presentes, que, em breve, terão início as discussões em torno da reforma curricular. Serão promovidas oficinas voltadas à comunidade acadêmica e os mesmos temas serão oferecidos repetidamente em dias diferentes, para que

todos possam participar. “A comissão, criada pela Direção da FMB para acompanhar a reforma do currículo, só vai organizar as discussões. Não há nenhum projeto pronto, de maneira nenhuma”, reforçou professor Villas Boas. “Não podemos nos esconder atrás desta reforma, é preciso resolver os problemas pontuais que já existem. Há críticas que são reapresentadas sempre”, insistiu professora Norma. Internato e Ciclo Básico – Outros dois temas que renderam debates durante a sabatina foi o a etapa de internato, pela qual passam os alunos de Medicina nos últimos anos do curso e as disciplinas do Ciclo Básico, que são realizadas no Instituto de Biociências/Unesp junto com os alunos daquela instituição. Em relação ao primeiro assunto, os novos gestores se declararam favoráveis ao internato nas chamadas grandes áreas. “O internato nas grandes áreas será incrementado de maneira significativa com a construção do Hospital Secundário, em Botucatu”, previu professor Villas Boas. Já sobre o Ciclo Básico, professora Norma admitiu que o tema não é consenso na FMB, mas adiantou que será discutida a possível contratação de docentes para esse nível. “Com a construção do novo prédio da FMB teremos uma nova central de salas de aula, o que beneficiará muito o Básico”, colocou.

CONCURSO FMB constitui comissão para conduzir reforma curricular Prof. Nilton Machado obtém título de livre-docente Foi constituída dia 17 de agosto a comissão responsável pelo processo de reestruturação curricular do Curso de Graduação em Medicina da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O grupo foi formado por determinação da Congregação da FMB e oficializado pela portaria nº 395 do diretor da Faculdade de Medicina, professor ○

Sérgio Swain Müller. Os membros da comissão se reunirão semanalmente e, através de estudos e consultas à comunidade acadêmica serão elaboradas propostas para que se chegue a um projeto da nova grade curricular. Será apresentado à Congregação da FMB um cronograma das atividades a serem realizadas. ○

CONFIRA OS MEMBROS DA COMISSÃO: Presidente: Professor Titular: José Carlos Peraçoli Membros: Professora Adjunta: Norma Sueli Pinheiro Modolo Professor Doutor: Joélcio Francisco Abbade Professor Titular: Antônio José Maria Catâneo Professor Adjunto: Leonardo A. Mamede Zornoff Professora Adjunta: Jussara Marcondes Machado Professora Doutora: Águeda Beatriz Pires Rizzato Secretária: Silvia Sacramento De Araújo Vieira ○

AGOSTO 2009

O docente do Departamento de Pediatria, Nilton Carlos Machado, obteve o título de livre-docência no conjunto das disciplinas de Pediatria I, II e III da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Anteriormente, Machado exercia a função de professor assistente da instituição. O concurso para o cargo ocorreu entre os dias 5 e 7 de agosto e consistiu na realização de provas escrita e didática, julgamento do Memorial e Defesa de Tese com o tema “Avaliação do Crescimento em Crianças e Adolescentes com Dispepsia e Infecção pelo Helicobacter pyloii”, realizada no Auditório do Departamento de Pediatria. Foram membros da banca examinadora os professores titulares Herculano Dias Bastos, Fábio Ancora Lopez e Edgard Ferro Collares, além dos professores livre-docentes Maria Inez Machado Fernandes e José Roberto Fioretto.

Currículo acadêmico do docente Professor Nilton Carlos Machado possui graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Londrina (1978) e especialização em Residência em pediatria pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (1981), gastroenterologia e nutrição infantil pela Faculdade de Medicina

de Ribeirão Preto USP (1982). Machado também possui mestrado em Curso de Pós Graduação em pediatria pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/ USP (1984), doutorado em Curso de PG Fisiopatologia em Clínica Médica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1994) e pós-doutorado pela University College Of London Medical Schools (2000).

Concurso para o cargo aconteceu nos dias 5 e 7 de agosto


9 FOTOGRAFIA AG/UNESP

AVANÇO

Técnica pioneira para identificar estágio do câncer de mama

Procedimento é alternativa a cirurgias nos casos de lesões na válvula do coração

CIRURGIA

HC adota novo procedimento para correção de lesões cardíacas A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, dia 18 de agosto, de forma inédita em seu Hospital das Clínicas (HC), procedimento voltado à correção de lesões na válvula do coração. O processo beneficiou um paciente de 16 anos, oriundo de Laranjal Paulista, que apresentava frequente falta de ar e cansaço durante esforços pequenos e moderados. A Valvoplastia mitral percutânea com balão é voltada para o tratamento de estenose mitral secundária- obstrução da válvula mitral, essencial para a circulação do sangue que parte do coração para a

aorta. Também pode ser usada em doenças reumáticas. O procedimento consiste na dilatação desta válvula por um balão e substitui a realização de cirurgias em casos mais simples e bem selecionados. No entanto, para a adoção deste método, os pacientes precisam apresentar anatomia favorável, que é analisada por exames como o ecocardiograma. Reconhecida pelo SUS (Sistema Único de Saúde), a valvoplastia é vista como avanço no tratamento deste tipo de problema cardíaco. Uma cirurgia simples para esta correção pode levar até quatro horas e

fazer com que o paciente fique uma semana internado. O procedimento dura, no máximo, duas horas e faz com que a pessoa assistida saia do hospital em até dois dias. Segundo o médico Fábio Cardoso de Carvalho, do setor de Hemodinâmica e Angiografia do HC, os riscos de complicações também são menores. “No caso específico deste paciente atendido pelo HC, o procedimento foi menos invasivo que uma cirurgia usual neste problema. O tempo de recuperação tende a ser menor e minimiza o risco de complicações precoces ou tardias”, complementa.

PRÊMIO

Tratamento para doentes renais agudos O grupo de “Injúria Renal Aguda” (IRA) da Disciplina de Nefrologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) que também atua na Unidade de Diálise do Hospital das Clínicas (HC) foi, pela segunda vez consecutiva, premiado em Congresso Internacional. Desta vez o grupo ficou com dois dos seis prêmios oferecidos durante a “2a Reunião do Capítulo Latino Americano da Sociedade Internacional de Diálise Peritoneal”, realizado em Foz do Iguaçu, durante os dias 30 e 31 de julho. Foi a única equipe brasileira contemplada durante o evento, onde foram apresentados mais de 50 trabalhos. Os trabalhos premiados foram: “Diferentes doses de Diálise Peritoneal Contínua na evolução de pacientes com Injúria Renal Aguda” e “Diálise Peritoneal de Alto Volume versus Hemodiálise Estendida na Injúria Renal Aguda: estudo prospectivo, randomizado e controlado – resultados iniciais”. Estes trabalhos fazem parte de um grande projeto, desenvolvido por este grupo, que recebe apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e que possibilitou a ampliação dos equipamentos destinados à hemodiálise nas Unidades de Terapia Intensiva do HC, com inves-

Grupo de IRA do HC foi o único premiado no evento timentos superiores a R$ 100 mil. A partir de agosto, será possível a realização de hemodiálise lenta, durante 24 horas, em pacientes com Injuria Renal Aguda, internados em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Segundo o diretor Clínico do HC e coordenador do Grupo da IRA, Dr André Luis Balbi, este projeto tem como objetivo principal avaliar se a Diálise Peritoneal pode ser tão eficaz quanto outros métodos de diálise em pacientes com IRA. “A literatura até então apontava que a Diálise Peritoneal, utilizada em pacientes com Insuficiência Renal Crônica, não era adequada em pacientes com IRA. Nós fizemos algumas adaptações e estamos mostrando que este método de diálise pode ser tão eficaz quanto os ou-

tros”, enfatiza Dr. André. Neste ano, o HC já recebeu médicos nefrologistas do Peru e da Tanzânia e posteriormente recebeu médicos do Uruguai, que fazem estágio na Unidade de Diálise do HC, procurando conhecer detalhes deste método de diálise. A Diálise Peritoneal é realizada através da instalação de um cateter no abdômen da pessoa e pela infusão de soluções específicas que entram em contato com a membrana peritoneal do paciente, possibilitando a purificação do sangue (função que deveria ser realizada pelos rins). O controle da infusão de líquidos é realizado por uma máquina chamada de “cicladora”. Todos os gastos envolvidos com estes procedimentos são ressarcidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O Centro de Avaliação em das à cirurgia do linfonodo senMastologia da Faculdade de tinela é a palpação axilar, clasMedicina de Botucatu/Unesp sificando de linfonodos suspei(FMB) conquistou o prêmio em tos aqueles que são palpáveis, primeiro lugar de melhor traendurecidos e aumentados de balho apresentado na categotamanho. Entretanto, a vantaria Ginecologia, do XIV Congem do procedimento através gresso Paulista de Obstetrícia do ultrassom é que muitas vee Ginecologia, realizado em São zes, pela apalpação, os linfoPaulo entre os dias 24 e 27 de nodos positivos não identificajunho. Trata-se de uma técnica dos e pode acontecer de um pioneira no Brasil, utilizada em linfonodo ser palpável, mas mulheres com câncer de mama não necessariamente ser popara identificar se a doença pode sitivo, o que torna muito falha ou não se espalhar para outras a avaliação clínica. partes do corpo. Na FMB, o uso da ultrasO evento contou com aprosonografia consegue separar ximadamente 6 mil participanmelhor as pacientes que tem tes de todo o País e recebeu linfonodos suspeitos, permitina inscrição de 452 trabalhos. do uma melhor seleção de Foram selecionados 20 na caquem irá para a cirurgia do lintegoria Obstetrícia e 20 em Gifonodo sentinela ou para a cinecologia. O trabalho vencedor rurgia de remoção de todos os foi o “Papel da Ultrassonogralinfonodos. fia axilar e da Caso se punção aspi- NA FMB/UNESP, O USO DA constate, pelo ulrativa por agu- ULTRASSONOGRAFIA CONSEGUE trassom, que um lha fina na seou mais linfonoleção de paci- SEPARAR MELHOR AS PACIENTES dos estão alteraentes para bi- QUE TEM LINFONODOS SUSPEITOS dos é feita uma ópsia do linfopunção – com nodo sentinela” –de autoria do agulha fina – do mesmo. Se a médico do Hospital das Clínipunção constatar células cancas (HC), vinculado à FMB, cerosas a probabilidade do linEduardo Carvalho Pessoa, que fonodo estar acometido pelo é doutor em Mastologia. câncer é de 100% e então é O procedimento vencedor realizada uma cirurgia para a do prêmio, que já é usado roremoção de todos os linfonotineiramente no HC há mais de dos axilares. Se o ultrassom dois anos, consiste na utilizaindicar resultado negativo, em ção de ultrassonografia para a 93% das vezes é, de fato, essa avaliação dos linfonodos axia conclusão. Os outros 7% lares em mulheres com cânenvolvem pacientes que necescer de mama. Os linfonodos sitarão submeter-se a uma funcionam como uma espécie nova cirurgia. de guardiões e tentam impeEste trabalho, feito pela equidir que o tumor se espalhe pelo pe do Centro de Avaliação em resto do corpo. O primeiro linMastologia da FMB com 171 fonodo que recebe a chamada mulheres, reduziu, com o uso do drenagem tumoral é chamado ultrassom e da punção aspiratide sentinela. Através dos linva com agulha fina, em 64% o fonodos, o médico consegue número de cirurgias desnecesobter informações se o câncer sárias do linfonodo sentinela. Dicontinua isolado na mama ou minuindo assim custos ao serse há riscos de ele ter atingiviço de saúde, tornando mais obdo outros órgãos. jetiva a intervenção cirúrgica do Atualmente, na maioria câncer de mama, além de poudos grandes centros de saúpar a paciente do sofrimento de de do Brasil a técnica mais um procedimento cirúrgico que utilizada para a seleção das pode ser evitado. pacientes que serão submeti-

Grupo do Centro de Mastologia aperfeiçoou diagnóstico AGOSTO 2009


10 AMÉRICO BRASILIENSE

MENOS INFECÇÃO

HC mantém programa para controle de pragas em suas dependências O Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) é pioneiro ao ter em seu quadro uma bióloga atuando no controle de pragas e contribuindo para a prevenção de infecções hospitalares. Priscila Cintra Socolowski, profissional que ocupa a função, afirma que já foi possível, por exemplo, reduzir em 100% a presença de pombos em locais críticos, como o Centro Cirúrgico e a Cozinha. Priscila apresentou os resultados de seu trabalho, que tem apoio financeiro da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) em um congresso realizado em São Pedro. Entre os dados relevantes, consta que no primeiro ano de implantação do monitoramento permanente das pragas foi possível observar a ocorrência das seguintes espécies prevalentes no HC, seguidas do índice de redução de ocorrências: Periplaneta americana - barata - (redução de 40%), Brachymyrmex sp – formiga - (redução de 10%), Columba lívia – pomba doméstica (redução de 100% em áreas críticas), Polistes lanio lanio – vespa - (redução de 80%). “Os resultados positivos são relevantes e a adoção de programas similares em todos os hospitais é indicada, sendo que o sucesso deste projeto pode abrir novo campo de trabalho aos biólogos”, observa ela. O objetivo do trabalho, de caráter contínuo, é o registro de ocorrências que envolvam animais no hospital para determinar atividades que reduzam a infestação e/ou ocorrên-

Priscila ressalta a redução de pragas em números expressivos cia destes. Há mento de medidas ainda uma ava- TRABALHO VISA O REGISTRO preventivas. Pode liação dos resulDE OCORRÊNCIAS PARA orientar o serviço de tados em funmanutenção/emDETERMINAR ATIVIDADES ção da área (lapresas terceirizadas boratoriais, en- QUE REDUZAM A INFESTAÇÃO para adequação esfermarias, admitrutural; fiscalizar e, em conjunto com nistrativas e externas) e das espé- a firma de controle de pragas rescies consideradas. ponsável, estabelecer datas e horáPara desempenhar a função, o rios de desinsetizações e desratiprofissional precisa ter formação em zações, como é feito no Hospital Ciências Biológicas, porque precidas Clínicas. sa conhecer a biologia das princiDe acordo com Priscila, algupais pragas, a capacidade que elas mas vezes o problema com a pretêm de transportar bactérias e sua sença dos animais e o risco de implicação no controle de infecções infecção hospitalar ocorre por hospitalares. Ele é capaz de moni- questões de infra-estrutura e outorar a presença de vetores através tras por falta de conscientização. do planilhamento das ocorrências; “Por isso eu faço a adaptação esidentificar as espécies presentes; re- trutural, mas a participação dos seralizar treinamentos sobre a impor- vidores é fundamental”, enfatiza tância do preenchimento das fichas ela, que trabalha junto com a Code controle, assim como cumpri- missão de Infecção Hospitalar.

HEAB inicia serviço de cirurgia por videotoracoscopia Após aquisição de um aparelho de alta tecnologia o Hospital Estadual Américo Brasiliense (HEAB) inicia a realização da simpatectomia por videotoracoscopia, cirurgia que corrige a hiperidrose axilo-palmar. A doença é caracterizada pelo excesso de suor nas mãos e axilas. O novo serviço, destinado à população abrangida pelo DRS-3 (região de Araraquara), já está em funcionamento. A primeira intervenção, realizada no centro-cirúrgico do Hospital Estadual Américo Brasiliense, na última sexta-feira (07/08), durou cerca de 45 minutos e não teve intercorrência. A paciente, uma mulher de 26 anos, teve alta hospitalar no domingo e deve retornar às atividades ainda nesta semana. A equipe do HEAB, responsável pela operação, é composta por Caio Cirino e Sérgio Luzzi (cirurgiões), Altamiro Mendonça (anestesista) e Ana Paula Marrega (instrumentadora). De acordo com Ricardo de Souza Cavalcante, diretor clínico do HEAB, e Taylor Endrigo Toscano Olivo, gerente médico da instituição, o novo serviço traz algumas inovações. “Essa cirurgia, em geral, tem menor tempo de duração, cicatrizes menores, proporciona uma recuperação mais rápida ao paciente e, portanto, tem menor índice de infecção pós-

operatória” explicam. O procedimento é considerado de pequeno porte, pois as perfurações ocorrem apenas na região das axilas. A inserção de uma microcâmera permite a visualização na tela de um monitor, o que dispensa os cortes mais extensos, necessários em cirurgias tradicionais. “Essa tecnologia também possibilita menor tempo de afastamento do trabalho e um curto período de internação, que normalmente varia de 3 a 4 dias” afirma Olivo. Estimativas apontam que 176 milhões de pessoas sofrem de hiperidrose em todo o mundo. Além das mãos e axilas, o excesso de suor pode ocorrer em outras regiões do corpo como no couro cabeludo, pescoço, na face e nos pés, o que acarreta prejuízos sociais e psicológicos para os pacientes. Existem várias formas de tratamento como injeções locais de toxina butolínica e uso de antiperspirantes, adstringentes e medicamentos, mas nenhum deles é suficientemente eficaz como a cirurgia. A técnica da simpatectomia videotoracoscópica traz resultados satisfatórios em até 90% dos casos, segundo dados da Sociedade Internacional de Hiperidrose. Muitas vezes a melhora é imediata, e pode até ser observada na sala de recuperação. ACI HEB/HEAB

Iniciativa é premiada em congresso de biologia

Controle de pragas tem obtido resultados expressivos no HC Trabalho desenvolvido pelo Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) para o controle de pragas em ambiente hospitalar foi premiado durante o 19º Congresso de Biólogos do CRbio 1ª região (Conselho Regional de Biologia que compreende os estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul). O estudo “Papel do biólogo

AGOSTO 2009

como profissional da comissão de controle de infecções hospitalares no controle de pragas urbanas” obteve a terceira colocação na classificação entre os mais de 150 projetos apresentados em São Pedro, entre os dias 27 e 30 de julho. A Secretaria de Meio Ambiente de Araras e a EMA (Escola do Meio Ambiente), vinculada à Prefeitura de Botucatu, também foram premiadas

durante o congresso com os dois primeiros lugares, respectivamente. O trabalho analisou a função do profissional de biologia dentro do contexto do trabalho de controle de infecção hospitalar. O HC desenvolve uma ação que visa o registro de ocorrências que envolvam animais no hospital e é coordenado pelas biólogas Priscila Cintra Socolowski e Karina de Fátima Martins, com a colaboração dos professores da FMB, Augusto Cezar Montelli e Osmar Malaspina, do CEIS- Centro de Estudos de Insetos Sociais-, da Unesp de Rio Claro. Para a bióloga Karina Martins, que representou a FMB durante o congresso, o controle de pragas torna-se nova área ainda a ser explorada dentro das instituições de saúde. “É uma área nova dentro da própria biologia e que carece de profissionais especializados no controle destas pragas, cada vez mais presentes em ambientes urbanos e, em especial, para sua redução em hospitais”, declarou.

Cirurgia realizada no HEAB durou aproximadamente 45 minutos

COLABORAÇÃO

Congresso Médico Acadêmico deve abordar relação violência e saúde A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebe, entre os dias 17 e 24 de setembro, a 18 edição do Congresso Médico Acadêmico. O evento, organizado pelo CAPS (Centro Acadêmico Pirajá da Silva), terá como tema central “Violência e Saúde”. Além da exposição de trabalhos temáticos, os participantes terão palestras com temas focados na complementação educacional médica. A abertura do evento, no dia 17 de setembro, terá como enfoque principal “Violência e Saúde”, quando serão abordados temas como medicina de guerra, epidemias e precariedades no atendimento. As demais noites terão dois temas centrais sobre assuntos relacionados à oncologia, urologia, medicina do sono, transplantes, cardiologia, distúrbios do comportamento, entre outros assuntos. O CMAB realizará, dia 19 de setembro, uma oficina de “Me-

dicina Complementar”, na qual serão mostradas terapias complementares como acupuntura e técnicas da medicina oriental. As inscrições para o 18º Congresso Médico Acadêmico podem ser feitas antecipadamente até dia 14 de setembro pelo site www.cmab. fmb.unesp.br ou www.fmb.unesp.br. Sócios do CAPS/CAENF pagam R$ 65 (até 10 de setembro) e R$ 70 (no dia do evento). Não associados têm taxa de inscrição de R$ 75 (até 10 de setembro) e R$ 80 (no dia do evento). Para médicos e residentes, a participação no congresso varia de R$ 85 (até 10 de setembro) e R$ 90 (no evento). A oficina de medicina complementar não terá necessidade de inscrição atrelada ao CMAB. Para associados do CAPS, a taxa de inscrição será de R$ 20 (até 14 de setembro) e R$ 25 (no dia do evento). Estudantes não-sócios pagam R$ 25 (até 14 de setembro) e R$ 30 (no dia do evento).


11 PROIBIÇÃO

AÇÃO

FMB e HC se adequam à lei estadual antifumo A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e o Hospital das Clínicas se preparam para o cumprimento da nova legislação estadual antifumo, que entrou em vigor no dia 7 de agosto. Uma das atividades foi uma reunião, dia 4 de agosto, no Anfiteatro da Patologia, quando foi explicada a toda comunidade (servidores, docentes e alunos), sobre a Lei nº 13.541, que proíbe o consumo de qualquer produto fumígero (cigarros, charutos, cachimbos, entre outros) em ambientes coletivos. O descumprimento da legislação acarretará multas ao local que permitir o fumo. A lei não prevê penalidades ao fumante. No entanto, o servidor público que se utilizar do ambiente interno poderá sofrer sanções disciplinares, conforme previsto no Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, além da multa à autarquia ou entidade pública. “O interesse é informar a todos nossos servidores, docentes e estudantes quanto aos benefícios de ambientes, como um hospital do porte do HC, serem livres do cigarro. Pretendemos com essa reunião prestar também esclarecimentos quanto à lei sancionada recentemente pelo governador José Serra”, disse a professora Irma de Godoy, pneumologista e vice-superintendente do Hospital das Clínicas. As duas instituições (FMB e HC) intensificarão campanhas de conscientização e também facilitarão a fiscalização. O Hospital das Clínicas deve adotar sua ouvidoria como canal para denúncias em caso de descumprimento da lei. Todas as queixas serão encaminhadas posteriormente à Vigilância Sanitária para averiguação do caso. Outra medida foi a desativação dos atuais fumódromos instalados

Profa. Irma de Godoy durante palestra a chefes de seções sobre a nova lei. Medidas educativas e desativação de ‘fumódromos’ (abaixo) foram adotadas

em diversos ponO DESCUMPRIMENTO DA a lei e suas penatos das dependênlidades.Amedida, LEGISLAÇÃO ACARRETARÁ cias do HC e da ressalta, fará com MULTAS AO LOCAL QUE FMB. Estes espaque estes líderes PERMITIR O FUMO. ços, criados em tornem-se multipli2003, pretendiam cadores para a restringir o uso de produtos deriva- aplicação eficaz da legislação. dos do tabaco. Faixas e panfletos A FMB e o HC realizam, desde também farão parte das ações in- 1999, programas de combate ao tabagismo. Um deles acontece no formativas da proibição do fumo. Profª Irma explica que os che- Fundo Social dos Servidores da fes de setores do HC receberão Unesp (FUSS) e consiste em material informativo, em reuniões ações específicas aos servidores. posteriores, com orientações sobre Além disso, a instituição também

dá suporte a atividades no Centro Saúde Escola (CSE) para atendimento a fumantes residentes em Botucatu e, nas dependências do HC, para pessoas procedentes de outras cidades da região. Em tais programas são realizadas atividades de aconselhamento e também o tratamento com medicamentos para a cessação do fumo. Conforme explica profª Irma, grande parte dos fumantes consome mais de um maço de cigarros ao dia.

DESEMPENHO

HC é 5º colocado no Estado em transplantes renais O Setor de Transplantes Renais do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) subiu de 7º para 5º colocado no ranking estadual ao superar as estatísticas registradas no ano passado. Até 25 de agosto, haviam sido feitos 49 transplantes e estava agendado mais um para o dia seguinte. O serviço realizado no HC perde apenas para grandes centros, como é o caso do Hospital Albert Einstein, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), USP (Universidade de São Paulo) e Escola Paulista de Medicina. Dia 4 de agosto, o Hospital das Clínicas registrou um fato histórico: realizou quatro transplantes renais ao mesmo tempo, reunindo uma equipe com seis urologistas. Foi a primeira vez que algo do tipo aconteceu desde que o procedimento começou a ser realizado, há 22 anos. O volume deste tipo de proce-

dimento vem crescendo de maneira significativa no hospital, principalmente se comparado com 2008. Foram realizados, no primeiro semestre, 31 transplantes, sendo que neste ano, no mesmo período, já haviam sido 48 – aumento de 135% - a maioria de doadores mortos. A expectativa é de que a unidade encerre 2009 em 4º lugar no Estado de São Paulo, chegando a 60 transplantes. Espera-se alcançar a marca de 500 transplantes em 2010 (até gora foram 438). Para a médica nefrologista e responsável pelo Setor de Transplantes Renais do HC, Maria Fernanda Carvalho, a divulgação feita pela mídia sobre a importância da doação de órgãos e também o incentivo da Superintendência do Hospital das Clínicas foram decisivos para que os números fossem tão positivos. “O esclarecimento das pessoas e a propaganda sobre o tema são muito importantes. A Superintendência do HC também tem nos apoiado bastante”, diz.

Dra. Maria Fernanda: campanhas têm auxiliado nas doações São inscritas na lista de espera pelo transplante renal, quatro pessoas por semana. No entanto, na região de abrangência do HC o índice de pacientes que deixam de aguardar pelo órgão é, em média, de 17%. “Somos

o único centro que consegue diminuir a fila de espera em porcentagem de dois dígitos. Na região de Botucatu a lista é pequena e transplanta-se em quantidade considerável”, coloca Dra. Maria Fernanda.

Campanha tenta aumentar doações de plaquetas Iniciativa conjunta entre o Tiro de Guerra (TG 02-048) de Botucatu e o Hemocentro do Hospital das Clínicas (HC), da Faculdade de Medicina/Unesp (FMB), deverá conscientizar a população local sobre a doação de plaquetas sanguíneas. Com isso, esperase aumentar o número de voluntários habilitados no Banco de Cadastros de Doadores de Plaquetas existente no hospital. A ação de conscientização integrará o projeto “Semear”, que durou todo o mês de agosto. Em uma primeira fase, cerca de sessenta atiradores do TG serão capacitados sobre informações do que são plaquetas sanguíneas, o funcionamento do processo de doação e como a pessoa pode se tornar doadora voluntária. A partir desta qualificação, os militares farão visitas a mais de três mil residências em pontos diversos do município, onde entregarão panfletos informativos e também farão entrevistas com os moradores através de um questionário. Na segunda parte do projeto, a equipe responsável pelo Setor de Aférese do Hemocentro do HC fará a análise dos dados obtidos para a posterior inclusão no cadastro de doadores de plaquetas já existente. Atualmente, a lista de voluntários é considerada insuficiente para suprir a demanda necessária aos pacientes atendidos no hospital. Até julho, em média, cinquenta pessoas estavam habilitadas para a doação; contudo, os pedidos excederam a esse contingente disponível. “Em muitos momentos chamamos um doador e o mesmo por diversos motivos não comparece. A doação de plaqueta sanguínea é muito restritiva, pois, além de gozar de boa saúde, é preciso atender a uma série de critérios”, explica a médica hematologista e hemoterapeuta Pollyanna Domeny Duarte. Outra dificuldade enfrentada é a complexidade da doação. Cada voluntário, em uma doação usual, consegue disponibilizar apenas uma unidade de plaqueta por vez e os pacientes geralmente necessitam em torno de sete a dez unidades por transfusão, sem contar que a validade destas é mais curta, de apenas cinco dias. Por outro lado, a coleta das plaquetas pelo procedimento de aférese permite que apenas um doador possa garantir a transfusão de um paciente; entretanto, a doação leva, em média, duas horas e é processada por um equipamento específico (máquina de aférese) que separa a plaqueta do restante do sangue. Por estes motivos e por serem os pacientes que necessitam deste tipo de transfusão, todos muito graves e em risco de morte iminente, todas as doações precisam ser realizadas por meio de agendamento prévio, com paciente já em aguardo do uso, o que faz necessária a existência de um amplo cadastro de interessados. AGOSTO 2009


12 EXTENSÃO

Atlas desenvolvido por alunos da FMB aborda principais tipos de parasitas

Alunos e professores enfocaram estudos de parasitas em livro

SERVIÇO Atlas de Parasitologia Humana Cultura Acadêmica Editora (Editora Unesp), 50 páginas Tiragem: 200 exemplares Preço: R$ 24

Organismos que vivem em associação com outros seres vivos de onde retiram os recursos necessários para sua sobrevivência, provocando prejuízos no hospedeiro. O grupo dos parasitas exerce grande influência no aprendizado de duas áreas da ciência, integradas: a medicina e biologia. Todas as doenças infecciosas e infestações dos animais e plantas são causadas por estes seres. Para facilitar o estudo em torno dos parasitas é que os estudantes do curso de medicina humana, Diego Freitas Tavares e Luís Felipe Angulsk, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), sob a supervisão dos docentes Reinaldo José da Silva e Luciene Serra, do Instituto de Biociências (IB), ambos vinculados à Unesp (Universidade Estadual Paulista) realizaram levantamento catalográfico dos parasitas com maior relevância médica e publicaram o “Atlas de Parasitologia Humana” (Cultura Acadêmica Editora, 50 páginas). Nas cinquenta páginas da publicação, os autores especificam os tipos mais comuns de parasitas que têm impacto direto na saúde humana. Sua divisão abrange três grupos distintos. A primeira parte detalha os helmintos (os chamados ‘vermes’) que

provocam patologias como Esquissotomose, Ascaridíase (lombriga), entre outros. No grupo dos protozoários, há detalhes das estruturas celulares da Doença de Chagas (tripanosomíase americana), Malária (paludismo), Leishmaniose e Giardíase, por exemplo. Por fim, os artrópodes são classificados como vetores e auxiliam na transmissão de doenças. O mosquito Aedes aegypti, responsável pelo contágio da Dengue e Febre Amarela, além do Triatoma infestans, conhecido como barbeiro e transmissor da Doença de Chagas.

O atlas teve financiamento do Programa de Material Didático, da Pró-Reitoria de Graduação da Unesp e conta com tiragem ini-

cial de 200 exemplares. A proposta de publicação da coletânea surgiu da necessidade de oferecer aos alunos apoio em aulas práticas. “Os livros atuais trazem, em sua maioria, esquemas e pouco detalhamento destes seres. Um dos instrumentos de aprendizado era apresentar estes parasitas em lâminas durante as aulas”, explica professor Silva. A estruturação do atlas teve início em 2006, quando os acadêmicos de medicina fizeram a coleta de imagens por equipamentos específicos, no caso, um fotomiscroscópio e máquinas fotográficas digitais. Através de subsídios e supervisão dos docentes do IB, passaram a catalogar e separar os principais tipos de parasitas e sua relevância na medicina. “Este atlas detalha a estrutura biológica e fornece imagens de como são na realidade tais parasitas”, ressalta Luís Felipe, que frisa o auxílio que a publicação terá no conhecimento dos parasitas e suas relações com as principais doenças enfrentadas pela medicina. “Pensamos em complementar os demais livros existentes e isso será um subsídio de aprendizado em Medicina e Biologia”, complementou o autor.

MEMÓRIA

O acervo de documentos históricos da Direção da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) recebeu nova contribuição de um ex-aluno. O médico otorrinolaringologista, Dr. Gastão Norberto Isique Vitral, 69, que integrou a segunda turma (1964-1969) da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) doou, para digitalização, 34 fotografias sobre a “Operação Andarilho” e também que retratam a vida acadêmica de seu grupo na década de 1960 em ângulos que mostram, ainda, a Botucatu daquele tempo. O material foi recebido pela historiadora Isaura Bretan, responsável pela organização do acervo histórico da FMB, que chamou Dr. Gastão para identificar as imagens. O exaluno da FCMBB mora atualmente em Avaré. Ao revisar as fotografias durante conversa com a historiadora, Dr. Gastão relembrou passagens pitorescas de sua turma. Ele conta que junto com outros quatro sócios – também estudantes de Medicina – vendiam cachorros quentes. “Tínhamos cinco carrinhos, sendo que um usávamos para vender na faculdade e os outros quatro eram usados para vender os sanduíches na cidade. Comprávamos pão em São Paulo e traAGOSTO 2009

REPRODUÇÃO/ ARQUIVO PESSOAL

Ex-aluno doa fotos da “Operação Andarilho” a acervo

Dr. Gastão Norberto Isique Vitral (foto acima) doou 34 fotografias para serem digitalizadas. As imagens contêm momentos inéditos da “Operação Andarilho”, realizada na década de 1960

zíamos à Botucatu para que as padarias tentassem produzir algo parecido. Chamávamos nossos carrinhos, que eram uma espécie de empresa, de Pussy Dog (trocadilho com o famoso Pussy Cat), mas que não durou muito tempo”, relata, às gargalhadas. Em relação à “Operação Andarilho”, Dr. Gastão lembrou-se que foi um dos poucos a ir de carro durante o percurso até São Paulo. “Havia um revezamento. O grupo que caminhava pela manhã, à tarde viajava em algum veículo. Na frente ia o caminhão da cozinha. No meu caso, eu levava as mulheres de carro”, cita. A “Operação Andarilho” seguiu pela Rodovia Marechal Rondon até Jundiaí e de lá foram pela Rodovia Anhanguera até São Paulo, onde os estudantes pediram, ao Governo do Estado de São Paulo, melhorias para a consolidação da FCMBB. “O meu grupo fazia questão de dizer que não tinha nenhum envolvimento político, queria apenas reivindicar melhorias”, frisa. Os interessados em colaborar com o acervo de documentos históricos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp podem fazer contato com a historiadora Isaura Bretan através do e-mail: historia @fmb.unesp.br ou pelo ramal da Diretoria (14) 3811-6140.


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