Jornal da FMB nº 17

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A concretização de um sonho Conquista e orgulho. Estes foram os sentimentos que permearam toda a solenidade de colação de grau da 42ª turma de médicos formados pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A sessão aberta da Congregação, realizada dia 13 de novembro, no ginásio da FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas) foi o momento marcante na vida acadêmica dos 92 acadêmicos graduados

pela FMB em 2009. Ao som da Orquestra Filarmônica Triunfal, cada membro da congregação e formandos foram recepcionados pelos familiares e presentes no ginásio da FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas). Com a 42ª turma de medicina, a faculdade formou, em seus 46 anos de existência, 3.736 médicos, 1.817 especialistas em seus programas de residência, 1.065 mestres e 541 doutores. Páginas 6 e 7

HC muda sistema de agendamento Série de medidas visa facilitar e agilizar sistema de agendamento de consultas e exames. Uma das iniciativas foi a criação de uma Central de Agendamento. Paciente também não precisará se deslocar para fazer a requisição. Página 3

Patologia: pós completa duas décadas

Pesquisa usa larvas de moscas para cicatrização Aplicar larvas de moscas varejeiras sobre ferimentos necrosados é um método inédito no Brasil para acelerar a cicatrização. A experiência praticada em ratos foi abordada em um estudo de doutorado que será apresentado por Maria José Trevizani Nitsche, professora do curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina. A técnica reduz de 35 dias para uma semana o tempo de espera para fechar um ferimento em fase de putrefação. Além de mais eficiente, o tratamento custa menos que o convencional, que consiste em aplicação de hidrogel. Página 9

O programa de pós-graduação em Patologia mantido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) celebrou, em sessão solene no dia 15 de outubro, duas décadas de criação. Homenagens e balanço da produção científica e acadêmica do programa foram a tônica das comemorações. Uma de suas características é o de ter formado, nestes vinte anos, mais de 160 mestres, além de pesquisadores. Página 2

Hemocentro capacita sobre sigilo profissional

FMB vai rastrear hepatite C em toda a Unesp As equipes de Gastroenterologia e Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), com apoio da Unamus (Unidade de Atendimento Médico, Odontológico e Social) realizou um trabalho de rastreamento de Hepatite C. O projeto teve início pelo campus de Botucatu, em novembro, mas se estenderá para as demais unidades do Estado de São Paulo.Página 8

Com o objetivo de capacitar seus servidores sobre a melhor forma de manter o segredo profissional a Direção Clínica do Hospital das Clínicas (HC), promoveu, em parceria com o Hemocentro de Botucatu, dia 3 de novembro, reunião abordou temas de ética e sigilo. Ao todo quarenta servidores do setor vinculado ao HC participaram das explanações do professor Willian Saad Hossne. Página 11

Vestibular 2010: Medicina foi o mais concorrido Profa. Maria José analisou uso de larvas de moscas para cicatrização

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Profa. Kunie Coelho foi uma das pioneiras na Patologia

Uma carreira consolidada na universidade Página 5


2 COMEMORAÇÕES

PUBLICAÇÕES

Pós em patologia: programa forma mais Unesp padroniza citação de 160 mestres em 20 anos de criação em periódicos científicos O programa de pós-graduação em Patologia mantido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) celebrou, em sessão solene no dia 15 de outubro, duas décadas de criação. Homenagens e balanço da produção científica e acadêmica do programa foram a tônica das comemorações. A solenidade teve a presença de pós-graduandos, servidores técnicos administrativos e docentes vinculados ao programa. Vice-coordenadora do programa, professora Kunie Rabello Coelho discursou na solenidade em nome dos coordenadores dos cursos. Além de apresentar um histórico do programa, frisou a integração da patologia com demais áreas da medicina. A professora também ressaltou o papel que os professores Mário Rubens Guimarães Montenegro e Marcelo de Franco exerceram para a criação e consolidação do programa. “Depois de vinte anos comemoramos o crescimento desse programa. Foram mais de 160 mestres e doutores formados pela patologia”, frisou profª Kunie. Convidado para a solenidade, professor Geraldo Brasileiro Filho foi o responsável pela apresentação de uma palestra sobre a evolução dos programas de pós no Brasil. Mostrou dados da realidade nacional de pesquisa e as universidades que mais têm investido nestes tipos de curso. Ao contextualizar e fazer reflexão do momento que os programas de pós mantidos pela Faculdade de Medicina passam na atualidade, o diretor da FMB, prof. Sérgio Müller enfocou a busca pela qualidade. “O que estamos celebrando, de fato, não são apenas os vinte anos da pós em patologia, mas também o desenvolvimento e a consolidação da FMB”, declarou ao enfatizar a relação entre os programas e as pesquisas realizadas pela instituição. A pró-reitora de pós graduação, Marilza Vieira Cunha Rudge, ressaltou a realidade dos programas mantidos pela universidade. Ela destacou que entre os 116 cursos atuais, o vinculado à FMB está entre os 46

qualificados como excelentes. “Somos atualmente a segunda universidade no país em número de cursos de pós-graduação”, declarou

profª Marilza. Ela, no entanto, cobrou melhoria na avaliação e aumento no número de programas em excelência dentro da Unesp.

Profa. Kunie apresentou histórico do programa criado em 1989

cês (“Université”) e o Alemão (“Universität”), entre outras. Para a citação da unidade, departamento e laboratório dos autores do artigo, foi sugerida a seguinte ordem: Departamento, Unidade, Unesp – Univ Estadual Paulista. Essa sequência pode ser alterada dependendo das exigências dos periódicos. A descrição do Departamento é opcional. A biblioteconomista Mariângela Spotti Lopes Fujita, diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências,câmpus de Marília, ressalta que a separação deve ser feita por vírgulas, e não por ponto final. “Nem mesmo a abreviação deve ter ponto, pois esse indica fim de período. Se colocarmos o ponto depois da unidade, por exemplo, o nome da universidade pode ser descartado.”

agenda FMB 24/11/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CAMILA OLIVEIRA DE SOUZA EFEITOS DA SILIBININA SOBRE MODELO PRÉ-ECLÂMPSIA INDUZIDA EM RATAS POR TRATAMENTO COM NW-NITRO-LARGININA METIL ESTER Programa: Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia Orientador: José Carlos Peraçoli Local: Solário da Ginecologia e OPbstetrícia da FMB Horário: 10 horas

Docentes e integrantes do programa presentes à solenidade

Programa é um dos mais atuantes da Unesp Criado em 1989 pelo professor emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro, o programa de pós-graduação em patologia formou mais de 160 mestres ou doutores e oferece linhas de pesquisa em áreas como oncopatologia, patologia toxicológica, patologia das hepatites, entre outros. Possui ainda 54 projetos em andamento vinculados ao programa. Sua qualificação frente à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior) é de nota 5, o que consolida o programa como um dos mais ativos da FMB. Conta atualmente com 23 professores vinculados ao programa, sendo que entre os docentes permanentes 36,8% são bolsistas de Pesquisa e Produtividade do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e atuam na assessoria ou consultoria em agências de fomento ou periódicos nacionais e internacionais. Até o momento 91,3% dos doutores formados no Programa de PósGraduação em Patologia atuam em pesquisa e/ou ensino superior. Esses egressos concluíram a orientação de 78 mestres, 22 doutores e 267 orientações em nível de iniciação científica, além de 150 trabalhos de conclusão de cursos e 228 orientações de outra natureza.

129 por 1 Ano após ano a Faculdade de Melista de opções consideradas pelos jovens. Um pequeno conjunto de profisdicina de Botucatu tem constatado sua sões tradicionais polarizam a escolha alta aceitação entre os vestibulandos, dos vestibulandos, frequentemente com inscrições superiores a 120 cansem nenhuma redidatos por vaga. Especificamente em A UNIVERSIDADE PRECISA lação com o mercado de trabalho. Pro2009, a relação foi de 129 por vaga. Se por VOLTAR SUA ATENÇÃO PARA fissões cujo merum lado estes núme- ESTE PROBLEMA, ESTIMULAR cado de trabalho já está saturado ros atestam o prestígio da instituição, por E ASSESSORAR PROGRAMAS continuam a ser outro representam DE ORIENTAÇÃO VOCACIONAL procuradas nos vestibulares e, o um gargalo educacique é pior, a serem oferecidas, as onal que precisa ser considerado com vezes com número acrescido de vaseriedade e com a formulação de alternativas que ofereçam encaminhamengas, pelas próprias universidades. to adequado para essa juventude. Os exemplos são bem conhecidos e vão desde a medicina até fonoauUm dos principais pontos a serem diologia, psicologia, educação físiconsiderados é a necessidade de proca, medicina veterinária e outros. gramas de orientação vocacional para A universidade precisa voltar sua os estudantes do curso fundamental. As inúmeras alternativas profissionais atenção para este problema, estimular engendradas pelo progresso científie assessorar programas de orientaco, tecnológico e social do último sécução vocacional e priorizar envestimentos em novas alternativas profissionais. lo por vezes não chegam a aparecer na

27/11/2009 - EVENTO FORMATURA DA XVIII TURMA DE ENFERMAGEM Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 13h30 horas 02/12/2009 - DEFESA DE TESE JAIR DE CASTRO JUNIOR AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE UMIDIFICAÇÃO E AQUECIMENTO DURANTE VENTILAÇÃO ARTIFICIAL COM A ESTAÇÃO DE TRABALHO DE ANESTESIA PRIMUS DA DRAGER COM BAIXO FLUXO DE GASES FRESCOS E PERMUTADOR DE CALOR E UMIDADE Programa: Anestesiologia Orientador: Prof. Dr. José Reinaldo Cerqueira Braz Local: Sala de Aulas do Depto de Anestesiologia - FMB - UNESP Horário: 8h30 02/12/2009 - DEFESA DE TESE NARCISO ALMEIDA VIEIRA MICROBIOTA INTESTINAL DE CRIANÇAS COM ANOMALIAS CRANIOFACIAIS ATENDIDAS EM UM HOSPITAL ESPECIALIZADO Programa: Doenças Tropicais Orientador: Prof. Dr. Paulo Camara Marques Pereira Local: Sala de Aulas do Depto de Doenças Tropicais - FMB - UNESP Horário: 9 horas 03/12/2009 - EVENTO V ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA FMB Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8 horas

OPINIÃO

OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

Desde o dia 22 de outubro, aUnesp padroniza as citações do seu nome em publicações científicas nacionais e internacionais como Unesp – Univ Estadual Paulista. A resolução foi aprovada pelo Conselho Universitário, em reunião ordinária realizada na Reitoria, em São Paulo. O novo modelo resulta de um estudo feito pela Coordenadoria Geral de Bibliotecas, em que se verificou, na contagem, a transferência de 15% dos artigos publicados por pesquisadores da instituição para outras universidades. Nessa padronização, foi retirada a citação em inglês, por ser uma tendência internacional manter o nome da instituição na língua original. A adoção da abreviação “Univ” também segue essa tendência, por ser igual em diversas línguas, como o inglês (“University”), o espanhol (“Universidad”), o Fran-

07/12/2009 - DEFESA DE TESE JOÃO MAXIMIANO PIERIN DE BARROS EFEITOS NA EXPRESSÃO VOLÊMICA E NA OXIGENAÇÃO SISTÊMICA E GASTROINTESTINAL APÓS REPOSIÇÃO COM HIDROXIETILAMIDO, ASSOCIADO OU NÃO À SOLUÇÃO SALINA HIPERTROFIADA, E RINGER LACTATO EM CÃES SUBMETIDOS A CHOQUE HEMORRÁGICO Programa: Anestesiologia Orientador: José Reinaldo Cerqueira Braz Local: Salão Nobre da FMB Horário: 08h30

Através da otimização do uso dos recursos públicos para a educação a universidade poderá aumentar sua participação na formação de mão de obra para o desenvolvimento do país e na oferta de caminhos mais realistas para a realização profissional das novas gerações.

ÉDER TREZZA Ex-professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu e atualmente coordenador do grupo Sempre Viva

08/12/2009 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO RAQUEL COLENCI FORMAÇÃO PROFISSIONAL E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO: PERCEPÇÕES DE EGRESSOS DE UM CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DE INSTITUIÇÃO PRIVADA Programa: Enfermagem Orientador: Heloisa Wey Berti Local: Anfiteatro do Departamento de Enfermagem Horário: 14 horas 14/12/2009 - DEFESA DE TESE RODRIGO SEVERO DE CAMARGO PEREIRA CICATRIZAÇÃO INTESTINAL EM RATOS SUBMETIDOS À INGESTÃO DE ETANOL Programa: Bases Gerais da Cirurgia Orientador: Prof. Dr. José Guilherme Minossi Local: Solário da Enfermaria de Gastrocirurgia - FMB - UNESP Horário: 14h30

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp.br


3 DECISÃO

HC muda sistema para agendamento de exames A superintendência do Hospital das Clínicas (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), tem implantado nos últimos meses, uma série de medidas para facilitar e reduzir o tempo de espera para o agendamento de exames em seus serviços de especialidades. A principal modificação é a possibilidade de o agendamento ser realizado através da UBS (Unidade Básica de Saúde) próxima à residência do paciente. Com a medida, não será mais necessária a presença da pessoa para agendar os exames, consultas ou procedimentos. Um aviso do hospital tem sido encaminhado às Secretarias de Saúde dos 62 municípios que compõem o Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS-6). O hospital, pelo novo sistema, não receberá mais pedidos de agendamentos trazidos por motoristas outros funcionários das Secretarias de Saúde e que não estejam de acordo com as orientações passadas aos municípios. Cada pedido de agendamento deverá estar identificado com o município e sua respectiva UBS, responsável pelo envio da solicitação, nomes e RG dos funcionários que encaminham o pedido e a pessoa a ser contatada na respectiva secretaria. Dentro de cada envelope os pedidos devem estar devidamente

Superintendência pretende oferecer conforto e agilidade aos pacientes do Hospital das Clínicas identificados por paciente. Para efeito de controle deverá ser elaborada uma lista com o nome dos solicitantes e exames pedidos. A mesma será conferida e devolvida posteriormente como confirmação de recebimento. Tal modificação visa reduzir o tempo de espera e as filas de pacientes durante o período de agendamento de exames, consultas e procedimentos, conforme explica o superintendente do

GESTÃO

Professor da FMB representará o Brasil no fomento de líderes para cuidados paliativos O médico da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, Guilherme Antonio Moreira de Barros, foi escolhido como o único representante brasileiro para a primeira turma do Curso Internacional de Desenvolvimento de Líderes em Cuidados Paliativos (LCP), que acontecerá nos Estados Unidos. Barros, com especialidade em anestesiologia, estará em San Diego, nos EUA, em janeiro de 2010 para um curso inicial de uma semana. O curso será voltado a vinte e dois especialistas na área de todo o mundo, onde serão ministradas aulas para o desenvolvimento na liderança dos cuidados paliativos. A LCP é um programa de dois anos que será conduzida pelo Instituto de Medicina Paliativa do Hospital de San Diego (EUA). Também haverá apoio de outros institutos e organizações de renome internacional em medicina paliativa. Barros é professor do Departamento de Anestesiologia da FMB há quinze anos e sua linha de pesquisa acadêmica tem se dedicado ao estudo do tratamento da dor e dos cuidados paliativos. Atua no serviço de Terapia Antálgica e Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas/Unesp. Também integra a direção da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

HC, Emílio Carlos Curcelli. “Para para ter os exame ou consulta evitar os antigos transtornos a agendados. Todo o atendimento nossos pacientes e dar maior acontece através de senhas. Idoagilidade aos atendimentos, o sos e gestantes terão guichês HC deve unificar todo seu sisespecífico. As instalações contema de agendamento. A previtam com banheiro exclusivo e fusão é de que até meados de turamente um elevador para 2010 todas as mudanças esteacesso a portadores de necesjam de acordo com a proposta sidades especiais deve ser coda superintendênlocado em cia”, declarou. TEMPO DE ESPERA E AS operação. Outra medida foi Através da a implantação, dia 17 FILAS DE PACIENTES DEVEM mudança, os de novembro, de pacientes SER REDUZIDOS COM uma Central de não precisaO NOVO SISTEMA Agendamentos, serão mais se tor que deverá canalizar todas as deslocarem a diversos pontos do requisições de consultas, exahospital e em datas específicas mes e procedimentos no Hospipara marcarem suas consultas. tal das Clínicas. A proposta é de Atualmente o Hospital das Clínique no novo local, o usuário não cas conta com 54 pontos de espere mais do que 30 minutos agendamento em suas depen-

dências, cada um seguindo uma especialidade. A intenção da superintendência é de que este total seja reduzido a apenas dois locais (a nova Central de Agendamento e um posto nos blocos ambulatoriais instalados no Instituto de Biociências). “A ideia é montarmos uma estrutura gerencial que vai proporcionar maior controle no agendamento e possibilitará saber o tempo de espera que cada paciente terá em uma determinada especialidade que se utilize”, explicou Ilda de Godoy, responsável pela coordenação da Central de Agendamentos. Ela ressalta que os servidores designados para a Central de Agendamentos integram o programa de readaptação funcional e passaram por treinamento específico para esta atividade. Maior unidade hospitalar da região vinculada ao SUS (Sistema Único de Saúde), o Hospital das Clínicas atende a uma população estimada em 1,5 milhão de pessoas. A unidade conta com 415 leitos e 52 de UTI (30 adultos, 15 neonatal e 7 pediátricos), 194 consultórios médicos e 31 salas especializadas realiza, em média, 2 milhões de exames, 600 mil consultas, 20 mil internações e 11 mil cirurgias por ano. O HC ainda registrou até outubro, 209 mil consultas em seus ambulatórios, 24 mil consultas na triagem médica, 5.800 cirurgias, 2.350 cirurgias ambulatoriais e 16.100 internações. Há 1.900 servidores técnico-administrativos, 340 residentes, 180 médicos, 260 docentes e 82 aprimorandos atuando nas dependências do hospital.

INTERNACIONAL

Profa Silvana participa de congresso e ministra aulas em universidade dos EUA

Dr. Guilherme de Barros estará nos EUA em janeiro de 2010 Sobre a participação nesta qualificação para liderança, o professor ressalta a inserção de especialistas brasileiros no aprimoramento do tratamento de dores crônicas. “O Brasil está cada vez mais atento à necessidade do desenvolvimento de políticas de cuidados paliativos e espero contribuir com a qualidade da assistência aos enfermos portadores de doenças crônicas e incuráveis”, declarou Barros. Cuidados Paliativos são a prevenção e o alívio do sofrimento por uma equipe de saúde especializada que objetiva o controle de sintomas, aliviando a dor e melhoria da qualidade de vida de pacientes com doenças avançadas, independentemente do diagnóstico.

Professora do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço e vice-diretora da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Silvana Artioli Schellini representou a universidade em visita a um centro de excelência em oftalmologia e também de congresso nos Estados Unidos. As duas atividades ocorreram em outubro. No dia 19, a professora visitou a Universidade da Califórnia, sediada em São Francisco. Na oportunidade acompanhou o atendimento ambulatorial realizado em seu hospital. Profª Silvana também participou, entre os dias 24 e 27, do encontro anual da “American Academy Ophtalmology”. Considerado o maior congresso da área em todo o mundo, reuniu mais de 27 mil participantes. A América Latina teve grande representatividade, com mais de sete mil especialistas. Além de apresentar um trabalho científico, que analisou as alterações da pálpebra em caucasianos e asiáticos, profª Silvana também ministrou duas aulas com os temas: obstrução de vias lacrimais na criança e tratamento das alterações da pálpebra inferior. A docen-

Profa. Silvana foi a única representante da Unesp no evento te também coordenou uma sessão ao lado dos presidentes da Sociedade Panamericana de Plástica Ocular e da Sociedade Americana de Plástica, Guillermo Salcedo e Stuart Seiff, respectivamente. Para todas as atividades em solo norte-americano, a docente recebeu auxílio da Fapesp (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo). Profª Silvana salienta que este tipo de evento é oportunidade de aprimoramento e de estreitamento das relações entre entidades

internacionais e a Unesp. “A repercussão de uma viagem deste tipo é sentida ao longo do tempo, com mudanças de paradigmas e possibilidade de observação de novos meios de diagnóstico e tratamento”, declarou. “Um contato destes possibilita que se estabeleça com maior facilidade convênios de cooperações bilaterais para novas visitas, tanto de médicos, como de alunos, uma meta da reitoria dentro do projeto de internacionalização da Unesp”, completou profª Silvana. OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009


4 COMANDO

Prof. Lastória presidirá regional paulista da SBD

Diretor da FMB, prof. Sérgio Müller entrega manual acadêmico ao prof. Paulo Nascimento

ENSINO

Prof. Paulo Nascimento é o novo chefe do Departamento de Anestesiologia Tomaram posse na manhã de 2 de outubro, para mandato de dois anos frente à chefia do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), os professores Paulo do Nascimento Júnior e Guilherme de Barros. Ambos substituem a atual coordenadora do curso de Medicina, profª Norma Sueli Pinheiro Modolo, que teve como vice o próprio prof. Paulo. Os docentes assumem a gestão do primeiro departamento de anestesiologia criado no país. Para o diretor da FMB, prof. Sérgio Swain Müller, a responsabilidade dos novos gestores está clara pelo momento da reformulação do conteúdo curricular do curso de Medicina. “Os senhores assumem em uma época em que os cenários favorecem desenhar um currículo apropriado para o ensino da medicina dentro da FMB. Peço aos chefes de departamento que assumam também esta responsabilidade”, frisou. Ao se referir à ex-chefe do departamento, prof. Müller res-

saltou a importância da contribuição dada pela consolidação do ensino e também nas discussões para o novo currículo, ainda em processo de debates. “Ao deixar a chefia do departamento, professora Norma assume a coordenação de curso de Medicina em um momento importante dentro da FMB, onde justamente se discute a reformulação curricular”, ressaltou Müller.

Paulo do Nascimento destacou a solidez do departamento e suas linhas de ensino e pesquisa dentro da faculdade. Para ele, a excelência deve-se a um trabalho contínuo realizado por seus antecessores. “Este departamento tem uma história de décadas. Se mostra sólido no ensino de Medicina. Tenho aprendido muito com esta instituição”, declarou o novo chefe.

OS DOCENTES ASSUMEM

Pioneiro no país

A GESTÃO DO PRIMEIRO

Criado em abril de 1977, o Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp é o primeiro do gênero no país. Além das disciplinas em graduação, são desenvolvidas atividades como programas de pós-graduação, programa de residência médica e aprimoramento profissional. Também possui um laboratório experimental com linhas de pesquisa em anestesia renal, venosa, aparelho cardiocirculatório e alterações medulares determinadas por drogas e agentes anestésicos.

DEPARTAMENTO DE ANESTESIOLOGIA DO PAÍS

Profª Norma, que foi chefe do departamento em três oportunidades, reafirmou em seu discurso de despedida o comprometimento de docentes, servidores e pesquisadores para a consolidação do ensino dentro da instituição. “Todos se esforçaram para que o departamento se tornasse importante centro de ensino e pesquisa”, reafirmou a cessante. Graduado pela FMB, prof.

O professor do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) Joel Lastória foi eleito para assumir, a partir de 2010, a presidência da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – Regional São Paulo. Ele já ocupava a vice-presidência do órgão, que é um dos mais importantes do Brasil, reunindo 2.100 associados – um terço do quadro da SBD. Desde 2003, professor Lastória é responsável por cargos na diretoria da entidade nacional de dermatologia. Por três vezes foi vice-presidente da SBD e em duas oportunidades atuou como coordenador científico. Além disso, desde 2000 faz parte do Conselho Decisório e a partir de 2007 coordena o Departamento de Hanseníase do mesmo órgão. Em 2006 foi responsável pelo Departamento de Infecciosas e Parasitárias, também da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para o médico dermatologista, o fato de ele estar no comando da SBD – Regional São Paulo traz uma projeção importante para a Faculdade de Medicina de Botu-

catu/Unesp. “Estarei em contato com os principais dermatologistas do Pais e sempre associarão a faculdade ao meu trabalho. Essa eleição mostra a importância da nossa instituição no cenário brasileiro de dermatologia”, colocou professor Joel Lastória. Ele é o primeiro professor da FMB a assumir a presidência da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo. Os professores Silvio Alencar Marques e Hamilton Stolf, também da Faculdade de Medicina, já ocuparam cargos na direção da SBD – Regional São Paulo. O chefe do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da FMB, professor Vidal Haddad Júnior, ressalta que a eleição de Lastória tem grande significado para a instituição e em especial para a Disciplina. “Apesar da distância de Botucatu em relação à São Paulo, a importância da nossa faculdade e nosso departamento para SBD se reflete em cargos dessa relevância. A escolha do professor Joel é motivo de orgulho para nosso departamento”, frisou.

Joel Lastória já ocupava a vice-presidência da SBD-SP

NOVA GESTÃO

Departamento de Enfermagem passa a ter nova chefia até 2011

Professoras Carmem Juliani e Wilza Spiri assumiram até 2011 OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

As professoras Carmem Maria Casquel Monti Juliani e Wilza Carla Spiri assumiram oficialmente, dia 4 de novembro, a chefia e a vice-chefia do Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O mandato será de dois anos e ambas substituem as profas Ilda de Godoy e Maria Antonieta Carvalhes, respectivamente. Com a presença do diretor da FMB, prof. Sérgio Müller e da coordenadora do curso de Enfermagem, profª Eliana Mara Braga, a solenidade de posse refletiu a consolidação e busca pela excelência do ensino na área. O diretor ressaltou aos presentes o atual momento pelo qual a instituição passa. Além dos avanços na infra-estrutura da faculdade, prof. Müller também acrescentou o crescimento do

curso de enfermagem sendo considerado um dos melhores do país. “Há agora o compromisso de manter o nível de excelência do curso”, declarou. Para ele, a participação das chefias de departamento, tanto no curso de Medicina quanto de Enfermagem, foi fundamental para que a faculdade alcançasse níveis de excelência no ensino, pesquisa e extensão. “São as chefias dos departamentos, junto com a direção, que fazem a gestão da faculdade”, complementou prof. Müller. Cessante do cargo de chefe de departamento, profª Ilda de Godoy declarou que a experiência de comandar o braço da faculdade por dois anos lhe proporcionou mais do que responsabilidade, um aprendizado. “Estes dois anos foram de aprendizado. Desde gerenciar conflitos e difi-

culdades, o que melhor tivemos foi a formação de uma equipe de pessoas dedicadas e comprometidas”, disse. Já profª Carmem, que assume o departamento, ressaltou o papel de facilitador que um chefe tem dentro de sua equipe. “A pessoa deve representar a facilitação dos trabalhos. Vivenciamos uma condição favorável pelo qual o curso passa, com o reconhecimento da excelência em nossa graduação”, complementou. A história do Departamento de Enfermagem da FMB tem origem desde o início do curso, em 1989. No entanto, uma década depois é que ocorre a concretização de sua criação. Além da graduação em enfermagem, o departamento é responsável pela coordenação de programas de pós-graduação, residência e aprimoramento profissional.


5 ENTREVISTA

Kunie Coelho: quatro décadas e pioneirismo na patologia Depois de quatro décadas vivenciando o crescimento e consolidação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), a professora do Departamento de Patologia, Kunie I. R. Coelho tem uma trajetória intimamente ligada à instituição. Nascida em Itapetininga (SP), professora Kunie ressalta que todo seu aprendizado básico fora realizado em escolas públicas. Em 1956 mudou-se para São Paulo para estudar e ingressar posteriormente à faculdade. Formada em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, em 1965, ressalta que foi através do professor Walter Maffei, o início seu interesse em patologia. Em 1966 fez residência em pediatria no Hospital Infantil Darcy Vargas, em São Paulo, onde conheceu o professor Thales de Brito e desse contato aprofundou o interesse pela patologia. No mesmo ano, um dos responsáveis pelos primórdios da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), prof. Mário Rubens Guimarães Montengro a convidaria para integrar o quadro de docentes da instituição. A disciplina: patologia. “Para ele, o mais importante não era saber patologia no momento, mas gostar e querer aprender patologia”, declarou ao lembrar do médico. Sua carreira acadêmica e profissional sempre estiveram vinculadas à FMB. Foi, entre os anos de 1980 e 1981, chefe do Departamento de Patologia, o mais antigo da instituição. Em 1989 tornou-se coordenadora do programa de pós-graduação em patologia e durante duas décadas foi professora preceptora dos residentes. Também foi a responsável, em 1996, pela instalação do laboratório de microscopia eletrônica. Recentemente a docente foi homenageada durante as celebrações das duas décadas do programa de pós em patologia.

Ser médica significa “ colocar em primeiro lugar assistência ao paciente, obedecendo rigorosamente o código de ética médica

para vir a Botucatu, não para a pediatria, mas para a Patologia. Sem saber nada de Patologia, sem saber quem era ele, encantada com o seu entusiasmo, carisma e coragem de enfrentar desafios, vim a Botucatu. Para ele o importante não era saber, mas ter vontade de aprender patologia. “Deixe o resto comigo” disse me ele. Assim me transformei em patologista e não saberia viver sem essa especialidade que está incorporada em mim.

O Departamento também preparou uma placa, descerrada no final de novembro, onde ressalta o trabalho da médica pelo Departamento em ocasião a sua aposentadoria. Em entrevista ao Jornal da FMB, professora Kunie relembra pontos importantes de sua carreira acadêmica, a relação com a Faculdade de Medicina e todo o desenvolvimento do ensino da patologia dentro da instituição. Jornal da FMB- Após 40 anos dentro de uma instituição como a Faculdade de Medicina, como a senhora vê a faculdade em seu estágio atual? Profa. Kunie CoelhoApós mais de 40 anos em Botucatu estou muito orgulhosa de ter participado da construção desta instituição que começou com um grande sonho de quem a idealizou.

pelo então professor Mario Rubens Montenegro. De que forma foi a relação com o pioneiro da Faculdade de Medicina? Profa. Kunie Coelho- Sou graduada pela Faculdade de Medicina de Sorocaba da PUCSP em 1965 e fiz um ano de residência em pediatria no Hospital Infantil Darcy Vargas, em 1966. Através do patologista desse hospital, Prof. Thales de Brito, hoje professor titular aposentado da FMUSP de São Paulo, a quem acompanhei por alguns meses, conheci o Prof. Mario R Montenegro que me convidou

Jornal da FMB- Em todas estas décadas como coordenadora, professora e colaboradora direta do departamento, de que forma classifica o crescimento e consolidação das disciplinas de patologia? Profa. Kunie Coelho- A Patologia era uma disciplina do Departamento de Patologia composto ainda por Microbiologia, Parasitologia e Imunologia na antiga FCMBB, permaneceu na FMB e constituiu um novo departamento em 1976. Esta disciplina começou com o Prof. Montenegro e com a nossa chegada éramos quatro. Atualmente, somos em onze docentes, duas pesquisadoras, uma médica e uma professora substituta. Em 1971 começamos a oferecer o programa de residência em Patologia. Esta área de ensino tem sido a minha atividade preferida tendo sido preceptora dos residentes durante décadas, com algumas interrupções, até o final de setembro deste ano. No ensino de graduação passamos por diferentes fases, com propostas de melhoria da sua qualidade, acreditando em cada fase como verdadeira.Agrande satisfação nossa é de termos 3 candidatos da casa para a residência em patolo-

gia para 2010, quando a grande preocupação da Sociedade Brasileira de Patologia é a queda de interesse pela área entre os recém graduados em medicina. O que me preocupa é o futuro deste departamento em que muitos docentes estão prestes a se aposentar, sem muitas expectativas de novas contratações por falta de candidatos com doutorado para ocupar vagas de docentes. Os docentes mais experientes devem se associar aos mais jovens, que trazem a força de quem está começando com toda a potencialidade em ebulição. Jornal da FMB- Em 1989 foi criado o programa de pós-graduação em patologia, no qual a senhora foi a primeira coordenadora. Como a senhora avalia estas duas décadas quanto a aprimoramento dos acadêmicos e trabalhos produzidos pelo programa? Profa. Kunie Coelho- Em 20 anos esse programa teve um crescimento bem satisfatório, com boa produção científica, mas ainda com o propósito de subir na avaliação da Capes (Coordenação de Pessoal de Nível Superior). Jornal da FMB- O que é ser médica para a senhora? Profa. Kunie Coelho- Ser médica significa colocar em primeiro lugar assistência ao paciente, obedecendo rigorosamente o código de ética médica, mesmo que tenha que sacrificar alguns dos momentos de lazer.

“ Após mais de 40 anos em Botucatu estou muito orgulhosa de ter participado da construção desta instituição

Jornal da FMB- Em 1966, a senhora fez residência no Hospital Infantil Darcy Vargas onde tempos depois foi convidada para vir a Botucatu

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan Faculdade de Medicina de Botucatu Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini

JORNAL DA FMB

Superintendente do HC HC: Emílio Carlos Curcelli Vice-superintendente: Irma de Godoy Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médicohospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelos endereços aci@fmb.unesp.br e imprensafmb@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & EditoraRua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SP Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB

OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009


6 SOLENIDADE

FMB forma, em grande estilo, sua 42ª turma de médicos Conquista e orgulho. Estes foram os sentimentos que permearam toda a solenidade de colação de grau da 42ª turma de médicos formados pela Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB). A sessão aberta da Congregação, realizada dia 13 de novembro, no ginásio da FCA (Faculdade de Ciências Agronômicas) foi o momento marcante na vida universitária dos 92 acadêmicos graduados pela FMB em 2009. Além de professores eméritos e representantes da Congregação, a solenidade reuniu a próreitora de pós graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge, o deputado estadual Milton Flávio, o vice-prefeito de Botucatu Antonio Luiz Caldas Júnior e o presidente da Câmara de vereadores local, Reinaldo Mendonça Moreira. O delegado distrital do Conselho Regional de Medicina, José Carlos Christovan, representou o presidente da entidade na ocasião. Ao som da Orquestra Filarmônica Triunfal, cada membro da congregação e formandos foram recepcionados pelos familiares e presentes no ginásio da FCA. Com a 42ª turma de medicina, a faculdade formou, em seus 46 anos de existência, 3.736 médicos, 1.817 especialistas em seus programas de residência, 1.065 mestres e 541 doutores. Prof. Sérgio Müller, diretor da FMB, ao abrir a solenidade, ressaltou que o momento tinha múltiplos significados. Desde a consolidação da vida acadêmica dos formandos ao papel que a universidade teve neste contexto ao prepará-los para seu papel dentro da sociedade. “Estamos renovando uma tradição milenar que é a universidade. Celebramos neste momento a transmissão do conhecimento. Os recebemos jovens e seis anos depois os devolvemos à sociedade, formados, para serem médicos”, declarou. Orador da 42ª turma, Daniel Mendes Shiroma expressou em seu discurso todo o sentimento dos colegas. Ao indagar se ‘valeu a pena estudar por noites e sacrificar momentos’, incitou todos os presentes a uma reflexão quando leu passagens do livro “O Pequeno Príncipe”. Para ele, cada ano passado dentro da faculdade consolidou, além do conhecimento, amizades e grande aprendizado de vida. “Hoje celebramos a conquista de uma batalha que parecia impossível em 2004”, frisou. O novo professor emérito da FMB, Joel Spadaro, tornou-se patrono da 42ª turma. Spadaro, que além de diretor da faculdade, foi aluno da 1ª turma de médicos formados pela então FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu). O patrono, em seu discurso, disse estar emocionado com a ocasião, já que o reconhecimento vem no ano de sua aposentadoria. Além disso, ressaltou os desafios que os

A SOLENIDADE FOI O MOMENTO MARCANTE PARA OS MAIS DE 90 NOVOS MÉDICOS GRADUADOS PELA FMB OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

Solenidade, realizada dia 13 de novembro, lotou o ginásio da FCA e reuniu familiares de 92 formandos da 42ª turma de Medicina

Culto ecumênico, descerramento de placa e plantio de árvore deram início às comemorações de formatura na manhã do dia 13

Daniel Shiroma, orador da turma, incitou os presentes à reflexão

Patrono, prof. Joel Spadaro ressaltou os desafios da carreira

Profa Joelma Martin fez um discurso carregado de emoção

Adriano Sanjuan, o primeiro médico graduado da 42ª turma

novos profissionais terão em uma área crítica no país: a saúde. “Sinto-me profundamente tocado por esta homenagem e afirmo que vocês passaram a ser os construtores da própria história”, frisou, discursando aos alunos. Extremamente emocionada, a professora do Departamento de Pediatria Joelma Gonçalves Martin, escolhida como paraninfa da turma lembrou-se de momentos pessoais em seu discurso. “Tivemos experiências de lágrimas e alegrias. Nesses últi-

direção da FMB por suas participações nas questões estudantis. Ele criou recentemente o Núcleo Acadêmico de Pesquisa em Educação Médica. Representando o reitor Herman Jacobus Cornellis Woorvald, a próreitora de pós-graduação, Marilza Vieira Cunha Rudge encerrou a solenidade de formatura respondendo a reflexão incitada pelo orador da 42ª turma. “Após 40 anos de formada, posso responder à reflexão do vosso orador: valeu a pena. Escolhemos

mos anos vi uma turma correndo atrás de conhecimento”, declarou. O juramento dos alunos foi realizado por Luiza Vasconcelos. Na sequência, cada um dos ex-alunos recebeu os respectivos diplomas e foram graduados médicos. O Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS) e a Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida (AAACHSA) prestaram suas homenagens aos formandos. O acadêmico Pedro Tadao Hamamoto Filho foi homenageado pela

como foco de nosso trabalho o próximo e isso justifica suas vocações como médicos”, disse. Profª Marilza também salientou aos pais o agradecimento e confiança que tiveram nesses seis anos com a Unesp. “Vocês acreditaram nessa universidade e nos entregaram seus filhos. Agora realizam o sonho de serem médicos”, finalizou, ao lembrar aos presentes que até o momento a Unesp conta com 35 mil alunos, 12 mil alunos em programas de pós-graduação, 3.500 professores e 6 mil servidores.


7 DISCURSOS

Discurso do prof. Joel Spadaro, patrono da 42ª turma Confesso-me profundamente tocado por esta homenagem, que ocorre exatamente no ano de minha aposentadoria, após quarenta anos de lida com o ensino superior médico, em Botucatu, desde a FCMBB. A primeira coisa que eu gostaria de salientar nesta mensagem é a emoção que senti ao ver o convite oficial; lindo! Na capa, está a fachada atual da Escola. Depois, lado a lado ou superpostas por um quase véu diáfano, aparecem as primeiras marcas da Escola: os prédios ainda inacabados; vista aérea do imenso H da área original; prédio onde começaram as aulas, em 1963; a memorável, original e vitoriosa operação andarilho, em 1967; aos pais foram oferecidas fotos do prédio onde funcionavam as matérias básicas e a sala de anatomia, em construção. Ali ocorreu a aula inaugural da FCMBB, ministrada pelo prof. Nicanor Letti, da Anatomia Humana, em 22 de abril de 1963. Na verdade, vocês fizeram um convite-documento, de muito bom gosto e de valor histórico. Parabéns! Belas escolhas e visão madura de quem incorporou o espírito reinante em nossa Faculdade: crença, luta, desafios vencidos, criatividade, doação a ela, respeito e visão de futuro, no intuito de honrá-la e lutar por seu engrandecimento. Esta é uma tarefa de muitos: docentes, alunos, servidores, médicos contratados, estagiários, pós-graduandos, enfermeiros... Enfim, a idéia de José Faraldo, que queria uma escola médica em Botucatu, deu muito certo e, a cada ano, colhe bons frutos, como em cerimônia como esta. Digo-lhes que viveria tudo de novo, como aconteceu em fevereiro de 1969. No antigo ginásio de esportes do Botucatu Tênis Clube, nosso paraninfo Prof. Emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro nos saudava com entusiasmo juvenil. A Escola que ele fundara estava formando a primeira turma. Agora são quarenta e duas; vocês são os protagonistas, não menos emocionados e apresentando a tríade que nós, professores os ensinamos a ver: palidez cutâneo-mucosa, sudorese palmar e ligeira taquicardia. Agora, não mais por enfrentar

prova-prática ou escrita, mas, sim, para viver um momento único, indescritível, mágico mesmo! Pura adrenalina, na linguagem do jovem. Feitas as escolhas, resta-lhes agora a consecução dos propósitos e vencer novos desafios que se avizinham. Energia não lhes faltará, eu os conheço bem! Vocês fizeram por merecer este momento solene. Vivam-no com toda energia, rindo, chorando, batendo palmas, fazendo barulho, beijando os pais e parentes. Só ficará desta festa aquilo que o coração mandar! Obedeçam-no, portanto! Voltemos um pouco no tempo. Da condição de “bichos”, que não davam opinião, só ouviam, vocês passaram a construtores de sua própria história, desde que nossa escola tem como característica o foco no estudante e nas condições necessárias ao seu desenvolvimento. Parece coisa óbvia, mas não é. A maioria de nossos professores, seguindo princípios que nortearam a construção desta Escola, e a levaram ao patamar atual de excelência, é contratada em tempo integral e dedicação exclusiva. É uma de nossas melhores qualidades, fundamental mesmo, e que precisa ser preservada a todo custo. E vocês perceberam isso e lutaram por nossos ideais nos conselhos dos quais participaram. Sou testemunha disso, nos seis anos que estive na direção desta escola, como vice-diretor e diretor. O foco no estudante, nossa melhor característica, obriga, ainda, que se discutam os diferentes regimes de trabalho, permitindo que aqueles que se dedicam ao ensino de beira de leito, em ambulatórios, junto à comunidade, possam também evoluir na carreira. A não observância deste princípio básico afasta professores com vocação maior para a atividade clínica, levando-os para atividades de pesquisa, não menos importantes e, estas sim, valorizadas na progressão na carreira, em todo o País; não é problema só nosso. Esta discussão não é nova e, salvo melhor juízo, não está na pauta primordial de discussões acadêmicas, com a intensidade necessária. Assim, as dificuldades para o

exercício do ensino competente e a busca de pessoas qualificadas para exercê-lo ficam para os departamentos e os conselhos de cursos, que se desdobram nesse sentido. Meus quarenta e seis anos de vida universitária me autorizam a tocar nesses pontos, em momento em que a nossa UNESP vive processo democrático promissor, tanto do ponto de vista humano-político como técnico-administrativo e acadêmico. Pequenas mudanças conceituais, portanto, seriam de grande valia para nossa Faculdade de Medicina, principalmente relacionadas à progressão na carreira. Não podemos perder de vista a discussão desses temas, que são vitais para o futuro de nossas escolas médicas oficiais em sua missão principal, que é formar médicos capacitados e com espírito público. Voltemos a vocês, formandos, sob outro ângulo: Muitas vezes, junto ao comando das ações, quer seja na atlética, no centro acadêmico ou nos conselhos oficiais da Instituição, vocês transformaram esperança em realidade; dedicação em júbilo; trabalho em frutos palpáveis e nunca se esqueceram do sonho, como nosso ginásio de esportes, por exemplo! Tenho informações de que este assunto já faz parte da pauta de discussões e de encaminhamentos. Nossa convivência como professor e aluno me mostrou algumas características de nossos estudantes, que se repetem ciclicamente: pude vêlos em atividades de enfermaria, com entusiasmo contagiante, esmerando-se na arte de conversar com os pacientes, procurando extrair de cada palavra um sentido elucidativo para a montagem da história clínica, sendo esta elemento fundamental na peça diagnóstica. A cada achado no exame físico, outra peça fundamental para o diagnóstico, via-se a satisfação pela descoberta de sinais. Vocês têm a noção exata de que a conduta adequada a ser tomada é o ato fundamental, que precede o diagnóstico! Há muitos outros exemplos a serem citados, mas gostaria de enfatizar o profundo inte-

Discurso da profa. Joelma Martin, paraninfa da 42ª turma Queridos formandos da quadragésima segunda turma, é a vocês que dedico essas palavras, numa atitude de agradecimento pelo que hoje e anteriormente tenho passado com vocês. Vejam só: vocês me colocaram numa situação especial_ ocupo aqui hoje o lugar outrora ocupado por meus mestres e ídolos. Colocaramme ao lado dos membros da congregação onde se encontram para mim, representantes do conhecimento médico a quem eu quero seguir, colocaram-me em frente de outros homenageados com quem divido a honra desta homenagem e o faço com muito gosto pois há ali guerreiros que militam arduamente pela carreira dos médicos contratados, uns, debutando na carreira de homenageados, outros de tão homenageados que já foram, até já poderiam aposentar; residentes que, mesmo no afã de aprimorar seus conhecimentos, não se cansam de dividir com vocês essa sinfonia do saber, docentes mesmo vivendo agruras em seu caminhar conquistam vcs pela vontade de ensinar, funcionários que transformam o dia-a-dia de vocês bem mais fácil. Tem ainda patrono brilhante, expoente na vida acadêmica e política de nossa região. Sábio mestre que com didática e carisma apresentou-me os belos caminhos da semiologia, sendo para nós um exemplo a ser seguido. Colocaram-me em frente

de pais e familiares amados seus que são os grandes responsáveis pela vitória que vocês aqui hoje vêem cantar. E como se isso não bastasse, colocaram-me ao lado de vocês, chamando-me não apenas de amiga, mas, a partir de hoje também colega. Sabe Talita, a notícia desta homenagem veio num momento especial em que eu havia acabado de defender doutorado e de prestar um concurso pra professor, já exaurida com esse caminhar e me perguntando se valia a pena tudo isso, vem você me lembrar o motivo pelo qual eu quis ficar aqui e pretendo continuar: Vocês são o meu motivo maior. Houve ainda muitas experiências particulares que só nós podemos contar: conseguimos através de vcs. subir para a intermed desde 2007 mostrando que dá para unir qualidade na formação médica ao espírito esportivo. Teve até aluno querendo incorporar aos esportes uma modalidade nova de competição: hein Rafa,Teve gente que bateu bola com meus filhos e isso me deixou muito feliz e eles também.Tivemos risos e lágrimas por diversos motivos, entre eles o nascimento da Maria Luiza, a Malu, que mais graça ainda veio trazer à turma, arrumando um monte de belas madrinhas. Outros nos preocuparam com seus problemas de saúde, mas graças a Deus estão aqui hoje para cantar também esta

vitória, não é Diogo e Talita ou mesmo susstos que tomamos com a segurança em suas residências não é meninas: porém tudo acabou bem.E nesses dois anos de internato houve a busca incessante de vcs de adquirir conhecimento e chegar aqui hoje merecendo ganhar o título de médico.Com toda essa história particular dá vontade de dizer: ô 42 fica mais um pouquinho... Mas, acreditando que o educador é o poeta do amor é que finalizo com mais algumas palavras. Não tenho dúvidas que, apesar da abertura desenfreada de novos cursos médicos despreparados com a formação inadequada de inúmeros profissionais, vocês vão entrar nas residências que quiserem pois já passaram por uma luta árdua que foi a seleção do vestibular numa universidade que nos últimos anos é uma das campeãs absolutas em número de candidatos por vaga.Vocês estão dentro de um curso onde médicos e docentes aprimoram seus conhecimentos com pós graduação e que produzem ciência nacional e internacionalmente, além de um corpo multidisciplinar muito completo .Têm à sua disposição, livros-texto que são jóias raras muitas vezes esquecidas em função das novas formas de aquisição de conhecimento, mas que também têm que ser resgatados pois trazem de seus autores, não apenas o conhecimento teórico, mas

Discurso de Daniel Mendes Shiroma, orador da 42ª turma Hoje é um dia muito especial. Hoje, nesta solene cerimônia, a Faculdade de Medicina de Botucatu forma a sua XLII turma de médicos. E, após cursar os seis anos da faculdade de medicina e passar por tudo o que passamos, neste momento, convido meus colegas a refletir. Diferentemente de quando entramos na faculdade, hoje temos ciência de como é a vida de um médico. E então, eu pergunto: Estudar dos sete anos de idade até o fim da vida; trabalhar horas a fio sem descanso, emendando o dia com a noite sem se alimentar direito; ser acordado de madrugada; perder datas importantes com a família; conviver diariamente com a morte; e ter uma profissão que só é lembrada na hora da dor e do sofrimento. Vale à pena? Para responder a essa pergunta, lembrarei com vocês e contarei aos nossos convidados um pouco dos últimos seis anos. Em março de 2004, iniciamos nosso curso no Instituto de Biociências, o IB. Por dois anos, aprendemos as ciências básicas da medicina. Depois aprendemos semiologia e estudamos doenças. Nos dois últimos anos, adentramos ao internato. Juntamente com os docentes, tratávamos dos pacientes do hospital. Estudamos muito, “ralamos”. Mas aprendemos ciência, técnica e raciocínio-clínico. E nos formamos médicos. E, pergunto novamente: depois de seis anos vivenciando a rotina médica, vale à pena? Se ESSES foram nossos últimos seis anos, não valeria à pena levantar da cama a cada manhã. Então, vamos lembrar de alguns detalhes da nossa estada aqui em Botucatu. Hoje, celebramos a conquista de um grande sonho que no início de 2004 parecia tão distante. Em março de 2004, após a difícil batalha do vestibular, chegaram a Botucatu os grandes vencedores do concurso de 105,48 candidatos por vaga (a maior relação candidato/vaga até então). Chegaram a Botucatu os que foram selecionados entre os melhores, as mentes mais brilhantes do país. Chegaram a Botucatu... os bixos da Medicina.

Chegamos num mundo totalmente diferente de tudo o que já tínhamos vivenciado. Longe de casa e das nossas famílias. Numa cidade diferente, com pessoas e costumes diferentes. Não reconhecíamos nem nossa própria imagem no espelho: careca; todo pintado; os homens vestidos de mulher e as mulheres vestidas de “sei lá o quê”. Mas, apesar de tudo, felizes, muito felizes. Estávamos onde sempre sonhamos estar. E, sem saber o que o futuro nos guardava, ganhamos um apelido (que se tornaria o nosso nome). Fomos apresentados aos nossos veteranos (que se tornariam nossos amigos). Fomos apresentados às nossas repúblicas (que se tornariam nossas casas). Fomos apresentados aos nossos colegas bixos (que se tornariam nossos irmãos). E fomos apresentados à nossa faculdade (que se tornaria a nossa família). E, em meio a recepções, festas e trotes, vínhamos para a aula. Tivemos o privilégio de assistir à nossa primeira aula (em alemão), ministrada pela Drª Silke. Iniciamos o estudo das ciências básicas no IB. Acredito que todos devem se lembrar da primeira vez que manipularam um cadáver na tão esperada aula de anatomia. E assim foi: embriologia, bioestatística, microbiologia, farmacologia... Entre uma aula e outra, fizemos parte da história da Atlética, do Centro Acadêmico, projetos de extensão pela cidade. Fizemos acontecer as Comissões de Festas e Formatura. Treinamos (e como treinamos). E, mesmo sem muito apoio, trouxemos nossas medalhas da Intermed. Logo começaram as primeiras aulas no Hospital das Clínicas. Semiologia. Aprendemos com grandes mestres da nossa Escola como conversar, ouvir com atenção e examinar. Olhar para uma pessoa doente, não como um sistema biológico desajustado, mas como um ser humano que precisa da nossa ajuda. Saber a posição certa da mão e a pressão adequada em cada manobra do exame físico. E usar as palavras certas para sermos compreendidos pelos NOSSOS pacientes. Exatamente. “Nossos pacientes”. Pela primeira vez, nos chamaram de “doutor” e pudemos

ver no olhar de um ser humano a esperança de alguém que acreditava que podíamos aliviar o seu sofrimento. Estudamos com afinco as principais doenças presentes na nossa população. A evolução, o diagnóstico e o tratamento de cada uma. E então, chegamos ao internato. Nos nossos dois últimos anos de faculdade, fomos os “médicos-internos”. Deram-nos autonomia para atender. E receber o agradecimento em forma de um pedaço de queijo, de um trevo de quatro folhas ou de um sincero “muito obrigado” dos humildes pacientes que tratamos. Sempre com o respaldo dos nossos grandes mentores. Os que nos mostraram além da ciência, da técnica e do raciocínio-clínico. Os que nos mostraram que o caminho da cura não está só nos livros. Mas também no caráter, na moral e na humanidade. Que nos mostraram que a medicina não é lógica, nem a vida uma teoria. Ambas são uma arte e devem ser praticadas e vividas. Estudamos dias e noites. Trabalhamos e aprendemos conforme exige o extenuante curso de Medicina. Há duas semanas tivemos nossas duas últimas aulas da faculdade. A então esclarecedora aula em alemão da professora Silke. E a aula de “como fazer as pessoas chorarem” do professor Juan. E, aquela cerimônia de colação de grau que em 2004 parecia tão distante, chegou mais rápido do que imaginávamos. Mas, antes de responder àquela pergunta, gostaria que vocês ouvissem com atenção o resumo de uma famosa história, que muitos devem conhecer do tempo de infância. O Pequeno Príncipe, um garotinho inocente de cabelos dourados, vivia num pequenino planeta, o planeta B-612. Onde havia apenas uma casa e uma rosa pela qual ele tinha um grande carinho. O seu planeta era tão pequeno, que ele podia ver o pôr-do-sol quantas vezes quisesse. Era só olhar para o lado em uma posição diferente. Mas, apesar da simplicidade, aquele era o seu lugar. Um dia, o Príncipe saiu para conhecer outros

resse e respeito que vocês manifestaram em seu relacionamento com os pacientes, dando-lhes atenção afetiva, procurando suprir seus anseios de cura e sua ansiedade, valendo-se de técnica, humanismo e ética no relacionamento. Estes princípios, hoje, são básicos para definir os egressos das boas escolas médicas brasileiras. Nesse aspecto, vocês saem daqui fortalecidos, com sólidos conceitos sobre os princípios basilares do exercício da arte de Hipócrates. Abro um parêntese para lhes falar da vida prática, dentro da medicina. Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 04/11/2009, quase ontem, o Prof. Adib Jatene fala de números assustadores sobre novas escolas médicas que são abertas Brasil afora. Em 13 anos foram criadas 96 novas escolas médicas no nosso País. Assunto para meditação e análise posteriores. Gostaria de dividir com toda a comunidade acadêmica de nossa Escola, estas constatações que, ao longo de décadas foram se materializando e se aperfeiçoando, a ponto de colocar nossa querida Faculdade entre as melhores escolas médicas do Brasil. Digo isto porque vivi, como Coordenador Docente para o Estado de São Paulo, da ABEM, momentos de grande discussão sobre ensino médico no Brasil. Não é, portanto, bravata, mas, sim, constatação. *O doutorando Pedro e outros estudantes, muitos de diferentes turmas são prova do que digo; ajudaram, e muito, nossa Faculdade. O Pedro até recebeu homenagem de nosso diretor na solenidade de formatura. Fiquei feliz, também por isso. Mérito é mérito. A vocês, alunos, sempre foi reservado papel fundamental em todas as situações que exigiram firmeza, coragem e desprendimento, em nossa trajetória de lutas, e não foram poucas, muito menos fáceis. Além das conquistas materiais, como adaptações e/ou construções de novas áreas em nossas instalações, vocês viveram momentos desafiadores em nossa reforma curricular, que tem como uma de suas marcas a participação de alunos nas comunidades de bairros. Como toda experiência nova, houve dificuldades iniciais que estão sendo sanadas com perseverança e empenho. Nesta

modalidade comunitária, o exercício da medicina preventiva e orientadora, ao lado do ensino em unidade hospitalar, os colocou como agentes de mudanças positivas. Ao lado da técnica, forte em nossa Instituição, o lado ético e humanístico, como já foi dito, fez de vocês criaturas mais objetivas, preocupadas com o todo e não só com as partes. Com o Ser Humano, enfim. Estas características diferenciadoras fazem de vocês pessoas fortes e objetivas que, ao irem amadurecendo e exercendo sua profissão deixarão marcas indeléveis em sua trajetória de agentes fundamentais para o exercício de uma arte sublime, que é a Medicina. Uma vez ouvi história contada por professora da USP. Tratava-se de expressão que um parente seu usara numa cerimônia como esta, onde era homenageado: “a melhor forma de vaidade é o cultivo da modéstia. Neste momento, no entanto, abro mão de qualquer tipo de modéstia para saborear a vaidade que este momento me proporciona”. Aos pais, no fecho desta nossa mensagem, ficam os parabéns pela maiúscula conquista de seus filhos. Saliento, como diretor à época, uma de nossas atividades de acolhimento, onde os alunos e seus familiares se reúnem para uma apresentação/recepção que o Conselho de Curso faz. Muitos de vocês, se não a maioria, estavam lá para conferir o que faríamos com seus filhos. Nesses encontros, sente-se certa apreensão dos pais em deixar os filhotes em terra estranha, sob os cuidados de pessoas que jamais tinham visto, falando de conceitos e princípios que, com raras exceções, eram novidades absolutas. Aquele encontro inicial, no entanto, foi realizado para afastar temores e aproximá-los da Escola. O resultado final aí está: jovens já com maturidade para o exercício de profissão que traz, em si, a delicada relação entre pessoas, com nuances afetivas e técnicas, onde existem desafios e responsabilidades subjacentes entre aquele que precisa de atendimento e o outro que vai efetivá-lo, em qualquer dos campos da atividade médica. Sim, uma arte magnífica! Muito obrigado por estes momentos inesquecíveis.

a experiência de vida; têm também à disposição, artigos científicos que são produzidos diuturnamente e são facilmente resgatáveis.Tudo isso mostra que a formação a vocês oferecida lhes concede asas para voar e, agora à beira do abismo como vocês devem estar se sentindo, é hora de voar. Com tudo isso que falei, venho reforçar o que o Dr. Juan falou no dia da aula da saudade: como muitos outros ilustres desta casa vcs chegarão onde querem chegar, mas alguns passos ainda terão que ser dados. Um dia o barquinho de vocês estava de um dos lados do rio e seus pais queriam que vcs conhecessem a outra margem, não foi fácil mas eles desataram o nó que os prendia para o lado de cá e viram que isso foi bom pois hoje podem comemorar o fruto dessa atitude, vcs também hoje precisam desatar o nó desa vida de estudante para se tranformarem em médicos com toda responsabilidade que este título lhes confere. Digo porém que haverá turbulências: ainda não erradicamos a fome e a obesidade já é um problema de saúde pública. Há hipertensos, diabéticos, muitos doentes crônicos e etc.Uma em cada 5 pessoas apresentará algum transtorno mental, ao longo de suas vidas e a saúde mental sequer está na pauta de muitos dirigentes.A doença social e mental aumenta em tal proporção que crianças vitimizadas sexualmene chegam ao nosso pronto socorro, mal respiramos mais tranqüilos pela diminuição do número de casos novos de síndrome gripal causada pelo

vírus H1N1 e já temos que reunir esforços para uma provável nova epidemia no começo do próximo ano, e a vacina ainda não alcançou os vários continentes.Então, vocês já são diferenciados por tudo isso, mas quero dizer que o amor, é o sentimento maior e mais eficiente que os fará felizes naquilo que escolherem, que permitirá que vcs concretizem o sonho de chegar do outro lado, de chegar aonde vcs quiserem.Amem primeiro a Deus que , mesmo desacreditado por muitos, age em nossas vidas, amem seus familiares que, com certeza, muitas lágrimas derramaram, muitos joelhos dobraram, no intuito de vê-los aqui,amem as famílias que hoje vcs têm e as que irão formar mas ame também o paciente, muito mais do que à própria medicina pois ele é um ser que traz uma história clínica dentro de um contexto pessoal e mental que jamais podemos negligenciar.E muitas vezes é o que está escrito nas entrelinhas da sua queixa que, se com amor for analisado, à cura ou controle da doença você vai chegar.E ao amar o ser humano, na ânsia de fazer por ele o melhor, você vai crescer como profissional e jamais vai se acomodar, pois você vai querer cuidar das vidas que Deus a você enviar.Não deixe jamais a ganância e o orgulho tomarem conta de você, pois você não é nem nunca será Deus, mas em humildade pode ser usado por Ele para aliviar o sofrimento de muitos.A vocês agora meus queridos resta apenas o meu mais sincero obrigada.

planetas. Pegou carona numa estrela e saiu universo afora, deixando sua rosa no B-612. Conheceu os mais variados seres de todo o universo. Conheceu um rei, um bêbado, uma raposa, rosas num jardim, uma serpente, um aviador no Sahara... Viajou muito e por muito tempo. Fez amigos, vislumbrou mundos diferentes. Mas não passou um só dia em que o Príncipe não olhasse para o céu estrelado e lembrasse que a sua rosa querida estava num daqueles pontinhos brilhantes. Entre os diversos amigos que fez na Terra, dois merecem destaque pela sincera relação que tiveram com o Príncipe. A raposa e o aviador. Por ser aparentemente humano, o Príncipe custou a conquistar a amizade da desconfiada raposa, que lhe disse: “A gente só conhece bem as coisas que cativou, os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!” E foi o que o Príncipe fez... Então, a raposa disse ao Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Numa outra ocasião, no Sahara, o Príncipe passou oito dias na companhia de um aviador que tentava consertar seu avião em pane. Contou ao aviador todas as suas histórias desde que saiu do seu planeta B-612. O aviador respeitavao e tentava entender aquele pequeno ser. E, apesar do pouco tempo de convivência, tornaram-se grandes amigos. Até que o Príncipe se lembrou que chegara a data da estrela vir buscálo e levá-lo de volta. Então, despediu-se do seu grande amigo aviador, pois precisava voltar para casa cuidar da sua rosa. O aviador ficou muito triste, mas o príncipe disse que eles sempre seriam amigos e que toda vez que o aviador olhasse para as estrelas, ele pensaria no Príncipe. Assim como fez o Príncipe e nunca se esqueceu da sua amada rosa no planeta B-612. E o Pequeno Príncipe se foi. Agora, voltando à pergunta... Vale à pena todo o estudo, todo o trabalho, todas as ausências com os que amamos e conviver com todas as mazelas da nossa sociedade? Hoje, após muita luta em busca do sonho de ser médico, acabamos uma grande etapa das

nossas vidas. Sairemos do nosso pequeno planeta Botucatu-612 para o mundo. Para o desconhecido. Para um universo de certezas e incertezas, sucessos e fracassos, alegrias e tristezas. Sairemos do nosso B-612 para a vida. O que e quem encontraremos e cativaremos nessa grandiosa jornada, não sabemos. Assim como os caminhos que seguiremos dentre tantas possibilidades. Mas teremos a certeza que, ao olharmos para o céu estrelado, lembraremos com muito carinho das rosas que cativamos desde que nascemos até habitarmos o nosso B-612. Os nossos pais e familiares, nossos amigos... Olharemos para as estrelas com vontade de reviver naquele pontinho brilhante B-612 os nossos momentos como bixos... Rever o pôr-do-sol do Gigante Adormecido. Rever os irmãos que fizemos aqui... Reviver as festas, as Intermeds, as viagens, nossas risadas, nossas lágrimas, nossas alegrias... Ouvir novamente nossos mestres e cuidar dos nossos pacientes de Rubião... E, finalmente respondendo à pergunta: acumular conhecimento dos sete anos de idade até o fim da vida; trabalhar horas a fio na profissão que escolhemos sem nos darmos conta do cansaço; sermos lembrados de madrugada pelos NOSSOS pacientes em apuros; deixar nossos familiares em casa numa data importante tristes pela nossa saída, mas orgulhosos da nossa devoção; convivermos diariamente com a morte, desafiá-la e vencê-la; termos uma profissão que é lembrada nos momentos em que o ser humano mais precisa de ajuda, seja essa ajuda um remédio, uma palavra ou simplesmente a nossa presença reconfortante... Então, eu respondo: Sim. Vale à pena! Vale a pena simplesmente porque somos do inesquecível planeta Botucatu-612 e eternamente responsáveis por quem cativamos: nossa família, nossos amigos, nossos professores, nossos pacientes, nossa faculdade. Vale a pena simplesmente porque, aqui, nos formamos cidadãos. Aqui, nos formamos seres humanos. Aqui, nos formamos MÉDICOS! Parabéns à XLII turma de médicos da Faculdade de Medicina de Botucatu! Muito obrigado!

OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009


8 BENEFÍCIOS

COMUNICAÇÃO

Funcionários da Unesp passarão por consulta de saúde ocupacional Desde a primeira quinzena de novembro todos os funcionários da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e Hospital das Clínicas que são contratados pela Unesp serão convocados a passar por consultas que atestarão as condições de sua saúde ocupacional. Foram analisados os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos em seu ambiente de trabalho e o Grupo Técnico de Desenvolvimento em Recursos Humanos (GTDRH) enviará uma convocação com os exames pré-agendados. A iniciativa foi apresentada aos chefes de seção da FMB e HC, dia 19 de outubro e contou com a presença do diretor da Faculdade de Medicina, professor Sérgio Müller. Faz parte das atribuições de uma comissão formada, em 2008, a pedido da Diretoria da instituição – que segue determinação da Reitoria da Unesp - para cuidar da qualidade de vida dos servidores e melhorar sua segurança e saúde no trabalho. As ações serão desenvolvidas com apoio da equipe do Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da Famesp. O objetivo é que passem pelas consultas as pessoas que estão trabalhando, portanto saudáveis, no entanto, se for identificado algum sintoma decorrente de problemas no ambiente de trabalho, o funcionário será encaminhado para tratamento. “Se encontrarmos alguma doença que não esteja ligada ao trabalho do examinado, vou sugerir que ele procure um especialista”, explica o médico do trabalho e professor do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina, Ildeberto Muniz de Almeida. Ele ficará responsável por examinar os profissionais em sala localizada na Casa do Servidor – Unesp de Rubião Júnior. Levantamento já realizado pelo GTDRH aponta que há um grande número de trabalhadores afastados em áreas consideradas críticas, como: Centro Cirúrgico, Cozinha, Lavanderia, CDI e Enfermagem do Hospital das Clínicas. A maioria deles por conta de transtornos mentais e de comportamento, além de problemas na coluna. Através do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Iniciativa foi apresentada aos chefes de seção da FMB e HC (PCMSO) é que foram avaliados os riscos aos quais cada trabalhador está exposto em seu ambiente de trabalho. Sendo assim, quando ele passar pela consulta, os resultados dos exames já estarão com o médico. Dependendo do grau de risco de acidente com o qual ele conviver, será agendado o retorno. O servidor sai da consulta levando um Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

LEVANTAMENTO APONTA QUE HÁ UM GRANDE NÚMERO DE TRABALHADORES AFASTADOS EM ÁREAS CRÍTICAS Sobre os afastamentos, professor Pará diz que deverão ser iniciadas ações específicas para identificar os motivos que têm causado as doenças e saber se o problema está no ambiente de trabalho. Posteriormente serão propostas as intervenções necessárias. “Vamos precisar bastante da colaboração dos chefes de seção, tanto para liberar os funcionários para passarem pelos exames, como procurando a comissão para tirar dúvidas, caso necessário. Estamos abertos a conversar, também, caso os funcionários não concordem com os fatores ambientais de risco encontrados”, afirma o médico do trabalho. Em outra função – Os trabalhadores que, por algum motivo, não estejam mais atuando na função para a qual foram contratados, devem avisar a Enfermagem do Consultório dos Exames Periodicos para que a análise dos riscos de acidentes de trabalho seja feita

com base na sua atual atividade. Esse é o critério fundamental para que sejam pedidos os exames. “O trabalhador pode achar que não está exposto aos riscos apontados ou que está sujeito a alguma doença de trabalho que não detectamos. Pode, ainda, solicitar a avaliação do médico para pedir algum exame extra. Qualquer dúvida neste sentido pode ser comunicada à comissão”, esclarece professor Pará. Uma cópia da NR 32 (Norma Regulamentadora) com todas as diretrizes sobre segurança e saúde no trabalho estará disponível na Casa do Servidor, onde serão realizadas as consultas. Mais informações podem ser obtidas no GTDRH, pelo telefone (14) 38116235, com Walderiana ou através do e-mail gtdrh@fmb.unesp.br. Carteirinha Iamspe - Os atendimentos aos funcionários autárquicos serão feitos pelo Iamspe, por isso é obrigatória a apresentação da carteirinha. Aqueles cujo documento não estiver atualizado e que são sócios da Associação dos Servidores da Unesp (ASU) devem procurar a entidade para fazer a regularização do documento. No entanto, os funcionários que não tiverem vínculo com a associação também poderão procurá-la para as devidas providências. Em ambos os casos não haverá custo algum. A única exigência é que os trabalhadores não-vinculados à ASU precisam retirar, no Grupo Técnico de Desenvolvimento em Recursos Humanos, uma autorização para atualizar sua carteirinha.

Palestra mostrou uso da Comunicação Interna em favor da organização Na tarde de 21 de outubro, cerca de 60 pessoas assistiram à palestra Comunicação e imagem institucional: quem participa?”, ministrada pelo professor Pedro Polesel Filho, relações públicas e mestre em Comunicação Social pela Unesp. O evento foi uma promoção da Faculdade de Medicina de Botucatu, através da Assessoria de Comunicação e Imprensa. Professor Polesel iniciou sua apresentação explicando o que é comunicação e como ela funciona. Apresentou maneiras de o fluxo de informações ser utilizado de maneira eficaz dentro das organizações. O palestrante ressaltou que os colaboradores são os grandes responsáveis pela construção e disseminação positiva da imagem institucional. Por isso, precisam estar inseridos no processo comunicacional. “Os consumidores diferenciam as empresas pelas informações obtidas das seguintes maneiras: experiência própria; conhecimento de terceiros, de pessoas relacionadas à empresa e da mídia”, disse. Um dos papeis da Assessoria de Comunicação, de acordo com ele, é valorizar as boas iniciativas, as pessoas que fazem as coisas certas e também mostrar para o público interno onde a empresa quer chegar Focando no público interno é possível gerar

vantagem competitiva para a organização e diferenciais que outras empresas não têm. O que torna uma instituição competitiva é aquilo que os consumidores percebem como valor. Professor Polesel enfatiza que a comunicação precisa ser programada e não ocasional e que sua eficácia depende da estratégia usada para cada público. “É importante investir no relacionamento interpessoal e na gestão de pessoas”, declarou. Ele mencionou ainda os riscos da chamada “Rádio Peão”, também conhecida como boca-aboca. Nas organizações onde a comunicação não é transparente, há espaço para boatos e distorções. Como ferramentas de comunicação interna que podem ser usadas como canais importantes, ele citou: intranet, jornal mural, newsletter digital, boletim interno, jornal externo, portal corporativo, emails padronizados e até jogos corporativos, que podem ser usados para treinamentos, promoções e publicidade. “A intranet, por exemplo, pode ser usada como fonte de relacionamento, ser um espaço onde o funcionário possa tirar dúvidas sobre seu trabalho e também ser um canal de comunicação. Pela intranet pode ser usados dispositivos de comunicação como mensageiros instantâneos (MSN, Skype, etc), blogs, emails, entre outros”, ponderou.

Palestra abordou a imagem institucional e sua importância

PREVENÇÃO

Medicina/Unesp rastreiam Hepatite C em trabalhadores de toda a universidade As equipes de Gastroenterologia e Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), com apoio da Unamus (Unidade de Atendimento Médico, Odontológico e Social) iniciaram um trabalho de rastreamento de Hepatite C. O projeto teve início pelo campus de Botucatu, em novembro, mas se estenderá para as demais unidades do Estado de São Paulo. OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

Serão feitos testes digitais, através de apenas uma gota de sangue e cujo resultado fica pronto em menos de 10 minutos. Todos os funcionários serão abordados para participarem da verificação. A intenção é estudar a prevalência da doença na comunidade unespiana. Enquanto aguardam o resultado do exame, os trabalhadores responderão a um ques-

tionário através do qual serão identificados os fatores de risco aos quais estão expostos. Os casos positivos, após ratificação feita através de um teste confirmatório, serão encaminhados para o ambulatório de Hepatite do Hospital das Clínicas da Unesp. Cássio Vieira de Oliveira, médico residente da Gastroenterologia, trabalha o rastreamento da Hepatite C em sua

tese de mestrado e será um dos responsáveis pela triagem nas unidades da universidade. Segundo ele, a prevalência da infecção na população fica entre 1% e 2%. “Sabemos que 30% do diagnóstico de Hepatite C não tem fatores de causa, por isso a importância desse diagnóstico”, destaca. Oliveira lembra que antes de 1994 a principal causa da Hepatite C era a transfusão de

sangue, enquanto hoje são as drogas injetáveis. “O tratamento da doença depende muito de seu estágio e do tipo de vírus, além da adesão do paciente. Com a identificação precoce, a resposta ao tratamento chega a 70%. No entanto, caso a pessoa não descubra que está com a infecção, em 20 a 25 anos, por exemplo, pode se transformar em uma cirrose”, acrescenta.


9 PESQUISA INÉDITA

Larvas de moscas para curar ferimentos

Professora do Departamento de Enfermagem ressaltou que testes em humanos começam em um ano

EXTENSÃO

Feira da Saúde levou serviços e orientação à população de Itatinga Orientações, exames e palestras sobre temas na saúde. Com estes atrativos, Itatinga recebeu, dia 7 de novembro, sua primeira Feira da Saúde. A iniciativa foi do Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS), Conselho das Ligas Acadêmicas (Conligac) e Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida (AACHSA) com o apoio da Faculdade de Medicina/Unesp e da Prefeitura Municipal de Itatinga. O evento se tornou uma oportunidade para que a população local tenha acesso a informações sobre temas presentes no cotidiano como orientação de como se evitar o câncer de pele, os efeitos do álcool no organismo, depressão, qualidade de vida, entre outros. Ao todo oito Ligas Acadêmicas participaram com a realização de exames de glicemia, aferição de Pressão Arterial, entre outros. Na oportunidade, a Liga do Câncer realizou cadastro de doadores de medula-óssea. Já a Atlética da Medicina fará atividades para o estímulo da prática esportiva e de qualidade de vida. Além disso, palestras mostraram

como se obter uma postura correta em atividades cotidianas. O cunho educativo esteve presente nesta primeira edição da feira com a realização, na Câmara Municipal local, de palestras que abordaram diversos temas em saúde. Foi disponibilizado um ônibus para que moradores da zona rural de Itatinga pudessem participar da Feira da Saúde. Segundo a vice-diretora de extensão do CAPS, Isabella Silva Ricoboni, a iniciativa de ampliar a feira para outros municípios da região reforça a aproxima-

ção da prestação de serviços que a universidade tem com a comunidade. Em Botucatu, a Feira da Saúde acontece anualmente há uma década. “Abranger outros municípios da região faz parte da nossa ampliação do contato entre a comunidade e universidade. Itatinga foi escolhida por ser uma cidade que possui uma população rural grande onde muitas das pessoas não têm informações adequadas sobre como ter uma qualidade de vida com saúde”, ressaltou a aluna da Faculdade de Medicina. FOTO PREFEITURA DE ITATINGA

Ligas Acadêmicas da FMB/Unesp participaram das atividades

TECNOLOGIA

Aplicar larvas de moscas varejei- morto. A remoção dessa pele ras sobre ferimentos necrosados é um apodrecida impede que as bacmétodo inédito no Brasil para acelerar térias se proliferem, o que afasa cicatrização. A experiência pratica- ta o risco de infecção. da em ratos foi abordada em um estuA terapia larval com a espécie Ludo de doutorado que será apresenta- cilia sericata vem sendo realizada com do por Maria José Trevizani Nitsche, sucesso nos Estados Unidos e no professora do curso de Enfermagem Reino Unido, mas nunca tinha sido da Faculdade de Medicina, câmpus pesquisada no Brasil. Na Unesp, as de Botucatu. A técnica reduz de 35 larvas utilizadas nos testes são das dias para uma semana o tempo de espécies Chrysomya megacephala e espera para fechar um ferimento em a Chrysomya putoria. “Escolhi essas fase de putrefação. espécies por serem Além de mais efici- TÉCNICA PODERÁ BENEFICIAR encontradas facilente, o tratamento mente em todo o terPACIENTES COM FERIDAS custa menos que o ritório nacional”, relaDE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO convencional, que ta a professora. consiste em aplica- COMO QUEIMADURAS GRAVES “Comosouenferção de hidrogel. meira, não entendia A pesquisadora afirma que os tes- nada sobre moscas e precisei de orites em humanos devem ter início em entação de especialistas da área”, um ano. “Para testar a técnica em disse Maria José, que recorreu ao trapacientes, a pesquisa deve percorrer balho dos biólogos Wesley Augusto alguns trâmites burocráticos, como Conde Godoy, da Escola Superior de apresentações em congressos, apro- Agricultura “Luiz de Queiroz” vações em conselhos de ética e sub- (ESALQ), da USP, em Piracicaba, e meter-se ao Conselho Nacional de Éti- Patrícia Jaqueline Thyssen, da Unica em Pesquisa, Conep”. camp. Eles desenvolveramum refinaQuando estiver disponível no Bra- do processo de esterilização das larsil, a técnica poderá beneficiar paci- vas, que permite a elas atuarem nos entes com feridas de difícil cicatriza- ferimentos sem contaminá-los. Os inção, como queimaduras graves e úl- setos são criados em um ambiente ceras crônicas comuns em diabéti- estéril, e seus ovos são desinfetados cos. Isso é possível porque as larvas com uma solução de água sanitária. nãodanificamaspartessadiasdapele. (Da Assessoria de Comunicação Elas se alimentam apenas do tecido e Imprensa da Reitoria/Unesp)

ATUALIZAÇÃO

Pneumologistas da AL participam de curso em epidemiologia e estatística na FMB Entre os dias 19 e 24 de outubro de 2009 a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) sediou o MECOR 2009, curso de epidemiologia e estatística voltado a pneumologistas, investigadores e acadêmicos da América Latina com o objetivo de realizar treinamento em métodos de pesquisa. Atualmente, é realizado também na Àfrica, Índia e Turquia. Em Botucatu, 80 pesquisadores das regiões mencionadas acima realizaram o curso: 36 no Nível 1, 23 no Nível 2, 9 no Nível 3 e 15 no Nivel 4. Grande parte dos pesquisadores presentes era de outras universidades brasileiras. O curso foi ministra-

do por 22 professores de diferentes nacionalidades. Dra Sonia Buist, a mentora e responsável pelo curso, que é organizado pela American Thoracic Society e pela Sociedade Latino Americana do Tórax, fez questão de ressaltar que este foi o MECOR mais bem organizado desde o início da realização do curso em vários países da America Latina. “Foi também gratificante ouvir dos participantes os agradecimentos e parabéns pela organização do evento pela hospitalidade do Botucatuense”, frisou a vice-superintendente do HC, a pneumologista e professora Irma de Godoy.

Robótica pode ser grande aliada da urologia A utilização de meios robóticos em procedimentos cirúrgicos foi mostrada a médicos, residentes e alunos de pósgraduação vinculados ao Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp durante a palestra “Robótica na Urologia: atualidades e perspectivas”, realizada dia 30 de outubro. O ministrante foi o médico urologista José Roberto Colombo Júnior, do Hospital Albert Einsten, graduado pela USP (Universidade de São Paulo) e que desde março de 2008 é responsável pelo ser-

viço de cirurgia robótica do hospital paulistano. Durante a explanação, o médico abordou a evolução e os benefícios do auxílio de robôs em cirurgias minimamente invasivas. Este uso acontece há uma década, mas no Brasil esta técnica foi introduzida em 2008. Apenas três hospitais a utilizam: Albert Einsten, Sírio Libanês e Oswaldo Cruz. “A urologia é uma das especialidades médicas pioneiras no uso de robôs para o auxílio em procedimentos cirúrgicos. Com esta técnica podemos observar benefícios aos paci-

entes como menor morbidade, tempo de internação e rapidez em sua recuperação”, explicou Colombo Júnior. No entanto, a popularização da técnica ainda esbarra em questões econômicas como o alto custo de equipamentos e dos próprios procedimentos cirúrgicos. Os custos para aquisição de um robô voltado para cirurgias urológicas, em específico para câncer de próstata e o procedimento com o uso do robô podem custar US$ 2 milhões e R$ 22 mil, respectivamente para o hospital.

Transmissões começaram de forma experimental durante OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009


10 COMISSÃO DE ÉTICA

Questões éticas não são maioria entre demandas da comissão que cuida do tema no HC O novo presidente da Comissão de Ética Médica do Hospital das Clínicas da Unesp (HC), Dr. Raul Ruiz Júnior, comentou, em entrevista ao Jornal e Portal da FMB, sobre seus planos à frente do grupo e também falou das principais demandas que já chegam até a equipe. Atualmente, já são realizadas capacitações junto aos médicos residentes com enfoque na prevenção de possíveis falhas éticas – ação que será intensificada a partir de agora. Ruiz afirma que pretende também intensificar o contato com a Superintendência do HC e Diretoria da Faculdade de Medicina, já que são nessas esferas resolvidos muitos dos conflitos de âmbito administrativo cujas causas podem ou não ser uma questão ética. “Consideramos problemas éticos aqueles malefícios que atingem diretamente o paciente. Hoje, a maioria dos casos que chega até a comissão não é de assuntos éticos, mas sim de outra ordem. Há muitas demandas que nos são encaminhadas pela Ouvidoria e outros serviços internos do HC”, esclarece.

Os conflitos éticos podem ser caracterizados em quatro situações: entre a equipe médica e o paciente; entre os profissionais de saúde e o acompanhante do paciente; envolvendo os próprios membros do corpo clínico do hospital ou ainda entre os serviços da unidade. O novo presidente da Comissão de Ética Médica do HC acrescenta que as reclamações podem caminhar por alguns fluxos, são eles: pela Ouvidoria do hospital, que posteriormente envia o processo para a Comissão de Ética ou o pedido de providências chega diretamente a ela.

“CONSIDERAMOS PROBLEMAS ÉTICOS AQUELES MALEFÍCIOS QUE ATINGEM DIRETAMENTE O PACIENTE”

Os membros do grupo conversam com as partes envolvidas, colhem depoimentos e emitem um parecer para a Superintendência do hospital ou Diretoria da FMB (em caso de problemas administrativos) ou para o escritório do CRM de Botucatu (Conselho Re-

gional de Medicina). Este último é o órgão que tem a competência de eventualmente punir os envolvidos caso haja prejuízos éticos. A Comissão não propõe qualquer tipo de pena. Projetos – Raul Ruiz anuncia que entre suas metas está motivar os médicos jovens a participarem dos trabalhos da comissão. “Essa é uma maneira de nossas ações serem permanentes. Eles poderão conhecer mais sobre questões éticas e ainda haverá uma diversidade maior de opiniões no grupo, olhares diferentes, o que é decisivo na hora de tomar decisões. Torna as discussões mais abrangentes”, coloca A Comissão de Ética Médica do Hospital das Clínicas/ Unesp (HC) realizou dia 13 de outubro, eleição e apuração para a escolha de sua direção para os próximos três anos. O consenso pelo nome do professor Ruiz se deu em reunião da qual participaram os membros da comissão e também o diretor clínico do HC, Dr. André Balbi, dia 16 de outubro.

SOBRE O DR. RAUL RUIZ JR. Graduado Médico pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp (1984), Residência Médica na área de Cirurgia Geral e Torácica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1988), Mestrado (1994) e Doutorado (2002) em Bases Gerais da Cirurgia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Especialização em Administração Hospitalar pela Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp (2006). Atualmente é professor assistente doutor da Faculdade de Medicina de Botucatu. Experiência na área de Medicina, com ênfase em cirurgia, administração e ensino médico (graduação e residência médica), atuando principalmente nos temas: Cirurgia Torácica Geral, Administração Hospitalar, Endoscopia Respiratória.

CONQUISTA

NOTA MÉDICA

Funcionárias da Unesp e Famesp ficam campeãs no futsal da 4ª Taça Saúde 2009

Equipe masculina foi vice-campeã na classificação geral Uma equipe de futsal feminino formada por funcionários da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), Hospital das Clínicas (HC) e Famesp foi a campeã da 4ª Taça Saúde 2009, promovida pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no início de outubro, e da qual participaram atletas de diversos municípios. O time de futsal masculino, que também contou com representantes das mesmas instituições ficou com o segundo lugar em sua modalidade. Os trabalhadores da Unesp e Famesp, além de pessoas ligadas ao Hospital Estadual Cantídio de Moura Campos, Prefeitura de Botucatu e Diretoria Regional de Saúde (DRS 6) competiram, nas categoriOUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

as masculino e feminino, também da modalidade vôlei. Aparecido Vieira Viriato, o Cido, do Recursos Humanos da FMB, foi técnico do futsal masculino e auxiliar-técnico do futsal feminino. Para ele, o aproveitamento das equipes foi bastante proveitoso durante toda a competição. A equipe de futsal masculino, vice-campeã geral, sofreu apenas duas derrotas e conseguiu um aproveitamento de 73%. Foram 10 jogos, 22 pontos, sete vitórias e um empate, além de um ataque eficaz, que marcou 32 gols. Já o futsal feminino, campeã geral da Taça Saúde 2009, perdeu somente uma partida, teve 21 em saldo de gols, com rendimento de 79%. Sua campanha foi de seis vitórias

Mulheres da Unesp e Famesp entre as campeãs do torneio em oito jogos, 19 pontos marcados e um empate. Ambas as equipes foram as campeãs da etapa disputada somente entre as cidades do interior. Foi a primeira participa-

ção dos atletas da Unesp/Famesp no torneio. As equipes se preparam para os Jogos Regionais, em Santos, dias 20, 21 e 22 de novembro.

CONFIRA OS INTEGRANTES DE BOTUCATU DE AMBAS AS CATEGORIAS: Futsal feminino: (Alessandra Tavares de Campos, Ana Amélia Conte, Claudia Jane M. Viegas, Claudirene Ap. Pereira da Silva, Daiana Da Silva Botelho, Ilda Ap. De Abreu Nascimento, Joana Lucia Ramos da Silva, Magda Maria Ferreira, Milena Ap. P. Santos, Patricia Correa Medeiros, Rute Ap. Secani Inácio, Sandra Regina Jauch). Futsal masculino (Alexandre dos Santos, Carlos Eduardo Luiz, Danilo Donizete de Oliveira, Diogenes Willian de Freitas, Fábio Miranda Paganini, Geraldo Aparecido de Arruda, Gustavo Angella, Jean Rodrigo Silveira Alves, José Marcos de Oliveira Benvindo, Marcio Vendramini, Milton Tobias, Paulo Augusto Vernini, Paulo Henrique dos Santos, Ricardo Arlindo de Camargo, Ricardo de Souza ).

Câmara aprova projeto do Ato Médico A Câmara dos Deputados aprovou no dia 21 de outubro, o projeto de lei do Senado, que define as atividades privativas dos médicos e as que podem ser desempenhadas por outros profissionais da área de saúde. A proposta que é conhecida como Ato Médico regulamenta a profissão do médico, a última das 14 profissões da área da saúde a ser regulamentada. O projeto retorna ao Senado para nova apreciação, porque o texto foi alterado pelos deputados. O texto aprovado pela Câmara considera entre as atividades privativas do médico a formulação do diagnóstico e a respectiva prescrição terapêutica ao paciente, a indicação e execução de cirurgias e prescrição dos cuidados médicos pré e pós operatório, a prescrição de órteses e próteses oftalmológicas, a indicação de internação e a alta médica nos serviços de atenção à saúde, a realização de perícias médicas e os exames médicos-legais, exceto os exames laboratoriais de análises clínicas, toxicológicas, genéticas e de biologia molecular, entre outros procedimentos. Segundo o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), que é médico ortopedista, a aprovação do projeto é fundamental, porque uma profissão secular como a de médico até hoje não havia sido regulamentada. “Isso é um desrespeito com os médicos. É uma desconsideração não ter parâmetros, limites, definições da profissão”, disse.


11 MOLÉSTIAS

Combate à febre amarela foi avaliado por setores da saúde As emergências de febre amarela registradas na região de Botucatu, além de outros municípios paulistas e seu impacto para o entendimento dos especialistas sobre a doença foram detalhadamente abordados durante evento realizado na Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), dia 23 de outubro. Em cinco palestras foram focadas as ações de vigilância epidemiológica e controle da febre amarela no Estado de São Paulo. Melissa Mascheretti, da Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo, iniciou as atividades falando sobre a “Situação Epidemiológica da Febre Amarela no Brasil e Estado de São Paulo”. De acordo com dados apresentados por ela, desde 1997 houve um aumento na área endêmica (onde há livre circulação do vírus) do Estado. Em 2009, as emergências em humanos tiveram início pelo Rio Grande do Sul, mas no ano anterior já havia registros da doença em macacos, entre os meses de setembro e outubro. No primeiro semestre deste ano foram 18 casos de febre amarela em humanos, que resultaram em sete óbitos. Ao apresentar informações históricas, Melissa lembrou que a 1ª epidemia da doença ocorrida no Estado de São Paulo foi em 1850. Ela acrescentou ainda que entre os anos de 1950 e 2000 não houve manifestações do vírus em humanos ou macacos.

Especialistas da FMB e da Secretaria de Estado da Saúde avaliaram todo o impacto do surto na região Quando começaram a surgir os casos de febre amarela no Estado de São Paulo, cujo primeiro foi em Sarutaiá, em fevereiro de 2009, e depois Itatinga, em março, haviam dois municípios afetados e 13 na chamada área ampliada. Em março foi a vez de o vírus fazer vítimas em Pirajuí e Buri, quando a área ampliada chegou a 39 cidades. Sarutaiá registrou seis casos da doença e um óbito; Itatinga – três casos e um óbito; Avaré um caso e Pirajuí 12 casos, com 16 óbitos. Ao todo foram 28 casos autóctones, 11 óbitos e uma taxa de letalidade que ficou em 39, 28%. A idade média das vítimas foi 29 anos e 64% delas eram homens. Em 96% dos casos os do-

EM 96% DOS CASOS OS DOENTES APRESENTARAM FEBRE, SEGUIDA DE DOR DE CABEÇA

entes apresentaram febre, seguida de dor de cabeça. Dos infectados, 71,4% evoluíram para internação. O docente do Departamento de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem da FMB, professor Carlos Magno Fortaleza lembrou, durante sua apresentação, que em 27 de fevereiro, o Hospital Estadual de Bauru recebeu uma mulher com sintomas de febre amarela, mas suspeitava-se que era leptospirose. Em 15 de março, no Hospital das Clínicas da Unesp, um homem foi

ÉTICA

Servidores do Hemocentro passam por capacitação sobre sigilo profissional Em um ambiente hospitalar, trabalhar com inúmeros tipos de informação e manter o sigilo e ética, são desafios constantes para profissionais da saúde e para gestores das unidades. Com o objetivo de capacitar seus servidores sobre a melhor forma de manter o segredo profissional, a Direção Clínica do Hospital das Clínicas (HC), promoveu, em parceria com o Hemocentro de Botucatu, dia 3 de novembro, reunião em temas de ética e sigilo. Ao todo quarenta servidores do setor vinculado ao HC participaram das explanações do professor emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, prof. Willian Saad Hossne, considerado uma das maiores autoridades em bioética e ética médica do país. O docente fez considerações sobre a importância do sigilo médico e situações em que ocorreu desrespeito à privacidade de informação do paciente. Também participaram da capacitação o diretor clínico do HC, Dr. André Balbi e o diretor

internado e cogitava-se Hepatite Fulminante. Dos pacientes atendidos pelo HC, 11 estavam com a doença e sete morreram em decorrência do vírus. Foram registrados três pacientes com eventos adversos graves. Entre as pessoas que passaram pelos cuidados da equipe da unidade, houve alguns casos classificados como inusitados por Fortaleza. Um deles foi a constatação de transmissão vertical (de mãe pra filho) em um recém-nascido que visto pelos médicos no oitavo dia de vida. Ele é filho de uma paciente que estava internada com a doença. Durante a abertura dos trabalhos, o diretor da FMB, professor Sérgio Müller, destacou a atuação que teve a instituição e seu Hospital das Clínicas (HC) junto aos demais órgãos de vigilância epidemiológica na prevenção, diagnóstico e combate da febre amarela. “Essa apresentação é uma oportunidade para avaliarmos o que ocorreu e também de preparação para possíveis novas situações do mesmo tipo”, disse. Professor Emílio Curcelli, superintendente do HC/Unesp, elogiou a atuação do CRIE

(Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais), de maneira integrada a outras disciplinas, na notificação dos casos positivos da doença, encaminhamento de exames, entre outros. “Temos uma equipe envolvida e capaz”, frisou. A diretora do GVE (Grupo de Vigilância Epidemiológica de Botucatu), Maria Salete Carli fez um histórico de todo o surto enfrentado na região. Desde a primeira constatação de óbito com suspeita, em 1º de março, à notificação da doença, no dia 13, Maria Salete ressalta que a rapidez na ação de investigação dos focos de incidência e a ação de imunização foram cruciais para o início do controle de uma possível epidemia. “Em Sarutaiá investigamos 996 casas no dia seguinte à confirmação da morte por Febre Amarela. Desse total, 29 pessoas apresentaram suspeitas sendo que dois casos eram positivos para a doença”, explicou. Com experiência em combate a situações de risco, Sueli Yasumaro Diaz, diretora da regional de Sorocaba da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) ressaltou que outro ponto essencial para o combate foi a atuação local das equipes de saúde. Sueli apresentou ainda números que apontam que 80% dos municípios paulistas apresentam algum tipo de infestação do Aedes Aegypti- um dos vetores de transmissão da doença. “Um ponto importante foi o Estado deixar a comunicação das informações sobre a doença e as atividades de prevenção para os municípios”, complementou. O encontro ainda abordou aos profissionais de saúde os efeitos adversos da vacina da Febre Amarela. O assunto foi abordado pela diretora técnica de imunização do CVE, Helena Keico Sato e Roosecelis Araújo Brasil, da divisão de zoonoses da CVE.

ROTINA

Após surto de Influenza A, HC retoma rotina de atendimentos

Prof. Saad frisou aspectos prós e contras do sigilo médico do Hemocentro, prof. José Mauro Zanini, que ressaltaram a importância de conscientizar sobre a importância do sigilo e as complicações em caso de desrespeito. “O que se passa dentro de cada laboratório, sala de consulta, enfermaria, tem que ser respeitado. O paciente está sob os cuidados do hospital e o profissional da área da saúde sabe que manter o sigilo e a ética está dentro de suas atri-

buições e responsabilidades”, ressaltou prof. Zanini. Este ciclo de capacitação deve se estender para outros setores do HC, explica Dr. Balbi. “É importante que todos os servidores do HC saibam os riscos envolvidos com a quebra deste sigilo. Um destes exemplos ocorre quando há comentários sobre exames com alguns outros funcionários ou parentes”, ressaltou o diretor clínico.

Após reunião, dia 29 de outubro, entre a Superintendência do Hospital das Clínicas da Unesp (HC), Diretoria Clínica e equipes ligadas ao atendimento de pacientes com suspeita da nova gripe (vírus Influenza A suína) nos últimos meses, ficou decidido que será retomada a rotina anterior às emergências. Toda mobilização e estrutura preparados para absorver a demanda serão desativados e os servidores que foram deslocados de suas funções por conta da doença retomarão suas atividades normais desde dia 3 de novembro.

O procedimento foi adotado devido à redução dos atendimentos de pacientes com suspeita de contágio em outubro, se comparado aos meses de setembro e agosto. “No entanto, isso não significa que a doença desapareceu. O que ocorre é que aparentemente o surto passou, mas novos podem vir, principalmente no final do ano ou quando chegar o inverno”, salienta Dr. André Balbi, diretor clínico do HC. “Um grupo acompanhará permanentemente possíveis casos suspeitos para tomar as medidas emergenciais, caso necessário”, acrescenta. OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009


12 PROCURA

DOAÇÃO

Medicina, em 2010, tem a terceira maior relação candidato/vaga da história do curso O curso de Graduação em Medicina, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) teve, neste ano, a terceira maior relação candidato/vaga da história do curso – 129,2. O índice foi inferior apenas aos registrados nos anos de 1996 (139,70) e 1995 (134,70). A Vunesp divulgou, dia 13 de outubro, a relação candidatos/ vaga do Vestibular Unesp 2010. Os cursos mais disputados foram: Medicina, em Botucatu; Direito diurno, em Franca (55,5); e Arquitetura e Urbanismo, em Bauru (36,7). Os três cursos somados totalizam 16.051 candidatos, o que representa 21% do total de inscritos. Desde 2004, a taxa de inscritos pela oferta de vagas em Medicina não ficou abaixo de 105,48 candidatos/vaga. Em 1996, o curso recebeu o maior volume de inscritos desde 1972: 12.308 pessoas. Em 2009, foram 11.625 interessados em se tornarem médicos. Na opinião da coordenadora do Curso de Graduação em Medicina da FMB, professora Norma Sueli Pinheiro Modolo, a qualidade do currículo oferecido pela instituição é o que faz

O Hemocentro do Hospital das Clínicas/Unesp de Botucatu está precisando de doadores de sangue tipos O positivo e A negativo, com urgência. Os estoques estão praticamente zerados. O horário de funcionamento do Hemocentro do HC é de segunda-feira à sextafeira, das 8 às 16h30. Aos sábados, das 7 às 13 horas. A unidade fica no câmpus da Unesp, em Rubião Júnior. O telefone para mais informações é (14) 3811-6041.

CONDIÇÕES PARA DOAR: FMB tem se mantido na excelência para a formação de profissionais e pesquisadores dele uma das primeiras opções daqueles que se inscrevem no vestibular da Unesp. “Os médicos que se formam em Botucatu têm, entre outras universidades públicas, fama de serem bem preparados. Eles têm um diferencial, por exemplo, na hora de fazer a residência médica”, observa. Segundo professora Norma, outra característica marcante

DESDE 2004, TAXA DE INSCRITOS PELA OFERTA DE VAGAS EM MEDICINA NÃO FICOU ABAIXO DE 105,48 CANDIDATOS/VAGA

daqueles que se formam na FMB é o compromisso com o paciente – já que ao longo de sua formação mantém contato com os usuários de seu hospital escola, o Hospital das Clíni-

Café da manhã e teatro marcam Semana do Servidor na FMB

Espetáculo “Dorotéia e os Farsantes” foi a parte cultural da semana

OUTUBRO/ NOVEMBRO 2009

cas da Unesp. “O aluno sai da graduação não apenas com uma formação técnica, mas também humanística. Ao longo do curso eles participam de vários projetos de extensão junto à comunidade”, destaca. “Além disso, temos um corpo docente qualificado, a maioria é doutor e com formação para atuarem como docentes”, acrescenta a coordenadora do curso.

-Gozar de boa saúde; - Pesar acima de 50 quilos; - Ter entre 18 e 60 anos; -Ter dormido no mínimo 6 horas na noite anterior à doação; - Não ter ingerido álcool nas últimas 24 horas; -Não estar em jejum e ter ingerido alimentos leves e sem gordura antes da doação (ex: frutas, suco, leite desnatado, etc).

CULTURA

COMEMORAÇÃO

Confraternização e cultura. Desta forma foi aberta a programação para as comemorações da Semana do Servidor na Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB). Dias 27 e 28 de outubro, servidores aposentados em 2008 e 2009 e a

Hemocentro do HC precisa urgente de doadores

direção da unidade universitária reuniram-se para um encontro informal no salão nobre da FMB. Professor Sérgio Müller, diretor da FMB ressaltou o envolvimento dos servidores para a consolidação da estrutura da faculdade e também

dos investimentos sendo realizados para sua expansão. De acordo com ele, o trabalho prestado pelas pessoas que se aposentaram representou o compromisso de cada um com a instituição. Os professores eméritos Joel Spadaro e Antonio Carlos Cicogna, também presentes ao café da manhã frisaram a participação de cada pessoa como colaboradora da excelência do atendimento do Hospital das Clínicas e do ensino da faculdade. “Vocês são o ponto mais importante desta instituição”, declarou Cicogna. “Quanto barro e dificuldades que foram superados por todos que começaram nesta faculdade”, complementou em tom saudosista. Como parte da programação, o auditório do salão nobre recebeu a apresentação do espetáculo “Dorotéia e os Farsantes”, do grupo de teatro Notívagos Burlescos. O grupo, original de Botucatu, foi criado em 2005 e tem se destacado no cenário cultural regional. A Semana do Servidor teve organização do Grupo Técnico de Desenvolvimento, com apoio da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar) e banco Santander.

Orquestra Limiar se apresenta pela 2ª vez no Hospital das Clínicas A orquestra Limiar se apresentou, dia 21 de outubro, pela segunda vez, no saguão térreo do Hospital das Clínicas da Unesp (Boulevard). Foram executadas peças de grandes nomes da música barroca, romântica e clássica. O Show faz parte do programa Música nos Hospitais, que é uma realização da Associação Paulista de Medicina e do laboratório sanofi-aventis , em parceria com o Ministério da Cultura. O Música nos Hospitais já esteve em São Paulo, Ribeirão Preto, Santo André e capitais como Rio de Janeito e Salvador. O projeto quer popularizar a música instrumental e

proporcionar momentos de conforto a pacientes e familiares, funcionários e à população em geral. Formada por jovens músicos de cordas, a Orquestra Limiar conta com vasto repertório, incluindo peças compostas para essa formação. Além de promover a popularização da música erudita e estimular a formação de jovens instrumentistas brasileiros, o "Música nos Hospitais" tem por objetivo proporcionar ao corpo clínico, funcionários e principalmente aos pacientes momentos de conforto na rotina nos hospitais. A primeira exibição dos músicos no HC foi em dezembro de 2008 e atraiu dezenas de pessoas.

Orquestra já se apresentou em diversos hospitais do país


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