Jornal da FMB nº 22

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FOTOS FOTOGRAFIA AG/UNESP

47 ANOS DE CONQUISTAS E CRESCIMENTO- Com homenagem à 3ª turma de médicos formados pela então FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu), a Faculdade de Medicina

de Botucatu/Unesp (FMB) celebrou, dia 30 de abril, em sessão solene de sua Congregação, os 47 anos de atividades acadêmicas de uma das maiores instituições de ensino do país. O evento, que também titulou os médicos Joel Spadaro e Antonio Carlos Cicogna (foto acima) como novos professores eméritos da FMB, teve a presença das pró-reitoras de Graduação e Pós-Graduação, Sheila Zambello de Pinho e Marilza Vieira Cunha Rudge, respectivamente. Professores, membros da Congregação da FMB, alunos e servidores também lotaram as dependências do salão nobre. Páginas 6 a 8

Unipex: marco na pesquisa experimental

Unidade, que começa a ser construída no segundo semestre, vai ampliar horizontes para a pesquisa experimental. Página 5

Credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2007, o serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HC/ FMB) tem se firmado como um dos Centros de Referência na especialidade no interior paulista. Em 2009, a unidade realizou mais de 700 cirurgias vasculares e endovasculares em Centro Cirúrgico e 3.578 atendimentos em ultrassom. Além disso, a unidade contabiliza 725 exames de diagnósticos em angiografia digital e 313 intervenções endovasculares incluindo angioplastias distais, carótidas e tratamento de aneurismas de aorta. Página 11

Serviço de Cirurgia Vascular e Endovascular do HC/Unesp realizou, em 2009, mais de 700 cirurgias FOTO FLÁVIO FOGUERAL

Taurina e cigarro são prejudiciais ao coração

FOTO FLÁVIO FOGUERAL

HC é referência em cirurgias vasculares

Associar ingestão de taurinasubstância presente em energéticos e alimentos- ao hábito de fumar pode ter efeitos prejudiciais ao coração. É o que constatou pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB). O estudo mostra que a união entre os dois fatores agravam a incidência de problemas cardíacos em ratos. O estudo, com duração de um ano, analisou dois grupos de ratos: um era exposto à fumaça do cigarro e o outro acumulava além do fumo, a ingestão de taurina dissolvida em água. Página 5

Primeiro programa de pós-graduação a ser implantado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), e também pela Unesp, a espec i a l i z a ç ã o e m B as e s Ge r a i s da Cirurgia comemorou, em abril, 35 anos de sua aula inaugural. Realizada no ant i g o a n f i t e a t ro B d a e n t ã o FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu), a aula, realizada dia 5 de abril de 1975 foi ministrada pelo professor emérito W illian Saad Hossne, um dos criadores do programa. Como tema foi abordada a ‘relação médico/paciente’. Página 9

Laboratórios Experimentais da FMB podem ter uso comum Professora Silvana Artioli Schellini, vice-diretora da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), apresentou aos chefes dos Departamentos de Ensino, dia 12 de abril, um relatório das realizações relativas aos Laboratórios Experimentais no período de 2007 a 2010. A gestora também anunciou algumas propostas para

este ano e pediu a colaboração dos presentes para colocálas em prática. Entre as principais está a criação de uma interface entre laboratórios, equipamentos e recursos humanos. Ela lembrou que há três anos, os funcionários dos laboratórios experimentais estavam desestimulados. Página 3

Saúde Coletiva Acupuntura é tem seu primeiro opção oferecida doutorado pelo HC/Unesp

Medicina/Unesp volta a disputar o Intermed Página 12

Pós em Bases Gerais da Cirurgia completa 35 anos

Relatório frisou desempenho dos Laboratórios Experimentais

Após três anos de criação, o programa de doutorado em Saúde Coletiva oferecido pela FMB teve sua primeira titulação realizada dia 26 de março. Regina Stella Spagnullo apresentou sua defesa de tese no salão nobre da instituição. Página 3

Desde março deste ano, o Hospital das Clínicas/Unesp (HC) oferece tratamento utilizando acupuntura aos pacientes da unidade. Os atendimentos são realizados nos blocos I e II, onde já eram atendidos os pacientes da Terapia Antálgica. Página 11


2 PESQUISA CLÍNICA

Conselho Gestor da Upeclin debate aspectos éticos e institucionais

18/05/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO LUCIANA CRISTINA PARENTI REORIENTANDO PRÁTICAS DE CUIDADO COM O DIABETES MELLITUS: A CONSTRUÇÃO PARTILHADA PROFISSIONAIS-USUÁRIOS Programa: Saúde Coletiva Orientador: Prof. Dr. Antonio de Padua Pithon Cyrino Local: Anfiteatro do Depto. de Saúde Pública - FM de Botucatu - UNESP Horário: 09:30

Vídeo-conferência com professor da UFRS ocorreu dia 16 de abril

REUNIÃO DA UPECLIN DISCUTIU QUESTÕES ÉTICAS E INSTITUCIONAIS QUE ENVOLVEM PESQUISA CLÍNICA paciente. Muitas empresas da iniciativa privada lucram com a organização dessas informações mantendo-as em caráter privado. “O desenvolvimento e disseminação dos dados de saúde são um patrimônio público”, colocou o coordenador da Upeclin, citando uma empresa que, em 2006, chegou a lucrar U$ 2 bilhões comercializando dados médicos. Para o professor, as informações são coletadas porque os pacientes e o público financiam a saúde mediante impostos, seguros e taxas. “O privado não deve se beneficiar em detrimento dos pacientes e público restringindo

• Acordos que incentivem o recrutamento • Exigências de contrapartidas por parte da Universidade, Hospital, Investigador e Equipe • Pagamentos que excedam o custo normal do recrutamento • Pagamentos que excedam o custo de ressarcimento • Uso de tabelas de pagamento com variação exponencial conforme o número de sujeitos recrutados • Benefícios extra-contratuais • Pagamento por referenciação de pacientes como potenciais sujeitos de pesquisa • Recrutamento de sujeitos por empresas ou indivíduos que não adotem essa política

Não é novidade que a Faculdade de Medicina de Botucatu figura entre as mais importantes do país. O que nem todos sabem é o destaque que nossa faculdade tem no cenário esportivo. No período de 27 de março a 3 de abril deste ano, houve a realização da XXXVI PréIntermed, competição disputada por onze faculdades de medicina do estado. Trata-se da divisão de acesso para a Intermed, que é disputada por dez faculdades dentre elas USP e UNICAMP. Representados pela Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida (A.A.A.C.H.S.A.) e seus atletas, conquistamos o segundo lugar no quadro geral apenas a um ponto do campeão (PUCcampinas). Outro fato que poucos sabem é o papel histórico que a FMB tem na criação dessas competições e sua importância frente as outras associações atléticas. Somos os idealizadores, campeão da primeira edição da Intermed e Botucatu foi a primeira cidade-sede para realizar os jogos! Com o passar dos anos a disputa entre os atletas foi crescendo, porém houve um decréscimo do incentivo ao esporte universitário, resultando na instabilidade da nossa faculdade na competição. Porém, com o aumento do número de

ABRIL 2010

17/05/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO MARIA REGINA PIRES ULIANA O ENSINO DE GRADUAÇÃO MÉDICA NA COMUNIDADE: VIVÊNCIAS E PERCEPÇÕES DE ALUNOS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - UNESP Programa: Saúde Coletiva Orientador: Prof. Dr. Antonio de Padua Pithon Cyrino Local: Auditório dos Pediatras - Departamento de Pediatria - FM de Botucatu UNESP Horário: 08:30 17 E 18/05/2010 - EVENTO CAPS ACÚSTICO Local: Café Iguana Horário: 19 horas

O encontro apresentou tópicos sobre o que a investigação em seres humanos não deve permitir:

OPINIÃO

14/05/2010 - EVENTO JORNADA ANUAL DE OFTALMOLOGIA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 14:00 Contato: elianej@fmb.unesp.br

acesso aos dados”, defende. “Estudos observacionais” Outro problema citado durante a reunião foi os estudos observacionais. Eles consistem em pesquisas nas quais, teoricamente, como o nome diz, os sujeitos da pesquisa deveriam ser apenas monitorados e analisada sua evolução quando expostos a determinadas situações. Entretanto, atualmente os estudos observacionais são muito usados para acordos financeiros entre os patrocinadores e a instituição onde se realiza. E também induzem a prescrição de medicamentos mais rápido que o normal. “Constitui-se na forma mais eficaz de indução de prescrição de medicamentos, que na grande parte dos casos não apresentariam vantagens terapêuticas comparados a outros no mercado”, complementa professor Caramori. Também participaram da discussão, na FMB, a vice-diretora, professora Silvana Artioli Schellini; pesquisadores da instituição, representantes do Grupo de Apoio a Pesquisa (GAP), o presidente da Comissão de Ética do Hospital das Clínicas/Unesp (HC), Dr. Raul Ruiz Júnior e a pró-reitora de Pós-Graduação da Unesp, professora Marilza Vieira Cunha Rudge.

18/05/2010 - DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SILVANA PAULA CARDIN DESCRIÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DE UMA SÉRIE DE CASOS DE MIOSITE AGUDA VIRAL Programa: Saúde Coletiva Orientador: Profª Drª Cláudia Saad Magalhães Local: Auditório dos Pediatras - FMB - UNESP Horário: 09:00 24/05/2010 - DEFESA DE TESE CAROLINE KAZUE MATIDA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA DOS MEMBROS INFERIORES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES TRATADOS EM UM ÚNICO CENTRO NO BRASIL: EPIDEMIOLOGIA E EVOLUÇÃO Programa: Bases Gerais da Cirurgia Orientador: Prof. Dr. Francisco Humberto de Abreu Maffei Local: Solario do Depto. de Cirurgia (anexo verde 3º andar) - FM de Botucatu UNESP Horário: 14:00 29/09/2010 - EVENTO NOÇÕES DE PREPARO, IDENTIFICAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS BIOLÓGICAS Local: Casa do Servidor- Sala 8 Horário: 8:00 Contato: wal@fmb.unesp.br ou (14) 3811-6235 29/09/2010 - EVENTO VI CONFIAM - CONGRESSO DE FÍSICA APLICADA À MEDICINA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8:00 Contato: confiam@ibb.unesp.br

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp.br

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO F ACULDADE

TÍNHAMOS A PRETENSÃO DE NOS CLASSIFICARMOS PARA A INTERMED E FOMOS

SURPREENDIDOS PELO ALTO NÍVEL DOS NOSSOS ATLETA parte da história da FMB e junto com a tradição de excelente escola de medicina somos respeitados onde quer que pisemos. Em todos os lugares sempre nos abordam por essas duas características, rendendo pesares somente nos anos em que nos encontramos na PRÉ. Por esse motivo carregamos o nome de Botucatu e de sua tradição também nas competições contra outras faculdades. Mais do que isso, o nome da Medicina nos jogos regionais, INTERUNESP e campeonatos da cidade de Botucatu. Dessa forma nós não pertencemos à divisão de acesso dos jogos criados por nós mesmos. Somos parte da INTERMED e devemos mostrar isso disputando de igual pra igual, impondo respeito em vez de

MESQUITA FILHO”

DE

M EDICINA

DE

B OTUCATU

Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Superintendente do HC HC: Emílio Carlos Curcelli Vice-superintendente: Irma de Godoy Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médicohospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço imprensa@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & EditoraRua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SP Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB

De volta ao seu lugar faculdades interessadas em participar, houve a criação da citada divisão de acesso. Com isso, a competição ficou mais acirrada. Botucatu se manteve na INTERMED por muitos anos, sendo campeã de várias modalidades, haja vista nossos troféus expostos emnossa sede. Com o passar dos anos, em contrapartida, o esporte universitário na FMB foi perdendo adeptos e entusiastas por parte do corpo discente. O resultado foi o inconstante desempenho e permanência na INTERMED. Para se ter uma ideia do potencial da nossa faculdade, participávamos da PRÉ também no ano de 2008. Fomos com a pretensão de nos classificarmos para a INTERMED e fomos surpreendidos pelo alto nível dos nossos atletas. Saímos como faculdade campeã geral com sete troféus de campeões de modalidades como atletismo masculino e feminino, handebol masculino, judô, entre outros e, o melhor, com nossa rival direta em segundo lugar. Há dois anos foi possível observar o esforço e compromisso geral para reavivar os jogos universitários, uma vez tão tradicionais. Sabendo que o esporte faz

DE

Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan

JORNAL DA FMB

O Conselho Gestor da Upeclin (Unidade de Pesquisa Clínica) da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) promoveu reunião ampliada dia 16 de abril para discutir questões éticas e institucionais que envolvem a pesquisa clínica, particularmente os estudos observacionais. O professor José Roberto Goldim, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) participou do encontro por videoconferência. Professor Carlos Antônio Caramori, coordenador da Upeclin, salientou em sua apresentação que entre os principais aspectos que devem ser considerados pelos patrocinadores de estudos clínicos está a relevância da pesquisa para as necessidades de saúde pública no país. “A universidade deve obedecer ao princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”, reforçou. Caramori também lembrou que a indústria – um dos principais patrocinadores das pesquisas em seres humanos – afeta todos os níveis da cadeia de cuidados em saúde. Ele cita desde as drogas que são inicialmente descobertas e depois desenvolvidas mediante ensaios clínicos; a promoção das drogas aos prescritores (médicos) e aos grupos de pacientes; a prescrição dos produtos farmacêuticos e a compilação dos “guidelines” (orientações de tratamento, que podem sofrer pressões da indústria de medicamentos). Sua apresentação contemplou ainda informações sobre o valor dos dados obtidos pelo médico junto ao

agenda FMB

ser motivo de piada. Da mesma forma que torcedores de times de futebol fazem graça dos rivais que se encontram em divisões inferiores o mesmo acontece entre faculdades de medicina. Quem tem um amigo que estuda em uma escola que disputa a INTERMED já ouviu pelo menos uma ou duas chacotas sobre nos encontrarmos na PRÉ. Hoje nos encontramos no devido lugar graças ao esforço e determinação de nossos atletas. Agora, teremos em setembro a Intermed no período de 04 a 11 de setembro (semana da Pátria). Serão jogos de alto nível que necessitam de muito treino e aperfeiçoamento das equipes. Você aluno, que lê esse jornal e tem algum potencial esportivo pense em defender as cores da nossa bandeira tricolor como toda o apoio da nossa torcida. Pense na emoção e satisfação de ter contribuído para que permaneçamos no nosso lugar e ter orgulho disso. A todos que podem contribuir de alguma forma pensem em manter o nome de Botucatu no seu lugar junto aos grandes, de onde nunca devemos sair. Todos têm seu papel a

cumprir no dever de defender os hinos, bandeiras e a atlética. A exemplo de honrar a MED UNESP parabéns aos bixos que participaram da INTERCALOMED. Para quem não conhece, é a competição disputada entre os bixos da FMB, Medicina USP-Ribeirão, Faculdade de Medicina Santa Casa e Escola Paulista de Medicina. Vocês são tão importantes como qualquer atleta veterano, pois são o futuro das equipes. Portanto precisamos de vocês tanto quanto de qualquer outro. Daqui para frente vocês disputarão com atletas que treinam há mais tempo, mas têm seis anos para se aperfeiçoarem e trazerem muitas medalhas para Botucatu. Rumo a setembro! Temos cerca de cinco meses para treinar muito e bater de frente com outras nove faculdades que lutarão com todas as forças para não “caírem” para a pré. Cabe a cada um o seu papel desde lotar a arquibancada até ser campeão de sua modalidade.

DE

FELIPE MARCONDES OLIVEIRA - “PANGUÃO”-

é diretor externo da Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio de Almeida- AAACHSA


3 INTERFACE

Proposta visa uso comum de laboratórios experimentais Professora Silvana Artioli Schellini, vice-diretora da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), apresentou aos chefes dos Departamentos de Ensino, dia 12 de abril, um relatório das realizações relativas aos Laboratórios Experimentais no período de 2007 a 2010. A gestora também anunciou algumas propostas para este ano e pediu a colaboração dos presentes para colocá-las em prática. Entre as principais está a criação de uma interface entre laboratórios, equipamentos e recursos humanos. Ela lembrou que há três anos, quando assumiu a vice-direção da FMB, os funcionários dos laboratórios experimentais estavam desestimulados; faltava conservação nas infra-estruturas e manutenção nos laboratórios; não havia coordenação; eram realizadas muitas horas extras e a dotação orçamentária básica era um problema. Foram identificadas falhas de logística e necessidade de melhorias dos recursos humanos – entre elas uma melhor distribuição do pessoal e redução de sua ociosidade. Em 2007, foram conseguidos como parcela Institucional dos projetos Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) R$ 97,4 mil que foram direcionados para melhorias dos Laboratórios Experimentais e, em 2008, outros R$ 329 mil. Além disso, nos espaços físicos dos laboratórios e em áreas externas foram feitas melhorias utilizando recursos da Reserva Técnica da

NO PLANEJAMENTO PARA 2010, ESTÃO CONTEMPLADOS CURSOS DE CAPACITAÇÃO PARA FUNCIONÁRIOS

(CEEA), que permite, inclusive, pareceres online por parte do órgão”, diz. No planejamento para 2010, estão contemplados cursos de capacitação para funcionários. As aulas serão ministradas por “ser vidores-professores”, com apoio do Grupo Técnico de Desenvolvimento em Recursos Humanos (GTDRH) da FMB. Ainda serão feitas mais algumas reformas estruturais nos laboratórios e realizadas manutenções em equipamentos, com recursos do programa de Reparo de Equipamentos da FAPESP.

Laboratórios experimentais da FMB passam por melhorias estruturais e valorização de uso Diretoria da FMB. Também foram feitas adequações em outros laboratórios de pesquisa que ficam fora do ambiente dos Laboratórios Experimentais, como nos laboratórios do Departamento de Patologia. A vice-diretora também destacou que foram aprovados dois projetos Finep que irão fortalecer ainda mais o setor. São eles: a Unidade de Pesquisas Experimentais (Unipex) – prédio com 5 andares e moderna infra-estrutura, projeto que terá apoio da Reitoria e da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), além do recurso captado na Finep (leia mais sobre a Unipex na página 5) o Biotério para manutenção dos animais que se encontram em seguimento. Professora Silvana citou que foi criada uma secretaria que possibilitou um melhor atendimento

aos pesquisadores e rendimento das atividades de pesquisa. Também foi implantado um sistema online para o cadastro dos experimentos, proporcionando maior visibilidade aos projetos; maior

controle dos gastos com insumos e mais planejamento. “Foi criado pelo STI (Serviço Técnico de Informática) um sistema integrado com o Comitê de Ética em Experimentação Animal

A vice-diretora da FMB também propôs na reunião a criação de um a “Sala de Vivência”, adequando o espaço existente atualmente fora dos laboratórios. A intenção é de que esse local seja de uso comum para todos os departamentos, a ser utilizado pelos funcionários, alunos de pósgraduação e da graduação. Outra ideia é criar um almoxarifado único. Professora Silvana pediu que os representantes

dos departamentos discutissem junto a seus colegas de setor a possibilidade de extinguir as copas e almoxarifados existentes em alguns laboratórios, o que liberaria, ao todo, 14 salas que poderiam ser utilizadas em uma nova concepção de trabalho. Faz parte do planejamento ainda, trabalhar unindo competências comuns, como a união dos laboratórios de histologia que pertencem a Urologia e a Clínica Médica. Para a implantação do laboratório de histologia seriam necessárias quatro salas, que precisarão ser cedi-

Otimização dos espaços

TITULAÇÃO

Planejamento 2010 – Estão entre as propostas da professora Silvana para este ano a colocação de corrimãos em todas as rampas e escadas; reforma do antigo canil transformandoo em uma pocilga (para utilização de porcos em experimentos) e adequação da atual pocilga para que se torne um galinheiro (para pesquisas do Depto de Moléstias Infecciosas).

das pelos departamentos vinculados ao Bloco onde estão os laboratórios pertencentes a Urologia. Outro ponto seria a implantação dos Laboratórios Didáticos, com sala para aprendizado de paramentação, suturas, micro-cirurgia e cirurgia endoscópica. “Proponho que os laboratórios experimentais tenham uma interface com os didáticos, assim como os equipamentos e funcionários que poderão servir a todos os departamentos”, coloca professora Silvana.

ENSINO

Fausto Viterbo obtém título de livre-docente Saúde Coletiva da FMB tem O professor do Departamento de Cirurgia e Ortopedia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Dr. Fausto Viterbo, é o novo livre-docente da instituição. A titulação foi obtida após concurso realizado dias 12 e 13 de abril no campus da Unesp, em Rubião Júnior. Com a evolução, Viterbo passa a ser professor adjunto de sua área. O concurso para a obtenção da livre-docência consistiu aplicação de provas escrita e didática e defesa de texto. A média obtida pelo professor foi de 9,9. Em sua prova didática, realizada dia 13 de abril, Viterbo abordou o tema “Retalhos musculares e musculocutâneos”. Na sequência, defendeu o texto “regeneração nervosa: constante desafio”. Ambas as atividades ocorreram no salão nobre da FMB. A banca examinadora foi composta pelo ex-reitor da Unesp e professor emérito da FMB, José Carlos Souza Trindade; professores titulares Antonio Maria Catâneo; Gerson Chadi (USP), Nivaldo Antonio Parizatto

(UFSCar) e Lydia Masako Ferreira (Unifesp). Fausto Viterbo de Oliveira Neto possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1977). Entre outras especializações, tem mestrado em Bases Gerais da Cirurgia e Cirurgia Experimental pela Unesp (1985), doutorado em Ba-

ses Gerais da Cirurgia e Cirurgia Experimental e pós-doutorado pela Plastic Reconstructive Surgery Department University Of Pittsburgh Medical (1995). O professor tem, ainda, experiência na área de cirurgia plástica, atuando principalmente nos seguintes temas: neurorrafia término-lateral, rato, nervo tibial e nervo fibular.

Concurso para a titulação ocorreu dias 12 e 13 de abril

primeira defesa de doutorado Após três anos de criação, o programa de doutorado em Saúde Coletiva oferecido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), teve a primeira titulação realizada dia 26 de março. Regina Stella Spagnullo apresentou sua defesa de tese no salão nobre da instituição. O trabalho analisado, intitulado “Entre os processos de fortalecimento e a fragilização do modelo ESF: gestão municipal- órgãos formadores como componentes intervenientes”, fez um breve panorama do modelo de atuação e gestão do programa Estratégia Saúde da Família e sua relação com órgãos representativos. Compuseram a banca examinadora as professoras Silvia Cristina Mangin Bocchi (orientadora), Carmem Maria Casquel Monti Juliani, Ondalva Serrano, Célia Regina Rodrigues Gil e Elen Rose Lodeiro Castanheira. Criado em 1997, o curso de mestrado em Saúde Pública da FMB tem alterado constantemente sua configuração em relação à organização das linhas de pesqui-

sa, grade curricular além do processo de seleção e credenciamento de docentes. Em 2007, foi autorizado a oferecer doutorado na área compondo sua primeira turma no ano seguinte. Atualmente, a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp mantém sete programas de pósgraduação (Anestesiologia, Bases Gerais da Cirurgia, Fisiopatologia em Clínica Médica, Doenças Tropicais, Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, Patologia e Saúde Coletiva), com ênfase na especialização e linhas de pesquisas científ icas de seus alunos. Também oferece dois Programas de Mestrado Profissional: Pesquisa e Desenvolvimento (Biotecnologia Médica) e Enfermagem. Até março, foram defendidas na FMB 1.110 dissertações de mestrado e 571 teses de doutorado, com total de 1681 trabalhos científicos desenvolvidos por seus alunos. O primeiro programa instalado na FMB foi de Bases Gerais da Cirurgia, em 1974, que na época chamava-se Bases Gerais da Cirurgia Experimental. ABRIL 2010


4 ENSINO

Reestruturação do curso de Medicina é ênfase da nova chefia da Ginecologia Os professores Vera Therezinha Medeiros Borges e Gilberto Uemura tomaram posse, dia 30 de março, da chefia e vice-chefia do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O mandato será de dois anos e ambos substituem a profª Eliana Aguiar Petri Nahás, que tinha como vice a própria Vera. Com a presença de docentes e funcionários do setor, o diretor da FMB, prof. Sérgio Müller, ressaltou a importância da participação de todos os departamentos da instituição nos atuais debates da reforma curricular do curso de graduação em Medicina, que devem se estender até o final do ano. “O departamento tem participado ativamente dos nossos debates, com seus professores coordenando alguns dos pontos como o (José Carlos) Peraçoli e o Joélcio (Francisco Abade). Este é um processo rico de integração a todos os se-

tores de nossa faculdade”, ressaltou prof. Müller. Profª Eliana Nahás, cessante ao cargo, ressaltou como ponto forte de sua administração a inserção do departamento nas discussões políticas e pedagógicas da faculdade. “Este foi um momento gratificante em minha carreira dentro da universidade. É extremamente importante que todo docente exerça alguma função administrativa”, ressaltou.

NOVOS CHEFES REFORÇARAM COMPROMISSO COM A REESTRUTURAÇÃO DO CURSO DE MEDICINA

Após receber o manual acadêmico e regimento da Congregação da FMB, profa. Vera Borges ressaltou que seu trabalho à frente do departamento consistirá em inserir a Ginecologia e Obstetrícia ainda mais nos debates da reestru-

turação curricular. “Muito se trabalhou para inserir o departamento nos órgãos superiores da faculdade. E este é um momento importante para a escola. O curso de Medicina e nossos docentes estarão engajados em colaborar com as discussões da reforma do currículo”, declarou. Mesma opinião compartilhou o novo vice-chefe do departamento, prof. Gilberto Uemura. Para ele, é de extrema importância haver sintonia entre as seções e a direção da instituição. “Essa consonância é salutar para alcançarmos todos os objetivos em comum. O departamento tem que andar junto com os objetivos da faculdade como um todo”, ressaltou. O Departamento de Ginecologia e Obstetrícia foi criado em 1972. Atualmente, conta com 13 docentes que ministram aulas para os alunos do 3º ao 6º anos do curso de graduação em Medicina, da Residência Médica, e nove que participam do Programa de Pós-Graduação da área.

Assinatura da ata de posse dos professores Vera Therezinha Medeiros Borges e Gilberto Uemura

VISÃO NO FUTURO

FMB pode firmar projetos de pesquisas em oftalmologia com multinacional da área O D e pa r ta m e n t o d e O ftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço, da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp recebeu, dia 30 de março, a presença do representante da Alcon- multinacional do ramo farmacêutico- Cláudio Spera. O médico, além de palestra na área de oftalmologia, teve encontro com docentes da seção para futuros projetos em conjunto com a FMB. A visita do médico ser viu como início de conversas para colaboração em pesquisas de medicamentos e equipamentos oftalmológicos em nível 4- materiais já aprovados pela Anvisa (Agência Nacional de V igilância Sanitária)- e que estão prestes a entrar no mercado. Spera conheceu toda a estrutura da Unidade de Pesquisa Clínica da FMB (Upeclin), e a considerou adequada para possíveis projetos em conjunto. ABRIL 2010

“Em caso de acordos futuros, a FMB poderá testar equipamentos e medicamentos que estão entrando no mercado. Como são produtos novos, pode-se f inanciar projetos de pesquisas sobre procedimentos e tratamentos com os mesmos”, ressaltou prof. Antônio Carlos Loteli Rodrigues, respon-

sável pelas cirurgias de catarata do HC. Em sua palestra, Spera, que foi residente da própria FMB, abordou aspectos de lentes intraoculares e a opacif icação da cápsula posterior do cristalino (lente natural dentro do globo ocular)complicação comum encontrada na cirurgia da catarata.

Prof. Sílvio Alencar Marques recebe o manual acadêmico da FMB

OBJETIVO

Dermatologia quer aprimorar assistência e crescer na pesquisa Os professores Silvio Alencar Marques e Luciana Patrícia Fernandes Abbade assumiram oficialmente, dia 16 de abril, a chefia e vice-chefia, respectivamente, do Departamento de Dermatologia e Radioterapia da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB). Eles substituem os professores Vidal Haddad Júnior e Hamilton Ometto Stolf. O mandato é de dois anos. Durante a cerimônia, o diretor da FMB, professor Sérgio Müller, lembrou o atual momento vivido pela instituição, quando o Hospital das Clínicas, vinculado à faculdade, está prestes a ser transformado em autarquia – o que representará, segundo ele, uma melhoria significativa no orçamento para custeio da unidade. Müller também destacou que em breve será concretizado o projeto de construção dos novos ambulatórios médicos do HC e em junho toda a estrutura administrativa da faculdade será transferida para o novo prédio em fase f inal de construção também no campus da Unesp em Rubião Júnior. No local funcionará também a nova central de salas de aula. “A agenda deste ano tem sido a reforma curricular. Em dezembro deveremos concluir o processo”, observou o diretor da FMB. Professor Vidal Haddad Jr, que deixa o comando do Departamento de Dermatologia, declarou que sai com a sensação de ter feito aquilo a que, junto com professor Hamilton, se propôs. “Tentamos ser jus-

tos. Intercorrências acontecem com todos os gestores, tanto conosco como com nossos sucessores. Desejo muita sorte a eles e f icamos à disposição para ajudar ”, comentou. O novo chefe daquele setor acadêmico, professor Silvio Alencar Marques, avaliou que o Departamento já oferece bons serviços de ensino e assistência, mas se comprometeu a, com a ajuda dos demais membros da área, avançar ainda mais. “Teremos novas obrigações e necessidades e, entre as principais, cito a fila de espera para assistência, principalmente pacientes oncológicos”, citou. “Também acho que podemos crescer na pesquisa, em especial com a nova estrutura experimental que a instituição passará a ter. Queremos ajudar a escola a crescer qualitativamente em todos os níveis”, acrescentou. Já professora Luciana Patrícia Fernandes Abbade destacou que, como vice-chefe do Departamento de Dermatologia, terá uma grande oportunidade de crescimento profissional e acadêmico. “Nosso objetivo é dar continuidade o que já vinha sendo feito e buscar melhorias tanto no ensino, pesquisa, quanto na extensão”, reforçou.

crescer na “ Podemos pesquisa, em especial com a nova estrutura experimental

Silvio Alencar Marques durante posse no Departamento

Sobre o Departamento de Dermatologia e Radioterapia

Cláudio Spera é representante da Alcon e realizou palestra na FMB

A Dermatologia iniciou suas atividades em Botucatu no ano de 1966 com o Curso de Semiologia Dermatológica. Em Junho de 1967, foi contratada a professora Neuza Lima Dillon, no Departamento de Clínica Médica, no qual a Dermatologia ficou integrada, sendo então iniciadas as atividades didáticas, docentes e assistenciais. Em 1977, a Disciplina de Dermatologia e de Moléstias Infecciosas foram desmembradas da Clínica Médica e foi criado Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias, Dermatologia sendo também associada a Radiologia. Em 1993, a seção foi por sua vez dividida dando origem aos departamentos de Doenças Tropicais e Diagnóstico por Imagem e o Departamento de Dermatologia e Radioterapia.


5 EVOLUÇÃO

Unipex insere FMB na vanguarda da pesquisa experimental Após consolidar a excelên- salas para pesquisadores, arcia no ensino e extensão uni- quivos, secretaria e laboratóriversitária, a Faculdade de Me- os. Ao todo serão cinco andadicina de Botucatu/Unesp (FMB) res a serem construídos em uma se prepara para se firmar como área dentro do campus de Ruuma das poucas instituições no bião Júnior, junto aos Laborapaís a desenvolver e investir em tórios Experimentais da Faculseu parque de pesquisa. Nos dade de Medicina. O investipróximos meses devem ter iní- mento previsto para a construcio as obras de construção da ção da nova unidade é de R$ 6 Unidade de Pesquisa Experi- milhões, sendo que a Finep desmental-Unipex-, tinou R$ 1,5 miA UNIPEX FUNCIONARÁ da instituição. lhão e o restanO laboratóte entre verbas LIGADA DIRETAMENTE ÀS rio será voltado da própria OUTRAS UNIDADES DE para a realizaUnesp e da Fação de pesquimesp . PESQUISA QUE A FMB sas básicas nos No primeiro mais diversos segmentos da andar estará secretaria, anfitemedicina: cultura de células, atro, salas de arquivos para biologia molecular, análise de materiais biológicos e salas de patologias, entre outras apli- reuniões. O segundo será descações. A unidade será cons- tinado a salas para análises ditruída com verba provenien- versas. No terceiro pavimento te da Finep (Financiadora de serão executadas atividades na Estudos e Projetos), com com- área de biologia molecular e plementação da Famesp (Fun- cultura de células. Já nos dois dação para o Desenvolvimen- andares superiores ocorrerão to Médico e Hospitalar) e da pesquisas pré-clínica e laboraprópria reitoria. tórios individualizados. Com área física de 1800 m², Segundo profa. Célia Regio prédio abrigará anf iteatro, na Nogueira, presidente da Co-

Maquete apresenta prédio com cinco andares, que deve ser construído no campus de Rubião Júnior missão de Pesquisa da FMB, a nova unidade representará signif icativo avanço na pesquisa experimental, pré-clínica e translacional- aquela que transforma a descoberta da academia numa ferramenta de uso médico. “A Unipex colocará a Faculdade de Medicina realizando pesquisas na fronteira do conhecimento”, declara. “O próximo projeto que deve ser enviado ao Finep consite na solicitação de recursos para equipar a unidade e colocá-la dentro de uma rede de pesquisa com a Unesp e outros centros de pesquisa. Possibilitará a re-

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Programa de saúde do trabalhador em palestra

SAÚDE OCUPACIONAL

Prof. Ildeberto é coordenador do Grupo de Qualidade de Vida

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ao coração. “Haviam apenas alguns estudos isolados que mostravam os efeitos cardíacos do tabaco e outros descrevendo os mecanismos de proteção cardiovascular da taurina”, explica Fabiana Gouveia Denipote, nutricionista que desenvolveu o estudo em seu mestrado pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp. “Era necessário investigar se haveria alguma interação positiva entre a taurina e os danos cardíacos causados pelo fumo”, ressalta. Essa relação surgiu da constatação de que a exposição à fumaça do cigarro leva ao processo de alterações negativas na função e morfologia do coração. Já a taurina, explica a pesquisadora, exerce papel de proteção cardiovascular. No entanto, os resultados observados mostraram que as combinações entre a

Associar ingestão de taurinasubstância presente em energéticos e alimentos- ao hábito de fumar pode ter efeitos prejudiciais ao coração. É o que constatou pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O estudo mostra que a união entre os dois fatores agravam a incidência de problemas cardíacos em ratos. O estudo, com duração de um ano, analisou dois grupos de ratos: um era exposto à fumaça do cigarro e o outro acumulava além do fumo, a ingestão de taurina dissolvida em água. O objetivo era verificar a possibilidade de interação positiva entre a taurina- ácido produzido pelo organismo e encontrado em bebidas energéticas, além de alimentos como o leite materno, peixes, frutos do mar e carne vermelha- e os danos provocados pelo fumo

Grupos de ratos ficaram expostos aos efeitos do tabaco

taurina e o tabaco agravavam a incidência de problemas do coração. Os ratos que consumiam a substância e eram expostos à fumaça do cigarro tiveram queda da função cardíaca quando comparados com animais considerados apenas ‘fumantes’. Após o tempo de exposição aos produtos, os dois grupos tiveram seus corações analisados. Através de exames de ecocardiograma, estudo morfométrico (teor de água no coração, fígado e pulmão) e bioquímicos, foi possível constatar as diferenças de resposta aos estímulos da associação dos produtos. Os ratos que eram submetidos à taurina e ao fumo apresentaram piora na função diastólioca, ou seja, alterações no relaxamento do coração. Fabiana ressalta que o estudo utilizou a taurina em sua forma pura, não sendo a mesma adicionada aos energéticos, que possuem função de neuroestimulantes. A pesquisadora afirma que ainda é cedo para saber se esta constatação se aplicaria ao coração de humanos. “A taurina, aminoácido também encontrado nos energéticos, não reverte os danos cardíacos causados pelo tabagismo, pelo contrário, sugerem que a associação entre a taurina dos energéticos e o uso do cigarro iria piorar o funcionamento do coração”, explica. “Porém, é válido lembrar que a taurina é adicionada aos energéticos com a função de neuroestimulação, e não para efeitos cardiovasculares, além do que este estudo não foi realizado com energéticos e sim com a taurina em sua forma pura”, reforça Fabiana.

rios de Pesquisa Experimental. O regimento interno da unidade está pronto e prestes a ser apreciado pela Congregação da FMB. Com isso, será def inido seu sistema de funcionamento. A previsão é que as obras tenham início ainda no segundo semestre deste ano. Toda a estrutura deve estar concluída em, no máximo, doze meses. “Nesse momento, estamos aguardando o ajuste dos detalhes finais da para assiná-la e iniciar a licitação para a construção do prédio”, declarou prof. Célia.

Servidores técnico-administrativos, médicos e professores das quatro faculdades que compõem o campus de Botucatu da Unesp acompanharam, dia 15 de abril, todas as perspectivas atuais do Programa Geral de Saúde e S e g u r a n ç a d o Tr a ba l h ad o r (PGSST) e readaptações ao trabalho. A palestra ocorreu no salão nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). O objetivo da palestra foi informar o funcionamento dos programas em atividade na universidade que visam prevenir a incidência de doenças em seus servidores. Todas as unidades da Unesp estão implementando dentro do PGSST o Programa de Prevenção de Risco Ambiental- PPRA e o Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional- PCMSO. Através do PCMSO, os trabalhadores passam por exames prévios, determinados de acordo com as características da atividade exercida, do ambiente ao qual estão expostos durante a jornada e depois são avaliados por um médico do trabalho. Fizeram o uso da palavra o coordenador geral do PGSST, Dr. Walnei Fernandes Barbosa, e Ludmila Cândido de Braga, responsável pela Seção Técnica de Saúde (STS) da Unesp, em Botucatu. O setor atende funcionários de todas as unidades da Unesp que estejam afastados de sua função e precisem ser avaliados por Junta Médica de Especialidades. A principal demanda é de perícias, seguidas por exames periódicos e juntas médicas. Segundo o coordenador do Grupo de Qualidade de Vida e Saúde do Trabalhador da FMB, professor Ildeberto Muniz de Almeida, a palestra foi uma oportunidade para que todos os servidores da universidade-sejam vinculados pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou de regime estatutário- tenham conhecimento dos programas voltados à saúde e programas de reinserção ao serviço. “Há uma iniciativa que visa viabilizar o retorno ao trabalho daquele servidor que, por motivos diversos, se afasta. Se não for possível na mesma seção, há todo um preparo para que ele retome suas atribuições da forma mais adequada possível”, ressaltou prof. Ildeberto.

Associação entre taurina e tabagismo afeta desempenho do coração

PESQUISA

alização de projetos em colaboração e temáticos para a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo)”, frisa profa. Célia. De acordo com ela, a Unipex funcionará ligada diretamente à outra unidade de pesquisa que a FMB inaugurou recentemente: a Upeclin (Unidade de Pesquisa Clínica). Também terá relação intrínseca com a Upea (Unidade de Pesquisa em Experimentação Animal), que ainda está em fase de projeto e será contruída também nas dependências dos Laborató-

ABRIL 2010


6 ESPECIAL FMB 47 ANOS

FMB celebra 47 anos de crescimento e consolidação Com homenagem à 3ª turma de médicos formados pela então FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu), a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) celebrou, dia 30 de abril, em sessão solene de sua Congregação, os 47 anos de fundação de uma das maiores instituições de ensino do país. O evento, que também titulou os médicos Joel Spadaro e Antonio Carlos Cicogna como novos professores eméritos da FMB, teve a presença das pró-reitoras de Graduação e Pós-Graduação, Sheila Zambello de Pinho e Marilza Vieira Cunha Rudge, respectivamente. Professores, membros da Congregação da FMB, alunos e servidores também lotaram as dependências do salão nobre. Um dos destaques da solenidade foi a inauguração do novo piano da FMB. Além da execução do Hino Nacional Brasileiro, outras músicas- inclusive duas escolhidas pelos novos professores eméritosderam tom clássico à solenidade. Na abertura, o orador da 3 turma, Lenine Garcia Brandão, reassumiu seu lugar no palco, diante dos colegas de classe, para reviver em pensamento passagens marcantes do grupo. Ao discursar, ele lembrou das aulas do professor William Saad Hossne sobre relacionamento médico-paciente. “Nós, com certeza, não aprendemos apenas conhecimentos científicos com nossos professores”, disse. Brandão também salientou que ele e sua turma aprenderam a cuidar das pessoas com carinho e respeito. “Já aprendíamos a praticar uma medicina humanizada naquela época, o que é muito falado hoje”, colocou. “Fomos bem formados e somos bons médicos graças a nossos professores. É um privilégio ser médico em um país de dimensões continentais como é o Brasil”, reforçou. Professor emérito William Saad Hossne, patrono da 3ª turma de médicos da FCMBB, foi novamente escolhido para representar o grupo. Quatro décadas depois de ter sido homenageado ele foi novamente lembrado. Ao falar aos hoje veteranos doutores, professor Saad citou que eles levaram e ainda levam o nome da FMB de modo sério, ético e louvável. O patrono da terceira turma aproveitou para propor uma reflexão sobre a necessidade de a universidade sempre evoluir. “Os jovens devem pensar no futuro sem serem pressionados pelos mais antigos”, declarou. Joel Spadaro iniciou seu discurso enfocando a participação familiar em sua escolha profissional. Para ele, esta

Congregação aberta marcou solenidade de comemoração aos 47 anos de criação da FMB/Unesp

Patrono da 3ª turma, prof. Willian Saad Hossne

Orador da 3ª turma, Lenine Garcia Brandão

Prof. Emérito Joel Spadaro recebendo o capelo

Titulação de prof. emérito para Antonio Cicogna

Marilza Rudge frisou atual momento vivido pela FMB

Descerramento de placa alusiva à 3ª turma

SOLENIDADE DE 47 ANOS HOMENAGEOU OS FORMANDOS DA 3ª TURMA DE MEDICINA FORMADA PELA FCMBB

MEMÓRIA

Exposição de fotos relembra momentos da 3ª turma de médicos Paralela às comemorações ao 47º aniversário do início das atividades acadêmicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, uma exposição de fotos marcou a sessão solene da Congregação em homenagem à data. Organizada pela historiadora Isaura Bretan, a exposição trouxe imagens da terceira turma de médicos formados pela FCMBB (Faculdade de ABRIL 2010

Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu) e também dos novos professores eméitos da instituição: Antonio Carlos Cicogna e Joel Spadaro. Em muitas fotos foram retratados momentos históricos da turma como aulas e também fotos de sua formatura. Um quadro com as fotografias originais dos então ingressantes do curso de Medicina da FCMBB esteve à vista dos presentes.

relação se tornou imprescindível para abraçar a carreira de médico. “Tudo isto representa uma data especial. Saliento minha participação em entidades e movimentos através dos quais colocamos nossa faculdade no cenário nacional da excelência do ensino”, ressaltou. Para ele, a titulação de professor emérito representa a consagração de uma carreira dedicada ao ensino, pesquisa e administração da Faculdade de Medicina (Joel Spadaro foi vice-diretor entre 2001 a 2005 e diretor de 2005 a 2007). “Ninguém chega a este momento sem ajuda de todos, seja família ou amigos; trabalho e ética”, complementou Spadaro. Professor Antônio Carlos Cicogna, que recebeu o título de “professor emérito”, enfatizou aos presentes que sua dedicação pelo trabalho acadêmico sempre envolveu paixão, por isso, não sabe precisar exatamente quais foram suas principais contribuições à instituição. Entretanto, frisou que sempre valorizou a pesquisa por ser “geradora de reflexão”. Ao se referir à trajetória da FMB nas últimas décadas, mencionou erros de percurso que não foram corrigidos e apontou a necessidade de se intensificar as avaliações de desempenho em todas as áreas acadêmicas. Também citou que é preciso aperfeiçoamento político-científico, de ensino e na infraestrutura do Hospital das Clínicas – usado para aulas práticas dos alunos de Medicina e Enfermagem. Cobrou melhorias nos laboratórios experimentais; estímulo à iniciação científica e ressaltou que a divisão não é o melhor caminho para o desenvolvimento. Disse que a faculdade deve identificar grupos de excelência em pesquisa. “A universidade precisa aproximar-se dos menos favorecidos”, completou. No uso da palavra, o diretor da FMB, prof. Sérgio Müller frisou a parceria entre a FMB e a Secretaria Estadual de Saúde na administração de unidades como o Hospital Estadual Bauru, Américo Brasiliense, Ambulatórios Médicos de Especialidade. Também enfocou que novos estabelecimentos de saúde como “Este ano vamos ganhar um presente: que é a nova Central de Salas de Aula e Prédio da Administração”, declarou. Müller lembrou também que as novas Unidades de Pesquisa Experimental (Unipex) e Unidade de Pesquisa Animal serão vetores de importante inserção da FMB no cenário de pesquisa nacional. O diretor ainda ressaltou toda a importância do processo de autarquização do Hospital das Clínicas e disse ser este um dos últimos reflexos da “Operação Andarilho”. “Só chegamos a esse momento graças a aqueles que nos antecederam”, disse. Ex-diretora da FMB e atual pró-reitora de Pós-Graduação da Unesp, profa. Marilza Vieira Cunha Rudge, classificou como ‘histórico’ o processo de autarquização do Hospital das Clínicas. Ela aproveitou o momento ainda para parabenizar as homenagens recebidas pela terceira turma formada por seus calouros.

chegamos a esse “ Só momento graças a aqueles que nos antecederam

Exposição de fotos retratou toda trajetória acadêmica da 3ª turma

Sérgio Müller sobre o processo de autarquização do HC/Unesp


7 ESPECIAL FMB 47 ANOS

O servidor pioneiro 21 de janeiro de 1963. Neste dia, Jair Natal Pires Martins e mais cinco pessoas cruzavam o antigo acesso ao campus da então Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) para iniciarem sua trajetória profissional no embrião de uma das maiores escolas médicas do Estado. Um dos seis servidores pioneiros da FCMBB e da própria Faculdade de Medicina de Botucatu, após sua incorporação pela Unesp, em 1976, Martins é memória viva dos fatos que consolidaram a FMB como uma das instituições de renome no interior paulista. Foi testemunha das primeiras aulas, movimentos reivindicatórios estudantis como a Operação Andarilho, em 1967. Ao mesmo tempo em que conviviam com as dificuldades do começo da faculdade, recorda-se com humor do primeiro dia de trabalho. Após chegarem a Rubião Júnior de carona, os seis primeiros servidores depararam-se com um ‘prédio

no começo, “Éramos, como uma família, pois

era muito difícil trabalhar na faculdade com as condições que tínhamos

Jair Natal Pires Martins sobre os primeiros meses da FCMBB

vazio, sujo e com papeis nos vidros das janelas’. “Dois colegas possuíam carro na época e então viemos de carona. Procuramos entrar pela porta principal da faculdade, mas a mesma estava trancada. A solução naquele dia foi pular a janela para entrarmos no prédio”, recorda-se. Aprovado em concurso público como auxiliar de serviços gerais, Martins, com 18 anos à época, ressalta que houve muitas mudanças após quatro décadas de dedicação à faculdade. Das poucas salas de aula e corredores disponíveis para uso no início, surpreende-se cada vez que visita o campus. “Nesses 47

ACERVO D IRETORIA

DA

F ACULDADE

DE

MEDICINA

DE

BOTUCATU

Jair Martins ingressou na antiga FCMBB em 1963 e aposentou-se em 1992 no Depto de Clínica Médica anos a Unesp em Botucatu teve um crescimento fantástico. Cada vez que venho ao Hospital das Clínicas (HC) e entro no campus, sempre há algo novo, uma novidade e mais pessoas que se utilizam de seus serviços. Fico surpreso em ver o quanto a FMB mudou”, declara. Em 1969 Martins presta concur-

Time de futebol dos funcionários da FCMBB

Da esquerda para a direita: Em pé: José Vicente Fortes, Marcilio Gomes,Antonio Meneguin, Lúcio de Souza, Antonio Fausto Leão, João Batista Tavares, Sérgio Luis Batista (o “Casadinho”) e Lair Lacerda. Agachados: Norival Basso, Nilton Antonio Jesus (o “Mandioca”), Benedicto Martins, Jair Natal Pires Martins e Claudinei Granado.

so para técnico de laboratório, quando foi designado para atuar no antigo Departamento de Morfologia e também no Departamento de Anatomia Humana. Martins aposentou-se em setembro de 1992 como auxiliar acadêmico do Departamento de Clínica Médica. “Além do trabalho que fazíamos com muita dedicação e amor, havia também a amizade entre todos que compunham a universidade. Éramos, no começo, como uma família, pois era muito difícil trabalhar na faculdade com as condições que tínhamos. Mesmo com a separação das unidades, em 1976, todos que passaram naquele primeiro concurso permaneceram amigos”, recorda-se. Para ele, a constante de crescimento que não somente a Faculdade de Medicina de Botucatu experimenta, mas também toda a Unesp, é

uma das marcas que devem pendurar nos próximos anos nas insituições. “Ela (Unesp) ainda tem o que crescer. A universidade e em especial da Faculdade de Medicina sempre exerceram a vocação de pesquisa e é dessa forma que devem crescer nos próximos anos. Não somente na área acadêmica, mas vemos um hospital grande, como é o caso do HC”, complementa Martins. Além de Martins, são os primeiros servidores da FCMBB: Cláudio Begnelli, Jair Maílho, Marcílio Gomes, Sérgio Luiz Batista e Geraldo Sener. Benedito Martins, Norival Barros e Pedro Aparecido Mendes ingressaram um mês após a contratação dos pioneiros. Todos estavam sob a supervisão de José Vicente Fortes. (Colaborou nesta matéria Isaura Bretan)

DEPOIMENTOS Autoridades de Botucatu como o prefeito municipal João Cury Neto, o presidente da Câmara de Vereadores, Reinaldo Mendonça Moreira e o professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e atual secretário de saúde local, Antonio Luiz Caldas Júnior externaram em depoimento suas felicitações aos 47 anos da FMB. A Faculdade de Medicina é de extrema importância para Botucatu, não nos dias atuais, mas desde que foi implantada no Município. Eu diria que a Faculdade, assim como todo o Campus da Unesp, é o coração de Botucatu. Assim como o ser humano depende do coração para sobreviver, Botucatu depende da Faculdade de Medicina. Além de formar profissionais que cuidam da saúde da população da Cidade e região, a Faculdade de Medicina, juntamente com o Hospital das Clínicas (HC-Unesp), garantem o emprego de milhares de pessoas direta ou indiretamente – fomentando o comércio local. Assim, a Faculdade é responsável por grande parte da economia do Município. É até difícil pensar o que seria de Botucatu se não existisse a Faculdade de Medicina. Quantos empregos deixariam de existir? Quantas pessoas ficariam sem atendimento médico de alta qualidade? Essas são questões que devem ser avaliadas. Ou ainda, será que Botucatu teria se desenvolvido como se desenvolveu?... Eu imagino que não! Mas, isso não se refere apenas ao passado e ao presente. Não consigo pensar no futuro da Cidade sem a Faculdade de Medicina. Ela sempre foi importante continuará sendo cada vez mais. Reinaldo Mendonça Moreira Presidente da Câmara Municipal de Botucatu

Ainda me recordo do distante novembro de 1975, quando, pela vez primeira, estive em Botucatu e sua Faculdade de Medicina. Pude, a partir daquele dia, testemunhar e viver a grandeza da trajetória desta instituição que está dentre um dos mais destacados esteios da identidade e história de nossa cidade. Como professor de saúde pública, ex-diretor regional e atual secretário municipal de Saúde, sei da destacada participação de nosso Faculdade e seus serviços na consolidação dos princípios do SUS, com qualidade. Porém é especialmente gratificante participar deste processo que se estabeleceu, em período recente, de uma sadia e notável colaboração entre o Poder Público Municipal e a Faculdade. Graças ao empenho de seus dirigentes e muitos colaboradores, vivemos uma época de ouro das relações institucionais que permitiram, dentre outras conquistas, em andamento: a construção do Hospital Regional de Botucatu, do Ambulatório Médico de Especialidade, do Centro Regional de Reabilitação “Lucy Montoro” e especialmente o estreitamento das relações de gestão, por meio de convênios com a FAMESP e a Fundação UNI, destacando-se o contrato firmado com esta última, no final de 2009, para a Gestão das políticas de saúde de nosso município. Como docente da FMB, Vice-Prefeito e Secretário Municipal de Saúde, não poderia deixar de manifestar a tripla satisfação de poder participar ativamente deste processo de tão elevado alcance para a FMB e para nossa cidade e seu povo. Viva a FMB, pela passagem de seus 47 anos! Antonio Luiz Caldas Júnior Professor do Departamento de Saúde Pública da FMB e Secretário da Saúde de Botucatu

A história de Botucatu divide-se entre o antes e o pós UNESP, mais propriamente FCMBB, à época de sua instalação, em 1963. O fato é que depois de décadas de estagnação, nossa cidade ganha novos horizontes ao se tornar privilegiado espaço universitário do interior do Estado de São Paulo. Maior Campus da UNESP, Botucatu se destaca no cenário da formação de profissionais das áreas da saúde, ciências biológicas e agronômicas. Ali se produz conhecimento técnico e científico da maior qualidade, e, em breve, graças à instalação de nosso Parque Tecnológico, recentemente conquistado, integrará o circulo virtuoso que une ciência – tecnologia – produção industrial – geração de empregos e desenvolvimento. O Campus da UNESP em Botucatu é sabidamente um fator primordial de progresso econômico e social de nosso município e o será cada vez mais. Isto para não falar de todos os benefícios decorrentes da prestação de serviços à comunidade de toda a região, destacando-se, dentre tantos outros serviços, nosso prestigiado Hospital das Clínicas, o Centro de Saúde Escola e o Hospital-Dia de AIDS. Não é por outro motivo que desde a época de nossa jornada eleitoral procuramos estreitar relações com a direção e a comunidade da UNESP, de modo a produzir movimentos de progresso sincrônico que beneficiem a todas partes, buscando apoios necessários junto aos governos estadual e federal e prestando serviços de interesse acadêmico e administrativo mútuos. Eis porque saudamos de um modo especial a Faculdade de Medicina de Botucatu, por seus 47 anos de bons serviços prestados ao Brasil e, de um modo especialíssimo, à gente de Botucatu. João Cury Neto Prefeito de Botucatu ABRIL 2010


8 DISCURSOS- FMB 47 ANOS

Pronunciamento do professor emérito Antonio Carlos Cicogna Esta é uma festa em que eu, Joel e membros da 3ª turma da Faculdade de Medicina somos homenageados; eu e Joel pelo que realizamos ou tentamos realizar nestes 40 anos de convívio com a comunidade unespiana. Uma pergunta me persegue, desde o dia em que recebi a comunicação do título maior da universidade, o professor Emérito. O que eu fiz para ser homenageado? Mereço esta homenagem? “. Eu acredito que tenho me dedicado com entusiasmo, energia e muita paixão para a consolidação e crescimento da Faculdade de Medicina e da UNESP. Quando a dedicação envolve paixão, temos dificuldade de analisar, com isenção, se o que fizemos ou estamos fazendo é ideal, correto, se atinge o dever fundamental de todo ser humano: ser bom, justo, honesto, ético, solidário, ajudando o crescimentodopróximo.Estadúvidamepersegue,principalmente nos últimos tempos em que tive mais disponibilidade para refletir sobre o meu passado nesta instituição. E porque esta dúvida me acompanha ao final de uma vida de trabalho acadêmico? Esta incerteza surge porque sempre acreditei, e com mais entusiasmo nos últimos anos, que a universidade é um local de conservação, organização, geração e transferência de conhecimento. Portanto, ela envolve, no mínimo, em condições de igualdade, suas duas molas propulsoras: ensino e pesquisa ou pesquisa e ensino. A minha angústia decorre do fato que, esta minha visão discorda da de muitas pessoas, talvez da maioria, que enxergam a universidade, em particular a Faculdade de Medicina, como um local de transmissão de conhecimento, prioritariamente. A universidade tem que ser um centro de reflexão, de geração de pensamento crítico, tão decadente neste país e, talvez, no mundo. Acredito que não se gera pensamento crítico, em um centro que somente se preocupa com a transmissão de conhecimento. A função de professor universitário, assim como a de todos os outros professores, não é adestrar, mas sim induzir, incentivar os alunos a refletirem, a procurarem o conhecimento. Esta meta é mais fácil de atingir, quando o professor está associado à pesquisa. Pesquisa é sinônimo de reflexão. A UNESP,a FM, nasceu de um grupo de idealistas, para ser um centro de referência em geração, transmissão e aplicação de conhecimento. Este processo, na minha visão, está lento, deficitário. Nós estamos envelhecendo rapidamente, antes de atingir a maioridade, porquenãoestamoscorrigindoerrosdepercursos,identificados, mas não solucionados. Além de não ocorrer florescimento adequado da produção intelectual, compatível com o número de professores, teoricamente,

em regime de dedicação integral à docência, pesquisa e aplicação, há problemas que, na minha visão, precisam ser enfrentados e resolvidos pela comunidade e autoridades unespianas, que passo a enumerar: 1 - a quebra de uma condição básica, universal, que deve acompanhar todo ser humano, a ética. A falta de ética pode se manifestar de várias maneiras; uma destas pode ser a quebra da linearidade às normas que regulam o regime de trabalho. As normas, desde que universal, aprovadas pela comunidade, devem ser seguidas rigidamente por todos os seus participantes. Elas não podem ser casualizadas para cada indivíduo. O docente ou funcionário técnico-administrativo não é dono do seu destino. A universidade tem que participar da formação do cidadão, que exercitará com ética os seus direitos e deveres. Esta participação, com certeza, ocorrerá quando a universidade não transgredir e violar as suas próprias regras. A aprendizagem é também o resultado de exemplos. Os nossos alunos têm mais olhos e ouvidos do que nós, docentes, pensamos. A violação das normas de trabalho tem que ser enfrentada pelas autoridades com determinação. 2 - há a necessidade de intensificar as avaliações do nosso próprio desempenho, funcionários e docentes, em todas as áreas acadêmicas; as avaliações devem ser contínuas, rigorosas, não corporativistas. Este sistema, adotado universalmente por países desenvolvidos, é extremamente benéfico, trazendo progresso, correções e, talvez, purificação do meio ambiente; 3 - há a necessidade do fortalecimento de uma política de incentivo, estímulo e aperfeiçoamento técnico-científico-pedagógicocontínuodacomunidade,por meio de cursos, intercâmbios com outros centros nacionais ou internacionais. É preciso, por exemplo, introduzir o professor nos princípios básicos que norteiam os métodos fundamentais de educação e instrução. A metodologia pedagógica deve se assentar no binômio, reflexão e construção do conhecimento. Alem disso, é necessário um contínuo investimento na infra-estruturadoHospitaledaFM.Amelhoriadocorpomédicoestá associada a uma adequada infra-estrutura hospitalar. É necessário que os Hospitais das Clínicas sejam equipados com o que existe de melhor. Nos últimos 40 anos, os hospitais públicos sofreram um processo de deterioração, enquanto os particulares cresceram exponencialmente. A liderança médica tem que se assentar no profissional universitário. A qualidade da pesquisa experimental está associada às condições adequadas de laboratórios e Biotério; nunca senti preocupação dos nossos dirigentes na elaboração de um laboratório de

Discurso do prof. emérito Joel Spadaro Se ainda estivessem entre nós, três pessoas iriam se sentir extremamente orgulosas, e até incrédulas, com a realização de evento solene dessa envergadura: meu pai, Vicente; minha mãe, Vicentina e minha irmã, Jair. Minha irmã Jacira não pôde vir, mas já vem saboreando este momento, por antecipação. Estas pessoas cinstituíram o núcleo central da família Spadaro. A vida de imigrantes italianos, com poucos estudos, era árdua e desafiadora. Apesar disso, e vencendo todos os percalços da profissão de padeiro, mantinham-se fortes o bastante para projetar vida melhor para seus filhos, dando-lhes a oportunidade de estudar, coisa que não tiveram, e mostrando caminhos que poderíamos trilhar. E o fizeram com exemplos marcantes, poius eram trabalhadores, honestíssimos, otimistas, festeiros e, acima de tudo, passaram sua vida acima de sentimentos menores; bondade e doação pessoal foram marcas típicas de gente boa. Amavam música, bailes e festas simples, mas com grande conteúdo afetivo; até me tornei sanfoneiro, para tocar músicas italianas, por causa dessas características familiares. Comecei a ajudá-los no fabrico de pães, na Padaria Paulista, aos 13 anos de idade, e nunca parei, tendo também entregado pão a domicílio até 1968, quando já era sextanista de medicina e a panificadora encerrou suas atividades. Sem dúvida, esses italianos foram criativas admiráveis! Extradordinárias!! No Grupo Dom Lúcio, minha interação aluno-professor com a Professora Joana Milanese Rúbio transformou-se em roteiro a seguir: a busca do conhecimento, a persistência, o foco nas coisas que realmente interessam, saber separar o joio do trigo e o estabelecimento de objetivos corretos e honestos, dentro de normas que privilegiassem o esforço pessoal e o caráter. Outro conceito importante: o bom professor é aquele que se entrega ao seu mister, sem concessões. Tive mais exemplos marcantes, edificantes, nessa caminhada de 71 anos. Descobri desde cedo que, seguir bons exemplos era a melhor fórmula para a vida digna e produtiva; ao aprender, você firma compromisso com a verdade e dela não mais se afasta. Daí ser fundamental, sagrada mesmo, a função de quem ensina e dá exemplos! Na Escola Normal, outras figuras extraordinárias sedimentaram o caminho inicial e nos abriram novos horizontes: Cid Guelli, Paulo Vieira, Pacheco, Jair Conti, Pedreti Neto entre os mais destacados. Com Cid Guelli, aprendi o faça, não prometa, estude! Professor Pacheco mostrava que a poliomiolite, ao contrário de abatêlo, o fez vencer desafios. Paulo Vieira, um mestre raro, nos fazia ler o Estadão de domingo, para comentar a coluna de Alceu Amoroso Lima, na segunda-feira. Falar em público, conviver com o uso correto da palavra, oral ou escrita, aprendíamos no ginasial e no científico. Quantos, hoje, têm esse privilégio, na escola pública, ou mesmo nas particulares? O que se vê, em todas as mídias, com exceções de praxe, é a banalização

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do idioma e a criação de neologismos baratos, para consumo imediato. Nossas músicas, então, com certeza fazem Tom e Vinícius se revirarem em seus túmulos. Mas, o melhor estaria por vir! Nos anos de 1950, a ideia de transformar um hospital para tuberculosos em faculdade de medicina, a partir da ideia de José Faraldo, que empolgou a classe política de Botucatu e a população como um todo, verdadeira saga se estabeleceu. Não havia quem não se empolgasse com o desafio. Até o governador Jânio Quadros chegou a assinar decreto de criação da escola que, entretanto, não se efetivou. Eu era soldado raso, um recruta nesse exército de botucatuenses!. Com Carvalho Pinto, outro governador, em 1960-1961, a ideia avançou e se tornou lei. Foi criada a FCMBB e, também, a Unicamp. Nosso fundador, Professor Montenegro, fazia blague com a situação: “não havia dinheiro para criar uma escola, e criaram duas”. Fui um dos quatro botucatuenses que entraram na primeira turma, e o único que ficou para fazer carreira universitária! Um delírio para os Spadaro, os Natale, vizinhos e amigos” foi, sem dúvida, um acontecimento!. Parêntese: Houve gente que disse ser falta de opção entrar para a carreira; seria melhor abrir consultório, alguns disseram. Hoje, digo que faria tudo de novo, da mesma forma e com mais entusiasmo ainda. Estava escrito nas estrelas que eu seguiria o magistério! A um professor, que recebe o título de emérito, é dado o direito de achar que tem alguma vocação para a atividade acadêmica, em seus três pilares: ensino, pesquisa e assistência; este último termo ainda suscita alguma discussão, pela diversidade de pensamento que engloba e move a vida universitária. Para discuti-lo em profundidade, teríamos de transformar esta reunião festiva e solene em paineis de trabalho. Mas, este não é o caso agora. Nosso projeto de faculdade deu certo, muito certo; e vai melhorando. Nosso destino aqui é o contínuo aprimoramento de nossa Escola. Dizer que está tudo às mil maravilhas seria atavismo tolo, mas concordar que há congregação de esforços é ver a realidade que pode se adequar às nossas expectativas. Não nos faltam raízes de luta, o amadurecimento das refregas e o espírito democrático, muitas vezes posto em cheque em nossa Escola. Vivemos esse bom momento na Unesp: eleições diretas para todos os níveis, conselhos funcionando com representatividade, em todos os segmentos. É a prática da democracia, às vezes dura, nem sempre absolutamente justa, mas ainda assim, o melhor regime. Nosso curso transcorreu de maneira típica, em escola nova: grande entusiasmo, poucas condições materiais, mas muita garra de alunos e professores. Muitos mestres vieram e se mudaram, definitivamente, para cá, graças ao nosso grande trunfo: o RDIDP, bandeira a ser resguardada com constante vigilância. Muito já se sabe daquela época, mas eu fui, novamente testemunha e partícipe da grande jornada que estava a caminho. Fundamos o Centro Acadêmi-

pesquisas adequadas. A UNESP, apesar dos seus 47 anos, não tem um Biotério equivalente à grandeza da Instituição, distorção que necessita ser corrigida com máxima urgência. 4 - há a necessidade de estimular e introduzir, maciçamente, a iniciação científica aos nossos estudantes. Temos que reunir um pequeno exército de iniciantes em pesquisa; esses podem ajudar a mudar o perfil de uma instituição. Quantos cursos de graduação na UNESP abordam Metodologia de Investigação Científica? A Faculdade de Medicina após 47 anos não tem esta disciplina no curso de graduação. A iniciação científica aumenta a interação aluno-professor; é uma experiência que amadurece as duas partes e prepara o aluno para a pós-graduação. Lamento profundamente não ter tido essa experiência de forma acentuada. É necessário instalar as chamadas “áreas verdes” para que o aluno possa se iniciar na função de cientista. Na Suécia, segundo os membros da academia de ciências, a iniciação científica é prioridade absoluta. É introduzida muito precocemente entre as crianças, o que favorece a formação de um país solidamente constituído, do ponto de vista científico e tecnológico; 5 - a ausência de uma política de iniciação científica reflete na qualidade dos alunos de pós-graduação. Faltam informações básicas: teórica e laboratorial que prejudicam a formação do pós graduando. É muito difícil formar pesquisadores de excelência em curto prazo. Os cursos de pós-graduação podem estar titulando, não formando pesquisadores e/ou professores com capacidade de reflexão. Ciência está relacionada com reflexão e procura de conhecimento; 6 - as competências do professor universitário precisam ser revistas; não é possível desempenhar adequadamente as três ou quatro missões - docência, pesquisa, assistência e administração. O atual sistema é predador, destruidor de ilusões, está nos levando a um único caminho, o da mediocridade. Não podemos nos conformar com a mediocridade. Não precisamos ser um Einstein, Galileu, Beethoven, da Vinci, Rubinstein, Nelson Freire, mas, sim um profissional Unespiano, que possa trazer mudanças mais profundas, que possa alterar o meio vivente. O sistema atual fecha as portas ao desenvolvimento científico-tecnológico adequado. A UNESP deve valorizar as tendências naturais do indivíduo, desde que esteja inserido no objetivo máximo da universidade, a geração de conhecimento; 7 - há a necessidade de restabelecermos a hierarquia no sistema de trabalho. Os mais capacitados, experientes, têm que conduzir o grupo, a disciplina, o de-

partamento ou a instituição. O sistema hierárquico é universal e atinge todos os países desenvolvidos. A liderança acadêmica é fundamental para o desenvolvimento adequado da universidade; 8 - há a necessidade de abandonarmos a idéia que prevalece na Faculdade de Medicina e na UNESP, que a divisão é o melhor caminho para o progresso, para o desenvolvimento. A divisão é o melhor caminho para o surgimento de lideranças medíocres, em qualquer ramo da natureza humana. Temos que tecer redes de comunicação, envolvendo diferentes departamentos e unidades, impedindo a multiplicação de centros com a mesma finalidade acadêmico/científica. Precisamos rediscutir as divisões que ocorreram nestes últimos 40 anos, envolvendo a nossa universidade. União, não a divisão. 9 - há necessidade de identificar grupos de excelência em ensino, pesquisa e assistência, valorizando-os, incentivando-os e premiando-os, com agregação de profissionais competentes que irão contribuir para o desenvolvimento do grupo e conseqüentemente, da universidade. Não podemos agregar, por exemplo, pesquisadores em disciplinas, grupos ou departamentos que não apresentam uma produção científica condizente com a exigida pelo meio acadêmico. A Universidade tem que ajudar na formação de grupos de excelência; não podemos ficar a mercê da disponibilidade de recursos humanos transitórios. Os grupos têm que ser fixos e crescentes. Isto não é fácil no Brasil; a Unesp tem que inovar, não repetir os erros das outras Universidades. 10 - finalmente, é necessário que a Faculdade de Medicina e Unesp participe da desconstrução de um país que é injusto social, política, econômica e culturalmente. A realidade política e social deste país não pode passar ao largo da Universidade. Esta tem que estar ao lado dos menos favorecidos e não de uma elite econômica e política que insiste em manter o país quase primitivo. Enquanto escrevia estas palavras, ouvia música erudita. Esta minha particularidade me acompanha desde muito jovem, quando ouvia minha irmã tocar no piano, com genialidade, musicas de Chopin, Beethoven, Mozart, Bach e outros grandes compositores. As minhas palavras não têm a beleza, a gentileza, a graça, a sensibilidade das notas que estou ouvindo. É o contraste gritante entre a perfeição das notas, alcançada pelo uso da metodologia científica e dedicação integral, e as minhas palavras, baseadas na opinião pessoal. As minhas palavras têm como finalidade de ajudar a cons-

truir. O ser humano precisa expor claramente as suas idéias, e os princípios em que acredita. Apesar das considerações aqui expostas, é evidente que a Faculdade de Medicina e a UNESP evoluíram positivamente nestes 47 anos de existência visando atender às novas demandas da Universidade, porém, com distorções, conforme enumeradas. É importante ressaltar a o papel da atual Reitoria, Diretoria da FM, Supervisão do HC e das comissões envolvidos com a melhoria do ensino, pesquisa e extensão. Sou testemunha ocular do empenho dos professores Sérgio, Silvana e Célia na melhoria da infra-estrutura, na re-adequação da utilização dos recursos humanos e unificação de centros de pesquisa na FM e campus de Botucatu. Finalmente, ao terminar quero deixar meus profundos agradecimentos, minha gratidão a todos que me ajudaram a crescer como médico-professor-pesquisador-cidadão. Talvez, a palavra gratidão precise ser re-inventada para as novas gerações universitárias. Eu não sou resultante de auto-geração, espontânea. Eu sou resultado da formação que meus pais, Dolores Bastia Cicogna e Walter Cicogna, meus irmãos, Cida, Iride, Waltinho e Nene, minha cidade, na ocasião, a pequena Matão, meus amigos de infância e adolescência me transferiram durante o meu crescimento. Mas, sou também o produto de professores íntegros do grupo escolar, do ginásio, do científico e da Faculdade de Medicina, USP, Ribeirão Preto. Sou o produto de 06 anos de convivência com a 10º turma da Faculdade de Medicina, com colegas de república, Américo, João Gil, Mineiro, e com o Mellinho. Sou também o produto do convívio de 40 anos com alunos de graduação, pós- graduação, residentes , funcionários e docentes da FM, do Departamento de Clínica Médica e da Disciplina de Cardiologia, Tucci, Joel, Eder. Sou imensamente gratos a todos vocês. Sou resultante do convívio com docentes e funcionários de outras unidades do campus, principalmente o Instituto de Biociências e amigos da cidade de Botucatu. Sou também o produto do convívio com minhas ex-companheiras, Mônica e Maria Lúcia, meus cinco filhos, Kiko, YeYé, Popi, Beto e Mariana, dos meus netos, cunhados e noras. Apesar de existir um exército de pessoas que participaram de minha formação, os maiores e grandes responsáveis por este título de professor-emérito foram dois: minha mãe e meu pai. A mãe, Dolores, uniu amor, rigor e punição. Sem ela não existiria na nossa família, 2 médicos, 1 dentista e duas professoras. Sem ele, Walter, não existiria a doçura, a seriedade, a ética, o amor pelo próximo, a eterna preocupação do servir. Pena que eles morreram a tanto tempo. Sinto muita saudade deles.

co, de cuja primeira diretoria fiz parte, como presidente da Atlética Acadêmica. Joguei futebol de campo e de salão, pelo CAPS; durante todo o curso organizamos intermedes, bailes, criamos conjunto musical: o Bossaci. Coisa boa e inesquecível; até hoje me vejo como um guerreiro do CAPS; aliás, tenho minha camiseta de Highlander máximo, como brinco com os alunos e alguns esboços, do saco do centro acadêmico, feitos magistralmente pelo Vinício Aloíse, que faz parte integrante do quadro de herois da FCMBB. Um gênio! Nessa época já estavam aqui os professores: Letti, Neivo, Edi, Glésia, Valêncio, Arli... Vejo, entre professores eméritos, alguns que estão aqui desde 1965 e que foram, portanto, professores pioneiros para o curso de Introdução à Medicina: Montelli, Maffei, Saad, Trindade e Nelson de Souza. Dutra, Jairo Gabriel, José Luís Moura (in memorian) e Tiberê Alves de Rezende (in memorian) fizeram parte desse grupo seleto, que foi acrescido em 1966 por Cleide, Verena e Dinah. Há outros: Aníbal Silveira, Antonio Spina França, Domingos Delascio, Lor Cury, Nagib Haddad, Zanotto... Pela relevância de atuação, pelas desafiadoras condições de trabalho, nossos mestres mais antigos devem ser englobados, numa visão conceitual, de lutas e de vicissitudes, como pioneiros, também. Os Professores Meira e Neusa (in memorian) são bons exemplos: deram aulas para minha turma lá no HC da USP e, depois, vieram para cá. Professor Camapna veio, em 1966, como Professor Regente. Fiz parte da Operação Andarilho, em 1967, que foi talvez o movimento mais abrangente de estudantes universitários em nosso país, em busca pacífica por melhores condições de ensino; não era pedir muito, mas foi uma verdadeira guerra: “ir a pé de Botucatu a São Paulo” durante a Ditadura Militar, para afrontar o poder usurpador, não era tarefa sem riscos. Houve prisões, ameaças e outras arbitrariedades já conhecidas. Aprendi muito com esse movimento, que nos beneficia até hoje, pela conscientização de cada turma que chega, sobre representatividade, justiça, liberdade e o uso correto do poder para o bem comum, dentro e fora da universidade. Essas conquistas não caíram do céu: foram buscadas e conseguidas com muito empenho e lutas há décadas. Tenho orgulho de ter participado, em diferentes níveis, da rica história da FCMBB e da FMB. Com o internato, no sexto ano, aproximava-se a hora da decisão. Naturalmente, um apaixonado confesso pela nossa Escola, não resisti aos apelos feitos pelo Eder Trezza, pelo Tucci e pelo Cicogna (só dava italiano no início da cardiologia; eu era mais um!) para ficar na carreira. Foi sopa no mel. Virei um residente/docente, num passe de mágica. Daí para frente, minha atuação foi uma contínua busca pela ascensão equilibrada aos diferentes níveis da vida acadêmica de docente. Dezoito anos depois, e.é, em 1987, tornei-me professor titular de cardiologia. Fiz pós-doutorado na Harvard University (1977-1979), publiquei trabalhos importantes em periódicos nacionais e internacionais, alguns de alto impacto na literatura mundial. Proferi

palestras, participei de mesas-redondas, aulas e diferentes formas de atuação em congressos, simpósios e outras atividades científicas: concursos de mestrado, de doutorado, de livre-docência e de professor titular, ingresso para o quadro universitário... nos últimos 15 anos foram mais de 60 atividades deste nível, só na USP. Ajudei, de maneira importante, a montar técnicas de laboratório, abri espaços para estágio no exterior para diferentes colegas e alunos também, na Harvard, no Veterans Administration Hospital, em Boston (EUA) e na Michigan State University, da qual sou Adjunctive Professor. Gostaria de dizer que, embora tenha ocupado cargos de destaque, em diferentes níveis, na esfera administrativa, ter boa produção científica e trabalhar anos a fio em ambulatórios, nunca me afastei de um compromisso pessoal: dar umas na graduação. Coisa que ainda agora, como professor colaborador, fiz com esse mister. Só faltava não concordar agora, não é mesmo professor Herman?! Fui patrono de duas turmas, paraninfo de outra e várias vezes homenageado nas formaturas. Tenho enorme carinho por essas deferências. Ainda dentro de atividades de formação, quero salientar minhas participações na Congregação de nossa Faculdade, no Conselho Universitário da Unesp, na Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, na Sociedade Brasileira de Cardiologia e na Associação Brasileira de Educação Médica, onde ajudamos a colocar nossa Escola em destaque, no cenário brasileiro da educação de nível superior, com vários colegas da área periférica de decisões e chegar ao centro delas, com esforço e garra. Foi uma boa batalha, um jogo bem jogado! Até hoje há reflexos dessa luta, nas reformas curriculares que aconteceram no Brasil e que colocam nossos alunos nos objetivos primordiais da formação médica: técnica, ética, humanística, com forte compromisso social, dentro da realidade de nosso País! Repito: não foi fácil chegar a este estágio! Em relação à ABEM, o professor Saad a presidiu, a professora Cecília Magaldi e outros colegas tiveram também participações importantes na entidade. Essa história precisa ser escrita, para que se conheçam os detalhes das nossas lutas acadêmicas. É um desafio a ser vencido! Por dever histórico, gostaria de deixar registrado que, como administrador público: chefe de departamento, vice-prefeito, prefeito, vicediretor e diretor da Escola participei, intensamente, de ações junto à reitoria, ao governo do Estado, à Secretaria Estadual de Saúde, ao Ministério da Saúde e à Câmara Federal, na conquista de verbas, e de compromissos fundamentais, para solidificar nosso crescimento e ampliar nossos horizontes. Cite-se que, quando prefeito municipal, em conjunto com a Professora Dinah Borges de Almeida, nossa diretora à época, conseguimos, junto ao Governo do Estado, vultosas verbas para tocar nosso Centro de Diagnóstico por Imagem, dando um salto de qualidade para nossa Instituição, com benefícios diretos para a população. Houve outras ações conjuntas de muita importância para o Hospital, dotando-o de melhores instalações e condições técnicas. Da Câmara Federal, por meio de ações do De-

putado Milton Monti, outro veio de verbas foi encontrado, para melhorias em nosso HC. Foram várias! Agora mesmo, estou ansioso para dizer neste salão nobre, que ajudei a conquistar o que, ali fora se vê: em fase de acabamento, estão o novo prédio da administração da FMB e, enfim, nossa central de salas de aulas; quantos anos, quantas lutas, viagens, telefonemas... Enfim, um bom presente para quem recebe a distinção de Professor Emérito. Professores: Marilza, Joel, Sérgio e Silvana a seu tempo, batalharam também para essa conquista, bem como contaram com apoio decisivo dos reitores Macari, Hermann e seu vice Durigan. A eles nosso profundo agradecimento. Ninguém chega a este ponto da carreira, sem ajudas definitivas e faróis a iluminar o caminho: minha atuação no Departamento de Clínica Médica, desde o início, foi pautada por princípios agregadores e baseada em exemplos de colegas que lutaram pelo desenvolvimento do Departamento e da Faculdade: trabalho, mérito, ética, respeito, atitudes políticas claras... Tudo para lutar por coisas nas quais acreditávamos. Lutar contra excessos de mando e injustiças sempre foram nossas bandeiras. Haveria muitos episódios a comentar, mas o brilho desta festa ofusca qualquer coisa que não seja construtiva e feliz. Na disciplina de cardiologia, que ajudei a formar, sempre houve clima bom e respeitoso, além de muito empenho nas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão. Tenho orgulho de ter sido um dos responsáveis por esse desenvolvimento. Resta-me dizer aos demais colegas do Departamento de Clínica Médica, que foram quarenta anos de estímulos, de vitórias, de grandes momentos que a amizade proporciona. Ao agradecer a todos, indistintamente, devo dizer que começaria tudo de novo. À comunidade da Unesp, como um todo, nosso reconhecimento pelo trabalho construtivo realizado. No início desta fala, destaquei a importância do núcleo inicial da família Spadaro. Agora, vamos novamente, retroceder no tempo: no dia 9 de junho de 1966, eu e a Sueli começamos a namorar, timidamente, em um banco do jardim da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, na Vila dos Lavradores. Alguns dias depois, vários alunos da primeira turma, eu inclusive, foram para a Europa, para viagem longa, por diversos países, incluindo a Itália. Em Roma, durante atividade presidida pelo Papa Paulo VI, o Sumo Pontífice abençoou um terço e uma mantilha, que eu trouxe de presente para minha namorada, que passou a usá-los nas missas, assim que os recebeu. A mantilha tinha a cor dos olhos da Sueli: azuis. Essas particularidades foram a senha para uma união perene. De fato, nunca mais nos separamos. Nós nos casamos, em 27/12/1969, geramos filhos e constituímos família sólida e feliz, com os filhos Patrícia, André e Juliana, a nora Silvana e os genros Augusto e Rosel que tiveram filhos: Giulia, Gabriela, Luísa e João Vicente. Pretendo ser avô emérito também. Paixão e entusiasmo não me faltam, como não faltaram com meus filhos e com a Sueli. Adoráveis criaturas. Joel Spadaro, em 30/04/2010.


9 CELEBRAÇÃO

Pós em Bases Gerais da Cirurgia completa 35 anos

CIENTÍFICOS DE QUEM FAZ PESQUISA NA ÁREA MÉDICA

DEPARTAMENTO DE CIRURGIA E ORTOPEDIA

O LEGADO FOI TER FORMADO UMA METODOLOGIA, CRITÉRIOS

A RQUIVO

Primeiro programa de pós-graduação a ser implantado pela Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), e consequentemente pela Unesp, a especialização em Bases Gerais da Cirurgia comemorou em abril, 35 anos de sua aula inaugural. Realizada no antigo anfiteatro B da então FCMBB (Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu), a aula, realizada dia 5 de abril de 1975 foi ministrada pelo professor emérito Willian Saad Hossne, um dos criadores do programa. Como tema foi abordada a ‘relação médico/paciente’. Segundo Saad, o nascimento do primeiro curso de pós-graduação da FMB refletia as transformações pelas quais o país passava na pesquisa e ensino de especialização. “A pós-graduação no Brasil que leva ao grau de mestre e doutor surgiu em 1969 e que foi copiado em grande parte do sistema norte-americano, que já existia há mais de dois séculos. A partir do início de 1972 tornou-se obrigatório para quem faz carreira universitária obter o grau de mestre ou doutor. Começaram a se instalar os primeiros cursos de pós no país em todas as áreas do conhecimento”, declarou. Para ele, a criação do programa representava a integração de diferentes conhecimentos da área biológica. A faculdade, na época um instituto isolado- era chamada ainda de Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas e se tornaria parte integrante da Unesp somente em 1976-, almejava reunir pesquisadores e capacitar seus alunos. “Pretendia-se com isso fazer uma junção entre as áreas básicas e as de aplicação. Nossa mensagem era criar um curso de pós-graduação interdisciplinar juntando as áreas básicas com a cirurgia e transformá-la em um modelo de criação de técnicas experimentais, levando os problemas da clínica para a pesquisa em animais. Isso era importante até do ponto de vista ético, pois muita coisa era feita diretamente em seres humanos sem haver uma pesquisa antes, o que agora é obrigatório”, observou Saad. O legado, opina, foi ter formado uma metodologia e critérios científicos de quem faz pesquisa na

Comemoração dos 25 anos do programa, em 2000, com muitos dos responsáveis por sua criação área médica. A ideia de formar um corpo de conceitos e não mais um meio de treinamento em animais hoje serve para a formação de médicos e pesquisadores. “Grande parte do corpo docente de nossa instituição fez esse curso. Houve outro aspecto importante quando em 1976 o governador do Estado à

época criou a Unesp, usou como um de seus argumentos era de que a universidade já possuiria um curso de pós-graduação. Foi também um curso que começou com conceito A da Capes (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e se manteve por muitos

anos com essa qualificação”.

Curso registra mais de 340 teses e dissertações

De abril de 1975 a março de 2010 o programa de pós-graduação em Bases Gerais da Cirurgia teve 206 dissertações de mestrado apresentadas e 138 teses de doutorado defendidas. Estão matriculados regularmente no curso 41 mestrandos e 35 doutorandos, além de 113 alunos especiais. Os números, segundo o atual coordenador do curso, Carlos Tadeu Spadella reflete a busca incessante para a formação de mestres e doutores. “Também tem-se destacado na produção de conhecimentos científ icos de qualidade, sempre sintonizados às lacunas da ciência, de forma a atender as necessidades do ser humano”, declara o coordenador. Segundo ele, a busca pela excelência fez com que o curso passasse por aprimoramento em seus processos de seleção de alunos e professores. “As disciplinas ministradas pelo programa também têm passado por um proces-

Vários trabalhos surgidos em linhas de pesquisa dentro da pós em Bases Gerais da Cirurgia levaram a FMB a conquistar, nas três décadas seguintes, diversos prêmios reconhecidos pela Academia Brasileira de Medicina, ressalta Saad. Outro ponto frisado pelo professor foi o entrosamento com a Faculdade de

tercâmbios, maior integração científica com outras universidades, além do estímulo da produção intelectual discente em relação a teso de reestruturação, visando ao ses publicadas. Spadella também alinhamento dos seus planos de frisa como pontos fortes a meensino com os objetivos do curso, lhora da infraestrutura de pesquitendo também seus conteúdos sa, o que acarreta avanço no núprogramáticos se limitado exclumero e qualidade de publicações sivamente à atividade estrito-sen(artigos científ icos em revistas su. Também alinhamos todos os especializaprojetos desenvolvidas). dos às suas respectiSobre o atuvas linhas de pesquiA pós-graduação, al momento dos sa, e estas às suas hoje, precisa do programas de respectivas áreas de dinamismo e vontade pós-graduação concentração”, exoferecidos pela plica Spadella. para orientar e Faculdade de Tais mudanças ser orientado Medicina, o pretendem inquirir professor é enos alunos a replicaCésar Tadeu Spadella sobre o fático em dizer rem os conhecimenpanorama da pós-graduação que muitos pastos adquiridos, além sam por prode formar novos pesquisadores. cesso de adaptação junto às noO coordenador frisa ainda que vas diretrizes da Capes (Coordemuitos motivos foram essenciais nação de Aperfeiçoamento de para a consolidação e a excelênPessoal de Nível Superior) a qual cia do curso entre as quais podemprioriza a manutenção de prograse destacar: política de austeridamas com alto nível de desempede na condução do programa, nornho. “Essa política atual da Camatização da estrutura de funciopes, porém, pressupõe uma munamento, maior inserção dos prodança completa no comportafessores através de parcerias e in-

Medicina Veterinária e Zootecnia para o desenvolvimento de projetos de pesquisa. “Contávamos com o pessoal da Vetrinária para nos ajudar nesse processo. Era uma relação de interesse mútuo”, relembra. “Esta era a primeira ideia, usar a potencialidade que tínhamos, em fazer um curso de pós-graduação inovador. Tanto que fomos os primeiros dessa área no país. Depois de alguns anos outras instituições, como a Escola Paulista de Medicina, criou um curso semelhante. Mas para isso, contamos com uma comissão que fazia parte da essência de nossa FCMBB”, relembra. Para o professor emérito, a Faculdade de Medicina/Unesp, tem apresentado maturidade e criado de forma oportuna novos programas de especialização do conhecimento na saúde. “A faculdade tem instalado seus programas de pós-graduação de forma concreta e com muita serenidade. Todos os cursos mantidos pela FMB estão bem conceituados dentro da Capes e com intensa produção científica. Esse é um ponto forte de nossa faculdade. Não há criação de curso de forma indiscriminada; é criado com planejamento e um arcabouço sólido”, declarou. mento de dirigentes, professores e alunos ligados aos programas de pós-graduação, o que tem gerado dificuldades para os segmentos da nossa comunidade, mais em descompasso com o novo ideário daquela instituição”, opina. “Por conseguinte, a Faculdade de Medicina de Botucatu não pode e não deve se omitir de participar deste processo, cujo prêmio é a distinção entre os seus pares. Esta participação, porem, exige compromisso de professores e alunos com os seus programas de pós-graduação, submissão às regras vigentes da Capes e a demanda de muitos esforços para alcançar o êxito. A pós-graduação, hoje, precisa do dinamismo e vontade de ambos para orientar e ser orientado, e para produzirem conhecimentos científ icos de qualidade, a partir de projetos de pesquisa bem estruturados, de preferência com f inanciamentos externos e com a participação de alunos de graduação”, complementa Spadella.

MÚSICA

Piano incrementará apresentações culturais

Instrumento foi adquirido através de programa de incentivo cultural

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), conta, desde 22 de abril, com a incorporação de um piano em seu patrimônio. Com o novo instrumento, o movimento cultural dentro do campus da universidade deve ser intensificado com a realização de apresentações musicais voltadas à comunidade. O piano, uma doação da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), foi obtido através de um programa de incentivo cultural do Santander. O modelo escolhido, Fritz Dobbert, de fabricação nacional com ¼ de cauda, é conside-

rado um dos melhores do mercado na atualidade. Foram investidos R$ 33 mil para a aquisição do instrumento. Segundo o presidente da Comissão de Arte e Cultura da FMB, prof. José Manoel Bertolote, a incorporação do instrumento é uma forma de difundir a música não somente na comunidade universitária, mas também ser oportunidade para que a instituição se torne um local de fomento cultural. “É uma forma de promover a cultura tanto na Faculdade de Medicina quanto na comunidade local, com apresentações não somente de artistas locais, mas de nomes co-

nhecidos”, ressalta. A intenção, segundo Bertolote, é realizar concertos mensais em conjunto com as sessões de cinema que já ocorrem na FMB. O professor ressalta que a escolha do instrumento deveu-se em sua maior parte pela qualidade do material. Estima-se que o piano tenha durabilidade de 80 anos. No dia 30 de abril, durante as comemorações pelos 47 anos da Faculdade de Medicina de Botucatu, o piano foi usado pela primeira vez na apresentação da maestrina e pianista Hilda Campos, de Bauru. ABRIL 2010


10 ENTREVISTAS

Seção de Atividades Auxiliares informatiza solicitações Após ser contratado para coordenar as obras de melhorias no sistema viário do campus da Unesp, em Rubião Júnior, o engenheiro civil José Atílio Mazeto foi convidado para assumir a direção da Seção de Atividades Auxiliares. Exceto os procedimentos médicos e administrativos, Mazeto é responsável por todos os outros serviços técnicos e estruturais da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), além do Setor de Transportes. O engenheiro frisa, em entrevista ao Jornal da FMB que todas as solicitações de serviço sejam informatizadas. Garante que pretende trabalhar para mudar a cultura interna da organização que enxerga a manutenção como principal atribuição da Seção de Atividades Auxiliares. “(...) aquilo que fazemos não é só consertar torneira que está pingando ou desentupir o esgoto”, salienta. O senhor assumiu, recentemente, o comando da Seção de Atividades Auxiliares, um setor estratégico para a FMB. No entanto, muita gente acha que resume-se à área de manutenção. Como pretende mudar essa cultura? Primeiramente, acho que realmente precisamos mudar a imagem de nosso setor, que ao longo dos últimos anos passou a ser conhecido simplesmente como “manutenção”. Acredito que a mudança dessa cultura se dará gradativamente na medida que nossos clientes forem melhor informados de que aquilo que fazemos não é só consertar a torneira que está pingando ou desentupir o esgoto.

mos saber o padrão do serviço que prestamos para então tomarmos medidas pertinentes. Esta pesquisa não se restringirá ao setor de transporte, abrangendo todo serviço prestado pela nossa seção.

Atílio Mazeto é responsável por todos serviços técnicos estruturais da FMB, além do setor de Transportes Quais seriam, então, as atribuições de sua área? Entendemos que todo serviço que não seja a atividade fim da instituição é dividido entre a nossa seção e a Diretoria Administrativa. O setor que assumimos, por exemplo, é responsável por toda a infra-estrutura das solenidades de formatura dos alunos, que vai desde a montagem do palco até a confecção e instalação das placas comemorativas. Somos responsáveis por todo o setor de transporte da faculdade. Como o próprio nome da seção diz: "serviços auxiliares". Haverá mudanças no perfil da seção? Sim. Tanto pela necessidade atual como pelo simples fato que temos

que dar suporte a uma Faculdade de Medicina. A Medicina é, com certeza, uma ciência que evolui a passos largos e rápidos. Nossa Medicina acompanha a ponta desta evolução. Sendo assim, não podemos ficar para trás.... Deverão ser adotadas novas medidas para agilizar o atendimento às solicitações? Quais? Em que prazo? Acreditamos que nos próximos meses todas as solicitações de serviço ao nosso setor estarão informatizadas. Com isso, poderemos agilizar o atendimento. Porém, somente a informatização não melhorará o padrão de nosso atendimento, sendo apenas um instrumento de gerenciamento. A principal me-

lhoria que pretendemos promover é o acompanhamento pessoal e "in loco" de cada necessidade de nossa clientela. Uma das responsabilidades da Seção de Atividades Auxiliares é gerenciar o Transporte. Esse é um setor com baixo índice de reclamações, embora bastante utilizado e com uma frota de veículos antiga. Quais são seus planos nesse sentido? Não existe instalado nenhum programa de "feedback" dos serviços prestados pelo nosso setor. Não havendo retorno, não podemos avaliar se o serviço é bom ou não. Uma das primeira atitudes que tomaremos é a instalação de uma pesquisa junto ao usuário. Quere-

A atual administração da FMB tem focado suas atenções nas obras de melhorias. Como isso influencia na rotina de sua seção? Quais são suas perspectivas, em relação às obras na unidade, para 2010? Vejo duas grandes frentes de trabalho para não perdermos o bonde: adequar, a cada dia que passa, as instalações antigas às necessidades que sempre emergem e projetar obras versáteis buscando maior longevidade. Estas questões estão ligadas à já citada velocidade da Medicina e particularmente da nossa Faculdade de Medicina. Não há como não estabelecer comparações. Em nossa formação básica: a engenharia civil, o ritmo de evolução de técnicas e materiais é bem inferior ao da Medicina. Se quisermos desempenhar bem a função para a qual fomos designados, temos que assumir outro perfil. É ai que está o desaf io. Assentar o mesmo tijolinho que é assentado há séculos, revestindo-o, porém, adequadamente, com argamassa baritada (para proteção radiológica), necessária a um tratamento radioterápico. Ou ainda com uma pintura a base de epóxi (plástico que enrijece quando colocado em contato com agente “edurecedor”) que permita uma perfeita assepsia em um laboratório de biossegurança nível 4.

Engenharia do HC pretende nivelar volume de atividades das seções O engenheiro mecânico Felipe Bernardes, de 25 anos, assumiu recentemente a direção do Setor Técnico de Engenharia do Hospital das Clínicas/Unesp. Apesar da idade, Bernardes já demonstrou não temer novos desafios e está otimista quanto aos avanços que o setor pode alcançar. Em entrevista, o profissional, que é responsável pela manutenção do hospital no que diz respeito a

equipamentos de grande porte, falou sobre seus planos e expectativas. Entre suas metas, por exemplo, está a informatização de toda parte de gerenciamento de equipamentos, criando fichas de controles e banco de dados dos aparelhos. Bernardes já era responsável pela compra e implantação do novo forno incinerador da Unesp de Botucatu. Confira os principais trechos da entrevista:

Você assumiu recentemente a chefia do Setor Técnico de Engenharia Hospitalar. Por ser um jovem profissional, esse pode ser considerado o principal desafio de sua carreira? Qual é sua meta? Acredito que o fato de ser um jovem profissional me traz vantagens e desvantagens. Conto agora com grande bagagem teórica da faculdade e estou adquirindo a experiência prática mais rápido do que imaginava. Sempre estabeleci metas em minha vida e agora minha meta é conseguir reestruturar, organizar e aperfeiçoar o serviço de manutenção prestado ao hospital. É um trabalho difícil e que levará um pouco de tempo até que seja alcançado da maneira como desejo, porém acredito muito que é possível.

banco de dados de equipamentos e readequar os locais onde estão instalados os equipamentos, realizando uma limpeza pesada nos pavimentos mecânicos, como já foi feito no pavimento dos compressores medicinais e agora esta sendo feito nas cabines e arredores dos grupos geradores situados próximos à Patologia. Implantar melhorias de acesso de manutenção, facilitando intervenções rápidas e principalmente bem estar do funcionário que trabalha nestes locais diariamente; reestruturar as seções, nivelando o volume de atividades realizadas por cada uma e implantar manutenção preventiva para detectar problemas antes mesmo que os usuários os percebam.

Explique resumidamente por quais serviços sua área é responsável. Sou graduado em Engenharia Mecânica e sou responsável pela manutenção do HC no que diz respeito à equipamentos de grande porte, como Caldeiras, Compressores de Ar, Chillers, Fancoils, Motobombas, Grupos Geradores, responsável pela Manutenção predial nas partes civil, elétrica e hidráulica e também pelo transporte interno de gases medicinais.

Qual será sua linha de trabalho? Seriedade e responsabilidade. Sou uma pessoa totalmente acessível, tratando todos os funcionários da mesma maneira, com respeito e educação. Se exijo respeito deles, devo respeitá-los Não gosto de assumir a postura de que eu sei e eu que mando e vocês apenas devem obedecer. Cada idéia ou sugestão para mim é importante, pois cada um vê um problema por um prisma, e, juntando todas estas informações mais minha formação técnica é possível tomar decisões que estão menos suscetíveis a erros.

Quais as principais mudanças pretende implantar? Já foi possível identificar pontos fortes e fracos do funcionamento do setor? Pretendo informatizar toda parte de gerenciamento de equipamentos, criando fichas de controles, ABRIL 2010

O fato de o HC ser um hospital projetado com outra finalidade e ter passado por diversas adaptações ao longo dos últimos anos é um problema a ser admi-

Bernardes está otimista quanto aos desafios frente ao STE

nistrado com cautela? Como minimizar essa suposta deficiência? Sem dúvida. O Hospital cresce de uma maneira assustadora, e cada modificação que é feita provoca reações no funcionamento do mesmo. Equipamentos que eram suficientes deixam de ser, forçando um redimensionamento do sistema existente. Isto na maioria das vezes não é algo fácil de ser feito em um ambiente que trabalha 24 hrs por dia. As paradas devem ser rápidas e precisas, pois pacientes dependem destes equipamentos. Uma forma de minimizar esta deficiência é estabelecer um fluxo para as modificações/ampliações/projetos que são feitos. Elas devem percorrer um caminho que informe todos os setores envolvidos, desde o setor que irá trabalhar diariamente no local até o setor que irá trocar uma lâmpada naquele local. Qual é sua expectativa em relação aos reflexos, para seu trabalho, da possível autarquização do HC? Minhas expectativas são boas, já que acredito em meu trabalho e também que a autarquização trará ainda mais boas notícias para o Hospital.


11 ASSISTÊNCIA

Referência em cirurgias vascular e endovascular Credenciado pelo Sistema Único de pital das Clínicas em Botucatu foi Saúde (SUS) desde 2007, o serviço de um dos pioneiros a oferecer este Cirurgia Vascular e Endovascular do serviço no interior do Estado. O Hospital das Clínicas, vinculado à Facredenciamento pelo SUS repreculdade de Medicina de Botucatu/ sentou grande avanço em termos Unesp (HC/FMB) tem se firmado como de ampliação da oferta à populaum dos Centros de Referência na esção”, ressaltou. pecialidade no interior paulista. Em Além do atendimento ao pú2009, a unidade realizou mais de 700 blico, o serviço no HC se tornou cirurgias vasculares e endovasculares polo formador de profissionais esem Centro Cirúrgico e 3.578 atendipecializados em cirurgia vascular mentos em ultrassom. e endovascular. Visitas de profesAlém disso, a unidade contabilisores de renome nacional e interza 725 exames de diagnósticos em nacional ocorrem com frequência angiografia digital e 313 intervenções com o objetivo de atualizar conheendovasculares incluindo angioplascimento na área. tias distais, carótidas e tratamento de Hoje esse serviço dispõe de cinaneurismas de aorta. co cirurgiões especializados credenVoltada para o tratamento de aneuciados pela Sociedade Brasileira de rismas na aorta, isqueAngiologia e de mias de membros, Cirurgia Vascudoenças cérebro-vas- A CIRURGIA VASCULAR REDUZ O lar (SBACV). A culares, más-forma- TEMPO DE INTERNAÇÃO EM ATÉ Faculdade de ções artério-venosas de 50% E OS ATUAIS MÉTODOS Medicina (MAV), miomas e heBotucatu, unimangiomas (tumores USADOS SÃO MENOS INVASIVOS dade adminisbenignos formados tradora do HC por vasos sanguíneos), este tipo de cioferece em seus programas de resirurgia endovascular é oferecida em dência médica a especialização em poucos centros referenciados pelo SUS cirurgia vascular e cardiovascular, credenciada pelo Ministério da Eduno país. Em São Paulo, apenas quatro cação e pela SBACV. unidades no interior possuem este serAnualmente, procedimentos em viço: Campinas, Ribeirão Preto, Rio Prehemodinâmica, cirurgia e diagnósticos to e Botucatu, além de unidades instanão invasivos são realizados pela uniladas na capital. dade. A grande maioria tem cobertura Segundo o coordenador do servido SUS, sendo que servidores públicos ço, professor Winston Bonetti Yoshiestaduais e dependentes também poda, as cirurgias vasculares e endovasdem usufruir do serviço pelo convênio culares são práticas adotadas pelo HC Iamspe (Instituto de Assistência Médica desde a década de 1970, sendo uma ao Servidor Público Estadual). das unidades de saúde pioneiras a ofeA cirurgia vascular reduz o tempo de recer o serviço. Atualmente, o serviço internação em até 50% e os atuais métoatende região correspondente a mais dos usados são menos invasivos, o que de quatro milhões de pessoas dos Derepresenta melhores condições de recupartamentos Regionais de Saúde de peração. Com menor tempo de estada Bauru, Presidente Prudente e Marília. do paciente, a ampliação no número de “Desde que surgiu a alternativa cirurgias fica facilitada e o número de do tratamento endovascular, o Hospacientes tratados incrementado.

Procedimentos em hemodinâmica, cirurgia e diagnósticos não invasivos são realizados pela unidade

DEFINIÇÕES

Diretoria Clínica reúne médicos prescritores com responsável pela Farmácia de Alto Custo A Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas/Unesp (HC) promoveu, dia 5 de abril, reunião entre os médicos do corpo clínico da unidade que prescrevem medicamentos com grande valor financeiro e a atual responsável pela Farmácia de Alto Custo do HC, farmacêutica Renata de Camargo Gomes. A unidade funciona em área do hospital, com alguns funcionários contratados pela Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), mas é totalmente coordenada pelo Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS - 6). Renata contou como a farmácia tem se organizado em relação ao atendimento dos usuários, justificou eventuais faltas de medi-

camentos em 2009 e esclareceu sobre as normas do serviço. Entre as principais considerações, lembrou que pacientes de outras regiões podem dirigir-se à farmácia de alto custo mais próxima de sua residência, mesmo em outras regiões, portando os papéis assinados pelo médico que prescreveu o medicamento e o fornecimento será feito normalmente. Além disso, esclareceu que qualquer médico pode prescrever medicamentos de alto custo, sem que haja necessidade de ser um profissional vinculado ao serviço público ou, mais especificamente, do Hospital das Clínicas. Dr André Balbi, diretor clinico do HC e coordenador da reunião, avaliou como bastante positivo o encontro. Se-

gundo ele, é importante este contato do médico prescritor com a Farmácia de Alto Custo. “É uma oportunidade de esclarecer dúvidas e orientar melhor os pacientes que procuram o HC. Vamos sempre divulgar, através de emails internos e pela imprensa, parcerias como esta que, acredito, podem contribuir muito para a melhora das condições de trabalho de nossos médicos e, como consequência, promover um melhor atendimento aos nossos pacientes”, finalizou o diretor clínico. Dr. André anuncia que, devido à grande demanda do serviço, está sendo avaliada junto à Superintendência do HC a transferência da Farmácia de Alto Custo para um espaço mais amplo.

ALTERNATIVA

Acupuntura é mais uma opção ao paciente do HC Desde março deste ano, o Hospital das Clínicas/Unesp (HC) oferece tratamento utilizando acupuntura. Os atendimentos são realizados nos blocos I e II, onde já eram atendidos os pacientes da Terapia Antálgica. A médica acupunturista Dra. Doris Bedoya Henao é a responsável pelo serviço, que é oferecido em três salas. Dra. Doris formou-se na Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) em 1985, especializou-se em acupuntura pelo Instituto Eu Won Lee e Escola Paulista de Medicina. É mestre em Clínica Médica e doutora em Anestesiologia. O serviço, que já é oferecido no Centro de Saúde Escola (CSE), na Vila dos Lavradores, passará a ser alternativa para a terapêutica de todo paciente que apresente doença sem dano anatômico como: casos de dor aguda e crônica, ansiedade, depressão, entre outros. Segundo Dra. Doris, a terapêutica, que é vinculada ao serviço de Homeopatia do HC, reflete a necessidade de hospitais vinculados ao SUS (Sistema Único de

Saúde) e com grande abrangência populacional em oferecer alternativas para tratamento na área. “Viu-se a necessidade de abrir um ambulatório com acupuntura médica, considerando que o HC é referência regional e recebe encaminhamentos de varias cidades. Sabemos que esta atividade vai servir de estímulo aos alunos e residentes de diversas áreas, tornando a acupuntura uma prática cada vez mais utilizada”, disse.

Doris Henao é a responsável pelo serviço oferecido no HC

Diretor Clínico do HC/Unesp, André Balbi, reunido com responsáveis pela Farmácia de Alto Custo A Farmácia Alto Custo de Botucatu abrange 30 municípios e atende a aproximadamente 10 mil pacientes da região do Departamento Regional de Saúde - DRS VI de Bauru. Estão disponíveis cerca de 230 ítens, que visam, na maioria das vezes, o tratamento de doenças crônicas. Entretanto, nem todas as patologias são contempladas. O local dispõe atualmente de um médico auditor, que é responsável por avaliar e autorizar ou não os processos. A avaliação é feita de acordo com critérios de inclusão e exclusão dos Protocolos, Portarias e Resoluções estabelecidas pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. Atualmente, 8% dos pacientes

Unidade atende a mais de 10 mil pacientes que retiram medicamentos na unidade (727 de 9119 atendidos em março de 2010) não pertencem à região abrangida por ela. Para maior comodidade dos pacientes e aprimoramento da rotina da Farmácia, foi estabelecido um cronograma de entrega de malotes pelos municípios. Toda quinta-feira a Farmácia de Alto Custo recebe o malote e no mesmo dia da semana seguinte os representantes das cidades atendidas retiram os medicamentos e os documentos na unidade. O paciente retira seu

medicamento no próprio município. Para receber o tratamento através do programa de alto custo, o paciente deve deixar o serviço de saúde com todos os documentos devidamente preenchidos, cópia de exames específicos para cada patologia e anexos. Em seguida precisa dar entrada no pedido da sua medicação na farmácia que atende o município mora. Todos os municípios do estado de SP são atendidos pelo programa. O funcionamento é de segunda a sexta das 8 às 16 horas. O atendimento é feito por senha, que é entregue até as 13 horas. O balcão de atendimento é voltado aos pacientes residentes em Botucatu.

ABRIL 2010


12 COMEMORAÇÃO

Reencontro marca os 15 anos de formatura da 28ª turma de Medicina Integrantes da 28ª turma de Para professora Karina PaMedicina da Faculdade de Me- vão, do Departamento de Saúdicina de Botucatu/Unesp reali- de Pública da FMB, organizazaram entre os dias 16 e 18 de dora do encontro, a reunião abril, atividades em comemora- mostrou o companheirismo e ção aos 15 anos de formatura. entusiasmo que caracterizou a Ao menos 40 ex-alunos pude- 28ª turma. “Estes encontros reram recordar momentos da fletem a união que tínhamos época de graduação e também como turma. Ela se tornou direafirmar a amizade conquista- ferente, pois vivenciamos muida ao longo do tempo. Esta é a tas dif iculdades da faculdade. quarta reunião dos acadêmicos. Morávamos em república e criEntre os presentes, muitos dos amos a festa brega, por exemformandos e familiares, além do plo. Foram anos inesquecíveis”, professor emérito da instituição, ressalta. Dr. Joel Spadaro. Guilherme O descerraSafady Saad O DESCERRAMENTO DE mento de uma Hossne, tamUMA PLACA ALUSIVA À placa alusiva à bém formado OCORREU DIA OCASIÃO ocasião ocorreu pela FMB, enfadia 16 de abril no tiza que muitos 16 DE ABRIL NA FMB estacionamento momentos podo Departamento de Cirurgia e dem ser considerados marcanOrtopedia (anexo verde) da FMB. tes pela turma. Além da união Jantar e um baile também inte- dos colegas, com os quais aingraram a programação do en- da mantém contato próximo, contro. Na ocasião foi exibido algumas peculiaridades foram um DVD com fotos da turma. únicas. Em 1991 surgiu a Festa “Vivemos atualmente na es- Brega, lembrada pela grande cola uma transição com as mu- maioria dos presentes no endanças no perfil do médico e contro como um dos legados no que ele deve saber. Vocês mais ‘divertidos’ do grupo. Na têm a missão de ainda manter ocasião, Milton Morales Filho, a excelência que a nossa Fa- médico da 28ª turma e ator, culdade de Medicina sempre foi quem introduziu o evento. mostrou na formação de seus "Fomos nós que criamos a fesalunos”, declarou prof. Joel. ta brega em Botucatu e que “Hoje os alunos saem com for- até hoje persiste como uma mação humanística e profissi- das mais divertidas da cidaonal de qualidade. Vocês (alu- de. Mas nossos colegas semnos) vivenciaram e lutaram por pre se mostraram atuantes em isso”, complementou. muitos aspectos”, disse.

A 28ª turma de médicos da FMB/Unesp Adriana Gimenes Pim Adriana Mota Virgilio Alessandro Giurizatto Melanda Alexandra Cury Rojas Alexandre Yoshinori Sato Alvaro Luis Regis Lemos Andre Gasparini Spadaro Andrea Aparecida Contini Andrea de Fatima Gracio Andreia Inacio Luz Angelica Sayuri Kobayashi Antonio Cartaxo Esmeraldo Junior Ariani Cristina Moraes da Silva Carlos A.A. Correa de Mendonca Carlos Augusto Silveira de Souza Carlos Felipe Bernardes Silva Carlos Frederico Pascale Carlos Rocha Junior Catia Regina Branco da Fonseca Cibele Aparecida Santos Ferreira Claudia Cristina Doimo Nakabashi Claudia da Costa Claudio Jeronimo da Silva Claudio Mitelpunkt Claudio Yoiti Inafuku Cristiane M. Marques de Almeida Cristiane Mota da Silva Cristiane Pinto de Souza Cristiane Vasconcellos Faria

Cristina Alexandre Costa Daniela Cristina Carvalho Darlan Joaquim Rodrigues Parreira Decio de Queiroz Telles Filho Edgard Alexandre Romanato Junior Eliana Cristina Louza Monteiro Eliane Alves Figueiredo Emerson Carlos Erika Veruska de Oliveira Paiva Fabiana Shuha Fabio de Oliveira Fabio Rodrigues Kerbauy Giedre Zuppani Ballista Guilherme Safady Saad Hossne Gustavo Garcia de Arruda Falcao Helton Jose Barbosa Venancio Jaqueline Ambrosio Barbanera Joao Pedro Jungers Mello Junior Joel Roberto Saggioro Molan Jose Cesar de Oliveira Neto Jose Fernando El Murr Jose Ulysses Amigo Filho Juliana Horschutz Stella Karina Pavao Patricio Kelly Cristiane Bulizani Laura Aparecida Bariquelo Naveiros Liamar de Abreu Ferreira Lirianne Adzgauskas Silva Lourenço Sampaio de Mara

Luciana Leme Carvalho Luciana Silveira de Oliveira Marcia Mayko Kobayashi Marcia Zocchio Torresan Marcio Alves Cruz Marcio Koji Minohara Marco Aurelio Marangoni Marcus Tullius Faria Maria Paula Morelli Natal Mario Batista de Souza Junior Mario Ferreira Carpi Maristela Martinez Mauricio Bezerra Damaceno Maurilio Jose Chagas Milton Morales Filho Natercia Cunha Viana Newton Kara Jose Junior Nidia Borges Achoa Paulo Henrique Spirandeli Paulo Roberto Figueiredo Reginaldo Carlos Boni Rejane D´Avila Reis Renate Wernick Renato Manzioni Renato Saltao Ferracciu Ricardo Manzoni Rodrigo Afonso Ribeiro Sandra Rosal Elias Sergio Augusto Marcelino Filho Valeria Aparecida Padua Fleuri

ESPORTE

Medicina/Unesp é vice-campeã do Pré-Intermed 2010 Alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), representados pela AAACHSA (Associação Atlética Acadêmica Carlos Henrique Sampaio) foram vice-campeões da edição 2010 da Pré-Intermed, realizada em Garça. Os botucatuenses perderam o título por apenas um ponto de diferença para a PUC/Campinas (105 a 106) na classif icação geral. Taubaté obteve a terceira colocação com 100 pontos, seguidos por Jundiaí (87) e Sorocaba (75). Onze faculdades de medicina de todo o Estado disputaram doze modalidades esportivas: futsal, vôlei, handebol, basquete, softbol, beisebol, futebol, xadrez, tênis de mesa, tênis, natação e atletismo. A competição cede duas vagas aos campeões para participarem da Intermed, que será realizada no segundo semestre. A cidade-sede ainda não foi definida. Na modalidade de futsal feminino, a equipe botucatuense sagrou-se campeã de forma invicta. Foram quatro partidas, com três vitórias e um empate. ABRIL 2010

Equipes de futsal feminino e natação masculina foram os destaques da Medicina/Unesp ao vencerem suas modalidades O primeiro lugar na competição também foi obtido por integrantes da Atlética na natação masculina. A FMB obteve a segunda colocação no atletismo masculino, enquanto que o feminino obteve o quinto lugar. A equipe de futebol de campo foi vice-campeã em sua modalidade. Com campanha de três vitórias, Botucatu foi derrotada na f inal por Sorocaba pelo placar de 2 a 1. O vôlei masculino também foi vice ao

CLASSIFICAÇÃO FINAL Puccamp Botucatu Taubaté Jundiaí Sorocaba

106 105 100 87 75

perder o título para Jundiaí. No tênis de mesa feminino foram duas vitórias (3 a 0 diante de Rio Preto e 3 a 1 contra Bragança Paulista) e uma derrota (na decisão com Taubaté: 2 a

3). No basquete feminino, o segundo lugar veio após Botucatu perder a f inal para PUC Campinas por 20 a 38. Botucatu obteve a terceira colocação nas modalidades de judô (misto), tênis de campo masculino, futebol de salão masculino, vôlei feminino e handebol feminino. Já handebol masculino, xadrez e tênis de campo feminino proporcionaram o quarto lugar aos alunos da FMB. O desempenho da de-

legação ainda resultou no quinto e sexto lugares no basquete masculino e natação feminina, respectivamente. Para Pedro Henrique Machado, presidente da AAACHSA, a participação dos alunos foi surpreendente, já que boa parte das equipes têm novos integrantes. “O desempenho foi acima do esperado, já que perdemos muitos atletas este ano. Chegamos a muitas semifinais e isso mostra a força de nossas equipes”, ressaltou.


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