Jornal da FMB nº 23

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Hepatite C: FMB integra estudo que torna diagnóstico mais barato Grupo internacional, que tem a participação direta de pesquisadores da Faculdade de Medicina/Unesp, desenvolve método que reduz drasticamente custos com diagnósticos. Página 12

Cônsul do Japão quer estreitar relação com Unesp Dr. Reginaldo Boni: captação passará por aprimoramento

OPO tem novo coordenador e traça metas

A OPO (Organização de Procura por Órgãos) está sob novo comando. Dr. Reginaldo Carlos Boni, de 41 anos, formado pela FMB e que responde por um Serviço de Captação de Órgãos e Tecidos na capital passa a coordenar a área. Profissionalizaçãopassa a ser foco do serviço. Página 10

Clima de amizade e disposição para novas e importantes parcerias entre a Unesp e o Japão. Foi assim a visita à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) do cônsul geral do Japão, em São Paulo, Kazuaki Obe e sua comitiva, dia 21 de maio. Além de conhecer, através de um vídeo institucional, a estrutura de pesquisa e a dimensão das quatro faculdades da Unesp de Botucatu, o convidado sinalizou grande interesse em iniciar projetos de cooperação com a universidade. Página 3

Kazuaki Obe, cônsul geral do Japão em São Paulo, frisou o tom de amizade com brasileiros

HC é referência no cuidado a desvios de aprendizagem Página 10

FMB: recarga de cartuchos gera economia

Enfermeira do HC narra experiência vivida no Haiti

Iniciativa da administração da FMB, através de sua Seção Técnica de Materiais, tem resultado em economia no consumo de cartuchos de tinta e outros insumos para impressoras. A criação de um serviço de recarga para uso interno proporcionou economia de até 80% nos gastos com esses produtos. Página 9

A enfermeira do Hospital das Clínicas/Unesp, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HC/FMB), Maria Clara Pinheiro Manoel, esteve em maio no Haiti. Durante dez dias, a profissional auxiliou equipes médicas à população atingida por um dos piores terremotos da História. Página 7

Ambulatório que trata desvios de aprendizagem está entre os cinco principais centros do país

Pontos eletrônicos são implantados pelo HC/Unesp

Pontos Eletrônicos têm sido instalados em locais distintos do HC

Para dinamizar e oferecer maior confiabilidade ao sistema de Recursos Humanos, a Superintendência do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (HC/FMB), tem implantado, gradativamente, um novo sistema de ponto eletrônico pelo uso da impressão digital, também chamado de biometria. A previsão é que até o segundo semestre a instalação esteja concluída. Página 11

Recargas de cartuchos ocorrem na FMB/Unesp desde 2006

Comissão de Pesquisa tem novos membros até 2012 Com mandato por mais dois anos, a professora Célia Regina Nogueira, do Departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, continuará à frente da Comis-

são Permanente de Pesquisa da instituição. A docente e a professora Lígia Rugolo, foram eleitas como presidente e vice do órgão, respectivamente, dia 17 de maio. Página 4


2 NOVIDADE

agenda FMB

Medicina/Unesp é credenciada para oferecer residência em transplante renal Depois de ter confirmada a implantação de seu programa de residência em transplante de fígado, agora a Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) comemora a criação da especialização em transplante renal na área clínica, aprovada em março deste ano e que deverá ter início em 2011. Será oferecida apenas uma vaga para o curso com duração de um ano. É pré-requisito que o candidato tenha feito dois anos de residência em nefrologia. No Estado, somente USP (Universidade de São Paulo) – campus da Capital e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), além da FMB/Unesp foram autorizados a oferecer esse tipo de capacitação aos médicos residentes, por atenderem plenamente as condições previstas pela Comissão Nacional de Residência Médica. Trata-se de uma especialização inédita no Brasil. Serão responsáveis pela residência a professora do Departa-

mento de Clínica da FMB, Maria Fernanda Cordeiro de Carvalho e o nefrologista Dr. Luis Gustavo Modelli de Andrade. O material de formação dos profissionais será composto, também, por informações dos pacientes assistidos tanto no ambulatório pré-operatório quanto aqueles que são acompanhados após terem sido transplantados no Hospital das Clínicas/Unesp (HC). A unidade, que conta com uma equipe composta por seis médicos nefrologistas, já realizou 486 transplantes desde junho de 1987 – quando o serviço foi criado. A expectativa é, ainda em 2010, atingir 500 cirurgias desse tipo.

15/06/2010- DEFESA DE TESE ANDRÉ FERREIRA DO NASCIMENTO RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES PERÍODOS DE EXPOSIÇÃO À OBESIDADE INDUZIDA POR DIETA E LIPOTOXICIDADE CARDÍACA: PAPEL DO EIXO LEPTINA/OB-R/AMPK/ACC/MALONI COA Programa: Fisiopatologia em Clínica Médica Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Cicogna Local: Auditório Marco Aurélio - Depto. de Clínica Médica da FM de Botucatu-UNESP Horário: 09:30 18/06/2010- DEFESA DE TESE ALEXANDRE NAIME BARBOSA AVALIAÇÃO DAS CITOCINAS (ELISA E RT-PCR) E DA FIBROSE HEPÁTICA NA COINFECÇÃO PELO HIV E VÍRUS DA HEPATITE C Programa: Doenças Tropicais Orientador: Prof. Dr. Domingos Alves Meira Local: Solário do Depto. de Doenças Tropicais (anexo vermelho 3º andar)-FM/Unesp Horário: 08:00 22/06/2010- EVENTO NOÇÕES DE PREPARO, IDENTIFICAÇÃO, ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS BIOLÓGICAS Local: Casa do Servidor- Sala 8 Horário: 8:00 Contato: wal@fmb.unesp.br ou (14) 3811-6235

Dra. Maria Carvalho será responsável pela residência

HC/UNESP É O 13º MAIOR TRANSPLANTADOR DE RINS DO BRASIL A unidade de transplantes renais do Hospital das Clínicas/Unesp (HC) conquistou a 13ª colocação no ranking dos 137 centros que mais realizaram o procedimento em todo o Brasil ao longo de 2009, segundo divulgação feita pela ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgão). Foram 68 transplantes, sendo 26 de doadores vivos e 42 de pessoas já falecidas, sendo que este último indicador teve um crescimento de 75%.

CIÊNCIA

Debate enfoca compostos tóxicos em alimentos

Elizabeth Nascimento, da USP, discorreu sobre toxicologia

Com ênfase nas particularidades da presença de substâncias tóxicas em alimentos, o Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp, através de seu Núcleo de Avaliação Toxicogenética e Cancerígena- Toxican- promoveu, dia 25 de maio, palestra a alunos de pós-graduação e pesquisadores sobre o tema. Ministrada pela professora do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) Elizabeth de Souza Nascimento a palestra focou

10/06/2010- DISSERTAÇÃO DE MESTRADO VALQUIRIA PESSOA CHINEM ESTUDO DOS MARCADORES CUTÂNEOS INDICADORES DE RISCO PARA CARCINOMA BASOCELULAR Programa: Patologia Orientador: Prof. Dr. Helio Amante Miot Local: Anfiteatro Maria José dos Reis Lima- Dept. de Enfermagem- FMB - UNESP Horário: 08:30

essencialmente como os profissionais das áreas biológicas e médicas podem avaliar os principais riscos que caracterizam a toxicidade em um alimento. A palestrante abordou aspectos determinantes que a ingestão de alguns alimentos, os componentes presentes neles e a exposição aos compostos tóxicos naquilo que é consumido. “Os alimentos têm a características de agregarem fatores como os insumos em sua produção, que podem ser, em longo prazo, tóxicos à saúde. São agentes que favorecem a contaminação”, ressaltou a professora.

22/06/2010 - EVENTO I JORNADA DE DIABETES DA FMB Local: Casa da Arte da FMVZ Horário: 17:30 às 21:30 h Contato: (14) 3811-6140 ramal 113. 19/06/2010- DISSERTAÇÃO DE MESTRADO LUCIANA CURTOLO DE BARROS ATIVIDADE COAGULANTE E DA TOXICIDADE DA GIROXINA NATIVA E IRRADIADA COM COBALTO-60 ISOLADA DO VENENE DE CROTALUS DURISSUS TERRIFICUS Programa: Doenças Tropicais Orientador: Prof. Dr. Rui Seabra Ferreira Junior Local: Solário do Depto. de Doenças Tropicais (anexo vermelho 3º andar) Horário: 9 horas 02/07/2010- DEFESA DE TESE TATIANA HENRIQUES FERREIRA A FARMACOCINÉTICA DA METADONA E SEUS EFEITOS ANTINOCICEPTIVOS, COMPORTAMENTAIS E SOBRE A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR MÍNIMA DE SEVOFLUORANO EM FELINOS Programa: Anestesiologia Orientador: Prof. Dr. Antonio José de Araújo Aguiar Local: Sala 2 - Departamento de Anestesiologia - Anexo Verde-FMB- UNESP Horário: 08:30 21/08/2010- EVENTO I SIMPÓSIO DE NUTRIÇÃO EM GASTROENTEROLOGIA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8:00 Contato: (14) 3811-6213 ou nivaldo@fmb.unesp.br 23/08/2010- EVENTO CONGRESSO NIPO-BRASILEIRO DE ESTUDANTES DE MEDICINA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: a confirmar Contato: mhida@fmb.unesp.br 26/08/2010- CURSO CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTERNOS E A PESQUISA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: a confirmar Contato: mhida@fmb.unesp.br 29/09/2010- EVENTO VI CONFIAM- CONGRESSO DE FÍSICA APLICADA À MEDICINA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu Horário: 8:00 Contato: (14) 3811-6140 ramal 113.

Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp.br

OPINIÃO Quando fui convidado pela Chefe da Disciplina de Oftalmologia para falar algumas palavras sobre os 40 anos do início da Residência Médica de Oftalmologia na Faculdade de Medicina de Botucatu, senti um misto de tempos passados e me senti impregnado por este tempo e por estas lembranças. Sentado como vocês, várias vezes a cada cinco anos, era eu quem ouvia a palavra de um querido professor ou professora, falando sobre os aniversários de nossa Residência Médica. Me veio então o pensamento do poeta alemão Novalis, para quem "O espaço mescla-se com o tempo, assim como o corpo se mescla com a alma". Esta residência médica mesclou-se com todos nós. Eram outros tempos quando os pioneiros iniciaram esta estrada. O convite do saudoso professor Mario Rubens Montenegro, pioneiro fundador da faculdade, e do Professor William Saad Hosne, então Chefe do Departamento de Cirurgia, ao Dr. Osvaldo Monteiro de Barros, então oftalmologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da universidade de São Paulo, para a implantação da Oftalmologia na antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), foi feito no primeiro semestre de 1967. Nos primeiros anos, outros oftalmologistas de S. Paulo e da região, se juntaram como colaboradores voluntários ao hoje saudoso pioneiro. Em 1969 juntou-se o Dr. Milton

MAIO 2010

40 Anos de Residência de Oftalmologia em Botucatu (transcrição do discurso proferido na XXVI Jornada Anual de Oftalmologia – 15.05.2010) Massato Hida, o primeiro docente em tempo integral, e em 1970 iniciou-se a Residência Médica. Eram tempos de muita carência e de pioneirismo em tudo. No entanto, com todas as dificuldades estruturais e com a tecnologia oftalmológica muito menos desenvolvida de que nos nossos dias, a oftalmologia já nascia pioneira nesta faculdade. Contava o Dr. Osvaldo que a primeira cirurgia realizada em nosso Centro Cirúrgico foi uma facectomia com anestesia local. Eram tempos difíceis, pois pouco antes disso, o Hospital das Clínicas ainda não funcionava, pois só após a "Operação Andarilho", foram obtidos recursos para o funcionamento do HC. A residência Médica de Oftalmologia foi aberta inicialmente com duas vagas. Evoluiu posteriormente para 3 vagas, na década de 80 e na década de 90, para 7 vagas de R1 por ano, com R3 obrigatório e oferecimento de vagas para estagiários de 4º ano. Foram 162 especialistas formados nestes 40 anos, e mais uma equipe de 20

A DISCIPLINA EXTRAPOLOU OS MUROS DO HC, NÃO SÓ PARA A CLÍNICA, MAS TAMBÉM PARA AS CIRURGIAS residentes, atualmente. Neste tempo tivemos residentes de quase todos os Estados do Brasil, e de todas as Faculdades de Medicina do Estado. Paralelamente a tudo isso, o diagnóstico e o tratamento cirúrgico foi sendo imensa e rapidamente modificado, de tal forma que seus docentes, foram desenvolvendo as diversas subespecialidades da Oftalmologia dentro do HC, e em 1994 foi implantada a primeira disciplina dentro da Pós-Graduação, e outra após. A Disciplina de Oftalmologia conta hoje com 7 docentes, sendo seis em Regime de Dedicação Integral a Docência e à Pesquisa, mais uma docente substituta e 3 médicos. É enorme a assistência praticada, estando entre as 3 ou 4 pri-

meiras clínicas que mais atendem e operam neste HC. A Disciplina extrapolou os muros do HC, não só para a clínica mas também para as cirurgias, e continua com a atividade clínica fora dos limites institucionais, com o pioneiro projeto da Unidade Móvel, idealizado e coordenado pela Dra. Silvana Artioli Schellini, nossa Professora Titular. Professores de elevado profissionalismo e dedicação se juntaram à Disciplina de Oftalmologia: Dr. Felipe Jorge Heimbeck, Dra. Maria Rosa Bet de Moraes Silva, Dra. Amélia Kamegasawa, Dra. Silvana, este que vos fala, Dra. Eliane Chaves Jorge, Dr. Antonio Carlos Lottelli Rodrigues, Dra. Sílvia Narikawa bem como os médicos Drs. Álvio, Kellen e Mitsuo. Também fazem esta Disciplina os nossos dedicadíssimos funcionários, nossos alunos e nossos empenhados residentes. Há uma expressão famosa em grego que diz "Tu e eu carregamos o mesmo jugo". Também hoje vivemos tempos difíceis. A reposição de equipamentos que se tornam obsoletos ou quebram defini-

tivamente, tem sido cada vez mais difícil. Promessas não são cumpridas, equipamentos furtados não são repostos. Sem falar nos avanços e na reposição de aposentados. Devemos prosseguir, no entanto, com bom ânimo. Como se diz na famosa sátira do "Importuno", de Horácio, "a vida nada dá aos mortais sem grande labuta". Não devemos nunca esquecer os que construíram e trabalharam antes de nós. De tudo que falei, que fique em nossos corações o sentimento de gratidão e respeito àqueles que nos ensinaram na residência médica, aos docentes, médicos, colaboradores, voluntários e funcionários que contribuem e providenciam para que as coisas dêem certo. Aos nossos colegas de residência, contemporâneos das noites mal dormidas, das dúvidas, das dificuldades e inquietações deste período de nossas vidas, encerro lembrando as palavras de Jacob Riis: "Quando nada parece dar certo, vou ver o cortador de pedras martelando sua rocha talvez 100 vezes, sem que uma única rachadura apareça. Mas na centésima primeira martelada a pedra se abre em duas, e eu sei que não foi aquela que conseguiu isso, mas todas as que vieram antes."

EDSON NACIB JORGE

é professor do Departamento de Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp


3 RECURSOS HUMANOS

Horário especial na FMB para a Copa do Mundo Tendo em vista o período da Copa do Mundo da África do Sul, que acontece entre junho e julho, a Pró-Reitoria de Administração informa que o expediente das unidades da Unesp, com exceção dos serviços considerados essenciais e de interesse público, terão mudanças em seu horário de funcionamento durante as partidas da seleção brasileira de futebol. Nos dias 15 e 25 de junho, data das partidas contra a Coreia do Norte e Costa do Marfim e Portugal, respectivamente, o expediente terá alteração. No dia 15, o encerramento será às 14 horas, sendo que dez dias depois os trabalhos nas unidades da Unesp terão início também às 14 horas. A determinação atende ao decreto 55.848, de 24 de maio de 2010. Devido a esta deliberação, os servidores deverão compensar as horas não trabalhadas com uma hora diária observada a jornada de sua função. A compensação deverá ser determinada pelo superior imediato do setor.

Campus de Rubião Jr. recebe melhorias para pedestres

A Administração Geral, com o intuito de melhorar a acessibilidade do usuário da Unesp, em Rubião Júnior, tem realizado adaptações nas novas calçadas do campus. A iniciativa deve abranger em breve toda a extensão do campus. Elas contemplarão locais de travessias de transeuntes, como esquinas e faixas de pedestres. Nos Laboratórios Experimentais da Faculdade de Medicina também houve melhoria. Foram colocados corrimãos nas dependências para facilitar o acesso a cadeirantes.

CONTATOS

Cônsul geral do Japão conhece Unesp de Botucatu e se diz aberto a parcerias muito estreitar a “ Quero amizade e relacionamento com Botucatu e a Unesp

Kazuaki Obe, cônsul geral do Japão, sobre a relação com a Unesp

Comitiva do cônsul foi recepcionada pela comunidade acadêmica das unidades da Unesp Clima de amizade e disposição para novas e importantes parcerias entre a Unesp e o Japão. Foi assim a visita à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) do cônsul geral do Japão, em São Paulo, Kazuaki Obe e sua comitiva, dia, 21 de maio. Além de conhecer, através de um vídeo institucional, a estrutura de pesquisa e a dimensão das quatro faculdades da Unesp de Botucatu, o convidado sinalizou grande interesse em iniciar projetos de cooperação com a universidade. Satoshi Yoshida, representante sênior da JICA (Agência de Cooperação Internacional, do Japão) – que mantém projetos de apoio sócio-econômico a países em desenvolvimento - explicou como fun-

cionam atualmente as parcerias entre seu país e o Brasil. A entidade atua em seis áreas: Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Cooperação Triangular (Japão e Brasil se unem para ajudar um terceiro país), Cooperação Técnica, Cooperação Financeira e Cooperação em Ciência e Tecnologia. Nesses setores, segundo Yoshida, alguns dos principais projetos são: preservação da Amazônia utilizando imagens de satélite (Cooperação Técnica); despoluição da

FMB, EM 47 ANOS, JÁ FORMOU 4 MIL MÉDICOS, SENDO 500 DE DESCENDÊNCIA NIPÔNICA

Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro; rebaixamento da calha do Rio Tietê, em São Paulo (Cooperação Financeira - são destinados R$ 4,8 bilhões para 15 projetos). Além disso, de acordo com o representante da JICA, o Japão já recebeu 9.500 brasileiros para a realização de cursos em várias áreas. Em relação à Cooperação em Ciência e Tecnologia, desde 2009, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Santa Catarina é realizado um projeto de aproveitamento do bagaço de cana-de-açúcar para a produção de etanol. “Desejamos seguir nesse caminho de amizade e cooperação”, destacou Yoshida. O cônsul geral do Japão, em

São Paulo, afirmou ter ficado emocionado com a recepção que teve dos representantes das quatro unidades da Unesp – campus de Botucatu. “Fico muito feliz em receber esse carinho, algo que vem do coração mesmo. Acho muito importante o trabalho desenvolvido pela Unesp. Quero muito estreitar a amizade e o relacionamento com Botucatu e a Unesp”, disse Kazuaki Obe, que, assim como sua comitiva, foi presenteado com lembranças de Botucatu e material promocional da Unesp. Professor Sérgio Swain Müller, diretor da FMB e presidente do Grupo Administrativo do Campus (GAC), lembrou que o Brasil é um país com uma grande diversidade cultural e muitos imigrantes japoneses, o que classificou como uma de suas principais riquezas. “Fazendo um paralelo a esse cenário, na FMB já formamos aproximadamente 4 mil médicos e, desses, cerca de 500 são descendentes de japoneses (12,5%) o que mostra a importância da relação entre as duas nações”, declarou. “Espero que na próxima visita que fizerem a Botucatu já possamos mostrar projetos em parceria com a Unesp, frutos dessa visita. Temos muito a aprender e a ensinar”, acrescentou Müller.

MODELO

Ministério da Saúde inicia pela Upeclin visitas a centros de pesquisas clínicas Representantes do Decit (Departamento de Ciência e Tecnologia), vinculado à Secretaria de Ciência, Tecnologia, e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, iniciaram, pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), visitas técnicas a unidades integrantes da Rede Nacional de Pesquisa Clínica- RNPC. O objetivo foi discutir propostas de ação na área de pesquisa clínica e estreitar contatos com o governo federal na busca de apoio e incentivo a iniciativas que surgirem na instituição. A visita, realizada dia 25 de maio, também possibilitou que pesquisadores vinculados à Unesp, em específico à Faculdade de Medicina, pudessem conhecer as ações do ministério para a pesquisa. Representaram o órgão federal as coordenadoras de pesquisa clínica do Decit, Ana Patrícia de Paula e Clarissa Campos Guaragna Kowalski. Profª Silvana Schellini, vice-diretora da FMB, durante recepção às representantes do Decit, enfatizou o intuito da faculdade em consolidar a pesquisa clínica e a implantação da estrutura física com a construção da Upeclin (Unidade de Pesquisa Clínica). Ela ainda frisou a criação de fundos de apoio

Upeclin terá novo pavimento e ampliará capacidade de pesquisa

Representantes do Decit também conheceram a FMB e HC a estudos clínicos contemplados pela instituição. “O Ministério da Saúde pode ser o nosso parceiro no fomento de pesquisas que beneficiem a população”, ressaltou. Coordenadora geral de Pesquisa Clínica do Decit, Ana Patrícia frisou os incentivos que o Ministério da Saúde tem fornecido aos pesquisadores, desde linhas de financiamento até projetos quanto a registro de patentes. Para ela, os hospitais vinculados às universidades (como é o caso do Hospital das Clínicas/Unesp) e instituições de ensino têm se mostrado estratégicos para a consolida-

ção da Rede Nacional de Pesquisa Clínica. “O ideal é que todos os hospitais de ensino estejam ligados a esta rede de pesquisa. O que tentamos fazer é com que a universidade abrace a pesquisa clínica”, declarou. Segundo a coordenadora, as visitas aos centros de pesquisa clínica servem para levantar a realidade de tais locais, suas características de atuação regional e o comportamento dentro da Rede Nacional de Pesquisa Clínica. “O papel do Ministério da Saúde e principalmente do Decit é reconhecer as dificuldades de cada um dos mem-

Inaugurada oficialmente em dezembro de 2009, a Unidade de Pesquisa Clínica- Upeclin- será ampliada, com a construção do segundo andar da sede, no campus de Rubião Júnior da Unesp. Serão destinados espaços para guarda de medicamentos, arquivo, pequeno auditório para reuniões, além de áreas de monitoria e administração. Os recursos para a ampliação serão do Finep e as obras terão início no segundo semestre deste ano. A Upeclin está instalada em um prédio com 600 metros quadrados de área construída que conta com 10 consultórios e oito leitos, além de completa infra-estrutura para pesquisa clínica. O investimento to-

tal foi de R$ 1,2 milhão. “Hoje usamos a parte da estrutura atual de atendimento em pesquisa para questões administrativas. Tendo estes espaços específicos, a capacidade de receber mais estudos também será ampliada”, realçou prof. Caramori. A Upeclin realiza a fase clínica (pesquisa em seres humanos) de projetos encaminhados por todas as unidades da Unesp, empresas farmacêuticas e também de outras instituições do Brasil, desde que o produto em desenvolvimento tenha a qualidade exigida. Já ocorrem ensaios clínicos multicêntricos desenvolvidos em parceria por várias unidades da Rede Nacional de Pesquisa Clínica.

bros da rede para ajudar a se ajustarem”, complementou. As representantes do Decit também percorreram o complexo Faculdade de Medicina/Unesp e HC. Entre os locais visitados estavam o Departamento de Patologia, os laboratórios de Biologia Molecular, instalações do Hemocentro e a própria Upeclin. O coordenador da Upeclin

da FMB/Unesp, prof. Carlos Antonio Caramori, ressaltou que o contato com os órgãos de fomento e apoio à pesquisa são essenciais para a inserção da FMB como um dos mais importantes centros de pesquisa clínica do país. “A Upeclin tem se tornado modelo entre os demais centros de pesquisa por seguir tanto roteiros quanto processos administrativos”, disse. MAIO 2010


4 REELEIÇÃO

ENCONTRO

Comissão de Pesquisa da FMB Semana de Enfermagem é mantida com mesma presidência enfoca profissional na sociedade moderna Com mandato por mais dois anos, a professora Célia Regina Nogueira, do Departamento de Clínica Médica, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, continuará à frente da Comissão Permanente de Pesquisa da instituição. A docente, ao lado de Lígia Rugolo, foram eleitas como presidente e vice do órgão, respectivamente, dia 17 de maio. Responsável pelo incentivo à pesquisa dentro da FMB, a comissão fornece subsídios para incrementar o desenvolvimento da pesquisa, estimular e auxiliar na organização de projetos de pesquisa e divulgação em congressos ou eventos. Outra atribuição é a obtenção de bolsas especiais em pesquisa. Também compõem o grupo, como titulares, a profª Denise Fecchio e Daniela Cristina dos Santos (aluna representante da pós-graduação da faculdade). Serão suplentes os professores: Júlio Defaveri, Jussara Machado e Norma Modolo, além do representante discente Igor Minatel. A posse, durante reunião na Sala da Congregação da FMB, contou com a presença dos diretores da instituição, professores Sérgio Müller e Silvana Schellini. Em sua fala, o di-

ONDE SE INFORMAR Informações sobre pesquisas, bolsas de incentivo e linhas de pesquisa podem ser obtidas através do site www.pesquisa.fmb.unesp.br ou pelo telefone (14) 3811-6140 ramal 113.

Profa. Silvana explicou como poderá ser utilizado o FIP retor ressaltou sobre o momento da pesquisa dentro da faculdade e a preocupação com o fomento de novos pesquisadores. Müller também enfatizou a importância da estruturação de centros de desenvolvimento de pesquisa dentro da instituição, como as Unidades de Pesquisa Clínica (Upeclin) e de Pesquisa Experimental (Unipex)- esta última prestes a ganhar instalações físicas.

COMISSÃO FORNECE SUBSÍDIOS PARA INCREMENTAR O DESENVOLVIMENTO

DA PESQUISA NA FMB

Em sua explanação, profª Silvana explicou de que forma poderá ser utilizado o FIP (Fundo Institucional de Pesquisa), criado em 2008 e que tem como meta dar suporte financeiro e fortalecimento de políticas e programas de pesquisa. Exemplif icou como ocorre um sistema similar em instituições de ensino superior no Rio

Grande do Sul. Alguns pontos foram essenciais para a atuação da comissão, segundo profª Célia Nogueira, entre os quais o I Encontro da Pesquisa, além da aprovação da Unipex e da Upea (Unidade de Pesquisa em Experimentação Animal). “No encontro, por exemplo, pudemos definir as metas e ações para alavancar a pesquisa na Faculdade de Medicina. Tais objetivos foram amplamente debatidos pela comunidade, aprovados pela Congregação da FMB e a partir de agora têm prazo para acontecer”, ressaltou. A presidente ressalta que para os próximos dois anos as metas a serem cumpridas pela comissão vão desde o estabelecimento de uma política de pesquisa para a FMB, com cursos para elaboração de projetos, redação científica, aperfeiçoamento dos funcionários da Unipex; além da captação de recursos institucionais e a formação de uma rede de pesquisa Unesp para a melhoria do impacto das publicações com os resultados obtidos nos estudos.

Mais de 300 profissionais de enfermagem (enfermeiros, auxiliares de enfermagem e técnicos), participaram, na tarde de terça-feira, da abertura da 26ª Semana de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e Hospital das Clínicas (HC). O evento, realizado no salão nobre da instituição, teve como foco principal, este ano, os temas profissão, família e indivíduo. Compuseram a mesa de trabalhos o superintendente do HC, prof. Emílio Curcelli; a chefe do Departamento de Enfermagem da FMB, profª Carmen Casquel Monti Juliani; do diretor financeiro da Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), prof. José Goldberg e a chefe da Divisão Técnica de Enfermagem do HC, enfermeira Andréia Zamberlan. Durante a abertura do evento, o superintendente do HC, prof. Emílio Carlos Curcelli, frisou a importância do suporte da equipe de enfermagem no auxílio e cuidado ao paciente. “A enfermagem é o espelho do HC. O hospital continua em pé, em grande parte, pela determinação dos nossos profissionais”, ressaltou. Curcelli também enfocou as dif iculdades que tanto enfermeiros, quanto auxiliares de enfermagem enfrentam em seu cotidiano. Segundo ele, a prof issão tem se mostrado cada vez com maior alcance e penetração na área da saúde. “Esse hospital tem dificuldades. E eles (os problemas) seriam maiores se não houvesse o apoio tanto da Famesp quanto de nossas equipes

INICIATIVA

Disciplina Pediatria Social deve inserir “Médicos da Alegria” em suas atividades

MAIO 2010

ças e os funcionários da entidade para orientação e dicas de prevenção, além de informações sobre como lidar com crianças em situações especiais, como convulsões, por exemplo. Nas atividades que acontecem em inter valos maiores e têm a presença da Liga de Pediatria da FMB, já foram discutidos temas como: pneumonia, infecções das vias aéreas superiores, alimentação saudável, noções de primeiros-socorros para leigos, obesidade infantil, gripe suína, entre outros. A última reunião foi usada para a troca de informa-

ções sobre aleitamento materno e alergias alimentares. De acordo com a pediatra e professora da FMB, Dra. Cátia Fonseca, existe a possibilidade de a Disciplina Pediatria Social passar a ser desenvolvida também no “Centro Educacional Professora Roseli Leite Alves”, escola de educação infantil recentemente inaugurada no Jardim Santa Elisa. “Só que vamos precisar de mais gente envolvida, talvez convidemos os residentes R1 para participarem”, cogita. A responsável pela disciplina é a pediatra e professora Francisca Faleiros.

SOBRE O "MÉDICOS DA ALEGRIA" O projeto de extensão é mantido por alunos da FMB há 9 anos. Eles frequentam oficinas e se preparam para atividades lúdicas que são realizadas com o objetivo de tornar menos hostil o ambiente onde as crianças estão internadas no Hospital das Clínicas. Os integrantes utilizam maquiagem e vestimentas alegres para brincar e distrair os menores.

Sandra Calais enfocou o atual papel do profissional

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO

DE

MESQUITA FILHO”

Reitor: Herman Jacobus Cornelis Voorwald Vice-reitor: Julio Cezar Durigan

F ACULDADE

DE

M EDICINA

DE

B OTUCATU

Diretor: Sérgio Swain Müller Vice-diretora: Silvana Artioli Schellini Superintendente do HC HC: Emílio Carlos Curcelli Vice-superintendente: Irma de Godoy Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi

JORNAL DA FMB

Alunos do 4º ano da graduação em Medicina e médicos residentes do segundo ano de Pediatria da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizaram, dia 19 de maio, mais uma atividade da Disciplina Pediatria Social, no Centro de Educação Infantil João Queiroz Marques, em Botucatu. Para o próximo encontro está programada a participação do grupo “Médicos da Alegria”, que envolverá as crianças em brincadeiras enquanto os pais integrarão as ações programadas pela equipe da FMB. O projeto é realizado nessa creche desde março de 2009 com encontros mensais ou bimestrais que têm a presença dos pais dos alunos. Também ocorrem visitas semanais. Essas últimas são feitas por médicos residentes da FMB envolvendo somente as crian-

de enfermagem”, complementou Curcelli. Prof. Goldberg, que representou a direção da Famesp salientou que atualmente o HC recebe o aporte de 330 profissionais de enfermagem vinculados à fundação e que uma das prioridades tem sido a gestão e o auxílio na saúde no interior do Estado. Já Andréia Zamberlan, chefe da Divisão Técnica de Enfermagem, disse que o profissional de enfermagem está inserido em uma nova realidade de atuação: além das atribuições e do crescimento na carreira, o mesmo também tem um papel de inserção na sociedade e na comunidade científica. “A profissão tem que nos dar realização. Todos que trabalham com enfermagem devem se preocupar em manter o equilíbrio entre a carreira e vida pessoal”, enfatizou. Essa também é a opinião da chefe do departamento de Enfermagem da FMB, profª Carmem Monti Juliani: “A qualidade de vida é algo que temos que buscar continuamente”, complementou. Na primeira palestra do evento, a psicóloga Sandra Leal Calais, da Faculdade de Psicologia/ Unesp, de Bauru, abordou a contextualização do papel do enfermeiro dentro da sociedade. Ressaltou que a profissão é estressante e que os quadros decorrentes deste problema afetam diretamente o relacionamento social e familiar. “A enfermagem é uma profissão extremamente estressante. A quantidade de atribuições, não somente no ambiente profissional, mas doméstico é enorme. Isso gera uma condição de total estresse no indivíduo”, declarou Sandra. Representando a organização “Médicos sem Fronteiras”, Dominique Arthur Deley, mostrou a atuação da entidade em catástrofes como o terremoto no Haiti, em janeiro, e em projetos sociais na África. A 26ª Semana de Enfermagem prossegiu dia 12 de maio. A partir das 14 horas a temática foi a habilidade no trabalho sob pressão. A palestra foi proferida pelo consultor de empresas e palestrante motivacional, Roosevelt Andolphato Tiago. Os profissionais de enfermagem aposentados pelo HC em 2009 receberam homenagem ao final do evento.

O Jornal da FMB é uma publicação mensal dirigida ao público interno da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médicohospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço imprensa@fmb.unesp.br. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & EditoraRua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SP Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG e Arquivo ACI/FMB


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Fausto Viterbo, sobre a neurorrafia término-lateral

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ACADÊMICO

Trabalhos premiados em Congresso de Educação Médica

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nervo pode ser usado como doador

grande vantagem desta “ Adescoberta é que qualquer

d o u t o r a d o , A NEURORRAFIA TÉRMINO- esclarece V iterdefendida em bo. "A grande LATERAL TEM SIDO REPLICADA 1992 e orienvantagem desta POR VÁRIOS OUTROS tada pelo descoberta é professor que qualquer AUTORES NOS EUA emérito da ner vo pode ser FMB, José Carlos de Souza usado como doador", sem cauTrindade. A técnica, que con- sar-lhe prejuízo, acrescenta. sis te na ligação de ner vos, O procedimento é utilizaestá restabelecendo o movi- do quando não há condição mento e sensibilidade em ca- de se unir as pontas dos nersos graves de lesões no om- vos rompidos. Quando isso bro, mãos e face. Pacientes ocorre geralmente o pacienparaplégicos podem se bene- te f ica sem movimento e sem f i c i a r c o m a p rev e n ç ã o d o sensibilidade no local. Os meaparecimento de úlceras de lhores resultados estão sendo decúbito (feridas). obtidos com lesões de parali"Descobrimos que os ner- sia facial provocados por acivos seccionados por uma le- dentes de carros ou por consão ou doença podem ser li- taminação por vírus, que legados lateralmente a outro sam os nervos da face. "Nesner vo (doador), e com isso, tes casos, retiramos um segrecuperar a sensibilidade e o mento do nervo sural (perna), movimento em alguns casos", sem prejuízo para o paciente,

Dr. Chiu, Dr. McCarthy, Dra. Morton, Sra. McCarthy, Dr. Graziosi, Fernanda Viterbo e Dr. Viterbo em Nova York

e o transplantamos para servir de ponte, conectando-o a outros nervos sadios", menciona o especialista. No caso das úlceras de pressão de decúbito, a técnica já foi utilizada experimentalmente em dois pacientes paraplégicos para restabelecer a sensibilidade na região das nádegas. Ambos os pacientes tinham mais de 10 anos de paraplegia. Este trabalho foi premiado no Congresso brasileiro de Cirurgia Plástica de 2004 e publicado na revista "Journal of Reconstrutive Microsurger y", em 2008. O cirurgião conta que a neurorraf ia té rmino-lateral tem sido replicada por vários outros autores nos EUA, Europa e Japão, com resultados semelhantes. Geralmente em sete dias depois da cirurgia, em média, inicia-se a regeneração do nervo e em cento e oitenta dias há o retorno da sensibilidade e movimento. O próximo passo é realizar testes com células-tronco para ver se as mesmas poderão aumentar a regeneração dos n e r v o s l i g ad o s e re d u z i r o tempo da reabilitação.

O professor do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Dr. Fausto Viterbo ministrou, em abril, palestra na Universidade de Nova Iorque - considerada a mais importante do mundo na área de cirurgia plástica. Viterbo foi convidado pelo professor Joseph McCarthy e falou sobre "Neurorraf ia término-lateral, história e aplicações clínicas". Segundo o especialista, foi uma das principais experiências que teve em sua carreira. "Foi muito interessante poder falar, durante mais de uma hora, para um auditório lotado em uma instituição com a importância que tem a Universidade de NY", frisa. A apresentação do cirurgião fez com que surgissem diversas propostas de convênios e intercâmbios tanto com a Unesp quanto com a Faculdade de Medicina de Botucatu. "Acho que este fato deve servir de exemplo para outros jovens colegas e alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu. Uma boa ideia e a estrutura necessária para desenvolvê-la torna possível alcançar o reconhecimento. Nossa faculdade oferece plenas condições para isto. Não é preciso necessariamente estar em um grande centro ou em uma instituição famosa", destaca o professor Viterbo. A "Neurorraf ia término-lateral" foi tema de sua tese de

Viterbo apresenta, em NY, técnica inovadora para retorno de sensibilidade após lesões graves

PESQUISA

Três trabalhos desenvolvidos por acadêmicos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foram premiados durante o 7º Congresso Paulista de Educação Médica- CPEM-, realizado entre 21 e 23 de maio, em São Paulo. Paralelamente, mais quatro estudos de alunos da FMB receberam menção honrosa durante o evento. O CPEM tem por objetivo o desenvolvimento de atividades conjuntas de produção científica em Educação Médica, por meio da realização de cursos, debates, mesas redondas, bem como o intercâmbio de conhecimentos e a promoção do bem-estar social entre docentes, residentes e acadêmicos de Medicina. Este ano, o evento frisou a integração básico- clínica nos currículos médicos contemporâneos: evidências, desafios e superações. Com temas que permeavam desde o autocuidado em diabetes tipo 2 e pesquisa em educação médica, os trabalhos apresentados pelos alunos da FMB buscaram avaliar formas de melhorias na qualidade de vida da população (o diabetes atinge 12% da população brasileira), além dos avanços no ensino médico atual. A FMB participou do CPEM através de seu Núcleo Acadêmico de Pesquisa Médica (Napem), com três trabalhos; sendo os demais de pesquisadores ou graduandos da instituição. Os trabalhos premiados foram: “Reconhecendo barreiras ao autocuidado no Diabetes Mellitus tipo 2”, “Obstáculos ao autocuidado no Diabetes Mellitus tipo 2: O difícil equilíbrio entre a norma e a vida” e “Um ano de experiência do Núcleo acadêmico de Pesquisa em Educação Médica”

CARREIRA

Forças Armadas apresentam possibilidade de ingresso a alunos Carreira militar tem sido opção para os novos médicos

Representantes enfocaram as ações que desempenham no país Alunos do 6º ano do curso Forças Armadas, critérios de sede graduação em Medicina, da leção e possibilidade de carreiFaculdade de Medicina de Bo- ra dentro da instituição. Cada um tucatu/Unesp (FMB) receberam, dos representantes enfocou as dia 26 de maio, informações so- ações que tanto Exército, Mabre o alistamento voluntário às rinha e Aeronáutica desempeForças Armadas (Exército, Mari- nham no território brasileiro. Estiveram presentes o tenennha e Aeronáutica). Ao todo, quase 50 universitários (entre eles te coronel Mayer Hallal, do 4º estudantes do curso de Medici- Comando Aéreo Regional de na Veterinária), entre homens e São Paulo; o major Eduardo Hamulheres, participaram de ativi- maoka (2ª Região Militar de SP) dades de apresentação e escla- e o tenente capitão Fábio Ferrerecimento de dúvidas. ti, do 8º Distrito Naval. Eles reaForam quatro palestras que lizam visitas frequentes em unimostraram o funcionamento das versidades públicas e privadas

Aluno graduado pela 42ª turma de médicos da FMB, Bruno Luiz Piotto, ingressou na Aeronáutica no início deste ano e ocupa a patente de aspirante. Atua como médico no 4º Comando Aéreo Regional de São Paulo, com sede na capital paulista. Ressaltou que escolheu ingressar nas Forças Armadas pelo interesse em desempenhar a medicina fora da rotina

acadêmica. “Queria buscar uma experiência nova na atuação prof issional e a Aeronáutica me proporciona exercer a medicina em diversas situações”, frisou Piotto, que não descarta seguir carreira na instituição. Além dele, mais sete colegas de turma também atuam na Aeronáutica e mais sete encontram-se no Exército.

Bruno Piotto é graduado pela FMB e integra a Aeronáutica

para apresentarem como os graduandos poderão se alistar para serviço na área de formação. “Ter a presença de médicos, por exemplo, em nosso quadro representa um importante apoio às Forças Armadas em todas suas prerrogativas e ações sociais que desempenha”, ressaltou major do Exército, Eduardo Homaoka. “A participação destes profissionais na vida militar também ser ve de preparação para auxílio em situações de calamidade”, complementou o tenente coronel

Hallal, da Aeronáutica. Trezentos médicos são convocados, por ano, para incorporarem o quadro tanto do Exército, quanto Marinha e Aeronáutica, somente em São Paulo. A Lei do Serviço Militar (Lei 4.375 de 17/08/1964) estabelece que todos os brasileiros são obrigados a prestarem o Ser viço Militar- a convocação de mulheres se dá apenas em caso de conflito armado. No entanto, é previsto o adiamento da incorporação para quem cursa faculdade de Medicina, Farmácia,

Odontologia e Veterinária. Para as outras áreas, existe o Órgão de Formação de Oficiais da Reserva (OFOR). Apesar da dispensa, alunos destes cursos são obrigados a se alistarem após a conclusão do curso. Atualmente, a legislação prevê que todos os formandos dispensados do Serviço Militar, deverão apresentar-se, em caráter obrigatório, a um Órgão do Serviço Militar para concorrer à Seleção Especial para prestação do Serviço Militar. MAIO 2010


6 CIMED-HC

HC passa a ter setor de informática exclusivo e vários projetos em andamento, como o novo site do hospital O Setor de Informática do Hospital das Clínicas/Unesp (HC) passa por um momento de transição e desenvolvimento. Após a divisão do STI (Serviço Técnico de Informática) da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), que antes cuidava dos assuntos relacionados a todo o complexo FMB/HC, agora o grupo que foi denominado CimedHC, está responsável somente pelas áreas do hospital. Hospital e Faculdade de Medicina decidiram separar seus serviços de informática por entenderem que as instituições tinham necessidades e prioridades diferentes. Marcelo Martins, novo coordenador do CimedHC, esclarece que a equipe decidiu manter o nome pelo valor simbólico e credibilidade que ficaram agregados à sigla. O Cimed-HC executa atualmente desde suporte em manutenção, também conhecido como “help desk”, desenvolvimento, até projetos de rede tanto para a FMB quanto para o HC. “Nosso foco principal é oferecer condições para que o paciente receba a informação que precisa e da maneira mais eficaz de acordo com suas necessidades. Por isso

Equipe responsável pela prestação de serviços na área de informática e TI do Hospital das Clínicas já trabalhamos na elaboração de um edital para a aquisição de um novo sistema e depois trabalharemos junto com a empresa vencedora da licitação em sua implantação”, disse Martins. “Somos facilitadores entre o nosso usuário e as necessidades de TIs (Tecnologias de Informação) da instituição”, continua. Para o coordenador do setor

Áreas de atuação do Cimed-HC e os avanços em cada uma delas O setor de informática do Hospital das Clínicas atua em quatro grandes áreas. São elas: manutenção (help desk); desenvolvimento de sistemas; servidores e redes (PACS – sistema que permite acesso a exames de imagem pelo computador) e desenvolvimento de web. Manutenção - Na primeira delas, Martins salienta que entre os avanços já concretizados estão a divisão do HC em cinco regiões. Cada técnico de manutenção fica responsável por uma delas. “O servidor do hospital saberá exatamente quem pode atendê-lo. Além disso, estamos testando um sistema para que os chamados sejam feitos online e encaminhados para quem cuida daquela respectiva área”, comenta. O Cimed-HC recebe em média, diariamente, 10 chamados por região e geralmente a reclamação é problema em hardware (partes físicas de computador). “Para tentar minimizar essa situação já estamos estudando alugar equipamentos, pois facilita a manutenção. Em dois anos queremos dobrar o número de computadores no HC. Como eu disse, o piloto será o Ambulatório de Convênios”, observa o coordenador do serviço. Desenvolvimento - Em relação ao desenvolvimento de sistemas, estão previstas a informatização da prescrição de medicamentos de alto custo (Farmácia de Alto Custo) e a criação de uma agenda para que os funcionários possam re-

Marcelo: atuação do Cimed se dá em quatro grandes áreas tirar esse tipo de remédio de maneira mais organizada e cômoda. Paralelamente, são feitos testes para que as áreas possam pedir suprimentos online, o que deve valer também para o almoxarifado. A mesma aplicação da ferramenta de pedidos pelo computador começou a ser usada pela Seção de Atividades Auxiliares. Desenvolvimento web – Através de parceria com o Núcleo de Ensino à Distância e Tecnologias da Informação em Saúde

de informática do HC, é esperado que a migração do atual sistema para o novo não seja um processo tranquilo. “Mas ele vai, com certeza, suprir nossas neces-

HOSPITAL E FACULDADE DE MEDICINA DECIDIRAM SEPARAR SEUS SERVIÇOS DE INFORMÁTICA

(Nead.Tis) e Assessoria de Comunicação e Imprensa (ACI) da FMB/HC, o Cimed-HC trabalha no desenvolvimento de um novo site para o Hospital das Clínicas. Representantes de todas as áreas serão capacitados para participar da administração do conteúdo da página. Servidores e rede – A ideia de Martins e sua equipe é revigorar e expandir a rede interna e ampliar o “Data Center” – central que reúne todos os servidores utilizados pelo hospital e realizar backup (cópia de segurança) de suas informações. “Nossa proposta é virtualizar todo o conteúdo em poucos servidores, o que deverá gerar economia, facilitará o gerenciamento e resolverá o problema com licenciamento dos softwares (programas de computador)”, diz o coordenador do Cimed-HC. “Também realizaremos treinamentos na área de informática. É nossa intenção reciclar e manter atualizados nossos colaboradores”, afirma Martins. O coordenador do CimedHC enfatiza que a o apoio da Superintendência do HC às ações de seu grupo tem sido fundamental. “Minha equipe também tem sido muito participativa e se envolve integralmente em todos os projetos. Tudo que temos feito e ainda faremos só será possível graças à dedicação de todos eles”, avalia.

sidades atuais, principalmente no âmbito gerencial”. A equipe do Cimed-HC realizou várias consultas à comu-

nidade interna para saber os principais anseios e está tabulando as informações que nortearão a elaboração do edital que escolherá a empresa responsável pelo novo sistema de informática a ser utilizado no hospital. De acordo com Martins, na nova fase que se iniciará o desafio será a implantação do prontuário eletrônico. “A evolução será o fato de o médico poder acessar, de onde estiver, todas as informações sobre o paciente. Estudamos a possibilidade de isso ser feito, inclusive, pela internet. Todas as ferramentas que temos hoje, nesse sentido, serão aprimoradas”, explica. Com o objetivo de viabilizar esses projetos, a intenção da Superintendência do HC é que em todas as salas de consultas tenha um computador. Uma fase de testes será desenvolvida no Ambulatório de Convênios, onde há 15 salas e todas serão informatizadas.

ATUALIZAÇÃO

STIs Unesp têm capacitação técnica em linguagem Java Profissionais da área de informática e de Tecnologia da Informação do campus da Unesp, em Botucatu, passam por capacitação na linguagem Java. O curso, que teve início dia 18 de maio no Núcleo de Educação à Distância e Tecnologias da Informação em Saúde (Nead.TIS), da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), é dividido em três módulos, proporcionará noções básicas e aplicações práticas desta linguagem de programação. Durante os próximos meses, 45 pessoas divididas em duas turmas, receberão aulas sobre lógica, aplicação da linguagem Java em desktops (computadores de mesa tradicionais) e na Internet. Estes assuntos serão os tópicos centrais do primeiro módulo, que terá duração de duas semanas. Outras duas partes do curso serão realizadas nos próximos meses, com a aplicação prática do método. Considerado uma linguagem de programação com a qual se pode desenvolver qualquer tipo de programa em informática, o Java apresenta cada vez maior importância

tanto no âmbito de Internet como na computação em geral. Usada amplamente em redes de computadores, a tecnologia está difundida em telefones celulares, jogos eletrônicos, cartões inteligentes, terminais de consulta informatizados, entre outras aplicações. Segundo Marcelo Martins, coordenador do Setor de Informática do Hospital das Clínicas (Cimed/HC/ Unesp), e um dos responsáveis pela organização do curso, a capacitação é pioneira dentro da universidade, sendo que todos os participantes têm se antecipado a uma nova política de informática dentro da Unesp. “Java é a linguagem de programação que a reitoria tem adotado para o desenvolvimento de seus softwares. Além disso, tem crescido junto a desenvolvedores e é amplamente usado na Internet. É uma tendência”, explicou. A implantação da linguagem deve ser estendida, em breve, aos setores de informática das 32 unidades da Unesp. Todos os participantes receberão certificado de participação devidamente registrado na Pró-Reitoria de Extensão.

Curso oferece noções básicas e aplicações práticas da linguagem MAIO 2010


7 ENTREVISTA

Enfermeira do HC ajuda vítimas no Haiti Grandes tragédias tendem a mostrar o significado da palavra ‘humano’. Seja com doações às vítimas ou na própria assistência para amenizar o flagelo do próximo. Dessa forma, a enfermeira do Hospital das Clínicas/Unesp, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HC/FMB), Maria Clara Pinheiro Manoel, esteve, em maio, no Haiti. Durante dez dias, a profissional auxiliou equipes médicas à população atingida por um dos piores terremotos da História, ocorrido em 12 de janeiro deste ano. Esteve na cidade Les Cayes- a 100 quilômetros da capital Porto Príncipe- junto com a ONG (Organização Não-Governamental) Expedicionários da Saúde. Com magnitude de 7 graus na escala Ritcher (que vai até 9) o abalo tem números superiores a 200 mil vítimas fatais, 300 mil feridos e 4 mil amputados. No entanto, as vítimas não cessam. Crescem conforme o tempo passa. Muitas, em decorrência de complicações pós-tremor e agravadas pelas condições precárias de estrutura do país. A decisão em trabalhar no auxí-

lio ao país veio ao ver as imagens da destruição e do sofrimento da população apareciam cada vez mais pela mídia. Maria Clara tentou então partir ao país da América Central com as Forças Armadas. Não fora possível, pois apenas militares prestariam os primeiros cuidados no período. Viu durante as férias uma oportunidade de tentar novamente ajudar o próximo. Embarcou no dia 7 de maio em uma verdadeira ‘aventura humanitária’. O desafio resume-se ao fato de que viajou por mais de 13 horas de ônibus da República Dominicana até o Haiti. O grupo, formado por doze brasileiros, viu e vivenciou as marcas da tragédia. Cidades destruídas e uma população que tenta superar a perda de familiares e amigos. Em entrevista ao Jornal da FMB, Maria Clara relata que a experiência foi válida tanto no aspecto profissional quanto pessoal. A cada momento, uma nova situação que obrigava a equipe a improvisar. Mas, ao mesmo tempo, a cada paciente atendido, a satisfação de fazer a diferença.

Maria Clara trocou período de férias pela ajuda ao próximo Passados cinco meses da tragédia, a população ainda tenta superar suas marcas, mas as feridas ainda perduram no cotidiano das cidades.

Quais motivos a levaram a se tornar voluntária no Haiti? Esta foi minha primeira participação numa grande ação voluntária. Quando houve o terremoto, em janeiro, eu estava em férias e assistia aos noticiários com as informações sobre os estragos provocados e a situação caótica em que se encontrava o Haiti, principalmente Porto Príncipe. Estava chocada com a dimensão do problema e isto me sensibilizou demais. Pela televisão também soube que o Ministério da Saúde estava cadastrando profissionais médicos e enfermeiros para prestar socorro às vítimas do terremoto. Nesta ocasião me inscrevi pelo site do Ministério e fiquei no aguardo. Como até março não havia sido chamada, em abril me inscrevi na ONG Expedicionários da Saúde, com sede em Campinas, para participar da quinta expedição, que iria ocorrer no mês de maio. Assim que fui aceita, fiz troca do meu período de férias para não haver prejuízo das minhas atividades no Hospital das Clínicas e comecei a me organizar. Como foi seu trabalho no Haiti? A estrutura oferecida no país era suficiente para o auxílio aos feridos? Esta ONG conseguiu em janeiro, logo após o terremoto, por orientação da ONU, firmar um acordo com o Institut Brenda Sttraford, Hospital de Oftalmologia e Otorrinolaringologia, administrado por canadenses, de aproximadamente 40 leitos, com sede na cidade de Les Cayes, a 200 km de Porto Príncipe. Este hospital cedeu metade de sua estrutura física, ou seja, 02 salas cirúrgicas, 01 sala de curativo, 01 sala de reserva de materiais, 01 central de materiais esterelizados, 20 leitos e 02 consultórios para atendimentos ambulatoriais. O atendimento prestado pelas equipes até o momento teve seu foco exclusivamente cirúrgico, porém esta 5ª expedição enviou profissionais especializados em órteses, próteses e reabilitação, com o objetivo também de avaliar as condições de produzir próteses e reabilitar os muitos haitanos amputados em decorrência do terremoto.

sas e sociais também morreram em 12 de janeiro, deixando a população desorientada. Assim concluímos que o que mais falta hoje é organização políticosocial para que possam encontrar a solução dos seus problemas. O Haiti continua recebendo ajuda humanitária de vários países, mas o caminho somente o próprio haitiano poderá encontrar. Pelo que observou, os haitianos conseguirão superar os traumas causados pela tragédia? De que forma a população tem retomado a vida após o abalo? Por toda a história política do país, penso que não será fácil nem rápida a superação, mas novos líderes irão se formar, a população deve se reorganizar e com toda a ajuda humanitária que chega através da ONU, irão se reerguer. Vemos haitianos que já retornaram às suas atividades normais de trabalho ou estudo. Mas também há pelas ruas, muitos desempregados, vivendo do comércio informal ou de barganhas.

TRABALHO Maria Clara com enfermeiros locais (foto acima) e atuando na preparação cirúrgica (foto abaixo) O terremoto ocorreu em janeiro e muito se viu de destruição no país. Passados cinco meses após a tragédia, quais as principais necessidades e dificuldades enfrentadas pelos haitianos? Pelo que pudemos observar no pouco

tempo que estivemos no país, através das narrativas das pessoas e buscando informações sobre o Haiti, o país já atravessava uma crise política de longa data, acarretando em grande instabilidade financeira. Penso que as maiores necessidades hoje são de ações de saúde coletiva como saneamento básico, água encanada, coleta de lixo, coleta e tratamento de esgoto, etc. Os serviços de saúde são precários. Há altas taxas de analfabetismo e desemprego também. As grandes lideranças políticas, religio-

Há mais pessoas feridas em decorrência direta do terremoto (amputação, fraturas, entre outros) ou pelas consequências da falta de estrutura de saúde no país? Nossa equipe tinha o objetivo de tratar feridos em decorrência do terremoto, outros feridos eram encaminhados ao hospital geral. Todos os 28 pacientes operados pela equipe derivavam de lesões em decorrência do terremoto. Foram feitas grandes cirurgias como colocação de fixador externo de Ilizarov (fixador de aço inoxidável usado em fraturas expostas ou alongamento de ossos), osteossíntese, amputações, etc. As condições de saúde e higiene são precárias e portanto vemos muita infecção, fraturas não consolidadas, entre outros problemas. Após essa experiência, o que mudou em seu conceito como profissional de enfermagem e também no lado pessoal? Como profissional aprendemos a trabalhar em condições adversas, nos adaptando ao que tínhamos naquele momento. A regra é criatividade e im-

provisação, sem perder o objetivo da qualidade. Como pessoas, voltamos extremamente gratificados pela oportunidade de ajudar ao próximo, através de nosso trabalho. E renovados de esperança no ser humano, que se despoja do conforto e segurança de suas casas e se dispõem a passar fome, sede, calor, cansaço, desconforto, riscos e inseguranças com o objetivo de ajudar as pessoas que estão necessitando de seu potencial e conhecimento. Ao ficar algumas semanas no país, qual a recordação mais marcante do Haiti? O que mais nos chamou a atenção foi que o povo haitiano, apesar de todas as dificuldades que tem enfrentado, possui as relações familiares muito fortes. São atenciosos, carinhosos com seus familiares e muito agradecidos pelo tratamento recebido. As pessoas são muito alegres, gostam de música, de cores fortes e são extrovertidas. Isso guardado como algo positivo. E quanto à recordação negativa, foi o caso de um garoto de 10 anos que precisou ter sua perna direita amputada abaixo do joelho, e que fez toda a equipe se emocionar e se mobilizar para trazê-lo ao Brasil e fazer aqui sua reabilitação. Vamos nos unir para fazer a diferença pelo menos na vida deste garoto. Qual a importância de profissionais da área da saúde participarem de ações humanitárias deste tipo? Após a primeira participação em ação humanitária, nos sentimos envolvidos e motivados a não parar, tanto que já estou programando de fazer parte da próxima expedição que será em novembro à Amazônia. Voltamos imensamente realizados com os trabalhos desenvolvidos e a oportunidade de trabalhar com profissionais de outros serviços de referência, de trocar experiências e conhecimentos. Essa prática é fantástica. Nossa equipe era formada por doze pessoas das mais diversas Instituições de saúde. E principalmente a gratificante sensação de ter podido ajudar ao próximo com nossa capacidade de produzir, nossos conhecimentos e nosso carinho e atenção. MAIO 2010


8 PET- SAÚDE

CULTURA

Música erudita aos usuários do HC

Programa de Educação ao Trabalho inicia suas atividades para 2010 Tiveram início em abril, os trabalhos para o biênio 2010/ 2011 do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde- PET Saúde- desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). A abertura consistiu na realização de oficinas e atividades de integração entre os 152 bolsistas do programa. Projeto da Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, o PET Saúde consiste na atuação no desenvolvimento de atividades de pesquisa e disseminação de conhecimento na atenção básica à saúde e atividades de iniciação ao trabalho. Divididos em oito grupos entre professores da FMB, profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Botucatu e estudantes de graduação em Medicina e Enfermagem da FMB, as oficinas apresentaram as responsabilidades de cada grupo, prazos e cronogramas de trabalho. Serão desenvolvidos programas na rede básica de saúde de Botucatu que abrangerão temas como saúde e meio ambiente; políticas e práticas em saúde da mãe; criança e adolescente; saúde bucal; hipertensão arterial, entre outros assuntos predominantes na comunidade. O programa, desenvolvido na FMB desde 2009, tem em suas atribuições oferecer soluções a problemas sociais e de

Pacientes e usuários do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HC/FMB), tiveram a oportunidade de conhecer mais a música clássica e instrumental com a apresentação, dia 12 de maio, da Orquestra Limiar, durante o projeto “Música nos Hospitais”. O concerto, que reuniu grande público no saguão principal do HC, proporcionou momentos de conforto tanto aos pacientes, quantos a funcionários e corpo clínico do hospital. Formada por jovens músicos de cordas, a orquestra levou aos presentes grandes clássicos da música erudita, além de composições da Música Popular Brasileira. Esta foi a terceira vez que ocor-

Abertura consistiu na realização de oficinas e atividades de integração entre os 152 bolsistas do programa saúde nas comunidades atendidas através de pesquisas e atuação direta. “O PET é um programa de desenvolvimento de pesquisa e ensino na atenção básica de saúde. E entre seus objetivos principais está em tentar sanar problemas existentes na comunidade”, ressalta profª Eliana Goldfarb Ciryno, coordenadora geral do PET Saúde pela FMB. Para ela, o programa tem proporcionado resultados expressivos na formação acadêmica dos futuros médicos e enfermeiros formados pela FMB e na capacitação de profissionais

SERÃO DESENVOLVIDOS PROGRAMAS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE

DE BOTUCATU QUE ABRANGERÃO SAÚDE E MEIO AMBIENTE

da rede básica de saúde local. Grande parte das atividades, segundo a coordenadora, é realizada em unidades que contam com o Programa Saúde da Família (PSF). “Ao mesmo tempo em que nossos alunos têm seus primeiros contatos com a comunidade com o funcionamento do sistema público de saúde, os profissionais que já atuam na rede básica também são benef iciados com es te contato”, ressalta profª Eliana. A mesa de autoridades foi composta pela professora Cláudia Helena Pelizon (representando a próreitora de Graduação, Sheila Zambello de Pinho), pelo secretário municipal e vice-prefeito de Botucatu, Antonio Luiz Caldas Júnior e o presidente da Fundação UNI, prof. José Carlos Christovan.

Orquestra Liminar se apresentou pela terceira vez no hospital

CAPS Acústico promove integração universitária e cultural na comunidade A 15ª edição do CAPS Acústico, realizado dias 17 e 18 de maio no Café Iguana, foi oportunidade para que a comunidade universitária pudesse mostrar toda sua arte e cultura. Participaram alunos de graduação, pós-graduação, docentes e servidores do campus da Unesp, em Botucatu (Rubião Júnior e Lageado). Artistas locais também integraram o evento. Segundo Greyce Russo, integrante do Centro Acadêmico Pi-

RESPONSABILIDADE SOCIAL

a utilização do sistema operacional Windows, o pacote de trabalho Word e o uso de ferramentas para a Internet. Todos os participantes terão orientações médicas como o uso de anticoncepcionais, prevenção ao uso de entorpecentes e outros assuntos relacionados à adolescência. Solange Moraes, responsável pela Seção Técnica de Serviço Social do Hospital das Clínicas (HC), declarou, durante a abertura do projeto, que esta será uma oportunidade dos jovens de receberem não só qualificação profissional, mas tam-

bém preparação para a fase adulta. “Este projeto é oferecido há anos e esperamos, a cada nova turma, que todos os jovens atendidos tenham esse aprendizado profissional e de responsabilidade para aproveitarem durante toda a vida”, declarou. Profª Tamara Goldberg, coordenadora responsável pelo projeto salientou aos pais a oportunidade e também a necessidade de que acompanhem os filhos nesta fase de desenvolvimento pessoal. “Não ensinamos somente informática, mas formamos cidadãos. E ter a presença de vocês (pais) é muito importante neste momento”, ressaltou. O projeto de inclusão social e digital tem o apoio da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp), Serviço Social do HC, Superintendência do HC e Direção da FMB/Unesp.

ensinamos “ Não somente informática, mas formamos cidadãos

Duas novas turmas integram o projeto desenvolvido pela FMB MAIO 2010

Tamara Goldberg sobre o intuito do projeto social

FOTO DIVULGAÇÃO

Projeto de Inclusão Social e Digital tem nova turma Dezesseis adolescentes de diversos bairros de Botucatu terão a oportunidade de receberem tanto capacitação em informática quanto acompanhamento médico através de projeto de inclusão social e digital desenvolvido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). O início dos trabalhos com a 13ª turma ocorreu dia 29 de abril durante reunião entre os coordenadores do programa e pais dos alunos. Os adolescentes receberão, uma vez por semana, durante seis meses, noções básicas de informática. Serão três cursos para

reu o “Música nos Hospitais” em Botucatu. Entre as peças apresentadas estavam composições de Mozart, Vivaldi, Handel e Piazzola. Os integrantes da orquestra realizaram também pequenas demonstrações em alguns setores do HC, como na sala de espera da Hemodiálise. A iniciativa da Associação Paulista de Medicina (APM), já beneficiou mais de 20 mil pessoas em hospitais de São Paulo e que agora deve se estender para os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. O evento conta com os apoios da Sonofis-aventis e Ministério da Cultura. Em Botucatu, a organização ficou a cargo do Grupo Técnico de Desenvolvimento em Recursos Humanos (GTDRH) da FMB.

rajá da Silva, da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (CAPS/FMB), o festival tem se tornado tradicional em Botucatu por reunir novos talentos, dentro da universidade ou de artistas da região. “O CAPS Acústico se firmou como um evento cultural importante no cenário universitário da região não só pela forma de integrar os estudantes, como também pela promoção da cultura”, ressaltou. Evento reuniu alunos e proporcionou difusão cultural


9 EXEMPLO DE GESTÃO

Recarga de cartuchos gera economia e respeito ao meio ambiente

Recarga de cartuchos foi instituído em julho de 2006 e tem proporcionado economia à FMB

INOVAÇÃO

HC realiza, pela primeira vez, cirurgia a laser para eliminação de cálculo renal Equipe do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) realizou, dia 8 de abril, pela primeira vez em seu Hospital das Clínicas, procedimento para a eliminação de cálculo renal – pedra no rim utilizando feixes de laser emitidos diretamente no órgão afetado. A técnica, chamada Ureteroscopia Flexível com uso do Holmium Laser, ainda não é coberta pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por isso, a cirurgia realizada pelo urologista e professor da FMB, Dr. Carlos Márcio Nóbrega de Jesus, foi custeada pelo convênio médico do paciente, um homem de 51 anos. O procedimento diferencia-se dos métodos convencionais de tratamento por ser minimamente invasivo. Com o laser de curta penetração o cálculo renal é fragmentado em pequenas partículas que posteriormente são eliminadas pela urina. A recuperação do paciente é, geralmente, rápida e tranquila. Há outras duas técnicas utilizadas para a eliminação da chama-

da “pedra no rim”, que são financiadas pelo SUS. Uma delas é a Ureterorenotripsia, que trata os cálculos quando eles estão no ureter, quebrando-os em fragmentos maiores. Já a Nefrolitotomia Percutânea é feita com um corte na região lombar do doente para cuidar de cálculos localizados no rim. A Ureteroscopia Flexível pode ser usada em ambas as situações. Segundo o urologista, professor Carlos Márcio, o HC dispõe atualmente do ureteroscópio flexível que foi comprado há um mês para a realização desse tipo de cirurgia, mas não possui o laser

que é usado. “A vantagem do equipamento é que ele se molda ao sistema renal. É um procedimento caro, mas que futuramente o HC pode passar a oferecer através do SUS”, prevê o especialista. Participaram da primeira Ureteroscopia Flexível realizada no Hospital das Clínicas, além de Dr. Carlos Márcio, o também docente José Carlos de Souza Trindade Filho e os residentes Alexandre César Santos e Arnaldo Schaeffer. São feitas, por ano, no HC, aproximadamente 250 cirurgias para o tratamento de cálculo renal.

Cálculo renal atinge 5% da população Estima-se que a doença atinja 5% da população mundial e que todos tenham, pelo menos uma vez na vida, esse tipo de problema. As chances de reincidência do cálculo renal são de 50%. Fatores como hábitos alimentares, desidratação e vida sedentária contribuem para o aparecimento da doença. Pessoas que trabalham próximas a fornos com altas temperaturas também estão mais vulneráveis. “Com a vida moderna, a ingestão exagerada de sódio (sal) também é um agravante importante”, explica Dr. Carlos Márcio. Como prevenção, de acordo com o urologista, é recomendada a ingestão diária de dois litros de água. Além disso, beber limonada também pode inibir a formação dos cálculos, já que ocorrem pela aglutinação de cristais presentes na urina. “Pessoas com dificuldade de eliminar cálcio também estão suscetíveis a ter cálculos renais. É uma doença que pode, inclusive, resultar na perda do órgão”, lembra.

Iniciativa da administração no mesmo período. da Faculdade de Medicina de O serviço foi instituído em juBotucatu/Unesp (FMB), através lho de 2006 e tem servido de de sua Seção Técnica de Mate- modelo para outras unidades riais, tem resultado em econo- da universidade. Equipado com mia no consumo e investimen- estação para reciclagem de tontos para a aquisição de cartu- ner (recipientes usados para imchos de tinta e outros insumos pressões a laser) e máquina de para uso em impressoras. A cri- recarga de cartuchos, o local ação de um serviço de recarga recebeu recentemente imprespara uso interno proporcionou soras para a constatação da economia de até 80% nos gas- qualidade do material reaprotos com estes produtos. veitado, além de diversos equiOs números são resultado de pamentos para uso na seção. quatro anos de investimento em Os investimentos com o seum setor cada vez mais aciona- tor, em quatro anos de atividado por diversas áreas, tanto da des, somam R$ 22 mil. Além da faculdade quanto do hospital. pintura no ambiente, foi realiBalanço feito pela zada a adeOS INVESTIMENTOS COM O Seção Técnica quação das insaponta que nos talações ofereSETOR DE RECARGA DE últimos doze mecendo maior CARTUCHOS, EM 4 ANOS DE ses a economia segurança ao efetiva foi de R$ ATIVIDADES, SOMAM R$ 22 MIL t r a b a l h a d o r. 25.500 em relaSer vidores do ção a contratar este serviço (re- local receberam capacitação na carga de cartucho e tonner) área e foram adquiridos EPIs de forma terceirizada e R$ 167 (equipamentos de proteção mil caso fossem adquiridos individual). novos cartuchos. Ao mesmo tempo, a preoSegundo Rosana Maria Alves cupação com o meio ambiente Barreto, supervisora da Seção se faz presente ao reciclar Técnica de Materiais, a econo- quase que a totalidade dos mia gerada pelo estímulo ao re- materiais usados pelas seções aproveitamento e recarga de da faculdade e de seu Hospicartuchos de impressoras pode tal das Clínicas (HC). Hoje, nefazer com que a FMB e HC in- nhum destes recipientes é desvistam em serviços de atendi- cartado sem uma análise prévia mento à população. “O proces- do setor. “Fazer a recarga mosso de remanufatura e recarga tra a preocupação ambiental tem gerado economia substan- que instituições públicas como a cial à Faculdade de Medicina e FMB e HC precisam adotar junto HC. Estes valores podem ser em- à sociedade. Hoje nosso modepregados em investimentos de lo de reaproveitamento destes interesse acadêmico e até mes- materiais tem servido de exemmo assistencial”, explica. plo para outras unidades da Através de pesquisa realiza- Unesp”, complementa Rosana. da junto aos usuários foi constatado aumento na satisfação do Estes valores podem serviço. Na primeira avaliação, ser empregados em feita em julho de 2009, apenas 27% dos cartuchos eram coninvestimentos de siderados de boa qualidade interesse acadêmico para o uso, número que subiu e até assistencial para 84% em março deste ano. Com relação aos tonners, o Rosana Barreto sobre grau de satisfação dos usuária economia gerada pela recarga os saltou de 33% para 72,92%

Cirurgia,feita em um paciente de 51 anos, não é coberta pelo SUS

ESTRUTURA

CCI de Rubião Jr. agora conta com sala de amamentação Desde o início desse ano o Centro de Convivência Infantil (CCI) da Unesp de Rubião Júnior conta com uma sala de amamentação. O espaço, que ainda será oficialmente inaugurado, era uma antiga reivindicação das mães, que, antes, não dispunham de um local apropriado para amamentar seus filhos recém-nascidos. A nova sala de amamentação fica estrategicamente localizada ao lado do berçário. Para evitar contato com as outras crianças, as mães que trabalham em setores de risco do Hospital das Clínicas/Unesp (HC) podem receber seus filhos por uma janela que dá acesso ao quarto onde irão alimentá-los. “Muitas

mães optam por amamentarem seus filhos até após os seis meses de idade, por isso esse espaço representa um importante conforto e praticidade a elas”, destaca Elcy Dutra Calvi, supervisora do CCI. O Grupo Administrativo do Campus (GAC), através de sua Diretoria Administrativa, entendeu a necessidade de oferecer essa estrutura às mães das crianças matriculadas no CCI e adaptou uma antiga sala de ferramentas transformando-a em um aconchegante quarto de amamentação, devidamente decorado. Há, no cômodo, um lavabo para a higiene das mãos e uma poltrona onde a mulher pode se sentar e ter, mesmo

durante seu expediente, alguns momentos de contato com seu bebê. A próxima necessidade da escola infantil será estruturar uma sala de enfermagem. De acordo com Elcy, já há ações em andamento. O Centro de Convivência Infantil da Unesp de Rubião Júnior recebe crianças até seis anos de idade, filhos de funcionários e docentes da Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas. Atualmente, há 87 crianças matriculadas, divididas em sete turmas. Desde 2009, as instalações, que eram distribuídas em dois prédios, agora estão centralizadas em um imóvel localizado próximo a Administração Geral do Campus.

Espaço era antiga reivindicação de mães que utilizam o CCI MAIO 2010


10 ASSISTÊNCIA

Ambulatório que trata Desvio de Aprendizagem está entre os cinco centros referência do Brasil

Desvios de aprendizagem são comuns

Cristina Antunes dos Santos. O Ambulatório de Desvios A intenção das especialistas da Aprendizagem da Disciplié investir o recurso na cana de Neurologia Infantil do p a c i t a ç ã o d e p r of i s s i o n a i s Hospital das Clínicas, vinculada área e na melhoria dos do à Faculdade de Medicina atendimentos. de Botucatu/Unesp (FMB) foi O HC deverá oferecer parcredenciado entre os cinco cerias para Secretaria da Educentros no Brasil consideracação e Saúde de Botucatu e dos referência em sua área de Marília para capacitação de atuação. Esse reconhecide professores e profissionais mento, feito pelo Instituto que atuam diretamente com ABCD – empresa privada que a dislexia e distúrbios de investe em projetos relacioaprendizagem. nados à Dislexia – represenAlém disso, altará a destiguns prof issionais nação de O SERVIÇO REALIZOU, que hoje atuam uma verba no valor de EM 2009, APROXIMADAMENTE n o a m b u l a t ó r i o como voluntários R$ 160 mil 2.590 ATENDIMENTOS serão contratapara ser utidos. O ser viço, que funciona lizada ao longo de dois anos. há cerca de 10 anos, presO projeto, aprovado pelo tou, em 2009, aproximadaórgão, é resultado de uma mente 2.590 atendimentos. parceria entre o Laboratório São responsáveis pelos atende Avaliação e Inter venção dimentos dois psicólogos, nos Desvios da Linguagem, uma fonoaudióloga, uma teFluência e Aprendizagem na rapeuta ocupacional e duas Faculdade de Filosof ia e Cineuropediatras. Eles deverão ências (FFC) de Marília e o c u m p r i r, d e a c o rd o c o m o Ambulatório de Desvios da projeto, jornada de 10 horas Aprendizagem do HC/Botuno Hospital das Clínicas e oucatu, coordenados respectitras 10 no Centro de Estudos vamente pelas professoras da Educação e Saúde (CEES) Doutoras Simone Aparecida da Faculdade de F ilosof ia e Capellini, Niura Aparecida de Ciências/Unesp, de Marília. Moura Ribeiro Padula e Lara

Entre as queixas mais comuns das crianças encaminhadas para o Ambulatório de Desvios da Aprendizagem estão: baixo desempenho escolar, dificuldades de adaptação na escola e alteração de comportamento. Entre esses desvios de aprendizagem encontra-se a dislexia, que é uma condição determinada genético-neurologicamente, caracterizada por uma dificuldade específica de leitura e escrita, que pode atingir de 3% a 6% da população escolar. Não é considerada uma doença, mas sim uma condição e, por isso, não tem cura, mas sim tratamentos específicos, sendo assim torna-se importante a atuação da equipe interdisciplinar. “O diagnóstico da dislexia, no entanto, só pode ser confirmado após a fase inicial dos primeiros dois anos de alfabetização”, comenta Dra Niura, neuropediatra do serviço no HC. “É muito importante que a criança ou o adolescente seja assistido em relação ao seu desvio de aprendizagem, pois assim ele pode manter sua auto-estima e lidar com suas limitações sem preconceitos, estabelecendo estratégias para o seu melhor desenvolvimento", acrescenta Dra Lara. Diferente da dislexia, caracterizada por uma dificuldade específica da leitura que se manifesta no início da escola, os distúrbios de aprendizagem costumam comprometer a relação entre desenvolvimento e a capacidade de aprender desde os primeiros anos de vida com repercussão no desenvolvimento da linguagem, atenção e memória.

Serviço funciona há 10 anos e atua contra com a dislexia e distúrbios de aprendizagem. Acima, equipe do ambulatório

REFORÇO

Profissionalização da Captação de Órgãos e Tecidos é meta do novo coordenador da OPO O Hospital das Clínicas/Unesp (HC), vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) dá mais um passo importante em seu processo de crescimento na área de doação e transplante de órgãos. Sua OPO (Organização de Procura por Órgãos) está sob novo comando. Dr. Reginaldo Carlos Boni, de 41 anos, formado pela FMB e que responde por um Serviço de Captação de Órgãos e Tecidos na capital passa a coordenar a área. Dr. Boni, que também é médico da Central de Transplantes de São Paulo, formou-se pela 28ª turma de médicos da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp em 1995 e especializouse em Nefrologia. Trabalhou no Hospital do Rim e Hipertensão, em São Paulo , entre 1999 e 2003. Em seguida foi convidado para trabalhar no Hospital Clinic, de Barcelona – Espanha (país que, no mundo, tem mais

é um ciclo “ Esse bastante complexo, que envolve profissionalização

Reginaldo Carlos Boni sobre os desafios frente à OPO MAIO 2010

doadores de órgãos por milhão de população/ano), onde atuou como coordenador de doação. Ficou lá até 2006 e, ainda cursando o doutorado na área, voltou ao Brasil onde, desde 2007 coordena uma das quatro Organizações de Procura de Órgãos da capital além de colaborar com a Central de Transplantes de São Paulo. Com a chegada do novo coordenador da Organização de Procura por Órgãos do HC/Unesp será consolidada uma divisão entre a identif icação de potenciais doadores e a área de transplantes, que será comandada pelo ex-coordenador da OPO, Dr. Juan Carlos Llanos. No entanto, as áreas atuarão em conjunto. Dr. Boni salienta que um de seus objetivos frente à equipe de captação de órgãos e tecidos para aumentar o número de doadores será difundir e implantar o que denomina de “novo ciclo vital”. O processo é iniciado com a identificação de um potencial doador de órgãos e tecidos (em morte encefálica) e concluído com a realização dos transplantes. Esse processo compreende um trabalho de orientação e profissionalização que

envolve a sociedade (que precisa ser esclarecida), passa pela decisão da doação (após constatação e notificação da morte encefálica), a retirada cirúrgica dos órgãos e o transplante que, conseqüentemente, beneficiará a sociedade. “Esse é um ciclo bastante complexo, que envolve profissionalização da equipe de captação, sendo focado na identificação de potenciais doadores. Também abrange apoio e acolhida à família da pessoa que possibilitará, por intermédio da doação, benefício social e recuperação da qualidade de vida de outros que aguardam por um transplante”, completa. Outra meta será aproximar a OPO do HC/Unesp dos hospitais da região, que abrange uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes. Dr. Boni quer capacitar as equipes dessas unidades, através de cursos. O objetivo é identificar e cuidar das pessoas vítimas de doenças graves que, caso evoluam para óbito, possam ser potenciais doadores. Também é preciso que estejam preparados para orientar os familiares. Por outro lado, o Programa de Transplantes do HC/ UNESP,

Dr. Boni coordena, desde 2007, uma das quatro OPOs em SP comprometido com as diretrizes da atual Superintendência e Diretoria da unidade, está investindo em recursos humanos e materiais para futuro credenciamento na área de Transplante de Pulmão e Coração. Atualmente, a unidade oferece apenas transplante de rim e córnea; tanto que em 2009, o HC foi listado entre os maiores ser viços do estado, com 68

transplantes renais. Em 2009, nove pessoas doaram múltiplos órgãos no Hospital das Clínicas. A fila de espera por transplantes de órgãos no Estado de São Paulo, atualmente, está assim: Rim – 9 mil pessoas Fígado – 1.500 pessoas Coração – 100 pessoas Pulmão – 80 pessoas Pâncreas e Rim – 200 pessoas


11 MUDANÇAS

HC implanta sistema de pontos digitais Para dinamizar e oferecer maior confiabilidade ao sistema de Recursos Humanos, a Superintendência do Hospital das Clínicas, vinculado à Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (HC/FMB), tem implantado, gradativamente, um novo sistema de ponto eletrônico pelo uso da impressão digital, também chamado de biometria. A previsão é que até o segundo semestre a instalação esteja concluída. Com isso, os antigos sistemas de presença que o hospital mantém- em sua maioria ainda em papel- serão substituídos por aparelhos que armazenarão dados como o número de matrícula do servidor e o registro de suas impressões digitais. Todos os 1.963 servidores do hospital, sejam vinculados à Famesp (Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar), quanto pela própria Unesp, serão cadastrados de forma gradativa. Os aparelhos serão alocados em três pontos distintos do hospital, ainda a serem definidos por sua superintendência. O objetivo é facilitar a logística de locomoção dos ser vidores do HC. A previsão é que até setembro o novo sistema de pon-

EVOLUÇÃO

Novos aparelhos têm sido instalados em pontos distintos do HC

to digital esteja integralmente implantado no Hospital das Clínicas. Cad a s e r vidor poderá cadastrar até dez impressões digitais em seu registro, para eventuais problemas de reconhecimento.

ANTIGOS SISTEMAS DE PRESENÇA QUE O HOSPITAL MANTÉMEM SUA MAIORIA AINDA NO

PAPEL- SERÃO SUBSTITUÍDOS

To d o s o s n o vo s e q u i pa mentos serão monitorados por câmeras, que terão ligação direta com a Assessoria de Segurança da FMB. O novo sistema de ponto também terá interligação com o controle de acesso, ainda a ser instalado na unidade. Segundo Emílio Carlos Curcelli, superintendente do HC, o novo sistema integra os planos da unidade em dinamizar as informações de RH do servidor e oferecer, tanto às chefias quanto à própria direção do hospital, a real situação funcional da unidade. “É uma ferramenta nova que poderá conter informações de RH como férias, licenças, faltas e o horário de trabalho. A pretensão é trazer para a supe-

rintendência e às chefias a real situação do servidor”, explica. O superintendente ressalta que a direção do hospital tem

mantido reuniões periódicas com as chefias dos setores para explicar o funcionamento deste processo. Curcelli também se

reuniu recentemente com o Sintunesp (Sindicato dos Trabalhadores da Unesp) para fornecer detalhes sobre o novo sistema.

Novo método passou por projeto piloto Um projeto piloto para a implantação do novo sistema de pontos foi instituído pelo HC em meados de 2009. Alguns pontos da unidade foram escolhidos como laboratórios para a análise da eficácia dos aparelhos: Superintendência, Farmácia, Contas Médicas, CRIE (Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais) e STND (Ser viço

Técnico de Nutrição e Dietética). Nesta primeira fase, mais de duzentos servidores foram cadastrados. O período de testes, que durou de outubro de 2009 a março deste ano, analisou a ef icácia dos novos pontos. Após este período, a superintendência do HC realizou pesquisa com 160 servidores para verif icar a receptivida-

de quanto ao novo sistema. Desse total, 80% mostraramse favoráveis à expansão do ponto para outros setores do HC, enquanto que 85% acreditam que a assiduidade do servidor nos setores em teste melhorou. Ainda foi constatado que 85% dos entrevistados declararam que as chefias estão comprometidas com a implantação do sistema.

REFORÇO

Lavanderia terá sua rotina Novos aparelhos para Medicina Nuclear otimizada com treinamentos doados fará com que a oferta Nas próximas semanas o Setor de Lavanderia do Hospital das Clínicas passará por um processo de aprimoramento dos serviços que presta. Serão realizadas palestras, treinamentos sobre a nova legislação da área e visitas técnicas. A iniciativa, da Superintendência do HC, visa a educação continuada e otimização das atividades do setor. Inicialmente serão avaliadas e reajustadas as demandas vindas das enfermarias de Clínica Médica I e II. A responsável pelo projeto, Maria Justina Dalla Bernardina Felippe, assessora de Planejamento, da Superintendência do HC, explica que entre as principais deficiências do relacionamento entre a lavanderia e as enfermarias estão a separação deficiente das peças enviadas para lavagem e a necessidade de retrabalho. “Por isso vamos monitorar o fluxo de demanda das clinicas I e II e propor melhorias. Nossa intenção é, se der tudo certo, expandir essa iniciativa para todo o hospital”, comenta. Segunda-feira, 17 de maio, logo no início da manhã, o superintendente do hospital, professor Emílio Curcelli e sua vice, professora Irma de Godoy se reuniram com os funcionários da Lavanderia e Cos-

tura para informá-los sobre a proposta de desenvolvimento para a unidade e também esclarece algumas dúvidas. “Muitas vezes pequenas coisas podem fazer uma grande diferença. Esse diálogo entre a Superintendência e as unidades é muito importante. E tem que ser assim mesmo, uma conversa aberta e franca”, disse professor Emílio. “Se avançarmos em pequenos pontos agora, quando for feita uma grande reforma o processo estará pronto”, complementa. Professora Irma, vice-superintendente do HC, enfatizou que nem sempre as principais necessidades de um setor podem ser supridas, mas lembrou que é preciso começar por algum lugar. “Será uma oportunidade de as unidades ‘clientes’ da Lavanderia conhecerem um pouco mais do trabalho desse setor”, colocou. Rosa Helena F. Marcolino, supervisora da Lavanderia do HC, disse acreditar que o trabalho que será feito no setor tende a aperfeiçoar os serviços oferecidos ao hospital. “Esse entrosamento com a Superintendência é muito importante. É um retorno do professor Emílio às necessidades que apontamos a ele no passado”, apontou.

Somente em 2009, 4.612 atendimentos foram feitos com os aparelhos O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HC/FMB), deve colocar em operação, até o segundo semestre, dois novos aparelhos do tipo Câmara Gama usados em cintilograf iaexame que se utiliza de imagem para a verif icação específ ica de um órgão. Com os equipamentos, o Setor Técnico de Medicina Nuclear espera aumentar a capacidade de atendimento em 10% nos próximos meses. Doados pelo Incor (Instituto do Coração), os aparelhos são avaliados em R$ 500 mil e têm a capacidade de realizar exames para as áreas de

cardiologia, nefrologia, pneumologia, ortopedia e clínica médica. Serão instaladas duas Câmaras Gama, sendo que uma possui dois detectores e outra com apenas um. Para a instalação dos equipamentos, um espaço no setor passa por reforma. Em 2009, foram 4.162 atendimentos entre exames e procedimentos com o uso deste tipo de aparelho. Apenas Bauru, Jaú e Botucatu oferecem o ser viço conveniado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O parque tecnológico do setor conta atualmente com dois aparelhos em atividade e a incorporação dos equipamentos

seja ampliada. “O HC receberá grande auxílio com estes aparelhos já que será possível reduzir o tempo de permanência do paciente por não ser necessário revelar negativos de exames, por exemplo. O tratamento também passa a ser mais ágil e menos cansativo”, explica Drª Kátia Koga, responsável médica pelo setor. Com tais exames é possível diagnosticar, por exemplo, doença arterial coronariana, más-formações congênitas renais, alguns tipos de câncer e doenças ósseas e reumatológicas. Também podem ser aplicados para o tratamento de complicações na tireiode, entre outros. Por meio desse recurso é possível visualizar a porção do órgão que está funcionando, ao passo que outros exames de imagem permitem a visualização anatômica de todo o órgão, independente se ele estiver lesado ou com seu funcionamento comprometido.

tratamento “ Otambém passa

a ser mais ágil e menos cansativo

Dra. Kátia Koga sobre os novos aparelhos MAIO 2010


12 INOVAÇÃO

Hepatite C: novo teste barateia diagnóstico Pesquisadores do câmpus de que integra a Rede de Hepatites ViBotucatu integram um grupo interrais do Ministério da Saúde. nacional que desenvolveu e testou O novo processo – A hepatite um novo método de diagnóstico da C, que atinge 170 milhões de peshepatite C. A equipe da Faculdade soas no mundo, é causada pelo víde Medicina (FM) foi responsável rus VHC, transmitido pelo sangue. pela comprovação da eficiência Pode provocar uma moléstia agudesse processo. O novo procedida caracterizada por cansaço e icmento, que pode ser explorado literícia (que se manifesta por olhos vremente em escala comercial por e pele amarelados). Mas na maioria indústrias interessadas, deverá redos pacientes ela desenvolve, sem duzir em pelo menos dez vezes os sintomas aparentes, uma infecção custos do exame. crônica que pode dar origem a cirO estudo uniu especialistas de rose hepática e tumores no fígado. Alemanha, Reino Unido, SingapuO vírus da hepatite C (VHC) é ra, África do Sul e Brasil, que foi um vírus de RNA, molécula muirepresentado por grupos da Unito semelhante à do DNA – que versidade Fedenos seres vivos ral da Bahia e da guarda todas as O ESTUDO UNIU Unesp. Essa coinformações genélaboração resul- ESPECIALISTAS DE ALEMANHA, ticas. Nessa fita de tou na publica- REINO UNIDO, SINGAPURA, RNA, estão contição de um artidas todas as inforÁFRICA DO SUL E BRASIL mações para que o go na revista PLOS Medicine, vírus chegue às referência mundial na sua área. O células do fígado, multiplique-se artigo recebeu o Prêmio Incentivo e infecte novas células. em Ciência e Tecnologia para o SUS Essa fita de RNA é composta por 2009, pelo enfoque na redução de um trecho central que se altera bascustos para o Sistema Único de Saútante entre os diferentes tipos de de. “Esse reconhecimento reprevírus VHC, e duas extremidades senta um passo muito importante constantes, denominadas regiões para que o diagnóstico da hepatite não traduzidas (UTR, na sigla em C possa tornar-se mais acessível à inglês), identificadas pelos númepopulação no SUS”, observa Maria ros 5’ (pronuncia-se cinco linha) e Inês Pardini, pesquisadora do De3’ (três linha). A região 5’ UTR tem partamento de Clínica Médica da sido alvo das diferentes técnicas FM e responsável pelo Laboratório para identificação do vírus. de Biologia Molecular do HemoO novo método utiliza a região centro do Hospital de Clínicas (HC), oposta, denominada 3’ X-Tail. Essa

O novo método mostrou-se mais sensível e bastante eficiente para detectar as variantes dos VHC solução inédita mostrou-se mais sensível e bastante eficiente para detectar as variantes dos VHC nos diferentes países. O procedimento detecta diretamente o vírus da hepatite C e não apenas os anticorpos que o combatem. Por essa precocidade, é um teste que também pode ser utilizado como triagem em serviços de hemoterapia, evitando a utilização de uma bolsa de sangue em período de janela imunológica – o intervalo entre o momento do contágio e a produção de anticorpos em níveis suficientes para serem detectados pelos testes convencionais Custo menor – As professoras Rejane Maria Tommasini Grotto e

DEBATES

AVC e perspectivas em discussão Diversos aspectos sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) foram discutidos durante a IV Reunião Clínica, promovida pela Diretoria Clínica, em conjunto com a Superintendência do Hospital das Clínicas e Serviços de Neurologia Clínica e Cirúrgica da unidade. O encontro foi dia 7 de maio, no salão nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Participaram das reflexões a professora Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins, cordenadora do Programa Nacional de Atendimento ao AVC e Dr. Oscar Antônio Grama Hoeppner, médico sanitarista e da Família, da Secretaria de Saúde de Botucatu. Dr. Hoeppner deu detalhes de como o município lida com a doença. Também fizeram parte da reunião docentes do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da FMB. O HC, que integra a Rede Brasil AVC, é um dos poucos centros especializados no atendimento de pacientes vítimas desta doença. Na abertura do evento, o professor Emílio Curcelli, superintendente do hospital, enfatizou que a instituição inicia com maturidade o processo de estruturação para ser um dos melhores do País nessa área. Ele ressaltou o empenho e dedicação da equipe - Neurocirurgia e Neuroclínica - que trabalha no atendimento aos pacientes e pontuou o atual momento como histórico na busca pela excelência. "Especialização e tecnologia melhoram o prognóstico dos pacientes e possibilitam uma recuperação sem seqüelas. A passividade de aguardar o paciente chegar para fazer alguma coisa não deve existir. É preciso avaliar os resultados e comparar com centros de referência para descobrir falhas. O caminho é investir em ações preventivas", afirmou prof. Emílio. O professor André Balbi, diretor Clínico do HC e coordenador do evento, destacou que esta reunião diferia das an-

MAIO 2010

teriores por ser aberta a todos os médicos da região e por contar com a participação de colegas convidados de outros serviços. Segundo Dr Balbi, nesta reunião foi possível unir dois serviços diferentes (neurologia clínica e cirúrgica) com um único objetivo: melhorar a qualidade de atendimento do paciente em nosso hospital. De acordo com ele, esta é uma prova de que, quando unido, o corpo clínico do HC tem condições de superar grandes dificuldades. Ao comentar sobre a atual situação do AVC no Brasil, professora Sheila lembrou que são registrados 400 novos casos da doença por ano, o que faz dela a principal causa de morte. Segundo ela, 70% dos doentes não retornam ao trabalho e 35% não conhecem o SAMU (Serviço de Urgência e Emergência) considerado fundamental para o socorro das vítimas do AVC, transportando-as até a unidade de referência mais próxima. Prof.a Sheila também mencionou que nos hospitais onde há a chamada Unidade de AVC - estrutura que será inaugurada em breve no HC/Unesp - há possibidade de redução de 18% da mortalidade e de 28% da ocorrência de sequelas após recuperação. "Pacientes atendidos nas unidades de AVC têm melhores terapias à disposição, reabilitação precoce, equipe interdisciplinar, atendimento padronizado entre outras vantagens", disse. "O Brasil tem, inclusive, poucos centros especializados e o HC/Unesp possui um deles", elogiou. Em 1997, o país tinha somente 3 centros de AVC - todos particulares. Em 2008 eram 35, sendo 14 em hospitais públicos. Atualmente, segundo professora Sheila, mais de 99% dos hospitais do Brasil não têm profissionais especializados em AVC e nem unidade específica para esse tipo de atendimento. "Mais de 90% dos hospitais não seguem as recomendações mí-

nimas", observou. Para ela, educação e organização são alguns dos caminhos para melhorar a assistência em AVC. Professor Rodrigo Bazan, do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da FMB e um dos responsáveis pelo atendimento especializado do AVC no HC, comentou em sua apresentação que o HC/Unesp atende de um a dois pacientes vítimas de AVC por dia. A UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Pronto-Socorro da unidade fica em 50% ocupada por vítimas da doença, todo ano. A expectativa, de acordo com ele, é, com a inauguração da futura unidade de AVC do Hospital das Clínicas/Unesp, melhorar a oferta de leitos da enfermaria de neurologia para o atendimento destes pacientes. Em seguida, prof. Carlos Clayton Macedo de Freitas, neurocirurgião que coordena o serviço de neurologia vascular do HC, mostrou o papel da radiologia intervencionista no atendimento desta e de outras patologias.

Dra. Sheila Martins, cordenadora do Programa Nacional de Atendimento ao AVC

Sílvia Maria Corvino, que também pertencem ao Laboratório de Biologia Molecular, são coautoras do estudo. Rejane ressalta que a participação brasileira na pesquisa devese ao fato de o vírus da hepatite C apresentar pequenas diferenças de acordo com a região do mundo. “Um teste diagnóstico para ser bom tem que reconhecer essas diferenças que existem entre os vírus circulantes em cada região”, emenda Silvia. Professor do Departamento de Clínica Médica da FM e responsável pelo Ambulatório de Hepatite C, Giovanni Faria Silva também par-

ser mais sensível, “ Por esse novo método é

capaz de detectar o vírus no organismo ainda que em níveis baixos

Giovanni Faria Silva sobre o novo

método de diagnóstico

ticipou do projeto. Para ele, a economia para o SUS terá grande impacto no atendimento de pacientes com a doença. “Por ser mais sensível, esse novo método é capaz de detectar o vírus no organismo ainda que em níveis baixos”, comenta. O novo teste é no mínimo dez vezes mais barato que os testes hoje praticados na Rede Estadual de Hepatites Virais do Estado de São Paulo. Cada exame para detecção e quantificação do VHC custa atualmente R$ 256. Com o novo processo, o custo cairia para cerca de R$ 25, valor que poderá ser ainda mais reduzido quando o novo teste for usado em grande escala para triagem de bolsas de sangue dos hemocentros. “Isso é muito importante, porque hoje no Brasil, diferentemente dos países desenvolvidos, esse tipo de teste não é disponibilizado na rede pública”, esclarece Maria Inês.

ESTUDO

Dependência ao tabaco não é considerada como doença Preocupados em descobrir se as pessoas leigas sabem que ser viciado em cigarro de tabaco é doença e também se elas identificam que o vício causa doenças específicas, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu resolveram fazer o estudo com pacientes internados por quaisquer doenças, relacionadas ou não ao tabaco, em hospital público. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 40% consideram o tabagismo com sendo doença e um número ainda menor vincula doenças ao vício. De acordo com o artigo que contem os resultados do trabalho, publicado no Jornal Brasileiro de Pnemologia de março/abril de 2010, Irma Godoy e colegas estudaram 186 pacientes com relação a hábitos ativos e passivos de tabagismo, aspectos demográficos, causa da internação e conhecimento deles sobre a relação entre tabagismo e doença. Avaliadas as respostas dos questionários aplicados, o grupo de pesquisa identif icou 22,6% de fumantes, 34,4% de

ex-tabagistas, 43% de pacientes que disseram nunca ter fumado e 73% com história de exposição passiva ao fumo. “O diagnóstico de admissão foi o de doença possivelmente relacionada ao tabaco em 21,5% dos pacientes e em 39% dos fumantes ativos e exfumantes” e “a proporção de fumantes e ex-fumantes que não conheciam a associação entre o tabagismo e a causa de internação foi similar (56% vs. 65%)”, escrevem os autores. Eles explicam que “apenas 19% dos fumantes e 32% dos ex-fumantes acreditavam que o tabagismo tivesse afetado sua saúde” e que “a proporção de ex-fumantes e de não fumantes que acreditavam que parar de fumar é uma questão de vontade foi significativamente maior que aquela de fumantes ativos (64% e 53%, respectivamente, vs. 24%”. Finalmente,diz o texto, “embora 96% dos pacientes acreditassem que o tabagismo cause dependência, apenas 60% identif icavam o tabagismo como uma doença”. (Da Agência Notisa)


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