Jornal da FMB nº 36

Page 1

FMB avança nos cuidados e estudo da Acromegalia Doença causada por excesso de hormônios de crescimento em adultos tem nova perspectiva de tratamento com atuação da Faculdade de Medicina Página 12

Hospital institui normas contra riscos biológicos Pró Reitora de Pós-Graduação, Marilza Vieira Cunha Rudge, assina os termos de intenção de acordo com a HUST

Página 10

FMB debate integração com o PDI da Unesp Professores, alunos e representantes de seções administrativas tiveram a oportunidade de conhecer melhor e discutir de que forma a instituição pode se alinhar com os objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unesp. Foram convidados para realizar apresentações durante o encontro, o assessor-chefe de Planejamento Estratégico da Unesp, Rogério Buccelli e a profªTânia Regina de Luca, membro da comissão de gestão do PDI. Página 3

Alunos participaram de aulas práticas e visitas temáticas como ao Museu da Anatomia, no Instituto de Biociências

Por meio de uma técnica que vem ganhando espaço no meio científico – a Engenharia de Tecidos (ET) – pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) trabalham para aprimorar procedimento de reconstrução da traqueia. O método, testado por enquanto em coelhos, utiliza tecidos do doador, sem suas células, para serem repovoados com célu-

las do receptor e reinseridos, sem rejeição. A engenharia de tecidos já tornou possível a substituição da traqueia em paciente que apresentava estenose - lesão que obstrui o órgão e atinge entre 10% e 19% da população mundial tendo propiciado melhora em sua qualidade de vida. Essa técnica foi aplicada na Espanha, há 2 anos, com sucesso. Página 9

Professor Antonio Cyrino assume mandato à frente do CSE até 2015

Centro Saúde Escola empossa direção e homenageia pioneira

Página 11

Página 10

Mais de 120 alunos do Ensino Médio de tiveram a oportunidade de vivenciar um pouco da atuação do profissional formado pelo curso de graduação de Medicina oferecido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Essa foi a proposta do 4º Workshop de Medicina, promovido pelo CAPS- Centro Acadêmico Pirajá da Silva-, nos dias 13 e 14 de agosto. Entre palestras e aulas práticas, os participantes puderam conhecer áreas específicas do curso de graduação em Medicina como anatomia, patologia e parasitologia. Página 9

Método pode facilitar reconstrução da traqueia sem ocasionar rejeição

HCFMB investe em software para gestão de processos Primeiros Socorros é foco de capacitação a servidores de UBS

Página 6

Estudantes têm vivência direta com a Medicina

Chineses firmam intenção de acordo com a Unesp A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebeu, dia 19 de agosto, uma delegação vinda da Huazhong University of Science and Technology (HUST), China. A visita é uma retribuição à ida do então diretor da FMB, Sérgio Müller, do superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Emílio Curcelli e do prefeito de Botucatu, João Cury Neto. Durante o encontro, foi assinado um protocolo de intenções de cooperação nas áreas de ensino, pesquisa e atuação hospitalar. Após a recepção, na sede da FMB, em Rubião Júnior, os chineses conheceram as dependências do Hospital das Clínicas. Página 6

Enfermagem pode firmar cooperação com a Espanha

Profissionais das UBS’s passaram por noções de ressuscitamento

Em cerimônia na qual foram lembrados com a inauguração de uma placa os ex-diretores da unidade, foram empossados os professores Antônio de Pádua Pithon Cyrino e Janete Pessuto Simonetti, nos cargos de supervisor e vice-supervisora do Centro

de Saúde Escola, para cumprirem mandato até julho de 2015. A solenidade ainda contou com homenagem à fundadora do serviço, a professora emérita da FMB, Cecília Magaldi, cujo retrato ficará exposto em um dos corredores da unidade. Página 5


Faculdade de Medicina

Chefes de seção integram treinamento em Saúde no Trabalho Responsáveis pela gestão de seções e áreas administrativas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) participaram, em agosto, de capacitação para modernizar a atuação frente iniciativas em segurança e saúde ocupacional. Esse tem sido o foco do Curso de Extensão Gestão e Saúde no Trabalho, que ocorre até setembro em diversas unidades da universidade. Os treinamentos, organizados pela Coordenadoria de Saúde e Segurança do Trabalhador e Sustentabilidade Ambiental (COSTSA) ocorrem para um público estimado de 700 pessoas em um total de dez encontros. Através de dinâmicas e estudos de casos, os chefes de seções da FMB aprimoraram noções para lidar com questões relacionadas à saúde e segurança no trabalho no cotidiano profissional. Em Botucatu, a qualificação ocorreu nos meses de maio e julho, na nova Central de Salas de Aula da FMB, quando 158 gestores do campus de Registro, Itapeva, Sorocaba e São José dos Campos, participaram das atividades. Segundo Maria Luiza Gava Schmidt, professora do Departamento de Psicologia Experimental e do Trabalho – Unesp/Assis e integrante da COSTSA, essa atualização proporciona nova visão quanto a melhorias no ambiente profissional onde cada gestor

analisa seu espaço como um todo. “Uma organização geralmente bem gerida, respeitosa com seu pessoal, terá boa gestão da Saúde e Segurança no Trabalho (SST). Esse método de gestão pode ser o fator-chave para essa administração ser eficaz nesse contexto”, ressaltou professora Maria Luiza. A professora também ressalta que o curso integra as atividades previstas no PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) da universidade, que prevê o aperfeiçoamento de políticas para qualificação dos servidores em segurança e saúde ocupacional.

16/09/2011 - EVENTO I CONGRESSO MÉDICO ACADEMICO DE ACUPUNTURA E HOMEOPATIA DA FMB Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Horário: 14 horas contato: sah@fmb.unesp.br 19/09/2011 - EVENTO 1ª FASE DO XXIII CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNESP Local: Central de Salas de Aula da FMB Horário: 8 horas contato: ivani@fmb.unesp.br

24/09/2011 - EVENTO CURSO DE MEDICINA LEGAL E PSIQUIATRIA FORENSE Local: Salão Nobre da FMB Horário: 18 horas contato: cmab@fmb.unesp.br

Em Botucatu, a qualificação ocorreu nos meses de maio e julho, na nova Central de Salas de Aula da FMB

Servidoras completam 25 anos de Berçário e UTI Neonatal Ingressar na vida pública e prestar serviços à comunidade de forma assídua e com destreza se torna o principal desafio daqueles que aceitam as diversas profissões que envolvem a área da saúde. Celebrar 25 anos de trabalho, ainda mais em uma unidade complexa como o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, foi motivo de muita festa para seis colaboradoras do Berçário da unidade. Teresinha Padovan Daltin (auxiliar de enfermagem), Terezinha Ferrari (auxiliar de enfermagem), Inez Bardela, Dalva Zanqueta (auxiliar de enfermagem- UTI Neonatal) , Denise Aparecida Ruzza (auxiliar de enfermagem) e Silvania Gonçalves (auxiliar de enfermagem). A ocasião rendeu uma comemoração que reuniu familiares, colegas de trabalho e demais conhecidos no salão de festas da Associação dos Servidores da Unesp (ASU), em Rubião Júnior. “Para nós é gratificante esse momento. Ainda mais porque acompanhamos as últimas evoluções que o hospital passou e tudo o que ocorreu nesses anos. Sempre trabalhamos com uma equipe unida e com objetivos bem definidos, enfrentando lutas diárias, conquistas, alegrias e tristezas”, ressaltou Teresinha Daltin.

Campus avalia pontos de consumo de energia

Congresso Nipo Brasileiro de Estudantes de Medicina

Dando continuidade ao Projeto Eficiência Energética, parceria entre a Unesp e a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), está sendo feito o diagnóstico dos pontos de maior consumo de energia no Câmpus Rubião Júnior. Nas últimas semanas foram inspecionados diversos prédios do campus de Rubião Júnior. As avaliações foram feitas no Instituto de Biociências de Botucatu (IB), na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e também na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA). Depois dessa averiguação, que incluirá também os prédios da FMB, ocorrerá a substituição das lâmpadas necessárias para que a economia seja efetiva no câmpus. Esse Projeto foi assinado no segundo semestre do ano passado e a expectativa é que essa redução de consumo atinja 20%. Desde que a entrada de energia do câmpus foi dividida, a medição está sendo feita de forma separada entre Hospital das Clínicas (HCFMB) e as demais dependências da universidade. Mas mesmo antes disso, o câmpus já começava a adequar sua rede para um consumo menor, através da adaptação de instalações elétricas e troca de transformadores, visando assim à redução de gastos, assim como foi com o Projeto de redução do consumo de água, que já traz resultados significativos.

A Faculdade de Medicina de Botucatu / Unesp (FMB) realizou, dia 11 de agosto, a 11ª edição do Congresso Nipo Brasileiro de Estudantes de Medicina. O evento, que já é tradicional no meio acadêmico, foi organizado pelo professor Milton Hida. Participaram alunos do intercâmbio cultural e científico que a FMB mantém com a Keyo University, sediada em Tóquio. Esse ano, o congresso abordou temas de atualização na especialidade de gastroenterologia e na divulgação de tópicos de interesse aos estudantes de ambos os países. Entre as palestras, foram debatidos os cuidados paliativos no câncer, síndrome metabólica e também medicina oriental. Antes do evento, os acadêmicos nipônicos foram recepcionados pelo vice-diretor da Faculdade de Medicina/Unesp, Prof. José Carlos Peraçoli. Na oportunidade, também ocorreu visita às dependências do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, onde os mesmos conheceram os serviços prestados, principalmente na assistência ao câncer e em gastroenterologia.

2011

13/09/2011 - EVENTO 3º CICLO DE PALESTRAS BIOÉTICA Local: Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Horário: 16 horas contato: wsaad@fmb.unesp.br

21/09/2011 - EVENTO 20° CONGRESSO MÉDICO ACADÊMICO DE BOTUCATU Local: Salão Nobre da FMB Horário: 18 horas contato: cmab@fmb.unesp.br

Curtas

agosto

agenda

28/09/2011 - EVENTO VII CONFIAM - CONGRESSO DE FÍSICA APLICADA À MEDICINA Local: Salão Nobre da FMB Horário: 18 horas contato: confiam@ibb.unesp.br 28/09/2011 - EVENTO 2º EXPO-EXTENSÃO UNESP BOTUCATU Local: Fazenda Experimental Lageado - FCA - Câmpus de Botucatu Horário: 13 horas contato: cursosfepaf@fca.unesp.br 17/10/2011 - EVENTO VII BIENAL DE ENFERMAGEM 2011 Local: Anfiteatro da Patologia e Salão Nobre Horário: 8 horas contato: falcarde@fmb.unesp.br 27/10/2011 - EVENTO I NOITE DE INTRODUÇÃO À ENDOCRINOLOGIA DE BOTUCATU Local: Anfiteatro da Patologia Horário: 18 horas contato: fgilbertov@hotmail.com 17/11/2011 - EVENTO I ENCONTRO DOS COMITÊS DE ÉTICA EM PESQUISA DA UNESP Local: Salão Nobre Horário: 9 horas contato: gtdrh@fmb.unesp.br Informações detalhadas no site www.eventos.fmb.unesp

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Vice-Reitor no exercício da reitoria: Julio Cezar Durigan

Faculdade de Medicina de Botucatu

Diretora: Silvana Artioli Schellini Vice-diretor: José Carlos Peraçoli

Superintendente do HCFMB: Emílio Carlos Curcelli Chefe de Gabinete do HCFMB: Irma de Godoy

Jornal da FMB

2

Presidente da Famesp: Pasqual Barretti Vice-presidente: Shoiti Kobayasi O Jornal da FMB é uma publicação mensal da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp e das fundações, unidades médico-hospitalares e de pesquisas a ela vinculadas. Sugestões, comentários e colaborações devem ser encaminhadas à Assessoria de Comunicação e Imprensa da FMB/Unesp pelo endereço imprensa@fmb.unesp.br. ou telefone (14) 3811-6140 ramal 116. Assessoria de Comunicação e Imprensa- Leandro Rocha (MTB-50357) Produção, editoração e impressão: G3 Gráfica & EditoraRua Jorge Barbosa de Barros, 163- Jardim Paraíso-Botucatu-SP Reportagens: Flávio Fogueral (MTB- 34927) Fotografia: Flávio Fogueral, Fotografia AG Unesp Botucatu e Arquivo ACI/FMB


3

Faculdade de Medicina

Em reunião aberta da Congregação, reflexões sobre como integrar PDI da Unesp Em reunião aberta da Congregação da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), proposta pela atual Diretoria e realizada dia 9 de agosto, professores, alunos e representantes de seções administrativas tiveram a oportunidade de conhecer melhor e discutir de que forma a instituição pode se alinhar com os objetivos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Unesp. Foram convidados para realizar apresentações durante o encontro, o assessor-chefe de Planejamento Estratégico da Unesp, Rogério Buccelli e a professora Tânia Regina de Luca, membro da comissão de gestão do PDI. Após relembrar os objetivos da implantação do PDI, professora Tânia destacou que após anos de debate, a função da comissão que ela integra tem como meta Reunião realizada na Sala da Congregação abordou pontos importantes para o ajustamento ao PDI da Unesp assessorar a Reitoria na tarefa de colocar em prática o que está implantar a utilização de indicadores”, colocou. Para 2011, previsto no Plano. A convidada aproveitou para ressaltar Professora Tânia também lembrou serem as que o grupo não tem autonomia para fazer a gestão dos unidades da universidade as grandes beneficiadas há R$ 53 milhões recursos do PDI – atribuição que cabe aos responsáveis pela aplicação integral desses recursos. Segundo para serem investidos ela, a partir do momento que a comunidade unpor cada programa. A elaboração de cada programa levou em consideraespiana conseguir se adequar aos programas do em 19 programas ção as metas a serem alcançadas, o tempo de execução PDI será simples pensar nos indicadores. “Nossa (horizonte temporal), os recursos disponíveis, os resultados comissão pretende ter o maior número possível previstos e as ações necessárias para se chegar ao objetivo. de investimentos da universidade vinculados ao Eles estão divididos nas seguintes dimensões: ensino de PDI”, ratificou. graduação; ensino de pós-graduação; pesquisa; extensão universitária; Rogério Buccelli, assessor-chefe de Planejamento Estratégico da Unesp, planejamento; finanças e infra-estrutura e gestão e avaliação técnico- observou que o Plano de Desenvolvimento Institucional planeja a universidade administrativa. para o longo prazo. Ele sugeriu que os presentes na reunião pensassem em Para 2011, há R$ 53 milhões para serem investidos em 19 pro- que patamar gostariam que a Faculdade de Medicina de Botucatu estivesse gramas. No ano passado o orçamento disponível para a execução de em 2020. “O PDI é um instrumento de provocação. Precisamos pensar para o 15 programas era de R$ 28 milhões. Neste ano, passaram a fazer parte futuro. O curto prazo, a administração das unidades já faz”, declarou. do PDI a Coordenadoria Geral das Bibliotecas e a Agência de Inovação Para exemplificar a importância de se trabalhar com os indicadores, Tecnológica. É possível conferir o andamento do programa acessando conforme adiantado pela professora Tânia, Rogério exemplificou: “Pode o site oficial do PDI. ser considerado como meta mandar 10 professores de pós-graduação “A intenção é, com o PDI, construir uma nova cultura de gestão, na para o exterior, mas será entendido como indicadores se a experiência qual cada centavo deve ser investido a partir de um dos programas que adquirida nessa estadia fora do país se refletir em aumento na nota de ele oferece. Só que para conseguirmos medir os resultados, precisamos seus respectivos programas de ensino”, ponderou.

Sobre o PDI O PDI foi publicado em 2009, mas os debates para sua formulação começaram em 2007, na gestão do então reitor Marcos Macari. O documento que determina o “futuro da Unesp” foi amplamente discutido e submetido às instâncias universitárias, antes de ser devidamente aprovado pelo Conselho Universitário. Sua implantação passa pelas etapas de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e revisão, distribuídos em três fases. Na primeira, que durou de 2007 a 2008, a reitoria definiu um plano para dez anos de desenvolvimento da Universidade. Num segundo momento, que ocorreu em 2010, foram criados os programas, buscou-se apor te de recursos para cada um deles e, por fim, começou a execução. A terceira fase será a revisão e avaliação dos programas diante de seus resultados, inclusão de outros ou exclusão daqueles que se mostrarem ineficientes.

Lembranças

1ª Turma de médicos da Unesp se reencontra para comemorar 35 anos de formada A primeira turma de médicos formados pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp, após o desmembramento da antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) promoveu um encontro histórico no início de agosto. Os ex-alunos se reuniram para comemorar 35 anos de formados. Os integrantes da nona turma da FCMBB e pioneira do curso na FMB/Unesp se reuniram para o plantio de uma árvore e descerramento de nova placa do grupo. A confraternização terminou com um almoço. O evento vinha sendo planejado há vários meses, em reuniões periódicas realizadas na casa do exaluno da turma, professor da FMB e presidente da Fundunesp (Fundação para o Desenvolvimento da Unesp), Luiz Antonio Vane. Regados a saborosos almoços cuidadosamente preparados por Dona Vilma, esposa do professor Vane, os encontros serviram para, além de relembrar bons momentos dos tempos de graduação, decidir os detalhes do “grande dia”. A turma tem discutido, durante os momentos de reencontro, a possibilidade de unir recursos para a aquisição de algum equipamento que possa contribuir para o desenvolvimento do ensino, pesquisa ou extensão da FMB. Seria um feito inédito na Unesp. Uma definição sobre o assunto ocorrerá entre os dias 18 e 20 de novembro, quando os colegas estarão juntos novamente para encerrar as comemorações.

Turma se reencontrou em Botucatu após 35 anos de formados sendo que o encontro ocorreu nas dependências da FMB onde fora descerrada uma placa em lembrança à ocasião e também o plantio de uma árvore agosto

2011


4

Faculdade de Medicina

Estudantes estrangeiros participam de estágios

Carreira

Katashi Okoshi obtém título de livre-docente da Medicina/Unesp

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), ampliando seu programa de internacionalização recebe, durante o mês de agosto, seis estudantes para estágio e aprendizado acadêmico em sistema de intercâmbio. Os universitários são da República Tcheca, Síria, Itália e Eslováquia. Recepcionados nessa terça-feira, dia 3, pelo vicediretor da FMB, prof. José Carlos Peraçoli, juntamente com a coordenadora e a Alguns dos estudantes foram recepcionados pelo responsável pelo Escritório vice-diretor da FMB, prof. José Carlos Peraçoli de Relações Internacionais da FMB, profª Silke Weber e Karina Chamma, respectivamente; os estudantes tiveram seus primeiros contatos com a faculdade, onde receberam informações sobre programas Informações sobre o intercâmbio podem de estágio e campos de atuação da instituição e do Hospital ser obtidas pelos telefones (14) 3811-6140 das Clínicas (HCFMB), palco de algumas das atividades que ramal 105 ou (14) 3811-6020. Também desenvolverão nas próximas semanas. há os sites http://www.ifmsabrazil.org/ e Alguns dos estágios estarão centrados em especialidades www.capsunesp.com. como cirurgia plástica, cardiologia e pediatria. Os estudantes devem também conhecer outros serviços oferecidos pelo HCFMB e também unidades administradas pela faculdade como o Hospital Estadual Bauru “Arnaldo Prado Curvelo”. Estudantes de Medicina (IFMSA), organização Segundo profª Silke, esse contato realça o compromisso que coordena programas de intercâmbio da Faculdade de Medicina e da Unesp e possibilita amplia- acadêmico. Ao todo, nove alunos devem ção nos projetos de ensino e pesquisa desenvolvidos pela vir ao Brasil para estágios e aulas. Em coninstituição. Já o vice-diretor frisou a possibilidade da troca trapartida, neste ano, sete alunos brasileiros de experiências e a vivência em realidades distintas da participarão do programa. medicina. “Muitos optam por vir ao Brasil por ser um país “Com esses programas, temos a oporem excelência em diversas especialidades como a cirurgia tunidade de realizar trocas de experiências, plástica, moléstias infecciosas e saúde pública”, declarou aumento do conhecimento e também saber prof. Peraçoli. as diferenças na forma como a medicina é A vinda dos estudantes foi viabilizada pelo Departamen- praticada em países com culturas diferentes”, to de Relações Internacionais do CAPS (Centro Acadêmico ressaltou Tamires Siqueira, aluna do 3º ano da Pirajá da Silva), agremiação estudantil da FMB, em par- FMB e coordenadora do Departamento de ceria com a Federação Internacional das Associações de Relações Internacionais do CAPS.

Reconhecimento

Ex-reitor da Unesp e professor emérito da Medicina ganha prêmio nacional de Urologia O professor emérito da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), José Carlos Souza Trindade, foi o ganhador da edição 2011 do Prêmio Cistoscópio de Ouro, oferecido pela USP (Universidade de São Paulo). Trindade foi contemplado com a honraria devido às suas contribuições no ensino e pesquisa em Urologia no Brasil. A cerimônia para a entrega do troféu foi realizada durante o curso Highlights da AUA (American Urological Association - Congresso Americano de Urologia), realizado dia 11 de julho. Nessa capacitação, promovida pela Divisão de Clínica Urológica do Hospital das Clínicas da USP, urologistas que atuam em diferentes áreas e que participaram do congresso compartilharam com os colegas os conhecimentos adquiridos sobre as novidades Ex-diretora da FMB, Dinah Borges de Almeida recebe a placa para a professora emérita Cecília Magaldi da especialidade. Para ser indicado a esse reconhecimento nacional, era preciso estar formado há mais de 10 anos; estar ligado à formação de médicos em nível de pós-graduação senso estrito e pós-graduação senso latu (residência médica); ter boa produção intelectual e estar vinculado É um prestígio para a à formação de novos centros/unidades assistenciais e de pesquisa, Faculdade de Medicina voltados a Urologia. de Botucatu e principalmente A escolha do ganhador foi feita por uma comissão constituída por oito urologistas, sendo que cada um indicou dois nomes. Os selecionapara o Departamento dos foram submetidos à avaliação em reunião conjunta anual, na qual o de Urologia professor Trindade foi o mais votado. “Esse prêmio teve um significado José Carlos Souza Trindade, vencedor grande para mim, por ser um reconhecimento ao trabalho que realizei do Prêmio Cistoscópio de Ouro 2011 na Urologia brasileira. É um prestígio para a Faculdade de Medicina de Botucatu e principalmente para o Departamento de Urologia”, avaliou.

O professor da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Katashi Okoshi, recebeu, após conclusão do concurso realizado dias 28 e 29 de julho, o título de livre-docente das disciplinas de Medicina Interna I, II e III do Departamento de Clínica Médica da instituição. A tese defendida por ele, dia 29, no Salão Nobre da FMB, teve como tema a “Influência da Restrição da Ingestão Alimentar no Remodelamento Cardíaco Induzido por Infarto do Miocárdio em Ratos”. Participaram da banca examinadora que avaliou o candidato, os professores Beatriz Bojikian Matsubara, da FMB; Joel Spadaro, professor emérito da FMB; Silvia Helena Gelás Lage e Carlos Vicente Serrano Júnior, da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e Valdir Ambrósio Moisés, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Durante prova didática, realizada dia 28, professor Katashi discorreu sobre “Mecanismos hemodinâmicos, celulares e moleculares envolvidos na fisiopatologia da insuficiência cardíaca”. Currículo - Katashi Okoshi graduou-se em medicina pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Realizou residência médica na mesma instituição, na área de cardiologia, no período de 1985 a 1988. Concluiu o mestrado e o doutorado em Fisiopatologia em Clínica Médica na mesma instituição, respectivamente em 1994 e 2000. Realizou pósdoutoramento na área de insuficiência cardíaca experimental no Beth Israel Deaconess Medical Center - Harvard University, Boston, no período de 2002 a 2004. Atualmente, é professor assistente doutor do Departamento de Clínica Médica (Disciplina de Cardiologia) da FMB.

Oportunidade

Professora chilena irá cursar doutorado em Doenças Tropicais O Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) tem, esse ano, entre seus alunos, uma estudante chilena que cursará todo o doutorado em Parasitologia na instituição. Nicoli Dominique Urriola, de 34 anos, professora da Universidad Católica del Norte, em Coquimbo – Chile, faz parte do Programa de Apoio a Estudantes de Doutorado do Exterior, coordenado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unesp. A iniciativa abrange 20 estudantes estrangeiros selecionados para fazer parte de um dos programas de pósgraduação da Unesp. Na FMB, apenas o de Doenças Tropicais foi escolhido. Nicoli, que já acumula experiência de estudos no exterior após ter concluído seu mestrado na Espanha, afirma que com o fim de seu doutorado pretende aplicar, em sua atividade como professora no Chile, os conhecimentos adquiridos na Faculdade de Medicina de Botucatu. Ela é graduada em biologia molecular e professora de parasitologia e biologia. ”Optei por fazer meu doutorado na Faculdade

de Medicina da Unesp, porque meus professores sempre falaram muito bem dessa escola”, conta a estudante, que já havia estado no Brasil em 2006, onde fez um curso de genética. A escolha pela FMB foi influenciada por uma visitaque fez ao site da organização, na área de PósGraduação. “As linhas de pesquisa que são desenvolvidas pela faculdade me interessaram. Além disso, gosto muito do clima brasileiro, do calor”, comenta Nicoli. Para a moradia, a escolha da chilena foi por viver pelos próximos quatro anos em uma república estudantil. Segundo ela, é uma forma de estreitar a convivência com os brasileiros e aprender mais sobre a cultura e a língua locais. Sobre a expectativa em relação ao curso, Nicoli destaca que sua meta é aprender conhecimentos específicos de Parasitologia – área que não está contemplada nos currículos de pós-graduação em seu país. “Quero absorver informações novas, que farão a diferença em minha carreira”, acrescenta.

agosto

2011

Professores Sueli Calvi e Paulo Pereira, têm acompanhado Nicoli (ao centro) durante o período de adaptação


5

Geral

Antônio Cyrino e Janete Pessuto Simonetti são empossados no comando do Centro de Saúde Escola Cyrino ressaltou que Em cerimônia na qual foram lembrados com a inauguração de uma sua gestão procurou placa os ex-diretores da unidade, foram empossados os professores Antônio de a integralidade e Pádua Pithon Cyrino e Janete Pessuto humanização Simonetti, nos cargos de supervisor e vice-supervisora do Centro de Saúde dos atendimentos Escola – Unidade Auxiliar de Estrutura Complexa da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), para cumprirem mandato até julho de 2015. A solenidade foi realizada dia 5 de agosto, no auditório da instituição, e ainda contou com homenagem à fundadora do serviço, a professora emérita da FMB, Cecília Magaldi, cujo retrato ficará exposto em um dos corredores da unidade. A solenidade, que contou com a presença de autoridades, representantes da comunidade e professores do Departamento de Saúde Pública e de Enfermagem da Medicina/Unesp, deu início oficialmente a um novo momento para um dos mais tradicionais centros de saúde voltados à atenção básica de Botucatu. O CSE completará, em 2012, quatro décadas de fundação. Para falar em nome da comunidade acadêmica e saudar os dirigentes que permanecem no comando da instituição, foi convidada a professora da FMB e ex-dirigente do Centro de Saúde Escola, Luana Carandina. Ela avaliou que a criação da unidade, naquela época, poderia ser considerada uma “loucura”, porém, hoje, avançou de forma significativa na assistência em nível primário, tornando-se um serviço fundamental para o sistema de saúde local e salientou que a demanda de atendimentos tem crescido gradativamente. “Hoje a FMB conta com um sistema de saúde praticamente completo, com assistência em todos os níveis e o CSE é muito importante para a formação dos médicos que atuarão na rede básica”, reforçou. Professora Luana também agradeceu aos servidores técnico-administrativos pela colaboração no crescimento da unidade. A vice-supervisora reconduzida ao cargo, professora Janete Pessuto Simonetti, enfatizou que fazer parte da Direção do CSE é um grande desafio, inclusive para o Departamento de Enfermagem da FMB, que consolida sua parceria com o Departamento de Saúde Pública. Segundo ela, seu grande objetivo é contribuir para o enfrentamento das dificuldades, na melhoria das condições de trabalho para os funcionários e ainda em relação ao aprimoramento da assistência oferecida aos usuários. “Nossos esforços são para que a instituição continue tendo a mesma representatividade nos cenários local e regional. Agradeço muito aos funcionários e aos coordenadores de área pelo apoio”, disse. Professor Antônio Cyrino, que permanece no cargo de supervisor, afirmou que atransformação do Centro de Saúde Escola em uma Unidade Auxiliar da FMB pode ser considerada o resultado de um esforço histórico que sempre foi almejado por aqueles que administraram o serviço. “O CSE, que nasceu com o projeto de dar formação generalista aos egressos da Faculdade de Medicina de Botucatu, conseguiu antecipar em algumas décadas os princípios que viriam a nortear o Sistema Único de Saúde (SUS)”, frisou. Cyrino ressaltou que sua gestão procurou potencializar a integralidade e humanização dos atendimentos e também cuidar daqueles que atuam diretamente na assistência à população, ou seja, os profissionais que atuam na unidade. Perspectivas – O atual dirigente ainda colocou como um dos principais desafios de sua gestão melhorar o financiamento do serviço, principalmente em relação à reposição de recursos humanos. Para ele, já houve avanços, mas o subquadro ainda é uma questão que deve ser bastante discutida. O quadro de pessoal da unidade, que em 1990 era composto por quase 100% de servidores Unesp, ficou atualmente reduzido a 32%, dada a não reposição das aposentadorias. “O CSE avançou muito em relação ao seu financiamento, mas ainda estamos longe da condição que a unidade realmente merece se considerarmos sua produção”, ponderou. A realização de um Fórum de Pesquisa na Atenção Primária à Saúde é outra meta dessa gestão que prossegue. “Também quero envolver os docentes dos diversos departamentos da FMB em projetos do CSE”, observou Cyrino, antes de agradecer a equipe pelo apoio que recebeu nos últimos anos. O secretário Municipal de Saúde de Botucatu, professor Antônio Luiz Caldas Júnior, destacou que embora ainda esteja longe do ideal, o financiamento do CSE – que tem participação da Prefeitura – saltou em cerca de 300% se comparado com o orçamento que tinha em 2007. “Temos procurado dar a esse serviço aquilo que ele merece, não apenas em relação aos recursos, mas também no apoio a projetos. O CSE é o exemplo vivo do sucesso da parceria entre a Prefeitura de Botucatu, o Governo do Estado de São Paulo e a FMB”, declarou. Professora Silvana Artioli Schellini, diretora da FMB/Unesp, destacou a importância da visão que tiveram os fundadores do CSE, pois foi possível oferecer aos alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu a oportunidade de se aproximarem da comunidade. “A Medicina Preventiva cativou muitos docentes, não apenas da Saúde Pública, graças ao Centro de Saúde Escola. Temos que olhar para esse serviço como se fosse nossa pérola, pois é a única unidade auxiliar da FMB atualmente”, disse ela. A diretora frisou que a FMB precisa da Secretaria MuTambém quero envolver nicipal de Saúde e do Governo os docentes dos diversos do Estado para dar condições departamentos da FMB para que o CSE continue fazendo extensão e oferecendo em projetos do CSE serviços à comunidade. “Em nome da Unesp me coloco à disposição para ajudar no que Antônio Pyton Ciryno, ao discursar for possível”, concluiu. sobre a interação entre a FMB e o CSE

Solenidade de posse ocorreu dia 5 de agosto e é marco na recente história do Centro de Saúde Escola

Profª Janete Simonetti assina termo de posse como vice-supervisora da unidade auxiliar da Faculdade de Medicina

Prof. Ciryno discursa em homenagem à Cecília Magaldi, pioneira que se tornou peça fundamental do CSE

Sobre o CSE O Centro de Saúde Escola foi criado em 1972, através de convênio entre a antiga Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Formulado pelo Departamento de Saúde Pública como uma unidade de integração docente-assistencial, tem papel suplementar no desenvolvimento e investigação sobre modelos experimentais de organização de serviços de saúde. É constituído de duas unidades – uma central, na Vila dos Lavradores e outra na Vila Ferroviária. agosto

2011


6

Faculdade de Medicina

Enfermagem recepciona professora de universidade espanhola para discutir parcerias Diante do novo cenário para aprimoramento, troca de experiências e tecnologia, o Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), deve firmar, nos próximos meses, acordo de cooperação e intercâmbio com a Universidade de Sevilha, da Espanha. Durante visita da professora Juana Macias Seda, dia 11 de agosto, representantes do departamento e da coordenação do curso de enfermagem da FMB expuseram características do ensino desses profissionais em saúde no Brasil; sistema de graduação e pós-graduação promovidos pela FMB, além de pesquisas na área de saúde pública desenvolvidas na unidade. Já a representante espanhola mostrou diversos aspectos de sua instituição como os acordos firmados com outras universidades brasileiras entre elas a USP (Universidade de São Paulo) e a própria Unesp. O interesse, segundo profª Juana, é de firmar compromissos para estágios e projetos de pesquisa. “A expectativa é que este convênio ajude a trabalhar e melhorar a forma de pensar e de incitar a pesquisa entre as duas faculdades”, frisou. Coordenadora do curso de graduação em Enfermagem da FMB, profª Vera Tonette Pamplona enfatizou a possibilidade de trocas Professoras do Departamento de Enfermagem e da USP com de experiências em programas de estágios. “Para os alunos de a representante da Universidade de Sevilha, Juana Macias Seda ambas as universidades, caso esse intercâmbio seja vagas em Enfermagem e possui um dos vesestabelecido, haverá estágios de curta duração e O departamento deve 30 tibulares mais concorridos da universidade. Em também aperfeiçoamento de programas em Pós 2010, a proporção de candidatos por vaga em ainda firmar relações Graduação”, disse. Enfermagem teve a relação de 22,5 c/v. Para a professora Carmen Casquel Juliani, essa visita com universidades O Departamento de Enfermagem da FMB foi um passo inicial para que o departamento entre em tem atualmente 120 alunos nos quatro anos da sintonia com o processo de internacionalização vivido europeias para novos graduação, além de aprimorandos, residentes, pela Faculdade de Medicina e a Unesp como um todo. convênios especializandos e pós-graduandos. São 28 os “É fundamental ampliar laços e contatos para propidocentes responsáveis pela formação destes ciar tanto aos alunos quant ao o Departamento de estudantes, além de professores do IB (Instituto Enfermagem alçar novo nível de excelência”, realçou. de Biociências) e dos departamentos de Neurologia, Psicologia O departamento deve ainda firmar relações com universidades euroe Psiquiatria e Saúde Pública que participam da formação básica peias para novos convênios. Ocorrem, entre os dias 19 e 24 de setembro, dos futuros enfermeiros. o 6º Congresso Ibero-Americano de Educação em Enfermagem e o Pelo terceiro ano consecutivo o curso de Enfermagem 3º Encontro Latino-Americano de Enfermagem, ambos em Coimbramantido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp foi Portugal. Na oportunidade, professoras da FMB se encontrarão com qualificado com cinco estrelas pelo Guia do Estudante 2010, representantes de instituições de ensino superior de Portugal e Espanha. publicação de âmbito nacional da Editora Abril e que lista as melhores instituições de ensino do país. A nota coloca o nível Sobre o curso de Enfermagem da FMB do aprendizado como ‘excelente’. A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp oferece anualmente

Internacional

Medicina/Unesp firma intenção de acordos na área acadêmica e hospitalar com universidade chinesa A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebeu, dia 19 de agosto, uma delegação vinda da Huazhong University of Science and Technology (HUST), China. A visita é uma retribuição à ida do então diretor da FMB, Sérgio Müller, do superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), Emílio Curcelli e do prefeito de Botucatu, João Cury Neto. Recepcionado pela Pró-Reitora de Pós-Graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge e pela diretora da FMB, Silvana Artioli Schellini, o grupo era composto pelos professores Luo Pró-Reitora de Pós-Graduação da Unesp, Marilza Vieira Cunha Rudge, Qingming, vice-Presidente da HUST; assina termo de intenção de cooperação com os representantes chineses Wu Hua, vice-diretor do “Tongji Hospital”, filiado à HUST; Yu Xiang, Novo canal de comunicação com diretor do Escritório de Relações Internacionais da HUST; Yi Yuanxiang, diretor da Faculdade de Línguas a direção da Faculdade de Medicina Estrangeiras e responsável pelo staff e voluntários Com apoio da Assessoria de Comunicação e Imprensa do Instituto Confúcio, Liu Wenzhong, Professor (ACI) e desenvolvimento do Serviço Técnico de Informática da Faculdade de Ciência e Tecnologia do Controle (STI) foi implantada, na página principal do site da FMB, uma e Shi Haixia, secretária do Escritório Internacional ferramenta através da qual servidores, alunos, professores e da HUST e responsável por assuntos do Instituto médicos podem enviar sugestões, críticas e ideias diretamente Confúcio na HUST. para a diretora, professora Silvana Artioli Schellini e seu vice, Durante o encontro, foi assinado um protocolo professor José Carlos Peraçoli. de intenções de cooperação entre a Unesp, através As mensagens serão encaminhadas a um e-mail específico da Faculdade de Medicina e a HUST nas áreas que tem a finalidade de proporcionar esse diálogo entre a de ensino, pesquisa e atuação hospitalar. Após a Diretoria e os públicos interessados. “Para nos aproximarmos recepção, na sede da FMB, em Rubião Júnior, os mais de vocês, criamos este espaço que poderá ser usado para chineses conheceram as dependências do Hospital tirar dúvidas e fazer comentários sobre pontos de interesse”, das Clínicas. salienta professora Silvana, no texto de abertura desse novo Em julho, a viagem realizada ao país asiático espaço, denominado “Converse com a Diretoria”. objetivou firmar parcerias na área acadêmica e conTodas as opiniões são bem vindas e têm grande importânhecer a realidade da rede de saúde e hospitais chinecia para que os dirigentes possam tornar realidade a proposta ses. Foram feitos contatos com diversas instituições de uma “gestão participativa”. Os e-mails também podem ser de ensino para viabilizar o intercâmbio de alunos e enviados para converse.diretoria@fmb.unesp.br o desenvolvimento de pesquisas em conjunto. agosto

2011

Evento

Alunos colaboram com encontro de Ligas de Nefrologia Entre 14 e 17 de setembro, a cidade de Atibaia recebe o 1º Encontro das Ligas Acadêmicas de Nefrologia, evento que ocorre simultaneamente com o 14º Congresso Paulista de Nefrologia, que deve reunir os maiores especialistas médicos do país na área. A organização conta com apoio de alunos da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp. Além dos trabalhos científicos a serem expostos durante o evento, haverá debates como a abordagem da nefrologia no ensino de graduação em medicina; meios para se fomentar a iniciação científica e obtenção de recursos. Outra discussão deve centrar na necessidade ou não da burocracia. A mesa-redonda contará com a presença dos professores Ricardo Zatz, da USP (Universidade de São Paulo), Cibele Isaac Saad Rodrigues- da PUC (Pontifícia Universidade Católica)-, Altair de Lima e Jacqueline Caramori, da FMB/Unesp. “Esse primeiro encontro abordará temas cotidianos da organização de ligas e pretende ser um espaço de trocas entre alunos que compõem cada uma dessas organizações”, ressalta Marcos Marton Filho, integrante da Liga do Rim e Hipertensão Arterial (LIHRA) de Botucatu e um dos organizadores do evento.

Publicação

Medicina/Unesp colabora com livro sobre acidentes no trabalho Re f l e xo d o c re s c i m e n to econômico no país, o mercado de trabalho também apresenta números que causam preocupação. Somente em 2009, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ocorreram no Brasil 723.452 acidentes laborais. Desse total, 2.496 resultaram em mortes. Ainda segundo os dados do serviço de seguridade, do total de acidentados, 77,1% são homens, e 22,9% são mulheres. A maior faixa de acidentados são os jovens de 20 aos 29 anos. Já as doenças decorrentes do trabalho estão mais presentes entre pessoas de 30 a 39 anos. Para reverter esse quadro, campanhas e políticas específicas vêm sendo adotadas por entidades e órgãos governamentais. A análise dos meios usados para evitar e prestar assistência em saúde ao trabalhador é o tema do livro “Saúde do Trabalhador na Sociedade Brasileira Contemporânea” (Editora Fiocruz, 540 páginas), coletânea de artigos organizados pelo sociólogo Carlos Minayo ao lado dos médicos Jorge Mesquita Huet Machado e Paulo Gilvane Lopes Pena. A publicação conta com a colaboração do professor do Departamento de Saúde Pública da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Ildeberto Muniz de Almeida. O livro debate questões como a incorporação tecnológica e a globalização dos mercados, assim como a persistência de formas arcaicas de produção, a precarização do trabalho e a exclusão social. Segundo os autores, o foco é a saúde do trabalhador do ponto de vista da saúde pública, não ficando restrito somente aos locais de trabalho. Incorporar o setor de serviços ao debate em saúde do trabalhador e refletir sobre questões de saúde mental, abordando as subjetividades, o sofrimento e o estresse dos trabalhadores são duas das principais contribuições da coletânea. Também há análises sobre políticas públicas, vigilância em saúde do trabalhador e atuação sindical. Prof. Ildeberto colabora no capítulo 9, “Acidentes de Trabalho e a Repolitização da Agenda de Saúde do Trabalhador”. Seu texto está na segunda parte e se chama “Acidentes e Agravos”, que discorre sobre a Política Nacional de Saúde. Segundo o professor, essa análise ajuda a compreender o papel do SUS (Sistema Único de Saúde) dentro da assistência ao trabalhador na prevenção e questão de incidentes laborais. “Um dos pontos de maior abordagem nesse capítulo foi a Política Nacional do Trabalhador do Ministério da Saúde. Houve uma compreensão maior da missão dessas ações e isso pode ajudar a levar às esferas governamentais recomendações que a saúde do trabalhador tem que se disseminar amplamente dentro do SUS”, enfatiza o professor.


7 Entrevista

Muito além de amamentar O primeiro e mais afetivo contato entre mãe e filho com certeza é o ato de amamentar. Esse gesto permanecerá como a única fonte de alimento da criança até os seis meses e sendo ideal até os dois anos de vida. Com esse ato, pode haver a redução de até um quinto no número de mortes de crianças menores de cinco anos, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas esse contato tem sido interrompido cada vez mais cedo. Seja pela necessidade da vida moderna, em que a mulher recebe cada vez mais atribuições; falta de informação e até a cultura da região onde a mãe e o filho estão inseridos, o número de crianças que são alimentadas Essa situação só pode ser apenas pelo leite materno não chega a 40% em todo o mundo, ressalta a mesma OMS. O mudada com muita educação, Brasil acompanha essa tendência, conforme campanhas esclarecedoras o Ministério da Saúde, com 41% das crianças e incentivos a mães que menores de seis meses recebendo somente esse amamentam os seus filhos. tipo de alimento. O ideal é que esse número seja superior a 90% nessa faixa etária. Para estimular essa Sáskia Fekete sobre como chegar ao nível recomendado pela OMS prática, órgãos de saúde em todo o mundo desenvolvem campanhas de alerta e de informação. A Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB) junto com o Hospital das Clínicas , promovem em agosto, atividades em sincronismo com a Semana Mundial de Aleitamento Materno. O objetivo é promover e sensibilizar mulheres para a amamentação exclusiva à criança. Também é uma forma de divulgar o trabalho realizado pelo hospital através de seu Banco de Leite Humano. Segundo a neonatologista e professora do Departamento de Pediatria da FMB, Saskia Fekete, o leite materno é tudo o que a criança necessita nos primeiros meses de vida. Alimento de fácil digestão, funciona como vacina, que protege o bebê de mazelas como diarreia, infecções respiratórias e alergias. Em entrevista ao Jornal da FMB, ela explica que, entre os benefícios, para a mãe, ao se amamentar, estão o fato ser um contribuinte importante para a perda de peso após a gestação, ajuda o útero a recuperar o tamano normal, reduzindo assim o risco de hemorragia e anemia. Além disso, a mulher que amamenta tem menor chance de desenvolver diabetes, câncer de mama e ovário.

No Brasil, apenas 41% dos bebês menores de 6 meses são alimentados exclusivamente com leite materno. Esse percentual é bem abaixo do que a OMS espera, que teria de ser 90%. Por que esse número no país ainda é baixo? Ainda existe, no país, uma influência muito forte da cultura de chupetas e mamadeiras. A população brasileira ainda não consegue entender as vantagens do aleitamento materno, isto acontece em qualquer nível social. O ato de amamentar requer uma vontade bem estabelecida, pois não é tão fácil e se o casal não estiver bem convencido dos benefícios acaba desistindo no primeiro obstáculo.

Há casos em que há problemas na amamentação, como alergia da criança, lactose e até escassez de leite por parte da mãe. Como essas mulheres podem superar tais dificuldades? A alergia geralmente ocorre em mães que não amamentam ou que realizam aleitamento misto, isto é que completam a mamada com leite de vaca. A alergia do leite materno propriamente dita é muito rara e se desenvolve porque esta mãe está ingerindo grandes quantidades de leite de vaca. O vilão da história portanto é a proteína do leite da vaca que poder induzir uma reação alérgica na criança. A intolerância a lactose é muito rara em crianças sadias e geralmente se desenvolve após um quadro de diarreia importante que leva a descamação da mucosa intestinal e perda de uma enzima essencial para a digestão desta. Estas diarreias são mais frequentes em crianças que não são amamentadas. A produção de leite ocorre devido a um mecanismo de procura e oferta. Quanto mais o bebê ingere mais as glândulas mamárias vão produzir. Se a criança não conseguir fazer uma pega adequada ele não vai puxar o leite e a produção da mama vai diminuir. Por outro lado se esta mãe substituir uma ou mais mamadas por mamadeira a produção também vai diminuir e isto se aplica principalmente ao período noturno quando a prolactina (Hormônio de produção) está mais alto no sangue. Por consequente quando uma mãe estiver queixando de pouco leite devemos observar a mamada, a frequência das mamadas, a duração das mamadas antes de chegar a uma conclusão.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) dispõe há mais de uma década de um Banco de Leite Humano. De que forma ele presta assistência às mães? O Banco de Leite Humano tem duas funções primordiais: a primeira que consome mais tempo e deve ser sempre incentivada que é o apoio e o incentivo ao aleitamento materno e a segunda que é de trabalhar com a doação de leite e pasteurização deste leite que vai ser distribuído A população brasileira ainda a Unidade Neonatal conforme as prioridades préviamentes não consegue entender as estabelecidas. O Banco de Leite no nosso hospital trabalha em vantagens do aleitamento conjunto com a enfermaria da obstetrícia orientando as mães que têm dificuldades sobre a técnica de amamentação. O Banco materno, isto acontece de leite orienta também ordenha de leite a mães com filhos inem qualquer nível social ternados na enfermaria de pediatria. Este leite quando coletado fora do hospital pode ser pasteurizado para depois ser oferecido Sáskia Fekete a respeito da cultura de para estas crianças mães brasileiras a não amamentarem

Como o Brasil pode mudar essa realidade? Essa situação só pode ser mudada com muita educação, campanhas esclarecedoras e incentivos a mães que amamentam os seus filhos. Segundo a OMS, o aleitamento materno exclusivo é capaz de diminuir em até um quinto as mortes nessa faixa etária. Quais outros benefícios o aleitamento materno proporciona tanto para a criança quanto à mãe? Os benefícios são inúmeros pra as crianças. A diminuição da mortalidade infantil advêm principalmente da redução de infecções adquiridas pelas crianças amamentadas devido as propriedades imunoprotetoras e imunomoduladoras do leite materno. É importante ressaltar a grande quantidade de anticorpos presentes no leite materno impede a aderência de bactérias nocivas ao trato digestivo das crianças. As vantagens são também devidas ao conteúdo de proteínas específicas ao ser humano e que por consequência não induzem a reações alérgicas como podem ocorrer com o leite de vaca. O Leite materno apresenta conteúdo ideal de proteínas, gorduras e calorias para o crescimento da criança evitando a desnutrição e a obesidade que é um problema muito importante na nossa época. Crianças amamentadas ao peito apresentam coeficiente de inteligência mais alto e menor ocorrências de doenças na idade adulta como A diminuição da mortalidade diabetes, hipertensão arterial e arteriosclerose. infantil advêm principalmente As vantagens também são para a mãe com retorno mais rápido ao peso pré-gravidico e da redução de infecções adquiredução de anemia pós-parto. Para a família ridas pelas é muito mais econômico e o vinculo afetivo crianças amamentadas extremamente reforçado no ato de amamentar.

O leite materno é tudo o que a criança necessita para a alimentação nessa etapa da

vida? Até que idade a criança deve ser amamentada? O Leite materno é suficiente nos seis primeiros meses de vida. É importante ressaltar que a introdução de outros alimentos ou mesmo de chá e água nesta fase pode ser prejudicial por introduzir contaminações no trato digestivo da criança e favorecer a infecções. A ansiedade dos pais em introduzir outra alimentação precocemente não é adequada nem necessária e pode contribuir para o aumento de obesidade infantil. Após 6 meses a introdução de outros alimentos deve ser gradativa e o leite materno mantido por dois anos ou mais dependendo da vontade da mãe e da criança.

Sáskia Fekete ao discorrer sobre os benefícios de se amamentar

O HCFMB tem se estruturado para se tornar Hospital Amigo da Criança. Quais ações são adotadas para que ocorra essa titulação? Primeiramente a concepção sobre amamentação teve que mudar no nosso hospital, pois nos somos reflexo de nossa sociedade. Isto está acontecendo devagarzinho, mas ainda precisamos de muito trabalho, muitas aulas e demonstrações para treinar toda a equipe que está em constante renovação. Várias ações concretas como colocação de cartazes nos corredores e normas nas prateleiras já foram realizadas para atender exigências do Ministério da Saúde. Outras exigências burocráticas como registro de mais de 70% das crianças nascidas no serviço estão em curso de implantação. Mas acima de tudo acreditamos que orientar uma mãe em relação à amamentação ou colocar um bebê pele a pele com a mãe dele após o nascimento não é somente uma ação pra conseguir o título, mas principalmente é uma medida de humanização. Por isso, conseguir o título de Hospital Amigo da Criança não será tão difícil, pois vai ao encontro às necessidades de um hospital universitário que procura o melhor atendimento para os seus Sáskia Fekete é coordenadora da Iniciativa Hospital pacientes. Amigo da Criança, título que o HCFMB pleiteia agosto

2011


“Essa mostra do que é a

Medicina, do curso em si, é um artifício a mais para que o vestibulando conheça sobre essa área

Paulo Henrique Gregório sobre o objetivo principal do evento

Aprendendo sobre Medicina

8 Alunos Mais de 120 alunos do Ensino Médio de tiveram a oportunidade de vivenciar um pouco da atuação do profissional formado pelo curso de graduação de Medicina oferecido pela Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB). Essa foi a proposta do 4º Workshop de Medicina, promovido pelo CAPS- Centro Acadêmico Pirajá da Silva-, nos dias 13 e 14 de agosto. Entre palestras e aulas práticas, os participantes puderam conhecer áreas específicas do curso de graduação em Medicina como anatomia, patologia e parasitologia. Também receberam informações sobre primeiros socorros, exames clínicos, técnicas cirúrgicas e noções vitais básicas. Além dessas aulas práticas, os participantes visitaram ainda o Museu de Anatomia, localizado no Instituto de Biociências da Unesp, também no campus de Rubião Júnior. No local, aprenderam como é formado o corpo humano e também de outros animais através de exposição de peças e espécimes. Segundo Paulo Henrique Gregório, membro do CAPS e organizador do workshop, tanto as palestras quanto as demonstrações práticas tiveram por objetivo incentivar alunos a conhecerem melhor as áreas que pretendem cursar na universidade. Além disso, o contato com já graduandos também auxilia através de relatos de vivências e experiências dentro da faculdade. “Essa mostra do que é a Medicina, do curso em si, é um artifício para que o vestibulando conheça mais sobre essa área e a estrutura oferecida pela Faculdade de Medicina”, enfatizou. Essa experiência, contudo, pode ajudar Andreza Frois, 17, na escolha da carreira. Ainda na dúvida sobre qual curso escolher, a estudante interessou-se pela oportunidade de estar em contato com um pouco da vivência cotidiana do que é ensinado pela FMB. “A medicina é uma profissão complexa e muitos vestibulandos ainda têm uma visão superficial do que realmente é o curso. Além disso, vimos que há um enorme campo de atuação de quem opta pela carreira”, disse.

Medicina é o curso mais concorrido da Unesp Curso de graduação mais concorrido da Unesp nos últimos anos, Medicina registrou no vestibular de 2011 mais de 11.600 concorrentes por 90 vagas, o que gerou relação de 118 candidatos/vaga. Em seus 48 anos de existência, a FMB já formou mais de 3.700 médicos, 1.800 especialistas em seus programas de residência, além de 1.065 mestres e 541 doutores. Andressa Frois, 17, ainda está em dúvida sobre qual profissão escolher e participação no workshop foi um artifício a mais nesse processo. Além das aulas práticas e temáticas, estudantes tiveram a oportunidade em visitar locais como o Museu da Anatomia

Debates

Congresso das Ligas Acadêmicas reflete sobre a Saúde que abrange corpo e mente A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu, durante os dias 5 e 6 de agosto, o 5º Congresso das Ligas Acadêmicas de Botucatu (CLAB), que propôs debates sobre o tema “Corpo e Mente: Saúde Integral”. Toda a programação esteve centralizada no Salão Nobre da instituição, porém a apresentação de trabalhos foi organizada na Central de Aulas. Entre os temas discutidos, houve espaço para assuntos como: “Saúde Física e Saúde Mental: duas faces da mesma moeda”; “Tratamento de Dispneia em pacientes com câncer”, “Alterações neuropsíquicas em pacientes com Aids”, além de outros. No dia 6, entre as 13h30 e as 14 horas houve a premiação dos projetos apresentados. O Congresso tem por objetivo congregar em um único evento as 13 Ligas Acadêmicas, Liga do Câncer de Botucatu, Liga de Cirurgia, Liga do Coração de Botucatu, Liga de Pediatria, Liga de Dor e Cuidados Paliativos, Liga de Pneumologia de Botucatu, Liga de Geriatria e Gerontologia de Botucatu, Liga de Saúde Mental, Liga do Trauma, Liga de Neurociências de Botucatu, Liga de Saúde Sexual e Reprodutiva, Liga de Dermatologia de Botucatu, e Liga do Rim e da Hipertensão Arterial, vinculadas ao Centro Acadêmico Pirajá da Silva (CAPS) e promover um intercâmbio entre os diversos grupos de alunos a fim de aprofundar temas relevantes na prática médica e ligados às especialidades das ligas existentes. Na abertura do evento, o acadêmico Natanael S. Adiwardana agosto

2011

recitou o texto “A Doença”, do escritor Rubem Alves, que retrata uma maneira particular de encarar as doenças. Ele aproveitou a oportunidade para ressaltar a importância de os futuros médicos se preocuparam com a vida e não focar suas energias nas doenças. Em seguida, a aluna Ligia Amorim, presidente do Conselho das Ligas Acadêmicas da FMB (Congliac) explicou sobre os objetivos do congresso e parabenizou os estudantes que fazem parte de alguma ou das várias atividades promovidas pelas ligas. Professora Albina Rodrigues Torres, que também compôs a mesa de autoridades e ministrou a primeira palestra do congresso, comentou que em um currículo denso como é o do curso de graduação em Medicina, espaços de liberdade, como é o Congliac, são bastante interessantes. “Os alunos podem participar quando quiserem e se quiserem, isso é muito saudável”, declarou. O vice-diretor da FMB, professor José Carlos Peraçoli, lembrou que em sua época de estudante as atividades extracurriculares eram essencialmente políticas e bem diferentes de atualmente. “Para nós, agora na Direção da escola, ver o potencial acadêmico nas diversas atividades que desenvolvem é uma grande satisfação. O retorno desses projetos de extensão será muito grande para vocês, seja como futuros médicos ou até como gestores”, frisou. “É uma contribuição enorme para a formação de vocês e muito maior para as pessoas que se beneficiam das ações”, completou.

Palestras e debates ocorridos no Congresso centraram-se na ligação entre corpo e mente


9

Pesquisa e Extensão

Pesquisadores testam método para reconstrução da traqueia sem rejeição Por meio de uma técnica que vem ganhando espaço no meio científico – a Engenharia de Tecidos (ET) – pesquisadores da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) trabalham para aprimorar procedimento de reconstrução da traqueia. O método, testado por enquanto em coelhos, utiliza tecidos do doador, sem suas células, para serem repovoados com células do receptor e reinseridos, sem rejeição. A engenharia de tecidos já tornou possível a substituição da traqueia em paciente que apresentava estenose - lesão que obstrui o órgão e atinge entre 10% e 19% da população mundial - tendo propiciado melhora em sua qualidade de vida. Essa técnica foi aplicada na Espanha, há 2 anos, com sucesso. A principal causa da estenose traqueal é a intubação oral prolongada nos A engenharia de tecidos pacientes que necessitam de respiração artificial em unidades de terapia intensiva já tornou possível (UTI). Os sintomas da estenose traqueal são: a substituição falta de ar, rouquidão e respiração ruidosa. No entanto, os elevados custos ainda da traqueia em limitam sua aplicação de rotina. De acordo paciente com estenose com os pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Tecidos do Hemocentro

do Hospital das Clínicas da FMB, coordenados pelo professor Raul Ruiz Júnior, resultados de experimentos em coelhos mostraram que uma via respiratória gerada por ET pode ser “construída” com propriedades mecânicas que permitem um funcionamento normal, livre dos riscos de rejeição. Os estudiosos da Medicina/Unesp têm experimentado métodos alternativos ao uso de enzimas, que são muito caras. Eles apostam na irradiação eletromagnética não ionizante do LED (Light Emitting Diode), que apresenta energia eficiente, tamanho compacto, baixa voltagem e pouco aquecimento. Quando associado a métodos químicos tem mostrado boa capacidade no processo de descelularização das traqueias. No processo de retirada das células da traqueia, o uso de enzimas (proteases e nucleases) promove a degradação dos componentes nucleares das células (RNA e DNA), levando a descaracterização imunológica do tecido evitando a rejeição. São necessárias quantidades elevadas de enzimas para um efeito de descelularização satisfatório que aumentaria muito os custos do procedimento. Também integram o estudo Thaiane Cristine Evaristo e Flávia Cilene Maciel da Cruz Alves.

Harvard

Professora realiza estudo sobre doença trofoblástica A professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB), Izildinha Maestá, está, desde julho, como pesquisadora, realizando duas pesquisas na Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos. Um dos estudos enfoca os fatores relacionados ao tempo de remisssão da neoplasia trofoblástica gestacional de baixo risco e outro, em laboratório, se refere a um estudo da resistência ao metrotexate em linhagens de células de coriocarcinoma – cultura de células in vitro. Como médica clínica, a professora ainda tem participado de discussões de casos clínicos semanais e de encontros mensais sobre doenças trofoblásticas. Ela ficará em Harvard até dezembro deste ano. “O crescimento humano e cientifico que será adquirido durante esses seis meses na Universidade de Harvard, sem duvida, repercute em minha atuação como professora e pesquisadora”, avalia. Segundo ela, os objetivos de sua permanência no exterior é

buscar melhorias para pesquisa no Centro de Doencas Trofoblásticas do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMB/Unesp e atender, de forma atualizada e integrada (multidisciplinar) as pacientes do Hospital das Clínicas da FMB com doenças trofoblásticas. Para a professora, o reflexo dessa oportunidade será o fortalecimento da internacionalização da FMB pelos trabalhos que serão publicados em revistas internacionais e pelo intercâmbio envolvendo os professores do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina de Harvard e da PósGraduação da FMB/Unesp. O financiamento da permanência de Izildinha no exterior foi feito pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Unesp e pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) - por conta do trabalho “Caracterização genética molecular do coriocarcinoma”, desenvolvido no Laboratório Neogene da FMB.

Izildinha está desde julho nos EUA onde participa de duas pesquias

Capacitação

Ciência e Tecnologia

Curso com especialista francês aborda técnicas de cirurgias minimamente invasivas

Professor do A.C. Camargo apresenta programa de doutorado que é oferecido durante residência médica

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) promoveu, entre os dias 24 e 27 de agosto, no Salão Nobre, o curso Internacional de Abordagem Minimamente Invasiva em Otorrinolaringologia, e cirurgia de cabeça e pescoço da disciplina de Tópicos Especiais da instituição. O evento, dividido em partes teórica e prática, é voltado a alunos de pós-graduação da área. Entre os especialistas convidados para o curso esteve o médico Romain Kania, chefe de Serviço de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina Lariboisiére Saint Louis de Paris; que deverá abordar tireoide, paratireoides e cirurgias de base de crânio. Foram abordados, no primeiro dia de evento tópicos como a glândula tireoide e a loja visceral do pescoço; tireoidectomia; tireoidectomia endoscópica e painel de diferentes técnicas; tireoidectomia vídeo-assistida minimamente invasiva; monitorização intra-operatória de nervos cranianos e apresentação de casos. Já dia 25, houve a discussão em análise vocal estraboacústica na clínica cirúrgica das glândulas tieroides e paratireoides , além de práticas no centro cirúrgico. Já no terceiro dia de evento, especialistas analisaram os dez pontos cruciais da ressonância magnética nuclear da parótida; ecografia da loja viceral do pescoço; cirurgia da região anterior da base do crânio, ressecção endoscópica de tumores do etmoide e critérios para a descompressão do nervo ótico. Encerrando essa disciplina, foram explanados, no dia 27, aspectos sobre a ressecção do neurinoma do acústico pela via translábiríntica, cirurgia da região lateral da base do crânio, abordagem do forame jugular e as perspectivas da resseção endoscópica do odontoide. Essa parceria entre a Unesp e a Faculdade de Lariboisiére já é tradicional, e a vinda do pesquisador

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) recebeu, dia 19 de agosto, a visita do professor Samuel Aguiar, coordenador do Programa de Residência Médica do Hospital A.C. Camargo – referência no tratamento de câncer. O convidado apresentou aos representantes dos departamentos de ensino da escola, o modelo de doutorado oferecido em sua unidade, que os alunos podem cursar juntamente com a residência médica. A Escola de Cancerologia Celestino Bourroul (ECCB) do Hospital A. C. Camargo foi pioneira na implementação do 1º programa de Residência Médica em Oncologia no Brasil. Criada em 1953, já formou mais de 950 oncologistas que atuam espalhados pelo Brasil. Já o programa de pós-graduação da escola foi criado em 1997 e trouxe para a instituição o conceito de pesquisa translacional (processo pelo qual os resultados de pesquisas realizadas em laboratório são utilizados para desenvolver novas formas de diagnóstico e tratamento de doenças). Atualmente, é oferecido o Programa de Residência/Doutorado. São oferecidas cinco vagas – para todos os programas de pósgraduação – e as inscrições são realizadas após a primeira semana da residência médica. A seleção é feita durante o primeiro ano da es-

Médico Romain Kania é chefe do Serviço de Otorrinolaringologia em faculdade francesa Romain só faz estreitar esse laços. Envolvendo as especialidades de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Neurocirurgia, a programação envolve palestras, novas técnicas e novos conhecimentos para os estudantes da área. O Curso Internacional de Abordagem de Tópicos Minimamente Invasiva em Otorrinolaringologia teve em sua comissão organizadora os professores César Tadeu Spadella, Regina Helena Garcia Martins, Jair Cortez Montovani,Silke Anna Thereza Weber e Emanuel Celice Castilho.

pecialização e os alunos, das turmas já em treinamento, recebem duas bolsas, sendo uma paga pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e outra pelo A.C. Camargo. Durante a R1, de acordo com Aguiar, os alunos realizam estágios e cursam a disciplina de Metodologia Científica. Na R2 iniciam o doutorado, que tem duração de quatro anos e segue após a conclusão da residência. O Programa de Doutorado do A.C Camargo tem, atualmente, oito alunos, sendo que três foram convidados para integrar o corpo clínico do hospital. Segundo Aguiar, todos concluíram com mérito a residência médica. “Nosso desafio é manter a dedicação exclusiva desses profissionais, após o término da residência”, declara. Após a explanação, o convidado respondeu a perguntas dos professores da FMB. A reunião contou com a presença da pró-reitora de Pós-Graduação da Unesp, professora Marilza Vieira Cunha Rudge. Deverão ser realizadas, posteriormente, reuniões entre os representantes dos departamentos de ensino da FMB, Pós-Graduação e Residência Médica para discutir se existe a viabilidade de implantar modelo parecido na FMB. agosto

2011


10 Hospital das Clínicas

Profissionais de postos de saúde treinados para atendimento em Primeiros Socorros Profissionais que atuam em Unidades Básicas de Saúde (UBS) da microrregião de Botucatu recebem, durante o mês de agosto, curso específico para atuação em casos de emergência para assistência em Primeiros Socorros. A capacitação é uma parceria entre o Departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) e a Secretaria de Estado da Saúde. Participam do treinamento 172 profissionais entre enfermeiros e técnicos de enfermagem das cidades de Anhembi, Botucatu, Bofete, Torre de Pedra, Pratânia, São Manuel, Laranjal Paulista, Areiópolis, Pardinho, Conchas, Pereiras e Itatinga. Essas localidades compõem o Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS 6). A capacitação, que terá a duração de 12 aulas, visa a capacitação do profissional que atua na Rede Básica de Saúde para prestar at-

endimento em situações de emergência, com ênfase na prevenção. Também se espera que cada participante se transforme em agente multiplicador de conhecimento em seus ambientes de trabalho. O primeiro grupo participou das aulas iniciais, dia 3 de agosto, nas dependências da FMB. Coordenam as atividades do curso as professoras Maria José Nitsche e Sandra Olbrich, ambas do Departamento de Enfermagem da FMB. As capacitações ocorrem em Botucatu e Conchas. Com duração de 24 horas e contando com atividades teóricas e práticas, o curso está dividido em três etapas. A primeira envolve aspectos básicos da assistência em primeiros socorros como a prevenção de acidentes, características do socorrista e aspectos legais. Em um segundo momento são frisados pontos como queimaduras, ferimentos, convulsão, crise epilética, desmaios e intoxicações. O módulo final aborda incidentes com animais peçonhentos, fraturas e transporte de vítimas. “A Secretaria de Estado da Saúde espera que esses profissionais prestem o atendimento, em casos de emergência, de maneira adequada e correta para que a assistência prestada seja ágil e facilitada para as demais equipes de saúde”, explicou profª Maria José.

Treinamento contemplou mais de 170 profissionais da área da enfermagem na região de Botucatu

Atendimento

HCFMB se adequa e absorve demanda do Hospital Sorocabana Apesar do fechamento do Hospital Regional Sorocabana, de Botucatu, em julho deste ano, a população da região continua recebendo atendimento em todas as especialidades oferecidas pelo serviço que deixou de funcionar. Essa condição foi possível graças ao esforço e colaboração das equipes e à readequação estrutural emergencial realizada no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB). O maior reflexo foi no volume de atendimentos da enfermaria de Obstetrícia, que utilizou quartos destinados a tratamentos especiais e aumentou 10 leitos para receber a demanda adicional. Após o fechamento de 21 leitos de obstetrícia e 20 de alojamento conjunto que estavam disponíveis no Hospital Sorocabana, as pacientes passaram a ser atendidas no HCFMB. Em julho foram realizadas 302 internações, aumento de 66,54% consideradas as médias do 1º semestre de 2011. Foram realizados 284 partos o que representa crescimento de 63,2% em relação ao quantitativo habitual. O número de cirurgias obstétricas aumentou 51,5%. Apesar de todas essas medidas a taxa de ocupação da enfermaria de Obstetrícia se manteve em 92% durante o período. Para tornar possível a manutenção da qualidade do atendimento, houve aumento do número de médicos obstetras nos plantões e remanejamento de funcionários de outras unidades do hospital para dar assistência de enfermagem às pacientes e recém-nascidos em todos os plantões. As cotas de materiais, enxovais e medicamentos foram agosto

2011

Segurança

Hospital das Clínicas institui norma de proteção contra riscos biológicos Para coibir e amenizar riscos de acidentes biológicos entre os Peças, equipamentos e responsáveis pela manutenção acessórios hospitalares de equipamentos utilizados no Centro Cirúrgico, enfermarias, encaminhados para Unidades de Terapia Intensiva o Cetec devem passar e Pronto-Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de por uma triagem inicial Medicina de Botucatu (HCFMB), a unidade adota, desde julho, novo procedimento para o envio de aparelhos a esses setores. A normatização foi preparada pela Comissão de Infecção Relacionadas à Assistência em Saúde (CCIRAS) do hospital. Peças, equipamentos e acessórios hospitalares encaminhados para o Cetec (Centro Técnico de Engenharia Clínica) devem passar por uma triagem inicial pela Central de Equipamentos do hospital. Dessa forma, o serviço procederá com a higienização e esterilização dos materiais. Caso o processo não seja realizado, o mesmo será devolvido à central. O intuito, segundo Silvia Eduara de Albuquerque, enfermeira da CCIRAS, é prevenir qualquer tipo de contato dos responsáveis pela manutenção com materiais com potencial risco biológico (sangue e secreções) desses equipamentos usados em rotinas invasivas (que necessitem de penetração corporal). “Se os equipamentos não passarem por esse processo de limpeza e esterilização, os mesmos devem ser devolvidos. O objetivo é fazer com que o técnico tenha segurança ao manusear qualquer aparelho vindo do hospital”, explica. Silvia Eduara ainda enfatiza que, em casos de aparelhos recebidos pelo Cetec ainda contendo substâncias de risco biológico, há uma notificação enviada ao CCIRAS para que orientações sejam passadas à Central de Equipamentos. A padronização já surte resultados positivos, conforme aponta Manoel Álvaro Guimarães, gerente de manutenção do Cetec. A principal, segundo ele, tem sido a mudança de cultura entre os setores envolvidos. Mensalmente, o setor recebe média de 400 equipamentos para reparos e manutenção preventiva e preditivaque avalia a funcionalidade do aparelho durante seu uso. Criado em 1989, o Cetec conta atualmente com 16 funcionários, sendo que 12 técnicos estão diretamente sujeitos a riscos biológicos. “Com a aplicação dessa norma e outras políticas em seus diversos setores, o Hospital das Clínicas demonstra há anos preocupação de que os técnicos não entrem em contato com esses materiais de risco”, complementa Guimarães.

Dia Especial

STND promove almoço italiano no refeitório

Foram realizados em julho, 284 partos, o que representa crescimento de 63,2% ampliadas em 40% em relação ao consumo mensal. Para o professor Roberto Araújo, chefe da enfermaria de Obstetrícia, pelo fato de os quartos daquela ala do hospital possuírem amplo espaço houve maior facilidade para promover as adaptações. Segundo ele, outro fator que contribuiu para que não houvesse prejuízo para os atendimentos à população foi que com o fechamento do Hospital Sorocabana, muitos equipamentos que já eram do HCFMB, voltaram a fazer parte da estrutura da unidade. “Ainda temos que ampliar o quadro de funcionários, contratando mais médicos e enfermeiros e a Superintendência já sinalizou que existe a possibilidade de fazer isso provisoriamente”, colocou

Como forma de inovar e oferecer melhor contato com os usuários do refeitório médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), o Serviço Ténico de Nutrição e Dietética (STND) promoveu, dia 17 de agosto, um almoço italiano. Além do cardápio típico italiano, os funcionários do refeitório também realizaram decoração com bandeira do país europeu e serviram as refeições vestidos a caráter. “A ideia do almoço italiano é promover um dia diferente com almoços temáticos para os usuários do refeitório médico”, ressalta Maria Helena Bruno, coordenadora do STND. Segundo ela, novos eventos temáticos ainda devem ocorrer no local, sempre levando um pouco da culinária dos países escolhidos. O Hospital das Clínicas oferece quatro refeições diárias: café da manhã, almoço, jantar e ceia. A capacidade máxima do refeitório para atender a todos aqueles que são autorizados a se alimentarem no local é de 570 pessoas, mas passam pelo local, em média, 320 usuários por dia.

Equipe do refeitório do HCFMB trajada tipicamente para o almoço


11

Hospital das Clínicas

Investimento em sistemas de informação para integrar serviços Maior unidade de assistência à saúde da região, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (HCFMB), tem investido na modernização de seus processos de gestão hospitalar. Dessa forma, a instituição iniciou a implantação de um novo método de informatização para seus diversos setores de assistência, apoio e administração. Com investimento de R$ 2 milhões, o HCFMB deverá começar a receber a plataforma Soul MV- desenvolvido pela empresa MV, especializada em soluções tecnológicas na área da saúde- a partir de setembro. A previsão é que os processos de implantação e adaptação ao sistema ocorram em doze meses. A empresa Marcelo Martins, coordenador do Cimed do HCFMB, ressalta a importância do sistema. Representantes da MV mostram detalhes do projeto presta serviços a unidades do país faz com que a gestão seja muito mais clara e ativa nos processos”, explica. todo como o Hospital de Base de São José do Rio Preto, AC Camargo, Para a aquisição, representantes do Cimed do HCFMB realizaram visitas a Hospital Bandeirantes, entre outros. outros hospitais que já se utilizam esse modelo. Através do sistema ainda a ser implantado, será possível aos colaboraA implantação do sistema já está sendo organizada pelas três respondores do hospital (médicos, enfermeiros, servidores técnico-administrativos) sáveis- Cimed, MV e Health Consultoria (que acompanhará o processo atualizarem em tempo real a situação de determinado paciente, desde sua e dará apoio técnico ao HCFMB para o cumprimento do prazo)- e todo entrada até a alta hospitalar. Todos os aplicativos incorporados ao sistema um cronograma está definido. Abrangerá aderência dos setores do terão a mesma interface, o que, segundo a empresa desenvolvedora, fará hospital, cadastros, treinamentos, simulações, produção e avaliações com que o usuário tenha maior facilidade de uso. posteriores à implantação. “Essa é uma solução de gestão hospitalar que abrange todas as áreas e é Essa é uma solução de O projeto acontecerá quatro etapas e as unidades que particitotalmente integrada”, sintetizou o diretor comercial da MV, Elton Melo. Isso parão do processo já estão definidas. Na primeira parte, a implangestão hospitalar que facilitará, por exemplo, trâmites burocráticos de internação de um paciente tação abrangerá oito unidades como Zeladoria, SAC e Ouvidoria, abrange todas as áreas e mesmo a implantação de prontuário eletrônico pelo hospital. “O HCFMB Central de Materiais Esterilizados, Gestão de Usuários, Manutenção, tem buscado integração de todas as áreas, seja no gerenciamento global, e é totalmente integrada Portaria, Lavanderia e Rouparia e Classificação de Risco. No segundo indicadores unificados e padronizados, segurança, atendimento diferenmomento, que terá início em janeiro de 2012, os locais contemplados ciado ao paciente, entre outros”, ressalta Marcelo Martins coordenador do serão a Diretoria Clínica, Central de Marcação e Controladoria. Setor de Informática do Hospital das Clínicas (Cimed/HCFMB). Elton Melo, sobre a funcionalidade do Na terceira fase, prevista para fevereiro; serão abrangidos o Centro Para Martins, a integração do Cirúrgico, Logística, Custos, Faturamento SUS e Convênio,Internação, sistema a ser implantado no HCFMB sistema proporcionará melhorias no Será possível aos Patrimônio, Ambulatório, Urgência e Emergência, Hemocentro, atendimento ao paciente, além de CCIH, SAME, Informações Gerenciais BI, Centro de Diagnósticos por colaboradores do monitorar resultados para consolidaImagem e Nutrição. Finalizando a instalação, em abril, o sistema chegará ção de práticas adequadas e eficazes aos serviços médicos dos Ambulatórios e setor de Urgência e Emergência. hospital atualizarem em a uma assistência de qualidade. “Uma Um blog foi criado para que todos os envolvidos no processo acomvez que todas as áreas estão integratempo real a situação panhem o andamento da implantação desse novo sistema. O endereço é das, o acesso às informações do pawww.hc.fmb.unesp.br/servicos/cimed/diario-do-novo-sistema-hospitalar/. de determinado paciente ciente e indicadores administrativos

Educação

Incentivo

Alunas de Projeto de Extensão exibem filme à mães da Maternidade do HC As alunas participantes do Projeto de Extensão Universitária “Apoio ao Aleitamento Materno”, da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), sob a supervisão da professora doutora Maria Antonieta de Barros Leite Carvalhães, exibiram, no dia 19 de agosto, um filme sobre a amamentação, com as principais dúvidas das futuras, novas ou experientes mães. A atividade foi realizada na Maternidade do Hospital das Clínicas (HC) da FMB. Bruna Velozo, aluna do 3º ano de enfermagem, Juliana Tuon e Ana Carolina Moment, alunas de nutrição, reuniram as gestantes e mães em uma sala e mostraram um vídeo educativo, que respondeu as principais questões sobre amamentação, a melhor postura, as diferentes colorações do leite e tudo o que envolve esse grande momento entre a mãe e a criança. Mas esse trabalho não se restringe a só esta semana de eventos, as estudantes orientam as gestantes no pré-natal, quanto ao aleitamento, e também a todas as mães que realizam o parto no HC. Outras informações passadas pelas alunas são sobre a alimentação da mãe. Segundo elas, a dieta não precisa ser especial, mas a quantidade e variedade são muito importantes. “Todas as mães têm uma ficha com seus dados, assim nós conseguimos entender o caso, e podemos orientar de forma específica”, relata Ana Carolina. Já Juliana comenta que é sempre muito importante essas informações que passamos às mães, pois a maioria não sabe como amamentar, quais os jeitos de pegar e como não machucar o mamilo. Bruna explica que muitas mães ficam nervosas por não conseguir dar o peito, e às vezes a mama fica muito cheia e dolorida. “Quando isso ocorre, nós a incentivamos a doar o leite excedente”, diz. No filme, foi explicado como é feita essa doação, como é a higienização, o armazenamento e a utilização do leite posteriormente. Ao final, as alunas entregaram rosas a todos os presentes, em forma de homenagear as mães e a contribuição que elas dão ao crescimento e desenvolvimento de seus filhos amamentando-os com leite materno.

Projeto de Extensão “Apoio ao Aleitamento Materno” Com o objetivo de promover o aleitamento materno e apoiar as mães no desenvolvimento infantil, o projeto é desenvolvido, desde de 2001, no Hospital das Clínicas (HC) para contribuir com a assistência prestada às mães e gestantes atendidas pela Instituição. O número de nascimentos da Unidade no mês de julho foi de 206, e todas as mães receberam orientações quanto ao aleitamento. Diariamente os alunos participantes percorrem os leitos do Alojamento Conjunto, observam as mamadas e realizam a orientação individual às mães.

HCFMB realiza atividades de incentivo ao aleitamento O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) tem como um de seus projetos a Aliança Mundial de Aleitamento Materno que propõe que hospitais, maternidades, postos de saúde, bancos de leite e todos os ligados à amamentação façam em alguma semana do mês de agosto. Esse evento tem como objetivo a propagação da ideia da alimentação da criança com o leite da mãe. Neste ano de 2011 o Banco de Leite do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) as atividades ocorrem de 15 a 19 deste mês. Na tarde do dia 17, o cantor Evandro Navarro se apresentou para todos os que estavam no Boulevard do HC, tocando Música Popular Brasileira, alguns clássicos, além de pedidas do público. O artista conquistou a muitos pacientes, acompanhantes, funcionários, médicos e todas as pessoas ali presentes. Outras atividades ainda ocorreram na semana, como apresentação de dança do grupo Artistas S/A, na quinta-feira e show com o Luciano Lelis que trará sua apresentação de violão e voz na sexta-feira. Todas essas atividades tiveram como objetivo a difusão maciça da informação de que a criança precisa somente de leite materno nos seis primeiros meses de vida, e que essa amamentação continue até a criança completar dois anos, junto com outros alimentos.

agosto

2011


12 Pesquisa & Inovação

Ações enfrentam crescimento anormal de extremidades FOTOS FLÁVIO FOGUERAL

Felipe Modenese

Especial para o Jornal da FMB

agosto

2011

Iniciativas pretendem antecipar o diagnóstico, aprofundar a compreensão e melhorar o tratamento da doença provocada por excesso de hormônios de crescimento em adultos. Rara, a acromegalia é insidiosa, representa gastos

importantes ao sistema de saúde e provoca alterações drásticas aos pacientes

sonância magnética. Ela passou pela cirurgia de retirada do tumor em 1998 e o problema está controlado, mas precisa usar uma medicação sintética para inibir a produção de GH, reduzindo seu nível para um valor considerado seguro (< 2,5ng/mL), e um coquetel de remédios para reparar déficits de outros hormônios. O critério de cura não foi atingido ainda, o que pode ter sido dificultado pela demora em identificar e tratar a doença. Na rotina de atendimento desses casos, a equipe do HC tem percebido que os pacientes chegam muito tarde ao serviço de endocrinologia especializado. Devido à variedade de sintomas de evolução lenta, eles procuram dentistas, otorrinos, ortopedistas, reumatologistas, oftalmologistas, neurologistas, ginecologistas, o que faz com que, em média, os primeiros sintomas apareçam dez anos antes da descoberta da doença (atraso no diagnóstico de uma década!). Como os dados médicos mostram que os índices de cura são maiores para tamanhos menores do tumor (atingem 90% quando o tumor tem menos do que 1 cm), a identificação precoce da doença

Acromegalia, gigantismo e curiosidades

Pessoas que atravessam a rara doença caracterizada pelo crescimento anormal de extremidades (em grego, ‘acro’), chamada acromegalia, dispõem no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) de um centro de referência para a investigação e tratamento de sua condição. Além de realizar o tratamento de 25 pacientes e conduzir um projeto de extensão para o diagnóstico precoce da doença, a equipe de médicos, enfermeiros e psicólogos, coordenada pela Dra. Vânia dos Santos Nunes, organiza a participação de pacientes no teste clínico de um novo medicamento, na Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin), e realiza estudo sobre a relação entre a doença e o risco de cânceres. Há 13 anos dona Teresa vem de Piracicaba para Botucatu para tratar acromegalia no Ambulatório de Distúrbios da Hipófise. Ela descobriu que a manifestação típica de sua doença são as mudanças na aparência física, incluindo crescimento das mãos, pés (os sapatos não servem mais..., os anéis não entram nos dedos...), e das estruturas faciais - nariz, lábios e mandíbula (deixando o queixo proeminente), alargamento da região frontal, separação e perda de dentes -, além de aumento do volume do tórax, suor excessivo e espessamento da pele. Ela aprendeu também que, como se não bastassem desfigurações externas lentas e progressivas do corpo e fisionomia, a doença também é debilitante a longo prazo porque pode provocar: distúrbios e perda de campo visual, alterações cardiovasculares (pelo aumento do coração) e respiratórias (podendo causar apnéia do sono), diabetes, aumento de órgãos viscerais, dores articulares, alterações da libido e do ciclo menstrual. E que todo esse quadro se deve à produção e circulação exagerada do hormônio de crescimento (conhecido como GH, do nome em inglês, growth hormone). Como explica Dra. Vânia, na grande maioria dos casos (98%), o excesso de GH está associado à presença de tumores benignos na hipófise. Também chamada glândula pituitária, ela tem o tamanho de uma ervilha, fica localizada bem no meio da nossa cabeça e é conhecida como glândula-mestre: a mais importante do corpo humano, porque produz nove hormônios-chave, estruturas químicas mensageiras que regulam a complexa dinâmica do metabolismo. E um deles é o hormônio de crescimento. O crescimento atípico de ossos e tecidos conjuntivos devido ao distúrbio hormonal pode acontecer em qualquer idade. Se ocorrer até o fim da puberdade, o GH pode atuar intensamente sobre certas faixas especiais de células dos ossos chamadas placas de crescimento (ou epífises), provocando o alongamento dos ossos e ganho de estatura. Tal condição médica é chamada gigantismo (veja quadro “Acromegalia, gigantismo e curiosidades”). Se o excesso de GH vier depois disso, quando as epífises já estão “fechadas” ao hormônio (após a puberdade), a síndrome é chamada acromegalia. Os adultos não crescem em altura, mas nos outros tecidos sensíveis ao hormônio, especialmente das extremidades. E é entre 30 e 50 anos que o distúrbio hormonal é mais comum. Dona Teresa é uma dessas pessoas em que a glândula começou a secretar GH em demasia devido ao descontrole provocado pelo tumor. E seu caminho foi o da grande maioria dos pacientes da doença: depois de sentir os primeiros sintomas (no seu caso, dores nas articulações e alterações menstruais), procurou ajuda médica, e, após anos perambulando entre especialistas, recebeu o diagnóstico da acromegalia através da dosagem de hormônios e das imagens de res-

A causa da acromegalia é a produção exagerada do hormônio GH e do seu intermediário no fígado, o IGF-1 (Insulin Growth Factor). Ocorrendo após a puberdade, quando as placas de crescimento já estão ossificadas, a doença leva ao crescimento grosseiro de regiões que ainda têm receptores para esses hormônios, podendo levar ao desenvolvimento de fisionomias e corpos peculiares. Este é o caso, por exemplo, do francês Maurice Tillet (1903 – 1954). Após os vintes anos, ele desenvolveu a doença, que levou a desfigurações. Poliglota e poeta, aos poucos, ele foi sendo excluído de seu convívio social e foi obrigado a buscar uma nova identidade nos EUA, como lutador, passando a ser chamado “O anjo francês, o ogro do ringue”. Uma máscara mortuária foi feita de seu rosto e dessa figura foi inspirado Shrek, termo que significa terror em alemão, oposto ao caráter do personagem. Outros personagens acromegálicos célebres incluem “Jaws” (interpretado por Richard Kiel), um dos inimigos mais temidos e inclementes contra o agente 007 James Bond, e o mordomo da série original da “Família Adams” (interpretado por Carel Struyken). Antes do fim da puberdade, as células das placas de crescimento, acionadas pela mensagem química do IGF para “crescer e dividir-se”, rapidamente se multiplicam e as células antigas passam a compor ossos (ossificação) e cartilagens, resultando no crescimento gradual. Se o excesso de GH ocorrer nesse período, os ossos podem crescer na mesma medida, originando o gigantismo. No Brasil, Ninão, paciente da doença, é considerado o homem mais alto e tem 2,30 m. Ele vive no interior da Paraíba e reportagens mostram suas dificuldades de ser um gigante, mas também o carinho com que trata sua família. O americano Robert Wadlow é considerado o homem mais alto do mundo, com o registro de 2,74 m. Morreu em 1940 e suas dimensões de gigante incluem mãos de 35 cm, do pulso até a ponta do dedo médio, e pés de 50 cm. Apesar de ter sido uma atração de circo, sua doença não o impediu de, segundo relatos da época, ser humano, simpático e amável.

é definitiva para a cura. A maioria dos pacientes diagnosticados no Brasil já tem um tumor grande, o que significa uma chance de cura cirúrgica menor do que 50%. Pode ser que o tumor de dona Teresa tenha, silenciosa e progressivamente, causado danos irreversíveis. Surgiu daí a proposta em andamento de realizar uma campanha de conscientização dos profissionais de saúde sobre os sintomas da acromegalia, tendo em vista o diagnóstico precoce e a diminuição dos danos permanentes. Talvez pela raridade da doença, muitos profissionais esquecem dessa possibilidade. “Quanto mais cedo esses pacientes chegam para a gente, melhores as chances de cura com o tratamento adequado”, considera Dra. Vania. Em Botucatu e outros centros de referência no país, a maioria dos pacientes está sob efeito de vários medicamentos para controlar as taxas hormonais já que a cirurgia não foi conclusiva. A medicação para estes casos, fornecida pela Farmácia de Alto Custo do Sistema Único de Saúde, é de uma dose mensal com valor em torno de R$ 6 mil. Diante de estimativas para a prevalência mundial de 50 casos por milhão de pessoas, e para a incidência de 3,2 casos novos por ano também por milhão, chega-se ao valor de 10 mil portadores no Brasil e 650 casos novos da doença diagnosticados anualmente aqui. Os custos, portanto, envolvidos no tratamento dessa rara doença são altos, tendo em vista o remédio padrão (octreotida) e o coquetel necessário para reparar os efeitos das outras alterações hormonais. Isso já seria suficiente para justificar uma campanha para o diagnóstico precoce da doença, não fossem mais preocupantes os transtornos vividos por esses cidadãos em suas vidas e as possíveis situações pela frente. Dra. Vânia lembra que pacientes com acromegalia apresentam uma mortalidade duas a quatro vezes maior do que indivíduos da população geral com mesmo sexo e idade. Isso ocorre em virtude das complicações crônicas da doença: cardiovasculares, respiratórias e neoplásicas. Atualmente, a equipe do HCFMB está percorrendo as Unidades Básicas de Saúde da região onde o hospital é referência para tratar doenças relacionadas à hipófise, o que representa 77 municípios. “Temos sinalizado, especialmente aos clínicos, ginecologistas e dentistas, para que lembrem da possibilidade do diagnóstico e do encaminhamento ao centro especializado específico”, explica a médica. Lembra ainda que é uma doença fácil de descartar se forem realizadas as dosagem hormonais. A intenção é reduzir o atraso do diagnóstico de dez para dois ou três anos na região. Além do trabalho regional da campanha, outras iniciativas sobre a acromegalia incluem a avaliação do risco desses pacientes desenvolverem alterações cancerígenas. Os 25 pacientes acompanhados no HCFMB participam dessa pesquisa dos marcadores tumorais, em busca de evidências das alterações sistêmicas provocadas pela doença. Está em andamento também um estudo, patrocinado por uma indústria farmacêutica, realizado na Upeclin, com pacientes acromegálicos que não atingiram a cura com o medicamento existente. Eles estão testando outras drogas para controlar os níveis de GH. Consideram-se, assim, novas possibilidades, fazendo os conhecimentos sobre a acromegalia se ampliarem e transporem as extremidades do domínio científico atual. Ao final da conversa, dona Teresa revela seu cansaço da rotina de viagens, remédios, consultas e cuidados médicos. Por enquanto, seu desejo de ultrapassar sua condição delicada não é possível porque não atingiu o critério de cura. Mas, certamente, o melhor possível tem sido e será feito.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.