Inglês Instrumental - Unidade 2

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Capítulo 3

CAPÍTULO 3 COMO INTERPRETAR UM TEXTO EM INGLÊS

3.1 Contextualizando Você já deve ter percebido que interpretar um texto em inglês requer, além das estratégias de leitura que estudamos e outras que ainda iremos estudar, um certo conhecimento do vocabulário básico em inglês e, da mesma forma, algum conhecimento do mundo. Para interpretarmos adequadamente um texto em inglês, é necessário usar tanto as estratégias descendentes quanto as ascendentes e, além disso, usar o conhecimento prévio para deduzirmos palavras que não conhecemos. Faz parte do seu conhecimento prévio o vocabulário básico da língua inglesa, pois para aprendermos algo, sempre partimos do conhecido para o desconhecido. Neste capítulo, buscaremos desenvolver o seu vocabulário básico na língua inglesa, para que você possa usar as estratégias ensinadas de maneira mais eficaz na leitura e na interpretação de um texto na língua inglesa. Ao final deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: • conhecer mais palavras do vocabulário básico em inglês; • diferenciar palavras de expressões idiomáticas e de verbos preposicionados; • interpretar palavras em inglês que possuam terminações com um correspondente em português; • perceber que já possui um vocabulário de palavras em inglês que fazem parte de nosso dia a dia; • usar as estratégias de leitura aprendidas até o momento juntamente com o vocabulário adquirido em língua inglesa.

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3.2 Conhecendo a teoria Ter um vocabulário básico na língua inglesa é imprescindível para se interpretar um texto em inglês, porque sempre partimos do conhecido para o desconhecido no processo ensino-aprendizagem. Nenhuma estratégia de leitura funcionaria adequadamente se não partíssemos do que já conhecemos: conhecimento prévio do mundo e também de algumas palavras básicas importantes da língua inglesa. Já imaginou se tivéssemos que recorrer ao dicionário a cada palavra de um texto em inglês para entendê-lo? As estratégias que aprendemos até o momento, você já deve ter percebido, partem todas do pressuposto de que se sabe pelo menos um mínimo de palavras em inglês. No entanto, você pode questionar “Mas se eu não tenho um bom vocabulário, então não vou conseguir interpretar um texto em inglês?” Calma, nós temos boas notícias para você. Segundo Rubens Queirós de Almeida, em seu livro “As palavras mais comuns da língua inglesa”: As 250 palavras mais comuns compõem cerca de 60% de qualquer texto. Em outras palavras, se você conhece as 250 palavras mais comuns, 60% de qualquer texto em inglês é composto de palavras familiares. Para facilitar ainda mais a nossa tarefa os cognatos, que são as palavras parecidas em ambos os idiomas (possible e possível, por exemplo), totalizam entre 20 a 25% do total das palavras. Como o significado dos cognatos nos é de fácil compreensão, devido à semelhança com palavras de nosso idioma natal, temos então de 80 a 85% do problema de vocabulário resolvido. Se subirmos o número de palavras mais comuns a 1.000, chegamos a 70%. Somando a este valor os cognatos chegamos a valores entre 90 e 95% de um texto (ALMEIDA, 2003).

Você pode ainda argumentar “Mas ainda assim, isto não significa 100%. E o restante das palavras?” Já resolvemos isso nos capítulos anteriores: dedução, intuição, contexto são usados para preencher essa lacuna. Na maioria das vezes estamos corretos na nossa intuição com relação à dedução das palavras que não conhecemos partindo das que conhecemos. Ainda, segundo Almeida (2003): Pensemos em nosso texto como um enigma a ser desvendado. Possuímos alguns elementos familiares, as palavras que conhecemos, e outros que nos são desconhecidos. Devemos deduzir, por meio de nossa intuição, de nossos conhecimentos anteriores, o que as palavras desconhecidas podem significar.

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Não precisamos nos preocupar com todas as palavras, mas apenas com aquelas que desempenhem um papel importante no texto. Quais são elas? Se uma palavra aparece com relativa frequência em um texto, ela certamente desempenha um papel importante na compreensão do todo. Se uma palavra aparece apenas uma vez, muito provavelmente não precisaremos nos preocupar com ela.

A maioria das pessoas encara essa abordagem com suspeita, porque pensa: “Como é possível ignorar uma palavra desconhecida e continuar lendo como se nada tivesse acontecido?” Nós não consultamos o dicionário toda vez que não sabemos uma palavra em inglês, não é? Na nossa própria língua já fazemos isso, só que não percebemos porque isto já está automatizado pelo nosso cérebro. Nossa leitura se dá com frequência sem interrupções, sem pararmos para consultar um dicionário, porque deduzimos as palavras que não conhecemos na nossa língua. As palavras desconhecidas são intuídas, quase que subconscientemente, e passam a integrar o nosso vocabulário. Não adquirimos o nosso vocabulário na língua materna de uma hora para outra e, sim, com o tempo. Como já somos adultos, esse processo pode ser acelerado no caso de uma língua estrangeira, mas, mesmo assim, é preciso exposição a essa língua diariamente com a intenção de aprender palavras novas. Foi feito um estudo pela Universidade de Berkeley, Califórnia e, segundo a pesquisa, 50% da conversação usual, rotineira de um americano ou britânico de classe média, é composta por apenas 500 palavras. Considerando um universo de quase 500 mil palavras listadas no Dicionário Webster, não é tanto assim, não é mesmo? De qualquer forma, você pode ir aumentando o seu vocabulário à medida que vamos trabalhando com textos variados a cada capítulo deste livro, mas não se limite a apenas esses textos. Como já aconselhamos, você deve procurar ler qualquer coisa interessante em inglês, desde um anúncio de pasta de dentes a um artigo sobre o seu artista preferido. A exposição a vários tipos de textos (chamados gêneros textuais e que veremos no próximo capítulo) vai proporcionar um aumento gradativo do seu vocabulário básico na língua inglesa. Que tal alguns exemplos das palavras mais comuns da língua inglesa?

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• • • • • • • • • •

A, an (um, uma) Ex. I have an idea! about (sobre, a respeito de). Ex. What do you know about love? after (depois, após). Ex. See you after the class. again (de novo, novamente). Ex. Let me try again! all (todo, toda, todos (as)). Ex. Do you work all the week? almost (quase). Ex. We are almost there! also, too (também). Ex. Nice to meet you, too... always (sempre). Ex. I will always remember you. and (e). Ex. She kissed her and walked away. any (qualquer, nenhum). Ex. Do you have any question?

PRATICANDO Você não gostaria de tentar escrever essas frases em português?

3.2.1 O que são palavras cognatas e como elas podem nos ajudar na compreensão de um texto em inglês?

LEMBRETE Você já deve ter percebido que em inglês existem bastantes palavras parecidas com o português: real (real), calm (calma), cinema (cinema), palm (palma), curious (curioso) e muitas outras. Essas palavras são chamadas de cognatas, do latim cognecere, conhecer. São palavras cujo radical tem origem latina ou grega, por isso, elas nos são familiares, pois muitas línguas de origem não latina sofreram influência dessas duas línguas, inclusive o inglês.

A língua inglesa possui muitas palavras cognatas, o que pode ajudar você a aplicar as estratégias ensinadas até o momento, pois, mesmo que não conheça tantas palavras em inglês, como acha necessário, você pode sempre contar com as cognatas e deduzir as que você não sabe. Aproximadamente 50% das palavras da língua inglesa são parecidas (cognatas) com o português e isso é uma ótima notícia, não? É claro que é necessário ter atenção para perceber as semelhanças. Uma

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palavra que pode ser cognata para uma pessoa pode não ser para outra, porque isso também dependerá do seu conhecimento do mundo, de atenção e da capacidade de relacionar uma palavra em inglês ao português, atribuindo-lhe semelhança. É importante chamar a sua atenção para o fato de existirem palavras em inglês que se parecem com o português, mas cujo significado nada ou pouco tem de semelhante com a correspondente em português. Essas palavras são chamadas de falsos cognatos ou false friends (falsos amigos). Felizmente, elas representam uma pequena porcentagem na língua inglesa e nós as estudaremos no capítulo 5 deste livro-texto. Existem cerca de 1600 cognatos entre o português e o inglês. Vejamos somente alguns exemplos: capital original international anniversary contrary dictionary organization authorization

attention university quality sensibility basic academic pacific possible

responsible invisible motivated associated indicated problem system program

PRATICANDO Você consegue lembrar-se de mais algumas palavras cognatas em inglês? Quais?

3.2.2 Palavras com radical cognato e terminações regulares, que possuem correspondente em português No capítulo 7 deste livro-texto, estudaremos a formação de palavras derivadas em inglês, mas antes mesmo de estudar os sufixos e os prefixos da língua inglesa e como eles podem nos ajudar a descobrir o significado das palavras que desconhecemos, se elas forem derivadas, vamos estudar algumas palavras derivadas por sufixação, mas que são cognatas e possuem um padrão de terminação regular, o que nos possibilita deduzir facilmente seu significado em português.

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Isso certamente aumentará o seu vocabulário instantaneamente, uma vez que você aprenderá não uma lista de palavras, mas, sim, um padrão que poderá aplicar em muitas palavras derivadas e cognatas em inglês. Considerando que você poderá potencialmente conhecer 4000 palavras com essa regularidade, memorizar somente as 24 terminações e os seus significados não parece muito, não é? Existem palavras em inglês que possuem a terminação -tion, o que sempre traduziremos como o sufixo -ção em português; palavras que terminam em -ity, que em português ficam -idade; palavras que terminam em -ly, que em português ficam -mente e palavras que terminam em -ence, ficam -ência em português. A seguir, apresentamos uma amostra de como essas regularidades podem ajudar você a aumentar o seu vocabulário a partir do que já sabe: o radical da palavra que é cognato e o significado de 24 terminações, que têm correspondente em português. Vamos a elas:

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1) -al = -al annual – anual accidental – acidental biannual – bianual baptismal – batismal cathedral – catedral

4) -ar = -ar bipolar - bipolar peculiar - peculiar radar - radar vehicular – veicular

7) -et = -eto duet - dueto panphlet - panfleto amulet - amuleto cianuret - cianureto

2) -ance = -ância constance - constância redundance – redundância vigilance – vigilância tolerance – tolerância

5) -ary = -ário dictionary - dicionário presidiary - presidiário missionary - missionário sanctuary – santuário

8) -ence = -ência science - ciência reverence – reverência essence - essência sequence - sequência

3) -ant = -ante

6) -ble = -vel

brilliant - brilhante

notable - notável

giant - gigante

incredible - incrível

extravagant - extravagante

permissible - permissível

implant - implante

adorable - adorável

9) -ent (excetuando-se as palavras terminadas em -ment) = -ente incongruent incongruente fluent - fluente prudent - prudente solvent - solvente

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10) -gy = -gia energy - energia letargy - letargia sinergy - sinergia alergy - alergia

15) -ist = ista realist - realista masoquist - masoquista pluralist - pluralista seminarist - seminarista

20) -ory = -ório provisory - provisório satisfactory - satisfatório ilusory - ilusório compulsory - compulsório

11) -ic = -ico supersonic - supersônico amnemic - anêmico psichiatric - psiquiátrico canonic – canônico

16) -ive = -ivo constructive - construtivo alternative - alternativo selective - seletivo massive – massivo

21) -ous = -oso populous - populoso cancerous - canceroso sinuous - sinuoso marvelous - maravilhoso

12) -ical = -ico statistical - estatístico logical - lógico topical - tópico (adj.) surgical - cirúrgico

17) -ment = -mento parliament - parlamento cement - cimento trainment - treinamento ligament - ligamento

22) -sion = -são television - televisão fusion - fusão ilusion - ilusão confusion - confusão

13) -id = -ido acid - ácido torrid - tórrido solid - sólido putrid - pútrido

18) -ly = -mente commonly - comumente occasionally - ocasionalmente naturally - naturalmente simply - simplesmente

23) -tion = -ção invention – invenção frustation – frustração nation - nação lamentation - lamentação

14) -ism = -ismo protestantism - protestantismo pedantism - pedantismo euphemism - eufemismo islamism - islamismo

19) -or = -or mentor - mentor doctor - doutor sensor - sensor colaborator - colaborador

24) -ity = -idade naturality – naturalidade capacity - capacidade city - cidade velocity - velocidade

3.2.3 Palavras conhecidas Muitas vezes, as palavras que entendemos não são cognatas, mas nos são conhecidas porque as vemos por aí, na mídia, na internet, no comércio, enfim, no nosso dia a dia. Às vezes, não nos damos conta de quantas palavras em inglês aprendemos passivamente. Essas palavras variam de pessoa para pessoa, é claro, dependendo da profissão, da área de estudo e do estilo de vida, mas existe um grupo de palavras que provavelmente é comum a todos. Leia as palavras abaixo e veja se não conhece a maioria, porque já as leu no seu dia a dia. • Alimentos e bebidas: cheeseburger, cookies, diet, fast food, ice-cream, ketchup, light, milk-shake, pizza, sandwich, self-service, snack, soda, sundae, whisky.

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• Entretenimento, lazer e jogos: baseball, basketball, bike, camping, cinema, doping, drive-in, film, fitness, game, golf, handball, handicap, happy end, HP, jeep, jogging, karting, knockout, match, motocross, mountain-bike, movies, park, poker, pub, show, skate, story, striptease, surf, tennis, topless, trailer, videotape, volleyball, windsurf, video-game, walkie-talkie. • Diversos: flat, king-size, kitchen, WC, blackout, checkup, diesel, happening, ice, kit, laser, mix, premium, spray, standard, step, master, city, house, park, star, universe, place, rush, street, flash, freezer, tape, telephone, planet, universe, star. • Negócios: bank, best seller, boutique, business, cash, charter, club, container, credit, credit-card, delivery, express, feedback, flat, folder, follow-up, envelope, franchising, free, gold, holding, hotel, lobby, made in… magazine, mail, management, manager, market, marketing, MBA, megastore, merchandising, news, offset, outdoor, paper, Ph.D. press, rent a car, report, royalty, sale, service, shopping center/mall, slide, slogan, speaker, speech, duty-free, taxi, ticket, trademark, trainee, van, design, drive-thru, export, home banking, import, money, office, motel. • Vestuário, acessórios e moda: baby doll, bikini, black tie, blazer, casual, cotton, lycra, fashion, jeans, legging, on sale, off, stretch, shorts, sports wear, top. • Música: black music, blues, CD, CD player, compact disc, concert, country music, dance music, DJ, DVD, flashback, funk, gospel, heavy metal, jazz, LP, new age, new wave, rap, rave, rock, stereo, swing, techno, twist. • Informática: output, input, backup, bit, byte, CD-ROM, chip, connection, data, database, e-mail, enter, fax, modem, graphic, hardware, HD, hard drive, homepage, internet, intranet, keyboard, media, media player, monitor, mouse, multimedia, net, off-line, online, print, printer, processor, scanner, software, speaker, update, upgrade, shift, enter, escape, delete. • Sociedade e comportamento: boyfriend, friend, girlfriend, lady, mister black, black power, gay, GLS, high society, king, President,

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Queen, serial killer, full-time, part-time, happy, love, relax, sex appeal, sexy, stress, baby-sitter, barman, cowboy, doctor, freelance, model, movie star, office-boy, top model.

3.2.4 Expressões idiomáticas e phrasal verbs Não poderíamos encerrar o tema sobre vocabulário sem informar a você que, além das palavras que não são cognatas ou conhecidas, existem na língua inglesa (assim como na portuguesa) expressões idiomáticas, isto é, conjuntos de palavras, normalmente pares, que possuem um significado único, independentemente de seu significado isolado. Por exemplo: out of the blue = de repente, do nada. Observe que o significado da expressão nada tem a ver com o significado isolado de cada uma das palavras que a compõem: out = fora; of = de; the = o; blue = azul. Além de ter que aprender palavras novas que você ainda não conhece para aumentar o seu vocabulário em inglês, você também precisará aprender expressões idiomáticas, pois quase sempre a tradução não se dá palavra por palavra e, sim, por grupos de palavras. Isso ocorre em qualquer língua e não só no inglês. A fim de ilustrar esse aspecto da língua inglesa, vamos aprender mais algumas expressões. É claro que você pode consultar um dicionário só de expressões idiomáticas, quando não souber interpretar alguma expressão em um texto em inglês, assim como você faz ao consultar palavras isoladas em um dicionário de palavras. in two minds - indeciso Ex. I´m in two minds about this problem.

bed of roses - mar de rosas Ex. I didn´t promise you a bed of roses, Mary.

in your shoes - em seu lugar kick the bucket - bater as botas, morrer Ex. The old man finally is going to kick the Ex. If I were in your shoes, I would marry him. He is perfect! bucket tonight. in high spirits - entusiasmado Ex. Pau lis in high spirits today because he received a promotion.

make up your mind - decidir-se Ex. Come on, make up your mind about going or not to the party, Susan.

like chalk and cheese - completamente diferentes, como água e vinho Ex. My sister and I are like chalk and cheese, very different in many aspects.

I don´t give a damn - não estou nem aí, nem ligo Ex. You don´t want to come with me? I don´t give a damn!

by the way - a propósito (quando se quer mudar de assunto em uma conversa) Ex. I forgot my pen again. By the way, Jane, where is yours?

ups and downs - altos e baixos Ex. Everybody has their ups and downs.

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Capítulo 3

PRATICANDO Por que você não tenta interpretar essas frases e passá-las para o português?

Além das expressões idiomáticas compostas normalmente por substantivos, temos outras, compostas de verbos, que são chamadas phrasal verbs, ou expressões idiomáticas verbais. Normalmente são verbos seguidos de uma ou mais preposições ou advérbios, que mudam, radicalmente, muitas vezes, o significado do verbo sozinho, e que são traduzidas como um novo verbo. Não se deve traduzir o verbo e a preposição isoladamente, mas, sim, considerar o conjunto todo como tendo um só significado. Vejamos alguns exemplos: ask out - convidar para sair Ex: It´s the third time he asks me out this week!

try on – experimentar uma roupa Ex: She´s in the changing room, trying on a dress.

blow up - explodir Ex: The soldiers blew up the enemy bridge.

write down – anotar Ex: If you write down your appointments you don´t forget them.

call off – cancelar Ex: The game was called off due to the heavy rain.

break down – parar de funcionar Ex: Susie was going to work when her car broke down.

get over – se recuperar de algum problema Ex: I hope you get over his death soon.

give in – ceder Ex: The two boys fought until one gave in.

give up – parar de, desistir de, abandonar Ex: He gave up football.

go off – tocar Ex: My alarm clock usually goes off at 6 o´clock.

let down – desapontar alguém Ex: Don´t let me down!

show up – comparecer Ex: Not many people showed up for the contest.

put off – adiar Ex: “Never put off till tomorrow what you can do today.”

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Capítulo 3

PRATICANDO Vamos tentar passar para o português essas frases com os verbos preposicionados?

3.2.5 Com um vocabulário maior, como traduzir um texto em inglês? Agora que o seu vocabulário está maior, você deve estar se perguntando: “Mas afinal, como é que eu coloco tudo isso em prática juntamente com as estratégias de leitura que já aprendi nos dois outros capítulos?” Você lembra que, no capítulo anterior, estudamos sobre os tipos de estratégias de leitura? Elas se dividem em estratégias descendentes e ascendentes: do geral para o específico e do específico para o geral, isto é, muitas vezes você parte do texto todo, sua forma, suas marcas tipográficas, seu assunto geral, para descobrir o significado de unidades menores, como palavras e expressões. Outras vezes, você tenta descobrir o significado de palavras e expressões e, a partir daí, procura entender do que trata o texto de modo geral. Se você usará um tipo de estratégia ou outro é a necessidade que vai dizer, mas, na verdade, o que acontece é que usamos tanto um tipo de estratégia quanto outro, como nós já aprendemos no capítulo anterior. Neste capítulo, aprendemos basicamente vocabulário e como descobrir o significado de palavras pela semelhança com a nossa língua e de palavras comuns em inglês no nosso cotidiano. Essas foram estratégias ascendentes, porque focamos no específico, na palavra ou na expressão. Mas já deve estar bem claro para você que, se usarmos somente este tipo de estratégia, não vamos conseguir interpretar um texto em inglês em sua totalidade. É necessário que usemos as outras estratégias, as descendentes, para que possamos ser bemsucedidos nessa empreitada. Vamos relembrá-las? • skimming: Um passar de olhos pelo texto para ter uma ideia geral do assunto tratado, lendo o tópico frasal de cada parágrafo e o primeiro parágrafo;

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• scanning: localização rápida de uma informação no texto; • uso de pistas não verbais (ilustrações, diagramas, tabelas etc.) para contextualizar; • uso de títulos, subtítulos, legendas do texto para contextualizar; • uso do brainstorm e de diagramas de palavras para antecipar do que trata o texto; • dedução do significado pelo contexto e pelos esquemas mentais; • uso do conhecimento prévio sobre o assunto para deduzir palavras que não conhecemos. Entender um texto em inglês sem possuir um vocabulário básico de inglês seria praticamente impossível, apesar das estratégias de dedução, conhecimento prévio e das outras estratégias ensinadas no primeiro capítulo. Na verdade, não existe mágica, existe conhecimento e estratégias para potencializar este conhecimento. Falamos bastante do conhecimento prévio, mas isto inclui não apenas o conhecimento do mundo como também o conhecimento de um vocabulário de quem já passou pelo ensino médio e que está exposto a muitas palavras em inglês na internet, na televisão, nas revistas e na mídia em geral. Não estamos afirmando que apenas um vocabulário básico é suficiente para interpretar qualquer texto em inglês. Certamente você terá que ir aumentando o que possui com as leituras que recomendamos anteriormente e com uma atitude constante de aprendiz da língua inglesa para leitura. Isso significa que, sempre que você se deparar com uma palavra nova em inglês, mais a situação, o contexto em que ela se encontrar, fornecer-lhe seu significado, sua atitude deverá ser a de tentar memorizá-la. Ao guardar a situação em que ela apareceu em sua mente, ficará mais fácil para você lembrar o seu significado. Uma vez que você possui o vocabulário básico necessário, deverá aplicar as estratégias que estudamos até o momento e outras mais que viremos a estudar, para entender um texto em inglês mais detalhadamente.

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3.3 Aplicando a teoria na prática Observe o Texto 1 a seguir: TEXTO 1 How the World Sees Barack Obama All American presidents -- indeed, all public figures of any stature -- have to contend with what might well be the world’s oldest form of free speech: caricature. Frequently fond in both intent and execution; occasionally vicious; and always striking, caricature is visual shorthand -- an immediate glimpse into its creator’s take on the subject (and the politics) at hand. Other presidential depictions might resemble caricatures, but in fact have absolutely no political purpose whatsoever, and are meant only to entice buyers. Whatever their aims, those men and women around the globe who have made use of Barack Obama’s singular visage -- to praise, to damn, or simply to capitalize on the man -- have employed an astonishing variety of techniques, materials, and emotions in their depictions. Obama depicted on a float during the 126th Nice Carnival, February, 2010, on the French Riviera. Fonte: Disponível em: <http://www.life.com/image/first/in-gallery/41512/how-the-world-sees-barack-obama>. Acesso em: 20 ago. 2010.

No Texto 1, as palavras sublinhadas são cognatas e as sombreadas fazem parte do grupo de palavras conhecidas, que estudamos na seção 3.2.3 deste capítulo. Observe que algumas das cognatas possuem as terminações que estudamos na seção 3.2.2. Outras palavras, como all, em itálico, estão na lista das 100 palavras mais conhecidas. Olhando para todas as palavras marcadas de uma forma ou de outra no texto, podemos observar que elas representam mais da metade das palavras que compõem o texto. Como já havíamos afirmado antes, a maioria das palavras usadas em um texto foram mencionadas nas seções anteriores e, portanto você só terá que aplicar as estratégias de leitura do primeiro e do segundo capítulo para deduzir as que não fazem parte desse grupo. Use tudo isso para descobrir sobre que tema versa o texto! Então, conseguiu interpretar o Texto 1, usando todos os recursos que já aprendeu até o momento? Vamos agora resolver juntos esta atividade. Pelo levantamento das palavras repetidas, já podemos ter uma ideia do que o texto trata: caricature(s), Obama, presidents, presidential, politics, political, depictions (esta teremos que olhar no dicionário, pois ela aparece mais de uma vez, portanto, é palavra-chave): caricaturas de Barak Obama.

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Também, pelo tópico frasal, confirmamos que se trata de uma reportagem sobre caricaturas de presidentes dos Estados Unidos e de todas as figuras públicas. Lendo a observação final em negrito (todas as informações extras são relevantes em uma leitura em inglês), percebemos que se trata de uma caricatura de Barak Obama no Carnaval de Nice (aqui você poderá descobrir que esta cidade fica na França, porque logo após aparece Riviera Francesa).

3.4 Para saber mais Título: Instant Brazilian Portuguese Vocabulary Builder Autor: Tom Means

Editora: Hippocrene Books

Ano: 2006

Neste livro, Tom Means relaciona 4000 palavras e 24 sufixos, ou terminações, que podem facilitar muito a sua compreensão de bastantes palavras com radical cognato em inglês. Deseja visualizar algumas páginas do livro antes de acessá-lo por completo? Acesse o site <http:// books.google.com.br/books>. Digite o nome do livro no campo de busca.

Título: As palavras mais comuns da língua inglesa Autor: Rubens Queirós de Almeida

Editora: : Novatec

Ano: 2003

Este livro contém as palavras mais frequentes na língua inglesa. É interessante tentar conhecer aos poucos cada uma delas já que elas estão sempre sendo usadas em textos em inglês.

3.5 Relembrando Neste capítulo, você aprendeu sobre a importância de aumentar seu vocabulário e maneiras de fazer isso de um modo otimizado. Você aprendeu sobre os seguintes tipos de palavras, que podem fazer parte do seu vocabulário em inglês: • as palavras mais conhecidas da língua inglesa; • cognatas com terminações que possuem uma correspondente em português; • palavras que fazem parte do seu cotidiano; • expressões idiomáticas e verbos preposicionados. Também aprendeu que agora que o seu vocabulário está maior, você poderá usar as outras estratégias combinadas com as palavras que agora sabe para deduzir mais facilmente as palavras que não sabe.

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3.6 Testando os seus conhecimentos Marque todas as palavras que você conhece agora (cognatas, conhecidas, as mais comuns da língua inglesa) no Texto 2 a seguir e, por meio delas, descubra sobre o que o texto trata. TEXTO 2 Smart Snacking for an Active Lifestyle Regular snacking is vital to a healthy and active lifestyle. Fitness-friendly snacks should be quick, delicious, and balanced to satisfy your exercise and nutrition needs (as well as your hectic schedule). Active women should aim for snacks in the 100- to 200-calorie range (active men may need a bit more) and keep in mind, you may need to eat up to two snacks a day between meals to keep your energy levels steady all day long.

Leia o texto 3 e responda: qual o tema central desse texto? Quais são as palavras conhecidas, cognatas e as mais comuns da língua inglesa que você já aprendeu e que aparecem nesse texto? TEXTO 3 Public School vs. Private School As a parent, you’re always looking out for your children, trying to make the best decisions for them and their futures. When it comes to schooling, parents often have to work out whether to send their children to private school or keep them in public school. Hopefully this article will help you decide which school is best for your family. We’ll first talk generally about some of the different factors that impact decisions regarding public and private schools. Then we’ll go over some national statistics regarding public and private schools. Finally we’ll leave you with a conclusion that should help you decide what is best for you Fonte: Disponível em: <http://www.publicschoolreview.com/articles/5>. Acesso em: 20 ago. 2010.

Onde encontrar ALMEIDA, R. Q. de. As palavras mais comuns da língua inglesa. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2003. MEANS, T. Instant brazilian portuguese vocabulary builder. New York: Hippocrene Books, 2006.

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CAPÍTULO 4 GÊNEROS TEXTUAIS

4.1 Contextualizando Temos visto alguns textos até o momento. Você reparou como eles são diferentes? Um artigo de revista não é igual a um anúncio, por exemplo. Como ainda veremos mais alguns textos até o último capítulo deste livro, é necessário explicar o que são os gêneros textuais, as suas características, a razão de seu uso neste livro e também a diferença entre gênero e tipo textual. Também precisamos ilustrar com exemplos os gêneros mais comuns, ou pelo menos os que usaremos aqui. Ao final deste capítulo, você será capaz de: • saber a diferença entre gênero e tipo textual; • entender a importância da diversidade textual para o estudo da língua inglesa instrumental; • conhecer as características de alguns gêneros textuais; • saber o que esperar de um texto, dependendo do gênero a que ele pertence.

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Capítulo 4

4.2 Conhecendo a teoria Não é possível comunicar-se verbalmente sem um texto. Mesmo quando falamos, estamos usando um texto. Texto, ao contrário do que alguns acreditam, não é só um enunciado escrito: a comunicação se dá efetivamente por meio de um gênero textual (BAKHTIN, 1997; BRONCKART, 1999). Os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia a dia (MARCUSCHI, 2005). Segundo Marcuschi (2005), a língua é uma forma de ação social e histórica que, ao dizer, também constitui a realidade. A língua deve ser tratada em seus aspectos discursivos e enunciativos e não em suas peculiaridades formais, o que constitui uma noção de língua como atividade social, histórica e cognitiva. Os gêneros textuais são como ações sociodiscursivas para agir sobre o mundo e dizer algo sobre o mundo, e, de algum modo, constituindo-o. Para Bhatia (1997), os gêneros permitem tratar a difícil questão: Por que os membros de comunidades discursivas específicas usam a língua da maneira como o fazem? (MARCUSCHI, 2005).

Você nunca parou para pensar, por exemplo, por que todos que escrevem uma monografia de final de curso fazem mais ou menos a mesma coisa? Do mesmo jeito, isto é o que acontece com discursos políticos, resenhas de livros, receitas culinárias. Cada gênero desses circula em ambientes que têm a ver com eles mesmos. Os objetivos pelos quais as pessoas escrevem esses textos também são variados. Por exemplo, uma monografia é escrita para se obter uma nota, um discurso político é escrito (e falado) para convencer o eleitor, uma resenha é escrita para se mostrar que se leu um livro, ou para mostrar a opinião sobre ele.

CURIOSIDADE Caso você esteja se perguntando qual a importância do estudo dos gêneros em um livro-texto de inglês instrumental, gostaríamos de lembrá-lo de que nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) este tema aparece destacado nas áreas de ensino de língua materna e estrangeira. Você sabia que o nosso livro-texto é um dos poucos que contém esse tema já que esta é uma noção introduzida no ensino de línguas recentemente?

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Capítulo 4

Como observa Marcuschi (2005, p. 32), a importância do estudo dos gêneros cresce a cada dia desde que os PCN introduziram esta ferramenta no ensino de língua materna e estrangeira. Na escola, os gêneros textuais deixam de ser ferramentas de comunicação e passam a ser objeto de estudo. [...] pode-se dizer que o trabalho com gêneros textuais é uma extraordinária oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no diaa-dia. Pois nada do que fizermos lingüisticamente estará fora de ser feito sem algum gênero. Assim, tudo o que fizermos lingüisticamente pode ser tratado em um ou outro gênero. [...]Tendo em vista que todos os textos se manifestam sempre num ou noutro gênero textual, um maior conhecimento do funcionamento dos gêneros textuais é importante tanto para a produção com para a compreensão. Em certo sentido, é esta idéia básica que se acha no centro dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), quando sugerem que o trabalho com o texto deve ser feito na base dos gêneros, sejam eles orais ou escritos.

4.2.1 Diferença entre gênero textual e tipo textual Existe uma confusão entre tipo textual e gênero textual. Vamos esclarecer desde o início a diferença entre essas duas terminologias. Segundo Marcuschi (2005): • Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de sequência teoricamente definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas). Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas, como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. • Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sociocomunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. Alguns exemplos de gêneros textuais seriam: romance, bilhete, reportagem jornalística, aula expositiva, reunião de condomínio, notícia jornalística, horóscopo, receita culinária, bula de remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, instruções de uso, outdoor, inquérito policial, resenha, edital de concursos, piada, conversação espontânea, conferência, carta eletrônica, bate-papo por computador, aulas virtuais e assim por diante.

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É importante esclarecer que a expressão tipo textual é muitas vezes equivocadamente usada, sendo confundida com gênero textual. Uma carta para a mãe não é um tipo de texto e sim um gênero. É claro que, em um gênero, estamos realizando um tipo textual. Por exemplo, na carta para a sua mãe, você pode usar a narração (tipo de texto) para contar algo que lhe aconteceu, mas, também, poderia usar, ao mesmo tempo, num só tipo de gênero, uma descrição (outro tipo de texto), descrevendo para sua mãe a sua nova casa. Em textos narrativos prevalece a sequência temporal, já nos descritivos predominam as sequências de localização. Os textos expositivos apresentam predomínio de sequências analíticas ou explicativas. Os argumentativos se caracterizam pelo predomínio de sequências contrastivas e os injuntivos pelo predomínio de sequências imperativas. Vejamos alguns exemplos de tipos de texto, segundo Werlich (1975 apud MARCUSCHI, 2005, p. 28): • Descrição: “Sobre a mesa havia milhares de vidros.” • Narrativa: “Os passageiros aterrissaram em Nova Iorque no meio da noite.” • Exposição: “Uma parte do cérebro é o córtex.” “O cérebro tem 10 milhões de neurônios.” • Argumentação: “A obsessão com a durabilidade nas Artes não é permanente.” • Injunção: “Pare!” “Seja razoável!”

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Segundo Marcuschi (2005, p. 29): Como já lembrado, os gêneros textuais não se caracterizam como formas estruturais estáticas e definidas de uma vez por todas. Bakthin (1997) dizia que os gêneros eram tipos “relativamente estáveis” de enunciados elaborados pelas mais diversas esferas da atividade humana. São muito mais famílias de textos com uma série de semelhanças. Eles são eventos lingüísticos, mas não se definem por características lingüísticas: caracterizam-se, como já dissemos, enquanto atividades sócio-discursivas. Sendo os gêneros fenômenos sócio-históricos e culturalmente sensíveis, não há como fazer uma lista fechada de todos os gêneros.

CURIOSIDADE A expressão “gênero” esteve, na tradição ocidental, especialmente ligada aos gêneros literários, cuja análise se inicia com Platão [...] Atualmente a noção de gênero já não mais se vincula apenas à literatura, como lembra Swales (1990, p. 33), ao dizer que “hoje, gênero é facilmente usado para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com ou sem aspirações literárias”. É assim que se usa a noção de gênero textual em etnografia, sociologia, antropologia, retórica e na linguística (MARCUSCHI, 2005).

4.2.2 Como usar os gêneros textuais para entender um texto em inglês Você vai perceber que, de agora em diante, como você já sabe o que é um gênero textual e a sua importância para a comunicação de modo geral, iremos trabalhar com gêneros variados na língua inglesa, para que você tenha a oportunidade de interpretar textos em várias situações histórico-sociais. O gênero compõe-se de três dimensões essenciais para a sua definição (PINTO, 2005): • conteúdo; • estrutura particular; • configurações específicas das unidades de linguagem. Se estamos lendo uma carta formal de reclamação para uma loja, por exemplo, esperamos encontrar referências à data de compra do produto, número da nota fiscal, modelo do aparelho em questão: este é o conteúdo. Também

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esperamos que haja um remetente e um destinatário: isso já se refere à estrutura particular de uma carta desse tipo. Finalmente, esperamos que seja usada uma linguagem formal e que esta siga a norma culta, obedecendo à concordância, regência etc. Estas são as configurações específicas das unidades de linguagem. Você pode estar se perguntando: “Em que isso facilitará minha compreensão de um texto em inglês?”. Você deve se lembrar que falamos sobre você usar seus esquemas mentais para facilitar a dedução no capítulo 2. Também falamos sobre fazer previsões a partir do título e do tema central no capítulo 1. Com relação às previsões, elas preparam o seu cérebro para o que você pode esperar de um texto, ficando assim mais fácil deduzir certas palavras que você não sabe o significado porque você ESPERA que elas apareçam. Observe como tudo isso fica ainda mais fácil se aprendermos a identificar logo de início o gênero textual. Cada gênero possui um conteúdo, uma estrutura e configurações específicas de linguagem características. Então, se você conhece o gênero carta formal de reclamação e você se depara com as expressões destacadas no Texto 1, você já pode deduzir mais facilmente o seu significado, porque sabe o conteúdo, a estrutura e as configurações particulares de uma carta desse tipo: TEXTO 1 Mario Gonzáles 125, Pine Street, New Jersey 678952 Nov 10 th, 2008. Customer Services Manager Sears Roebuck 2065, 7th Ave., New York 885431 Re: damaged Phillips TV set Dear Customer Services Manager, On October, 10 th, I bought a TV set at Sears Department Store. I am disappointed because your TV set has not performed as it should because the image on the screen changes to black and white all the time. Therefore this product is not of satisfactory quality as laid down by the law. To resolve the problem I require you to repair the product or to exchange it whilst reserving my right to claim against you. Enclosed is a copy of the receipt.

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I look forward to hearing from you and to a resolution of this problem. I will wait for one week before seeking help from The Consumer Rights Group. Please contact me at the above address or by phone: 5552348 Yours sincerely Mario Gonzáles Enclosure: a copy of the receipt Fonte: Disponível em: <http://www.howtocomplain.com/info/cl-template.shtml>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Se você não conhece este gênero textual, deixe-nos ajudá-lo com um exemplo em português, que contém, basicamente, os mesmos elementos sublinhados: TEXTO 2 Remetente: João da Silva Rua dos Joaquins, nº 1, Bairro JJ 000-000 Campinas do Sul Destinatário: COMPUTERLY, LTDA. Rua do Equívoco, nº 2 0000-000 Campinas do Sul Campinas do Sul, 29 de Fevereiro de 2009. Assunto: computador entregue com estragos aparentes Exmo(s). Senhor(es), No último dia 05 de Fevereiro, dirigi-me ao seu estabelecimento a fim de comprar um computador. Após escolher o modelo que me interessou, solicitei que a mercadoria fosse entregue na minha casa. Para tanto, assinei a nota de encomenda e paguei a taxa para que fosse realizado o serviço. No dia 10 do mesmo mês, foi-me entregue o computador encomendado, no entanto, após ligar o aparelho na tomada, constatei que o mesmo emitia mais de 8 apitos e não funcionava. Diante deste fato, recusei o computador e solicitei que me fosse enviado outro exemplar em excelente estado, o que faria jus ao valor já pago. Entretanto, até a presente data continuo esperando. O atraso na resolução do problema vem ocasionado vários transtornos ao meu cotidiano. Por este motivo, demando que outro computador de mesma marca e modelo seja entregue, sem falta, dentro de 3 dias úteis. Caso contrário, anularei a compra e exigirei o dinheiro do pagamento de volta. Atenciosamente, João da Silva. Anexos: fotocópias da nota fiscal de compra e do recibo da taxa de entrega. Fonte: Disponível em: <http://www.modelodecarta.com.br/de/reclamacao/>. Acesso em: 30 ago. 2010. (com adaptações).

Se você comparar os dois modelos de carta, ficará bem mais fácil concluir o que significam as partes sublinhadas no modelo em inglês.

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PRATICANDO Agora, você já pode tentar deduzir as partes sublinhadas na carta em inglês, baseando-se na carta em português.

O que você espera encontrar em uma receita culinária, por exemplo? Vamos pensar um pouco a esse respeito. Normalmente, temos o nome do prato como título, depois vem a lista dos ingredientes com as quantidades especificadas ao lado de cada ingrediente e, finalmente, o modo de preparar o prato. Atualmente costuma-se, ao final, também acrescentar alguma informação nutricional como o número de calorias, quantidade de colesterol, gordura, fibras, por exemplo. Então, se você estiver lendo uma receita na língua inglesa e já tiver percebido, pela estrutura e conteúdo, que se trata de uma receita, você já pode antecipar esses elementos no texto em inglês, o que facilitará muito a sua compreensão. Observe o Texto 3: TEXTO 3 Dark Chocolate Cake I Ingredients • • • • • • • • • •

2 cups boiling water 1 cup unsweetened cocoa powder 2 3/4 cups all-purpose flour 2 teaspoons baking soda 1/2 teaspoon baking powder 1/2 teaspoon salt 1 cup butter, softened 2 1/4 cups white sugar 4 eggs 1 1/2 teaspoons vanilla extract

Directions 1.Preheat oven to 350 degrees F (175 degrees C). Grease 3 - 9 inch round cake pans. In medium bowl, pour boiling water over cocoa, and whisk until smooth. Let mixture cool. Sift together flour, baking soda, baking powder and salt; set aside. 2.In a large bowl, cream butter and sugar together until light and fluffy. Beat in eggs one at time, then stir in vanilla. Add the flour mixture alternately with the cocoa mixture. Spread batter evenly between the 3 prepared pans.

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3.Bake in preheated oven for 25 to 30 minutes. Allow to cool. Nutritional Information Amount Per Serving: Calories: 427 | Total Fat: 18.3g | Cholesterol: 111mg Fonte: Disponível em: <http://allrecipes.com/Recipe/Dark-Chocolate-Cake-I/Detail.aspx>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Não é difícil deduzir que as partes sublinhadas correspondem ao nome da receita, ingredientes, modo de preparar (a informação com os graus Celsius e Fahrenheit, é claro, refere-se à temperatura do forno, e a informação que contém os minutos refere-se ao tempo de cozimento no forno, de onde concluímos que oven é forno, pois aparece nos dois trechos com os números, que são marcas tipográficas universais, portanto, fáceis de entender em qualquer língua), informação nutricional e o número de calorias (cognato) e colesterol (idem). Se você está mesmo familiarizado com esse gênero textual, se gosta de cozinhar e usar receitas, também deduzirá que amount per serving só pode ser quantidade por porção. Você percebeu como conhecer vários gêneros textuais na sua própria língua o ajudará a antecipar as informações e o tipo de linguagem usada em um texto qualquer em inglês? Entendeu agora a importância do estudo dos gêneros textuais? Mais especificamente, percebeu a importância de ser exposto aos vários gêneros existentes na nossa vida?

DESAFIO A partir das noções que aprendemos no capítulo passado a respeito da importância do vocabulário, juntamente com as noções a respeito de gênero deste capítulo, por que você não procura entender as outras partes da receita, como os ingredientes, por exemplo? Claro que você poderá consultar um dicionário, mas, se você já fez um bolo de chocolate, pode usar esse conhecimento prévio e deduzir alguns ingredientes que normalmente são usados nesse tipo de bolo, assim como a maneira de prepará-lo.

4.2.3 Gêneros textuais comuns em nosso dia a dia Os tipos de gêneros textuais com que você convive no seu cotidiano vão variar de acordo com a sua profissão, a sua área de estudo e os seus interesses pessoais. No entanto, existem alguns tipos de gêneros comuns a todos nós,

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principalmente os veiculados pela mídia, à qual nós todos somos expostos diariamente, conforme Marcuschi (2005, p. 20) observou muito bem: Hoje, em plena fase da denominada cultura eletrônica, com o telefone, o gravador, o rádio, a TV e, particularmente o computador pessoal e sua aplicação mais notável, a internet, presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita. ...] Daí surgem formas discursivas novas, tais como editoriais, artigos de fundo, notícias, telefonemas, telegramas, telemensagens, teleconferências, videoconferências, reportagens ao vivo, cartas eletrônicas (e-mails), bate-papos virtuais (chats), aulas virtuais (aulas chats) e assim por diante.

É interessante notar como essas formas novas de discurso acabaram por desfazer de vez a fronteira entre linguagem oral e escrita, pois elas desenvolveram formas comunicativas próprias, desafiando a velha dicotomia oralidade/escrita ainda presente em muitos livros didáticos. Além disso, esses gêneros permitiram a integração dos vários tipos de semioses: signos verbais, sons, imagens e formas em movimento em uma linguagem cada vez mais plástica. Observamos o fenômeno do uso dos formatos de gêneros mais antigos com novos objetivos. Por exemplo, tomemos o gênero “artigo científico”. Se esse texto fosse publicado em um jornal diário, ele passaria a ser um “artigo de divulgação científica”. O texto é o mesmo, no entanto, os gêneros são diferentes, pois não estão em um mesmo suporte, ou contexto. É por isso que não podemos classificar os gêneros apenas por sua forma ou conteúdo, mas temos que considerar os seus aspectos sociocomunicativos e funcionais. Com o avanço da tecnologia, surgiram novos gêneros textuais, tais como: e-mail, postagem de blog, postagem de miniblog (Twitter, por exemplo), perfis (em sites de relacionamento), mensagem-texto em celular e outros. Você já deve estar familiarizado com estes gêneros textuais na sua própria língua e poderá usar este conhecimento para antecipar o conteúdo desses gêneros em inglês. Vejamos alguns exemplos desses gêneros textuais na língua inglesa.

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TEXTO 4 Hi everyone! I’d like to know how you’d normally punctuate the salutation of an email. I know there are no established rules for this; that’s why I’m asking about your own experience. Which of these are acceptable? To a friend: Hi John! Hi, John! Hi John, Hi John. Hi John: Hi John To a company / colleague / manager: Dear X, Dear X: Dear X. Dear X Thanks a million! Mara.

Se você já escreveu um e-mail informal a um site pedindo dicas sobre algum assunto, você lembrará que a saudação e a despedida são informais, normalmente usamos “oi” ou “olá” e nos despedimos com um “obrigado” ou “um abraço” e usamos o nosso primeiro nome. Também não nos preocupamos em usar uma linguagem formal e escrevemos praticamente como falamos, com o uso até de contrações do tipo “pra, né”. Não é diferente na língua inglesa. Observe que o e-mail abre com “hi” e termina com o primeiro nome e “thanks a million”, bem informal, se comparado a uma carta formal que inicia com “dear” e termina com “yours sincerely” (dê uma olhada na carta formal da seção anterior e compare com este e-mail). Além disso, observe o uso abundante de contrações: I´m, You´d, I´d, That´s características da oralidade. Quanto ao tema, você poderá constatar que se trata de perguntas com relação à pontuação de e-mails formais e informais (o que pode ser deduzido observando a lista de saudações com hi e pontuação diferente, e as saudações com Dear e pontuação diferente para cada opção. Além disso, as opções vêm logo depois da pergunta: Which of these are acceptable? Onde reconhecemos a palavra which (qual), o verbo be are acceptable (aceitável) palavra cognata com terminação -ble que significa -vel em português, como já vimos no capítulo 3. Temos também as palavras friend, colleague (amigo, colega) e company

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(companhia) que deixa claro que uma lista de opções é para uma saudação informal e a outra é para uma formal. Vejamos agora um perfil de um site de relacionamentos: TEXTO 5 I am an ordinary man with an extraordinary talent and attitude and desire to become the best in my field in the coming years. My work is my passion and hard work and consistency is what I believe in. I am optimistic, yet sensible and understanding. My goals in life are realistic and I hope to achieve them on my own. Would want to associate myself with a funny, caring and smart girl. Thanks! Fonte: Disponível em: <http://www.buzzle.com/articles/dating-profile-examples-for-men.html>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Nos perfis de sites de relacionamentos, esperamos encontrar uma descrição de uma pessoa, portanto, o texto será escrito em primeira pessoa e certamente repleto de adjetivos relativos às características dela. Observe os adjetivos cognatos e conhecidos desse perfil: ordinary, extraordinary, the best, optimistic, sensible, understanding, realistic. Também esperamos que haja uma descrição da pessoa que se está procurando, já que é um site de namoro. Também notamos o uso de adjetivos: funny, smart. Alguns substantivos e seus respectivos adjetivos também se relacionam à pessoa em questão: talent, attitude, desire, work, hard work, passion, consistency, goals, life. Concluímos que se trata de uma pessoa talentosa muito ligada ao seu abalho, otimista, mas realista que possui metas para sua vida e quer se relacionar com uma garota engraçada e inteligente. Vejamos um exemplo de postagem em um blog a seguir:

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TEXTO 6 Crisis: a problem or an opportunity? Recently I went through a situation that many people would call it a problem. I lost my job when I was expecting to be promoted! Instead of sitting down and crying I immediately looked for another one. The next day I was part of a selection test for another company. There were many people there looking for that position but I passed and soon I had another job which I am loving, better than the previous one. I could realize that my previous job was not satisfying me, although the salary was great! Now, I´m working with people that I like and I feel so recognized and respected in a manner I was not before in my previous job. How about you? Do you feel that every crisis is a problem or an opportunity? Think about that next time you are going through a difficult situation in your life. Sometimes what looks like a closed door is only an open window of a better opportunity for you!

Uma postagem em um blog normalmente é escrita em forma narrativa, descritiva ou argumentativa e, às vezes, um pouco de cada uma. Normalmente, a pessoa que é a dona do blog quer compartilhar uma experiência pessoal, ou não, com seus leitores. Faz parte deste gênero um título sobre o tema a ser abordado na postagem. No nosso exemplo, temos Crisis: a problem or an opportunity, o que já pode nos dar uma ideia do que será tratado. Temos três palavras cognatas: crisis, problem, opportunity no título. Percebemos, pelo tópico frasal (a primeira frase do texto), que a pessoa (I) passou por uma situação (situation) problemática (problem). Na segunda linha, temos as palavras lost (lembra do seriado?) e job. Deduzimos que se trata da perda do emprego, uma situação realmente de crise para qualquer um, ainda mais quando se estava esperando ser promovido: expecting, be promoted. Percebemos que a pessoa não ficou sentada chorando (sitting, crying), em vez disso, ela imediatamente (immediately) procurou outro (another) emprego. Continuando a leitura, encontramos a expressão selection test e logo depois I passed. Confirmamos então que a pessoa fez um teste de seleção e passou. Ela está amando (loving) o novo emprego que é melhor (better) do que o anterior (previous). Descobriu que o emprego anterior não a satisfazia (not satisfying me) embora o salário (salary) fosse ótimo (great). Agora ela trabalha (work) com pessoas (people) de quem ela gosta (like) e se sente respeitada (respected) e reconhecida (recognized), diferentemente do emprego anterior (previous job). O autor finaliza com a pergunta do título, ou seja, se uma crise é um problema ou uma oportunidade? E ele fecha o assunto comparando a crise não a uma porta fechada (closed door) e, sim, a uma janela aberta (open window) de uma melhor oportunidade (better opportunity for you) para você. Inglês Instrumental I

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Para terminar esta seção, vejamos um gênero que é comum tanto na internet quanto em revistas e jornais: o anúncio impresso. TEXTO 7

Fonte: Minimalism (2010) Normalmente, em um anúncio, temos uma informação já conhecida (minimalism = minimalismo), seguida de uma nova: a arte de continuamente remover coisas até restar apenas beleza (beauty). Vejamos algumas frases de campanhas publicitárias de todos os tempos que ficaram famosas. Observe o uso do imperativo, a fim de convencer o consumidor a comprar o produto. Pense nas frases de campanhas publicitárias em português e perceba o mesmo padrão. • • • •

Volkswagen, “Think Small” (Doyle Dane Bernbach, 1959) - Pense pequeno; Nike, “Just do it” (Wieden & Kennedy, 1988) - Apenas faça; Coca-Cola, “The pause that refreshes” (D’Arcy Co., 1929) - A pausa que refresca; Crest toothpaste, “Look, Ma! No cavities!” (Benton & Bowles, 1958) - Olhe, mamãe! Sem cáries!; • M&Ms, “Melts in your mouth, not in your hands” (Ted Bates & Co., 1954) Derrete em sua boca, não em suas mãos; • BMW, “The ultimate driving machine” (Ammirati & Puris, 1975) - A máquina de dirigir definitiva; • Cadillac, “The penalty of leadership” (MacManus, John & Adams, 1915) - A penalidade da liderança. Fonte: Disponível em: <http://adage.com/century/campaigns.html>. Acesso em: 30 ago. 2010.

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4.3 Aplicando a teoria na prática Vamos pensar nos textos em inglês que você lê no seu dia a dia. A que gêneros textuais eles pertencem? Pense nesses gêneros na sua língua materna. Quais são as características desses textos quanto aos três aspectos abordados neste capítulo? • conteúdo; • estrutura particular; • configurações específicas das unidades de linguagem. Discuta o resultado com seu tutor e colegas de turma!

4.4 Para saber mais Título: Produção Textual, análise de gêneros e compreensão Autor: Luiz Antônio Marcushi

Editora: Parábola Editorial

Ano: 2008

Você encontrará neste livro, no capítulo 2, uma explicação mais aprofundada sobre os gêneros textuais e sua utilidade na produção de textos em nossa língua, o que poderá esclarecer, ainda mais, sobre a importância dos gêneros textuais para a compreensão de textos na nossa língua e, por extensão, em língua inglesa.

Título: Gêneros Textuais e Ensino Autor: Ângela Paiva Dionísio, Maria Auxiliadora Bezerra e Anna Rachel Machado

Editora: Lucerna

Ano: 2005

Título: Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa Autor: Abuêndia Padilha Pinto Publicado na obra organizada por: Ângela Paiva Dionísio, Maria Auxiliadora Bezerra e Anna Rachel Machado Livro: Gêneros textuais e ensino

Editora: Lucerna

Ano: 2005

Vale à pena ler o capítulo “Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa” desta obra. Nele, a autora mostra a importância dos gêneros textuais no ensino da escrita em língua inglesa e dá exemplos de textos escritos por alunos, mas que não seguem o que o gênero pede, mostrando que conhecer o gênero ajuda até mesmo na produção de um texto. Ela também aponta as características dos tipos de texto.

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4.5 Relembrando Neste capítulo, nós lemos sobre a noção de gênero textual e: • Percebemos a importância dos gêneros textuais para a leitura de textos em inglês, porque podemos fazer um paralelo com os gêneros na nossa própria língua, o que facilita a expectativa do que poderemos encontrar no texto em inglês. • Também vimos a diferença entre tipo textual e gênero textual, que muitas pessoas confundem. Aprendemos que, em um gênero, podemos ter mais de um tipo textual, como narração, descrição, argumentação, e que os tipos textuais são fixos e poucos enquanto que os gêneros são inúmeros, pois eles são os textos que encontramos na nossa realidade diária. • Aprendemos como usar nosso conhecimento sobre gênero textual na nossa língua materna para prever o que virá em um texto em inglês e, assim, deduzir mais facilmente as palavras que não conhecemos. • Vimos alguns exemplos de textos usados na internet e fora dela, mas que são comuns no nosso cotidiano.

4.6 Testando os seus conhecimentos A que gêneros pertencem os textos a seguir? TEXTO 9 Mom, I went to the disco with my friends. I come back before midnight, don´t worry. P.S. I gave food to Rex! Donna TEXTO 10 Please join us for Joshua´s 10 th birthday party August 10, 2010 5 p.m. San Antonio Mall Our Arcade 1254 Pine Ave. San Francisco, CA, 12457 RSVP by July, 30 at 555345628

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TEXTO 11 Hello, Goodbye Beatles By: Lennon / McCartney You say yes, I say no You say stop and I say go, go, go Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello I say high, you say low You say why, and I say I don’t know Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Why, why, why, why, why, why Do you say good bye Goodbye, bye, bye, bye, bye Oh, no You say goodbye and I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello hello, hello I don’t know why you say goodbye I say hello Hello

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TEXTO 12 Harry Potter and the Philosopher’s Stone by J. K. Rowling (1997) You’ve probably heard of this book already, and if you haven’t read it yet I think you’ll enjoy it. This is a story about Harry and his two new friends settling down for their first year at Hogwarts School of Witchcraft and Wizardry only to discover that they have a part to play in the downfall of the evil Sssh! You-Know-Who. You will like Harry Potter. He’s shy and self-doubting and puts up with a lot from his awful aunt Petunia and uncle Vernon and fat cousin Dudley. Poor Harry lost his parents, supposedly in a car crash, when he was a baby and that was when he received the strange lightningshaped scar across his forehead. Ever since then he has slept in the cupboard under the stairs at the Dursleys’ perfectly normal house in Privet Drive and the best thing he has to look forward to is starting at the local secondary school next term - well away from Dudley who will be going to his father’s old, expensive school, Smeltings. But, other people know a lot more about Harry than Harry does himself. That lightning-shaped scar is a matter of enormous interest and Harry is about to discover that he has a lot of friends, and enemies, in a rather different kind of world from the one he was brought up in. This is a book about magic, but there’s plenty of reality. Settling into a new school, making friends, learning who to trust and who not to trust and when to obey school rules and when to overlook them. There’s a great deal of humour in the book. You might find the magic funny - visit Diagon Alley to purchase all your Hogwart’s kit - but there is strong evil magic too and you won’t doubt the courage that Harry has to show in the final chapter. Written in a strong narrative style with straightforward but not over-simplified language there is enough in this plot to think about whether you are Harry’s age or Sssh! You-Know-Who! Fonte: Disponível em: <http://www.readingmatters.co.uk/book.php?id=240>. Acesso em: 30 ago. 2010. TEXTO 13 Today, we’ll be talking to Leo Laporte, the main man behind the TWIT podcast network; the purveyor of so many podcasts that you’re bound to be subscribed to at least one of them. Leo, thanks for being in the studio today! Leo Laporte: Thanks for having me. It’s great to be here! However, I believe you mean netcast, not podcast. Apple was running around sending out cease and desist letters a few years back, saying that other people using the term “podcast” infringed on their trademarks, so I coined the term “netcast” to sidestep that issue and alleviate confusion, because some people also thought that you could only play them on iPods due to “pod” being part of the name. […] IWFP: Um, ok. Hey, did you just mutter something? L: Nah, just had an itch in my throat. IWFP: Hmm. I’m pretty sure that you’re muttering the names of your podcast network’s sponsors everytime you cough. L: Naw, that ain’t me. [...]

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IWFP: Moving on. So, are you happy with the current selection of podcasts that you have in your network so far, or are there some other subjects that you are thinking about moving into at some point? L: Well, I can talk about pretty much anything for long periods of time, so the sky’s the limit. Audible. Maybe I’ll start one about news editors, you know… TWINE! Or audible maybe one about technical travel expense reports…I think that would be called TWITTER. […] IWFP: Great. Fonte: Disponível em: <http://interviewswithfamouspeople.com/>. Acesso em: 30 ago. 2010.

Onde encontrar BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes,1997. BRONCKART, J-P. Atividades de linguagem, textos e discursos. São Paulo: EDUC, 1999. MARCUSCHI, L. A.; XAVIER, A. C. (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004. MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. ______. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MINIMALISM: the art continually removing things until all you have left is beauty: LCW chair. 1 fotografia, color. 2010. Disponível em:< http:// adsoftheworld.com/media/print/the_green_ant_minimalism>. Acesso em: 3 jun. 2010. PINTO, A. P. Gêneros discursivos e ensino de língua inglesa. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. SWALES, J. M. Genre analysis: english in academic and research settings. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.

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