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26/02/2016

O carro autônomo pode dominar o mundo? ­ Economia ­ Estadão

O carro autônomo pode dominar o mundo? THE ECONOMIST

06 Agosto 2015 | 07h 26 ­ Atualizado: 06 Agosto 2015 | 07h 40

Ao desafiar uma indústria e redefinir a vida urbana, veículo sem motorista pode ser tão transformador quanto o telefone celular Pouco depois de Thomas Müller ingressar com seu Audi A7 no fluxo de veículos que trafega pela rodovia, rumo a Xangai, uma mensagem no painel de instrumentos indica que a partir desse momento o “piloto automático” está disponível. Müller, que é engenheiro da Audi, pressiona um botão no volante e levanta as mãos. O carro começa a dirigir por conta própria, com o volante se movendo sozinho, enquanto o tráfego avança lentamente por uma ponte que leva ao centro da cidade.

Trata­se, sem dúvida, de uma forma limitada de autonomia: o carro permanece na mesma estrada, usando câmeras e um scanner “LiDAR” para acompanhar a sinalização e manter distância constante do veículo da frente. É assim que as montadoras veem o futuro da tecnologia de condução autônoma: como a adoção de funções auxiliares à condução que, inicialmente exclusivas dos modelos de luxo, aos poucos estarão disponíveis nos carros mais populares, como ocorreu com o vidro elétrico e a direção hidráulica. Nessa visão do futuro, a condução autônoma fará com que dirigir seja uma atividade menos estressante ­ os motoristas “chegam mais relaxados”, diz Müller ­, mas as pessoas continuarão comprando veículos e mantendo­os em suas garagens, exatamente como fazem hoje. Para uma visão alternativa de um futuro sem motoristas, é só ir até o Aeroporto de Heathrow, em Londres, e ir à área de “transporte em cápsulas”. O translado entre o estacionamento de veículos e o terminal é feito por meio de cápsulas elétricas sem motorista, que trafegam por vias exclusivas. Usando um quiosque com tela sensível ao toque, o passageiro solicita o transporte e informa seu destino. Uma cápsula, que comporta até quatro pessoas sentadas, se aproxima, estaciona e abre as portas. O passageiro entra, se acomoda no assento e pressiona o botão “start” ­ único controle do veículo ­, e a cápsula o leva até o destino, evitando colisões com outras cápsulas e estacionando suavemente ao chegar ao terminal. Assim como andar num Audi autônomo, transitar numa cápsula dessas é excitante nos primeiros 30 segundos ­ mas logo se torna uma coisa banal. A diferença é que os veículos capazes de dirigirem sozinhos que a pessoa solicita e dispensa de acordo com sua necessidade podem fazer mais do que facilitar a condução: eles prometem pôr vários setores da economia de pernas para o ar e redefinir a vida urbana. A disseminação da tecnologia de condução assistida será gradual no futuro próximo, mas os veículos completamente autônomos que devem surgir em seguida possivelmente farão com que os carros que conhecemos hoje pareçam tão antiquados quanto as locomotivas a vapor. Como vai ficar o mundo se esses veículos se tornarem comuns? A passagem das carroças puxadas por cavalos para os carros motorizados oferece uma analogia. Num primeiro momento, os automóveis eram conhecidos como “veículos sem tração animal” ­ ou seja, o que os definia, como os carros sem motorista de hoje, era a ausência de uma característica comum aos demais veículos. Mas, tendo se livrado dos cavalos, os carros mostraram ser um instrumento de locomoção completamente diferente, facilitando o avanço da mancha urbana sobre áreas rurais e fazendo o papel de símbolo a que os indivíduos recorrem para definir sua própria identidade.

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o­carro­autonomo­pode­dominar­o­mundo­,1739102

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