“TUDO SOBRE UMBANDA, CANDOMBLÉ E CULTOS AFRICANOS CULTURA E RELIGIOSIDADE NEGRA”.
ANO 2 — Edição 07
Janeiro/Fevereiro de 2012
Quem são os Bantu? Parte III
A Importância das Ervas na
Umbanda
Falando de Axé Olókun - A Atare - A com Mam’etu Riquisima pimenta que Maza Kessy Deusa dos Mares traz Bênçãos
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EDITORIAL
"Olódùmarè (Meu Deus), ajuda-me a dizer a palavra da verdade na cara dos fortes, e a não mentir para obter o aplauso dos débeis." -
Mahatma Gandhi
Saudações amigos leitores, 2012 chegou e nós também (risos), mais uma edição de Falando de Axé, que agora é Bimestral. Primeiramente gostaria de desejar a todos os nossos leitores um FELIZ e MARAVILHOSO 2012, repleto de realizações e muitoooo AXÉ. Gostaria também, de agradecer a vocês pela leitura de nossa revista e dizer que a cada dia que passa, maior é nossa buscar de fazer um bom trabalho, para que seja sempre do agrado de todos. Estamos procurando deixar a revista o mais clara possível, para facilitar impressões da mesma, já que muitos tem pedido e perguntado se a mesma é impressa. Nessa Edição, nossa homenagem é às Divindades dos Águas e Mares, como Agbé, Olókun, Yèmoja e Nossa Senhora dos Navegantes, dentre outros temas abordados neste edição, como Mutakalambo, divindade bantu da caça e a Importância das Ervas na Umbanda. Mais uma vez pedimos desculpas aos nossos leitores por algo e deixo claro que ficamos muito felizes com o interagir dos mesmos conosco. É sempre ótimo o recebimento de sugestões e críticas. Uma Ótima Leitura Amigos...
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Por Hérick Lechinski - O Editor
Ìbà Olódùmarè Elédà mi - Saudações a Olódùmarè, O meu Criador. Ilè Ògéré Ìb{ - Terra, cujo poder se espalha por todo o Universo, Saudações. Mo júbà Èsù Alágbára Irúnmalè - Eu respeitosamente saúdo Èsù, o Poderoso Venerável. Ìbà gbogbo - Saudações a Todos!!!
ÍNDICE Quem são os Bantus? Parte III Pág. 04 Mutakalambo, o Grande Caçador Bantu Pág. 07 Lavagem das Escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim Pág. 10 Festa de Iemanjá em Salvador Pág. 12 Òrìsà do Mês: Olókun, a Riquíssima Deusa dos Mares Pág. 14 Agbé, o Grande Vodùn dos Oceanos Pág. 16 Os Òrìsà mais cultuados no Culto Tradicional Yorùbá Pág. 17 Cargos Pré-Sacerdotais e Sacerdotais no Vodùnsínsen (Religião dos Vodùn) Pág. 22 O Batuque Pág. 25 Entrevista do Mês: Falando de Axé com Mam’etu Maza Kessy Pág. 31 Livro do Mês: Òrìsà Devotion Pág. 34 Folha do Mês: Atare, a Pimenta que traz Bênçãos Pág. 35 Odù do Mês: Òsá méjì, o Odù qual nasceu o Poder Feminino Pág. 37 Personalidades Negras: Mestre Cartola Pág. 39 Santo do Mês: Nossa Senhora dos Navegantes Pág. 41 Diga Não a Banalização do Candomblé Pág. 43 As Crianças e o Candomblé Pág. 46 Ser Umbandista Pág. 47 Filhos de Pemba Pág. 49 A Importância das Ervas na Umbanda Pág. 50 Pai Nosso Umbandista Pág. 52 Homenagem aos Colaboradores Pág. 53 Homenagem ao Bàbálóòrìsà Altair T’Ògún Pág. 54
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Kò sí èyí ti yóò móo jeun Tàbí yóò móo se igúnwà ti kó Ni fi ti Èsù síwájú
Não existe ninguém que coma. Ou esteja instalado com realeza. Sem que haja recorrido a Èsù primeiro.
QUEM SÃO OS BANTUS? Parte III
O POVO AMBUNDO Os ambundos compunham o outrora reino de Ngola, nome que nomeia hoje o moderno país de Angola e foram contatados oficialmente pelos portugueses, através de um navegador chamado Paulo de Novais, em 1565. Nessa época era rei Ndembi a angola que mandou por Paulo de Novais, ao rei português, 40 argolas de cobre, 40 peças de pau aromático, 35 presas de elefante e alguns escravos, não recebendo nenhuma notícia de Paulo Novais, nem dos presentes que enviou ao monarca português, durante dez longos anos. Quando Paulo Novais voltou, em 1575 já era outro rei a governar Angola, e dessa vez Paulo Novais trazia em sua companhia 700 soldados, marinheiros e artífices, além de padres jesuí4
tas acomodados em sete ou nove navios. Foi a cobiça que motivou Paulo de Novais a voltar a Angola, pois se acreditava que o país fosse rico em jazidas de prata, cobre e sal e que através de Angola poder-se-ia alcançar o fabuloso reino de Monomotapa no outro lado do continente, em Moçambique. Paulo de Novais fundeou seus navios na ilha de Luanda, na época pertencente ao rei do Congo, de onde o mesmo extraia cauris que usava como moeda corrente no seu reino. Apesar das cautelas do rei de Angola, os portugueses saltaram da ilha de Luanda para terra firme, onde começaram a construir capelas, casas, feitorias, todo o necessário para estabelecerem-se
e principiar um lucrativo negócio de venda de escravos tendo como parceiro o próprio rei de Angola que já praticava esse comércio há tempos com outros portugueses e europeus de várias procedências.
seus descendentes em forma de sonho, e premonições. Pode também vir até seus descendentes através do xinguilamento, ou seja, incorporação de um morto numa pessoa viva (médium) para ditar seus desejos ou suas repreensões e maldições.
Os ambundos, povo de língua kimbundo, ocupa grande parte do país, desde o oceano atlântico, no norte de Angola, em direção ao interior, até o rio Cuango. São tradicionalmente agricultores e seu principal cultivo também, como os bakongos é o da mandioca, e por extensão, sua principal fonte de alimentos. Foram pioneiros no plantio do arroz e produzem café de boa qualidade para exportação. Talvez seja o grupo mais assimilado à cultura européia, e foi o primeiro a ter escrita para sua língua, o kimbundo.
Além dos espíritos dos antepassados, os ambundos também cultuam algumas divindades ligadas aos elementos da natureza como as Kiandas e os Kituxis, que deverão ser continuamente apaziguados para não causarem malefícios aos homens vivos.
CRENÇAS DOS AMBUNDOS
Os ambundos acreditam que a vida se dá na terra e também no além-túmulo e que o espírito dos antepassados está sempre presente entre os homens vivos, na forma de antepassados (bakulus) e ancestrais. O antepassado pode ajudar ou atrapalhar a vida dos vivos aparecendo a 5
As crenças e modos de ver o mundo dos bantu, apesar de variar em características de um povo a outro, mantém certa unidade de pensamento e crença, variando muitas vezes apenas a maneira de nomearem as divindades ou os gênios da natureza. As grandes diferenças são meramente lingüísticas, pois as divindades são quase sempre as mesmas, com os mesmos atributos e encargos. No entanto, o que nos foi legado pelos africanos naquilo que se convencionou chamar de candomblé de congo-angola, têm um forte substrato bakongo como evidenciaremos nos capítulos seguintes. No entanto, as crenças entre os bakongos e ambundos não oferecem diferenças estruturais como vemos nesses poucos exemplos a seguir.
Candomblé de Congo-Angola tem mais elementos do povo bakongo, como demonstraremos em outro capítulo. [1] Os ambundos são o segundo maior grupo étnico de Angola e os bakongos o terceiro. [2] Bakongo plural de kongo [3] Em kikongo esse saco chama-se fútu
A figura do Kimbanda, entre os Ambundos, equivale à figura do Nganga entre os bakongos. O papel desempenhado pelos antepassados se equivale entre os dois povos, e também o das divindades das águas, dos fenômenos atmosféricos e naturais, portanto, nossa herança religiosa não apresenta grandes discrepâncias no tocante ao panteão ou as práticas rituais. Enquanto a Umbanda tem um caráter mais Ambundo – há uma religião muito semelhante em Angola registrada por Oscar Ribas em Ilundo - o
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Por Dr. Professor Sérgio Paulo Adolfo (Tata Kiundudulu)
Mutakalambo - O Grande Caçador Bantu Entre os Tshokwé, o primeiro caçador mitológico de todos os tempos é Kawa ka Tschimbundu, considerado um Hamba poderoso prescrito pelo "Tahi" (Adivinho) na maioria das vezes em que há necessidade de harmonizar o caçador. Mutá é um Hamba encontrado entre os Tschokwé, no qual aparece como uma divindade dos caçadores terrestres. Sua representatividade é um cão, aquele capaz de farejar a caça, companheiro inseparável dos caçadores e que também recebe Itumbu (Filtros mágicos) para adentrar as matas. Mutá aparece sempre, nos cultos, acompanhado de Sambongo (figura masculina) e Nambongo (feminina) que têm como primeira função tornar a caça benéfica, protegendo os caçadores que reside nas florestas. Acompanha também Mutá o Hamba Samukishi (O senhor das máscaras), aquele que recebe 7
a primeira Menga do animal abatido e que somente depois será ofertado a Mutá. Portanto, dentro de um Tshipanga (Cercado onde se encontram os Hamba), Mutá nunca se apresenta só. Nas regiões de Luanda, Mutakalombo, aparece como uma divindade dos animais aquáticos e sob as suas ordens encontram-se: Kaiongo (sua esposa) que também está ligada aos animais terrestres, Samba Zundo que ocupa também o lugar de esposa de Mutakalombo.
Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu é a do caçador
Segundo Oscar Ribas: Mutakalombo - espírito que superintende na esfera dos animais aquáticos. Entidade espiritual da fauna aquática.
Encontramos também Kabila que serve a Mutanjinji e tem ligação com Mutakalombo, sua função é a de Pastor. Quando um caçador não consegue abater uma peça de caça, e, por intermédio de um Xinguilador (Feiticeiro-Nganga), suplica a Kabila sua intervenção, este lhe proporciona alguns animais que furta ao amo, difícil de aceder a tais pedidos.
Foi cônego, saiu de Portugal, andou por muitas localidades e morreu velho, razão por que assim é invocado nos seus cânticos. Finou-se num montículo de Salalé, num Musseque das imediações de Luanda. Após a caçada, o caçador, como testemunha de verdade, apresenta ao XinguiÉ único com esse nome, passando a a- lador as caudas dos animais abatidos. daptar nas atuações seu cão é o jacaré, Na sua presença, ajoelha-se bate palde que se serve para punir uma falta mas de reverência e, tomada à bênção, grave. Em várias pesquisas Mutakalombo informa-o do número de cabeças moraparece como divindade aquática, que tas.Regressando ao mato, esquarteja toutiliza seu jacaré (Ou crocodilo) para das as peças e torna a voltar á casa do arrebatar mulheres na beira d’água com Nganga com a carga. Então, cozinham a finalidade de servi-lo. Aquelas que as miudezas e, com a referida iguaria, conseguem sobreviver e retornam, rece- brinda os Calundus (Divindades justiceibem o poder de Mutakalombo para sa- ras e mendicantes), que se manifestam cerdote. no Xinguilador em estado de possessão.
Junto com Mutá, encontramos Mutanjinji, divindade feminina que superintende a esfera dos animais terrestres, é a “Entidade da Fauna Terrestre”. 8
Durante a partilha, o caçador permanece de joelhos. Em caso de ingratidão para com a divindade, isto é, se não lhe participar o resultado da caçada, jamais tornará a abater uma só peça. É a punição. A
palavra
Kabila
vem
de Kubila,
que
significa
"Pastorear".
Vale a pena ressaltar que a classe mais alta entre os Bantu é a do caçador, em seguida vem a dos Ferreiros, e que vários são os ídolos de caça, mas aqui citamos apenas os conhecidos dentro do culto Angola/Kongo no Brasil.
Fonte: http://cobantu.com/divindades/ minkisi_mutakalambo.htm
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Lavagem das Escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim
Rito de purificação e fé, em que são louvados e cultuados Nosso Senhor do Bonfim e Oxalá, o maior de todos os Orixás. Foi Teodósio Rodrigues de Farias, um oficial da Armada Portuguesa, quem trouxe de Lisboa uma imagem do Cristo, que, em 1745, foi conduzida com grande acompanhamento para a igreja da Penha, em Itapagipe. Em julho de 1754, a imagem foi transferida em procissão para a sua própria igreja, na Colina Sagrada, onde a atribuição de poderes milagrosos tornou o Senhor do Bonfim (Cristo) objeto de devoção popular e centro de peregrinação mística e sincrética. Dentro do Candomblé e da Umbanda, Nosso Senhor do Bonfim (Cristo) é sincretizado com o pai e maior de todos os Orixás (Divindades de origem ioruba), Oxalá, a Divindade criadora, da paz e do branco imaculado. Que abençoa seus devotos com saúde, paz e vida longa. Cultuado as sextas-feiras.
A Lavagem das escadarias do Bonfim é a segunda maior manifestação popular da Bahia, perdendo apenas para o Carnaval, a primeira. Teve seu inicio em JaO Senhor do Bonfim (Jesus Cristo) neiro de 1996. e Oxalá (Obàtálá/Òsàlá), são sem dúvidas nenhuma os “santos” mais cultuados na Bahia. Em Salvador, todo ano, na segunda quinta-feira de Janeiro, é realizado a Lavagem das Escadarias de Igreja do Nosso Senhor do Bonfim, celebração sincrética afro-católica, realizada por católicos, adeptos do Candomblé e da Umbanda, devotos de Nosso Senhor do Bonfim e turistas. 10
A Lavagem é uma celebração popular sincrética afro-católica, que faz referência ao Rito das “Águas de Oxalá”, realizados nos Templos de Candomblé, realizado em alguns templos no mês de Janeiro e em outros no mês de Setembro. Um Rito de purificação e considerado por muitos devotos até como um Ano Novo. Onde é rogado a Oxalá a purificação e as bênçãos para o novo período que se aproxima. Foi um meio em que as Ìyálóòrìsà (Sacerdotisas de Candomblé) acharam para mostrar uma das belezas de sua Cultura religiosa aos que não pertencem a mesma. A festa começa com a saída, pela manhã, do tradicional cortejo de baianas da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, o qual segue a pé até o alto do Bonfim, para lavar com vassouras e água de cheiro as escadarias e o átrio da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Todos se vestem de branco, a cor de Oxalá, e percorrem 8 km em procissão, desde o largo da Conceição até o largo do Bonfim. O ponto alto da festa ocorre quando as escadarias da igreja são lavadas por cerca de 200 baianas vestidas a caráter que, de suas quartinhas - vasos que trazem aos ombros - despejam água nas escadarias e no átrio da igreja, ao som de palmas, toque de atabaque e cânticos de origem africana.
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Terminada a parte religiosa, a festa continua no largo do Bonfim, com batucadas, danças e barracas de bebidas e comidas típicas. É uma festa maravilhosa. Repleta de muita fé, tanto dos adeptos da Umbanda e do Candomblé, quanto por parte dos devotos de Nosso Senhor do Bonfim, alegrias e bênçãos! Salve Nosso Senhor do Bonfim e Salve Oxalá. Êpppaaaa Bába!!!
Por Hérick Lechinski (Ejòtolà T’Òsùmàrè)
Festa de Iemanjá em Salvador 02 de Fevereiro Sem trios elétricos e outros carros de som, proibidos pela Justiça, a última grande festa popular da Bahia antes do Carnaval começou na madrugada desta quinta-feira (2) com uma alvorada e chuva na praia do Rio Vermelho, em Salvador. Desde as 4h30 milhares de baianos e turistas, quase todos vestidos de branco e azul, estão reverenciando Iemanjá, a “rainha das águas”, com presentes, orações, música e dança. Perto das 7h30, o sol já atingia a capital baiana. A festa, a maior do país em homenagem ao orixá, ocorre anualmente na mesma data. Ao contrário dos últimos dois anos, os pescadores conseguiram entregar o “presente principal” para Iemanjá pela manhã, uma das maiores tradições da festa. No total, 30 artistas plásticos se uniram para confeccionar uma concha em resina, ornamentada com 40 pérolas. Em 2010, o caminhão que transportava o presente foi apreendido pela Polícia Rodoviária Estadual por apresentar irregularidades na documentação e, no ano passado, a escultura encomendada a um artista plástico de São Paulo sofreu danificações durante a viagem até a capital baiana. Pela manhã, o cantor e compositor Carlinhos Brown, que concorre ao Oscar na categoria “Música Original” (parceria com o compositor Sérgio Mendes), também foi ao Rio Vermelho prestar suas homenagens para Iemanjá. Acompanhado por cerca de 100 timbaleiros, Brown afirmou que há muitos anos comparece à festa para fazer orações e pedir paz. “Sem os trios elétricos e carros de som a festa voltou à originalidade. Está mais bonita porque são os devotos a razão de ser de Iemanjá”, disse a professora mineira Ana Rita Almeida, 32, que há oito anos consecutivos vem a Salvador para reverenciar Iemanjá.
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A decisão de impedir a circulação de trios elétricos e carros de som durante a festa foi tomada por moradores do bairro. Após receber muitas queixas, o promotor Heron Santana (Justiça e Meio Ambiente) fez um acordo com a Prefeitura de Salvador. “O Rio Vermelho é uma região muito estreita e não comporta grandes veículos de som. Além disso, estudos da Polícia Militar revelam que a festa ganhou agressividade depois que os carros de som passaram a fazer parte do evento”, disse o promotor. “Os trios estavam descaracterizando a festa. Como a prefeitura não tomou nenhuma providência, tivemos de recorrer ao Ministério Público”, disse o presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho, Lauro Matta. Logo após a alvorada, os fiéis começaram a colocar os presentes (flores, espelhos, pentes, perfumes, entre outros) em 300 balaios. De acordo com os organizadores da festa, 250 embarcações vão transportar as oferendas para o mar no final da tarde. Tradição A festa em homenagem à “rainha das águas” ganhou popularidade no começo da década de 20 do século passado, quando centenas de pescadores contaram que os “peixes estavam desaparecendo do mar”. Para melhorar o desempenho de suas atividades, os pescadores fizeram uma promessa para Iemanjá. “A partir daí, todos os anos, eles renovam esta promessa”, disse José Antonio Marques, professor de história. *De acordo com informações da PM, cerca de 500 mil pessoas participaram da festa para Iemanjá.
Matéria de Luiz Francisco Fonte: http://carnaval.uol.com.br/2012/noticias/redacao/2012/02/02/ justica-proibe-trios-e-carros-de-som-na-festa-de-iemanja.htm 13
ÒRÌSÀ DO MÊS Olókum - a Riquíssima Deusa dos Mares
deu-se e Yèmoja, sua filha, que é uma divindade de água doce (Rio Ògùn) na Nigéria, tomou o lugar de sua mãe, tornando-se a Senhora dos Mares. Em Cuba (Santeria), o culto a Olókun foi preservado, porém, Olókun passou a ser cultuado como uma Divindade masculina, ou até mesmo andrógina, quem sabe, isso se dê ao fato de Odùdúwà (esposo de Olókun), também possui o título de Oba Olókun (Rei Senhor dos Mares), assim como Ifá, que também detém o título de Olókun (Senhor dos Mares). Hoje, com o resgate do Èsìn yorùbá no Brasil e em muitos outros países, aos poucos as pessoas estão realmente conhecendo e aprendendo o verdadeiro culto a Olókun. Olókun é cultuada na Nigéria, no Ojó Awo (Dia do Segredo), segundo dia da Semana Tradicional Iorubá. No Brasil, a mesma passou a ser cultuada no sábado (Ojó Àb|méta), dia em que são cultuadas as Ìyába – Rainha Mãe, como Yèmoja, Òsun, Yèwá, etc. Senhora dos Mares, o Mar é sua morada, Olókun é cultuada para proporcionar prosperidades e riquezas para seus devotos. Já que, todas as riquezas existentes no Mar, são pertinentes a Olókun.
Olókun é um Òrìsà funfun, uma das mais antigas divindades do panteão Iorubá. É a verdadeira Senhora dos Oceanos e Mares. Irmã de Olósa (Deusa das Lagoas) e esposa de Odùdúwà (o Patriarca dos Iorubás). É a Mãe de Yèmoja (Divindade do Rio Ògùn), Yèmowó (Esposa de Obàtálá) e Ajésálúngà (Divindade da Riqueza). Olókun também foi esposa de Òrúnmìlà (Òrìsà da Sabedoria).
Suas cores são o branco, o azul marinho e o preto.
Suas principais oferendas são Èko (massa de milho branco cozido), Àkàrà (bolinho de feijão fradinho frito em azeite de dendê), Ègbo (milho branco cozido), Àgbón (coco), Ìrèké (cana de açúcar), Oyin (mel), Obì (nós de cola), Àkè ewéré (cabra), Adiè (galinha), Eyelé Olókun é bastante cultuada em Ilé Ifè, na Ni- (pombo) e Ìgbín (caramujo). géria, tem seu festival anual celebrado junto a Os ìtàn (relatos míticos iorubas) contam que Olósa, sua irmã e rival. logo que chegou ao Àiyé (Mundo terrestre), No Brasil (Candomblé), o culto a Olókun per- Olókun não gostou do que viu, discórdia 14
entre os mortais, confusão, negligência, etc, então, resolveu consultar Òrúnmìlà, que após consultar Ifá (oráculo), determinou que Olókun realiza-se o ebo (sacrifício) determinado, depois de realizado o Ebo, uma nova morada surgiu para Olókun morar, o Mar, foi onde a mesma construiu seu castelo, repleto de riquezas.
Saravá Iemanjá 02 de Fevereiro
Muitos dizem que Olókun não gosta muito dos humanos, que é uma divindade bastante complexa, e todos os seres que não respeitam sua morada, o Mar, viram alimentos para seus animais, os peixes. Olókun possui enorme amizade e apreço por Òrúnmìlà, que foi seu esposo e adivinho, e todos os devotos de Òrúnmìlà (Ifá) que possuem bom caráter, são abençoados por Olókun, com prosperidades, em todos os setores de sua vida. Os Elementos de Culto a Olókun são: Igbá funfun (cabaça branca), Òkòtó funfun (concha branca), Efun (argila branca), Owó eyo (búzios), etc. No Brasil (candomblé) não raspa-se (Inicia) pessoas deste Òrìsà, assim como em Cuba (santeria), quando h| Omo Olókun (filhos de Olókun), os mesmos são iniciados para Yèmoja, sua filha.
Por Hérick Lechinski (Ejòtolà T’Òsùmàrè) 15
“...A areia do Mar é seu colchão. A espuma do Mar é seu lençol. Seu travesseiro é pedra branca. A onde Iemanjá vem cantar...”
Odoiá Iemanjá!!!
Agbé - O Grande Vodùn dos Oceanos
Agbê é o Vodun senhor de Hu, o Mar. Está entre os Tô-vodun, cultuado, sobretudo pelos hweda, nas circunvizinhanças de Uidá e Grande Popo, no Benin. Ele foi o terceiro filho de Mawu, gerado com sua irmã gêmea Naeté. Ele é representado por uma serpente, um símbolo que representa tudo que é perene. Um de seus filhos mais temidos é Dan Toxosu, que manifesta sua própria imagem, nos nascimentos de bebês com deformações físicas, pois os fon consideram que crianças com deformidades são protegidos por Tohosu ou Toxosu (lê-se: Torrossu). A festa anual de Agbê (chamada Gozìn), que celebra a aliança entre os homens e o mar, ocorre em Grande Popo no litoral sudoeste do Benin (antes, em Uidá) todo dia 10 de janeiro, dia que o governo beninense decretou em 1996, como feriado nacional, dedicado à herança ancestral da tradição vodun. A cerimônia, muito concorrida por iniciados do culto vodun vindos de várias partes do Benin, mas ainda também do Togo, Haiti, França, Canadá, EUA e Brasil, é dirigida pelo mais respeitado sacerdote de Agbê entre os fon, que é o Daagbo Hunon, cuja tradição remonta ao Século XIV. Para muitos, o Daagbo Hunon é o mais importante sacerdote de toda a religião dos voduns.
Fonte: Wikipédia, a Enciclopédia livre 16
OS ÒRÌSÀ MAIS CULTUADOS NO CULTO TRADICIONAL YORÙBÁ
para que sempre haja existência, saúde e vida longa. ÈSÙ/ÀGBÓ-ÒDÀRÀ/ELÉGBÁRA: Divindade masculina e primordial, guardião da casa de Olódùmarè/Deus, mensageiro entre as Divindades e Senhor do Àse (força vital). Seu culto é indispensável antes de qualquer ritual. Deus da ordem, disciplina e organização, cultuado por seus iniciados e devotos para que aja isso. OBÀTÁLÁ/OBÀTÁRÌSÀ/GBEGBEKÚNÈGBÈ: Grande divindade, primogênito de Olódùmarè, líder de todos os Funfun (Divindades da Criação), relacionado { criação do Mundo e dos corpos humanos, cultuado por seus devotos para se ter saúde, longevidade e sabedoria. ÒDÙ/ODÙLOGBOJE/ÌYÁ-ELÉHÀÁ: Divindade feminina primordial, representada pelo Igbá Odù (Cabaça de Odù), também chamada de Odùa, é a primeira esposa de Òrúnmìlà, “mãe” de todos os odù. A Iniciação dentro do culto desta Divindade é chamada de Ìpínodù/ Ìpanodù. Cultuada assim como Òrúnmìlà, para que aja a correção de um destino negativo, equilíbrio e realizações por parte de seus devotos e iniciados.’
ÒRÚNMÌLÀ/IFÁ/ÀGBONMÌRÈGÙN: O Vice de Deus (Olódùmarè), Senhor da sabedoria e do destino, senhor dos oráculos sagrados. Cultuado assim como Ìyá Odùa, para que a pessoa encontre-se na vida, conheça seu destino e trilhe por caminhos melhores. A iniciadentro do culto de Òrúnmìlà chama-se O L Ó D Ù M A R È / O L Ó R U N / ção Itefá, pode ser realizada por todas as pessoas OLÚWA: Para os iorubas, Olódùmarè é o que desejem a correção de seu destino negaDeus supremo, não é cultuado com oferendas tivo ou uma vida plena de realização. e nem com sacrifícios, é apenas saudado e venerado. D’Ele vem o axé dos orixás. Cultua- YÈMOWÓ: Divindade (Funfun), mulher de mos Olódùmarè, cultuado os Irúnmolè Obàtálá, está ligada a menstruação e aos búzios. É cultuada por mulheres que possuam (Divindades). problemas menstruais, e para a aquisição de ILÈ/ONÍLÈ/ÀPÈPÈ-ALÈ: É a Grande Mãe Ter- filhos e prosperidades. ra, a Dona da terra, homenageada (cultuada) 17
ÈLÀ: Em Abéòkúta, Èlà é uma divindade feminina, considerada uma das esposas de Òrúnmìlà, divindade da luz, da paz e da harmonia. Cultuada por seus devotos, para possuir um destino harmônico, prospero e feliz.
lha. Divindade cultuada para que haja felicidade, prosperidade e riqueza.
OLÓSÀ: Divindade dos lagos e lagoas, irmã de Olókun e também sua grande rival. Também foi esposa de Odùdúwà. É cultuada para ÀPÉRÉ/ORÍ-INÚ/ÌPÍN-ÈDÁ (ORÍ): Divindade que haja purificação espiritual. primordial. Está relacionado à origem de cada ser, é a Divindade primordial e pessoal de ca- YÈMOJA/ÀWÒYÒ/OLÓMÚ: Irúnmolè (Orixá) da pessoa. É a Divindade que faz a ligação da do Rio Ògùn, na Nigéria, filha de Olókun e pessoa com seus Ancestrais, Divinos e Mate- mãe de Òsun, é a Deusas da pororoca riais. Após Èsù, é a primeira Divindade (encontro do rio com o mar) e da pesca. A (Irúnmolè) que uma pessoa deve louvar, cul- Divindade mais cultuada no Brasil. Garante tuar e agradecer. TODOS devem propiciar aos seus devotos proteção, prosperidade e u(cultuar) Orí, este Òrìsà é cultuado para e- ma boa pesca. quilíbrio TOTAL e REALIAZAÇÃO. AJÉSÁLÚGÀ/ÒGÚNGÚNNÍSÒ/ALÁJÉ: Filha de ÀJÀLÀ: Òrìsà funfun, divindade também mui- Olókun, Divindade das espumas do Mar e da to ligada a Obàtálá e foi uma das quais tam- Riqueza. Proporciona aos seus devotos riquebém tiveram seu culto esquecido no Brasil, zas em todos os âmbitos. ou então, miscigenado ao de Obàtálá (Oxalá). É uma Divindade que possui seu culto ligado ÒRÌSÀ OKO (Aja-n-gele): Òrìsà funfun, foi ao da Divindade Orí (Àpéré). Cultuado para um grande caçador. Divindade fálica da fatrazer equilíbrio mental, emocional e espiritu- zenda e do inhame. Cultuado para que haja al. fartura dentro de casa e na vida de seus devotos. ÒKÈ/OLÓKÈ/AJÍBÍSE: Òrìsà Funfun, Divindade da Montanha, muito Ligado a Obàtálá. No ÒGÚN/LÁKÁAYÉ/YÁNKÁNNÍRÈ: Orixá priBrasil, seu culto foi confundido com o de O- mordial, líder de todos os caçadores, filho de bàtálá (Òsàlá) e o de Sàngó, mas é uma di- Odùdúwá, foi a divindade que descobriu o vindade totalmente distinta de ambos, com ferro, tornando-se o regente do mesmo, proculto próprio. No Brasil é bastante cultuado tege todas as pessoas que trabalhem com este no Candomblé de Nação Èfòn. É Cultuado elemento. Muito importante para o desenvolpara elevação material ou espiritual do ho- vimento da humanidade, abre os caminhos, mem. protege seus devotos contra acidente e assalto. ODÙDÚWÀ: Òrìsà funfun, irmão de Obàtálá e esposo de Ìyá Olókun. Divindade considera- ÒSÓÒSÌ (Òrìsà-ode-aperan): Caçador que da por muitos iorubas como criadora do veste Màrìwò pààko, foi o principal discípulo Mundo (Àiyé), grande Ancestral da humani- de Ògún na arte da caça, tornando-se o caçadade, o patriarca da Civilização Iorubá. Cul- dor de uma única flecha, possui o poder da tuado para que sempre tenhamos boa condu- estratégia, poder esse que abençoa seus devota e vitórias. tos e cultuadores. É também bastante cultuado para acabar com a negatividade advinda OLÓKUN: Divindades dos mares e oceanos, das Àjé (feiticeiras) sobre uma pessoa. esposa de Odùdúwà e mãe de Yèmoja e Ajésálúgà. No Brasil, teve seu culto esquecido e ÌJA: Caçador irmão mais novo de Ògún, posseus domínios perdidos para Yèmoja, sua fi- sui os mesmo atributos de Ode Òsóòsì e é 18
cultuado para a mesma finalidade, proteção, EDAN: Divindade feminina, primordial, filha fartura e estratégia. de Alálè (Ìy|mi Ayé), cultuada na Egbé Ogbóní. É cultuada para que haja equilíbrio terresERINLÈ (Òsòòsin): Grande caçadora, muito tre. poderosa, tem forte ligação com a Magia (Ìy|mi) e Òsanyìn, para muitos é esposa de OMOLÚ/BÚRUKÚ: No culto tradicional Ògún, para outros de Òsanyìn e para outros Yorùbá (tradição religiosa de Abéòkúta), é o ainda, é esposa de Olóògùn Ede. Ligada aos nome pelo qual a divindade Nàná Bùkúù é Elefantes, é protetora das caçadoras. Cultuada chamada, divindade da terra e da água, da para trazer prosperidade e coragem. bexiga, considerada por alguns, como mãe de Obalúayé, por outros, como esposa do mesOTIN: Caçadora, possui quase os mesmos a- mo, é cultuada para evitar morte prematura e tributos de Erinlè e proporciona as mesmas doença. bênçãos, é esposa de Ode Òsóòsì. SÒNPÒNNÁ/OBALÚAYÉ/BÀBÁ OLÓDE: DiOLÓÒGÙN EDE: Divindade MASCULINA, o vindade da terra, da quentura, da febre e das grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro doenças contagiosas. Cultuado para evitar dode Òsun, ligado a Ìyámi, é cultuado para tra- enças e morte, também está relacionado à zer força, sabedoria e dinheiro. Dá aos seus prosperidade. iniciados e devotos o poder do “encantamento”. ÒSÙMÀRÈ (ESÙMARÈ)/ EJÒLÁ/ ARÁKA: Divindade do Arco-íris e da transformação, relaÒSANYÌN: Divindade das folhas, ligada à cura cionado às águas da chuva e as águas dos rie a magia (possui grande ligação com Ìyámi os, é a divindade responsável pelo fluxo das Òsòròngà), cultuado para que sempre tenha- águas no Mundo (Àiyé), está também relaciomos saúde, divindade bastante cultuada por nado à Lua (Òsùpá), muito ligado a Omolú, Curandeiros (Onísegùn) e Magos (Olóògùn). quando cultuado por seus devotos, ajuda o ser humano a melhorar de vida, prosperar, enriquecer. IJÒKÚ: Esposa de Òsùmàrè, divindade cultuada junto ao mesmo, gerando o equilíbrio de sua energia, cultuada para proporcionar vida longa e prosperidade. YÈWÁ: Divindade feminina, do rio Yèwá em Egbádo, relacionada às serpentes, a Òsùmàrè e a Òrúnmìlà, alguns acreditam ser esposa de Obalúayé. É cultuada para trazer serenidade. OLÚWÉRÉ (ÌRÓKÒ): Divindade cultuada aos pés do Ìrókò - Arvore sagrado, faz tanto o bem quanto o mal, ajuda as mulheres a engravidar e aos homens a terem vida longa, mas também é capaz de provocar a hemorraAKÓGÙN: Divindade relacionada com a ma- gia e o aborto. No Brasil foi apenas chamado gia e com Òsanyìn, cultuada para aumentar de Ìrókò. Deixamos claro que, mesmo poderes de magia. 19
Olúwéré sendo uma Divindade cultuada aos vulcões. No Brasil é cultuado também como pés do Ìrókò, a Igi Ìrókò (Árvore Ìrókò) pos- um título (qualidade) de Sàngó (Olùfínràn), sui suas particularidades dentro do culto. mas não é, é uma divindade distinta, tal qual seu pai. Cultuado para trazer força e vencer SÀNGÓ/ÀRÌRÀ/AYÍLÉGBÉ ÒRUN: Grande di- inimigos. vindade, senhor do trovão e o amado marido de Oya. É cultuado para trazer longevidade e BÁYÀNNÌ: Irmã mais velha de Sàngó, ajudou bens materiais. ele a se tornar rei de Òyó, tem força para levar o homem a fama e é cultuada por seus OYA/ÌYÁSAN/ABORÍMÉSAN: Divindade femi- devotos para tal. nina, do rio Oya (Niger), uma das esposas de Sàngó, a preferida, sempre cultuada junto ao ÒRÁNMÍYÀN: Grande rei, filho de Odùdúwà mesmo, é ligada aos ventos e aos nossos an- (o patriarca dos Iorub|s) e pai de B|y{nnì, cestrais (Egún), tem força para trazer bons Àjàkà e Sàngó, foi o primeiro rei de Òyó. No acontecimentos, cultuada para purificação e Brasil, assim como Àjàkà e Agonjú, é cultuaforça de realização. do como se fosse título (qualidade) de Sàngó, mas é uma divindade distinta do mesmo, seu ÒSUN/ÒSÉMINÍBÚ/ÒPÀRÀ: Divindade femi- PAI e ANCESTRAL. Òránmíyàn é cultuado nina, Funfun (da Criação). Òsun foi uma para que haja liderança bem sucedida e paz. grande rainha em terras Ìjèsà, foi esposa de Òrúnmìlà, Ògún, Òsóòsì e Sàngó, mãe de ÌBEJÌ/ÈJÌRÉ/EDÚNJOBÍ: É a Divinização dos Olóògùn Ede, é a divindade que rege a gesta- Gêmeos, ou seja, Gêmeos que se tornam dição, o nascimento. Senhora do rio Òsun em vindades. Divindade que protege os gêmeos. Òsogbo, é a Senhora do cobre e do ouro. Divindade da Dualidade de uma forma geral. Cultuada por mães que desejam ter filhos Cultuado por famílias, pais e irmãos que pos(sadios), para pessoas que buscam a prospe- suam gêmeos na família, propiciam bênçãos e ridade e o luxo. Propicia casamentos, bons realizações em todos os sentidos. filhos e prosperidades aos seus seguidores. ÌDÒWÚ: É um aspecto de Èsù que está relaOBÀ: Divindade feminina, do rio Obà, uma cionado à Ìbejì. Representado pela criança das esposas de Sàngó, que lidera a Egbé que nasce após os gêmeos. Toda pessoa que Elékò (Sociedade composta apenas por mu- cultua Ìbejì, tem que cultuar Ìdòwú também, lheres guerreiras – amazonas), cultuada para para que aja a realização do que foi pedido a que não haja desentendimentos no casamen- Ìbejì. to. DÀDA ÀJÀKÀ: Irmão mais velho de Sàngó, foi um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, é cultuado para trazer liderança, principalmente as lideranças justas e pacificadoras, está ligado as crianças que nascem de cabelo enrolando, chamadas de Dàda. No Brasil, Àjàkà passou a ser cultuado como um título (qualidade) de Sàngó, mas não é, e sim seu irmão, de personalidade bem distinta inclusive. AGONJÚ: Filho de Àjàkà foi também um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, est| ligado a terra e aos 20
KÓNKÓTO (KÓRI): Kóri é uma divindade não conhecida no Brasil (Candomblé), em Cuba (Santeria) é considerada uma Oxum. Kóri é uma divindade jovem (Èwe) e protetora dos jovens. É considerada uma jovem caçadora, protege os jovens e também as crianças órfãs e adotadas.
ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÀ/ELÉYE/EYENÍMÒÒRÈ: Divindade feminina, da magia e bruxaria, Deusa das Feiticeiras. Aspecto negativo da grande Mãe Odùa. Cultuada de maneira apaziguadora, para proteção contra o mal, contra feitiços e para barrar o mal advindo de Àjé (feiticeira) e Osó (feiticeiro). Divindade bastante perigosa. CUIDADO.
ARÁGBÓ (EGBÉ): É uma sociedade composta por espíritos amigos, que encontram-se em sociedades no Òrun (espaço espiritual), liderada por Ìyálóde e Jàgùn. Propiciam ao seus cultuadores, alegrias, bem estar, amizades, boa convivência social e realizações. EGÚNGÚN: É o Culto aos Ancestrais Masculinos, cultuado tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social. GÈLÈDÈ: É o Culto aos Ancestrais Femininos, realizado de maneira coletiva, cultuada tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social. ÌGUNNOKO: Divindade da Agricultura, está relacionado aos Ancestrais Masculinos e Femininos de modo coletivo. Cultuado para proporcionar boas colheitas, fertilidade a terra e as mulheres. Comunhão com os ancestrais e paz social. AGEMO: É uma sociedade masculina. ORÒ: É uma sociedade masculina, completamente restrita a homens.
Por Zarcel Carnielli (Òsàlásínà) e Hérick Lechinski (Ejòtolà)
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Cargos Pré-Sacerdotais e Sacerdotais no Vodùnsínsen (Religião dos Vodùn)
tem que ter o seu próprio Hùnkpámὲ. Hùngán – Seria um segundo estágio sacerdotal. É aquele sacerdote que formou Vodúnnɔ̀ sacerdotes assim imediatamente recebe o título de Hùngán. Exemplo: Hùngán Sógbónɔ̀ ou Hùngán Sógbósí. Aqui acontece o recebimento do Kpogέ que seria uma bengala que simboliza que você agora é o chefe de mais de uma comunidade. OBS: O Kpogɛ também é recebido pelo mais velho de um axé. Hùngbónɔ̀/Hùngbóná – Seria o terceiro estágio sacerdotal. É aquele sacerdote que formou três Hùngán. Exemplo: Hùngbónɔ̀ Sakpatánɔ̀ ou Hùngbónɔ̀ Sakpatásí.
Kosì – Pessoa não iniciada e Yorubá como: Gŭ, Sakpatá, não freqüentadora do culto. Ocùn, Cangó, Olisá e outros. Pessoa que não entende nada do culto. Vodùnsíhè – Aquele que é iniciado no Vodùnsínsεn há pou- Ɖaxó Vodúnnɔ̀/Ɖaxó Vodúnná– Seria o quarto estágio saAhɛ - pessoa não iniciada, poco tempo, ou seja, antes de rém frequentadora do receber o status de maior idacerdotal. É aquele sacerdote Vodùnsínsεn. de espiritual ou de sacerdote. que formou seis Hùngbónɔ̀ e está na linha de sucesso do Hùnɖoté – Pessoa não inicia- Vodúnnɔ̀/Vodúnná ou Hùnnɔ̀/ akɔ. da que nasceu para o sacerdó- Hùnná - Aquele que recebeu o cio direito de ser um sacerdote de Ɖaxó Vodúnsɛnnɔ̀/Ɖaxó Voum Vodùn após os sete anos. Vodúnsì - Qualquer pessoa dúnsɛnná - Seria o quinto e O recebimento do Mákpo que integrante e iniciada ao último estágio sacerdotal. É seria a cetro que se usa apoiaVodùnsínsεn. aquele sacerdote que formou do nos ombros que simboliza o dois Ɖaxó Vodúnnɔ̀. Ahè - Neófito. Pessoa que aca- Vodùn no qual fora consagrado bou de ser iniciada. a pessoa recebe o nome do Gănyăkú ou Găyăkú – Seria o Vodùn com o sufixo ´´nɔ̀´´. Etítulo máximo sacerdotal de uHùnsi - Ahè de Vodùn xemplo: Sakpatánɔ̀, Sógbónɔ̀, ma mulher em uma comunidaGúnɔ e etc... ̀ Yáwó, anagó ou anagónù de. A líder dos segredos da Ahè de Vodùn Anagonú ou de morte. um Òrísá. Vodùn Anagonu é OBS: Para receber o Mákpo e um Vodùn de origem Nagô/ o nome do Vodùn a pessoa 22
Ɖoté/Ɖotέ ou Ɖoné/Ɖonέ – Lànhútɔ̀ – Sacrificador dos Vora que não incorpora. Seria a pessoa que concretizou duns. a missão que lhe foi dada ao Hùnsɔ̀ – Mulher responsável nascer para o sacerdócio. E- Sέnmátɔ̀ – Aquele que conhe- pelas danças no agbasá e resxemplo: Ɖotέ Vodúnnɔ̀ ce as folhas e sabe colhe-las. ponsável em retirar as vísceras dos animais sacrificaAmáwăfá – Aquele que é en- dos. Também exerce a função canta e prepara as folhas. de mãe criadeira. Não incorpora.
Cargos em um Hunkpame
Mὲhùntɔ̀ – Homem de confiança e auxiliar dos ritos espirituais do sacerdote. Mὲhùnná/Dɛlɛ - Mulher de confiança e auxiliar dos ritos espirituais do sacerdote. Xwékúntɔ̀ – Auxíliar do Mὲhùùntɔ̀. Xwékúnná - Auxíliar da Mὲhùùnná/Dɛlɛ.
Gbέnúgăn – Líder espiritual
Daáhùntɔ̀ – O pai da comunidade. A pessoa que transmite os recados da comunidade para o sacerdote
Hùnɖevá – Homem de confiança do sacerdote e conselhei- Năhùnná – A Mãe da comuniAkɔsú / Akɔsí – Líder do Clã ro que não incorpora. dade. A pessoa que transmite os recados da comunidade paAkɔvĭ – Filhos do clã Hùnsέsí – Primeira mulher de ra o sacerdote confiança do Tòvodùn e conseKpέnjígàn – Aquele que é reslheira que não incorpora. Agùntɔ̀ - Auxíliar do Daáhùntɔ̀. ponsável por tudo do Tòvodùn e pelo Kpέnjí Hùnasísí – Segunda mulher de Agùnná – Auxíliar da confiança do Tòvodùn e conseNăhùnná. Gànnyikpέn – Auxíliar do lheira que não incorpora. Kpέnjígàn e é aquele que é Hùnɖútɔ̀gàn/ Hùnɖúgán / responsável pelas invocações Hùnayă – Terceira mulher de Sέnɖúgàn – Aquela que tem o dos voduns da casa. confiança do Tòvodùn e conse- conhecimento das comidas salheira que não incorpora. gradas. Hŭnsὲgăn – Aquela que é a responsável pelo culto interno Hùnasέ - Quarta mulher de Hɔnzέngàn – Aquela que é que auxilia o sacerdote. Seria a confiança do Tòvodùn e conseresponsável por todas as senhora que dá o poder aos lheira que não incorpora. Gɔzìn da casa e por Legba voduns. Mão abençoada. Não Honnukɔn. incorpora. Hùnasɔ̀ - Quinta mulher de confiança do Tòvodùn e conse- Ɖogàn – Aquele ou aquela que Náhútɔ̀ ou Náhúgăn – Aquele lheira que não incorpora. é responsável por Legba e a que preside uma cerimônia de cerimônia do Legbalile. imolação Hùnakɔ̀ - Sexta mulher de confiança do Tòvodùn e conselhei23
Ɖónúgán - Aquele ou aquela que é responsável por invocar Legba
Atìngán – Aquele que é responsável pelas árvores sagradas.
por Sógbó e por encantar o fogo
Aganmávĭ – Aquele responsáGànkútɔ̀ – Aquele que é res- Fátónɔ̀ – Aquele que tem o povel por Lisà ponsável em fazer contato com der do oráculo na comunidade. os ancestrais e responsável Măgán – Aquele responsável por Ayìzán Fátóná - Aquela que tem o po- pelas rezas e invocações dos der do oráculo na comunidade. Voduns Ɖókpέngàn – Aquele responsável pelas cerimônias fúneGugbasávĭ – Aquele responbres. sável pelo tratamento do Vodun Gu e as facas da casa. Huntɔ̀ – Tocador de atabaques Azɔntɔ̀/ Azɔnkpɔ̀ntɔ̀ – Aquele Huntɔ̀gán – Chefe dos tocadoresponsável por Sakpatá. res de atabaques. Asɔgbá – Aquele responsável Agbájígán – Aquele que é respelos rituais de Sakpata. ponsável pela tranqüilidade do salão de culto e também pelos Sέtɔ̀gán – Aquele responsável cantos. por encantar as águas e o poço. Hánjítɔ̀ – O Cantador do culto. Auxíliar do Agbájígán. Dangɔ̀vĭ – Aquele responsável por Dangbé. Por Ralph Mesquita Găntɔ̀ – Tocador do Găn. O (Doté Zodaáví) marcador do ritmo. Sòsúgàn – Aquele resposável
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O Batuque
Batuque é uma religião afrobrasileira de culto aos orixás encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, de onde se estendeu para países vizinhos como Uruguai e Argentina. É fruto de religiões dos povos da Costa da Guiné e da Nigéria, como as nações Jeje, Ijexá, Oyó, Cabi nda e Nagô. Etimologia A palavra "batuque" se originou do verbo "bater”, numa referência ao bater dos t a mb o r e s t í p i c o s d a s cerimônias da religião. História A estruturação do batuque estado do Rio Grande Sul deu-se no início século XIX, entre os anos 25
no do do de
1833 e 1859 (Correa, 1988 a:69). Tudo indica que os primeiros terreiros foram fundados na região de Rio Grande e Pelotas. Têm-se notícias, em jornais desta região, matérias sobre cultos de origem africana datadas de abril de 1878, (Jornal do Comércio, Pelotas). Já em Porto Alegre, as notícias relativas ao batuque datam da segunda metade do século XIX, quando ocorreu a migração de escravos e exescravos da região de Pelotas e Rio Grande para a capital. Lembrando sempre que a língua usada é a iorubá. Cabe enfatizar e esclarecer que o batuque não é um segmento do candomblé baiano, muito ao contrário, tendo liturgia e fundamentos próprios, nada semelhantes ao candomblé.
das raízes da nação Ijexá, proveniente da Nigéria e dá lastro a outras nações como os je je s do Da o mé , hoje Benim, Cabinda (enclav e Angolano), Oyó e Nagô, da região da Nigéria. O batuque surgiu como diversas religiões afrobrasileiras praticadas no Brasil. Tem as suas raízes na África, tendo sido criado e adaptado pelos negros no tempo da escravidão. Um dos principais representantes do batuque foi o Príncipe Custódio de Xapanã. O nome batuque era dado pelos brancos, sendo que os negros o chamavam de Pará. É da junção de todas estas nações que se originou esta cultura conhecida como batuque. Os nomes mais expressivos da antiguidade e de tempos atuais que, de uma maneira ou de outra, contribuíram para a continuidade dos rituais, foram:
Nagô — Imbrain de Oyá (SERGS), Volni de Ogun, Enio Gonçalves de Ogun, Leda Feijó de Oxum, Norma Feijó de Xangô, João Pinho de Xangô, João Cunha de Xangô, Veleda de Bará Adague, Arminda de Xapanã, Vó Lúcia , Zé Coelho de Odé, Professor Lino Soares de Odé, Albertina de Bará, Vó Diva de Odé, Vô Lourenço de Odé, Gersom de de Os rituais do batuque seguem Oxalá, Eurico fundamentos, principalmente, Olufonjàyé (I.A.N.O), entre outros.
Ijexá — Paulino de Oxalá Efan, Maria Antonia de Assis (Mãe Antonia de Bará), Manoel Matias (Pai Manoelzinho de Xapanã), Jovita de Xangô; Miguela do Bará, Pai Idalino de Ogum, Estela de Yemanjá, Ondina de Xapanã, Ormira de Xangô, Pedro de Yemanjá,Pai Tuia de Bará,Pai Tita de Xangô; Menicio Lemos da Yemanjá Zeca Pinheiro de Xapanã, Mãe Rita de Xangô Aganju,entre outros. Oyó — Mãe Emília de Oyá Lajá, princesa Africana , Pai Donga da Yemanjá, Mãe Gratulina de xapanã, Mãe "Pequena" de Obá, Mãe Andrezza Ferreira da Silva, Pai Antoninho da Oxum, Nicola de Xangô, Mãe Moça de Oxum, Miguela de Xangô, Acimar de Xangô, Toninho de Xangô e Tim de Ogum, entre outros. Jeje — Mãe Chininha de Xangô, Príncipe Custódio de Xapanã, João Correa de Lima (Joãozinho do Exú By) responsável pela expansão do Batuque no Uruguai e Argentina, Pai Betinho de Xapanã, Zé da Saia do Sobô, Loreno do Ogum, Nica do Bará, Alzira de Xangô, Pai Pirica de Xangô;Mãe Dada de Xangô; Leda de Xangô; Pai Tião de Bará; Pai Nelson de Xangô, Pai Vinícius de Oxalá entre outros. Cabinda — Waldemar Antônio dos Santos de Xangô Kamuká(considerado Rei da nação de Cabinda); Maria Madalena Aurélio da Silva de Oxum, Palmira Torres de Oxum, Pai Henrique de Oxum, Pai Romário de Oxalá, Pai Gabriel da Oxum,Mãe Marlene de Oxum, Pai Cleon de Oxalá, Paulo Tadeu do Xângo Toqui,Pai Jango de Xapanã, Pai Mário da Oxum, Pai Nazário do Bara,Mãe Magda de oxum, Pai Alberto de Xango,Pai Adão de Bará, Pai Vilmar de Oxalá, Pai Luiz Carlos de Oxum, Pai Carlos de Aganjú, entre outros.
Nações 26
Nação Oyo — se caracterizava principalmente pela ordem das rezas: primeiro, tocava -se para todos os orixás masculinos, depois para os femininos e finalizava-se com Oyá, Xangô e Oxalá (Oyá e Xangô no final, representando o rei e a rainha de Oyó) e dizem também que, ao final da cerimônia, os orixás carregavam a cabeça dos animais a eles sacrificados, já em estado de decomposição, na boca. Kanbina — Embora por muitos anos considerassem haver uma ligação com a cultura banto, ela não cultua nkisis (divindades banto), mas sim Orixás Yorùbá, os mesmos de todas as três raízes do Batuque Afrosul, com acréscimo de algumas divindades como o Bará (Bará Legba), Zina e a Oyá (Oyá Dirã, Oyá Timboá). O culto da Kanbina está ligada ao ritual do culto ao grande Aláàfìn Òyó, que por sua vez está ligada diretamente ao culto dos Eguns, sabendo que o ritual de Egun teve inicio em Oyo.
É comum encontrar do lado de fora da maioria dos templos da raíz Kanbina o assentamento do Baru Aláàfìn, conhecido por Kamuka, que está ligado diretamente ao Igbalé (casa dos mortos). Desta forma é a única vertente do Batuque Afrosul que conseguem manter os rituais de Ìbòrì e feitura quando ocorre o procedimento de um Arissum (ritual fúnebre), ou, quando é necessário dar procedência à preparação de um Lailẹ̀mí (morto), criando assim uma forte ligação com os antepassados e os rituais à Oríxá, sem que misturem os dois, pois esta é uma religião voltada exclusivamente a Orixá. A Kanbina é considerada uma Raíz da Nação Batuque Afrosul, pois contém fatores que determinam uma ramificação, porem faltam
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elementos que caracterize u- iniciam com a parte Jeje ma nova nação dentro da pró- (com cânticos no dialeto pria nação Afrosul. fongbe) e a dança em pares (simbolizando o par da criaNação Jeje — assim como a ção Mawu-Lisa) e o toque Cabinda, adotou o panteão com as "varinhas" e, depois, a iorubá dos orixás, que são os parte iorubá, com as rezas mesmos de Ijexá, sendo mui- tradicionais do batuque. to comuns as casas de JejeIjexá. Muitos sacerdotes da Nação Nagô — é muito pareNação Jeje do batuque desco- cida com o candomblé tanto nhecem a palavra Vodun, em- nas cerimônias como nas cabora se tenham relatos de cul- racterísticas dos Orixás. Nesto a algumas destas divinda- ta nação usa-se sacrificar os des antigamente. Os descen- animais deitados e não susdentes de Pai Joãozinho do pensos como nas demais. Seu Bará (Esú By) são os que panteão é mais numeroso e mantém firme as tradições sua liturgia e dogmas se difedesta nação, como o uso de rencia das demais nações. agdavís em seus rituais (chamado "Jeje de pauzi- Crenças nhos"), o assentamento de Ogum semelhante ao do Vodun O batuque é uma religião baGun no Daomé, e existência seada no culto às divindades de pessoas iniciadas para Dan Africanas, principalmente as e Sogbo. As cerimônias se Yorùbá, chamados de Orixá
são relacionadas com a religião iorubá e outras religiões africanas e diferentes das religiões afro-caribenhas como a santeria e o vodu.
Orixás O culto, no batuque, é feito exclusivamente aos orixás, sendo Bará (Exu) o primeiro a ser homenageado antes de qualquer outro, encontrandose seu assentamento em todos os terreiros. em sua maioria ligadas a natureza: rios, lagos, matas, mar, pedreiras, cachoeiras etc. Seus rituais que envolvem paramentos que estão em parte dentro dos terreiros, onde permanecem seus assentamentos [Igbá], onde são invocadas as vibrações de nossos orixás.
quarto-de-santo de "Pará" e não o ritual sagrado dos orixás, este sim o batuque. Essa questão já está dimensionada desde os anos 1950, nas pesquisas etnográficas de Roger Bastide sobre a religião africana no Rio Grande do Sul. São consideradas Religiões afro-brasileiras, todas as religiões que tiveram origem Todo ser humano nasce sob a nas Religiões tradicionais ainfluência de um orixá e, em fricanas, que foram trazidas sua vida, terá as vibrações e a para o Brasil pelos escravos. proteção desse orixá ao qual está naturalmente vinculado e As religiões afro-brasileiras que rege seu destino. O orixá exige a dedicação de seu influenciado, sendo que este poderá ser um simples colaborador nos cultos, ou até mesmo se tornar um babalorixá ou ialorixá. Há uma questão de ordem etimológica no termo "Pará": afirma-se ser este o outro nome pelo qual é conhecido o batuque. Sabe-se que todo freqüentador de terreiros chama, na verdade, o peji ou 28
Os principais orixás cultuados no batuque são: Bará, Ogum, OiáI a n sã,Xangô, Ibeji, Odé, Otim, O ba, Osanha, Xapanã, Oxum, I emanjá, Oxaláe Orunmilá (lig ado ao culto de Oxalá). No batuque, os espíritos de sacerdotes são chamados de egungun e constituem uma categoria à parte, pois são espíritos de seres humanos e, portanto, estão ligados à es-
estrutura da sociedade.
Rituais Os rituais são próprios e originais e, embora tenham alguma semelhança com o "Xangô de Pernambuco", são muito diferentes dos do candomblé da Bahia. Os rituais de jeje têm suas rezas próprias (fon). Ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre. As danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há, também, muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó, que se aproxima muito do ijexá, já que estas duas provêm de regiões próximas na Nigéria. A principal característica do ritual do batuque é o fato de o iniciado não poder saber, em hipótese alguma, que foi possuído pelo seu orixá, sob pena de ficar louco. Cada babalorixá ou ialorixá tem autonomia na prática de seus rituais. Não existem nomenclaturas de cargos como há no candomblé. Os babalorixás exercem plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações. No mínimo uma vez por ano, são feitas homenagens com toques para os orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos. Chamamos de festa grande a obrigação que tem ebó, ou seja, quando há sacrifícios de animais de quatro patas aos orixás: cabritos, cabras, carneiros, porcos, ovelh a s , a c o m p a n h a d o s de aves como galos, galinhas e pombos. Esta obrigação serve para homenagear o orixá "dono da casa" e dos filhos que ainda não possuem seu próprio templo. A data é, geralmente, a mesma que aquele sacerdote teve assentado seu Orixá, a data de sua feitura. As festas têm um ciclo ritual longo, que, antigamente, duravam 32 dias de obrigações. Hoje, diante das dificuldades, duram no máximo 16. O começo de tudo são as limpezas de 29
corpo e da casa, para descarregar totalmente o ambiente e as pessoas, de toda e qualquer negatividade; em seguida, são preparados as oferendas e sacrifícios ao Bará. A partir deste momento, os iniciados já ficam confinados ao templo, esquecendo então o cotidiano e passam a viver para os Orixás por inteiro até o final dos rituais. No dia do serão (dia da obrigação de matança), todos os orixás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques. No dia da festa, o salão é enfeitado com as cores dos orixás homenageados. A abertura se dá com a chamada invocação aos orixás, feita pelo sacerdote em frente ao peji (quarto de santo), usando a sineta (adjá), saudando todos os orixás. Ao som dos tambores, as pessoas formam uma roda de dança em louvor aos orixás, a cada um com coreografias especiais de acordo com suas características. No final das cerimônias, são distribuídos os mercados (bandejas contendo todo tipo de culinária dos orixás, como: acarajé, axoxó (milho cozido e fatias de coco), farofa de aves, carnes de cabritos (cozidas ou assadas), frutas, fatias de bolos etc.). Alguns comem ali mesmo, outros levam para comer em casa.
Durante a semana, são feitos outros rituais de fundamentos para os orixás, inclusive a matança de peixe, que, para os batuqueiros, significa fartura e prosperidade. Os peixes oferecidos são da qualidade jundiá e pintado; estes são trazidos vivos do cais do porto ou do mercado público, onde o comércio de artigos religiosos é intenso. No sábado seguinte, é feito o encerramento das obrigações, com mesa de Ibejes e toque novamente em homenagem aos orixás. Neste dia, são distribuídos mercados com iguarias e o peixe frito, significando a divisão da fartura e prosperidade com os participantes das homenagens aos orixás. Após o encerramento, o sacerdote leva os filhos que estavam de obrigações ao rio, à igreja, ao mercado público e à casa de alguns sacerdotes que fazem parte da família religiosa, para baterem cabeça em sinal de respeito e agradecimento; este passeio faz parte do cumprimento dos rituais. Após o passeio, todos estão liberados para seguirem normalmente o cotidiano de suas vidas.
A casa dos Eguns (espíritos dos mortos) fica numa construção separada da casa principal, nos fundos do terreno, onde são feitos diversas obrigações em determinadas datas e quando morre alguém ligado ao terreiro; este local é denominado Igbalé. Aos Eguns, também são oferecidos sacrifícios de animais e comidas diversas que fazem parte somente deste ritual, não podendo ser usados em outras ocasiões. Os Eguns, assim como os Orixás, tem suas rezas (cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de tambores frouxos e com o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas). Cada nação tem rituais diferentes para este tipo de obrigação.
Sacerdócio
O b a b a l o r i xá ou Iyalorixá tem a responsabilidade de formar novos sacerdotes, que darão continuidade aos rituais. Para isto é preciso preparar novos fiEgum lhos de santo, que durante um No batuque, também temos a certo período de tempo aparte dos rituais destinados prenderão todos os rituais paao culto dos Eguns. Este é ra preservação dos cultos. um ritual cheio de magia e segredos onde poucos sacer- O sacerdote chefe deve pasdotes têm o completo domí- sar aos futuros pais ou mães de santo, todos os segredos nio. 30
referentes aos rituais, tais como: uso das folhas (folhas sagradas), execução de trabalhos e oferendas, interpretação do jogo de búzios, e até mesmo como preparar um novo sacerdote. Geralmente o futuro sacerdote já nasce no meio religioso, onde conviverá acompanhando todos os diversos rituais que darão suporte a seus afazeres dentro do culto, e terá pleno conhecimento de todos os tipos de situações que enfrentará em seu futuro templo. O tempo de aprendizado é longo, não se forma um verdadeiro sacerdote de orixás com menos de sete anos de feitura. Os ensinamentos são passados de acordo com a evolução da capacidade de aprendizado que o noviço tem. Os ensinamentos são feitos oralmente, não há livros para ensinar os rituais. A melhor maneira de aprender tudo é conviver desde cedo dentro dos terreiros. A partir do momento que um noviço se torna um sacerdote de orixá, terá as mesmas responsabilidades daquele que lhe passou os ensinamentos. Lembrando que, dentro da religião afro-brasileira, existem vários segmentos.
Fonte: Wikipédia, a Enciclopédia livre
ENTREVISTA DO MÊS Falando de Axé com Mam’etu Maza Kessy
Brasileira representa para senhora? Mam’etu Maza Kessy Representa a força, a magia dos nossos minkise, orixás nas nossas vidas. Falando de Axé Como à senhora descreve o Candomblé de hoje, será que possui diferença em relação ao Candomblé de antes? Mam’etu Maza Kessy Muita. Antes existia mais cumplicidade, respeito e responsabilidade. Ninguém se intitulava pais ou mães de santo sem ter em mãos os seus direitos dados pelos mais velhos.
Falando de Axé Para senhora, qual é a Importância das Crianças Falando de Axé homenageia Mama Ma- e dos Jovens dentro do Candomblé? za Kessy, Sacerdotisa de Kandomblé Ngola/ Kongo que tem a sua Nzo (Nzo Nkisi Ndanda- Mam’etu Maza Kessy lunda) na Cidade de Santos - SP. Sacerdotisa São muito importantes, mas, infelizmente os seus essa que muito tem contribuído para a Religi- responsáveis não fazem muita questão de leválos aos cultos, talvez, ainda devido ao preconceião Afro-brasileira no Brasil. to, acabam ocultando dos seus próprios filhos a religião. Digo importantes, pois os pequenos de Falando de Axé Mam’etu Maza, a senhora poderia nos falar como hoje são os adultos de amanhã. e quando conheceu o Candomblé e o que lhe leFalando de Axé vou a escolher a mesma como Religião? O que justifica para a senhora, a grande discriminação em relação ao Candomblé? Mam’etu Maza Kessy Primeiro busquei conhecer o que era o Candomblé, não chegando a uma conclusão e tendo a necessidade espiritual procurei a Nzo (templo de culto) do José Ribeiro (in memoriam), segundo ele recém chegado da África, há 41 anos passado. Falando de Axé A senhora poderia dizer para nossos leitores, de acordo com sua visão e vivência, o que é Candomblé e o que esta magnífica Religião Afro31
Mam’etu Maza Kessy Ela é a minha própria vida. É o meu mundo cheio de amor, paz, ternura, bondade, beleza pura.
Mam’etu Maza Kessy Nada justifica. É uma religião fervorosa, com muito respeito. Onde encontramos amor, paz, fé, união, etc. Belezura pura! Falando de Axé Em sua Nzo (Templo Religioso de Culto aos Minkisi – Divindades bantus), é realizado algum projeto social? Se sim, por quê? Se não, por quê? Mam’etu Maza Kessy Sim, sentia a necessidade de ajudar aqueles que passam fome, doando cestas básicas. Falando de Axé De acordo com a sua vivência, o que a senhora acredita que falta, para que nossa religião seja mais respeitada e menos descriminada por todos? Mam’etu Maza Kessy O nosso empenho em uma união sincera, para ajudar os nossos irmãos que estão na luta por essa causa. Para mim, uma causa nobre. Falando de Axé Mama Maza, a senhora poderia nos falar sobre a Divindade (Nkisi) Ndanda Lunda, que é sua divindade regente e também a divindade regente de seu Templo e o que ela representa em sua vida?
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...Para mim, UMA CAUSA NOBRE...
Falando de Axé O que a senhora poderia nos falar em relação à hereditariedade sanguínea, principalmente por parte dos sacerdotes, dentro do Candomblé?
Mam’etu Maza Kessy Para os leitores não se deixarem levar pelos falsos livros, as falsas mensagens e os falsos escritores. Existem muitos ainda dignos de serem lidos e aproveitados.
Mam’etu Maza Kessy Acho correto, se não houver sanguíneos para a continuação e se for à vontade do sacerdote, devera ser entregue a um dos filhos mais velhos que tenha dignidade, respeito e responsabilidade.
Aos meus irmãos que tem a árdua missão de ter uma Nzo (Templo Religioso de Candomblé) aberta ao público, informar todo lado bom do Candomblé para os seus seguidores. É isso que faço com os meus.
Falando de Axé Para finalizar essa nossa maravilhosa conversa, qual é a Mensagem que a senhora deixa para os nossos leitores, para os candomblecistas e para aqueles que lhe admiram e vêem na senhora um exemplo a ser seguido, seus descendentes?
Agradeço a Deus e aos Minkise por terem colocado em meu caminho filhos maravilhosos, a eles eu agradeço do fundo do meu coração e a todas as pessoas que me respeitam, a minha grande gratidão. Ninguém faz nada sozinha. Não quero ser a maior e nem a melhor, me sinto igual a todos. Maza Kessy amem ou a deixem..rsrsrsrs
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Livro do Mês
simpatizantes que não são de descendência Africana. Autores Jacob K. Olupona é professor de tradições religiosas africanas na Harvard Divinity School e professor de Arte Africana e Ciências, na Universidade de Harvard. É autor e editor de vários livros, incluindo Espiritualidade Africana, além primitivismo, e religiões tradicionais africanas na sociedade contemporânea. Terry Rey é professor de religião. É autor de Nossa Senhora da luta de classes: O Culto da Virgem Maria no Haiti e Bourdieu sobre Religião.
À medida que o século XXI começa, dezenas de milhões de pessoas praticam a devoção as Divindades chamadas de Òrìsà. Este livro explora o surgimento da devoção a Òrìsà como uma religião mundial, um dos desenvolvimentos mais notáveis e atraentes da história na busca religiosa humana. Originário entre os iorubás da África Ocidental, as tradições variadas que compõem a devoção a Òrìsà são hoje encontrados na África, Américas, Ásia, Europa e Austrália. O “espírito” iorubá revelou-se extremamente resistente em face do comércio transatlântico de escravos, inspirando a perseverança da religião Africana onde quer que seus seguidores se instalaram no Novo Mundo. Entre as manifestações mais significativas da cultura religiosa iorubá persistiu, adaptado, e até floresceu nas Américas, especialmente no Brasil e em Cuba, onde prospera como Candomblé e Lukumi / Santeria, respectivamente. Após o fim da escravidão nas Américas, as migrações gratuitas de profissionais da América Latina e Africanos tem ocorrido a propagação da religião para lugares como Nova York e Miami. Milhares de afro-americanos se voltaram para a religião de seus ancestrais, assim como muitos outros 34
Professor Wole Soyinka escreveu um capítulo do livro: Os Deuses tolerantes.
Por Wemerson Elias (Dofono T’Sàngó)
Vamos fazer valer a Lei...
FOLHA DO MÊS Atare - A Pimenta que traz Bênçãos
Sinônimo de multiplicação, Atare é uma folha da regência do Òrìsà Èsù e de Ìyámi Òsòròngà, muitos atribuem também, a regência da mesma à Òsanyìn, embora, todos sabem que o principal de todas as folhas, que é seu Àse, pertence { Òsanyìn. Diversas são as finalidades ritualísticas da Atare (me referindo { pimenta) dentro de uma Casa de Culto, seja Iorubá, Bantu ou Fom, mas as principais são a purificação do hálito antes dos rituais de súplica (Àdúr{) e orações, utilizada em ebo (rituais sacro), principalmente a Ìyámi (Eléye), utilizada em magias (òògùn), em ojúbo (assentamentos), em {gbo (banhos litúrgicos), etc.
Nome Yorùbá = Atare, Òbùró, Ata ire, Atayé, Atayé isa, Atayé rere e Etalúyà. Nome Bantu = Kupiri Nome Popular = Pimenta da Costa. Nome Científico = Aframomum melegueta. Atare é uma folha masculina, de gún (excitação), ligada ao elemento Fogo. É uma espécie de pimenta, originária do continente Africano, é bastante 35
cultivada no Nordeste BrasiUma planta consideleiro e recebe o nome de rada ritualisticamente ambíPimenta da Costa. gua, ou seja, serve tanto para proporcionar o bem, Muito utilizada na Li- quanto o mal. turgia do Candomblé e também na do Èsìn yorùbá Muito utilizada tam(Culto Iorub|). Mas mais bém nos Ajéjé (Ritos fúneutilizada que a folha (ewé) bres). Por isso uma de suas desta planta, ainda é a pró- orin (cantigas) é: pria pimenta (semente), que nasce em centenas dentro “Êta owó Êta ômô de uma “fava/bolsinha”. Atare kú gbogbo gbèrù rç o – Três é dinheiro, três Seu nome em iorubá é filho. Atare leve os carresignifica Ata ire = Pimenta gos da morte.” da Felicidade/Bênçãos.
Atare garante dinheiro, prosperidade e multiplicação e um de seus ofò (encantamentos, garante isso:
Èsù owó Èsù olà Atare kun gbogbo be lúlè Àse.
Èsù de dinheiro. Èsù de fortuna. Atare cheia, explodiu, espalhou-se. Axé.
Por Hérick Lechinski (Ejòtolà T’Òsùmàrè)
...Meu Deus! O que estão fazendo com sua obra mais preciosa? Como será o futuro das próximas gerações? Como será o PLANETA TERRA nos próximos anos?... 36
ODÙ DO MÊS
Õsá méjì criou todos os pássaros e animais feiticeiros, como os gatos (muitos são reencarnações das próprias Àjë - feiticeiras), os antílopes de pêlos vermelhos (grandes aterrorizadores dos Ôdç – caçadores), a coruja (símbolo de Ìyámi Òÿòròngà e das Àjë – feiticeiras), o bacurau, o pintarroxo, o vermelhão, o abutre, a andorinha e o Odídçrë. Este Odù (signo) fala de paralisia e de pessoas estropiadas. - Àwon Òrìÿà que falam neste Odù =
Ìyámi Odù (Odùlogboje), Ìyámi Òÿòròngà, Àwôn Çlëyç (feiticeiras), Ôlösà, Olókun, Yèmoja, Õÿun, Ìrókò, Ôya, Egúngún.
Õsá méjì – O Odù qual nasceu o Poder Feminino Õsá méjì ou como também é conhecido, Õsá Çlëyç é o décimo (10º) Odù na ordem de Ifá, fala no Mërìndínlógún Ifá (Jogo de búzios) com nove (9) búzios abertos e sete (7) búzios fechados. É um odù de natureza feminina, ligado ao elemento fogo, é um Odù extremamente perigoso. Este é o principal Odù de Ìyámi Òÿòròngà, e foi por este Odù que as Àjë (feiticeiras) vieram ao Mundo (Àiyé). Está associado à magia, principalmente ao Poder Feminino, ao fogo e a noite.
- Suas cores = O Vermelho (pupa) - cor do sangue, mas também aprecia o branco (funfun) e o preto (dúdú). - Suas folhas = Ewé owú (folha de algodão – Gossypium barbadense), Àlúpàídà (língua de galinha – Sida linifolia), Ewé Iná (folha de fogo – Cidemia hirta). - Corpo Humano = Rege os olhos, as narinas, as orelhas, as pernas, coxas e pés, a vagina e o principal, o útero. Õsá divide com Ìròsùn méjì a regência do coração (que bombeia o sangue). É Õsá quem preside o fluxo do sangue, a abertura dos olhos e os intestinos, estes fazem dele o um dos mais temíveis dos Odù.
- Os filhos deste Odù = As pessoas nascida sob este odù (signo) são pessoas bastante alegres e brincalhonas, chegando muitas vezes a serem exageradas. Com intuição muito forte, as mulheres Este Odù rege também a invocação possuem grande inclinação a feitiçaria. dos Odù no Ôpön Ifá. Muitas vezes sendo necessário se iniciarem em Ìyámi. As pessoas deste Odù Rege o sangue, que flui sob seu co- também são bastante vingativas e desmando, principalmente o sangue mens- confiadas, metódicas, críticas e às vezes trual. individualistas. São daquelas que só acreditam vendo. 37
- Èwò’s deste Odù = As pessoas que nascem neste odù não devem visitar mulheres que deram a luz recentemente. Não podem vestir roupas vermelhas e azuis. Não devem beber vinho de palma e não podem comer carne de galo. Não devem usar folhas de Ìrókò e de bambu, e ter em casa ou utilizar instrumentos de bambu. Devem evitar praticar relações sexuais durante o dia, não devem olhar os órgãos sexuais do parceiro ou parceira. E devem ter muito cuidado ao praticar o mal contra os outros e principalmente a feitiçaria (manipulação do Àÿç de Ìyámi). - Odù em Ire – Positivo Este Odù em Ire fala de saúde, paz e vida longa, prosperidade, realização de projetos profissionais, progresso, boas idéias no âmbito profissional, mas pede que a pessoa seja um pouco individualista, para que venha a conseguir algumas realizações. Fala de um relacionamento amoroso bom, muitos filhos (homens). Vitória sobre os inimigos. Deve estar sempre junto à família, respeitar mãe, esposa, filhas e parentes mulheres. Proteção de
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Ìyámi, Olókun ou Ôya. Fala de poderes espirituais, grande força espiritual que pode resolver problemas. - Odù em Ibi – Negativo Este Odù em Ibi fala hemorragias, menstruação excessiva, doenças de sangue, doenças nos olhos, para mulher problemas no útero e na vagina, para homens problema com intestinos. Doença proveniente a feitiçaria. Aborto. Problemas nas pernas e cardíaco. Dificuldades financeiras, muitas vezes proveniente a feitiços ou Ègún (espíritos errantes). Separação, brigas no relacionamento. Se for homem, pode estar casado com mulher vil. Problemas entre mãe e filho. Vitória dos inimigos. Pessoa incrédula, que não leva a religiosidade a sério. Teimosa, autoritária, que está perturbada. Muita tristeza.
Por Hérick Lechinski (Ejòtolà T’Òsùmàrè)
PERSONALINADES NEGRAS
Agenor de Oliveira “Mestre Cartola”
compôs também o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Silvio Caldas. Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca e chegou a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, contraído uma grave doença (especula-se que seja meningite) e ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (1908 1980) foi um cantor, compositor e violonista brasileiro. Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, Cartola nasceu no bairro do Catete (RJ), mas passou a infância no bairro de Laranjeiras. Tomou gosto pela música e pelo samba ainda moleque e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.
fez amizade com Carlos Cachaça - seis anos mais velho - e outros bambas, e se iniciaria no mundo da boemia, da malandragem e do samba. Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos - tendo terminado apenas o primário. Arranjou emprego de servente de obra, e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".
Junto com um grupo amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a EstaNa Mangueira, logo conheceu e ção Primeira de Mangueira. Ele 39
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor é redescoberto por uma nova safra de intérpretes. Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante na rua da Carioca, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.
Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo, e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As Rosas Não Falam", "O Mundo é um Moinho", "Acontece", "O Sol Nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem Me Vê Sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de Aço", "Alvorada" e "Alegria". No final da década de 1970, mudouse da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.
Por Wemerson Elias (Dofono T’Sàngó)
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SANTO DO MÊS
Nossa Senhora dos Navegantes, A Mãe Protetora das Embarcações 02 de Fevereiro Nessa Edição, na coluna “SANTO DO MÊS”, Falando de Axé faz sua homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, Representação da Santíssima Mãe de Jesus, que é festejada e louvada, todo dia 02 de Fevereiro. E tem na Bahia (Candomblé) e em inúmeros Templos Umbandistas, o sincretismo religioso Afrocatólico com Iemanjá, Divindade Iorubá que no Brasil é a mais cultuada e é considerada a Senhora dos Mares e Mãe de Todos os Orixás. Mas deixamos claro aos nossos leitores, que Nossa Senhora dos Navegantes é Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá é Iemanjá. Não há problema nenhum em cultuarmos e louvarmos Iemanjá todo dia 02 de fevereiro, e sim, em não sabermos diferenciar uma da outra. 41
Para os leitores que a- quando se viam a mercê das inda não conhecem a História ondas. de Nossa Senhora dos Navegantes, aí vai ela, uma ótima No tempo das grandes leitura. navegações, esta devoção desenvolveu-se ainda mais entre - Hérick Lechinski (Ejòtolà os navegantes portugueses e T’Òsùmàrè) espanhóis, que se aventuravam no oceano imenso e desconhecido. Antes da partida das caraMaria é geralmente com- velas, os viajantes assistiam a parada à “Estrela do Mar” que Santa Missa e imploravam a protege os navegantes, mos- proteção da Mãe dos Navegadotrando-lhes o melhor abrigo e res nas perigosas jornadas de também o porto da eterna salva- além-mar. ção. Esta comparação teve início durante a Idade Média, no Inúmeras invocações etempo das Cruzadas, quando os ram gravadas nas popas dos cristãos atravessaram o Mediter- barcos, os quais sempre traziam râneo em demanda da Palesti- uma efígie da Rainha dos Mares na, a fim de defenderem os lu- no nicho do castelo de proa, ilugares santos da profanação dos minada por pequena lâmpada, infiéis. Eles tinham sempre na que o fervor da marujada não memória as lembranças das ter- deixava apagar. ríveis travessias marítimas que enfrentavam as frágeis embarComo é natural, logo checações da época, por isso recor- gou ao Brasil à devoção dos horiam ao patrocínio de Maria,
dos homens do mar, sob os vários títulos conferidos à Padroeira Celestial: Senhora dos Mares, da Boa Viagem, dos Navegantes, esta última invocação era e é a mais usada pelos pescadores, homens modestos que diariamente enfrentavam o furor das ondas à procura do sustento próprio e de suas famílias, a prova disto é que os mais conhecidos Santuários de Nossa Senhora dos Navegantes em nosso país estão situados nas zonas de pescaria, como na Praia de Mucuripe, em Fortaleza- Ceará, em Penedo- Alagoas, Porto Alegre - Rio Grande do Sul, Santos e Cananéia – Litoral Paulista, em Eldorado – Diadema que fica próximo ao braço da Represa Billings e em Paranaguá – Litoral Paranaense. Em todos esses núcleos de pescadores a festa da Padroeira é celebrada com animadas procissões marítimas, precedidas da embarcação que leva a Virgem Maria, talvez por esse motivo Nossa Senhora dos Navegantes seja geralmente representada de pé, dentro de uma barca, tendo o Menino Jesus nos braços. Estas festas surgiram com o intuito do povo louvar a Santa e pedir proteção pelas pessoas que navegam, por ocasião da festa o povo mais humilde, mas de uma fé incomparável fazia seus pedidos, acendia velas e colocava na água enquanto a procissão náutica passava, tornando assim uma festa de fé 42
e beleza.
Nossa Senhora dos Navegantes em Portugal Nossa Senhora dos Navegantes é, também em Portugal, associada ao mar e à proteção dos marinheiros pela Santa Mãe de Deus. Mas a diferença é que os portugueses associamna, principalmente, às comunidades pescatórias. A sua festa realiza-se a 15 de Agosto com procissões em várias comunidades de pescadores por todo o país. Uma das grandes festas a Nossa Senhora dos Navegantes realiza-se em Cascais entre os dias 3 e 15 de Agosto. Durante esta semana, a população reúne -se na Baía de Cascais para uma grande mostra gastronômica e artesanal e ainda o lançamento de fogo de artifício todos os dias. No final, dia 15, festeja-se Nossa Senhora dos Navegantes numa procissão pelas ruas da vila de Cascais e depois de barco até meio da Baía onde se dá a Benção do mar e da vila. Esta festa é também realizada na Costa da Caparica. Também é realizada uma festa em honra da Nossa Senhora dos Navegantes em Armação de Pêra. Nesta festa há uma procissão pelas ruas da vila e também há uma procissão pelo mar, com os barcos dos pescadores e outros barcos.
Fonte: Internet
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES Ó Nossa Senhora dos Navegantes, Mãe de Deus criador do céu, da terra, dos rios, lagos e mares; protegei-me em todas as minhas viagens. Que ventos, tempestades, borrascas, raios e ressacas, não perturbem a minha embarcação e que monstro nenhum, nem incidentes imprevistos causem alteração e atraso à minha viagem, nem me desviem da rota traçada. Virgem Maria, Senhora dos Navegantes, minha vida é a travessia de um mar furioso. As tentações, os fracassos e as desilusões são ondas impetuosas que ameaçam afundar minha frágil embarcação no abismo do desânimo e do desespero. Nossa Senhora dos Navegantes, nas horas de perigo eu penso em vós e o medo desaparece; o ânimo e a disposição de lutar e de vencer tornam a me fortalecer. Com a vossa proteção e a bênção de vosso Filho, a embarcação da minha vida há de ancorar segura e tranqüila no porto da eternidade. Nossa Senhora dos Navegantes, rogai por nós.
Diga NÃO a BANALIZAÇÃO do CANDOMBLÉ
Ao longo dos últimos anos, o Candomblé vem passando por uma longa trajetória de mudanças. Mas, em 2011, surpreendeu-me alguns marcos que me levaram a refletir se a milenar Religião dos Òrìsàs, está chegando ao seu fim ou na melhor das hipóteses, no início de uma nova era. Na incessante busca de alguns em cercear-nos de praticar nossos costumes e rituais, temas como o Sacrifício Animal, jamais foram abordados de forma tão contundente, como nesse ano. Mas esse movimento de membros dos ditos “poderes nacional”, em parte, fora desencadeado por adeptos do Candomblé, que indiscriminadamente, não se furtam em profanar o sacro, pulverizando imagens e vídeos que, deveriam permanecer na clausura dos Terreiros de Candomblé. E, por favor, não excetue da leitura o “em parte”. Mas, fato é que, há dessa forma, uma incoerência brutal do povo do santo que, impede alguns de seus filhos de presenciarem determinados rituais, a depender do tempo de iniciação, posto, etc., mas não priva a sociedade dos mesmos rituais, expondo-os, nas redes sociais e youtube, por meio de fotos e vídeos de sacrifício, iniciação, etc. 43
Além da pujante e desnecessária divulgação do sacro, vimos também, propagar o número de “Bàbálòrìsàs” e “Ìyálòrìsàs” que, sem conhecimento algum sobre a Religião, emergem como erva daninha, querendo ganhar espaço à luz do Candomblé, ou melhor, para o “Povo do Candomblé”. Igualmente, presenciamos a quase extinção dos Ògáns e Ekéjì, que enxergam nessas importantes “graduações”, algo tão ínfimo que, os levam a “manifestar Òrìsà” (leia-se “levam a manifestar” e não “levam a serem manifestados”, pois há uma grande diferença), somente para galgar um título Sacerdotalde Bàbálòrìsà ou Ìyálòrìsà. Nesse aspecto, é muito mais suntuoso apresentar-se como Bàbálòrìsà e/ou Ìyálòrìsà do que como Ògán ou Ekéjì e, para fundamentar sua condição, nada melhor que “dar santo”.
pressionar outrem. Temos, outros sim, os plagiadores, que vão a uma festa, observam uma determinada obrigação e/ou cântico e, sem saber do que se refere, implantam em sua casa, como se o ritual/cântico pertencesse a sua tradição religiosa. Alguém dúvida? Hoje vejo um ritual que nasceu no Ilé Ibúalámo, em função de uma promessa à Ògún ser copiado e, até modificado em algumas casas. Vejo a cantiga do Àkàrà de Oya, de um ritual do Òpó Àfónjá, ser entoada por pessoas que sequer possuem vínculo de terceira geração, com o Terreiro de São Gonçalo. Mas o que isso importa? O importante é cantar: “Ayaba Mi Soro Miso Du-e...”. Não sou católico ou cristão, sou sim, Candomblecista, mas tive a desonra de presenciar nesse ano, o milagre da multiplicação dos turbantes dantescos, que, agora ornam também o Orí dos Deuses. Afinal, para que existe Adé, se posso colocar um turbante piramidal no Òrìsà? Observei, igualmente, o advento da nova “moda masculina” do Candomblé, que essencialmente busca refletir a figura de uma ègbón/Ìyálòrìsà, contudo em um homem.
Antigamente, ouvia bastante a expressão “yorùbá baiano” (alusão ao modo dos baianos pronunciarem o yorùbá). Saudades dessa expressão, pois isso é coisa do passado, afinal, temos hoje o "yorubanhol", que avassala nossa tradição, com as centenas de cânticos de Cuba, provenientes dos CDs do Lazzaro Ros, AbbiEsse cenário, sobremalona, Munequitos de Matanzas neira negativo, convida-nos à e, outros. reflexão: É o início do fim? O Candomblé existirá no futuro? Temos também as novas Em minha opinião, só tivemos tradições, sem fundamentação um momento na história, pior ao alguma, senão a busca de im- que estamos vivenciando agora. 44
Isso ocorreu, à época da escravidão, em que muitos daqueles que eram descendentes diretos dos nossos Deuses, foram desumanizados, na pior forma, a condição de escravo. Nesse sentido, o que vou comparar não é a condição da escravidão, pois essa é incomparável e, seria muito leviano da minha parte. O que quero dizer é que, tanto na escravidão, como nos dias atuais, tivemos a eminente possibilidade do fim de uma cultura. Para que o Candomblé chegasse até nós, muitos morreram nos calabouços frios e úmidos dos navios negreiros. Muitos foram jogados ao mar, diante da varíola e tantas outras enfermidades que os acometia. Os que sobreviveram a todas as adversidades, não perderam a sua fé, pelo contrário, encontraram forças para cultuar aquilo que mais acreditavam os Òrìsàs, Voduns e Nkises. Hoje, não há a escravidão como outrora. Mas há uma nova escravidão, em que nós mesmos estamos nos submetendo. No passado, os escravos viveram a pior condição já existente na história, mas sobressaíram-se de forma inteligente, para que o Culto aos Òrìsàs perdurasse e, sobretudo, para que fossem respeitados... Correto? Hoje, inversamente, estamos escravizandonos em nossos “feudos”, sobressaindo-nos de forma que não sejamos respeitados à Sociedade. Exemplifico:
Uma pessoa que, por exemplo, posta no seu álbum do facebook, uma foto sua, imolando um Agbo, Obuko, etc, não vive em sociedade, correto? Isso é Awo e deve ser tratado assim! Não interessa a ninguém... Mas porque ele faz isso? Simples, está “confinado” em um “grupo” de “iguais”, mas sem poder mostra-se. Nesse caso, ele é escravo de si próprio. Muitas vezes, ele até consegue certo respeito do “seu grupo”, mas não da sociedade. Para ele não importa revelar o mistério aos não iniciados, para ele, o importante é solidificar-se como “alguém diferente”, em meio ao seu grupo. Ele, por exemplo, quer que seu “grupo” saiba que ele “pode/ consegue” imolar um animal.
para não ser externado do que algo para ser “liberado” fracionadamente aos iniciados, como ocorre. O que quero dizer com isso?
Revelar um determinado “Awo” para alguém que é iniciado, em um momento inadequado, pode causar prejuízos a essa pessoa, que poderá não estar ainda preparada para receber/ presenciar aquela informação. Já a revelação de determinados “Awos”, àqueles que não são iniciados, não traz prejuízo à pessoa que está recebendo a informação, mas sim à Religião! Como por exemplo, a exacerbada divulgação de Oros, etc. que não traz prejuízos a quem está vendo nas redes sociais, mas sim, grandes prejuízos a religiÀ época da escravidão, ão. ocorria justamente o contrário. Nossos antepassados eram resEssas razões motivampeitados em seus grupos, eles me a pensar que essa era é, na não precisavam falar que tinham verdade, o início do fim da nospoderes mágicos/ofós, etc... Pa- sa religião. Não obstante, em ra eles, o respeito da Sociedade meio a todo esse devaneio imera mais importante, pois o res- prudente de parte dos nossos peito do seu grupo eles já pos- adeptos, deparei-me, também suíam. Outro exemplo disso e- em 2011, com um movimento ram algumas mulheres negras contrário a tudo isso. visionárias, respeitadíssimas em meio ao seu grupo, mas que, Diferente do Orkut, em almejavam ainda, a notoriedade que muitas pessoas escondidas e respeito da sociedade externa por de trás de perfis falsos, ataao seu “feudo”, tornando-se as cavam indiscriminadamente um “mulheres do partido alto”, para monte de absurdos (às vezes esse povo, não tenham dúvidas, não) do Candomblé, surgiram “Awo” era “Awo”. pessoas e casas que resolveram se expor, de cara limpa, mosQuando penso sobre is- trando-se contrários e indignaso, creio que a determinação do dos com a profanação do sacro. que é “Awo” é algo muito mais Quem diria que teríamos pesso45
as/casas, mostrando-se indignados com a profanação do Candomblé nas redes sociais, surgindo dessa forma a Campanha “Diga Não A Banalização do Candomblé”. Tive a felicidade de ver, por exemplo, na “I Homenagem aos Grandes Ògáns de São Paulo”, a presença de grandes Ògáns que não foram homenageados, mas que estavam presentes para comungar com seus mais velhos, isso é respeito, é união e, sobretudo ESPERANÇA! Acho sim, que esses movimentos ainda são discretos e precisam ganhar força, o verdadeiro povo do Òrìsà deve manifestar-se, não por meio de perfis falsos, mas de cara limpa. É preciso que as pessoas tenham coragem de manifestar a sua opinião. Temos que transformar o início do fim, em o início de uma nova era...
Por Carlos Vinicius (Òpòtún Vinicius)
As Crianças e o Candomblé
Se não for às crianças de hoje, não existirão os Bàbálóòrìsà e Ìyálóòrìsà de amanhã. Declaro isso, assim como declaro que se não existir água e folha, não existirão Orixás. Quando falamos de Candomblé, falamos de uma religião oral, que foi transmitida durante décadas, de pai para filho, dos mais velhos para os mais novos. Por isso é essencial, a presença de Crianças e dos mais novos de uma forma geral nos Cultos de Candomblé. Candomblé não é Macumba (árvore africana da qual se origina um instrumento musical), é Religião como todas as outras. O Candomblé é uma religião rica em cultura (história de nossos antepassados negros e história do Brasil). Essencial ao aprendizado de toda criança.
Sendo o Candomblé uma das mais belas e antigas religiões existentes no Brasil, onde os grandes Bàbálóòrìsà e Ìyálóòrìsà (Sacerdotes desta Religião) se iniciaram ainda crianças no culto aos Orixás, e como exemplo disso, cito um dos maiores Bàbálóòrìsà que o Candomblé já teve e que foi o precursor da Religião em São Paulo, José Bispo dos Santos, o famoso Pai Bobó de Ìyásãn, que foi iniciado com quatro anos de idade, pela saudosa Ìyálóòrìsà Cotinha de Ìyéwá - Mãe Cotinha de Ewá – Àse Òsùmàrè (Bahia). Assim sendo, é louvável que as crianças, assim como em todas as religiões, freqüentem sim uma Casa de Candomblé, as pessoas têm que ter consciência que um Ilé àse (Casa de Candomblé) possui a mesma Importância de uma igreja para o catolicismo ou um Templo Religioso de outra religião. 46
A grande preocupação por parte dos pais destas crianças, assim como por parte da Sociedade, deve ser em relação às crianças estarem freqüentando casas sérias e idôneas, já que, desrespeito religioso existe em todas as religiões e não apenas no Candomblé.
Pelo Jornalista Edmilson Monteiro de Araújo (Bàbálóòrìsà Ode Omi Koefá)
Ser Umbandista
nossos filhos em outras religiões? Se somos Umbandistas, porque precisamos da extrema unção do padre, para entrarmos ao céu, hein? Não vemos evangélicos levarem seus filhos para passarem pelo rito do batismo na igreja católica, vemos? Não vemos muçulmanos casarem seus filhos em templos evangélicos ou católicos, vemos? Então... Ser umbandista é antes de qualquer coisa, AMAR, RESPEITAR, NÃO TER VERGONHA E LUTAR pela religião que seguimos.
Ser umbandista é amar e respeitar
Ser Umbandista não é ser espírita, pois, a Deus (Olórum/Zambi) acima de "Espírita" é como chamamos aqueles que todas as coisas! seguem o Kardecismo (a doutrina de Allan Kardec), a Mesa Branca, como popularmente Ser umbandista é amar a natureza e respeitáé conhecida. la, pois, Deus e os Orixás fazem parte dela. E se a amamos e a respeitamos, não devemos Aqueles que são adeptos, que seguem e respeitam a Umbanda, devem ser chamados e degredá-la com oferendas contendo plásticos, garrafas, velas, etc... respeitados como "Umbandistas". Ser Umbandista é não ter vergonha da religião que pratica. Ser Umbandista é amar e lutar pela religião que segue, e não esconder-se por detrás de outras religiões (catolicismo e espiritismo).
Ser umbandista é reconhecer que os Orixás são potencias de Deus, Divindades que manifestam as qualidades do Criador. Ser umbandista é ser amante da sabedoria, da virtude, da justiça e da humanidade.
A Umbanda é uma religião, que possui ritos litúrgicos próprios, para todas as fases da vida, como batismo (nascimento), casamento, Ser Umbandista é ser amigo dos pobres, dos que sofrem, que choram, que tem fome e velório (morte), etc, então é completamente clamam direito de justiça. desnecessário, utilizarmos das liturgias de outras religiões. Ser Umbandista é querer a harmonia das Se somos Umbandistas, porque batizarmos famílias, dos irmãos, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano, e não se “digladiarem nossos filhos na Igreja Católica? entre si”. Se somos Umbandistas, porque casarmos 47
Ser Umbandista é levar para o terreno fundamentos básicos da Umbanda: prático, aquele formosíssimo preconceito de Fé, Esperança, Caridade, Humildade. todos os luares e todos os séculos, que diz com infinita ternura aos homens de todas as Isso tudo é ser Umbandista, acredito que está raças, desde o alto, de uma cruz e com os na hora de muitos Umbandistas, braços abertos ao mundo: “Amai-vos uns aos principalmente aqueles que se dizem outros, formai uma só família, sede irmãos”. “Espíritas”, reverem seus conceitos e modificarem o que for preciso, para que Ser Umbandista é pregar a tolerância, assim possamos ser uma RELIGIÃO praticar a caridade sem distinção de raças, MELHOR, com adeptos melhores e crenças ou opiniões, é lutar contra a conseqüentemente realizados em todos os hipocrisia e o fanatismo. sentidos. Ser Umbandista é viver para a realização da paz universal, tendo pelos encarnados o mesmo respeito que se dedica aos desencarnados. Ser Umbandista é ter uma crença religiosa sem tabus ou preconceitos, fundamentada na ética e no bom senso, sem ferir os valores dos bons costumes. Ser Umbandista é respeitar a máxima que diz “somos imagens e semelhanças de Deus”, vendo Deus na presença do semelhante e em nós, através de nossas virtudes de fé, amor, conhecimento, justiça, lei, evolução e geração. Ser Umbandista é dar de graça o que de graça recebemos. Ser Umbandista é nunca ofender, nem humilhar ao próximo, pois se você assim age é porque ainda não aprendeu os quatro
Por Hérick Lechinski (Ejòtolà T’Òsùmàrè)
“...É linda, é linda, é linda É linda, é linda, é linda Babá, é linda. Babá, é linda. Pra sempre eu vou te amar Foi num Terreiro de ó Umbanda. Umbanda Babá. Rainha entre o Céu e o Que eu aprendi a caminhar Mar. É linda, é linda...” 48
Filhos de Pemba “Oxalá é o Rei. Oxalá é o Pai. Com Oxalá na frente, Filho de Umbanda não cai...”
Às vezes seguimos caminhos que nos levaram para um futuro desagradável, recebemos broncas dos zeladores, no momento podemos até não achar certo, podemos nos sentir injustiçados, mas aquela bronca chega uma hora que nos fortalece e nos faz guiar pelo caminho certo.
Assim como um pai é importante pra um filho, um filho é importante pra um pai... Pois sem descendência não se faz família, não Ser filho de santo (filho de pemba), não é tão se tem geração. fácil quanto parece, mas também não é tão difícil como se imagina. Tudo em nossa vida Então, filhos e filhas de pemba, vamos nos tem os prós e os contras, depende do olhar de conscientizar de nossa importância e principalmente de nossos deveres. Respeitar a cada um para ver o caminho a ser seguido. hierarquia de nossa casa, cumprir nossos Um filho é sempre uma continuação da família, deveres espirituais, procurar nos aprimorar um filho sempre tem a aprender com os seus cada vez mais, dar orgulho para os nossos e sacerdotes, honrar a mais velhos. Um filho é alegria de uma família, dirigentes espiritualidade que cada um carrega dentro de a esperança do amanhã... si e ter plena consciência que tudo acontece na Não poderia ser diferente em relação aos filhos hora certa, para que amanhã possamos ser um bom pai ou mãe, temos que antes ser um bom de santo... filho. Todos antes de serem pais ou mães, nascem sendo filhos. Ainda que alguns conforme os Meu Saravá a todos. tempos de jornada esqueçam-se dos seus E que Oxalá, o Grande Pai, abençoe a todos primórdios, de como tudo começou, de como foi a essência do saber a cada novo passo dado. Em todo terreiro de Umbanda, encontramos os zeladores, aquelas pessoas que nos espelhamos, que temos como um exemplo de FÉ, como um exemplo de pessoa, pessoa esta que nos acolhem com todo o amor que tem quando pelo amor ou pela dor batemos em sua porta, iniciando aí nossa "Jornada Espiritual" e vai ser com o nosso zelador, que vamos ter os maiores aprendizados que todo filho tem com o pai. Afinal, quando chegamos à porta destes zeladores, chegamos como um neném, que aprende a dar seus primeiros passos na espiritualidade, e que a cada novo passo, uma conquista pra ser comemorada, a cada aprendizado um orgulho de si, pois o aprendizado é a melhor riqueza que um pai pode dar pra um filho, riqueza esta que é levada por toda a nossa vida, por qual for o caminho que desejamos traçar. 49
Por Jéssycka Rayanna Sampaio (Jéssycka Omo Òsun)
A Importância das Ervas na Umbanda
TODOS sem exceção possam usufruir de suas benesses, bastando para isso querer, estudar, conhecer, ter consciência e respeito de acordo com seu uso, afinal, já diz o ponto: “As folhas que a Jurema tem, matam e curam também...” Temos que ser respeitosos sempre, perante a todas as religiões e segmentos, entender cada doutrina que existe separadamente em todos os cultos, como costumo citar: ”Cada um no seu Quadrado”.
Por Elis Peralta Hoje falarei um pouco sobre a importância da Utilização das Ervas, Folhas e Raízes, perante a nossa Doutrina Umbandista e de algumas de suas inúmeras formas de utilização.
centro do paraíso, é um símbolo encontrado em todas as culturas espirituais representando a estrutura do universo. Normalmente seus galhos tocam os confins do Infinito e suas múltiplas dimensões, e seus frutos repreDesde o início dos Tempos a sentam os atributos positivos do Humanidade se envolveu e ne- Eterno. cessitou se confrontar com os mistérios da Magia e conse- Sem exceção, a Árvore Sagrada qüentemente a utilização desses fez parte das tradições genesíaSeres que eram desconhecidos, cas de povos, tais como os maimas em muito maior número do as, astecas e incas, os egípcios, que eles, o reino Vegetal. Na os cabalístas, hebreus, persas, procura das ervas mais apropri- druidas, povos nórdicos, chineadas para a alimentação ou para ses, japoneses, coreanos, maoa cura de seus males, sentiu as ris, nativos africanos etc. alegrias do sucesso e as tristezas do fracasso. Em suas expe- Correlacionando todos esses riências com elas, descobriu as itens, podemos nos basear que qualidades de cada uma: ali- ervas, árvores, folhas, frutos, mento, medicamento, veneno, raízes, são e fazem parte da foralucinógeno e seu uso ritua- ça viva e vibratória dos Orixás,força essa, que norteia a lístico. nossa Umbanda e nosso Criador A Árvore Misteriosa, situada no as colocou no mundo para que 50
E essa regra também se aplica a nossa Umbanda de Fé, Luz e Caridade, sabemos que os ensinamentos vêm passados por nossos Guias e Mentores, junto a seus aprendizados ao longo de seu processo evolutivo, juntamente com isso podemos constatar que como diz o Ditado “O Sol nasce para todos” transpassemos isso para: “as árvores nascem em todos os jardins, até na rua, apenas temos que aprender a regá-las, cultiválas e utilizá-las...”
Essa é a beleza de nossa doutri- retorno de axé em relação a na, sua flexibilidade e necessi- confecção de um banho de erdade da busca do aprendizado, vas. gerado é claro, pela irradiação de nosso Amado Pai Oxóssi, que visa a busca do conhecimento com base e discernimento e não somente pela exaltação da Fé. Por isso, abram a mente para o conhecimento, aqui não vale a regra “Meu Guia sabe eu não preciso saber”. Mais do que nunca, eles nos mostram que essa busca pela Evolução é para ser feita de mãos dadas, lado a lado, eles no Astral e/ou conosco e nós aqui na Terra mesmo, em nosso dia a dia. Por isso saibamos respeitar e diferenciar as Religiões, mas em nossa Umbanda o conhecimento é para todos, faz parte da Evolução. Eu, Elis Peralta, Sacerdotisa de Umbanda, entendo que o estudo dá base e qualifica nossos médiuns a praticarem sua mediunidade em seu dia a dia, por isso ministro: cursos, palestras, workshops, visando o aprendizado em busca da evolução. Por ser realmente um assunto muito vasto, hoje inaugurando a minha Colaboração junto a essa proposta maravilhosa de divulgação de nossa Religião que é a Revista Falando de Axé, citarei aqui um dos fatores que considero mais importantes para a preparação, potencialização e 51
O importante é: deixe as ervas descansarem um pouco da energia vinda da rua, depois as lave, se tiver uma esteira ou no quintal mesmo, pode colocá-las em cima, senão pode ser num pano branco (utilizado também para esse fim) na sua cozinha ou área, por exemplo, e comece sua ritualística:
Falo sobre isso porque vejo dia- Ofereça e acenda uma vela riamente, consulentes e até os branca saudando e pedindo próprios médiuns saírem de uma permissão e realização de seu consulta com aquela carinha de intuito ao utilizar aquela(s) erinterrogação, já ouvi pérolas tais va(s) a Ossaim e Oxóssi. como: mandaram-me quinar a erva, então para ser mais prático Utilize instrumentos que see ficar bem forte bati no liquidifi- jam determinados apenas pacador... ra esse tipo de ritual: balde, bacia e afins. E por aí vai. Ponha água (de preferência Indo diretamente ao nosso enfo- mineral) dentro da bacia juntaque central que é o banho, to- mente com a erva, e macere-a memos, por exemplo, uma conaté extrair o sumo. sulta em que se foi detectado pela entidade um caso de auto Atenção, durante este procesobsessão em que foram pedidos so (que é o principal), é impor2 tipos de banhos (que seria re- tante que o filho de fé, cante almente o ideal), um para limpe- algum ponto correspondente, za, que seja feito preferencial- que esteja concentrado e vimente a noite para que tenha brando positivamente, que utium efeito de realização durante lize a sua força da palavra papelo menos 6 a 8 hrs de seu ra potencializar e vibrar o seu “sono” e o outro de equilíbrio e banho, saber de sua necessiharmonização que poderá ser dade, seu intuito e para que tomado ao acordar ou novamen- esse banho está sendo prepate ao dormir do dia seguinte, en- rado, esse é o grande poder tendam bem não vem com bula realizador seu e de suas tá? mãos, por isso o “liquidificador” está literalCada caso é um caso, estou a- mente fora de questão (risos). penas exemplificando. Retire o excesso das folhas de
dentro da bacia; tome seu banho de asseio normal; eleve a sua tigela de banho acima de sua cabeça, agradeça, vibre seu intuito, peça permissão aos seus guias, protetores e mentores e inicie seu banho ritualístico ou a seqüência indicada, lavando bem a cabeça (se pedido for), a nuca, o frontal e os demais chácras, não se enxugar, toque a toalha no corpo, somente PAI NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS, NOS MARES, NAS MATAS E para retirar o excesso de umidade, já que o esfregar cria carEM TODOS OS MUNDOS gas elétricas (estática) que podem anular parte ou todo o baHABITADOS. nho.
Pai Nosso Umbandista
SANTIFICADO SEJA O TEU NOME,
Banho de Descarrego deve ser tomado à noite antes de dorPELOS TEUS FILHOS, PELA mir, vista uma roupa branca. Outros tipos de banhos podem NATUREZA, PELAS ÁGUAS, PELA LUZ E PELO AR QUE ser tomados a qualquer hora e dia, o importante será: ProcuRESPIRAMOS. rar se recolher por pelo menos trinta (30) minutos, mentalizanQUE O TEU REINO, REINO DO do seu orixá ou guia protetor e os intuitos a serem realizados BEM, DO AMOR E DA com esse banho. Não esqueçam é claro, de devolver os restos FRATERNIDADE, NOS UNA A de ervas à terra, com os devidos agradecimentos a Mãe Natu- TODOS E A TUDO QUE CRIASTES reza pela sua utilização. EM TORNO DA SAGRADA CRUZ,
AOS PÉS DO DIVINO SALVADOR E REDENTOR. Estejam assim, certos de que de acordo com seus merecimen-
tos, o retorno de Axé (Prana, Força Vibracional) será pleno, QUE A TUA VONTADE NOS pois dentro da “simplicidade ritualística” da Umbanda unindo CONDUZA SEMPRE PARA O a Fé e o conhecimento o resultado é garantido (seja de que CULTO DO AMOR E DA CARIDADE. forma ele se apresente) tudo é entendimento e merecimento... DAI-NOS HOJE E SEMPRE A Bons Banhos a todos e muito Axé!!! Mãe Elis Peralta Dirigente da “Tenda de Umbanda Estrela de Aruanda” Cascadura,RJ. Tel.: 21 3045-2141
VONTADE FIRME PARA SERMOS VIRTUOSOS E ÚTEIS AOS NOSSOS SEMELHANTES. DAI-NOS O PÃO DO CORPO, O FRUTO DAS MATAS E A ÁGUA DAS FONTES PARA O NOSSO SUSTENTO MATERIAL E ESPIRITUAL.
Sites:www.tendadeumbandaestreladearuanda.blogspot.com PERDOAI, SE MERECERMOS, AS NOSSAS FALTAS E DÁ O SUBLIME www.estradacigana.blogspot.com SENTIMENTO DO PERDÃO PARA OS QUE NOS OFENDERAM. NÃO NOS DEIXEIS SUCUMBIR ANTE A LUTA, DISSABORES, INGRATIDÕES, TENTAÇÕES DOS MAUS ESPÍRITOS E ILUSÕES PECAMINOSAS DA MATÉRIA. ENVIAI-NOS, PAI, UM RAIO DE TUA DIVINA COMPLACÊNCIA, LUZ E MISERICÓRDIA PARA OS TEUS FILHOS PECADORES QUE AQUI LABUTAM PELO BEM DA HUMANIDADE. ASSIM SEJA!!! SARAVÁ UMBANDA!!! 52
Minha Homenagem e Gratidão, à todos (que estão comigo dês do começo), que por amizade, carinho e respeito, contribuíram (e contribuem) para que este projeto chamado FALANDO DE AXÉ, seja uma REALIDADE... Muito Obrigado... E a todos que estão chegando, sejam bem vindos a nossa Equipe.
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A Falando de Axé, com grande CARINHO e ADMIRAÇÃO, presta esta homenagem a memória do Saudoso Bàbá Altair T’Ògún. “Homens admiráveis, jamais serão esquecidos...” Altair Bento Oliveira – Altair T’ògún, um sacerdote que enfrentou preconceitos e os venceu, na luta de apresentar o conhecimento e tornar público algo que ele, por egoísmo talvez, poderia ocultar e guardar pra si. Altair revolucionou, e se hoje muitos “Ògán” e “sacerdotes” da nação Ketu em especial, sabem cantar corretamente algumas cantigas dos orixás, se deve principalmente ao trabalho deste brasileiro e sacerdote que mais se aproximou da visão Iorubá, de que o conhecimento deve ser transmitido e não enterrado. Altair T’ògún infelizmente se foi, porém, felizmente seu conhecimento estará eternizado entre nós, em suas obras, que mesmo quando são copiadas e mesmo que não seja dado a ele os devidos créditos, todos sempre saberão que ele serviu de fonte. E no dia de hoje, prestamos essa simples e humilde homenagem ao pesquisador, sacerdote e professor, Bàbá Altair T’ògún, que nos deu a imensa honra de sua amizade nas redes sociais e reconhecendo nosso trabalho e de nossa revista, revista esta que visa o mesmo que ele visou num passado, desenterrar o conhecimento e transmiti-lo a todos, para que o conhecimento não volte ao tumulo. Bàbá T’ògún, Sún re o!
Por Zarcel Carnielli (Ilésire Òsàlásínà Omigbàmi) 54
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