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Projeto financiado pela Lei Aldir Blanc em Pernambuco.
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Pernambuco, 2022
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apresen “Colagistas” é um fanzine digital voltado ao mapeamento e difusão da prática de colagistas pernambucanos/as/es, realizado com o incentivo da Lei Aldir Blanc em Pernambuco. A prática colagista é abraçada por diversos artistas, ilustradores e designers, sendo encontrada facilmente em perfis e hashtags das redes sociais. Foi numa dessas redes, o Instagram, que encontramos as pessoas colagistas que estão nessas páginas.
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Durante a curadoria, recebemos muitas indicações. Foi difícil selecionar o grupo de 10 colagistas que apresentamos aqui. Conhecemos o trabalho de muita gente bacana, o suficiente para alimentar outras edições do fanzine!
O que orientou nossa curadoria foi a construção de um recorte que fizesse jus às singularidades e diversidade que a prática colagista encontra em Pernambuco. Alguns números refletem esse perfil: 60% se identificam como mulheres cis ou trans/travesti; 20% se identificam como pessoa de identidade não cisgênera; 50% se identificam como pessoa preta, parda ou indígena.
Carine Vieira nos apresenta suas colagens digitais afrofuturistas, ressignificando a percepção ocidental sobre África e Negritudes. Integrante do Coletivo CARNI de Arte Negra e Indígena desde 2018, Abròs Barros traz em sua poética sobreposições de linguagem, hibridizando pintura/ performance/arte urbana. Kadu Xukuru, além de colagista, é uma liderança do Movimento de Retomada Mata Sul Indígena e nomeia sua proposta estético/política de Futurismo Indígena, propondo o fim da colonialidade.
ntação Luana Melo, mais conhecida como Lua, investiga em suas colagens digitais possibilidades de seu uso como um instrumento de informação, ativismo e inclusão, tendo iconografia pernambucana como ponto de partida. Já MOQF-FQOM (Mozart Queiroz Filho) possui um trabalho maneirista, com referências nas obras de Canalleto (1697 - 1768) e J. L. David (1748- 1825). Em comum, ambos ressignificam paisagens e suas ocupações. Bia Melo, arquiteta por formação e artista visual por vocação, explora em suas obras o limiar entre figurativo e abstrato através dos movimentos do corpo. Abstração também presente nas produções de Régi Silva, artista visual e designer que pesquisa tipografia experimental e colagem, criando a maior parte do tempo por meio da expressividade da colagem manual.
Lambe-lambes, stickers e projeções são suportes e as ruas, galerias para as colagens de Andréa Tom, Cyane Pacheco e Filipe Gondim. Andrea desenvolve desde 2020 o projeto Revoada, com seus pássaros feitos com papel e cola, que colorem as ruas e casas da cidade. As colagens de Cyane, com potentes alegorias, serão projetadas em fachadas de edifícios num projeto em andamento. E Filipe produz arte e escritas urbanas, e graffiti, pesquisando sobre arte urbana e território. Ativam, cada um do seu modo, novas percepções das peles das cidades.
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Nas próximas páginas, apresentaremos um pouco dos trabalhos das pessoas colagistas que tivemos a honra de compor esse fanzine!
justaposição
“A collage seria a
e colagem de imagens
não originalmente próximas, obtidas através da
e picagem
seleção
“Colagem é o termo utilizado tanto para a
acaso, em resultado de
de imagens encontradas, ao quanto para o
técnica
um trabalho que inclui
diversas fontes” [Renato Cohen].“A colagem como procedimento
pedaços de papéis, fotografias, tecidos, entre outros técnico tem uma história antiga, mas sua incorporação na materiais, arranjados em uma superfície de suporte. arte do século XX, com o cubismo, representa um ponto A colagem pode ainda incluir outras mídias, de inflexão na medida em que liberta o artista do jugo da superfície. retirados da
como pintura e desenho, além de conter elementos
Ao abrigar no espaço do quadro elementos
tridimensionais” [Dicionário da realidade – pedaços de jornal e papéis de todo
tipo, tecido, madeira, objeto e outros -, a pintura passa a ser concebida como
construção
sobre um suporte, o que dificulta
o estabelecimento de fronteiras rígidas entre pintura e escultura. Fruteira e Copo (1912), de
Georges Braque
(1882-
1963), é considerada uma das primeiras colagens da arte moderna”
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[Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira]
Tate Gallery]
papiers collés
“Os
de Picasso, a que se
atribuiu ao movimento de Cubismo sintético; as colagens de
Kurt Shwitters,
com objetos da realidade
transportados para um suporte único; as fotomontagens politicas de
John Heartfield
contra o nazismo
são alguns exemplos mais comuns de como o procedimento
colagem alegórico
“O meio da
(apropriação, aglutinação e atribuição
desempenhou papel
essencial e na
de sentido) foram amplamente utilizados na
pintura moderna” [Mariana escultura do século na
XX, e é a via mais
sucinta
e direta para a estética da
genuinamente
moderna”
[Clement Greenberg]
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arte
Gomes Paulse]
arte
“A forma de fazer um papel
pintura
fundamental
com o uso de colagens desempenhou
na evolução do movimento cubista
e, posteriormente, foi plenamente apropriada pelos artistas “O procedimento da colagem chegou ao
pós-
dadaístas (...) A modernismo, sendo adotado pelos
alemã
Hannah Höch,
uma das mais
importantes representantes do movimento em Berlim, colava pedaços britânicos e norte‑americanos.
artistas pop de fotografias
e revistas, sendo considerada, portanto, Esses se inspiraram na experiência dadaísta para
fotomontagem”
uma das precursoras da produzir arte no , quando
pós-guerra
[Herom Vargas e Luciano de Souza] se consolidaram as
sociedades de
consumo.
Desse modo, as montagens e as colagens
se evidenciam como uma forma de
icônica,
consciência
que pode se manifestar artisticamente,
em que as imagens são
associadas,
ajustadas, repetidas, substituídas
simbolicamente como metáforas,
12
etc.” [Gilmar Hermes]
OBJETO EDITORIAL
LAMBE-LAMBE
ANALÓGICA
COM MATERIAIS DIVERSOS COLAGEM
DIGITAL
COM RELEVOS COM PAPEL
ABSTRATA
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ALEGÓRICA
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COLAGISTAS
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CAMARAGIBE
@abros_barros ele/dele
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nterdisciplinaridade e diversidade são as tônicas da obra de Bros, natural da cidade de CamaragibePE. Como multiartista, conduz investigações poéticas repletas de sobreposições de linguagem, onde a pintura, a performance, a arte urbana, a arte-educação e diversas outras práticas ocupam o mesmo espaço. Integra o Coletivo Carni de arte negra e indígena desde 2018 e o Coletivo Mural (Movimento urbano de arte do lambe) desde 2019 e a partir de 2020 representa a Nós Galeria (SP). Desenhista e Ilustrador pelo Senac/ PE. Participou das Residências
artísticas “Inarte urbana” em Natal-RN, “Bahia de Todas as cores” em Salvador (BA), “Arte SESC Confluências” em Garanhuns (PE), Ilha do massangano (PB), Juazeiro e Petrolina. Ainda a residência “Terra, poder e território” em Surubim – PE, e a Cuíca residência em Niterói (RJ) em 2020.
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ANDRÉA TOM
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@andreattom
É
uma artista brasileira que em 2020 começou seu projeto Revoada, pássaros feitos com papel e cola, pena por pena, que depois de prontos são fotografados, essas fotos são impressas e transformadas em Lambes que colorem as ruas e casas da cidade. O pássaro original encontra pouso na série de quadros que a artista produz em tiragens limitadas. Os passarinhos da Revoada nos lembram que podemos voar para dentro, que nosso mundo interno é livre e infinito, que nossos sonhos e nossa imaginação podem ser coloridos, mesmo em tempos difíceis. Estes passarinhos são um convite à liberdade criativa.
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RECIFE
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raduada em Arquitetura e Urbanismo pela UFPE, atua como artista visual desde 2011. Participou de diversos projetos culturais e exposições coletivas nacionais e internacionais. Sua expressão artística, que vem se desenvolvendo em diversos coletivos (Atelier 6, Peligro, Gráfica Lenta, Maumau e Risco!), transita por diferentes suportes e técnicas, como colagem, gravura, desenho, pintura e instalações. Ganhou um prêmio do edital de Artes Visuais do Recife 2013-2014, com o projeto Alinhamento. Atualmente vem explorando o limiar entre figurativo e abstrato através dos movimentos do corpo.
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CARINE VIIERA
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uturista, é graduanda em Letras pela UFPE, arte‑educadora e artista visual. Criadora da Artemísia, em 2020, produz artesanato digital afrofuturista, um movimento político, estético, social, cultural e afrodiaspórico. Seu trabalho reforça a possibilidade de pensar futuros possíveis a partir da arte e tecnologia juntas, ressignificando o pensamento ocidental sobre África e negritudes, reafirmando como protagonista da evolução humana os povos africanos, suas tecnologias, culturas e filosofias.
RECIFE
@artemisia.quadros ela/dela
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CYANE PACHECO RECIFE
@cyanepachecoalc ela/dela
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artista plástica e desenvolve seu trabalho utilizando a técnica da colagem analógica, no Atelier Portátil. É representada pela Arte Plural Galeria.
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FILIPE GONDIM
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eve seus primeiros contatos com a produção artística urbana, graffiti e escritas urbanas, no bairro de Beberibe, periferia do Recife (PE). Anos mais tarde, começou realizar experimentações com colagem, literatura, fotografia e lambe‑lambe. Colabora em alguns coletivos artísticos, como o Coletivo Encruzilhada e Saída de Emergência. Desenvolve pesquisa sobre arte urbana e território, onde publicou, no ano de 2021, o ensaio “Pixar é humano: escritas insurgentes na cidade”, no livro “Outras Gramáticas”, Propágulo. É graduando do curso de Letras – Português/Espanhol (UFRPE).
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em 26 anos e é de origem Xukuru. Possui formação em Design Gráfico, cursa Licenciatura em História na Unicap e atua como liderança do Movimento de Retomada Mata Sul Indígena. Trabalha como artista visual e produtor cultural, criando e difundindo futuros, no qual os povos originários estão vivos e são protagonistas de suas próprias histórias. Nomeia essa proposta de Futurismo Indígena e propõe o fim da colonialidade.
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@kaduxukuru ele/dele
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LUA MELO
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uma artista visual independente originária de Recife, designer gráfica e fundadora da Agência Capi, uma agência de publicidade localizada no Poço da Panela, Zona Norte de Recife. Lua também é Diretora Criativa da página Recife Ordinário, uma das maiores páginas da América Latina que fala exclusivamente sobre uma cidade. Desde 2018 desenvolve projetos de Colagem Digital em Recife, mesclando cenas do cotidiano com obras de arte antigas. Os projetos abriram portas para trabalhos e parcerias com a Prefeitura do Recife, SEBRAE, Secretaria de Turismo de Recife, Cerveja Nossa, Canal Curta e músicos recifenses. Também foi referência e destaque
RECIFE
@luamelox ela/dela
em trabalhos de estudantes de Arquitetura e Urbanismo da UNINASSAU, estudantes de Design Gráfico da UniFG e estudantes do colégio Liceu Nóbrega. Ministrou oficinas e bate-papos sobre arte, colagem digital, design gráfico e fotografia. Lua também foi capa da revista MSEU - Movimentos Sociais e Dinâmicas Espacais da UFPE, além de ter seu trabalho como objeto de estudo em uma pesquisa desenvolvida na UFPE na área de Letras. Hoje, a artista estuda as diversas possibilidades do uso da Colagem Digital como um instrumento de informação, ativismo e inclusão.
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CABO DE SANTO AGOSTINHO
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ozart é amante da natureza e tem facínio pela arquitetura. Desde muito cedo utilizava o desenho como um amigo, uma porta que se abria para um universo mágico. Com passar dos anos, surgia um vislumbre pela beleza e a dramaticidade pela arte clássica, tendo como norteador as
obras de Canalleto (1697 – 1768) e Jacques Louis D. (1748 – 1825). Com o curso de arquitetura e a imersão na disciplina de estética, surge um fascínio pela arte contemporânea justamente por romper com arquétipos das artes clássicas, possibilitando uma abertura de possibilidades e, a partir desse momento, nasce essa vontade de provocar a fusão entre temas clássicos e contemporâneos.
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RÉGI SILVA
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rtista visual e designer gráfico, graduado no IFPE, onde realizou pesquisa na área de tipografia experimental e colagem, além de eventos e oficinas envolvendo arte e design. Enquanto artista, cria a maior parte do tempo através da colagem manual, permeado também pela pintura, tipografia e fotografia. No geral, busca materializar inquietações, desconcertos e questionamentos. Ainda, atua no coletivo cultural camaragibense Ocupe a Praça Camará.
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CURADORIA
André Aquino @labproj Gabriela Araujo @oi.gabiaraujo PRODUÇÃO EXECUTIVA
André Aquino IDENTIDADE VISUAL | PROJETO GRÁFICO
Gabriela Araujo SOCIAL MEDIA | DESIGN GRÁFICO PARA AS REDES SOCIAIS
Thales Costa @taltuagens INTÉRPRETE DE LIBRAS
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Poliana Alves @polylibras
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Se a collage evoca, por exclusão – e recusa, portanto, por definição –, o mundo codificado, ela impõe, por justaposição – e, portanto, p or síntese –, a releitura de tal mundo.
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VILÉM FLUSSER