E d i t o r a Música & Tecnologia
R$ 8,00
SWU 2011
ANO XII - dezembro 2011 - Nº 149
www.luzecena.com.br
do rock ao rap
As luzes e cenários da segunda edição do festival Entrevista
Leandro Rial
Diretor de chamadas dos canais Globosat fala sobre tecnologia e aposta no HD Vídeo
Nova seção lança a pergunta: o que faz um operador de vídeo? Volume e textura em destaque na coluna
Direção de Fotografia luz & cena
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su m ário
18 entrevista
dezembro 2011
Leandro rial, diretor de chamadas e finalizador de peças publicitárias, fala do valor da tecnologia e aposta em vida longa ao padrão HD
foto capa: ricardo ferreira
por rodrigo sabatinelli
38 show A volta da dupla bruno & Marrone aos palcos
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por rodrigo sabatinelli
capa caio e erich bertti assinam riders de luz do sWu, que chega à sua segunda edição por rodrigo sabatinelli
46 operação de vídeo Diferenças básicas entre a iluminação e o vídeo nas produções televisivas
eDitoriAl ..................................... 4
por glauco paganotti
proDutos ............................................ 6 DestAQue ......................................... 10 eM foco ............................................. 12
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Direção De fotogrAfiA pArA VÍDeo .... 44
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luz & c e n a
noVA seção: operAção De VÍDeo ... 46
galeria
eDição De VÍDeos coM finAl cut pro ........... 50
brincando de fotografar
iluMinAnDo ............................................. 54
por felipe Mafra
edi torial
anO XII - nº 149 - DEzEMBrO 2011
eDitor MArcio teiXeirA (marcio@luzecena.com.br)
gerÊnciA finAnceirA LUCInDa DInIz
E lá se foi 2011 O ano vai chegando ao fim. Passou rápido, pra variar, e a “culpa”, por assim dizer, é da velocidade desse mundo atual. a informação vem de tudo quanto é lado, os compromissos chamam, novos desafios surgem e, quando percebemos, já é madrugada. Sim, nesse começo de século, os dias adentram uns aos outros por pura falta de opção e de espaço, mas quem somos nós para questionar o antiquíssimo ritmo de rotação da Terra, certo? Devemos é utilizar os meios possíveis para viver as 24 horas diárias de maneira equilibrada e produtiva. Assim, entre um compromisso e outro, entre uma tarefa e outra, vai que de repente até dá tempo para apanhar um sol, não é? o ano passou rápido aqui na redação. e o motivo para essa impressão, como podem imaginar, é, de fato, o grande volume de informação com o qual lidamos rotineiramente. no entanto, receber e transmitir informações sobre o que acontece agora no universo da luz e da cena é um processo fascinante, e não um fardo. E isso, por ser prazeroso, também acelera o girar dos ponteiros. não é como, trancado em um escritório, carimbar documentos durante oito horas... É ver e sentir coisas novas todo dia. É se surpreender com revoluções conceituais promovidas por artistas que até pouco tempo ninguém conhecia. É descobrir um trabalho coordenado e inspiradíssimo dando origem ao cenário daquele tão aguardado show. na redação, o tempo também passa rápido, mas pelos melhores motivos possíveis. nessa nossa última edição do ano temos a segunda dose da nova coluna Iluminando. sua estreia, com o texto de nome O Cheiro da Luz, ganhou muitos elogios por parte dos leitores, e e-mails dos mais entusiasmados com o material chegaram por aqui. De fato, ficamos bastante felizes com a receptividade, mas temos que assumir que não esperávamos nada diferente. Aliás, não colocaríamos em nossas páginas um material no qual não acreditássemos. e como poderão ver nesse segundo tempo da coluna, seu autor, farlley Derze, nos reserva muito, mas muito mais. É aguardar e conferir. E se o assunto é novidade, entusiasmo, talento e sucesso, apresentamos Glauco Paganotti e a seção Operação de Vídeo. nela, o iluminador e operador, que trabalha há 11 anos nos estúdios da Globosat, irá apresentar temas diretamente relacionados a situações vividas pelos “homens por trás das câmeras”, “identificando problemas e soluções e compreendendo uma parte do processo de formação da imagem na TV”, segundo suas próprias palavras. E a julgar pelo artigo de estreia, você, caro leitor, mais uma vez, não perde por esperar. se 2011 se foi rapidamente, graças ao pique de sempre na produção de conteúdo e às novidades que já se apresentam em nossas páginas, dá pra adiantar que 2012 passará num piscar de olhos.
colAborArAM nestA eDição FarLLEY DErzE, GLaUCO PaGanOTTI, lÉo MirAnDA e ricArDo Honório
reDAção fernAnDo bArros roDrigo sAbAtinelli e BrUnO BaUzEr (redacao@luzecena.com.br)
Direção De Arte / DiAgrAMAção CLIEnT BY - clientby.com.br freDerico ADão
publiciDADe MÔnicA MorAes (monica@musitec.com.br)
AssinAturAs kArlA silVA (assinatura@luzecena.com.br)
Distribuição eric bAtistA
grÁficA eDitorA stAMppA ltDA
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boa leitura!
não É perMitiDA A reproDução totAl ou pArciAl
Marcio teixeira
DAs MAtÉriAs publicADAs nestA reVistA. LUz & CEna nÃO SE rESPOnSaBILIza PELO COnteÚDo Dos AnÚncios VeiculADos.
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luz & c e n a
iluminando
farlley Derze
A COR DA LUZ A COR DA LUZ A COR DA LUZ U
ma das maravilhas que a natureza nos proporciona durante as 24 horas do dia é a poesia das cores da luz. nós, brasileiros, devido à posição de nosso território no globo terrestre, podemos contemplar as nuances
entrevistar dezenas de iluminadores cênicos brasileiros, descobri
anoitecer, ele se despede. por outro lado, os povos que habitam
que pegava restos da indústria automobilística, como uma porta
coloridas no horizonte quando desperta o sol ou quando, ao
próximo aos polos têm a chance de assistir a outro espetáculo
de cores: a aurora boreal, no polo norte, e a aurora austral, no Polo Sul, quando rajadas de vento solar (neutrinos) colidem com o conjunto de gases de nossa atmosfera. resultado: um balé de cores em movimento a altitudes que variam entre 80 km a 200 km, sendo que cada cor representa um tipo de gás.
e dimmers, entre outros, artesanalmente. souberam dar soluções
muito criativas para a obtenção de luz colorida, bem como para a
obtenção de materiais para montar refletores. Um deles me contou de Fusca, e em casa retorcia a chapa para montar um refletor do
tipo pc. eu adoraria apresentar aqui, nessa coluna, em edições futuras, as histórias que ouvi desses profissionais.
como prometi na edição anterior, vou compartilhar com vocês a ideia que o italiano Sebastiano Serlio teve em 1551 e que deu ori-
gem à iluminação colorida na cena. Com base na fonte bibliográfica
Como o assunto é a cor, olhemos para a realidade tecnológica
que tenho em meus arquivos, um livro de 1929 chamado The history
de espetáculos tem a oportunidade de assistir, em peças de te-
teatro no século 16 e teve a ideia de posicionar algumas velas atrás
dialogam com a cena. então, podemos pensar metaforicamente
com líquidos de cor vermelha ou azul. o resultado foi a propagação
mundo da pintura ocidental e suas linguagens: pintura medieval,
reflexão e refração. Para intensificar o efeito, ele posicionou atrás
de “ismos” que caracterizou a pintura moderna (impressionismo,
de reflexão. Como se fosse um espelho.
da iluminação artificial dos dias atuais. Quem frequenta casas
of stage and theatre lighiting, sebastiano serlio trabalhava em um
atro ou shows de dança e música, a uma multidão de cores que
de garrafas de vidro que estavam cheias de uma mistura de água
em linguagem ou linguagens de iluminação, tal qual ocorreu no
de luz colorida por causa das propriedades físicas da luz, como
renascentista, barroca, neoclássica, romântica e uma avalanche
das velas uma espécie de disco de metal para aumentar o poder
pontilhismo, expressionismo, futurismo, cubismo, primitivismo, raio-
O conjunto então era: garrafas cheias de líquidos coloridos, velas
nismo, construtivismo, fauvismo, surrealismo, abstracionismo...).
por trás delas e, atrás das velas, as superfícies metálicas. caso
Assim como havia um grupo de pintores representando cada
o prezado leitor tenha interesse em ler esse livro, eu o tenho no
grupo de artistas que as representam: os iluminadores cênicos.
da seção) que envio a você.
linguagem pictórica, nas linguagens da iluminação cênica há um
formato digital (PDF). Basta solicitar por e-mail (endereço no final
Pintores e iluminadores cênicos têm muito em comum. refiro-me
Agora nos resta fazer uso da imaginação para vislumbrarmos
à maneira como conjugam poeticamente a cor, os contrastes de
luz (do brilho mais intenso ao facho mais tênue), os diálogos entre luz, sombra e escuridão, a distribuição dos movimentos de luz
que convidam nossos olhos a passear pelas superfícies e vãos que se alternam no espaço. Por trás do repertório poético de cada
profissional há o repertório tecnológico com o qual lidam para unir conhecimento e criatividade a serviço da cena a ser iluminada.
Os pintores medievais, renascentistas, barrocos, faziam de for-
ma caseira suas tintas coloridas com gema de ovo, sangue de
animais, metais oxidados, ervas, carvão e óleos vegetais. Após 56
que muitos deles criaram artefatos como mesas de luz, refletores
luz & c e n a
o efeito luminoso – cênico – proporcionado pela ideia desse
italiano renascentista, que viveu em uma época em que um am-
biente fechado como o teatro dispunha apenas da chama acesa como fonte de luz a contracenar com manchas de escuridão. imaginemos agora as velas, garrafas coloridas e superfícies metálicas a esparramar cores na cena teatral.
nos dias atuais, o diodo emissor de luz (LED) é a vedete tecno-
lógica. Oferece baixo consumo energético, pouca dissipação de
calor e grande variedade de cores. Entretanto, é importante ouvir
o que pensam os membros da Associação brasileira de iluminação
cênica (Abric), os membros do instituto brasileiro de tecnologia
até quando passaram a estar disponíveis os lampiões a querosene e
(IPOG), que juntos formam uma rede cultural de profissionais da
família de lâmpadas de arco-voltaico e incandescentes aos poucos
Teatral (IBTT) e os professores do Instituto de Pós-Graduação iluminação. eles apontam limites do leD no que tange às respostas
dessa fonte de luz ao dinamismo das linguagens da iluminação
cênica, mais especificamente no âmbito do teatro, já que no âmbito da iluminação arquitetural já foram encontradas soluções para, por exemplo, colorir fachadas e demais elementos estáticos.
Pela lógica histórica, o tempo é o recurso que funciona para aperfeiçoar as soluções tecnológicas que nascem rudimentares e limitadas
até que se encontrem mais lapidadas. Desenvolvidas, elas têm maior
proveito em determinada área de atuação, com base nas intenções
lâmpadas a gás, no século 19. Com a conquista da eletricidade, uma proporcionou recursos técnicos e artísticos como a dimerização, que, ao lado do repertório crescente de tipos de refletores e jogos de cores, possibilitaram mais plasticidade na linguagem artística do iluminador cênico que recita sua poesia no espaço. eu acredito na iluminação cênica como mais um bom ingrediente, dentre as inúmeras formas que nós temos à disposição, para se compreender facetas do mundo da arte e da ciência na conexão entre sensações biológicas, realidade cultural e avanços tecnológicos.
de cada geração profissional que tenha oportunidade de interagir
Dos ritos medievais à indústria do entretenimento, a iluminação
cênica, com velas e archotes sendo utilizados desde a Idade Média
como provocar a imaginação humana.
com os diversos estágios da tecnologia. foi assim com a iluminação
cênica nasceu e se desenvolveu graças àqueles que descobriram
Farlley Derze é professor do Instituto de Pós-Graduação, doutorando em Arquitetura, diretor de Gestão e Pesquisa da empresa Jamile Tormann Iluminação Cênica e Arquitetural e membro do Núcleo de Estética e Semiótica da UnB. E-mail: diretoria@jamiletormann.com
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