LIVRO SOBRE O PÉ CONSELHOS SOBRE A PROTECÇÃO DOS PÉS E O CALÇADO DE SEGURANÇA Foot Science Center
Esta publicação é emitida pela Lavoro Primeira publicação 2016
LIVRO SOBRE O PÉ CONSELHOS SOBRE A PROTECÇÃO DOS PÉS E O CALÇADO DE SEGURANÇA
“O pé humano é uma obra-prima da engenharia e uma obra de arte.” Leonardo da Vinci
O que é a Podologia? O termo Podologia origina-se do grego arcaico tendo por prefixo Podos - Pé, Pés, e sufixo Logos - tratado, estudo, conhecimento. A Podologia é a ciência na área da saúde, especializada na investigação, prevenção, diagnóstico e tratamento das alterações que afectam o pé e as suas repercussões no organismo humano.
MANTENHA O SEU PÉ SAUDÁVEL E SEGURO
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SPODOS na feira A+A 2015 Alemanha 3
A constituição do pé Para um funcionamento adequado do pé, existem muitos ossos, tendões e ligamentos que são obrigados a interagir. O pé é constituído por 26 ossos, 114 ligamentos e 20 músculos. O pé tem duas funções primordiais: suportar o peso do corpo na posição de pé ou durante a marcha, e actuar como alavanca propulsora na locomoção.
OS 3 ARCOS Os ossos do pé formam arcos de sustentação e distribuição do peso corpóreo, são divididos em três arcos: longitudinal medial, longitudinal lateral e transversal. O arco longitudinal medial: formado pelos ossos calcâneo, astrálogo, escafóide, 1º e 2º metatarsos. O arco longitudinal lateral: formado pelos ossos calcâneo, cuboide, 3º, 4º e 5º metatarsos. O arco transversal: constituído pelos ossos cuneiformes (medial, intermédio e lateral), cuboide e base dos cinco ossos metatarsais.
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1. Tibia 2. Fibula (Peróneo) 3. Calcaneus (Calcâneo) 4. Talus (Astrálogo) 5. Navicular (Escafóide) 6. Cuboid (Cuboide) 7. Cuneiform (Cuneiforme) 8. Metatarsal bones (Metatarso) 9. Phalanges (Falanges)
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Biomecânica
O movimento do Pé Entende-se por biomecânica, as leis da física e mecânica que descrevem os movimentos das partes do corpo e as forças que influenciam esses movimentos. É a área da podologia que se encarrega de estudar, tanto em estática como em dinâmica, as diferentes fases da marcha humana, os seus movimentos, os mecanismos de compensação energética, os apoios, vícios, posturas, entre outros. A aplicação da biomecânica à Podologia é importante a compreensão do funcionamento do pé, uma vez que, a maioria dos problemas e dores do pé têm origem mecânica, como consequência de esforços e forças repetitivas o que é submetido diariamente.
A pronação compreende: Eversão Abdução Dorsiflexão
A supinação compreende: Inversão Abdução Flexão Plantar
Dorsiflexão (O pé dobra para cima) Flexão Plantar (O pé dobra para baixo) Eversão (O osso do calcanhar torce para fora) Inversão (O osso do calcanhar torce para dentro) Abdução (O arco do pé é baixo e o pé torce para fora) Abdução (O arco do pé é levantado e o pé torce para dentro)
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O CICLO DA MARCHA A velocidade da marcha irá determinar a contribuição de cada segmento do corpo: Uma velocidade de caminhada normal envolve principalmente as extremidades inferiores, os braços e tronco proporcionam estabilidade e equilíbrio. Quanto mais rápida for a velocidade, mais o corpo depende das extremidades superiores e do tronco para a propulsão para além do equilíbrio e da estabilidade. O grau de movimento do centro de gravidade do corpo durante a marcha define a eficiência desta. O centro do corpo tanto se move para os lados como para cima e para baixo durante a marcha, quanto mais linear e menor a oscilação, mais “normal” será o padrão de marcha.
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O ciclo de marcha é um padrão repetitivo, em que podemos reconhecer duas grandes fases: a fase de apoio e a fase de balanço. A fase de apoio ocupa 60% do ciclo de marcha (50% em apoio só numa perna e 10% em duplo apoio), enquanto a fase de oscilação ocupa apenas 40% do mesmo. O apoio de calcanhar, a primeira fase de duplo apoio, é um curto período que se inicia no momento em que o calcanhar toca no chão. Neste momento a anca está a 30° de flexão, o joelho em extensão total e o tornozelo em posição neutra (supinador a 5°), iniciando depois a flexão plantar. Um pouco depois disso, dá-se uma flexão do joelho (5°) e aumenta, assim como a flexão plantar. A flexão plantar é causada pela contração excêntrica do tibial anterior, enquanto que a extensão do joelho é causada pela contração do quadricípite e a flexão pelos isquiotibiais, a flexão do quadril é causada pela contração do reto femoral e dos músculos glúteos. Na fase de apoio plantar o corpo absorve o impacto do pé que rola em pronação até ficar totalmente apoiado no chão.
CICLO DA MARCHA
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Aqui podemos ver que a anca vai lentamente para extensão, este movimento é causado por uma contração do adutor magno e glúteo maior. O joelho flexiona 15° podendo mesmo atingir os 20°. A flexão plantar do tornozelo fica entre os 10-15°. Na fase média de apoio a anca vai de 10° de flexão para extensão resultado da contração do glúteo médio. O joelho encontra-se em extensão. O tornozelo está em supinação e dorsiflexão (5°) que é causada pela contracção do tricípite sural. Durante esta fase, o corpo é suportado por uma única perna. Neste momento, o organismo começa a utilizar a absorção da força de impacto para se propulsionar para a frente. A fase de propulsão começa quando o calcanhar deixa o chão. No início desta fase podemos ver 10-13° de hiperextensão da anca, o joelho flexionado alguns graus (0-5o) e o tornozelo supinador e em flexão plantar. Quando o peso do corpo já só está sobre as cabeças dos metatarsos, o joelho fica em flexão de 35-40° e a flexão plantar do tornozelo aumenta até 20°. No início da fase de balanço, ou aceleração, a anca apresenta alguma extensão (10°) para fletir, pela contração do illipsoas, a 20° com rotação lateral. O joelho flexiona-se até os 40-60°, e o tornozelo vai de 20° de flexão plantar até terminar em posição neutra. Na fase média de balanço a anca está fletida a 30° (pela contração dos adutores) e o tornozelo ganha dorsiflexão devido à contração do tibial anterior. O joelho está flexionado a 60°, devido à contração do músculo sartório, vindo depois aproximadamente até 30° pela contracção do quadricípite. A fase de desaceleração começa com uma flexão de 25-30° na anca, uma extensão do joelho e posição neutra do tornozelo, terminando quando o calcanhar volta a tocar no chão.
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PATOLOGIAS
AUUUHHH, DÓI!
Os nossos pés são muito complexos, são eles que alojam um quarto de todos os nossos ossos do corpo, além de possuírem uma complexa rede de músculos, ligamentos e articulações. Os pés são vulneráveis aos ferimentos de doenças. Existem acima de trezentas condições patológicas dos pés. Por volta dos 50 anos de idade, os pés puderam com cerca de metade da capacidade de absorção de choque conferida pelo panículo adiposo do pé.
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ESPORÃO CALCÂNEO Uma das causas mais comuns de dor no calcâneo. É uma proeminência ossea situada na zona plantar do calcâneo. Não se verifica nenhuma alteração visível no calcanhar, sendo somente detectado por raio-X. O paciente manifesta uma dor localizada na zona plantar interna do calcanhar. Aproximadamente 10% da população pode apresentar esporão calcãneo sem manifestar dor.
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FASCEÍTE PLANTAR A dor do calcanhar e o esporão do calcâneo está frequentemente associado com a inflamação da fáscia plantar. Esta inflamação pode ser agravada pela falta de suporte de calçado, especialmente na área do arco plantar, e pelo consequente estiramento da fáscia plantar.
calcâneo
área com dor fáscia plantar
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NEUROMA DE MORTON Trata-se de um espessamento do nervo interdigital, que passa entre os dedos, normalmente entre o terceiro e o quarto dedos, causando dormência e sensação de choque eléctrico e dores na ponta do pé. O paciente sente que está a pisar numa pedra ou uma “bola”, principalmente quando usa sapatos apertados ou com saltos altos, pois esse tipo de calçado transporta o peso do corpo para frente, aumentando a pressão na região dos metatarsos.
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PÉ DE ATLETA O pé de atleta é uma infecção nos pés causadas por um fungo. É a doença fúngica mais comum dentro de todas as doenças que acometem a pele. É causada por diferentes fungos do género Trichophyton, do mesmo tipo que causa a micose.
fungos nos pés à vista microscópica
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PÉ PLANO E PÉ CAVO São variações anatómicas dos tipos de arcos dos pés. Estas variações podem deixar a pessoa mais susceptível a alguns tipos de lesões nos pés. Pés Planos - têm uma grande área de apoio, praticamente toda a planta do pé está em contacto com o solo. Este tipo de pé, normalmente está relacionado com a pronação durante o caminhar. Com isso as pressões estão localizadas nas partes de dentro do pé. Por serem pés com mais mobilidade, também não têm tanta eficiência para absorver o impacto e estão ligados a lesões como: fasceite plantar, insuficiência e tendinite do tibial posterior, dor no tornozelo, joelho, sesamoidite e joanetes.
Pé normal
Pé cavo
Pé plano
Pés Cavos - têm uma área de apoio menor e as pressões são bem concentradas no calcanhar e nos metatarsos, podendo causar dor nesses locais. Esse tipo de pé, normalmente, está relacionado com a supinação do pé durante o caminhar. Além de ser um pé mais rígido e, por isso, ter menos eficiência na absorção do impacto e maior susceptibilidade a fasceítes, metatarsalgia e dores no calcanhar.
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JOANETES HAV (Hallux Abductus Valgus) - deformação do primeiro dedo do pé, caracterizada pelo seu desvio em direcção aos outros dedos, o que favorece o surgimento de um típica proeminência na sua base, denominada joanete, que se manifesta através das dores.
Pé normal
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Pé com hallux valgus ou joanete
ANALISE OS SEUS PÉS Existem diferentes formas de descobrir como é que são usados os pés. As mais comuns são a plataforma de pressões e o scanner de pés 3D.
PLATAFORMA DE PRESSÕES - SPODOS PRINT
O Spodos Print é uma revolucionária plataforma de pressões que permite ao usuário fazer uma análise fácil, rápida e precisa, graças aos seus sensores de última geração, com um maior grau de precisão. O software que vem incorporado permite visualizar, interpretar, modificar e imprimir os exames das pressões plantares de uma forma simples e intuitiva. Este sistema pode realizar estudos de estática, dinâmica e posturologia.
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SCANNER 3D
SPODOS 3D
O Spodos 3D digitaliza os pés dos nossos clientes de uma forma rápida e precisa. Comparado com outros scanners, os quais são interpolados numa série de superfícies, toda a parte superior do pé é medido exactamente em 3D. Para digitalizar os clientes os pés estão rodeados com uma meia especial que esconde o pé da vista dos outros. Por causa do pé não ter um contacto directo com o scanner, o sistema tornase também bastante higiénico. Os pés do cliente digitalizado são comparados de imediato a milhares de outros pés para ver as diferenças. A combinação destas formas individuais desviadas são frequentemente a razão para problemas com calçado com formas standard.
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SUPORTES PLANTARES (palmilhas) Os suportes plantares (palmilhas) são uma das formas de corrigir ou compensar deformações no pé e prevenir a evolução de problemas no mesmo e nos restantes membros inferiores. Os suportes plantares ajudam a diminuir a dor no pé e outras estruturas, a aumentar o conforto e a estabilidade, e ainda a prevenir tensões e deformidades futuras, bem como a melhorar a postura e o rendimento.
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CALÇADO DE SEGURANÇA O calçado profissional inclui-se na categoria de EPI’s (equipamentos de protecção individual), que se entende por ‘qualquer dispositivo ou meio que se destine a ser envergado ou manuseado por uma pessoa com vista à sua protecção contra um ou mais riscos susceptíveis de ameaçar a sua saúde bem como a sua segurança’. A divisão do calçado profissional é catalogada por segurança (ISO 20345:2011), protecção (20346:2004/ And.A1:2007) e ocupacional (20347:2012). Estas tipologias de calçado devem ser concebidas e fabricadas de forma a abranger um conjunto de especificações, de acordo com a categoria em que se enquadram, que visam assegurar uma protecção especifica do pé ou perna, respondendo assim aos requisitos da directiva 89/686/CEE. A utilização de calçado profissional visa assegurar uma protecção contra um conjunto de riscos, tais como: Riscos físicos: mecânicos, térmicos, eléctricos e radiações; Riscos químicos: metais pesados, líquidos; Riscos biológicos: fungos e bactérias. A resistência ao escorregamento é um dos aspectos mais relevantes a considerar em todo o calçado. Como o calçado é utilizado durante longos períodos de tempo, os produtores devem assegurar que estes sejam confortáveis, portanto, deverão ter em consideração o corte, a testeira, forro, palmilha, calcanheira, salto, sola e o aperto.
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Forro com microfibras que maximizam a respiração no interior do calçado Pele resistente à água minimo 60 min.
Biqueira de Proteção em Composite
Palmilha em Cortiça para regular temperatura no interior do calçado
Palmilha Kevlar para proteger contra a perfuração
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CUIDADOS A TER COM O
CALÇADO
1. Adaptar o calçado à actividade diária, profissional ou lazer. 2. Recomenda-se que experimente o calçado ao final do dia, altura em que os pés estão mais inchados e para que os sapatos se adaptem perfeitamente aos pés. 3. Arejar o calçado depois do uso. 4. Os sapatos demasiado marcados ou rompidos devem ser substituídos. 5. Deixar sempre o calçado secar à temperatura ambiente. 6. Nunca colocar o calçado ao sol para não danificar o material. 7. Não lavar na máquina nem secar em fontes de calor (ex: lareira).
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Calรงado de seguranรงa desenhado especificamente com forma feminina, para um melhor ajuste.
“A consciência da segurança traz a tranquilidade para trabalhar com liberdade.” desconhecido
NOTAS
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- ICC Est.1986 -