Farrazine #26

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VOLTAMOS! E nesta esperada edição de outono, temos: Direto do Quadrinhos na Sargeta: Silêncio Inumano Quem vence: O Reino do Amanhã Contra Terra X Conheça a Fossa das Almas Nós Homenageamos Millor Fernandes e Al Rio... Estivemos no Pará, no evento Gibi Mais! Entrevistamos o desenhista Brão Barbosa

E ainda mais: Jack Kirby Aliens, Buraco Negro -

nas passarelas, Cowboys & Parte 5 e muitas novidades.


Expediente Edição & Revisão Cleson cruz Bruno Romero Diagramação Adilson Santos - Silêncio Inumano, Millor Fernandes, Jack Kirby nas Passarelas e Al Rio. Bruno Romero - Buraco Negro, O Reino do Amanhã Contra Terra X, Imelda may, Cowboys & Aliens, Memórias e a artefinalização da capa Cleson Cruz - Editorial e edição final da revista Paloma Diniz - Evento Gibi Mais! e a arte da capa Redação Adilson Santos - Entrevista com Brão Barbosa Alexandre Linck - Quadrinhos na Sargeta: Silêncio Inumano Beto Potyguara - Jack Kirby nas Passarelas Bruno Romero - Red Baron Blues Bar: Imelda may Cadorno Teles - Resenha: Cowboys & Aliens Cleson Cruz - Editorial Felipe Moreno & Herick Zerunian - HQ: Fossa das Almas Fernanda Coelho - Memórias Leonardo Vidal - Millor Fernandes: à maneira de... Pablo Grilo - Buraco Negro - Parte 5 Paloma Diniz - Evento Gibi Mais! Rafael Martins Páros - Distopias em disputa: O Reino do Amanhã Contra Terra X ÍNDICE

EDITORIAL O Recomeço

N

ão importa onde você parou, em que momento da vida você cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário “recomeçar”.

São com as palavras do poeta que começo este editorial, o recomeçar no nosso caso se faz necessário, um recomeçar que vem cheio de novidades e mudanças. A começar por este que vos escreve, o mestre e comandante Kio não pôde continuar capitaneando a tripulação da “nau de insensatos” chamada Farrazine, como ele mesmo já chamou, então acabei por assumir esta função. Até quando me for possível, estarei aqui auxiliando os amigos na tarefa de continuar navegando nestas águas incertas. Entre as outras novidades do novo Farrazine, está o fato de que agora nós possuímos um domínio próprio na net, isso mesmo, agora nós somos farrazine.com.E dentro desta nova filosofia, o site será uma extensão mais ativa da revista, com diversas e variadas matérias especiais. Mas não deixaremos de lado a revista, que também trará uma sensível novidade, passará a ser publicada no charmoso e saudoso formato conhecido como formatinho. Quem mais sentiu saudades das revistas da Abril dos anos 80, aí? Ah, mas as mudanças não pararão por aí... aguardem as próximas edições. Vida longa ao FARRAZINE!

02 Resenha: Cowboys & Aliens 05 Distopias em disputa: O Reino do Amanhã Contra Terra X 15 Memórias 17 Entrevista com Brão Barbosa 22 Jack Kirby nas Passarelas 24 Evento Gibi Mais 26 Al Rio 28 Red Baron Blues Bar: Imelda may 30 Millor Fernandes: à maneira de... 19 Buraco Negro - Parte 5 34 HQ: Fossa das Almas 54 Quadrinhos na Sargeta: Silêncio Inumano

n Cleso

Cruz



1853

, Arizona, dois aventureiros, os cowboys Zeke e Verity, escoltam uma caravana de colonos para estabelecerem a posse dos terrenos que compraram em Silver City e trabalharem nas minas de prata da região. Próximo do seu destino são inesperadamente atacados por apaches. Em meio ao clássico e cinematográfico conflito, uma estranha máquina voadora cai próximo do embate. De repente ambas as partes descobrem que estão em meio a uma invasão… alienígena!? Isso mesmo mais uma, e agora no Velho Oeste. Como no release da editora diz: “quando um homem só podia contar com seu cavalo e com sua pistola, onde índios travavam uma batalha per-

dida contra colonos europeus, um inimigo novo estava prestes a entrar na equação. Um invasor que via os humanos como inimigos, e estava decidido a conquistar o nosso mundo. Será que vão conseguir?” Esse é o enredo de Cowboys & Aliens (tradução de André Gordirro), graphic novel publicada originalmente em 2006 concebida por Scott Rosemberg, criador dos quadrinhos Men in Black, com a ideia de uma adaptação para a telona, meta alcançada com o filme homônimo de Jon Fravreau, lançado recentemente. A distinção entre os dois gêneros, sci-fi e western, é tamanha que recebi a história com certas ressalvas. Atrevido ou original, Rosem-

berg consegue interpor a narrativa perante um público ávido por novidades. A graphic após o disparo doplot, tem o roteiro assinado por dois autores que são promessas lá fora: Andrew Foley (Age of Kings, Threads, Return of the Wraith, Jeremiah: The Last Empire, todas inéditas no Brasil) e Fred Van Lente (Homem-Aranha, Hulk, Marvel Zombies, Filósofos em ação). Construindo um roteiro simples e honesto com elementos e personagens que vão conectando-se de maneira satisfatória, Foley e Van Lente fazem uma storyline rápida, sem muitos rodeios, entretanto com personagens não tão desenvolvidos. O ritmo da ação é o que importa e o que leva os personagens àquele momento é deixado de escanteio,


dando a Cowboys & Aliens um sentido de espetáculo, cumprindo sua missão. Como toda franquia que se preze, no fim da narrativa deixa no ar uma possibilidade de continuação. Cowboys & Aliens é ilustrada por Dennis Calero, só o prólogo e Luciano Lima, as demais páginas. As quatro primeiras do Calero, enriquecidas por Andrew Elder (que também segue na arte de Lima), são épicas, por mostrar comparativamente a conquista européia na América com o que ocorria em outros mundos, além de um outro paralelo entre a in-

dependência dos EUA e a conquista do oeste com os movimentos em idêntico sentido da raça alienígenas que chegarão na história que segue este prólogo. Lima, por sua parte, parece meio que contraditório, as formas e proporções são evitadas ao longo das páginas, meio que estáticos da forma épica iniciada por Calero. Entretanto, a arte-final de Luciano Kars, J. Wilson e Silvio Spotti da Magic Eye Studios ajudam a compor melhor os desenhos. Lançado por aqui pela Galera Record, em edição caprichada, capa dura, lombada costurada, 112 páginas em papel

couché, e traduzida. Bem lembrado é que a editora não tem o costume de lançar quadrinhos e faz um belo trabalho em suas empreitadas pelo gênero. Espero ver mais lançamentos da editora. O que mais chama a atenção na HQ é seu amalgama de gêneros, mesclando uma paródia breve que envolve faroeste e ficção científica. Destacando o prólogo que traz uma reflexão bastante interessante sobre a condição humana e a história norte-americana. Vale pelo entretenimento.

Por Cadorno Teles

Cowboys & Aliens (Graphic Novel) Rosenberg, Van Lente, Foley, Calero, Lima ISBN: 8501094242 Editora Record, 2011 112 páginas, formato 18×27 R$42,00












Se a vida nos permite levar algum patrimônio conosco por onde quer que vamos, esse bem são as memórias. Só elas nos permitem saber, de fato, quem somos, do que somos feitos e por que motivo nosso coração continua trabalhando. As lembranças nos sinalizam nossa trajetória aqui nesse mundão velho sem porteira, como dizem as pessoas no meu querido estado de Goiás. Elas nos permitem traçar paralelos entre o que somos hoje e o que um dia fomos, de maneira que possamos corrigir algumas rotas erradas e projetar as próximas paradas. Elas nos guiam, como um retrovisor, nos avisando se algo ruim pode estar perigosamente perto, bem como nos fazem ver que algo importante está ficando para trás.

Mas não acredito que seja só essa a sua função: memórias nos fazem sentir prazer. Como não suspirar à lembrança de um momento feliz, de um dia de glória, de uma sensação inesquecível? Como não sentir novamente o gosto do sucesso, a emoção de um encontro, a felicidade de se ter alguém querido nos braços? Algumas memórias, por outro lado, conseguem nos fazer lamentar. Note-se que, aqui, trato tanto de memórias tristes, quanto daquelas que simplesmen-


te poderiam ter sido melhores. E é nesse ponto que entra uma das piores coisas que já tive a oportunidade de experimentar: o ressentimento. Porque ressentir é re-sentir. É sentir novamente a mesma coisa, mas com a tendência a torná-la pior. E, convenhamos, isso não compensa. As pessoas têm falado muito em manter a autoestima, em reconhecer a própria aparência e em beleza interior. Acho tudo isso válido, mas quantas dessas pessoas realmente se aceitam? Estou falando de aceitar suas memórias, como quem aceita uma estria ou um nariz meio fora do eixo. Estou tratando de olhar-se com olhos mais compassivos e acolher os fatos da própria vida como uma cadeia de fatos, sem os quais não se chegaria ao mesmo resultado. E é aí que entram novamente as memórias. Vale a pena retirar do baú algumas delas, espaná-las, lustrá-las, colocá-las todas em ordem e – em alguns casos, com um pou-

co de esforço – reconhecer a beleza que elas contêm. Compensa olhar a coleção adquirida, de bens inalienáveis e preciosos. E, principalmente, compensa se perdoar pelos ítens arranhados, quebrados ou por aqueles que talvez não devessem ter entrado para a coleção, mas que uma vez lá, são parte de quem você é. Re-sentir uma situação não faz com que ela aconteça de maneira diferente: apenas faz com que o dono do ressentimento sinta-se miserável por algum (ou muito) tempo. Não há nobreza na lamúria. Não há glamour algum no “ai de mim”. Memórias são seus bens, sua essência, seu guia, seu prêmio e seu aprendizado. Respeite-as, admire-as, reviva as que merecerem esse ato. Respeite suas memórias, mas não se torture por nenhuma delas. Assim fica mais fácil seguir sendo feliz.

Por Fernanda Coelho

http://aencantadoradepalavras.blogspot.com/










































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