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Introdução
Porquê este toolkit?
Hoje, a moda é uma das indústrias mais globalizadas e que depende de muitas outras indústrias (como a agricultura, produtos químicos, petróleo, transportes), afetando assim múltiplas vidas: dos agricultores aos trabalhadores de fábricas e aos consumidores finais. Para além disto, a moda é uma das grandes indústrias poluidoras do mundo, tendo, assim, um elevado impacto ambiental e na saúde e bem-estar das pessoas. É por isso que a sustentabilidade na moda, melhores direitos humanos, práticas ambientais justas e uma maior consciencialização de como fazemos, compramos e usamos as nossas peças de roupa, são todos fatores benéficos para todos nós e para os ecossistemas do planeta.
A nível global, europeu, nacional e local, os decisores políticos podem desempenhar um papel fundamental na definição de metas, na manutenção de normas e na aplicação das leis e regulamentos que moldam a indústria global de moda. Políticas – tais como leis, regulamentações, diretivas e normas – têm o poder de transformar o nosso mundo e reduzir ativamente a pobreza, criar meios sustentáveis de subsistência, promover o bem-estar humano, mudar relações de poder e normas de género e proteger os ecossistemas. É por isto que os diálogos políticos entre decisores, sociedade civil, organizações e outras partes interessadas são cruciais para assegurar que a indústria da moda contribui positivamente para o bem estar da sociedade e do nosso planeta.
Infelizmente, muitas vozes são frequentemente excluídas das discussões políticas. Consumidores, produtores e trabalhadores de fábricas, profissionais criativos, artesãos, agricultores e outros stakeholders devem ser parte integrante da elaboração de políticas, pois todos eles são detentores de valiosos testemunhos, experiências e conhecimentos - mas estes grupos são muitas vezes deixados de parte por aqueles que criam as leis e influenciam as normas e regulamentações que regem a indústria da moda.
Quem o deve ler?
Este toolkit destina-se a ativistas (cidadãos individuais, organizações da sociedade civil, redes e outras partes interessadas), facultando-lhes informações de base e dicas sobre como influenciar estratégias, políticas e iniciativas relevantes no sector têxtil através do recurso ao diálogo político. Ainda que o manual dê prioridade a exemplos da indústria da moda e se concentre especialmente em influenciar as políticas da UE, este pode ser utilizado por ativistas e partes interessadas em participar nos debates sobre políticas públicas a nível local, nacional e internacional, podendo ser aplicado a cadeias de abastecimento e sectores que não os têxteis.
De que forma está organizada a informação?
Com base no Fashion Revolution ‘Policy Dialogue toolkit’, este guia tem como objetivo fornecer uma lista de verificação sobre como planear (Capítulo 2), executar (Capítulo 3) e fazer o acompanhamento (Capítulos 4-5) dos Diálogos sobre Políticas. Esta publicação também apresenta exemplos específicos (Capítulo 6) sobre como os diálogos políticos podem ser organizados no âmbito de atuais debates políticos da UE sobre os têxteis. Para aqueles que não estão familiarizados com o enquadramento da UE, este toolkit contém uma breve explicação sobre o processo de tomada de decisão da UE no final (Anexo).