GAU CHE V.19
FORA TODOS! Todo texto, anedota e Edição de imagem contidas neste Zine são de autoria de Fabiano Favretto. www.digingillo.com.br
A or da desilusão Desabrocha vagarosamente Para despetalar-se Em algum dia de esperança.
Morri Mas deixei Para ti O tempo Da sua Vida.
Em versos uma prece Àquela que tudo finda, E que após o fim, ainda, Dos demais não se esquece:
Aos que não nasceram para a vida As sementes que não germinaram Quando ao solo plantadas, As horas que lhe foram negadas O curso da história decerto mudaram. Às crianças, finais infantes O que da infância deleitaram-se Terminou neste pequeno tempo E assim na inocência, findaram-se Como anjos, um alento. Aos jovens, do vigor agora esmo Que a força e o calor que carregavam Seja motriz dos que aqui ficam E que estes, hoje mesmo saibam Que até mesmo as virtudes se acabam. Aos adultos, responsabilidades agora alheias O que tanto na vida os ocupava, Agora foge-lhes a preocupação; O problema que angustiava Agora não mais afligirão.
Aos idosos, árvores de raízes rasas O tempo que a eles foi dado, Em sua magnitude foi vivido, Porém não há um infinito estado Que seu ensinamento pode ser persistido. Aos finados por moléstia Que a doença, atalho do fim, Seja constante exceção nos dias atuais, E aqueles que findaram-se assim Não possam ser esquecidos jamais Aos acidentados Que nenhum infortúnio Cause a ida precocemente, E que a sorte seja o prelúdio De vida longa, certamente.
Aos mortos em guerra Que nenhuma batalha Seja maior que uma vida, Visto que a vida, a muralha Pode ceder se for estremecida. Aos que buscaram o fim Que encontrem neste estado Toda a paz que em vida não tiveram, E que assim, por este lado, Perdoem quem a paz não lhe deram. Aos assassinados Que o fim da vida seja o locus da justiça Para que mais nenhuma vida seja interrompida. Deixem-se de lado a violência e cobiça Para que a vida possa assim ser vivida.
E que a morte, com sua sabedoria e manto negro Busque aqueles que estiverem preparados, Afim de que esta, em nenhuma forma de emprego Possa dar fim aqueles cujo tempo não foi chegado.
Quando comeรงa a chover e a roupa estรก no varal
A ti, meu canto De repúdio e encanto Dedico este verso Mais que perverso, Mas que é de agradecimento: Tenho em ti mais sentimento Do que em pessoas que já amei. Destas a ti eu lamentei Sem ao menos pensar: A você fui me queixar E escrever as minhas dores, Pesares e clamores. A ti dediquei sete anos E haverão ainda muitos Que haverei de a ti recorrer Para versos escrever Com finalidade de me eliminar, E minha loucura poder sanar. Petto di Gingillo, Aqui nada é sigilo, Apenas leitura não tão leda Que dissolve como seda N'uma linha a se perder Entre os lábios de quem irá ler.
Olรก senhor, quer comprar alfajor?
Vivi E recebi De ti O tempo De minha Vida
Sete anos Não são sete dias, Mas voam como se fossem Sete pássaros na ventania.
Zine GAUCHE v.19- Ano 2 - Fevereiro - 2019 por Fabiano Favretto