Evgen Bavcar UNIGRANRIO - Laborat처rio de imagens IV - Prof. Rosane Barata
Por Cristiano Ludgerio e Samuel Pires
Imagem, sentido, sentimento, escurid찾o e vis찾o.
Fotógrafo Contemporâneo – Evgen Bavcar Evgen Bavcar nasceu na Eslovênia, em 1946, fez doutorado em filosofia, história e estética na universidade Sorbonne, na França. Ficou completamente cego aos 12 anos. Teve seu primeiro contato com uma câmera aos 17 anos. A câmera era uma Zork 6, que sua irmã lhe emprestou para que tira-se fotos de seus colegas e de uma garota por quem era apaixonado. Sua irmã ensinou por onde entrava a luz, a velocidade e o tempo de exposição. Outras pessoas ensinaram como funcionava a câmera escura e como a imagem era captada no filme, assim percebeu que a fotografia não seria uma técnica somente para pessoas não cegas, mas que às cegas também poderiam se utilizar dela para se comunicar com o mundo, a partir dos outros sentidos cegos também criam imagens internas, mesmo não podendo ver o resultado ele era capaz de produzir imagens.
Participou do filme “Janela da Alma” um documentário brasileiro dirigido por João Jardim e Walter Carvalho, de 2001. Onde um dos entrevistados é Evgen Bavcar, dá para observar um pouco de sua técnica, quando ele mesmo cita idéia de que, quando se é cego, você enxerga com o tato, então seu horizonte se limita até onde seu braço pode chegar, ao mesmo tempo também a modelo o ajuda a saber onde esta posicionado seu rosto ou com uso de um sino pode perceber o movimento de sua modelo.
“Enx dese
xergo muito bem com os olhos da imaginação, do ejo, da liberdade”. (Evgen Bavcar)
“Não me tornei cego imediatamente, mas pouco a pouco. Estendeu-se por meses, como se fosse uma despedida longa da luz. Foi o tempo que eu tive para capturar rapidamente as coisas mais belas, as imagens de livros, cores e fenômenos celestes, e para leva-los comigo em uma viagem sem retorno”
“Eu não teria compreendido que a fotografia não é uma propriedade exclusiva das pessoas que vêem. Mas também uma propriedade possível dos cegos.”
“Ele o revelou, e aconteceu o milagre: lá estavam as imagens. Fiquei chocado e surpreso. Disse a mim mesmo - Não vejo as imagens e, contudo, sou capaz de fazê-las...”
“Para mim, a linguagem e imagem estão ligadas, isto é, o verbo é cego, mas é o verbo que torna visível. Sendo cego, o verbo torna visível, cria imagens... Graças ao verbo, temos as imagens. Atualmente, as imagens se criam por si mesmas, deixaram de ser o resultado do verbo (...). É preciso que haja um equilíbrio entre verbo e imagem. Por exemplo, Michelangelo não viu Moisés! Ele não foi segui-lo no Monte Sinai. Não viu como o Decálogo foi lançado sobre o bezerro de ouro. Mas leu o texto.”
“Narciso morreu afogado porque não compreendeu que entre ele e a imagem existe a água. Eu sei que entre eu e a imagem há o mundo, há a palavra dos outros, uma grande distância.” Evgen Bavcar