Embaixador da Esperança Edição 88. Janeiro 2015
Somos família, somos esperança!
Fotos: L’OSSERVATORE ROMANO
Os fundadores da Fazenda da Esperança, frei Hans e Nelson Giovanelli, participaram do terceiro congresso mundial dos movimentos eclesiais e novas comunidades, realizado pelo Pontifício Conselho dos Leigos. Nesta oportunidade, frei Hans se encontrou com papa Francisco que o incentivou a abrir novas comunidades: “Abram muitas fazendas!”
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São diversos os momentos que os jovens da Fazenda da Esperança experimentam o clima de família, viv
A
Família da Esperança é uma associação internacional de fiéis, reconhecida pela Igreja. Seus membros se santificam ao dedicar-se às diversas atividades sociais, sendo seu principal trabalho a recuperação de dependentes químicos por meio das Fazendas da Esperança. O frei franciscano fundador dessa família, Hans Stapel, ofm, conta que desde o início procuraram ver em cada um que pedia ajuda a presença de Jesus. “Tudo o que você faz ao próximo faz a mim (Mt 25, 40). Atendíamos mães solteiras, crianças abandonadas, pessoas sem casa, desempregados e procurávamos dar respostas na medida do possível para todos. Continuamos com isso, mas a droga se destacou como maior problema e por isso essa parte se desenvolveu mais.” “É muito bonito ver como a obra procura ser luz e esperança para muita gente no mundo.” No Brasil, por exemplo, há creches, casas de apoio que acolhem pessoas soropositivas; em Moçambique, na África, uma escola, com mais de 800 alunos. A obra social sempre esteve aberta para as necessidades da sociedade. “Damos um sentido a situação que se encontra, assim as pessoas não se sentem sozinhas.” Para toda a realidade apoiada pela associação internacional é necessário o grupo estar unido como família. “Eu não tenho dúvida que se nós estamos unidos e se Jesus está entre nós seremos esperança. Todo
mundo precisa dessa presença de Deus, o mundo está vivendo uma desunião e uma solidão, cada um por si, um egoísmo que atinge as famílias e muitas delas são separadas, até as famílias religiosas sofrem crises. Então, só esse amor concreto um para com o outro provoca essa presença de Jesus e dá um novo sentido de ser família. E onde uma comunidade como a nossa, espiritual, consegue esse clima da presença de Jesus, sendo família de verdade, será esperança para o mundo”, afirma frei Hans. Toda essa experiência frei Hans trouxe do berço, no qual teve sua referência de família que até hoje utiliza de exemplo para sua vivência e na orientação de todos aqueles que o procuram. “Sem dúvida a minha família de origem na Alemanha foi a base de toda a minha existência. A fé eu recebi do meu pai, da minha mãe e de meus irmãos. Foi nessa minha família que aprendi a dividir, a brigar mas também a recomeçar e se alegrar junto. Eu posso dizer que o maior dom era a minha família. E aqui no Brasil, depois de ter iniciado minha vida de frade Franciscano, ainda encontrei muitas referências familiares, como o Movimento dos Focolares e na vida de paróquia, nesses grupos pude aprofundar os relacionamentos com os irmãos, as partilhas e a ajuda ao próximo. A família é algo sagrado, basta pensar na família de Nazaré.”
Somos somos
“Ser família não é automático, custa empenho de cada um. Para garantirmos a presença de Jesus entre nós, nos enco
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vem como filhos sobre a proteção dos pais, representados pelos coordenadores, padrinhos e responsável
A preocupação com o sentido de família na associação começa na presidência. É necessário reunir e dialogar para que todas as realidades, padres, consagrados da parte masculina e feminina, religiosos (as) e as famílias que têm filhos tenham entre si a unidade. “Para mim quando somos família Deus valoriza de tal maneira que Ele mesmo se torna presente, basta dois ou três estarem reunidos (Mt 18, 20). Se os pais se querem bem, Jesus está presente. No casamento recebem sacramentalmente essa presença. Jesus no meio deles, os fazem capazes de: ser fiéis, perdoar, recomeçar. Ele dará todas as coisas que precisamos. Então, ser família para a nossa obra é a base de tudo. Se um dia deixarmos de nos querer bem e não sermos mais família, tudo se acabará. Posso afirmar, família é a base de tudo.”
Família, Esperança!
Em maio deste ano, a Família da Esperança, base de toda essa obra, receberá o reconhecimento definitivo da Igreja e frei Hans vê como uma missão divina e de grande responsabilidade tal acontecimento. “Para nós é uma grande alegria, porque a Igreja vendo nossa ação e resultados em muitos países, reconhece que aqui existe um carisma. Não apenas a ideia de uma ou duas pessoas, mas é uma obra de Deus, uma inspiração divina, aqui Deus fez nascer a
Esperança. A Igreja reconhece o carisma como uma resposta a certa necessidade de uma época. Hoje os problemas da desunião, pobreza, drogas, álcool, a perda de valores, precisam do carisma da Esperança, para dar uma resposta para todas essas situações difíceis e dramáticas que nos impedem de seguir adiante. O carisma é uma resposta de Deus para um grande problema da época.” Para a causa dessa obra muitos deram seu sim, outros ainda fazem o caminho de discernimento, e o fundador vendo todas as necessidades estende o convite àqueles que se identificam com o carisma da Esperança no desejo de todos viverem bem o lema proposto para 2015: Somos família, somos Esperança! “Nós temos muitos desafios, porque vivemos agora em mais de 100 fazendas e tantas outras obras. Tudo isso gera muita despesa e sem os Embaixadores da Esperança é difícil realizar tudo o que Deus nos pede. Então, para sermos essa família e desse modo ser esperança é preciso uma unidade muito ampla, com muitas pessoas, já estamos em 15 países, com tantas outras obras, como: escolas, creches e hospitais assumidos pela Família da Esperança. Continuamos a crescer contando com a ajuda de pessoas que inclusive não podem estar aqui, mas colaboram com a parte econômica e orações. E isso se torna uma verdadeira esperança para aqueles que nos pedem ajuda.”
ontramos. É preciso dialogar. Pensamos diferente, mas conversando conseguimos garantir a presença Dele” - Frei Hans
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A-notável Seguir o exemplo do bom Samaritano O bispo de Chimoio, em Moçambique, dom Francisco João Silota, saudou o conselho da Família da Esperança que, no final de 2014, foi realizado na missão de Dombe, em sua diocese. “Até há pouco tempo, a presença da Fazenda da Esperança em Dombe, parecia um projeto que só tomaria corpo num futuro muito longínquo em nosso continente africano. Isto porque, à imitação da criação do mundo, tudo começou com a preparação do que era básico à vida humana nos dias de hoje: saúde, educação, produção e internatos. Para dizer que a Fazenda da Esperança teve o cuidado de começar por ajudar a reabilitar o centro de saúde para facilitar a que as populações tivessem a assistência médica relativamente mais perto das suas habitações! De tal maneira, a comunidade terapêutica começou por se empenhar em construir salas de aula que fariam com que Dombe tivesse ensino secundário. A Fazenda da Esperança contribuiu muito
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para que os meninos e as meninas tivessem moradias que promovessem a sua dignidade humana durante a sua estadia no internato. Ora, como era lógico, tudo isto iria para frente se as pessoas tivessem o que comer. Então, a Fazenda da Esperança fez tudo por ter meios e mecanismos com que promover a produção agrícola. Mas, atenção! Não pensemos que a Fazenda da Esperança apenas se interessou das ajudas materiais. Não, ela se interessou também pela parte espiritual: a grande capela dentro do terreno da paróquia, assim como uma e outra capela construída na comunidade do meio rural. Enquanto esta preparação do ambiente estava em curso, começou muito discretamente a missão de cuidado direto dos dependentes químicos. Para dizer que, hoje, Dombe é verdadeiramente aquela hospedaria onde as vítimas dos mais variados assaltos são postas em tratamento. Isto faz da Fazenda o bom Samaritano por excelência na nossa diocese.”
www.fazenda.org.br OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇA Departamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guaratinguetá-SP Tel.: (12) 3128 8900 E-mail: adm.rv@fazenda.org.br