Outubro 2014 – Ano 21 – nº 186 – www.mundomissao.com.br – R$ 10,00
Alegria no Leste Europeu
Maurício Araújo – mauricio@fazenda.org.br
Uma comunidade em obras (Primeira parte) O sítio de 20 hectares em Pouso Alegre-MG onde se encontra a Fazenda da Esperança, inaugurada há três anos, passa por uma grandiosa reforma para adaptá-lo às necessidades dos jovens, aos métodos terapêuticos da comunidade e à rotina diária de uma fazenda. Nesta e na próxima edição você fica sabendo o que se faz por lá.
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e um lado, a lua beira o horizonte e, do outro, o sol desperta pássaros e outros animais. São seis e meia da manhã. Na sala da casa os jovens estão reunidos para a oração. O frio matutino torna o convívio mais agradável. A Palavra de Deus aquece os corações e, logo depois da meditação, o café dará ânimo para o pessoal enfrentar as primeiras tarefas do dia.
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MUNDO E MISSÃO
Entre mugidos No curral, as vacas agitadas aguardam o pouco farelo neste período de seca em que as pastagens se encontram prejudicadas. Os bezerros mugem querendo leite quentinho. O jovem da cidade mineira de Senador José Bento, Mauro Luiz da Silva, 39 anos, reserva-lhes um úbere de cada vaca para que os bezerros bebam e cresçam robustos. Mauro também cuida dos porcos, das galinhas e dos carneiros. Durante a manhã, circula de um lado para outro, a fim de não esquecer nenhuma criação. E assim também se trata. Mauro é o único dos seus oito irmãos que teve problema de dependência química e, com o apoio dos seus, tem procurado mudar de vida.
A cerca e o chão ressecado A cada lado do sítio, um vizinho. Algumas casas são de veraneio, habitadas apenas nos fins de semana e nos feriados. Outras são de pequenos hortifrutigranjeiros. As cercas das divisas estão arrebentadas e sempre é necessário correr para tirar as vacas que invadem o terreno deste ou daquele vizinho. Mais de cinco mil metros de cercado devem ser feitos e os primeiros metros, na entrada da comunidade, já receberam os mourões. A falta de chuva tem dificultado o trabalho de quatro jovens que se esforçam para fazer a cavadeira penetrar no chão. Em alguns solos mais áridos não tem outro jeito a não ser derramar uns baldes de água e esperar que a água se infiltre para continuarem a escavar.
Uma horta providencial As verduras das refeições vêm da horta que o jovem mineiro Claudinei da Silva, 31 anos, de Brasópolis, logo trata de aguar, limpar e cultivar. Enquanto algumas hortaliças estão prontas para serem colhidas, outras crescem ou apenas despontam do solo fofo. O esterco de vacas e galinhas possibilita um bom preparo da terra para receber as hortaliças. Carpintaria Os gigantescos eucaliptos têm uma boa serventia para o chileno Jorge Reyes, 47 anos, da sétima região de Curicó, que, há cinco meses no Brasil, comanda a motosserra aparando e nivelando os postes para que a cerca fique harmonizada. Próximo da futura casa-sede, onde atualmente moram 18 jovens, o pedreiro Denilson Ma-
A união do útil com o agradável No momento, o pessoal está retirando os peixes dos lagos e, no futuro, o atual responsável, José Roberto Caldas, 59 anos, de Andradas-MG, planeja desenvolver produção própria para abastecer as Fazendas da Esperança de Minas Gerais ou celebrar uma parceria com al-
Fotos: Fazenda da Esperança
riano da Silva, 46 anos, de Tocos do Moji-MG, e o servente João Vitor, 17 anos, de Bom SucessoMG, constroem o deck às margens de um dos dez lagos existentes nessa Fazenda da Esperança. Denilson já trabalhou em multinacionais em São Paulo, mas foi no interior de Minas que descobriu a profissão que mais o motiva e, na Fazenda, busca reconquistar o desejo de viver que havia perdido para a bebida.
guma indústria de pescados. Esta doaria os peixes e a ração, a comunidade entra com os lagos e a mão de obra e, no fim, recebe o pagamento pela produção pesqueira. Todos os sábados, os jovens mais apaixonados por pescaria dedicam horas de seu dia nesta atividade e os pescados completam a mistura do almoço e da janta da quarta-feira seguinte. De olho no futuro A primeira das seis casas a serem construídas nessa comunidade já foi inaugurada. Há outras construções no local, mas são apenas chalés e casas inadequadas para o convívio dos jovens. No futuro, esses imóveis serão utilizados para acomodar visitas e grupos vindos para participar de momentos de formação e evangelização.