Revista Mundo e Missão

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A beleza do sagrado

Junho | Julho 2014 – Ano 21 – nº 183 – www.mundomissao.com.br – R$ 10,00


Maurício Araújo – mauricio@fazenda.org.br

Dianópolis: mais uma Esperança em Tocantins No dia cinco de abril, com a presença de centenas de pessoas, foi inaugurada a quarta Fazenda da Esperança no estado do Tocantins e a segunda na diocese de Porto Nacional

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o início de março, oito missionários: Alexandre, Arion, Salvador, Francisco, Renato, Marcos, Igor e padre Luiz, chegaram e foram recebidos por uma acolhida calorosa do padre Gleibson Moreira Almeida, da paróquia São José, em Dianópolis-TO, e dos seus paroquianos. “Ficamos dois dias na casa paroquial. No dia sete de março, seguimos para a Fazenda da Esperança e, lá, ajudamos nos trabalhos de conclusão da casa. Nos finais de semana, fomos visitar as comunidades, dar-lhes nosso testemunho e convidá-las para o dia da inauguração”, escreveram os missionários. O padre Gleibson falou, na homília da Missa às vésperas da estreia das instalações, que “a inauguração não é o término da missão, mas o começo. Porque se sabe – acrescentou - que, nos primeiros dias de vida, a criança

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requer mais cuidados e, quando cresce, não sente a mesma necessidade”. “A estrutura dessa nova Fazenda é constituída por duas casas, uma capela, um curral, três açudes, além de uma natureza exuberante. Já temos quatro vacas leiteiras e muitos sinais reais da Providência”, escreveram os missionários. Experiências concretas Padre Gleibson diz que recebeu muita providência divina. Como na Fazenda procura-se viver a Palavra e partilhar as experiências, ele testemunhou, por exemplo, que comprara cinco vacas leiteiras e já tinha efetuado o pagamento de duas, mas não havia dinheiro para pagar as demais. “O fazendeiro veio à minha casa para pedir se poderia me entregar as vacas restantes. Aquelas que eu não tinha trazido, por falta de pagamento, depois de 45 dias de compradas.


O morador de rua Pedro, um alcoólatra, conhecido em Dianópolis como “Pedão”, foi acolhido pela Fazenda da Esperança. O missionário da Fazenda, Alexandre Falcão Neto, nos conta como as coisas aconteceram. “Foi assim: no tempo de missão, precisei voltar para a Fazenda em Porto Nacional-TO e, naquele dia, o ‘Pedão’ ligou, orientado pelo padre Gleibson. Ligou ‘daquele jeito’. Fui lá e falei a ele: ‘Vá para casa. Tome um banho e, à noite, nos encontramos na festa’. O que mais me chamou à atenção,

foi quando, à noite, ele chegou. Estava sem camisa e se aproximou da gente. Demos-lhe uma camisa e dali ele não saiu mais. Dentro do meu coração surgiu forte a certeza de que ele queria mudar de vida. Às quatro da manhã fui procurá-lo. Ele estava na igreja, enrolado num cobertor, me esperando. Chamei-o para vir comigo até à comunidade de Porto Nacional e sua resposta foi rápida: ‘sim!’”.

Padre Gleibson continua: “Por mais de 20 dias, tive que omitir as informações sobre o paradeiro do ‘Pedão’. Muitos perguntavam e comentavam: ‘Ele sumiu. Será que morreu?’. ‘Cadê o pinguço?’. Mas ele estava internado e se recuperando. “No passado, até eu pensava: ‘O homem não vai durar muito mais, não’. Acontece que Deus já tinha seu designo para esse seu filho”. Fotos: Fazenda da Esperança

Imediatamente, respondi que sim, apesar de não dispor do dinheiro naquele momento e, assim, providencialmente Deus vai cuidando de nossas necessidades. Esse é o cuidado e o zelo de Deus para conosco”. Outra experiência é relatada pelo padre Gleibson: “Um dia, estava precisando pagar os pedreiros que construíam as casas. Eu tinha adquirido umas novilhas para a Fazenda da Esperança e apareceu um senhor com o desejo de comprá-las, oferecendo-me duzentos reais a mais do que eu tinha desembolsado. Era exatamente o que eu precisava para completar a quinzena dos trabalhadores. Isso é para vocês perceberem os cuidados de Deus, porque essa obra não é nossa, mas Dele”.


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