Setembro 2015 – Ano 22 – nº 195 – www.editoramundoemissao.com.br – R$ 10,00
O que ele espera de nós?
Ricardo Vilson de Oliveira – retornoavida@fazenda.org.br
A vida pelos mais pobres Um missionário da Fazenda da Esperança conta como encontrou sua vocação junto aos jovens de Moçambique
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or muitos anos de minha juventude vivi de maneira normal no trabalho e na espiritualidade. Eu conhecia o Movimento dos Focolares e foi em um encontro com muitos jovens deste Movimento, na década de 90, que me foram apresentados alguns seminaristas que moravam com os jovens em recuperação na Fazenda da Esperança. Em especial, me aproximei de Luis, pois ele me contou com alegria como os jovens praticavam o Evangelho e como a vida deles mudara a partir de então. Voltei para minha casa e pedi a Deus que me ajudasse a discernir o caminho a seguir para fazer a vontade Dele. Ao mesmo tempo, recebia mensalmente um pequeno jornal sobre
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MUNDO E MISSÃO
as atividades da Fazenda, mas impressionavam-me os testemunhos contados pelos jovens. Eles, que antes viviam nos vícios das drogas e do álcool, conseguiam fazer experiências concretas que eu não fazia. Pouco tempo depois, eu soube da inauguração da Fazenda da Esperança em Casca-RS. Compreendi que Deus tinha ouvido minhas orações e me apontava a Fazenda como caminho. Dentro de mim, o medo do desconhecido e o desejo de fazer a vontade de Deus se opunham, mas tive forças para arrumar minha mala e viajar com o objetivo de me voluntariar por três meses. A vida na Fazenda de Casca era de muita simplicidade. Eu gostava de estar no meio dos jovens e me fazia um com eles, sem me importar pelo fato de nunca ter
usado drogas. Ao contrário, sentia-me um recuperando, pois, ao longo do tempo, percebi que eu também tinha muitas coisas nas quais deveria mudar. Não custou para eu perceber que ali era o lugar que Deus tinha preparado para mim, e eu me sentia feliz com aquela experiência. Desprendimento Minha vida transcorria tranquilamente em Casca. A Fazenda se desenvolvia, os voluntários se juntavam a nós e praticávamos nosso tripé: trabalho, convivência e espiritualidade. Foi então que Deus me pediu algo mais. Estava sendo preparada a inauguração da Fazenda da Esperan-