Passado e futuro se encontram
Junho | Julho 2015 – Ano 22 – nº 193 – www.mundomissao.com.br – R$ 10,00
Evandro Moreira – retornoavida@fazenda.org.br
Oportunidade para mulheres mudarem de vida
Fotos:Fazenda da Esperança
Jovens entregam suas vidas pela recuperação de meninas em comunidades da Fazenda da Esperança espalhadas pelo mundo
A alegria da convivência dá vida nova às mães em recuperação
A
Fazenda da Esperança é uma comunidade terapêutica onde pessoas buscam uma vida nova longe das drogas. Em quase 32 anos, 103 unidades se espalharam pelo mundo, das quais cerca de 25% são femininas. Nelas, as mulheres vivem em comunidade, organizam os trabalhos do dia a dia e mantêm a espiritualidade presente. Este tripé é a essência da Fazenda. História Quando frei Hans Stapel, ofm, fundador da Fazenda da Esperança, era pároco em Guaratinguetá-SP apareceram primeiras mulheres grávidas pedindo assistência social em sua paróquia. “Para mim estava claro que eram pessoas muito frágeis, principalmente nesta situação, experi-
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MUNDO E MISSÃO
mentando a nova vida que nascia nelas, muitas vezes sozinhas, abandonadas pelos maridos. Eu procurei dar este apoio na paróquia, no início e, mais tarde, também nas Fazendas”, lembra. Uma das primeiras atitudes dele foi, com a ajuda de paroquianos, construir casas para as famílias pobres. Logo vieram as creches e escolas, onde crianças continuam sendo atendidas em tempo integral. Em meados da década de 80, frei Hans foi liberado da paróquia por seus superiores e se dedicou integralmente aos trabalhos, entre eles o da Fazenda da Esperança, iniciado em 1983, com uma unidade masculina. As pioneiras Cinco anos depois, teve início o acolhimento de mulheres que desejavam se recuperar das dro-
gas. Num apartamento perto de uma das creches, as voluntárias Lucilene Rosendo e Iraci Leite, mesmo sem experiência, se dedicavam a acompanhar algumas meninas dependentes. Iraci era uma das paroquianas de frei Hans e, com o objetivo de colocar o Evangelho em prática, foi motivada a se doar completamente às jovens. “Tudo era muito simples, mas percebíamos que, no coração de cada uma havia a capacidade de amar e a vontade de ser feliz; e que, quando as meninas viviam o Evangelho, conseguiam mudar de vida”. Lucilene veio de Lagarto-SE e encontrou sua vocação junto às jovens em recuperação. “Senti muito forte o chamado de Deus para uma vida total com Ele, celibatária, deixar tudo e segui-lo. Hoje, vivo com muitas companheiras que também tiveram a