ARTLAB —
TAPEÇARIA CONTEMPORÂNEA
Protocolo Experimental
FBAUL
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A Câmara Municipal de Portalegre tem o prazer de convidar toda a população a assistir à exposição “ARTLAB — Protocolo Experimental, Tapeçaria Contemporânea”, que irá decorrer no Museu de Tapeçaria — Guy Fino, de julho a novembro. A mostra decorre de uma parceria entre várias entidades, nomeadamente a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, o Museu de Tapeçaria — Guy Fino e a Câmara Municipal de Portalegre, com o objetivo de desenvolver estratégias que permitam consolidar em Portalegre um polo de Tapeçaria Contemporânea, com impacto a nível nacional e internacional. Os alunos que estarão representados nesta exposição fazem parte da unidade Curricular de Tapeçaria, na área de Estudos Tecnológicos, da licenciatura de Pintura, parte de uma instituição fundamental para o estudo e a divulgação das Artes em Portugal. A Faculdade de Belas-Artes está também ligada à figura de Guy Fino, através de um dos seus professores mais marcantes, Rocha de Sousa, e em finais dos anos 50, os alunos das Belas-Artes executaram cartões para apresentar na Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, contatando dessa forma com o «ponto português», criado por Manuel Carmo Peixeiro, que foi influenciado pela escola francesa de Gobelins, no séc. XVII. Esta exposição está centrada no conceito de ARTLAB, que como refere Hugo Ferrão, docente da unidade curricular de Tapeçaria, das Belas-Artes, “coloca criticamente a problemática da prática artística num contexto laboratorial pós-globalização, em que é urgente desmontar o enclausuramento tecnológico e científico que está a mumificar a humanidade”. Os dois núcleos principais da exposição incidirão, respetivamente, sobre os limites expressivos da Modernidade, com obras de alunos e professores; e sobre o Corpo, e o seu envolvimento com tecidos. Pensamos que esta exposição e esta parceria, irão enriquecer grandemente o Museu de Tapeçaria – Guy Fino e, mais uma vez usando as palavras exemplares de Hugo Ferrão, ao receber esta mostra, um dos nossos mais emblemáticos museus irá transmutar-se “num espaço encantatório, porque torna concreto todas as projeções que emanam dos autores e das obras que agora se revelam”.
Maria Adelaide de Aguiar Marques Teixeira*
*Presidente da Câmara Municipal de Portalegre
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artlab — Protocolo Experimental
Tapeçaria Contemporânea
ARTLAB — PROTOCOLO EXPERIMENTAL TAPEÇARIA CONTEMPORÂNEA Esta exposição no Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino, ocorre após a fusão da Universidade de Lisboa com a Universidade Técnica de Lisboa (2013), colocando novos horizontes capazes de continuar a promover parcerias e sinergias entre várias instituições num tempo de pós-globalização que a todos interroga. A Faculdade de Belas-Artes, contrariando os catastrofismos habituais, soube manter dinâmicas construtivas de esperança com o Museu, também graças à capacidade de decisão da Presidente da Câmara Municipal de Portalegre, Doutora Adelaide Teixeira, ao reconhecer nos projetos propostos as suas implicações e o retorno qualitativo que se refletirá na comunidade. A Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, o Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino e a Câmara Municipal de Portalegre, ao concretizarem esta exposição intitulada: «ArtLab — Protocolo Experimental, Tapeçaria Contemporânea» na galeria de Exposições Temporárias do Palácio dos Castelo Branco, estão a desenvolver estratégias que permitam consolidar em Portalegre um polo de Tapeçaria Contemporânea com impacto a nível nacional e internacional. A realização desta mostra só é possível devido ao envolvimento em primeiro lugar dos alunos de Tapeçaria e à dedicação da Diretora, Dr.ª Paula Maria Lourenço Fernandes, e à sua equipa de colaboradores, da Dr.ª Isabel Nunes (Gabinete de Relações Públicas FBAUL), do Designer Tomás Gouveia, da Coordenadora da área de Pintura Doutora Isabel Sabino, da minha Assistente na unidade curricular de Tapeçaria da Dr.ª Ana Gonçalves de Sousa e também à forma interessada como o Presidente da Faculdade de Belas-Artes, Doutor Vítor dos Reis apoiou esta iniciativa. A unidade curricular de Tapeçaria, integrada na área dos Estudos Tecnológicos da licenciatura de Pintura, (reforma de Bolonha) possuí um legado pedagógico artístico e científico que tem como figura tutelar o Professor Pintor Rocha de Sousa (1938), personalidade multifacetada marcante no ensino artístico em termos nacionais. O percurso artístico de Rocha de Sousa cruza-se com o de Guy Fino (1920-1997), também devido à reforma de 1957 nas Belas-Artes em que a Tapeçaria e a Cerâmica enquanto tecnologias artísticas se autonomizam fazendo com que os alunos viessem a executar cartões para apresentar na Manufactura de Tapeçarias de Portalegre (1946), contactando com toda a complexidade da feitura das tapeçarias baseadas no «ponto português», criado por Manuel Carmo Peixeiro (1893-1964) influenciado pela escola francesa representada pela Manufactura de Gobelins (sec. XVII).
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A Tapeçaria decorre de saberes e conhecimentos ancestrais, mantidos até ao presente. A atividade de tecer esteve quase sempre ligada à mulher, a ideia profundamente enraizada da «terra-mãe» sinaliza e identifica a mulher como geradora de vida através do nascimento, e a sua fecundidade está associada à terra onde se colocam as sementes para germinarem transmitindo uma imagem intensamente ligada ao feminino. As mãos delicadas das tecedeiras tratam os caules do linho de fibras longas permitindo elaborar pacientemente os fios de teia e trama que constituem o tecido. Os rituais propiciatórios nascidos das mãos da tecedeira consagravam e inventavam a proteção do corpo desde o nascimento à morte, assumindo uma carga simbólica poderosa, sentida no contacto direto com a pele, instauram e remetem para o arquétipo da mãe, que protege, mesmo na sua ausência, salvaguardando a integridade do corpo do filho (Carl Jung). O conceito de ArtLab coloca criticamente a problemática da prática artística num contexto laboratorial pós-globalização, em que é urgente desmontar o enclausuramento tecnológico e científico que está a mumificar a humanidade. Esta mostra, para além de suscitar estas questões, pelo pensamento plástico que habita cada uma das proposições, está estruturada em dois grandes núcleos. Um dos núcleos apresenta obras de alunos e professores intencionalmente relacionadas com os limites expressivos da Modernidade onde a experimentação e criação de metodologias inovadoras são portadoras de forte simbologia. As técnicas têxteis estão enraizadas no corpo destas obras, com delicadas linhas que são desenhos sobre materiais têxteis, ou fibras sintéticas, recolhidas e reutilizadas com subtileza evocativa dum mundo que se deseja mais humanizado como nos apresenta Sónia Godinho com temática que convoca a visibilidade do ser feminino, ou Catarina Dantas com um «diário têxtil», que subtilmente cria mesclas dos estados de alma com cambiantes cromáticos requintados, ou Mafalda Garcia com japonismo feito quimono, veste colorida de gestualidades fortes, ou Elisa Sousa com vestígios de «animais têxteis» escultóricos provocando os silêncios da nossa indiferença, ou Ana Raquel Contreiras convocando as técnicas e materiais tradicionais para criar novos limites expressivos. O outro núcleo congrega o corpo e o seu envolvimento em tecidos impressos com módulos-padrões que estetizam os tecidos através da indumentária tanto ao nível individual como coletivo (moda) reforçando a função presentativa do vestuário, marcando estatutos, distinções profissionais e fronteiras sociais (Melo e Castro). A estampagem é uma das técnicas mais arcaicas de imprimir imagens em suportes têxteis, o engenho de construir moldes de madeira (xilogravura) ou abrir rasgos, linhas que se transformam em desenhos em chapas de metal (gravura), estão alinhadas com a necessidade de reproduzir imagens que possam ser
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impressas em vários suportes (têxtil e papel) que estão em linha com as matrizes da litografia, do offset, da rotogravura e da serigrafia. Os alunos que fazem parte deste núcleo foram expostos uma situação plasticamente pouco controlada, em que se realizavam várias experiências espontâneas com tintas, riscadores, lápis, espátulas, esferográficas, marcadores, provocando emoções que se tornavam visíveis por intermédio de gestos que se cristalizavam em feixes de linhas, impondo ritmos ou manchas aguareladas que por vezes tomavam toda a folha de papel. A partir destes materiais foram desenvolvidos módulos e padrões com múltiplas aplicabilidades como refere Hugo Serra quando utiliza os termos experimentação e simplicidade para definir as suas soluções, ou Joana Soares que utiliza a ideia de «cultura de praia» com padrões de formas abstratas com cores vibrantes em páreos (peça têxtil oriental), ou Mariana Francisco, ao definir a hipótese de uma linha de vestuário primavera verão recorrendo a recortes «matissianos», ou Susana Lou, com temas florais caligráficos colocados em chapéus de chuva, ou Sara de Campos com as suas «nostálgicas» lonas, sacos e cadeiras de praia, para as praias de Portugal. «ArtLab — Protocolo Experimental — Tapeçaria Contemporânea», é uma exposição onde se mostram trabalhos dos alunos e professores de Tapeçaria da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa mas que se deve ao enorme empenhamento destes jovens licenciados. O seu olhar de futuro é o melhor estímulo que se pode ter em termos académicos conturbados. O Museu de Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino ao receber esta mostra transmuta-se num espaço encantatório porque torna concreto todas as projeções que emanam dos autores e das obras que agora se revelam.
Hugo Ferrão**
**Regente e docente da unidade curricular de Tapeçaria, Licenciatura de Pintura Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes Casa da Fonte, Amieira do Tejo, 2014
6 Ana Gonçalves de Sousa
Flying Away Aparas de cêra derretidas s/ papel 21 × 11 cm — Execução da peça s/ estrutura
Na arte, como na vida, há um movimento, uma metamorfose constante, visível ou invisível, perceptível ou não. Flying away remete-nos para um jogo que quase todos nós realizámos na nossa infância. O processo consistia em colocar tinta, ou aparas de cera, sobre uma folha de papel, e dobrá-la ao meio. O resultado era uma imagem colorida e simétrica. Depois, com imaginação, tão fluída nessas idades ingénuas, dávamos nome ao que surgia, como que por magia, na folha de papel. E sentiamo-nos uns deuses, a criar algo e ao nomeá-lo com a certeza de quem ainda não tem nenhuma convicção determinada. Então podia ser um pássaro azul, uma flor em botão, o sol, uma formiga, a nossa melhor amiga com um chapéu, a avó com bolos acabados de fazer, uma carocha, uma centopeia, tudo o que desejávamos que fosse, tudo o que fosse sugerido pela nossa vontade. Penso que os animais são as personagens principais do universo infantil. Nos meus sonhos apareciam muito... Lembro-me de sonhar com lobos que me roubavam gelados (e isso era um pesadelo), e também com tartarugas enormes que estranhamente habitavam o espaço escuro e desconhecido que ficava por debaixo da cama.
Enfim, o que via durante o dia, era transformado à noite, e ganhava formas distorcidas e inusuais. Também nesse jogo o mesmo acontecia. Muitas vezes a abelha não era bem uma abelha, também podia ser uma borboleta, um bicho-de-conta... As formas contaminavam-se, eram isto, mas também podiam ser aquilo, e não eram só isto, ou só aquilo. Talvez tenha sido nessa idade, desde muito cedo, que aprendi que uma coisa não é só isto ou só aquilo, mas muitas coisas ao mesmo tempo. Um não é igual a um. Que ideia complicada... As coisas não são estáticas, estanques. Na arte, como na vida, há um movimento, uma metamorfose constante, visível ou invisível, perceptível ou não.
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Flying Away Técnica mista, manga plástica s/ fio de nylon 400 × 120 cm
8 CAROLINA BLATTMANN
Antracite ou Natureza Morta? II Ramos de Ficus Benjamina, arame de cobre 120 × 230 cm 2013
Esta é a história desta Ficus Benjamina… Era uma trepadeira aventureira e oportunista plantada a céu aberto. Arrancada e lançada no contentor do lixo, cheia de folhas secas e vestígios de tinta do muro onde estava fixada, foi resgatada já sem vida… Os seus ramos entrelaçados formam uma teia perfeita para receber o fio de cobre lustroso. Um incêndio lento e pacifico. Calorosamente, a ficus vai sendo invadida por uma chama quase invisível de vitalidade. Como se renascesse das cinzas de um antracite…
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9 CAROLINA FARIA
As obras destacam questões actuais: a incerteza do futuro e o vazio. O futuro, esse lugar tão longínquo e cada vez mais assustador e incerto. O vazio, esse sentimento corrosivo e tão bem camuflado, tão discreto, mas tão devastador. Em ambas as obras, a palavra e o material conjugados com a respectiva cor de fundo, pretendem provocar sentimentos no observador, fazendo-o questionar sobre a relação entre figura, fundo e significado.
Future Placa MDF, pregos, fio de algodão preto 100 × 190 cm 2013
10 CATARINA AMORIM 9 Faces, é uma obra realizada recorrendo a técnicas de tapeçaria que remete para a problemática, cada vez mais actual, da perigosidade dos novos meios de comunicação, em especial, dos computadores, devido à tentativa de mimetização do ser humano e do seu pensamento. As máquinas foram concebidas primeiramente para serem controladas pelo homem, mas actualmente já o conseguem desafiar, por exemplo, num jogo de xadrez. A inteligência artificial está cada vez mais desenvolvida e sendo assim os computadores estão a uma jogada de dominar o jogo. Remetendo para o conhecido jogo de computador Tetris, a obra aponta para a época da velocidade, em que vivemos, em que a pressa dita o ritmo dos média e nega a reflexão, o que intensifica a superficialidade. Tal como no jogo o passar do tempo aumenta a velocidade de queda dos blocos, também na realidade o passar do tempo faz aumentar cada vez mais a explosão de informação que nos sufoca a um nível alucinante, o que tal como no Tetris leva a erros, à abertura de lacunas, que no nosso caso só podem ser colmatadas com a desaceleração, que convida à reflexão, e posteriormente à acção sobre este problema. A peça foca-se neste problema que é cada vez mais actual, 6 das faces completam-se entre sim formando um cubo em que as peças saltam de uma face para a outra. A união destas 6 faces cria um cubo oco que remete para a problemática da imensidão de informação completamente superficial da qual é impossível extrair qualquer sumo, apesar do atraente aspecto que tem à primeira vista. As outras 3 faces, maiores mostram o verso emaranhado que se esconde por detrás da máscara que é cada uma destas faces.
9 Faces Tecelagem de PVC s/ rede de arame Dimensões variáveis 2013
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11 CATARINA DANTAS
A importância de registar diariamente os pensamentos e ideias, advindas das experiências do quotidiano é útil não só para a exploração individual, na busca pelo auto conhecimento, como também, para um maior entendimento sobre os estados de espirito que a alma humana pode alcançar. Denotado o valor desta ação quotidiana, e, entendendo como registo todo o tipo de apontamento escrito, gráfico, fotografado ou gravação audiovisual, nasce o motivo do meu trabalho, que visa traduzir pictoricamente alguns dessas anotações diárias, transformando-as em vibrações de cor que não só pretendem tatear subtilmente os sentidos, como também, elevar o que, no decorrer do dia-a-dia, se torna banal e desprovido de atenção. Transcrevendo para a dimensão da pintura, visto que é de cor que se trata o meu trabalho, nascem uma espécie de “paisagens” em tapeçaria que dão corpo a dimensão do sensível. Ao espectador cabe mediante os resultados embarcar na visão, materializada em tapeçaria, sobre um dado acontecimento, mediado pelo autor da obra, que pretende falar da forma como apreendeu determinados registos, trazendo a noção de que por mais diferenciadas que sejam as conceções que cada um de nós tenha do mundo e das situações vivenciadas, não são vivências isoladas e individuais.
Representações de registos diários Portalegre e Tafetá, lãs diversas, linho Dimensões variáveis 2014
12 CRISTINA VILAS BOAS
OGUM: Um orixá do fogo Corte, soldadura, platinagem em chapa de ferro Dimensões variáveis 2012
O projeto Ogum corresponde a uma tapeçaria que utiliza o metal, em que o fogo foi o elemento central para a modelação das cinco peças. Porquê a designação de Ogum? Trata-se do orixá dos ferreiros, na mitologia do candomblé, senhor dos metais que forjava as ferramentas para a caça e para agricultura e as armas para a guerra. Era ainda o orixá do fogo, da tecnologia e da sobrevivência. É uma homenagem ao Candomblé, culto afro-brasileiro em que os orixás, ou seja, entidades semidivinas que representam os elementos da natureza em todos os seus domínios na realidade física. Ogum, em particular, é uma entidade mítica onde as forças da natureza se associam aos processo tecnológico para transformar a matéria que brota da terra. A matéria é o metal e o fogo é o elemento que leva à sua metamorfose. Depois obtém-se os artefactos com os quais nos abrigamos, trabalhamos ou realizamos os nossos cultos. Mas o metal não para, como no mito do eterno retorno, em contato com o ar, a água, vai-se oxidando. Começa a decompor-se a transforma-se em terra de novo. Mesmo depois desta metamorfose o metal continua vivo porque nos dá as suas cores, as quais usamos nos nossos rituais, na nossa arte, nas danças ao orixá Ogum. Com este projeto evoco este orixá porque representa a essência da humanidade que está na sua capacidade de transformação da Terra e de criar a arte que nos faz humanos.
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13 DIANA SEQUEIRA
A procura de estruturas do quotidiano — como um cesto de molas da roupa, uma raquete de badminton e respectivo volante, e uma flauta — pretende questionar o tear, enquanto base de construção da tapeçaria tecida. O revestimento dessas estruturas possibilita uma abordagem técnica diferente, fruto da interpretação formal dos objectos. No cesto, o vazio dos espaços abertos é preenchido com lãs coloridas, criando padrões sugeridos pela própria estrutura, a única componente que se mantém fixa e rígida. Ao serem desviados das suas funções originais, os objectos tecidos adquirem, assim, a possibilidade de outras funções e significados, transformando-se a tapeçaria na invenção de problemas e criação de soluções formais, características do design.
Experiência 2 Cesto de molas, trapilho, lã Dimensões variáveis 2014
14 ELISA DE SOUSA
Bird I Crochet, linho crú 26 × 9 × 15 cm 2014
Aclamando um pouco o espirito das vanitas, no sentido da reflexão, estes trabalhos configuram um projecto artístico que pretende alcançar uma construção de um sentido pessoal e único daquilo que designamos de natureza-morta. Em algo tão sensível, a figura do pássaro surge como intermediário delicado neste trabalho metafórico e de consciencialização da vulnerabilidade da nossa condição humana. Pretende-se criar um jogo psicológico que aponte para uma dúvida ao definir se estamos perante algo que acabou de nascer ou de morrer, uma possibilidade da morte enquanto início, criando um confronto directo em que olhamos com alguma naturalidade e paz apesar da implicação conceptual que tanto nos exalta. A forma tridimensional do animal sofre uma acentuação que se revela na escala da peça de modo a realçar a sua debilidade enquanto ser. O tom monocromático do linho crú trabalhado em crochet, não só permite uma maior texturização e detalhe da mesma, mas como contribui para um efeito visual de estranheza. O reconhecimento de um certo romantismo proveniente da pintura das naturezas-mortas, confere-lhes algo de belo e melancólico. Susceptiveis de obter reacções completamente opostas, é nesse aspecto que se cumpre o desejo de as peças não serem indiferentes ao observador.
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15 ESTHÉPHANY DONDERIS
Neste projecto, as técnicas da tapeçaria e da pintura associam-se ao gosto pela experimentação de formas geométricas. A partir de placas de aglomerado, provenientes de cadeiras encontradas no lixo, construímos estes objectos em duas fases: a pintura das placas e a intervenção tecida. Na primeira fase, foram criadas imagens de um geometrismo linear que, isoladas consistem num jogo de rectas e planos coloridos, e no seu conjunto formam um cubo. Na segunda fase, foram criados centros no interior das placas, núcleos a partir dos quais foram construídas as estruturas a tecer, com o auxílio de pregos. Os objectos foram então tecidos com materiais muito diversos, desde plásticos reutilizados a tiras de pele de coelho (compradas expressamente para a realização da obra), fitas métricas e fio de algodão tingido manualmente. Em IO destaca-se a a força e densidade dos núcleos, que irradiam circunferências concêntricas, em interacção umas com outras. Apesar da heterogeneidade dos materiais procurou-se a coerência formal de cada objecto tecido e do conjunto dos objectos, através das opções cromáticas e da relação tapeçaria-pintura.
IO Técnica mista s/ conglomerado 35 × 35 cm 2014
16 FILIPA FLORES
A linguagem Arame de latão e aço Dimensões variáveis 2014
ca·pa (latim tardio cappa, tipo de toucado, PARTE DO VESTUÁRIO QUE TAPA a cabeça) SUBSTANTIVO FEMININO 1. PEÇA DE ROUPA COMPRIDA, sem mangas, QUE SE PÕE POR CIMA DE QUALQUER OUTRA ROUPA. = opa 2. Veste preta e comprida, usada por funcionários judiciais em tribunal e no traje académico de alguns estudantes. 3. O que ENVOLVE ou COBRE ALGUMA COISA. = COBERTURA 4. O QUE PROTEGE. = PROTECÇÃO 5. [Técnica] CAMADA DE UMA SUBSTÂNCIA QUE COBRE UMA SUPERFÍCIE. = DEMÃO 6. APARÊNCIA ou PRETEXTO. 7. Aquilo que ENCOBRE ALGO.
8. PARTE EXTERIOR de um livro, caderno, revista, ou de outra obra ou publicação, GERALMENTE EM papel ou MATERIAL MAIS RESISTENTE. 9. Parte da frente de um livro, caderno, revista, ou de outra obra ou publicação, por oposição à contracapa. 10. Sobrescrito. 11. PASTA ou classificador PARA GUARDAR papéis. 12. [Marinha] Vela GRANDE. 13. [Marinha] MANOBRA, durante o temporal, PARA PROTEGER o navio DA VIOLÊNCIA das vagas. 14. [Tauromaquia] PEÇA de tecido FORTE E COLORIDO usada para tourear. = capinha, capote
17 HUGO FERRÃO
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A matéria dos «Desenhos-Riscos» da Aldeia de Limões — Ciclo do Linho As imagens fotográficas e os «riscos» (desenhos têxteis originais), fazem parte de um levantamento realizado entre 1980 e 1985 no núcleo linheiro, quase extinto, da aldeia de Limões sinalizado em documentação dos princípios do século XX (Manuel Pinheiro Chagas e Pinho Leal). Este espaço maravilhoso situa-se em Trás-os-Montes, concelho de Ribeira de Pena. A arte têxtil, é uma área fascinante, a todos os níveis, (pedagógico, científico e artístico) e foi graças a um conjunto de professores como a Conceição Salgado, Rafaela Zuquete, Teresa Raposo e Helena Estanqueiro, entre outros, da então Escola de Artes Decorativas António Arroio que o meu interesse se ampliou e se veio a reforçar com a orientação do professor pintor Rocha de Sousa, responsável pela disciplina de Tapeçaria da então Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, assistido pela professora Manuela de Sousa. Ao iniciar este projeto, não sabia que esta experiência me marcaria de forma tão intensa, pois as minhas «visitações» a Limões, eram simultaneamente capazes de operar transformações na forma como olhava o próprio mundo. O contraste entre a vivência rural centrada numa agricultura de subsistência, em que nada era desperdiçado e uma urbanidade superficial e consumidora, levaram-me a questionar se eventualmente o «triunfalismo urbanita» alicerçado em ideologias cada vez mais alienantes fazia qualquer sentido. O imenso território de memórias e saberes ancestrais com os quais contactei, por processo quase iniciático, deve-se às figuras tutelares das Mestras D.ª Ana Erénia Gonçalves e D.ª Maria Joaquina Fernandes Pires, fazendo-me descobrir uma dimensão de tradição profunda, enraizada nos seres que ainda têm lugar e existência. Foram planeadas visitas mensais de vários dias e períodos mais longos coincidentes com as férias académicas. Os acessos à aldeia de Limões eram difíceis e a viagem morosa, mas tudo era compensado quando silenciosamente espreitava pelas objetivas das máquinas fotográficas e a luz impressionava a emulsão do rolo. Na vila de Cerva encontrei o Padre Joaquim Albertino, um amigo para toda a vida, um homem que se entrega à comunidade de corpo e alma. Ajudou-me a crescer por dentro, a tornar-me mais pessoa. O levantamento e registo dos «riscos», realizados já na década de 90. devem-se fundamentalmente à Mestra D.ª Maria Joaquina Fernandes Pires, pois a D.ª Ana Erénia Gonçalves mantinha algum secretismo à volta desta matéria. Os «riscos originais» expostos fazem parte de um projeto de investigação intitulado: Tapeçaria — Matérias e Materiais, Desenho Têxtil, realizado na Faculdade de Belas-Artes, com bolsa da Universidade de Lisboa, envolvendo alunos, que visava a recuperação dos «riscos», também designados abusivamente por «puxados», desenhos feitos em suporte de papel, que servem à tecedeira como «mapa» para fazer surgir em relevo no pano corrido (tecido) o referido «risco». Os «riscos» originais para a tecelagem do linho, são conservados em rolos de papel, dos quais são feitas cópias, à mão levantada (papel vegetal), sem recurso a quadrícula, o que provoca adulteração nos originais mais antigos, pois tecnicamente já não é possível a sua realização. A melhor definição do contorno das formas desenhadas está associada ao «tirar» pelo «risco do natural» servindo-se de uma obra tecida e desenhando por cima desta o seu «risco». A influência dos desenhos dos bordados e diversidade de motivos populares, «contaminaram» os «riscos» da tecedeira, estes desenhos bordados, pois a matriz estrutural dos desenhos para a execução do bordado, parece ser a mesma que é utilizada para a os «riscos» da tecelagem. Os motivos principais e secundários dos «riscos», evocam a celebração da vida e a festividade da abundância ligada à agricultura, à terra de onde vem todo o sustento. Os «riscos» são identificados por números ou nomes, no caso dos nomes deixam adivinhar a sua proveniência ou proprietária: «casa das grades», «da quinhas», «da raposa», «folha de carvalha», «das parras», «da erénia», «da vide», ou «dos ramos». As imagens fotográficas são analógicas, realizadas por processos alquímicos, onde a luz desvelou imagens aparentemente nostálgicas que tentam aprisionar esses instantes, o sentir estar com os outros, a descoberta e a consciência das partes de nós que se vão cumprindo e são testemunhas do impacto do toque do tecido de linho, instaurador de imagens densas de sentido, da necessidade de outro retorno, mais esclarecido, mais humano, ao paraíso que julgávamos perdido.
18 HUGO FERRテグ
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19 JOANA GALEGO
A presente peça, de carácter assumidamente experimental, parte de uma tentativa de evocar recordações e vivências passadas cujos contornos, na mente da autora, já se começam a esbater. São essas memórias breves retalhos de infância, pequenas imagens fragmentadas e confusas que se encontram intimamente ligadas a um sentimento de origem, ou raiz. E que melhor lugar para se procurar raízes do que no campo? Lá fora, no exterior, onde o sol tudo cobre e é possível imaginar a criança que outrora se foi a correr no chão quente ou a esgravatar o solo. Assim, aliaram-se as técnicas tradicionais da tapeçaria a elementos recolhidos nesse cenário idílico, em que se confundem as lembranças que guardo do Alentejo com as do parque que costumava visitar com os meus avós, perto de sua casa, sem me esquecer do lanche que partilhávamos e que me dava sempre uma sensação de paz e segurança. As pinhas e os ramos de árvores, a ráfia, o cartão, a lã, um cinto já gasto pelo tempo e os remendos de uma velha camisola, bem como o chá e as bolachas, foram alguns dos materiais incorporados nesta composição, de modo a conseguir a transformação impossível: fazer com que algo incorpóreo e etéreo como uma lembrança de antigamente se torne num objecto que tem o seu peso e ocupa o seu lugar no presente.
Antigamente Técnica mista 59 × 64 cm 2014
20 JOANA MACHADO
Azultejo Tecelagem 32 × 28 cm 2014
Acolhendo as nossas raízes, Azultejo é um projecto que traz novamente à luz do dia a concretização do azulejo português, através da arte da tecelagem. A peça apresenta uma trama livre, permitindo a liberdade de execução, para cumprimento máximo do desenho proposto. Realizado em três cores, e com as dimensões de 28 x 32 cm, Azultejo é o recordar de uma tradição lusitana.
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21 JOANA SALVADOR
O conceito abordado neste trabalho é a Meditação, apelando a associações relativas às cores, às emoções e pensamentos. As cores e as técnicas que foram usadas têm influência dos rituais budistas e as "bandeiras", postas por eles ao vento como forma de espalhar as suas orações. A tapeçaria é executada em grande escala, feita com retalhos de tecido reciclado, cortado em retângulos, cosidos e inseridos na teia. As cores dominantes da tapeçaria são o vermelho, amarelo, e branco num jogo de cores, que na segunda tapeçaria inverte para o negativo das mesmas, ou seja, as mesmas cores em tons mais claros.
Meditação Tecelagem cosida 140 × 160 cm 2014
22 JOÃO MARTINS
Natureza Subentendida Troncos de árvores, corda de sisal 160 × 40 cm 2014
Pretende-se com este entrelaçar de corda por entre troncos questionar as composições subentendidas na natureza. Admitindo por um lado as fragilidades, por outro a força e adaptabilidade dessas mesmas fragilidades quando compostas e ligadas entre si explora-se, consequentemente, a versatilidade e diversidade de formações e o que significam. Antes de agir sobre os troncos caídos e destruturados como que tentando a sua recuperação, a acção prende-se mais no modo em como o entendimento, a partir dessa matéria aparentemente descontextualizada e débil por si só, consegue restabelecer algo que mimetiza e sintetiza a sua origem. O trabalho posiciona-se numa procura incessante da concepção do ser em compreender a natureza que o rodeia, em compreender as estruturas de realidades diversificadas em que se insere e se encontra sempre diferente. A forma orgânica e ambígua do plano da tapeçaria retrata a actuação da percepção mental sobre uma realidade que não existe sempre igual e que é um resultado híbrido entre o humano e a natureza aqui traduzido em movimentos manuais de trama sobre teia.
23 MAFALDA GARCIA
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Tapeçaria Contemporânea
O projecto ora apresentado tem por origem o desenvolvimento de um trabalho cénico.A máscara em causa recorre à estética do pintor inglês, de origem irlandesa, Francis Bacon (1909-1992), quer no que se refere à paleta, pincelada e deformidade, tendo como ponto de partida o estudo anatómico de um gato, acentuando-lhe partes da estrutura óssea e nervos de forma a criar deformações por exposição desses componentes. Esta personagem surge, assim, integrada num ambiente nipónico, trajando um Kimono e ostentando a máscara da gata na cabeça, bem ao estilo do primeiro teatro japonês. O gato foi durante o período Edo um animal de luxo, só acessível a bolsas abastadas, pelo que era comum na corte. Acresce que ele é o símbolo nipónico da sorte, cuja lenda remonta ao séc. XVII e tem por protagonista uma gata de nome Tama. No entanto, na mitologia japonesa, o gato está também associado ao monstruoso e ao sanguinário e, portanto, à morte. Temas bastante caros a Bacon; a exposição do trágico da vida, as formas convulsas, o belo horror e o gosto pelas carnes (a sua luminosidade e cor) tal como Rembrandt. Quanto à escolha do traje, ela recaiu na ambiguidade do Kimono, indumentária quer masculina quer feminina, que permitia aos homens representarem papéis femininos no teatro. Também remete para as festas de infância vividas por Bacon no palácio da tia-avó — os seus escassos momentos de liberdade e fantasia, onde podia trajar roupas femininas. A carga simbólica do conjunto Máscara / Kimono representa a duplicidade da vida, o seu enigma: a sorte e o infortúnio, a vitalidade e a morte. Carga esta também representada na cor negra que serve de base ao Kimono, cujo significado tanto é a serenidade e nobreza enigmática como a malignidade. A ideia que preside ao projecto MIKADO é, portanto, a de ambivalência. O título é ele próprio ambivalente: o imperador japonês Mikado (a aristocracia), e o jogo (o vício); sendo que o jogo Mikado, tem ainda a particularidade de ser uma paciente recolha de um emaranhado de partes, tal como a construção deste projecto, cuja coesão nasce da convergência da multiplicidade.
Mikado Kimono pintado à mão, máscara de gesso pintada, meadas de lã 2013
24 PEPE PEREIRA
Máscara Africana1 Técnica mista: arame, ramos, varetas de madeira, sisal, fio de lã, linha de algodão 39 × 134 cm 2014
Ao explorar este conceito, pretendo introduzir uma visão pessoal de uma abordagem entre a tapeçaria e a etnia da cultura Africana, que a mim me diz muito, estando nas minhas vivências e passado dos meus primeiros anos de vida. Assim ao introduzir esta cultura numa base de tapeçaria, exploro o conceito numa abordagem técnica com liberdade em materiais e forma, recorrendo a uma referência muito ligada ao próprio conceito, com materiais pouco nobres que são apanhados, como ramos, arame e varetas de madeira na estrutura, com fio de lã e sisal para a teia e trama. A forma transmite assim um modo de expressão que normalmente é associada à madeira massiça que tem outro carga, mas que a tapeçaria com a leveza da estrutura, em utilização de materiais naturais, a força da linguagem mantem a essência, recorrendo também a uma liberdade formal muito própria dessa referência. Com este objecto, transmite-se a ideia que pode ser também ser usado como uma máscara, dando à obra uma outra abordagem que foi explorada na sua concepção. Primeira peça do conjunto numa linguagem de máscaras. Foram usadas técnicas de tapeçaria, com a teia e a trama simples, explorando a peça pela sua estrutura em madeira com ramos para a forma mais natural e sentido mais rústico, e artesanal, típico deste tipo de objectos, dando a singularidade a cada peça.
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Tapeçaria Contemporânea
25 RAQUEL CONTREIRAS
Numa continuidade texturada de niveis entrelaçados, numa conciliação entre técnicas e conceitos de linguagem e composição. Num seguimento projectual, onde a sobreposição, o entreleçamento, os materiais utilizados, criam uma narrativa e uma composição em que a sua leitura depende de quem a visualiza e de toda uma carga experiencial e vivencial. A generalização de temas como a arte da joalharia, a vertente escultórica, traduziram-se numa base consistente de tradição, nos primeiros povos, influências africanas, que em si encerram mais que elementos para a elaboração desta peça mista. Utilizei como materiais: peles, vidro, tecelagem, texteis, lãs. A sua exposição em suspensão vertical, de modo a criar uma visão extensiva de uma cultura, de uma tradição, que se relaciona com a elevada importância de desenvolvimento quotidiano destas tribos, destes pensamentos, destes ritos, da música tradicional africana, o fogo, as cores quentes, como a intrinseca relação com a terra, o quebrar, os tons barrentos e ocres, a Natureza, os dissimulados elementos orgânicos, o fogo, corpos e adornos. O objectivo foi desenvolver uma peça de ênfase tribal, em que o mais importante não é o seu aspecto prático de utilização, mas sim o seu cariz cromático e escultórico, a sobreposição de camadas, padrões, técnicas e materiais.
Tribalismos Tecelagem, vidro, peles, têxteis 190 × 60 cm 2013/14
26 RAQUEL KRUMOV
Sem título Crochet Dimensões variáveis 2014
Pretende desenvolver na área do crochet o conceito de elemento tridimensional que aborda a orgnicidade e a simbiose entre o tradicional e o contemporâneo. O material utilizado é a ráfia que tem sido usada desde o início como elemento base que transmite a ideia de orgânico, pureza na sua cor e autenticidade primordial. Por outro lado o fio de lã usado e a forma como ele é elaborado, questiona o que se faz tradicionalmente no crochet, com o cunho artesanal e funcional. A simbiose criada entre estes dois mundos resulta numa procura de reeinventar e fazer uma ponte entre dois mundos distintos que se fundem no crochet.
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Tapeçaria Contemporânea
27 RAQUEL TAQUELIM d'almeida
É como o titulo indica literalmente o resumo da aplicação de técnicas de estéticas e sínteses do meu percurso como estudante na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. A abordagem deste trabalho centralizou-se no plano emocional, deixando aspetos ligados à plástica da forma, subalternizados à essência da emoção e afetividade. Este trabalho remeteu-me ainda para mais profunda, em que destaco a importância que a arte tem em ser mais do que nunca, uma reflexão sobre a profundidade da vida e dos sentimentos que ela desencadeia. Em suma é a Arte um somatório de experimentações. A composição artística é a forma na qual os artistas encontram formas, cores e linhas; uma reunião de elementos isolados que, quando unidos, resultam num todo destacado das partes. Claro que numa qualquer obra de arte a interação entre a peça e o observador surge como um terceiro elemento da totalidade da obra. Quase me leva a refletir numa perspetiva religiosa entre as três entidades, o pai, o filho e o espirito santo. Neste sentido de raciocínio podemos afirmar que, uma obra de arte é o composto entre três partes distintas: a obra, o observador e a interação. Este é o "Resumo da lição" que vai muito para além da plástica da peça.
Resumo da lição Técnica mista 60 × 40 × 50 cm 2014
28 RITA CÊPA
Coagulação Técnica mista Dimensões variáveis 2014
A obra tem forçosamente de nascer, é algo que não pode ser reprimido, a vontade e a urgência de representação de um conceito que assenta na ferida, na dor, na carne. Num primeiro momento, as cores da carne, da pele e do sangue são anuladas, através do bordado simples e da neutralidade do plástico, provocando uma frieza que contrasta com o peso do tema. Os plásticos são como os lençóis brancos, utilizados para envolver os corpos sem vida, como as figuras que se encontram bordadas sobre eles. Num segundo momento, ocorre o oposto: o clímax da cor, um apogeu cromático, embora não saturado, persistindo uma certa sobriedade, consentânea com a temática crua. Os tons pastel da pele, o vermelho do sangue coagulado, o castanho e o ocre da ferida... são denominadores comuns. A forma, contudo, não é descurada. Apresenta-se uma estrutura em série, repetitiva, embora cada módulo, quadrangular ou circular, represente características particulares. Pretende-se demonstrar, assim, uma profusão de micro-estruturas, mais ou menos perfeitas, integradas numa macro-estrutura, uma multiplicidade de “pequenos casos” de dor, incapacidade e injustiça, que latejam por todo o mundo.
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Tapeçaria Contemporânea
29 SÓNIA GODINHO
Partindo de relações criadas entre a mitologia e a vida contemporânea, esta obra desenvolve-se a partir do que hoje procuramos de uma forma ainda mais consciente e reflexiva: os nossos próprios “Mitos de origem “ (não só em busca do entendimento de quem somos mas também de quem somos em sociedade). A intenção de que a génese do comportamento humano se tornasse compreensível deu início à mitologia, e (mesmo com a vasta pluralidade de temáticas e actos artísticos contemporâneos), a arte continua a ser um retrato das nossas preocupações, ainda que de um modo diferente — muito mais liberto e particular. Assim, a presente obra recai sobre o mito de Penélope, da sua espera, e da sua revolta dentro do que seria essa mesma suspensão de um tempo. Também esta história é de alguma forma uma ruína, a partir da qual se podem reconstruir uma série de ideias fundadoras destas séries, na sua condição de analogia com aquilo a que assistimos hoje.
Penélope Técnica mista 12 × 12 cm 2014
30 SUSANA CRUZ
Guardador de cheiros Técnica mista: tecelagem 150 × 60 cm 2014
Com este conceito pretende-se criar uma nova forma de guardar memorias. Esta é muito importante no ser humano, já que o passado também cria o presente. Desde sempre tivemos a necessidade de registar acontecimentos e a tapeçaria foi uma forma de o fazer. Gravamos imagens e sons, mas é-nos ainda impossível guardar cheiros. Por isso nunca saberemos como cheirava a rua à séculos atrás ou o cheiro de uma laranja sem nunca a ter cheirado. Assim, pretende-se a criação de um "guardador de cheiros", usando a tapeçaria. O café e o rosmaninho foram os escolhidos e a partir daí houve a criação de duas tapeçarias que os representassem tanto visual e táctil, como olfativamente. Para a do café foi realizado um estudo sobre as suas características e os materiais utilizados foram de encontro à sua naturalidade, acidez e até brilho. As suas manchas derramam no observador uma suave memória pessoal. Para o rosmaninho foi novamente realizada uma pesquisa sobre o mesmo. Este, mais frio e floral que o anterior faz um contraponto, apelando mais à verticalidade, frieza e toque aveludado. Em ambos o cheiro foi extraído do elemento natural, tendo as tapeçarias sido posteriormente vaporizadas com o cheiro que lhe correspondia.
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Tapeçaria Contemporânea
31 VERA FONSECA
O “Racehorse” ou o “Cavalo de Corrida” é uma reflexão da artista sobre a contemporaneidade da mulher atual. Contemporaneidade essa, que trouxe grandes mudanças no estilo de vida da mesma, da família e, da mulher na sociedade! Diria que temos um género híbrido, onde a diferenciação cada vez é menor, o feminino vai perdendo muito das suas características naturais, isto é, o seu lado materno na relação com os seus filhos, tem sido partilhado com muitos outros “maternos”, o lado feminino tem sofrido alterações com a aproximação ao masculino, à mulher de corrida é-lhe socialmente reprovável a vivência de um materno estendido no tempo, mas, quem ousa prescindir de ser esse “Cavalo de Corrida”, vive um período de sonho impossível de voltar a viver, de encontro com o outro, de descoberta no outro de si, de um olhar único e singular, de uma relação autêntica e genuína que terá dificuldade de encontrar no futuro. A presente obra vai mostrar estas inquietações através do ruído claramente presente e criado através de diferentes sobreposições.
Racehorse Detalhe 210 × 130 cm
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módulo-padrão TÊXTIL
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Tapeçaria Contemporânea
33 gracieta ramos
A inspiração para a conceção destes módulos/padrões foi o artista plástico Júlio Pomar, que também criou projetos para tapeçarias. Foram selecionadas três obras conhecidas com referência a cavalos. O objeto visado foi para aplicação do módulo/padrão.
34 hugo serra
Os dois padrões desenvolvidos neste projecto, com o objectivo de serem posteriormente estampados em materiais têxteis, são bastante semelhantes entre si. Em ambos os casos decidi utilizar um pormenor de uma mancha gráfica, de uma simples experiência espontânea, e com base neste objecto decidi brincar com a escala, com a mancha e a linha e com o número. Se num este é usado numa escala maior, realçando a sua textura tonal, e num número reduzido de repetições, no outro caso decidi concretizar o oposto, com base na mesma forma, mas apenas linear, decidi utilizar a escala natural do objecto, repetindo-o num número mais elevado em relação ao primeiro padrão.
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Tapeçaria Contemporânea
35 joana soares
Partindo dos estudos realizados anteriormente no projecto Módulo-Padrão têxtil, decidi continuar com a mesma ideia e tratamento cromático para a estampagem, neste caso, de lenços para senhora. Para tal, a escolha e o modo de organização destes padrões deve-se sobretudo ás influências dos modelos têxteis implicados na "cultura de praia". A ideia central visa elaborar composições que provoquem um misto de sensações cromáticas vibrantes e chamativas, que estimulem de forma positiva o observador.
36 mariana francisco
Como continuação do trabalho desenvolvido nos dois passados semestres de Tapeçaria, módulos-padrão para impressões têxteis em roupa, neste novo projeto foi-nos pedido que criássemos novos padrões têxteis, com o intuito de estes serem estampados em lenços para senhora. Parti de elementos figurativos resultantes das experiências plásticas do primeiro semestre para criar padrões cromaticamente sugestivos. Depois de um intensivo estudo de cores e padrões, partindo dos 5 elementos figurativos, cheguei ás configurações agora apresentadas. As figuras foram depois desenhadas no linóleo, cortadas e coladas em carimbos de madeira para se fazer a impressão nos tecidos.
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Tapeçaria Contemporânea
37 sara de campos
Lenços para diversas aplicações, onde se destaca a leveza e delicadeza dos padrões que em conjugação com os tecidos escolhidos, o linho e o algodão, potencializam a textura e fluidez dos mesmos. A paleta cromática escolhida, com recorrência, para trabalhos têxteis situa-se entre o preto, rosa e amarelo, que em conjunto criam de algum modo um equilíbrio inusitado.
38 susana gomes
O projeto desenvolvido, lenços de senhora, está relacionado com um outro realizado anteriormente, tendo como finalidade criar e desenvolver padrões para determinados objetos ou peças de vestuário selecionados. Para a criação desta peça de vestuário fez-se primeiramente vários esboços para chegar a um módulo ideal que teve como fonte inspiradora “asas de borboletas”. De seguida, através do módulo escolhido desenvolveu-se vários padrões atrativos. Por fim realizou-se vários estudos de cores, tendo como opção, cores vivas e contrastantes. Pode-se usar em qualquer estação do ano, mas em particular Primavera/Verão.
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Tapeçaria Contemporânea
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Curricula vitae
40 CURRICULA VITAE Ana GONÇALVES DE SOUSA anasousa@fba.ul.pt
Lisboa, 1980. Viveu e estudou em Faro até 1998, aquando da entrada na FBAUL. Licenciada em Artes Plásticas — Pintura (2003), mestre (2007) e doutoranda em Educação Artística da FBAUL. Desde 2002 tem desenvolvido e orientado projetos artísticos e exposições no domínio da tapeçaria contemporânea. Iniciou a carreira como professora de Tapeçaria na Escola Sophia de Mello Breyner, Outurela (200304). Na área têxtil participou como artista e como membro da organização em diversos projetos artísticos com destaque para: ArtLab Next Vision — Tapeçaria Contemporânea (Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, 2012) e ArtLab Futuro — Tapeçaria Contemporânea e ArtLab21 — Tapeçaria Contemporânea (Museu Tapeçaria Portalegre — Guy Fino, Portalegre, 2011 e 2010, respectivamente); Utopia9 (2003), integrada no 2º Simpósio Moda e Têxtil, ESART do IST de Castelo Branco, Cineteatro Avenida, Castelo Branco; O têxtil na Europa: passado, presente e futuro (2002), 1º Encontro da Texere — Textil Education and Research in Europe, Auditório e Cisterna da FBAUL. Bolseira da FCT (2006-11) é, desde 2009, docente e investigadora na FBAUL onde leciona Tapeçaria (Iniciação, Desenvolvimento I e II, Projeto I e II), e unidades curriculares dos Mestrados em Educação Artística e em Ensino das Artes Visuais.
CAROLINA BLATTMAN
carolina_blattmann@hotmail.com
Lisboa, 1989. Frequenta o 4º ano da licenciatura em Belas-Artes Pintura, na FBAUL. Participou na exposição coletiva de Pintura em Cerâmica, na Costa da Caparica, em 2009. Participou nas exposições ArtLab21 Tapeçaria Contemporânea e ArtLab Futuro Tapeçaria Contemporânea, ambas no Museu de Tapeçaria de Portalegre Guy Fino, em 2010 e 2011 respetivamente.
CAROLINA FARIA carolina_faria28@hotmail.com,
Cascais, 1992. Reside em Carcavelos. Concluiu o 12º ano no Colégio Marista de Carcavelos (1997/2010) onde se especializou em Artes. Licenciada em Design de Equipamento pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2010-2013). Actualmente no primeiro ano de Mestrado em Design de Produção Industrial no IADE. Interessada em design, modelação 3D, fotografia, artes plásticas, música, cozinha, literatura e cinema, com grande paixão pelo mundo, não prescinde de viajar, da sua família e dos seus amigos.
CATARINA AMORIM
catarina.amorim.92@gmail.com
Almada, 1992. Completa o curso de Artes Visuais na Escola Secundária Emídio Navarro em Almada, em 2010. No mesmo ano integra a Exposição de Finalistas de Artes Visuais da ESEN, realizada no Fórum Romeu Correia, Almada. Ainda em 2010 ingressa na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, frequentando a Licenciatura em Design de Equipamento. Actualmente encontra-se a frequentar o Mestrado em Design de Equipamento na vertente de Design Urbano e de Interiores. Os seus interesses abrangem o Design e as Artes Plásticas, balançando assim uma prática mais racional a nível académico, com projectos pessoais que estimulem a criatividade e plasticidade.
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CATARINA DANTAS
artlab — Protocolo Experimental
Tapeçaria Contemporânea
catarinadantasart@gmail.com; dcantymp.wix.com/catarina-dantas
Câmara de Lobos, 1991. Completa o secundário no ano de 2010, na Escola Secundária de Francisco Fraco, no Funchal. Ingressa nesse mesmo ano na Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, na Licenciatura em Artes Plásticas, ramo de Pintura. Frequentando, em 2014, o 4º ano em pintura na Faculdade de Belas-Artes na Universidade de Lisboa, inscrita no programa de Almeida Garrett de Mobilidade Nacional. Especialmente interessada na Pintura e na potencialidade da cor e da transparência, o seu trabalho focaliza-se na procura de subtilezas e vibrações resultantes da experiência dos sentidos. Procurando ser mediadora entre a dimensão sensorial e a dimensão da matéria, dando enfâse à exploração das diferentes plasticidades de materiais. Participa em diversas exposições: 2009: Terminal 12, Exposição coletiva, Galeria de Arte Francisco Franco; 2010: Exposição e concurso de fotografia “Agricultura Madeirense”, Galeria Francisco Franco, Funchal; FF-69-12, Exposição coletiva, Galeria de Arte Francisco Franco; 2013: Criarte, exposição e concurso de pintura, Casa da Cultura de Santa Maria Maior, Funchal, obra “sem título”; Partículas, Exposição Individual, Hospital Cuf, Porto; Exposição e concurso de pintura da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto, com a obra intitulada "(A)fundar”; Participação na exposição “Projeções 2013 - O Desenho da FBAUP”, Lugar do Desenho, Fundação Júlio Resende. Prémios: Menção honrosa recebida pela fotografia de participação na Exposição e concurso de fotografia intitulada “Agricultura Madeirense”, Galeria Francisco Franco, Funchal, 2010; Segunda classificação no concurso Criarte 2013, com a obra “sem título”.
CRISTINA VILAS BOAS vilasboasproject@gmail.com
Lisboa, 1967. Estudos secundários na escola Gil Vicente. Curso de Estilismo de Moda, Curso Integrado de Gestão e Vitrinística. Trabalhou na área do Vitrinismo com inúmeras empresas, na área do Algarve. Ingressou em 2008 na licenciatura de pintura da FBAUL. Trabalha na área da instalação, vídeo, performance, escultura, vitral e tapeçaria. Bolseira da Fundação Amadeu Dias pela UL. Exposições coletivas: ArtLab Futuro Tapeçaria Contemporânea (2011) e ArtLab21 Tapeçaria Contemporânea (2010) ambas no Museu Tapeçaria Portalegre Guy Fino, Portalegre; Concurso Ocidente/ Oriente, Galeria da FBAUL (2010); Lugar que o Corpo Ocupa, Galeria da Biblioteca Orlando Ribeiro, Lx (2010); Leilão de Pintura contemporânea e antiguidades, Palácio do Correio Velho, Lx (2004). Exposições individuais: O Voo da Águia, Catedral da Cerveja, Estádio da Luz, (2011-12); No Tempo do Risco, Galeria da Biblioteca Orlando Ribeiro, Lx. (2012); Apresentação do vídeo No Tempo do Risco, Sesimbra Arqueologia 2009; Cósmico Energética, Casa da Morna, Lx (2009); FhengShui, Restaurante Psi, Lx e Casa da Guia, Cascais (2008).
DIANA SEQUEIRA dianaseq@gmail.com
Lisboa, 1993. Em 2011 completa o curso de Artes Visuais na Escola Secundária Leal da Câmara, em Rio de Mouro. Ingressa na Licenciatura de Design de Comunicação da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Em 2014 participa na exposição “Taking a line for a Walk”, da Biennal de Brno, com a peça “Design Scents” (com Sofia Silva). Os seus interesses abrangem áreas bastante distintas. Apesar do curso se relacionar com a bidimensionalidade do papel, a necessidade da tridimensionalidade leva para outras áreas e a fazer combinações entre design e, por exemplo, tapeçaria.
42 CURRICULA VITAE ELISA DE SOUSA
art.fur.elisa@gmail.com www.elisadesousa.weebly.com
Lisboa, 1991. Ingressa na Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Em 2012 expõe individualmente no Barreiro — “Instante Natural”. Em 2013, ganha o prémio de Best Artist Expression no Festival de Veles, Macedonia. Participou em diversas exposições colectivas e publicações como na e-magazine “Art Equilibrium”, sendo presença assídua no evento Galerias Abertas da FBAUL. Influenciada pelo seu interesse na época barroca, concentra a sua investigação e projecto artístico na vertente da natureza-morta, produzindo pinturas e peças têxteis com o intuito de alcançar um sentido pessoal sobre este conceito.
ESTHÉPHANY DONDERIS fannidonderis@gmail.com
FILIPA FLORES
filipa_63@yahoo.com.br
Nasceu e trabalha em Lisboa. Frequenta a licenciatura de Pintura da Faculdade de BelasArtes da Universidade de Lisboa. Curso Oficinas Livres de Interpretação Teatral na Companhia de Teatro Os Satyrus, Curitiba, Brasil, seguido da Certificação Profissional na Categoria de Atriz. Curso de Decoração e Restauro de Mobiliário da Fundação Ricardo Espírito Santo e Silva de Lisboa. Trabalhou como Restauradora de Lacas orientais no Atelier Estoril Restauro. Exposições Colectivas: 2011 — ArtLab FUTURO — Tapeçaria Contemporânea no Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino. 2012 — 12X12, Galeria Travessa; GABA, Galerias Abertas da Belas-Artes, Abril e Outubro; ARTLAB NEXT VISION — Tapeçaria Contemporânea no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior. 2013 — ENCONTROS PRÓXIMOS, ISEG; FACE TO FACE, The transcendence of Arts in China and beyond.
GRACIETA RAMOS
gracieta.ramos@netcabo.pt
Nascida na República Dominicana em 1989. De pai espanhol, vai viver para Valência muito nova. Ali, depois de passar por estúdios de Publicidade e RRPP e Vídeo, finalmente começaria seus estudos em Belas-Artes como opção lógica depois de dedicar todos seus anos na escola a desenhar em qualquer superfície ao seu alcance. Depois de uns anos de interdisciplinariedade e experimentação em diferentes estilos artísticos, vai centrando seu interesse artístico nas formas visuais mais irredutíveis. Dentro desse campo de abstracção, de repetição de linhas e círculos, dentro do quase monocromatismo, encontra-se trabalhando actualmente. Ainda experimentando com diferentes técnicas artísticas segue procurando a expressão com a sobriedade na cor e a simplicidade nas formas.
Moçambique. Licenciatura em Artes Plásticas, variante de Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Mestrado em Museologia e Património, Conservação da Natureza e da Biodiversidade nos Jardins Botânicos. Formação em Regime Especial na FBAUL.
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HUGO FERRÃO hugo.ferrao@fba.ul.pt
Universidade de Lisboa. 2012: Workshop em Domain de Boisbuchet com Matteo Zorzenoni, “Contrast” com o Corning Museum of Glass.
artlab — Protocolo Experimental
Tapeçaria Contemporânea
JOANA GALEGO Maputo, 1954. Professor Universitário-Artista. Doutoramento em Belas-Artes especialidade de Pintura pela Universidade de Lisboa com a tese intitulado: “Pintura como Hipertexto do Visível, Instauração do Tecno-imaginário do Citor” (2007). Equiparação a Doutoramento — Agregação ao 5º Grupo — Pintura como tema “Ciberarte, Imaginário Ciberpunk ou a Implosão do Futuro” (1996). Mestre em Comunicação Educacional Multimédia pela Universidade Aberta com a dissertação intitulada: “Ciberespaço como Matéria do Sonho, Tribos e Territórios Virtuais” (1995). Pós-Graduação em Sociologia do Sagrado e do Pensamento Religioso pela Universidade Nova de Lisboa com o ensaio intitulado: “Madonna della Vittoria, versus Sacra Conversazione — Visibilidade e Legibilidade do Discurso Pictórico” (1992). Licenciado em Artes Plásticas-Pintura pela ESBAL (1985). Professor Associado de Pintura, onde cria as unidades curriculares de Ciberarte e Realidade Virtual, fundador do Centro de Investigação em Ciberarte, e do CIEBA — Centro de Investigação e Estudos em Belas-Artes do qual é o primeiro Director; Investigador Principal da secção de Ciberarte; Presidente do Conselho Científico de 2006-2012, Comissão de Coordenação do Doutoramento da Fac. de Belas-Artes de 2006-2012. Conselheiro da Universidade de Lisboa desde 2011. Cria o conceito de “citor”, investiga e publica nos domínios da ciberarte, cibercultura, hipertexto, realidade virtual e seu impacto na formalização do discurso artístico-pintura.
HUGO SERRA hugo.serra@netcabo.pt
Lisboa, 1992. 2007-2010: Design de Produto na Escola Secundária Artística António Arroio. 2010-2011: Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa. 2011: Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes da
joanaccgalego@gmail.com www.joanagalego.co.vu
Cascais, 1994. Em 2012 completa o curso de Artes Visuais na Escola Secundária Sebastião e Silva, em Oeiras, e ingressa na Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Desde então conta com duas participações nas Galerias Abertas da mesma instituição e com a exposição de alguns dos seus trabalhos na 5ª edição do Festival Internacional Š.U.N.D, na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa. O seu trabalho caracteriza-se por abraçar uma grande variedade de influências, temas e técnicas, pelo que existe uma procura constante de manter uma relação aberta, atenta e receptiva quanto à realidade que o envolve.
JOANA MACHADO
joana.lomelino.machado@gmail.com
Lisboa, 1992. Em 2010 completa o curso de Artes Visuais no Colégio de São João de Brito, em Lisboa. Ingressa na Licenciatura de Design de Comunicação da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Tem como interesses o Design, a Publicidade e a Fotografia. O seu percurso académico, e todo o desenvolvimento projectual, focam-se sobretudo no Design para o quotidiano, procurando destacar o mesmo enquanto ferramenta de comunicação e linguagem visual.
44 CURRICULA VITAE JOANA SALVADOR
joanaleitaosalvador@gmail.com
Lisboa, 1971. Vive e trabalha em Lisboa. Curso Básico de Desenho, Curso avançado em artes plásticas, Curso de Gravura, os três no Centro de Arte e Comunicação Visual, AR,CO, Lisboa; Curso CAI (Centro Artístico Infantil), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1999. Bolsa António Arriga Mardel Correia; Regime livre na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, Iniciação e Desenvolvimento I de Tapeçaria e Estudos Tecnológicos de Cerâmica I e II. Exposições Individuais: “Outras coisas, naturezas mortas e temas românticos”, Galeria 111, Lx,2010; “Viagem à India”, Galeria 111,Lx e Porto, 2007; “Mundos inacabados”, Galeria 111, Lx e Porto, 2005. Galeria 111, Lx e Porto, 2003. Exposições Coletivas: “Arca de Noé”, Centro de Arte Manuel de Brito; Algés, 2011; “Equinócio de verão”, Galeria 111, Lx, 2009; “A volta do papel”, “100 Artistas”, Centro de Arte Manuel de Brito, Algés, 2008; “10 Artistas”, Galeria 111, Porto, 2007; “OUTRA(S)OBRAS”, Galeria111, Lx e Porto, 2006; “Frente a Frente”, Galeria 111, Lx, 2005; “Em redor do papel de Mário Eloy e Isabel Faria”, Galeria 111, Porto; Galeria Espaço Aberto, LX, 2000; Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian, Ponte de Sor, 1999; Exposição Bolseiros do AR.CO, Cordoaria Nacional, Lx; Quinta de S. Miguel, Centro de Arte e Comunicação Visual AR.CO, Almada, 1999 e 1998.
JOANA SOARES
joana_soares12@hotmail.com
Setúbal, 1992. Colégio St.Peter’s School; 2ºAno de Licenciatura do curso de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
JOÃO MARTINS
joaopsmartins93@gmail.com
Lisboa, 1993. Em 2011 completa o curso de Artes Visuais na Escola Secundária de S. João do Estoril, em Cascais, ingressando, nesse ano também, na Licenciatura de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. No terceiro e último ano resolve fazer Tapeçaria como disciplina optativa e encontra alguma coisa que não sabe o quê mas com que se identifica. A metodologia é incerta mas sempre documental do seu percurso. O conceito cresce e alarga-se conforme as vivências, experiências e posteriores reflexões que acabam por resultar nalgum tipo de registo, seja em equipamento, fotografia, que ocupa um enorme espaço, ou neste caso em Tapeçaria. As reflexões caem sobretudo sobre a natureza das coisas, inclusive a própria.
MAFALDA GARCIA
mafaldariocolles@gmail.com
Linda-a-Velha, 1993. Em 2012, concluiu com 17 valores o curso de Produção Artística, na vertente de especialização em Representação Plástica do Espectáculo, da Escola Artística António Arroio. No mesmo ano, participou na criação de figurinos para o espectáculo de ópera para pequenos executantes, "Cinderella", de Peter Maxwell Davies, levada à cena no CCB. Frequentou o curso "A Mulher na Arte", integrado na Escola de Verão 2010 da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo obtido a classificação final de 18 valores. Em 2012 ingressa na Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Em 2013 participa numa exposição colectiva realizada no Hotel NH em Lisboa. Os seus interesses abrangem a Pintura, Escultura e Fotografia. Focando quase sempre o seu trabalho em técnicas mistas como forma de explorar uma fusão de materiais, técnicas e áreas diversas.
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MARIANA FRANCISCO
mariana.nunes.francisco@gmail.com
artlab — Protocolo Experimental
Tapeçaria Contemporânea
Lousã, 1993. 2º ano de Licenciatura de Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa; Curso Academia de Figura Humana da Belas Artes Summer School FBAUL, 2012.
PEPE PEREIRA
pereira.pepe@gmail.com
Nasce em Angola em 1983. Em 1991 mudou com a família para Portugal. Em 2005 completou o ensino secundário, sempre ligado às artes. Em 2011 entra para o curso de Design de Equipamento na FBAUL, sendo finalista em 2014. Em 2014 participa num concurso de fotografia. Tem interesse pelas artes, na fotografia e no desenho, participando em encontros de urban sketchers. Esta é a sua primeira participação numa exposição. O seu trabalho em tapeçaria tenta explorar a estrutura e como jogar com a mesma, introduzindo a teia na trama e misturando-as.
RAQUEL CONTREIRAS
raquelcontreiras@hotmail.com
Lisboa, 1991. Reside em Carcavelos. Obteve o Diploma de 12º ano no Colégio Marista de Carcavelos (2007/10). Foi-lhe atribuído um diploma de mérito escolar, na frequência do 11º ano (2008/09). Certificado na participação no VII Concurso de Expressão Plástica — Olhar Júlio Resende, com o Apoio da Fundação Júlio Resende — O Lugar do Desenho. Frequenta actualmente a licenciatura de Pintura na FBAUL. Voluntária no
Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães. Realizou palestras públicas sobre duas peças em destaque no MCCG, “Retrato do Conde de Subserra” e o “Retrato da Condessa de Subserra e sua filha” de Domenico Pellegrini. Organizou e participou ainda na exposição interventiva “ENTREvenção”, no MCCG. Doadora conjunta do painel de mosaico, intitulada “Homem e Leão” ao Museu Condes de Castro de Guimarães. Tem principal interesse pelas artes plásticas no seu geral, desde a pintura, mosaico, vitral, tapeçaria, passando pela fotografia, literatura, cinema, que se tornam base do desenvolvimento dos seus projectos.
RAQUEL KRUMOV
rakelkrumov@gmail.com
Estudou Pintura na FBAUL, tendo tido um especial interesse pela disciplina de tapeçaria que escolheu como optativa nessa faculdade. Desenvolve o conceito de organicidade primeiramente com a ráfia e o crochet recriando a ideia de preenchimento do espaço circundante, como um elemento vivo e invasor. Participa desde 2010 na exposição coletiva de Tapeçaria Contemporânea no Museu Guy Fino de Portalegre. Desde então tem desenvolvido o conceito, e em paralelo dando workshops na ilha do Pico onde de momento reside, utilizando materiais desde o fio de lã, o cobre, a ráfia e o plástico. Os seus interesses abrangem a recriação da tapeçaria na área do desenho e da Pintura procurando encontrar um fio condutor entre os três.
46 CURRICULA VITAE RAQUEL TAQUELIM D'ALMEIDA
SARA DE CAMPOS
decampossara@gmail.com
misseclof@gmail.com misseclof.wix.com/raquel-de-almeida
Nasceu em Lisboa, a 10 de Junho no ano de 1989, onde viveu até ao início da sua adolescência. Mudou-se com os seus país, e com o seu cão de nome Brocas, para Vila Real de Santo António, onde fez os seus estudos até ao fim do ensino secundário. Posteriormente passou pela Faculdade de Faro e de Évora, sempre na mesma área, Artes Plásticas. No presente frequenta o 4º ano do curso de Pintura, na FBAUL. Participou em diversas exposições coletivas: em 2010 e 2011, nos “ 64 et 65 ème Salons des Artistes du Hurepoix”, Ville de Sainte-Geneviève-des-Bois, Sud Parisien; em 2012, na exposição de Tapeçaria Contemporânea — ”Next Vision” —, no Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior; em 2013, na exposição “18ª Exposição de Artes Plásticas” em Vendas Novas; na exposição “ENTREvenção” no Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, em Cascais. Fez parte do Programa de Erasmus, na Minerva Academy, em Groningen, Holanda, desenvolveu vários projetos no âmbito da Pintura, Cerâmica, Escultura e Tapeçaria. Atualmente encontra-se a concluir o último ano na FBAUL, tendo pela frente diversos projetos.
RITA CÊPA
ritacepa@gmail.com www.facebook.com/ritacepaart
Lisboa, 1994. 2009-2012: Curso de Artes Visuais na Escola Secundária Amélia Rey Colaço. Exposição colectiva de pintura na Biblioteca Municipal de Algés, em 2012. Frequenta também desde 2012 a licenciatura em Pintura na FBAUL. Actualmente encontra-se a finalizar o segundo ano. Desde 2013 que participa nas exposições colectivas GAB-A (Galerias Abertas das Belas-Artes). O seu trabalho desenvolve-se essencialmente nas áreas de pintura, fotografia e tapeçaria, bem como a combinação e a influência entre as três.
Lisboa, 1989. Frequenta a Licenciatura em Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, desde 2011; Frequenta o curso avançado de Fotografia do Ar.Co desde 2010. Licenciada em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Economia e Gestão em 2012; Curso de piano do Conservatório da Orquestra Metropolitana de Lisboa 2010-2013; Erasmus em Paris na Université Panthéon — Sorbonne I em 2009; Curso oficial básico de Piano, Escola de Nossa Senhora do Cabo, Linda-a-Velha, 2004-2009. Exposições: 2012: Exposição de Fotografia Finalistas N3, Ar.Co, Lisboa 2013: Institute Effect, MUDE — Museu do Design e da Moda, Lisboa.
SÓNIA GODINHO
sonia_a._l._godinho@hotmail.com
Sónia Godinho nasceu em Évora, a 3 de Agosto de 1983. É finalista da licenciatura de Pintura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Fez a sua primeira exposição individual de desenho e pintura no ano de 2007. Entre as exposições colectivas em que participou destacam-se: Tapeçaria contemporânea, Museu de Tapeçaria de Portalegre Guy Fino — ArtLab Futuro, 2011; Exposição de pintura, desenho, fotografia e gravura 12x12, Galeria Travessa, 2012; Exposição/ Concurso Prémio de Pintura Henrique Pousão, Teatro Municipal de Vila Viçosa, 2012; Exposição colectiva 22, Galeria VAAG, 2013, Exposição de pintura, desenho, fotografia e gravura 12x12, Galeria Travessa, 2013. Entre a Pintura, a Fotografia, o Vídeo e a Assemblage, o trabalho que desenvolve (predominantemente performativo e de carácter intimista) é profundamente ligado ao universo feminino e à Mitologia.
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SUSANA CRUZ
susanac1994@hotmail.com
VERA FONSECA vera.b.fonseca@gmail.com
artlab — Protocolo Experimental
Tapeçaria Contemporânea
Lisboa, 1994. Em 2012 completa o curso de Têxteis na Escola Secundária Artística António Arroio, em Lisboa. Ingressa na Licenciatura de Pintura da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa. Em 2011 expõe na Escola Secundária Artística António Arroio em Lisboa. Os seus interesses abrangem a Pintura e a Tapeçaria, bem como a Filosofia. O seu trabalho foca-se na descoberta do que é o ser humano pela arte. Oscila entre o lógico e o emocional, num percurso que é também pessoal.
SUSANA GOMES
susana_ramalho17@hotmail.com
Macau, 1993. Estudou na Escola Portuguesa de Macau até ao 12º ano. Neste momento está a concluir o 2º ano da Licenciatura em Design de Equipamento da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.
Nasceu em Tallinn, Estónia em 1982. Em 2003 muda para Portugal, onde fez desenho e pintura com Vera Bettencourt e em 2008 ingressa na FBAUL optando pela Licenciatura em Pintura. Atualmente é finalista do mesmo curso. 2014: GABA, Faculdade de Belas-Artes de Lisboa; C de…Cores/”Revoluções” — Coletiva de alunos da FBAUL; 11º aniversário “Amplexo a Mário Elias”, Câmara Municipal de Mértola; 2013: XVIII Bienal Artes Plásticas — Festa do “Avante”, Quinta da Atalaia-Amora-Seixal; 2012: GAB-A, Faculdade de Belas-Artes de Universidade de Lisboa; Bologna Children´s Book Fair, Bologna; 2011: XVII Galeria Aberta. Galeria dos Escudeiros, Câmara Municipal de Beja; 2011: Exposição Internacional de Artes Plásticas de Vendas Novas, Auditório Municipal, Centro Cultural de Vendas Novas
ArtLab — Protocolo Experimental Tapeçaria Contemporânea
24 JUL — 30 NOV 2014 Museu da Tapeçaria de Portalegre — Guy Fino
Catálogo —
Exposição —
Organização e edição Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa Tel. [+351] 213 252 108 grp@fba.ul.pt · www.fba.ul.pt
Produção CMP / FBAUL
Coordenação Ana Gonçalves de Sousa* Hugo Ferrão* Design de comunicação Tomás Gouveia* Impressão e acabamento Editorial do Ministério da Educação e Ciência ISBN 978-989-8771-03-2 Dep. legal 378796/14
Rua da Figueira n. 9, 7300-139, Portalegre, Portugal
Coordenação Adelaide M. Teixeira** Ana Gonçalves de Sousa* Hugo Ferrão* Paula Fernandes** Pedro Barbas** Montagem Carolina Baert** Catarina Dantas* Elsa Quintino** Hélder Faria** Hugo Ferrão* Hugo Serra* Joana Soares* João M. Gonçalves** Joaquim M. Vicente** Jorge Alcântara** Maria José Afonso** Mariana Francisco* Paula Fernandes** Sara de Campos* Sónia Godinho* Susana Gomes* Relações públicas Isabel Nunes*
© dos textos e das fotografias, os autores. © FBAUL, 2014.
*Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa; **Museu da Tapeçaria de Portalegre Guy Fino Lisboa, 2014
FBAUL
TAPEÇARIA CONTEMPORÂNEA