404
Mais vale saber…
Mercúrio… um elemento perigoso! 80
Hg
Mercúrio
ABC dos Cientistas
Paracelso “Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio.”
Paracelso (1493-1541) foi um médico, filósofo, alquimista iatroquímico e astrólogo nascido em Eisnsiedeln, na Suíça, que revolucionou a medicina do seu tempo ao antecipar a homeopatia e o uso da química no tratamento médico. É dele a frase: “Todas as substâncias são venenos, não existe nada que não seja veneno. Somente a dose correta diferencia o veneno do remédio.” A partir desta frase percebe-se habilidade do médico alquimista em estipular doses precisas de medicamentos para a cura de doenças. Paracelso foi o percursor da Iatroquimica, reconhecida como um conjunto de ideias que explicavam o funcionamento do corpo humano e as doenças segundo processos químicos. Neste contexto, a principal inovação desta escola foi a introdução de compostos químicos no tratamento de doenças. Paracelso revelou que os elementos químicos como o zinco, ferro e manganês, poderiam estar presentes no nosso corpo. Foi a partir daí que o alquimista propôs uma relação entre os minerais e os metais com o bem-estar do homem. Filho de um conceituado médico, Wilhelm von Hohenheim, iniciou seus estudos em Villach. Mais tarde foi viver em Würzburg, na Alemanha, onde se tornou discípulo de Tritêmio, um abade dedicado à alquimia e ao ocultismo. Em 1515 deixou Würzburg e iniciou uma verdadeira peregrinação de estudos e práticas de medicina cirúrgica e de química pela Europa. Formou-se em medicina em Viena, doutorou-se em Ferrara e adotou o nome de Paracelso, que significa superior a Celso (Cornélio Celso, famoso médico romano do século I). Inovador e criativo, viajou por quase toda a Europa e pelo Oriente, sempre acompanhado por um séquito de discípulos, exercendo a profissão de cidade em cidade. Serviu como cirurgião militar na Guerra dos países Baixos em 1518 e, em 1526, regressou à Alemanha, exercendo medicina em Estrasburgo, Tübingen
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
e Friburgo. Introduziu um novo conceito de doença para a medicina, aplicou o método experimental e introduziu o ópio, o mercúrio, o óxido de zinco e outros preparados químicos na terapêutica. Produziu o primeiro manual de cirurgia, Die kleine chirurgia em 1528. Com a publicação do Die grosse Wundartzney, em 1536, ganhou fama e riqueza. Fez a melhor descrição até então registrada da sífilis e assegurou que a doença podia ser curada com doses de mercúrio (1530). Descobriu ainda que a doença dos mineiros era silicose e não castigo divino, como se acreditava, e enunciou alguns dos princípios que seriam resgatados no século XIX por Hahnemann, fundador da homeopatia. O seu comportamento avesso à corporação de médicos e boticários custou-lhe muitas hostilidades, ao mesmo tempo que seu prestígio crescia devido à sua indiscutível competência. Proclamou, enquanto professor e médico oficial da Basiléia, a extinção dos princípios e das teorias de Hipócrates, de Galeno e dos médicos árabes por considerá-los ultrapassados, queimando os seus tratados em praça pública. Chegou a ser encarcerado em Nordlinger, na Alemanha, como embusteiro. Paracelso foi considerado o idealizador da farmacologia moderna e também da homeopatia. Em sua obra Paramirum destacou a importância da observação clínica do paciente. Sua maior virtude foi utilizar seus conhecimentos de alquimia para criar medicamentos e não para transformação de metais em ouro. Envaidecido pelo sucesso, afirmou estar de posse da panaceia universal e morreu demente, no hospital-convento de Saint-Etienne, Salzburgo, Áustria. Deixou várias obras publicadas e deu aos medicamentos minerais uma importância que dantes não tinham.
O mercúrio é um elemento metálico que se encontra presente no ambiente. Existe em três formas - mercúrio metálico, compostos inorgânicos de mercúrio e compostos orgânicos de mercúrio - as quais apresentam diferentes propriedades, usos e toxicidades. O mercúrio metálico é um líquido à temperatura ambiente e é usado em termómetros, amálgamas odontológicas, lâmpadas fluorescentes, interruptores elétricos, mineração e em alguns processos industriais. Os compostos inorgânicos de mercúrio (quando o mercúrio se combina com outros elementos, tais como enxofre e oxigénio) podem ocorrer naturalmente no ambiente e são usados em alguns processos industriais e na produção de outras substâncias químicas. Por exemplo, o cloreto mercuroso, designado calomelano, foi utilizado como purgativo e vermífugo; e o fulminato de mercúrio foi usado como detonador em explosivos. Quando o mercúrio se combina com carbono resultam os compostos orgânicos de mercúrio que são os mais importantes sob o ponto de vista toxicológico. O mercúrio não é comum na crosta terrestre e a sua libertação ocorre por processos naturais, tais como erosão e atividade vulcânica, e mineração. As atividades antropogénicas são as principais fontes de contaminação do ambiente. Uma vez libertado, o mercúrio permanece no ambiente, onde assume diversas formas químicas. As emissões para o ar ocorrem principalmente na forma de mercúrio metálico, que é muito estável e pode permanecer na atmosfera por muito tempo, possibilitando o seu transporte a longas distâncias. A exposição ao mercúrio pode ocorrer em ambientes ocupacionais. Por exemplo, pode ocorrer por inalação de vapores de mercúrio metálico em fundições e locais onde houve derramamento ou libertação de mercúrio. A principal via de exposição humana ao mercúrio orgânico é o consumo de pescados (e mamíferos marinhos) contaminados por metilmercúrio - a forma mais tóxica do mercúrio. O consumo de grandes quantidades de metilmercúrio durante semanas ou meses pode causar danos no sistema nervoso, em áreas sensoriais e de coordenação, com o surgimento de formigamento nas extremidades e ao redor da boca, falta de coordenação e diminuição do campo visual. No entanto, os riscos por consumo de pescados e mariscos dependem da quantidade ingerida e dos níveis de mercúrio presentes nos organismos. A inalação de altas concentrações de vapor de mercúrio metálico pode causar rápido dano aos pulmões, enquanto a inalação crónica de baixas concentrações pode produzir distúrbios neurológicos, problemas de memória, erupções cutâneas e insuficiência renal. A ingestão de grandes quantidades de determinados compostos inorgânicos de mercúrio pode produzir irritação e corrosão no sistema digestivo.
Biodiversus Papoila
Nome vulgar: Papoila Nome científico: Papaver rhoeas A família Papaveraceae inclui várias espécies de papoilas mas apenas um pequeno número cresce espontaneamente em Portugal. É o caso da espécie Papaver rhoeas, originária do Mediterrâneo Oriental e que parece ter sido introduzida na Europa com a cultura de cereais, encontrando-se agora distribuída praticamente por todo o hemisfério norte. A papoila é uma planta herbácea, anual, coberta de pelos compridos e rígidos, mas não muito densos. Os caules são eretos e estão cobertos com alguns ramos. As folhas, bastante recortadas, são compostas por vários segmentos grosseiramente dentados que terminam numa ponta aguda, sendo que o segmento terminal é geralmente maior que os laterais. As flores são grandes e solitárias, com 4 pétalas vermelhas, arredondadas, vulgarmente manchadas de negro na base. Os filetes são purpúreos e as anteras azuladas. O fruto é uma cápsula globosa, mais ou menos estriada e sem pelos. O principal uso terapêutico da papoila é como calmante, especialmente a nível bronquial. As pétalas da papoila possuem propriedades corantes sendo usadas para dar cor a tisanas, medicamentos e certos vinhos. De todas as espécies de papoilas, apenas a Papaver somniferum é utilizada para a produção de ópio, a partir do qual se obtêm várias substâncias opiáceas.
Conto de Natal “Onde eu moro não neva” no próximo “Domingo de manhã na barriga do caracol” As histórias com ciência do “Domingo de manhã na barriga do caracol” estão de regresso já no próximo domingo, dia 21 de dezembro. A nova história é um conto de Natal, que tem como título “Onde eu moro não neva”, e dará a conhecer às crianças o processo de cristalização. A atividade tem início às 11h00, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, e destina-se a crianças dos 3 aos 8 anos. O bilhete é de 5€ por criança, sendo a entrada gratuita para um adulto acompanhante. A mesma história está agendada para o domingo, dia 11 de janeiro, no mesmo horário. As inscrições podem ser feitas através dos seguintes contactos: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.
Ciência na Agenda 18 e 19 dezembro (9h00>17h45) – Férias de Natal com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 21 dezembro e 11 janeiro (11h00) – Domingo de manhã na barriga do caracol – “Onde eu moro não neva”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 18 janeiro (11h00) – Pai, vou ao espaço e já volto! – “A exploração do espaço”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. 25 janeiro (11h00) - Clube do Cientista – “Saber em gel”, no Aveiro Shopping Center.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2013