Laboração continua

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Cronógrafo

A Conferência de Paris… e depois? O Acordo de Paris A Conferência sobre Alterações Climáticas das Nações Unidas 2015 (COP21) decorreu entre 30 de novembro e 12 de dezembro de 2015 em Paris. O principal objetivo desta conferência culminou num acordo internacional sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa a implementar até 2020. Espera-se que estas reduções venham a limitar a +1.5 ºC o aumento da temperatura média global à superfície da Terra em 2100 relativamente ao seu valor na era pré-industrial. Este valor é inferior aos +2 ºC que a comunidade científica refere representar um aumento acima do qual ocorrerão alterações irreversíveis no Sistema Climático e uma dependência maior e longa de tecnologias de mitigação como a bioenergia e a captura/armazenamento de carbono. Convém recordar que, atualmente, a temperatura já aumentou 1 ºC relativamente à era pré-industrial. Pouco antes desta conferência, 146 países apresentaram propostas de redução de emissões que, feitos os cálculos, limitam o aumento de temperatura a +2.7 ºC valor superior ao pretendido. Muitas das propostas de países mais pobres requerem financiamentos externos consideráveis para se atingirem os objetivos. Embora não tenham sido estabelecidas metas concretas de execução, uma das críticas dos cientistas, ficaram definidos os mecanismos que irão controlar o cumprimento deste acordo que prevê que se atinja o pico de emissões de gases com efeito de estufa com a maior brevidade e que, até 2020, os países comuniquem, os seus planos estratégicos de redução de gases com efeito de estufa até 2050 e a longo prazo.

A Ciência das Alterações Climáticas O ciclo de produção/destruição de gases com efeito de estufa é complexo e envolve contribuições naturais

e humanas. Vários processos de retroação entre as várias componentes do sistema climático resultam numa relação complexa entre as emissões de gases com efeito de estufa de origem humana, a concentração desses gases na atmosfera e a consequente variação da temperatura do ar próximo da superfície da Terra (e outras alterações climáticas). A resposta da temperatura a alterações das emissões também não é imediata mas sim retardada. Desta forma, a alteração climática que se observa atualmente não resulta das emissões atuais, mas sim do histórico de emissões desde o início da revolução industrial. Conclusão: ‘o mal está feito’! Independentemente das nossas ações atuais no sentido de reduzir (realisticamente) emissões, a concentração atmosférica de gases com efeito de estufa irá aumentar durante as próximas décadas e alterações climáticas ir-se-ão fazer sentir durante um período mais longo. As nossas ações imediatas poderão, sim, atenuar essas tendências e invertê-las num horizonte temporal menor do que o previsto se nada for feito mas que, mesmo assim, será de muitas décadas. A estimativa de alterações climáticas futuras são obtidas com recurso a modelos numéricos cujas equações matemáticas representam os processos físicos, químicos e biológicos do Sistema Climático. São o único instrumento disponível para estudar alterações do clima no futuro e baseiam-se em cenários de evolução do Sistema Climático, particularmente na evolução das sociedades e nas emissões de gases com efeito de estufa por elas produzidas. Não é fácil de perceber que estes cenários têm alguma subjetividade e, por isso, constituem uma fonte de incerteza nas simulações destes modelos. O conhecimento científico atual representado nestes modelos não é completo. Há fenómenos que são representados de forma aproximada e outros que não estão representados por desconhecimento científico. Entre outras, uma das maiores lacunas de conhecimento científico tem

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a ver com a representação das nuvens nos atuais modelos de clima. Infelizmente, a inovação científica incluída recentemente nestes modelos tem-se traduzido em simulações de cenários climáticos futuros ainda mais gravosos do que os inicialmente previstos e que constituem a premissa da Conferência de Paris. Por exemplo, em outubro passado foi descoberto que o permafrost (solo permanentemente gelado) sobretudo no Ártico está a aquecer a uma taxa muito superior ao previsto inicialmente, colocando em exposição o solo que liberta quantidades consideráveis de metano, um gás com efeito de estufa. As medidas de adaptação e mitigação de alterações climáticas assentam, portanto, em conhecimento científico fundamental sobre os fenómenos que ocorrem no Sistema Climático. Um artigo recente na revista ‘Nature’ (http://www.nature.com/news/climatologists-to-phy sicists-your-planet-needs-you-1.17270) refere a grande necessidade de atrair físicos e matemáticos talentosos para ajudar a resolver mistérios cruciais na simulação do clima e, potencialmente, salvar o planeta. Ciências do Clima na Universidade de Aveiro O Departamento de Física oferece os seguintes cursos que abordam os fundamentos científicos das Ciências do Clima, nomeadamente: A licenciatura em Meteorologia, Oceanografia e Geofísica; O mestrado em Meteorologia e Oceanografia Física; A investigação nestas áreas é realizada no Centro de Estudos do Ambiente e Do Mar da Universidade de Aveiro, um Laboratório Associado recentemente classificado como excelente. Alfredo Rocha Departamento de Física e Centro de Estudos do Ambiente e do Mar Universidade de Aveiro

Exercício de escrita criativa

CLUBE DO CIENTISTA AVEIRO SHOPPING CENTER

Uso obrigatório de termo científico

por Philippe Alès

A Ciência das Alterações Climáticas

Quem não sabe, inventa

Nome: Carro eletrico Data de Nascimento: 1800 Nacionalidade: não definido Inventor: não definido

Anúncio a carro elétrico de 1912.

Hoje em dia fala-se muito em veículos elétricos, no entanto estes não são recentes, ao contrário do que se possa pensar. Os primeiros veículos elétricos foram desenvolvidos em França e Inglaterra, nos finais da primeira década do séc. XIX. Por volta de 1842, foram inventados, pelo americano Thomas Davenport e o escocês Robert Davidson, veículos elétricos mais práticos e mais bem-sucedidos. Ambos os inventores foram os primeiros a usar pilhas elétricas não-recarregáveis. Em 1881 as melhorias nas baterias, em relação à capacidade de armazenamento, abriram caminho para que os veículos elétricos florescessem. Em 1900, 28% de todos os carros nos Estados Unidos eram elétricos. Eram silenciosos, fácies de conduzir e não emitiam poluentes com mau cheiro, como os outros carros da época. Por estas razões, estes carros rapidamente tornaram-se populares entre os residentes das cidades, sobretudo entre as mulheres. Eram perfeitos para viagens curtas dentro da cidade. Contudo, pouco depois desse pico de popularidade, caíram em declínio devido à introdução do Modelo T, por Henry Ford, com motor de combustão, tornando os automóveis acessíveis às massas. Em 1920, o carro elétrico tinha praticamente desaparecido, e substituído por carros que iam mais longe, mais rápidos e com mais potência. Apesar de terem sempre estado, tecnologicamente, bem à frente em termos de eficiência, os carros elétricos tinham problemas de autonomia, do tempo de carregamento e do preço das baterias. No entanto, hoje em dia há vários fatores que estão a tornar o veículo elétrico cada vez mais uma solução de mobilidade viável. Por um lado a evolução tecnológica ao nível das baterias, com tempos de carga menores, maior autonomia, maior potência, etc. Por outro um preço cada vez mais competitivo, principalmente quando se analisa os custos de km percorridos, além de ser a única solução 100% zero-emissões em utilização. Zero emissões de ruídos, zero emissões de gases efeito de estufa e zero emissões de poluentes.

É impossível passear de carro com os 78 anos tão surdinhos da minha mãe. Verdadeiramente impossível. Não ouvindo bem, torna qualquer pequena viagem na maior das insanidades. Este ano, a caminho do Natal em casa do Zé, na autoestrada, eu disse: - Oh, que lindo oleandro ali estava no separador central! Viu, mãe? - Ouvi, não sou surda. Estás a falar do Leandro. Mas lindo?! …Valha-te Deus, filha! Se aquilo é lindo… Tão feio e magrito. - Ai?! Era lindo e grande e forte! Com certeza não reparou bem, mãe… - Homessa, ver ainda vejo! Tomaras tu ter os meus olhos… E branco como a cera, parece que morreu e se esqueceu de avisar. - Oh…Francamente, mãe… Branco-neve impressionante! O Oleandro é reconhecido como ornamental, de tão bonito que é! E é útil. Cultiva-se para absorver gases poluidores: este loureiro. - Ahn?! A Dores Loureiro quê? - “Dores Loureiro”?!?…”Este loureiro”, disse eu, “absorve gases poluidores”. Limpa o ar de gases que afetam o clima, a saúde, o ambiente! É útil e lindo. A mãe implicou e pronto. Se me disser que a incomoda ser muito tóxico, que não gosta da família do arbusto… - Enganas-te, vês? Do Augusto e dos filhos até gosto e muito! Rico moço… Tu confunde-los, é o que é. - Está bem, mãe. Confundo, sim.

Ainda não és sócio do melhor Clube de Cientistas do mundo??? Está no Aveiro Shopping Center! Participa nas atividades disponíveis, um domingo por mês, e carimba a tua experiência divertida no Cartão do Cientista que recebes!

03 JANEIRO’16 11H00>12H00 banho de bolhas 07 FEVEREIRO ’16 | laboratório de plasticina 06 MARÇO ’16 | branco é…galinha o põe 03 ABRIL ’16 | a história vai ao clube Público-alvo crianças a partir dos 6 anos Entrada gratuita sem necessidade de marcação Informações 234 427 053 | fccv@ua.pt Local Aveiro Shopping Center, loja 10/11 Estrada da Taboeira, 3800 - 265 Aveiro (Shopping do Continente)

por Evaldo Heber

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BI dos objetos

Ciência na Agenda PS: O oleandro (Nerium oleander) ou loendro, aloendro, loandro-da-índia, loureiro-rosa, entre outros nomes, é uma planta da família Apocynaceae. De flores brancas, róseas ou vermelhas, constitui um arbusto decorativo, perene, grande (pode atingir até 5 m de altura) e muito resistente: é capaz de florir em qualquer tipo de solo, sendo também tolerante à seca, ao frio, a locais expostos ao sol e a ventos marítimos. Além disso, consegue absorver a poluição. Por isso é colocado em cidades muito poluídas e é muito visto nas autoestradas. São altamente tóxicas as folhas, caules e flores desta planta muito comum em Portugal e no Brasil, originária do norte de África, do leste do Mediterrâneo e do sul da Ásia.

03 jan

11h00 Clube do Cientista – “Banho de bolhas”, no Aveiro Center.

03 jan

11h00 Domingo de manhã na barriga do caracol –

20 jan

18h00 “Para Que Serve a Felicidade?” com

24 jan

11h00 Pai, vou ao espaço e já volto! – “A conquista

até

24 jan

“Obrigado, Camião Azul!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fernando Alvim e Valter Hugo Mãe, no Teatro Aveirense. do espaço”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Exposição “Rosetta no rasto do cometa”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2015


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