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ABC dos Cientistas porpor Aaron por Luis NIAID Burden Llerena
Robert Koch (1843-1910)
Combater o ressurgimento da Tuberculose
Hoje, dia 24 de março, comemora-se o Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose que tem como objetivo sensibilizar a sociedade civil para os fatores de risco e prevenção desta doença. Neste sentido, apresentamos alguma informação sobre investigação realizada no âmbito desta doença e um pouco da história do cientista que, a 24 de março de 1882, anunciou a identificação do bacilo causador da tuberculose.
Uma equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Nuno Empadinhas, descobriu a função de um gene essencial da bactéria responsável pela tuberculose, a doença infeciosa mais fatal da história da Humanidade. A investigação desvenda, pela primeira vez, a função de uma enzima envolvida na produção de um tipo de redes em forma de espiral, que participam no transporte interno de “blocos” para construção da parede robusta destas bactérias (as micobactérias), a principal “linha de defesa” contra o ataque do sistema imunitário e uma barreira eficaz contra antibióticos convencionais. A enzima incorpora uma “âncora” estabilizadora naquelas redes transportadoras. O líder do estudo, publicado na revista “Scientific Reports” (http://www.nature.com/articles/srep13610), esclarece que “por ser essencial, esta enzima é um alvo terapêutico potencial. Logo, decifrar a sua função na construção daquelas redes vitais exclusivas das micobactérias, permitirá criar compostos para a bloquear seletivamente e o transporte dos “tijolos”, impedindo a formação da parede, sem a qual não sobreviverão. Esses compostos poderão ser antibióticos muito específicos contra a tuberculose.”
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A descoberta surge num momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforça o alerta para uma iminente co-pandemia tuberculose-diabetes, consequência do aumento global na incidência de diabetes, doença crónica que enfraquece o sistema imunitário e facilita a infeção. O investigador relembra “lições da pandemia HIV-SIDA, que ao “desligar” o sistema imunitário dos pacientes, potenciou um novo alastramento de tuberculose, que em muitos casos acumulou novas resistências aos antibióticos em uso há décadas. O envelhecimento da população constitui outro fator de risco preocupante.” O estudo, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pela fundação japonesa Mizutani Foundation for Glycoscience, teve como primeira autora a investigadora do CNC Ana Maranha e contou com a colaboração de investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica, em Oeiras, do Instituto de Biologia Molecular e Celular, no Porto, e da Universidade de Guelph (Canadá). Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa - Universidade de Coimbra) Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Heinrich Hermann Robert Koch nasceu a 11 de dezembro de 1843 em Clausthal, na Alemanha. Filho de Mathilde e Hermann Koch, um engenheiro de minas, Robert Koch muito cedo mostrou uma inteligência fora do comum ao aprender a ler sozinho com apenas cinco anos de idade. Estudou medicina, na Universidade de Gotinga, Alemanha, tendo concluído o curso em 1866, com distinção e louvor. Após terminar o curso, Koch foi médico de clínica geral em diversas localidades alemãs e voluntariou-se para servir como cirurgião na guerra Franco-Prussiana, de 1870 até 1872. No final da guerra e até 1880, estabeleceu-se como médico em Wollstein, onde realizou, em simultâneo, a maior parte da sua investigação. Robert participou na descoberta e identificação de muitas bactérias, mas os seus estudos mais notáveis foram sobre o carbúnculo e a tuberculose. Este médico descobriu o agente bacteriano causador do carbúnculo e descreveu, pela primeira vez, como a transmissão da doença se dá através dos esporos – este foi seu primeiro grande trabalho científico, publicado em 1876. Em 1880, Robert Koch foi nomeado membro do Departamento de Saúde Imperial de Berlim e foi aí que teve a oportunidade de desenvolver novas técnicas de culturas bacteriológicas. Em 1882, utilizou essas novas técnicas e métodos de coloração inovadores para isolar e identificar o agente etiológico da tuberculose, Mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch. Tentou desenvolver uma cura para a doença, considerada a mais mortífera dessa época, utilizando bacilos tuberculosos mortos, mas não teve o sucesso esperado. No entanto, os seus estudos permitiram o desenvolvimento do teste tuberculínico, ou prova tuberculínica, utilizado, ainda hoje, na deteção da doença. Ao longo da sua investigação, este médico desenvolveu os postulados de Koch, um conjunto de medidas ou ações que devem ser feitas para que um organismo seja considerado a causa de uma doença. Com estes postulados, conseguiu sistematizar a pesquisa e identificação de doenças provocadas por bactérias. Em 1905, Robert Koch foi contemplado com o Prémio Nobel da fisiologia ou medicina pelas suas contribuições na área da microbiologia. Koch faleceu a 27 de maio de 1910 em Baden-Baden, Alemanha, vítima de um ataque cardíaco.
Moléculas Sensacionais Episódio 21: Capsaícina
No episódio de hoje vamos iniciar uma série especial de moléculas sensacionais: moléculas que induzem falsas sensações, ou seja, que nos enganam através dos sentidos! E a primeira molécula sensacional desta série é uma molécula picante! Aliás, só o nome já nos morde a língua: é a Capsaícina. A Capsaícina é o composto químico responsável pelo sabor picante das pimentas ou malaguetas, também conhecidas como piripíri ou gindungo. Mas se arde na língua… porque é que nós gostamos disso? A espécie humana usa a Capsaícina – e as especiarias em geral – há vários milhares de anos, pelo que a explicação mais provável é que o seu consumo se destinava a combater as bactérias nocivas nos alimentos perecíveis. Certamente, mais valia comer comida picante do que sofrer as consequências das toxinas em alimentos estragados. Mas o mais interessante desta história é que a Capsaícina não queima, nem pica… apenas engana o nosso cérebro! A sensação de queimadura picante é produzida por ação direta sobre os terminais das células nervosas que detetam a dor e o calor excessivo. A molécula de Capsaícina penetra na pele e liga-se a estes terminais nervosos, o que resulta no envio de um sinal elétrico ao cérebro. Esse é o mesmo sinal que o cérebro recebe quando a célula é exposta a temperaturas elevadas e, portanto, é interpretado da mesma forma: como uma sensação de calor intenso ou queimadura! Portanto, se a língua lhe arde… isso é apenas… sensacional! “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro (programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Ciência na Agenda
28 mar >
01
09h00 Férias da Páscoa com Ciência, na Fábrica >17h45 Centro Ciência Viva de Aveiro.
abr
31 mar
21h15 Quintas da Ria - “Marketing Territorial – promoção de produtos dos territórios da Ria”, na Biblioteca Municipal de Vagos.
01
19h30 Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência
01
21h30 Conversas com Luz - “Laser - a luz que criou
03
11h00 Clube do cientista – A história vai ao Clube, no
abr
abr
abr
>00h00 Viva de Aveiro.
o mundo moderno”, no Hotel Moliceiro.
PAI, VOU AO ESPAÇO E JÁ VOLTO! 03 ABRIL’16 | 11H00>12H00 ‘PERDIDOS EM MARTE’ Várias sondas foram já lançadas para Marte e robôs com rodas têm explorado a superfície marciana. Contam com instrumentos capazes de perfurar rochas e extrair amostras do solo para a análise da sua composição química. Estes robôs já visitaram vários sítios no planeta vermelho e são as melhores ferramentas que os cientistas têm em Marte. Será que o planeta já teve vida? Que segredo esconde o nosso vizinho marciano? Data domingo, 03 abril ‘16 Horário 11h00>12h00 Local Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Público-alvo 7 aos 12 anos Entrada 5€ Inscrição obrigatória 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt
Aveiro Shopping.
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016