Laboração continua

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473 “Ação Escola SOS Azulejo 2016” em Aveiro O património azulejar português, secular, tem revestido o interior e exterior de edifícios públicos e privados com uma expressividade muito particular, revelando-se como uma indubitável manifestação da cultura portuguesa. É neste contexto que o Azulejo Português prepara neste momento uma candidatura a Património Mundial e é também com um enfoque na preservação deste património que o Projeto SOS Azulejo - coordenado pelo Museu de Polícia Judiciária (MPJ), órgão da Escola de Polícia Judiciária (EPJ) e com várias parcerias institucionais, entre as quais a Universidade de Aveiro - tem desenvolvido a sua intervenção. Um dos pontos altos da intervenção promovida por este projeto em prol da preservação do azulejo é a “Ação Escola SOS Azulejo”, que ocorre todos os anos, com uma ampla participação nacional. Em Aveiro, desde 2015, a participação local neste evento revestiu-se dum cariz especial, pela junção da Universidade de Aveiro, Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e Câmara Municipal de Aveiro, num acontecimento que juntou participantes dos 3 aos 83 anos. Esta celebração do azulejo, promovida pela estreita parceria entre a universidade e a cidade, pretende sensibilizar um público alargado para a especificidade deste revestimento

e a necessidade de preservação dum património muito próprio. As escolas abraçaram este desafio com vivacidade e pela Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro passaram mais de 450 alunos com trabalhos muito diversificados. Na Universidade de Aveiro, o azulejo tem sido tratado de forma carinhosa e diferenciada, com trabalhos no âmbito de várias áreas de conhecimento, tais como Engenharia Civil, Materiais, Matemática e Didática. Atualmente, a Licenciatura em Reabilitação do Património, que abriu no ano letivo 2015/16 e que vai cumprir o seu primeiro ano de funcionamento, promove a preservação do património arquitetónico e tem nas suas unidades curriculares, módulos dedicados à preservação do azulejo e de fachadas azulejares, incorporando este revestimento no seu campo de estudo. Este ano, no dia 4 de maio, para além da já conhecida festa das escolas na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, há que salientar a participação ainda mais alargada da cidade neste programa, com uma exposição no Museu da Cidade e a realização de percursos na cidade. A exposição prevê a mostra de azulejaria local mas também a exibição de materiais e técnicas de produção, desde técnicas artesanais à extremamente atual técnica de impressão 3D…de azulejo. Os percursos, a serem calcorreados

por alunos de escolas locais, estão também abertos ao público, amplificando a possibilidade de participação. O já tradicional Café de Ciência será dedicado a uma conversa sobre azulejo, com convidados muito especiais. O Arquiteto Luís Pedro Silva, estará presente como autor do projeto de arquitetura do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, coberto de azulejos hexagonais que refletem a luz de forma distinta ao longo do dia e das estações do ano; Susana Lainho, conservadora-restauradora, já foi responsável pela preservação de painéis e sistemas decorativos azulejares antigos e modernos; Andreia Hall, docente no Departamento de Matemática da UA, tem promovido a aplicação da matemática à cerâmica em atividades de formação de professores; Teresa Oliveira é uma das responsáveis pelo projeto Mapping Our Tiles que coloca no mapa e de forma interativa o nosso património azulejar. O dia 4 de maio de 2016 será mais um dia de celebração do património azulejar, tão português, e com tanta expressividade na região de Aveiro. Ana Velosa Coordenadora do Projeto SOS Azulejo na Universidade de Aveiro RISCO e Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

PROGRAMA 4 MAIO ’16 | 4ª FEIRA ENTRADA LIVRE Evolução das técnicas de produção de azulejo 9h30>13h00 Feira de Ciência, Artes e Ofícios sobre o tema azulejo. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

›Apresentações

de trabalhos de alunos das escolas/instituições envolvidas.

10h00, 10h45 e 11h30 “Percurso pelas memórias moldadas da cidade” Museu da Cidade de Aveiro*

›Roteiro pelas ruas da cidade para a descoberta da presença da cerâmica no edificado ao longo do tempo.

14h00>18h00 “Aveiro e o Azulejo 2016 – Evolução das técnicas de produção de azulejo” Museu da Cidade de Aveiro

›Exposição que dá especial relevo à evolução das técnicas de produção de azulejo.

17h00>17h40 “Percurso pelas memórias moldadas da cidade” Museu da Cidade de Aveiro+

›Roteiro pelas ruas da cidade para a descoberta da presença da cerâmica no edificado ao longo do tempo.

18h00>19h30 Café de Ciência - “Facetas do azulejo” Edifício da antiga Capitania do Porto de Aveiro

›Painel de convidados: Andreia Hall - Universidade

de Aveiro; Luís Pedro Silva - Arquiteto do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões; Susana Lainho – SELO - Conservação e Restauro, Lda; Teresa Oliveira - Mapping Our Tiles; Ana Velosa Universidade de Aveiro (moderadora).

*Destinado aos alunos envolvidos na “Ação Escola SOS Azulejo 2016”. +Destinado a público geral (maiores de 10 anos) e mediante inscrição prévia.

Foto da semana

A não perder!

No passado domingo realizou-se mais uma sessão da atividade “Pai, vou ao espaço e já volto!”. Pais e filhos embarcaram em mais uma viagem, desta vez até à Estação Espacial Internacional. O que comem os astronautas, o que bebem, como tomam banho ou como dormem foram algumas das questões que tiveram resposta em mais uma conversa animada e esclarecedora com o astrónomo José Matos. A próxima sessão, “Quando éramos peixes” realiza-se a 22 de maio. Não faltes!

Dia 7 de maio, pelas 17h00, na Fábrica, decorrerá um Workshop de Gastronomia Molecular, destinado a público adulto. Resultante de uma parceria entre a Fábrica e a EFTA, este workshop abordará a história e a origem de um doce tradicional, o “Pão de Rala”, bem como a desconstrução deste doce tradicional, recorrendo à gastronomia molecular. Os participantes poderão experimentar algumas técnicas moleculares, tendo ainda a oportunidade de aprender técnicas de empratamento inovadoras. Não perca! mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Quem sabe, sabe | Exercício de Escrita Criativa ›Uso obrigatório de termo científico

Não há como os portugueses para fazerem chacota uns dos outros. Adoramos! Temos um jeito especial! Fazemos chacota de um desconhecido com a mesma naturalidade com que fazemos chacota de uma figura pública, do cunhado, de alguém que não gramamos e de alguém de quem gostamos muito, do vizinho, do patrão, da nossa mãe se for caso disso. Por Cristo, nós fazemos chacota de nós próprios! A “vítima” é-nos indiferente, não fazemos por mal. É assim: dão-nos motivo de chacota, fazemos. Sem o menor constrangimento. Então os nossos amigos ainda parecem ser o alvo mais apetecível: com o apreço legítimo que lhes temos, a nossa chacota ganha uma liberdade sem paralelo. Porque até o visado se ri connosco! É muito bom. Eu exemplifico com casos concretos de malta que se adora: o Mário Raposo é hospitalizado com problemas respiratórios sérios. Pois em vez de assumirmos a gravidade, visitamo-lo fazendo chacota dos furos sem remendo no pulmão, da falta de força para falar (“só se for connosco, porque para certas batas”…), e gargalhamos, que dá saúde! Mais: vamos à Serra, a Sandra não fica nem um segundo na vertical, sempre

em desequilíbrio, rebolada no chão, de nariz no frio; pois em vez de a ajudarmos a levantar, chacoteamos (ela incluída) o dia inteiro da sua adoração pela neve! Vamos à chacota mais requintada: a Marta promete matar e matar-se com facas, de monumentais ciúmes, porque os seus amigos babam, tropeçam, gaguejam, perdem o raciocínio, paralisam por uma tal Janeca, “galinhola” de saltos, calças decoradas, coloridos decotes e muito brilho! A Marta enfurece-se, agiganta o ciúme de metro e meio e ameaça... Eles?! Fazem chacota dela. Pois é então que vem o requinte. Ela atira: “Cacos velhos dum raio! Fiquem a saber que eu prefiro, de longe, ser chacota a “porcelana” daquela!” PS: Chacota é o objeto em cerâmica que resulta de uma cozedura inicial, com duração e temperatura no forno muito específicas. Já tem valor definitivo, apesar de simples, mas se trabalhada depois (mais cozeduras, diferentes processos, outros materiais aplicados), origina novos produtos (como porcelana pintada, decorada e vidrada). A Chacota mais valiosa (feita manualmente) pode ter formas irregulares, pequenas imperfeições, alterações nas dimensões, mas não é menos nobre, pelo contrário, é especialmente apreciada.■

Ciência na Agenda

08 mai

10h00 e/ou

14h30

DÓING – PROGRAMAÇÃO E ROBÓTICA “FAZ TU MESMO!”

29

21h30

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09h30

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19h30

abr

mai

mai

08

>19h30

>00h00

10h00

Conversas com Luz - “Os materiais vistos à luz da Medicina”, com Mª Helena Fernandes, no Hotel Moliceiro. “Ação Escola SOS Azulejo 2016” – Evolução das técnicas de produção de azulejo, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, Museu da Cidade e Edifício da antiga Capitania do Porto de Aveiro. Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

mai

14h30

Dóing – Programação e robótica “Faz tu mesmo!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

13 mai

21h30

Conversas com Luz – “50 Tons de Branco”, no Hotel Moliceiro.

14 mai

15h00

Todos ao ensaio! – “As modernices da música”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

e/ou

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016


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