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O passado dia 1 de junho foi especial, 700 crianças vieram festejar connosco o Dia Mundial da Criança. Destas, 300 exploraram a biodiversidade da Baixa de Stº António, de meias brancas calçadas e lupas em punho, na atividade “Meias com Ciência – Um mundo aos teus pés”. Uma grande iniciativa realizada nesse dia nos 20 Centros Ciência Viva do país.
“Ambiente p’ra Conversa” é o novo ciclo de palestras organizado em parceria pela Fábrica e pelo Departamento de Ambiente e Ordenamento da UA, que tem como objetivo abordar as alterações climáticas e o ambiente sob várias perspetivas e olhares, desde o científico, ao religioso e ao político. De junho a setembro decorrerão três sessões, onde o tema será abordado por convidados especialistas em diversas áreas. A primeira sessão – “Cimeira do Clima… E depois?” - acontece dia 16 de junho, pelas 21h30, na Fábrica.
O que é que uma pessoa comum deveria saber, quer saber ou realmente sabe sobre os Oceanos? Nos EUA, o esforço concertado de várias instituições resultou na redação de um guia para educadores onde são definidos princípios essenciais e conceitos fundamentais para a literacia dos oceanos (www.oceanliteracy.net) e as linhas orientadoras para os vários níveis de ensino. Já na Europa a diversidade cultural prevalecente parece dificultar um consenso sobre “O que uma pessoa comum deve saber sobre os oceanos?”. Apesar das repetidas manifestações de preocupação com a proteção e saúde dos Oceanos, não foi ainda implementado na União Europeia um plano coerente para a promoção da literacia dos Oceanos. OS 7 PRINCÍPIOS DA LITERACIA OS OCEANOS ›Os Oceanos são um sistema único e finito, constituído por estruturas diversas mas conectadas. ›A Terra e as suas estruturas são moduladas pelos oceanos e pela atividade dos organismos marinhos. ›Os Oceanos têm uma influência crucial no clima. ›Os oceanos foram os responsáveis por tornar a Terra habitável. ›Os oceanos sustentam uma grande diversidade de organismos e de ecossistemas. ›Os oceanos e as pessoas estão indissociavelmente interligados. ›O conhecimento sobre os Oceanos permanece largamente insuficiente.
A aparente ignorância da pessoa comum sobre os oceanos, e em particular sobre as suas regiões mais profundas e remotas, não diminui, pelo contrário até aumenta o fascínio pelo desconhecido. Há vários séculos que os mistérios das profundezas inspiram obras de arte e de literatura e captam a atenção do público através de vários media. Os avanços tecnológicos e científicos recentes têm facilitado o acesso mesmo às regiões mais remotas e às criaturas mais bizarras dos Oceanos, contribuindo para aumentar consideravelmente o nível científico de documentários (ex., “Blue Planet” narrado por David Attenborough ou “Deepsea Challenge” com o realizador James Cameron) e outra informação veiculada pela indústria do entretenimento e outros meios de comunicação. São agora oferecidos novos modos de explorar conteúdos científicos e até de interagir com organismos e ambientes pouco conhecidos, desafiando o público a descobrir as últimas fonteiras do planeta azul. Os projetos educativos e de proximidade com a comunidade em museus, oceanários ou centros de ciência, são particularmente relevantes para o envolvimento e participação ativa do público. Também há já projetos científicos com componentes de divulgação e proximidade que permitem, via internet, o acompanhamento em tempo real das atividades realizadas durante campanhas
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
oceanográficas (ex., The Ocean Exploration Trust www.nautiluslive.org) ou em observatórios submarinos (ex., Ocean Networks Canada www.oceannetworks.ca). Os projetos Cidadãos na Ciência constituem um envolvimento ainda maior do público. Aqui, o poder participativo dos cidadãos é alargado à colaboração na recolha de dados e observações científicas estimulando a motivação para o conhecimento, a responsabilização e a sensibilização para a conservação. Num contexto de alterações cada vez mais rápidas e globais dos ecossistemas marinhos, com potencial para afetar profundamente as populações humanas, a mobilização do público para a compreensão das conexões vitais entre os Oceanos e as pessoas é extremamente importante. A Literacia dos Oceanos é portanto imperativa porque, mais tarde ou mais cedo, será necessário tomar decisões informadas e responsáveis sobre os Oceanos e fazer face aos desafios de uma economia direcionada para a exploração dos recursos que estes nos oferecem. Marina Ribeiro da Cunha Departamento de Biologia & CESAM Universidade de Aveiro "Este texto é baseado na contribuição da autora para a publicação "Delving Deeper", European Marine Board, 2015."
mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Biodiversus | Sardinha por H. Gervais
Em contraste com a vastidão dos Oceanos, os conteúdos relacionados com o mar estão parcamente representados nos curricula escolares da maior parte dos países europeus (Portugal incluído) e o público em geral tem um conhecimento bastante limitado sobre a relevância deste sistema fundamental para o suporte da vida na Terra. A literacia dos Oceanos pode ser definida como o conhecimento mínimo necessário para podermos compreender não só a influência dos oceanos no nosso dia a dia, mas também os potenciais impactos das atividades humanas na saúde e funcionamento deste ecossistema. Uma comunidade mais preparada deverá desenvolver com os Oceanos uma relação intima e respeitadora, ter uma perceção esclarecida sobre a necessidade de políticas de sustentabilidade suportadas por conhecimento científico robusto, e subsequentemente estar predisposta para apoiar o investimento nas ciências e tecnologias do mar. Não é portanto de estranhar que esta seja uma prioridade da recente Declaração de Roma (Definição de uma visão para a ciência dos mares e oceanos: Impacto, liderança mundial e crescimento azul sustentável para a Europa, Roma 2014) que clama especificamente por um apoio sustentado à literacia dos oceanos, melhores práticas na comunicação da ciência e iniciativas de integração dos cidadãos na ciência.
Nome vulgar: Sardinha Nome científico: Sardina pilchardus A Sardina pilchardus é das principais espécies de pescado do mar de Portugal e é das que tem maior interesse económico. A sardinha tem um corpo alongado coberto de escamas, com uma cor azul-prateada mais escura no dorso do que nas partes laterais e ventre onde apresenta uma cor mais clara e prateada. É encontrada no Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo, onde habita na coluna de água em zonas costeiras de 25 a 100 metros de profundidade. Distribui-se ao longo de toda a plataforma continental portuguesa, sendo que a sua abundância decresce de norte para sul. Efetua migrações em grandes cardumes que durante o dia se protegem dos predadores em águas mais profundas e à noite sobem para águas mais superficiais para se alimentarem de algas e pequenos crustáceos. A sardinha acumula gordura desde o
final da primavera até meados do outono para crescer e sobretudo para ter energia para a reprodução. Esta gordura, rica em ácidos gordos polinsaturados, acumula-se no músculo e em redor das vísceras e confere-lhe o paladar típico apreciado pelos consumidores. Reproduz-se de outubro a abril, altura em que é mais magra, e a fêmea pode desovar 50 000 a 60 000 óvulos. A sardinha é o peixe mais popular das festas e arraiais de verão, e é também a principal espécie usada na indústria conserveira portuguesa, que absorve quase metade das capturas da frota nacional. Dada a redução do stock ibérico deste peixe, o Conselho Internacional para a Exploração dos Mares (ICES) recomendou uma redução de 90% na pesca da sardinha em 2016, que permita a futura recuperação da espécie. A sardinha tem um papel importante no ecossistema porque constitui a principal presa de várias espécies de golfinhos, de aves marinhas e peixes.■
Ciência na Agenda
27 08 jun
jul
09h00 >17h45
FÉRIAS DE VERÃO COM CIÊNCIA
12 jun
10h00 e/ou
Dóing – Programação e robótica “Faz tu mesmo!”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
16
21h30
Ambiente p’ra Conversa – “Cimeira do Clima… e depois?”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
17
21h30
Conversas com Luz – “Da retina à película: a luz na astronomia”, com Vítor Bonifácio, no Hotel Moliceiro.
19 jun
11h00
Clube do Cientista – “Solstício de Verão”, no Aveiro Center.
25 jun
15h00
Todos ao Ensaio! - Tudo em harmonia, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
26 jun
11h00
Domingo de manhã na barriga do caracol, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
jun
jun
14h30
27 08 jun jul
09h00 >17h45
Férias de Verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016