Laboração continua

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O ano em revista!

Vamos ver a sombra da terra Qualquer objeto iluminado pelo Sol projeta uma sombra para o lado oposto. Este é um facto banal a que nem o nosso planeta escapa. Mas como é que podemos ver a sombra da Terra? Vê-se facilmente e o espetáculo está quase sempre à sua disposição, sem sair de casa. Não acredita?

No final da tarde, quase ao cair da noite, podemos ver a sombra da Terra projetada no único alvo suficientemente grande para a conter: a própria atmosfera. Devido às muitas partículas em suspensão, a nossa atmosfera pode funcionar como um enorme ecrã. Cerca de meia hora após o pôr do sol, quando o céu está limpo, basta olhar acima do ponto Este do horizonte, aproximadamente na direção oposta àquela onde o Sol se escondeu, para ver a sombra da Terra (Figura 1). De manhã, cerca de meia hora antes do nascer do Sol, também a podemos ver, olhando pouco acima do horizonte Oeste. A sombra da Terra e a cintura de Vénus

A sombra da Terra, tal como a podemos ver, tem a forma de uma enorme banda que se estende cerca de 180º em largura, centrada no ponto antissolar (ponto do céu oposto à posição do Sol). Esta sombra é nitidamente mais escura do que o céu crepuscular e tem uma tonalidade azul-ardósia, de contorno esbatido. Vemos esta sombra como uma banda porque, dadas as suas dimensões e a pequena parcela do seu contorno que se pode avistar de cada local, tal contorno pouco difere de um segmento

de reta. A sombra da Terra é rodeada por um halo rosado, vulgarmente conhecido como "cintura de Vénus" ou "arco anticrepuscular", por oposição ao arco crepuscular que se desenvolve no horizonte por cima do Sol, pouco depois do seu ocaso ou pouco antes do seu nascimento (Figura 2). Esta luminosidade rosada difunde-se na atmosfera e provém da luz do Sol que se põe, ou que nasce, passando sobre as camadas gasosas que se encontram muito por cima de nós. Pouco depois do Sol se pôr, a sombra da Terra surge a este, ainda baixa, mas vai subindo lentamente à medida que o Sol desce. Vinte minutos após o ocaso, a sombra já está bem mais alta e atinge cerca de 10º de altura na direção antissolar. O arco anticrepuscular é agora mais largo, mas mais esbatido, pois a sua coloração rosada vai-se diluindo. A sombra da Terra pode ser vista até cerca de vinte graus de altura, meia hora após o ocaso, mas a cintura de Vénus já será muito ténue. Pela noite, na meia hora que se segue ao pôr do sol, assistimos pouco a pouco ao escurecimento do céu e da cintura de Vénus. O escurecimento global do céu oculta então rapidamente a sombra terrestre e a noite cai. Pela madrugada, dá-se o fenómeno inverso: a sombra terrestre desce lentamente sobre o horizonte oeste e o arco anticrepuscular adorna harmoniosamente o seu limite superior, até ao nascer do Sol.

dezembro’15

Domingo de Manhã na Barriga do Caracol

“Obrigado, Camião Azul!” é o nome do conto de Natal, que a Fábrica apresentou, nos meses de dezembro’15 e janeiro’16, nas sessões de “Domingo de Manhã na Barriga do Caracol”. Estas “horas do conto” desceram da sala onde mora o Ambrósio na sua concha (e que habitualmente acolhe o público das histórias com ciência), para o Auditório do Centro. Pais e filhos estiveram atentos até ao final científico: uma árvore decorada pelas próprias crianças brilhou no palco inteiro com luminosas bolas de gelo, resultado de conteúdos científicos muito simplesmente aflorados e bem entendidos (estados físicos da água, raios de luz e circuitos elétricos). As histórias com ciência na Fábrica associam ao momento mágico de “era uma vez” um outro, mais prático, de verificação do rigor científico por trás do enredo; são uma aposta do Centro desde 2006, por acreditar que fomentam o interesse dos mais novos pela busca de respostas e explicações para tudo o que os rodeia.

Moléculas Sensacionais | Episódio 22: Mentol Figura 1 - Formação da sombra da Terra e do arco anticrepuscular. A figura não está representada à escala e a indicação "SOL" refere-se apenas à direção de onde vêm os raios solares e não à posição do Sol nem às suas dimensões efetivas.

Guilherme de Almeida Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

Figura 2 - Simulação do aspeto observável da sombra da Terra e do arco anticrepuscular. A tonalidade da sombra pode ser subtil e o arco anticrepuscular pode parecer difuso, mas são inconfundíveis para um observador atento.

A segunda molécula sensacional desta série traz uma sensação de frescura ao programa: vou falar do Mentol. O mentol é uma substância produzida por plantas género Mentha, ou Hortelãs, como a Hortelã-brava e a Hortelã-pimenta. Em cada ano são extraídas cerca de vinte mil toneladas deste composto, para aplicações farmacêuticas, alimentares e cosméticas. É que o mentol é utilizado em inúmeros produtos, incluindo pastilhas elásticas, descongestionantes nasais, pastas dentífricas, after-shaves, desodorizantes, bálsamos e cremes diversos … A principal razão desta ampla utilização é a bem conhecida sensação de frescura que o mentol transmite quando é inalado, mastigado, ou simplesmente espalhado sobre a pele. Quem é que ainda não sentiu a frescura de uma pastilha de mentol? Mas a característica mais interessante desta molécula é que ela realmente não refresca, não baixa a temperatura da

pele, apenas cria a sensação de frescura, atuando diretamente sobre os nossos sensores térmicos. De facto, a pele tem dois tipos de sensores térmicos: uns para detetar o calor, outros para detetar o frio. Em contacto com a pele, a molécula de mentol atravessa a epiderme e liga-se aos sensores de frio, ativando-os, e forçando-os a enviar ao cérebro os seus sinais elétricos… Como o cérebro não tem forma de distinguir a verdadeira origem dos sinais, estes são interpretados como uma sensação de frescura - apesar de a temperatura da pele permanecer inalterada. Ou seja, a frescura do mentol é apenas um logro… mas é um logro sensacional! “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro (programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Formação de professores

janeiro’16

Em janeiro’16, a Fábrica, no âmbito de uma parceria com a ASA, dinamizou a Ação de Formação “Eletricidade: atividades em sala de aula”, em quatro cidades do país: Coimbra, Faro, Lisboa e Porto. Esta ação, de 12 horas presenciais, destinou-se a professores de Física e Química e contou com a participação de cerca de 250 docentes. A formação teve como objetivo principal melhorar a qualidade da formação científica e didática dos professores na temática eletricidade, com enfoque na atividade laboratorial, recorrendo a materiais simples e desenvolvidos na Fábrica. Envolveu momentos de reflexão sobre a teoria e prática através de diferentes atividades práticas. Contou com uma equipa de formadores acreditados pelo Conselho Científico-pedagógico da Formação Contínua.

Ciência na Agenda

ACTIVIDADES EM TODO O PAÍS 15 JULHO / 15 SETEMBRO 2016 Mais informações e inscrições www.cienciaviva.pt/veraocv/2016

31 ago

14h30 >17h30

05 09 set

set

Ciência Viva no verão em Rede - Nas asas da ciência, em S. Jacinto, Aveiro

09h00 >17h45

Férias de verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

06 set

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - À volta da água e Crustáceos marinhos, na Praia da Vagueira, Vagos

10

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - Ciência Viva na Rua, junto ao edifício da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

set

>17h30

>18h30

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016


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