Laboração continua

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O ano em revista!

fevereiro’16 Casa da Ciência do Mindelo No âmbito do Programa de Cooperação entre a Universidade de Aveiro e Cabo Verde, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro produziu o novo Centro Interativo de Ciência de Cabo Verde: a Casa da Ciência do Mindelo. Este trabalho resulta de uma parceria com o Ministério do Ensino Superior, Ciência e Inovação (MESCI) do Governo de Cabo Verde na área da promoção da cultura científica e tecnológica. Após a produção e desenvolvimento dos conteúdos, no final de fevereiro uma equipa da Fábrica deslocou-se ao Mindelo com o objetivo de “dar vida” a cinco espaços distintos: o espaço experimenta, o laboratório de ciência, a sala de projeção, o laboratório 3D e a sala da exposição temporária. Em julho, deslocou-se uma segunda equipa para dar formação aos recursos humanos e para orientação e acompanhamento na gestão do projeto.

Água Solar A água é essencial para a vida. De facto, no nosso planeta, a vida precisa de água para existir. Esta dependência aquosa tem levado os cientistas a tentar encontrar água em outros planetas como indicação da possibilidade de a vida também aí existir ou, pelo menos, já ter existido. Contudo, a simples presença de água não é condição única para a existência e desenvolvimento da vida tal qual a conhecemos. É que, apesar de só conhecermos a existência de vida no nosso planeta, os cientistas têm encontrado água um pouco por todo o universo e em locais nos quais não esperaríamos que houvesse. É o caso do Sol. Saiba o leitor que há 20 anos foi descoberta a presença de moléculas de água, no estado de vapor, na fotosfera do Sol, mas precisamente nas regiões das manchas solares, locais em que a temperatura é mais baixa: só cerca de 3000 graus Celsius! (a temperatura da

fotosfera solar é no mínimo de 6000 graus Celsius). Apesar de haver água no Sol, tanto quanto sabemos a vida não é possível neste astro devido às elevadas temperaturas que apresenta. A descoberta da existência de água no Sol foi publicada na revista Science (na edição de 26 de maio de 1995, volume 268, páginas 1155-58). Desde então, esta descoberta foi confirmada quer teórica quer experimentalmente. E, a procura da assinatura da molécula da água na luz que nos chega do universo levou também à sua descoberta em muitas outras estrelas (maioritariamente do tipo M, com temperaturas da fotosfera de cerca de 3000 graus Celsius), como Betelgeuse e Antares (Science, 1998, volume 279, páginas 844-847). A origem da água nas estrelas continua sem ser conhecida. A presença de água nestes astros foi descoberta pela análise do espetro da luz emitida pelas suas fotosferas na região do infravermelho. O espetro é

Moléculas Sensacionais | Episódio 23: Miraculina aquilo que resulta da decomposição da luz nos diversos componentes ondulatórios que a compõem. O espetro visível da luz solar foi pela primeira vez estudado na notável experiência de decomposição da luz realizada pelo físico inglês Isaac Newton, em 1666, em que mostrou que a luz branca se pode decompor num conjunto de luzes de vázrias cores. Newton explicou assim a natureza do arco-íris. Mas também abriu portas para a ciência que se lhe seguiu. Em 1814, o alemão Joseph von Fraunhofer repetiu a experiência de Newton, mas usando um novo instrumento, o espetroscópio, que inventou. Com ele descobriu que a banda de cores que ia do violeta ao vermelho, na luz solar decomposta, apresentava finas riscas negras e verticais. Mais tarde, em 1859, os também alemães Robert Bunsen e Gustav Kirchhoff mostraram que cada elemento químico produzia riscas específicas

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

perfeitamente definidas e localizadas no espetro luminoso. Foi assim descoberto um dos mais potentes instrumentos para o conhecimento da natureza dos astros que irradiam luz (própria ou refletida), a espetroscopia. Passou a ser possível conhecer a composição elementar e molecular das estrelas sem precisarmos de ir até elas. A espetroscopia tornou-se assim uma ferramenta poderosa para conhecermos a natureza do Universo. Desenvolvimentos posteriores permitiram analisar também as componentes invisíveis da radiação irradiada por aqueles astros (infravermelho, ultravioleta e outros comprimentos de onda), aumentando assim a nossa capacidade de encontrar e identificar moléculas. E é assim, através da análise da luz que descobrimos o universo. António Piedade Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

O episódio de hoje é dedicado a uma molécula que engana os nossos sentidos de uma forma absolutamente incrível. Tão incrível, que até lhe ficou no nome… vou falar da Miraculina. A Miraculina é uma pequena proteína, que é produzida nas bagas de uma planta nativa da áfrica oriental, conhecida como fruta-milagrosa. A fruta-milagrosa é um arbusto de porte médio que produz bagas vermelhas semelhantes a azeitonas. E o que há de miraculoso na miraculina? É que faz com que os alimentos ácidos ou amargos nos saibam a… doce! O explorador francês que documentou a fruta-milagrosa no início do século dezoito, notou que as tribos locais gostavam de mastigar os frutos antes das refeições. E comprovou que todos os alimentos ácidos consumidos posteriormente passavam a ter um sabor doce. Embora a Miraculina em si não seja

doce, altera a sensibilidade das papilas gustativas por um período que pode chegar a uma hora. Uma hora durante a qual o mais azedo limão rivaliza em doçura com os melhores doces conventuais! A origem deste efeito só foi esclarecida pelos cientistas em 2011: a Miraculina liga-se aos sensores do sabor doce das papilas gustativas, sem os ativar. Ou seja, os sensores “não dão por ela”, daí a Miraculina não ser doce. Mas na presença de um alimento ácido ou azedo, a alteração do pH na boca provoca uma modificação na geometria da Miraculina. E essa modificação ativa os sensores… que enviam ao cérebro a tal sensação de doçura. Não é milagrosa, mas é… sensacional! “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro (programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Newton gostava de ler!

março’16

O projeto “Newton Gostava de Ler!” consiste na implementação, nas bibliotecas escolares, de programas anuais de atividades com leitura de livros e componente experimental/prática, promovendo-se, deste modo, a leitura e a cultura científica e tecnológica junto dos estudantes do Ensino Básico e Secundário. Com o apoio do Ministério da Educação e Ciência, através da Rede de Bibliotecas Escolares, o projeto iniciou-se em Aveiro, em 2010-2011. A partir de 2012-2013 alargou-se a Sintra. Em 2014-2015, estendeu-se a Vila do Conde e em 2015-2016 aos Açores, a Vagos e a Ílhavo. A parceria estende-se aos Centros Ciência Viva de Sintra, de Vila do Conde, ao Expolab (Açores) e às respetivas autarquias. Em março de 2016 foram dinamizadas 2 sessões de formação dos módulos “Biodiversidade da Manta Morta” e “Difrat’arte”, em que estiveram presentes cerca de 70 professores bibliotecários, monitores dos CCV e bibliotecários municipais.

Ciência na Agenda

ACTIVIDADES EM TODO O PAÍS 15 JULHO / 15 SETEMBRO 2016 Mais informações e inscrições www.cienciaviva.pt/veraocv/2016

31 ago

14h30 >17h30

05 09 set

set

Ciência Viva no verão em Rede - Nas asas da ciência, em S. Jacinto, Aveiro.

09h00 >17h45

Férias de verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

06 set

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - À volta da água e Crustáceos marinhos, na Praia da Vagueira, Vagos.

10

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - Ciência Viva na Rua, junto ao edifício da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

set

>17h30

>18h30

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016


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