Laboração continua

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O ano em revista!

por Allan Ajifo

Mais vale saber… Fármacos Antibióticos

abril’16

As minhas bactérias são diferentes das tuas

Durante milhares de anos ignorámos que estamos rodeados de bactérias, que também colonizam o nosso corpo. Só depois da invenção do microscópio e nos finais do século XVII é que a existência de seres microscópicos foi descoberta. O holândes Antonie van Leeuwenhoek terá sido o primeiro ser humano a observar microrganismos. Mas mal sabia ele sobre a relação importante que mantemos com eles. Vivem dentro de nós, na nossa pele, na nossa casa. São milhões e milhões de bactérias que nos acompanham desde que nascemos, que influenciam os nossos estados de saúde, de doença, o nosso humor e relações afetivas. Esta convivência com seres microscópicos foi alvo de um estudo agora foi publicado num artigo na revista Science (www.sciencemag.org/ content/345/6200/1048). No geral, o estudo mostra que cada um de nós

vive rodeado por um conjunto de bactérias que é característico de cada um de nós. É como se para além da nossa própria identidade tivéssemos um conjunto de bactérias que nos é característico e que se move connosco. O estudo mostra que os locais onde passamos mais tempo, casa, trabalho, estão povoados por um conjunto de bactérias específico a cada um de nós. Se mudarmos de casa, as bactérias também mudam! O nosso local de trabalho está repleto de bactérias que estão em íntima relação connosco. Se mudarmos de trabalho as nossas bactérias acompanham-nos. O artigo também mostra que partilhamos com os nossos familiares um conjunto de bactérias semelhante. Quanto mais próxima a relação mais idênticas são as espécies de bactérias que partilhamos. Há assim, pode

dizer-se, um conjunto de bactérias que fazem parte da nossa família! A relação entre nós e as nossas bactérias é importante e decisiva no tratamento e transmissão de doenças. O estudo sugere que uma alteração no ambiente bacteriano com que vivemos pode influenciar o nosso estado de saúde. Assim, a caracterização das bactérias que nos acompanham é importante para uma melhor compreensão e gestão da nossa saúde no século XXI. Depois deste estudo abrem-se as portas para que num futuro próximo passemos a possuir uma espécie de boletim microbiano que nos identifica, o nosso próprio microbioma. Um retrato das nossas bactérias.

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António Piedade Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva■

Qualquer substância capaz de destruir ou inibir o crescimento de micro-organismos, bactérias, fungos e vírus (embora não haja consenso em relação aos vírus serem considerados seres vivos), é denominada de antibiótico, o que inclui os fármacos antibacterianos, antifúngicos e antivirais. Os antibióticos antibacterianos são os mais usados pois a maioria das doenças infeciosas é causada por bactérias. Estes podem ainda classificar-se em bactericidas ou bacteriostáticos consoante têm um efeito letal e irreversível sobre os micro-organismos ou inibem o crescimento e a duplicação dos micro-organismos sem provocar a sua destruição, respetivamente. O fármaco antibacteriano a ser usado no tratamento de determinada infeção deve ser selecionado idealmente após a identificação da bactéria e estudo da sua sensibilidade ao fármaco. Mas o que acontece geralmente é a escolha do fármaco com base na história clínica e estado geral do paciente, local da infeção, condições do sistema imunológico, funções renal e hepática e, em caso de mulher, deve ser observada se existe a contraindicação do uso do fármaco em caso de gravidez ou lactação. É comum encontrar também os termos antibiótico de amplo/largo espetro, que significa que o fármaco é eficaz contra muitos micro-organismos, e antibiótico de espetro limitado, quando a eficácia é limitada a alguns micro-organismos.■

Palestra com emissão em direto para Macau

No âmbito do projeto “Haja Luz nas Escolas”, inserido nas comemorações do Ano Internacional da Luz, a Fábrica e o Departamento de Física da UA organizaram uma palestra para escolas de Aveiro com emissão em direto para Macau. “Ouvindo os sussuros do espaço-tempo” foi a palestra dinamizada por Carlos Herdeiro, docente do Departamento de Física da UA. Este evento decorreu na Fábrica, contou com a presença de 60 alunos das Escolas Secundárias Jaime Magalhães Lima, Homem Cristo e Celestino Gomes e envolveu, via skype, uma plateia de 50 alunos da Escola Portuguesa de Macau (em Macau). Esta palestra permitiu colocar em contacto direto alunos e professores das escolas de Aveiro com alunos e professores da Escola de Macau, surgindo oportunidades de questionamento e diálogo entre eles e com o palestrante convidado.

Moléculas Sensacionais | Episódio 24: Etanotiol

No episódio de hoje, que encerra a série dedicada aos enganos dos sentidos, vou falar de um caso especial… uma molécula que dificilmente é escolhida para “molécula sensação” em qualquer evento. Trata-se do etanotiol, uma molécula de apenas nove átomos e muito semelhante ao etanol, o vulgar álcool etílico. A única diferença para a molécula de etanol é que em vez de um átomo de oxigénio tem um átomo de enxofre – o que os químicos assinalam com o sufixo “tiol”: etanol passa a etanotiol. E essa pequena diferença cheira-se à distância. É que os compostos de enxofre – e os tiois, em particular – caracterizam-se por terem um intenso mau cheiro: o cheiro a ovos podres, mas

que também aparece associado a couves cozidas e à flatulência. Pfuuu! Não é por acaso que se diz que o Inferno cheira a enxofre… Então… o etanotiol cheira mal… e isso é sensacional em quê? Bem, é que o etanotiol é utilizado para sinalizar as fugas de gás. Os gases de botija, como o gás butano ou o gás propano, são inodoros, o que os torna muito perigosos em caso de fuga, dados os riscos de incêndio, explosão ou asfixia. Por isso, é-lhes adicionada uma pequena quantidade de etanotiol. Ou seja, o conhecido “cheiro a gás” não existe, o que o nosso nariz identifica é o odor desagradável do etanotiol. Um engano muito útil: só pelas vidas que já permitiu salvar, esta pequena molécula fedorenta é, no fundo, uma molécula sensacional. “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro (programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.■

Prémio Pavilhão da Água

maio’16

A Fábrica, com o apoio da UA, e em parceria com a empresa FCo. fullservice company in multimedia, venceu o Concurso Público Internacional para reformulação e implementação da exposição permanente do Pavilhão da Água, situado na cidade do Porto. O Concurso Público aberto pela Empresa Municipal Águas do Porto, detentora da gestão do Pavilhão da Água, pretende tornar este equipamento científico-cultural num museu interativo que aborde todas as áreas dos recursos hídricos mais relevantes e demonstre, de forma apelativa, todo o trabalho desenvolvido pela empresa. Das várias candidaturas apresentadas a concurso, o júri selecionou as 6 melhores propostas, atribuindo a melhor classificação ao projeto apresentado por esta parceria. O projeto irá receber um investimento total de 260.000€.

Ciência na Agenda

ACTIVIDADES EM TODO O PAÍS 15 JULHO / 15 SETEMBRO 2016 Mais informações e inscrições www.cienciaviva.pt/veraocv/2016

31 ago

14h30 >17h30

05 09 set set

Ciência Viva no verão em Rede - Nas asas da ciência, em S. Jacinto, Aveiro.

09h00 >17h45

Férias de verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

06

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - À volta da água e Crustáceos marinhos, na Praia da Vagueira, Vagos.

10 set

14h30

Ciência Viva no verão em Rede - Ciência Viva na Rua, junto ao edifício da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

set

>17h30

>18h30

15 17 set

set

TECHDAYS Aveiro 2016, no Parque de Exposições de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016


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