Laboração contínua

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A rede de Centros Ciência Viva Dia 10 de novembro é, a partir deste ano, o dia mundial dos centros de ciência. Este reconhecimento internacional é acompanhado por expectativas crescentes que colocam novos desafios aos museus e centros de ciência. Estes estão, por isso, a passar por uma espécie de revolução na sua missão, centrando-a na relevância social para as comunidades em que se inserem. Em Portugal, os Centros Ciência Viva, também eles centros interativos de ciência, procuram uma aproximação direta aos cidadãos, através de exposições que abordam fenómenos da natureza e da sociedade. São, numa definição simples, modernos museus de ciência e tecnologia, com exposições interativas e atividades para públicos diferenciados. No caso do público escolar, por exemplo, oferecem uma oportunidade singular de contacto

direto com os fenómenos que estão a ser estudados nas próprias escolas; e fazem-no sob a forma de uma experiência sensorial – se uma aula de geografia ajuda a compreender a dinâmica das forças que produzem um tornado, num centro de ciência é possível produzi-lo com as próprias mãos. São duas abordagens complementares a um mesmo fenómeno, e é esta ligação que faz dos Centros Ciência Viva plataformas insubstituíveis para a educação científica e tecnológica em Portugal. Mas seria redutor limitar os centros de ciência à experiência vivida nas suas exposições. A programação assume também um papel essencial, respondendo a controvérsias, com temas ligados aos desafios mais prementes da atualidade, como a escassez de água, a política dos oceanos, a saúde, a demografia, e

tantos outros de forte impacto social – porque se a ciência não for objeto de debate público e sistemático, em total transparência, para e com a sociedade, para e com os cidadãos, torna-se uma realidade distante e inacessível. Os Centros Ciência Viva proporcionam ainda uma outra via para o encontro com a ciência: o contacto pessoal com cientistas, investigadores e outros profissionais da ciência e da tecnologia. São lugares onde a probabilidade de se encontrar um investigador é muito grande, seja nas áreas expositivas, a dinamizar atividades, ou em pequenas palestras ou grandes conferências. Muitas vezes são as próprias famílias que procuram esclarecer junto dos próprios investigadores as escolhas profissionais e vocacionais dos seus filhos. Os centros de ciência são seguramente

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

espaços de grande proximidade entre os profissionais da ciência e da tecnologia e o público, onde é possível perceber melhor quem são os cientistas, o que fazem, onde trabalham, que ciência produzem. Em Portugal, cada Centro Ciência Viva é dedicado a um tema particularmente dominante na região. É o caso, por exemplo, do Centro Ciência Viva de Estremoz, instalado no antigo convento das Maltezas, um espaço imponente, na maior praça da cidade, com uso abundante de mármore nas suas estruturas e volumes. A exposição nuclear aí instalada desenvolveu-se em torno da história geológica da Terra, com uma atenção particular ao mármore e rochas ornamentais, em sintonia com a dinâmica da região, caracterizada pela existência de pedreiras com forte impacto na economia regional ao longo de grande parte da sua história. Outro exemplo é o do Centro Ciência Viva de Faro, junto à Ria Formosa, com conteúdos ligados ao Sol e ao mar, nas suas mais variadas expressões – ou ainda o de Lagos, centrado nos temas da Navegação. Em Proença-a-Nova, porque é uma zona do país com manchas florestais de grande impacto, o Centro Ciência Viva foi instalado num edifício desenhado para o efeito, com conteúdos expositivos sobre a floresta e sobre tudo o que com ela se relaciona, da economia florestal à prevenção de incêndios. Os centros de ciência estão deste modo a transformar-se em plataformas de desenvolvimento social, económico e cultural, solidificando a ligação com os agentes mais dinâmicos nas suas áreas geográficas de influência, e, em última instância, reforçando o seu papel na promoção da cultura científica na sociedade portuguesa. Carlos Catalão Direção da Ciência Viva

Foto da semana

A não perder!

A Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro, em parceria com a Editora Gailivro, dinamizou no passado dia 5 de novembro duas sessões da ação de formação: “Estudo do Meio: Recursos e estratégias para combater ideias erradas sobre o ar”, destinada a professores do 1º Ciclo do Ensino Básico, que decorreram em Viseu e Santarém, em simultâneo, e que envolveu um total de 110 docentes. Este projeto decorrerá ao longo do mês de novembro, em outras cidades: Aveiro, Coimbra, Lisboa, Setúbal, Braga e Porto.

Na próxima 5ª feira, dia 17 novembro, pelas 21h15, decorre a última sessão do ciclo “Quintas da Ria III”. Intitulada “Festas e tradições da Ria, repercussões económicas para os seus territórios”, nesta atividade procurar-se-á entender qual o papel das festas populares na identidade regional e perspetivar o seu contributo para a valorização do território da Ria de Aveiro. Esta sessão destinada a público jovem e adulto, decorrerá na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro e tem entrada livre. mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

PROGRAMA

Dia internacional dos Museus e Centros de Ciência 5ª feira 10 de novembro’16 09h00>16h00 No dia 10 de novembro’16, Dia Internacional dos Centros de Ciência e Museus de Ciência, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro “abre as portas” com um programa de atividades no âmbito desta iniciativa. A participação é gratuita mediante inscrição prévia através dos contactos: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt. Local: Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Público-alvo: público geral Mais informações: www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Ciência na Agenda

09h00 > 10h00 “Ondas gravitacionais: a verdadeira música celestial” com Carlos Herdeiro, docente no Departamento de Física da Universidade de Aveiro 10h00 > 12h00 Dóing – Oficina aumentada “Programação com Makey Makey”

20 nov

10h00 > 11h00 História na Barriga do Caracol – homenagem a Mariano Gago 10h00 > 11h00 Laboratório - “Plasticina condutora” 14h00 > 16h00 Dóing – Oficina aumentada: “Pilotos de fórmula íman” 14h00 > 15h00 Cozinha é um laboratório “Protocolo Bombom” 14h00 > 15h00 Laboratório de Holografia: “Hologramas 3D” 15h00 > 16h00 Show de Ciência – “Química por Tabela 2.0”

11h00

PAI, VOU AO ESPAÇO E JÁ VOLTO!

10

09h00

17

21h15

20

11h00

Pai, vou ao espaço e já volto! – Rosetta no rasto do cometa, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

19 27

Semana Europeia da Robótica 2016, no Laboratório de robótica IRIS (Universidade de Aveiro) e na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

27 nov

Workshops DOING – Decorações de Natal com ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

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>16h00

>23h15

>12h00

nov

10h00 >12h00

Dia Internacional dos Museus e Centros de Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Quintas da Ria - Festas e tradições da Ria e repercussões económicas para os seus territórios, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2016


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