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No âmbito das atividades do espaço Dóing – Oficina Aumentada decorreu no domingo, dia 29 de janeiro‘17, na Fábrica, o Workshop “Máquina de Rabiscos”. Nesta sessão, cada um dos participantes, teve a oportunidade de usar a sua imaginação e construir uma engenhoca que rabisca papel, com ajuda de circuitos elétricos e com recurso a materiais simples e reutilizáveis
Amanhã, a Fábrica garante mais um programa de Babysitting de ciência. Crianças dos 6 aos 12 anos terão à sua espera uma noite de diversão garantida, sendo que o programa inclui atividades científicas, jantar (opcional) e ceia. O programa terá início às 19h30 (opção com jantar), ou às 21h00 (opção sem jantar), e terminará às 00h00. O bilhete com jantar incluído é de 15€ e sem jantar de 10€. As inscrições podem ser feitas através dos contactos 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt.
“Impressão digital” do cancro no sangue e urina: um possível caminho para diagnóstico mais precoce? Dado o importante impacto do cancro na sociedade em que vivemos, a investigação para o desenvolvimento de melhores meios de diagnóstico e de acompanhamento dos doentes prossegue de forma intensa e em múltiplas vertentes. Os investigadores procuram continuamente metodologias que permitam o diagnóstico mais precoce e preciso, se possível através de exames rápidos e não-invasivos, isto é, que não envolvam uma intervenção cirúrgica. Muitas das metodologias em desenvolvimento exploram a Imagiologia por Ressonância Magnética para obter imagens do órgão que se suspeita ser afetado pelo tumor, de modo a avaliar a presença e agressividade do mesmo, ou a deteção na corrente sanguínea de fragmentos de ácidos nucleicos provenientes das próprias células tumorais. Ambas as estratégias poderão vir a fornecer ao clínico informação extremamente importante e decisiva. Também neste sentido se têm explorado os efeitos que o cancro exerce sobre o metabolismo do doente, para procurar conjuntos de pequenas moléculas – metabolitos – cuja natureza e/ou níveis se encontrem alterados devido à doença. Esta ideia, já explorada noutros contextos em algumas análises clínicas, ganha hoje novo relevo face aos desenvolvimentos tecnológicos que permitem a medição simultânea de muitas dezenas, ou mesmo centenas, de metabolitos. A possibilidade de obter grande quantidade de informação metabólica em pouco tempo está na origem do conceito de Metabolómica, numa era marcada também por outra “ómicas” como a Genómica ou a Transcriptómica. O nosso trabalho tem consistido em usar estratégias analíticas de Metabolómica para procurar, no sangue e urina de pacientes, conjuntos de metabolitos alterados – perfis metabólicos – que sejam indicativos da presença de cancro (para diagnóstico), da sua agressividade (para prognóstico) ou da sua resposta à
terapia (para melhor acompanhamento personalizado do doente). A técnica escolhida denomina-se espetroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e permite detetar pequenas moléculas em biofluidos, devido à absorção de energia por parte dos núcleos dos seus átomos de hidrogénio (ou protões). O resultado é um registo – ou espetro de RMN de protão – que contém sinais provenientes de muitas dezenas ou centenas de moléculas, permitindo assim determinar o perfil metabólico característico de uma pessoa ou de um conjunto de pessoas que partilham uma mesma condição (por exemplo, doentes com um determinado tipo de cancro). Dada a elevada complexidade dos registos espetrais, esta análise envolve também métodos específicos de estatística multivariada que permitem avaliar o grau de confiança com que determinado perfil metabólico se associa a determinada doença. No nosso grupo do Departamento de Química e CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, na Universidade de Aveiro, conjuntamente com colaboradores da Universidade de Coimbra e da Universidade do Porto, estas metodologias têm sido aplicadas ao estudo do cancro do pulmão e do cancro renal, tendo-se focado, mais recentemente, na análise de urina de doentes e de grupos de controlo sem a doença. Num estudo que envolveu mais de duas centenas de indivíduos, verificámos que o perfil metabólico da urina de doentes com cancro do pulmão era significativamente distinto do de sujeitos saudáveis, permitindo distinguir os dois grupos com um elevado grau de certeza e poder preditivo. Registámos uma observação semelhante também para uma outra população de doentes com cancro renal, sendo o perfil encontrado neste segundo estudo apenas parcialmente coincidente com o característico do cancro do pulmão, o que sugere a possível existência de assinaturas metabólicas específicas de cada tipo de cancro. Sendo estes resultados bastante encorajadores
no que respeita à utilização do perfil metabólico da urina para detetar e monitorizar cancro do pulmão ou cancro renal, há no entanto a considerar alguns desafios importantes que determinam a aplicabilidade clínica deste trabalho. Um destes desafios relaciona-se com o facto da urina refletir a generalidade do funcionamento do organismo, e não apenas a doença que se pretende detetar. Por exemplo, os hábitos tabágicos ou simplesmente a idade, o género, o tipo de alimentação de cada indivíduo também induzem alterações no metabolismo e, por conseguinte, na composição do sangue e urina. Assim, para cada grupo de sujeitos em estudo, é absolutamente necessário distinguir as variações metabólicas associadas à doença e as devidas aos fatores indicados acima. No caso dos grupos estudados verificou-se que o impacto metabólico do cancro (do pulmão ou renal) era predominante face aos efeitos da idade, género, hábitos tabágicos ou índice de massa corporal, o que fortalece as hipóteses de perfis metabólicos característicos de cada tipo de cancro.
ser distinto do encontrado para uma população sofrendo da mesma doença no norte da Europa ou num outro continente. É por isso importante que estes estudos possam ser continuados em coortes transnacionais, com enfoque na análise de urina (de colheita não invasiva), e com o intuito de confirmar e validar perfis metabólicos com utilidade clínica. O objetivo será vir a utilizar os marcadores metabólicos, em conjunção com outros métodos já existentes ou igualmente promissores, para melhorar as condições de diagnóstico e acompanhamento do cancro. O uso de urina presta-se ainda a permitir um acompanhamento continuado para detetar alterações metabólicas nos estadios iniciais da doença, oferecendo assim a possibilidade de diagnósticos mais precoces, rápidos e mais acessíveis à grande maioria da população. Ana M. Gil e Iola F. Duarte Departamento de Química e CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro Universidade de Aveiro Agradecimentos: Este trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto CICECO - Instituto de
Um outro desafio importante relaciona-se com a variabilidade entre populações, em virtude dos seus diferentes estilos de vida e hábitos nutricionais. Concretizando, é possível que o perfil marcador de cancro do pulmão que sugerimos para uma população central de Portugal possa
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
Materiais de Aveiro, POCI-01-0145-FEDER-007679 (FCT UID/CTM/50011/2013), financiado por fundos nacionais através da FCT/MEC e quando aplicável cofinanciado pelo FEDER, no âmbito do Acordo de Parceria PT2020. Os autores agradecem ainda à Rede Nacional de RMN, apoiada por fundos FCT.
mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Ciência na Agenda
12 fev
11h00
CLUBE DO CIENTISTA
03 fev
19h30 >00h00
até
Minhas senhoras e meus senhores, sejam bem-vindos ao conjunto de sessões mais extraordinárias da última temporada! É domingo! Venham! Tomem os vossos lugares perto do mágico e abram bem os olhos: durante um bocado de tarde, a ciência aparece por todos os lados, sem nada na manga?! DATAS 12 fevereiro '17 | a magia do atrito 05 março '17 | magias sonoras 09 abril '17 | forças e ilusões (mágicas) 14 maio '17 | águas truq’adas 04 junho '17 | patas de aranha, pé na física, olho de química e cinza na matemática 02 julho '17 | espetáculo final
Horário: 15h30>17h00 Local: Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Público-alvo: Crianças dos 6 anos aos 15 anos Bilhete: 5€ por pessoa Inscrição obrigatória: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt
05 fev
Babysitting de Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Perspetivas Arte&Ciência - Exposição de Cianotipia “SOL = AZUL”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
05 e 12
11h00 >12h00
Domingo de manhã na barriga do caracol – "Um Gole de Sabedoria, sr. Rodrigo!", na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
fev
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12 fev
10h00 >13h00
Workshop Dóing: Fotografia Estenopeica - Pinhole, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
12
11h00
Clube do Cientista - Atração Fatal, no Aveiro Center.
12
15h30
fev
fev
>12h00
>17h00
Da cartola sai ciência – A magia do atrito, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2017