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O ano em revista!
janeiro’17
Concerto de Reis - em allegro literário e científico
A Fábrica apresentou o seu “Concerto de Reis – em allegro literário e científico”, pautando pela invulgaridade do momento: houve poesia e um toque de ciência a afinarem com a melodia. O tempo passou depressa e o momento ficou mesmo na memória das pessoas, pela mistura feliz de temas musicais como: Ave Maria de Bach/Gounod; Amazing Grace, Hallelujah, Somewhere over the rainbow, entre outros, intercalados com o encanto literário das palavras de Auden, Torga, Tolentino Mendonça, e ainda informações científicas sobre a estrela de Belém e os presentes dos reis magos. A música esteve a cargo de Ricardo Neves, na voz; Rodrigo Neves, no saxofone; e Vasco Miranda, no piano. Os momentos de leitura foram assegurados por Marta Condesso.
Desenvolvimento de pâncreas bioartificial para tratar a Diabetes
Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (IBILI-FMUC) está a desenvolver um pâncreas bioartificial, uma microcápsula com células produtoras de insulina, células estas que estão destruídas na diabetes tipo 1 ou que estão disfuncionais na diabetes tipo 2. Vários fatores têm limitado a aplicação clínica (transplante) destes sistemas de encapsulamento das células insulino-produtoras, nomeadamente a instabilidade dos materiais usados e a sua biocompatibilidade, a insuficiente oxigenação das células transplantadas e a sua proteção contra a resposta do sistema imunológico do recetor (doente). Genericamente, a equipa liderada por Raquel Seiça focou-se em melhorar as propriedades biológicas destes dispositivos ou seja, desenvolveu uma microcápsula em que as células produtoras de insulina são envolvidas numa matriz polimérica de hidrogéis
de alginato, um polímero natural, modificados com uma substância, um péptido presente na matriz extracelular (RGD), mimetizando assim o microambiente celular in vivo, o que permitiu aumentar a viabilidade e a funcionalidade das células encapsuladas e transplantadas. Os resultados das experiências realizadas, primeiro in vitro (linhas celulares) e posteriormente in vivo (transplante das microcápsulas em ratos diabéticos), foram bastante promissores. «Observou-se, in vitro, um aumento da viabilidade celular e da produção de insulina e, nos animais diabéticos, uma melhoria dos níveis da glicose sanguínea e da resistência à ação da insulina», explica a coordenadora deste estudo que teve o seu início há quatro anos, com o projeto de tese de Joana Crisóstomo, em colaboração com o Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (Jorge Coelho) e
Instituto Nacional de Engenharia Biomédica - INEB da Universidade do Porto (Pedro Granja, Cristina Barrias e Bruno Sarmento). Provado este primeiro conceito, os investigadores avançaram para a criação de um novo modelo, o co-encapsulamento de nanopartículas de GLP-1 (uma hormona intestinal que estimula a produção de insulina) e das células insulino-produtoras, de forma a aumentar a produção e a libertação da hormona. «Com o encapsulamento conjunto destas nanopartículas e das células produtoras de insulina nas referidas microcápsulas de hidrogéis de alginato modificados com RGD, observou-se um aumento muito significativo da secreção de insulina, estando em curso a realização de novos ensaios em modelos animais», explica a catedrática da FMUC. «No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer. É necessário reduzir o tamanho da microcápsula,
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
torná-la ainda mais estável, mais viável e mais funcionante para ser transplantada em humanos», esclarece Raquel Seiça. Com o aumento da incidência de diabetes, uma doença crónica que afeta mais de um milhão de portugueses, é importante apostar nestes sistemas que «permitiriam libertar os doentes com diabetes tipo 1 das injeções de insulina e alcançar um melhor controlo dos níveis de glicose com a consequente diminuição das complicações agudas e crónicas da doença e, desta forma, melhorar a qualidade de vida dos doentes com diabetes», conclui a investigadora da UC. Cristina Pinto (Assessoria de Imprensa Universidade de Coimbra) Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Moléculas Sensacionais Episódio 28: Metformina São muitos os exemplos de compostos químicos utilizados no tratamento de uma doença que posteriormente se revelam ainda mais eficazes no tratamento de um problema distinto. E esta é também a história do episódio de hoje: 2016 ficará registado como o ano em que a Dimetilbiguanida – mais conhecida por “Metformina” – começou a ser testada como fármaco contra o envelhecimento! A Metformina é um medicamento oral muito eficaz no tratamento de diabetes tipo 2 (o tipo mais comum) e sem efeitos secundários conhecidos – razões para fazer parte da lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde. Apesar da sua eficácia comprovada, o mecanismo de ação deste fármaco ainda não é totalmente conhecido, pelo que continua a ser objeto de diversos estudos científicos. E foi justamente nestes estudos que os cientistas detetaram o seu efeito anti-envelhecimento. As primeiras publicações relevantes sobre o tema datam de 2010 e descrevem o efeito da Metformina no aumen-
Carnaval na Fábrica
fevereiro’17
Este ano, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro “abriu portas” para celebrar o Carnaval de uma forma científica e divertida! Este evento, destinado ao público geral, contemplou um conjunto diversificado de atividades: Workshop DÒING de construção de máscaras de Carnaval, no qual os participantes, depois de elaborarem as tintas, usaram a sua imaginação e criatividade na criação das máscaras; foi também possível fazer pinturas faciais; circular pela feira de ciência, que apresentava várias atividades de demonstração e experimentação de diferentes áreas do conhecimento, entre outras. Este dia, tão bem passado, terminou com um concurso para premiar a máscara mais carnavalesca do mundo!
Ciência na Agenda to da longevidade e na melhoria do estado geral de saúde de algumas espécies de vermes e ratos. Pois, vermes e ratos… são os primeiros a ser testados! Mas em novembro de 2014 foi publicado um relatório que reporta os mesmos efeitos desta molécula nos doentes com diabetes. O que levou a autoridade norte-americana para o medicamento a autorizar o início de testes clínicos da Metformina como fármaco anti-envelhecimento humano. Os mais otimistas preveem que a Metformina venha a aumentar a esperança de vida ativa e saudável em algumas dezenas de anos, e de uma forma acessível a toda população. E isso seria, sem dúvida, a mais importante intervenção médica desta era. Vamos então saborear a vida enquanto aguardamos pelos resultados dos ensaios com esta molécula sensacional. “Moléculas Sensacionais” é um projeto de Paulo Ribeiro Claro (Departamento de Química da Universidade de Aveiro e CICECO) e de Catarina Lázaro (programa Click/Antena 1) em parceria com a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
ACTIVIDADES EM TODO O PAÍS 15 JULHO / 15 SETEMBRO 2017 Mais informações e inscrições www.cienciaviva.pt/veraocv/2017
22 ago
15h30 >18h30
01 03 set
set
04 08 set set 10 set
até
out ‘17
Ciência Viva no verão em rede - Esfoliante e Protetor solar, na Costa Nova.
Sunset Hackathon, no Cais Criativo da Costa Nova.
09h00 >17h45
11h00 e 15h00 >13h00 >17h00
Férias de verão com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Ciência Viva no verão em rede - "Era uma vez... uma visita ao Farol da Barra!", no Farol da Barra.
Perspetivas Arte&Ciência – “Ver para crer – um zoom ao organismo”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2017