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Na passada sexta-feira, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro exibiu o documentário "Deriva Litoral – O impacto da erosão Costeira em Portugal”, coproduzido pela Fábrica e pela Universidade de Aveiro. No final da exibição, promoveu-se um momento de debate entre cientistas intervenientes do filme e o público, o que proporcionou a partilha de ideias e o esclarecimento de dúvidas sobre esta temática.
No próximo dia 10 de novembro, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro vai comemorar o “Dia Internacional dos Museus e Centros de Ciência”, com um programa especial de atividades dedicadas ao público escolar e ao público geral. Este é um evento anual, que tem como objetivo dar a conhecer a missão dos Centros de Ciência e Museus de Ciência, na promoção da cultura científica e tecnológica. Este reconhecimento internacional reforça ainda a relevância social, económica e cultural destas instituições para as comunidades em que inserem. Esta iniciativa resulta da parceria entre a UNESCO e as diferentes redes internacionais de museus e centros de ciência. O programa do evento pode ser consultado em www.ua.pt/fabrica. As inscrições estão abertas. mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Os fósseis mais antigos da vida É atribuída ao filósofo alemão Martin Heidegger a frase “as origens escondem-se sob os começos”! Esta citação adequa-se à questão de sabermos quando é que a vida terá surgido no nosso planeta. É uma questão ainda sem resposta definitiva e assim poderá continuar por muito tempo. É que para sabermos quando é que as primeiras formas de vida unicelulares surgiram, é preciso encontrar registos fósseis dessa ocorrência. E isso é muito pouco provável. É muito difícil identificar e encontrar em rochas, com milhares de milhões de anos, fósseis de células delimitadas só por uma membrana lipídica. A vida primordial dificilmente deixou assinaturas diretas da sua existência. A procura tem, assim, de ser indireta. Apesar dessa dificuldade, têm vindo a ser descobertas estruturas minerais designadas por estromatólitos, encontradas na Austrália Ocidental, na África do Sul e na Gronelândia, em rochas muito antigas com idades estimadas entre 3500 milhões e 3700
milhões de anos. Os cientistas propõem que esses estromatólitos são o resultado da atividade microbiana que acumulou grãos de metais como o ferro. Diga-se, apropriadamente, que estas estruturas são atualmente também encontradas em fontes hidrotermais ricas naquele metal, no fundo dos oceanos, resultado da atividade de bactérias conhecidas que usam ferro no seu metabolismo energético. Afinal, a vida microbiana deixa uma impressão mineral da sua existência. Eis um caminho para a descoberta das primeiras formas de vida unicelular! Na revista Nature foi publicado um artigo (http://www.nature.com/nature/ journal/v543/n7643/full/nature21377.html) cujo primeiro autor é o biogeoquímico Matthew Dodd, da University College de Londres, que apresenta a descoberta de microfósseis em rochas cuja idade é estimada entre 3770 milhões e 4280 milhões de anos! Estes microfósseis, só visíveis ao microscópio, que estavam aprisionados entre camadas de quartzo, são formados por pequenos filamentos
e tubos compostos por óxidos de ferro. Os microfósseis foram encontrados em rochas que se encontram mais precisamente na costa da Baía de Hudson a Nordeste do Quebeque, no Canadá. Os autores do artigo propõem que terão sido formados por micro-organismos, pois não encontraram alguma explicação geológica para a sua formação. Assim sendo, estes microfósseis constituem a evidência mais antiga até agora descoberta da existência de vida na Terra. O espantoso, é que isto implica que a vida terá surgido no nosso planeta só algumas centenas de milhões de anos depois da sua formação, há cerca de 4500 milhões de anos! Outro aspeto, muito interessante e surpreendente desta descoberta, é o de que a presença de óxidos de ferro implica que nessa época remota já existisse suficiente oxigénio molecular livre para reagir com o ferro. É tentadora a hipótese de a origem desse oxigénio molecular ser produto da atividade dessas formas primevas de vida.
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
Contudo, a associação descrita neste artigo de vida microbiana a estas estruturas minerais precisa de ser comprovada por outros cientistas, de forma independente. É assim que a ciência funciona. E opiniões contrárias já foram emitidas por alguns cientistas que não participaram na descoberta. Por exemplo, Nicola McLoughlin, uma especialista em paleontobiologia da Universidade Rhodes, na África do Sul, que não participou do estudo, referiu à BBC News (http://www.bbc.com/news/ science-environment-39117523) que “a morfologia desses supostos filamentos de ferro oxidado no norte do Canadá não é convincente” e não descarta propostas alternativas de origem geológica para a sua formação. A ciência acende-se sob a luz da origem da vida! António Piedade Ciência na Imprensa Regional/ Ciência Viva
Ciência na Agenda
Image: Aliimg.com
Experimentandum Fossilização por moldagem
06 out
19h00
WORKSHOP DÓING MODELAÇÃO E IMPRESSÃO 3D O que preciso? - 370 g de farinha de trigo com fermento - 125 g de açúcar - 50 g de manteiga - 2 ovos - 20 formas de conchas - forno Como fazer? 1 - Misturar o açúcar com a manteiga. 2 - Juntar os ovos e bater bem. 3 - Adicionar a farinha à mistura anterior. 4 - Colocar a massa nas formas de conchas. 5 - Levar ao forno a 180 ºC, durante 15 minutos.
O que acontece? Ao fazermos biscoitos com a forma de concha, estamos a simular o processo de fossilização por moldagem, que resulta do preenchimento interno das partes duras do ser vivo por sedimentos. Estes depositam-se no interior do molde dando origem a uma forma complementar deste. Com o decorrer do tempo, as partes duras acabam por desaparecer deixando nas rochas as suas marcas (impressões). A moldagem é o processo mais vulgar de fossilização.■
03
19h30
Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
05
11h00 > 12h00
Domingo de manhã na barriga do caracol – O meu dia de anos, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
05
11h00
Clube do Cientista – Robôs Ozobot, no Aveiro Center.
nov
nov
nov
> 00h0
> 12h00
06 e 13 nov
nov
10
> 21h00
Workshop Dóing - Modelação e Impressão 3D, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Dia Internacional dos Museus e Centros de Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
nov
12 nov
19h00
10h00 > 13h00
Workshop Dóing – Arduíno, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2017