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Imagem: Bernard Dupond via Flickr

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Foto da semana

A não perder!

No passado domingo, 10 de dezembro, decorreu na Fábrica o Workshop Dóing – Star wars: a ciência contra-ataca. Esta sessão encheu-se de fãs da saga Star Wars! Todos os fãs, sem batalhas intergalácticas, tiveram a oportunidade de construir um sabre de luz e de conhecer um simpático robô BB-8. Esteja atento e não perca o próximo Workshop Dóing!

Na próxima 4ª feira, 20 de dezembro, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro recebe Luís Crispino, docente na Universidade Federal do Pará, Brasil, para apresentar a palestra “Navegação aérea por meio de balões dirigíveis: A História de Julio Cezar Ribeiro de Souza”. Nesta palestra serão abordadas as realizações de Julio Cezar Ribeiro de Souza e a sua repercussão. Esta sessão destina-se a público jovem e adulto, decorre das 18h00 às 19h00 e tem entrada livre.

Biodiversus | Morcego-vampiro

mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Ciência na Agenda

O sexo importa? Para os morcegos, sim. Um novo estudo demonstra que, para os morcegos, o sexo importa: machos e fêmeas respondem de forma diferente à fragmentação e degradação dos seus habitats, uma das mais sérias ameaças à biodiversidade. É o primeiro estudo do género realizado com morcegos, e as suas conclusões permitirão o desenvolvimento de planos de conservação mais específicos e eficazes. As florestas tropicais estão entre os ecossistemas mais ameaçados do mundo. A pressão causada por atividades humanas como a agricultura ou a indústria causa a degradação e fragmentação dos seus habitats. Os morcegos desempenham um papel fundamental na manutenção destes ecossistemas ao dispersarem sementes, polinizarem plantas e reduzirem as populações de várias espécies de invertebrados dos quais se alimentam. Embora vários estudos abordem o impacto para os morcegos da fragmentação e degradação dos seus habitats, nenhum havia investigado as suas respostas específicas em função do sexo. Até agora. Este estudo, publicado na revista Biotropica, usou como ponto de partida mais de 2000 capturas de duas das espécies de morcego mais

comuns na Amazónia, Carollia perspicillata e Rhinophylla pumilio. “As fêmeas das duas espécies que estudámos têm o seu período de maior atividade reprodutiva durante a estação seca. Se as fêmeas estiverem grávidas ou a amamentar, a forma como respondem aos diferentes tipos de vegetação que existem na paisagem e à sua disposição – que medimos através daquilo a que chamamos as métricas da composição e configuração do habitat – será diferente. Isto porque as fêmeas estarão mais dependentes da disponibilidade de fruta, ou não poderão viajar tão longe quanto os machos para buscar alimento, por exemplo”, explica Diogo Ferreira, um dos coordenadores do estudo, investigador do cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (Faculdade de Ciências

da Universidade de Lisboa) e do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais. Este estudo sugere assim mais um nível de complexidade na forma como os morcegos tropicais respondem a alterações desta escala nos seus habitats. A taxa de fragmentação das florestas tropicais deve aumentar nas próximas décadas. A capacidade de conservarmos os vertebrados das florestas tropicais dependerá da nossa compreensão da resposta destas espécies à fragmentação. “Neste contexto é importante perceber se os machos e fêmeas respondem de forma diferente. Especialmente porque as modificações na estrutura da população – como por exemplo a proporção entre machos e fêmeas – pode contribuir para reduzir ou ampliar os impactos generalizados da perda de floresta e

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

fragmentação do habitat”, conclui Ricardo Rocha, primeiro autor do estudo e à data de realização do estudo investigador no cE3c. [Atualmente Ricardo Rocha é investigador na Universidade de Cambridge, Reino Unido] Gabinete de Comunicação do cE3c - Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva REFERÊNCIA Rocha R, Ferreira DF, López-Baucells A, Farneda FZ, Carreiras JMB, Palmeirim, J and Meyer C (2017)

Does sex

matter?

Gender-specific

responses to forest fragmentation in Neotropical bats. Biotropica. DOI: 10.1111/btp.12474 http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/btp.12 474/abstract ■

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Imagem: Uwe Schmidt via Wikimedia Commons

Nome vulgar: Morcego-vampiro Nome científico: Desmodus rotundus

Os morcegos constituem a ordem Chiroptera, que compreende os únicos mamíferos verdadeiramente voadores. Existem mais de 1100 espécies de morcegos, distribuídas praticamente por todo o Globo. Destas, apenas três são hematófagas, ou seja, alimentam-se do sangue de animais como vacas ou ovelhas. O Desmodus rotundus, conhecido vulgarmente como morcego-vampiro, é uma dessas espécies e pode ser encontrado unicamente na América do Sul. Trata-se de um morcego robusto, com uma envergadura média (distância entre as pontas das asas abertas) de 35 cm, e 25 a 40 g de massa. Pode viver até 20 anos. A pelagem é bastante macia, em geral de cor cinza brilhante, mas pode apresentar também tons avermelhados, dourados ou mesmo alaranjados.

Apresenta um apêndice nasal (uma estrutura no focinho) em forma de ferradura, e polegares bem desenvolvidos que lhes permite “caminhar” no chão. Estes morcegos vivem em colónias com cerca de 20 a 100 indivíduos. Habitualmente abrigam-se em cavernas, túneis, sarjetas, troncos ocos de árvores, e até edificações humanas. Orientam-se essencialmente por ecolocalização, ou seja, por emissão de ondas e sua receção. Os morcegos-vampiros alimentam-se exclusivamente de sangue de aves ou mamíferos, de médio ou grande porte, podendo consumir até 30 mililitros de sangue numa única noite. Atacam as suas presas abrindo uma ferida com os dentes incisivos, extremamente afiados, lambendo depois o sangue que escorre da ferida aberta. A sua saliva contém substâncias anticoagulantes, sendo por isso alvo de estudo de diversas investigações científicas.■

dez

22 dez

FÉRIAS DE NATAL COM CIÊNCIA

18 20

10h00 e 14h30 >17h00 >13h00

18 22

09h00

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> 17h45

Estágio Dóing - Modelação e impressão 3D, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

Férias de Natal com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

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20

18h00

Palestra “Navegação aérea por meio de balões dirigíveis: A História de Julio Cezar Ribeiro de Souza”, por Luís Crispino, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

05

15h00

Ciência Aberta às Escolas – “Astronomia e Sociedade”, com Pedro Russo, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

05

19h30

Babysitting de Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

07 jan

11h00

Clube do Cientista – “Massa ao Centro… para brincar!”, no Aveiro Center.

dez

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> 19h00

> 16h00

> 00h00

> 12h00

Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2017


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