602 Erosão Costeira As zonas costeiras são locais de grande importância social e económica, mas apresentam também graves problemas relacionados com a erosão que resulta do défice sedimentar no litoral, potencialmente agravados pelos efeitos das alterações climáticas. No Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, a investigação desenvolvida na área da proteção costeira tenta dar resposta a três questões principais: 1) identificar os locais mais vulneráveis e de maior risco à erosão costeira, onde as necessidades de intervenção são prioritárias; 2) melhorar a capacidade de previsão e projeção de cenários de intervenção, para suporte fundamentado das decisões, numa perspetiva de longo prazo; e 3) melhorar o desempenho dos materiais e das soluções e baixar os custos das intervenções de defesa costeira. Como consequência da investigação desenvolvida, em 2018 foram apresentadas e defendidas publicamente 3 teses de doutoramento, intituladas “CERA: análise de risco à erosão costeira baseada em sistemas de informação geográfica”, “Ferramenta numérica de análise do impacto de intervenções de defesa costeira na evolução da linha de costa: custos e benefícios” e “Alimentações artificiais como solução de defesa costeira: abordagens de monitorização e modelação”. O CERA (Coastal Erosion Risk Assessment) foi desenvolvido com o intuito de analisar o risco à erosão costeira a médio prazo (10 a 20 anos). Através de 12 indicadores, esta me-
Figura 1
todologia segue o modelo conceptual Source-Parthway-Receptor-Consequence, avaliando a propagação de risco em quatro módulos: suscetibilidade, valor, exposição e perigo de erosão costeira. Estes módulos são combinados de forma a obter resultados de vulnerabilidade, consequência e risco. Para facilitar a aplicação do método foi desenvolvida uma ferramenta em ambiente SIG (Sistema de Informação Geográfica) que executa todos os processos previstos e providência os resultados georreferenciados (Figura 1). O CERA demonstra capacidade para hierarquizar os locais de risco de erosão, permitindo posteriormente desenvolver uma análise detalhada nas zonas de maior risco. Para avaliar os custos e benefícios de diferentes cenários de intervenção de defesa costeira nas zonas identificadas com maior risco, foi desenvolvida a ferramenta numérica COAST (Coastal Otimization Assement Tool). A COAST reúne a capacidade de projetar a evolução da linha de costa ao longo do tempo (Figura 2), pré-dimensionar as estruturas de defesa costeira e quantificar os custos e os benefícios que lhes estão associados. A abordagem baseia-se na estimativa dos benefícios (através das áreas de acreção e erosão) e dos custos (através da dimensão da intervenção), com base nos valores monetários definidos pelo utilizador para atender simultaneamente a fatores económicos, sociais, ambientais, culturais, etc. A aplicação da COAST mostra a importância económica de se intervir,
Foto da semana
A não perder!
A Fábrica marcou presença no TechDays Aveiro, de 11 a 13 de outubro, que decorreu no Parque de Exposições de Aveiro. Realidade Virtual, robôs ozobot, robôs EV3, robôs sphera, programação Arduíno, impressão 3D, projeção 3D e módulos interativos foram algumas das atividades que o nosso Centro dinamizou para estimular o interesse de crianças e adultos para as áreas da ciência, tecnologia e engenharia.
No próximo dia 31 de outubro, das 21h00 às 00h00, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro abre as portas para celebrar o Halloween de uma forma diferente. Os visitantes de todas as idades poderão usufruir de um variado conjunto de atividades científicas, com efeitos cientificamente surpreendentes e assustadores. A participação no programa “Halloween na Fábrica” não requer inscrição prévia e tem lotação limitada. Para mais informações: 234 427 053 ou fabrica.cienciaviva@ua.pt. mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt
Mesa Redonda Erosão costeira e a gestão do domínio público hídrico 6ª feira | 26 outubro ’18 | 17h00>19h30
Figura 2
Figura 3
apesar da continuada tendência de perda de território ao longo do tempo. Nos últimos anos tem-se privilegiado o recurso às alimentações artificiais para contrariar o défice sedimentar e mitigar a erosão. Partindo de um modelo numérico existente (CS-model), desenvolveu-se o estudo do perfil transversal de praia em resposta às alimentações artificiais, adotando uma descrição simplificada da troca de material sedimentar entre a porção emersa e submersa do perfil. Foi dado ênfase ao comportamento que envolve a evolução das barras e alimentações artificiais na parte submersa do perfil. O modelo foi aplicado para análise de sensibilidades de cenários hipotéticos de alimentações artificiais (Figura 3). No geral, os resultados demonstram potencial para a utiliza-
Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt
Ciência na Agenda
ção deste modelo para reproduzir as principais tendências no transporte transversal de sedimentos, para escalas temporais alargadas. Na perspetiva de continuar a melhorar o conhecimento sobre o desempenho das intervenções de defesa costeira, decorrem atualmente estudos sobre o comportamento de alimentações artificiais de praias associadas a estruturas de defesa costeira, nomeadamente esporões e quebramares destacados, e sobre a utilização de materiais geossintéticos aplicados a obras de defesa costeira. Carlos Coelho RISCO e Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro
A erosão costeira, aliada à extensa ocupação do litoral em Portugal, tem causado uma enorme pressão sobre o nosso país. Seja em perda de território, recursos naturais ou em meios financeiros para proteção da linha de costa, a erosão impõe sempre um preço a pagar. Quais são os processos atualmente disponíveis para mitigar a erosão costeira? Como aferir, para cada local afetado, que estratégia apresenta a melhor relação custo-benefício? Estas e outras questões serão debatidas pelos especialistas convidados, que darão a sua perspetiva sobre a situação atual deste setor. Público-alvo: jovem e adulto Local: Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Contactos: 234 427 053 e fabrica.cienciaviva@ua.pt ENTRADA LIVRE ■
PROGRAMA
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Processos de Mitigação da Erosão Costeira Carlos Coelho
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RISCO e Depto. de Engenharia Civil da
DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL
Universidade de Aveiro
Custo e Benefício das Intervenções de Defesa Costeira Márcia Lima
11h00
26
17h00
Mesa Redonda “Erosão costeira e a gestão do domínio público hídrico”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
28
11h00
Domingo de manhã na barriga do caracol – “O avô e os passarinhos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
31 out
21h00
Halloween na Fábrica, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
02
19h30
Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
21h30
Ordenamento da Universidade de
16 nov
Café de Ciência – “Astronomia e o clima na Terra”, com Alexandre Correia, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Aveiro
até
10h00
Exposição de fotografia “Revelações - vida na areia vida na rocha”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.
Depto. de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro e R5 Engenharia
O Debate Legal sobre a Propriedade das Margens Costeiras Rodrigo Volz Correia JPAB - José Pedro Aguiar-Branco Advogados
Moderação Fátima L. Alves CESAM e Depto. de Ambiente e
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30 nov
> 19h30
> 12h00
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> 00h00
> 23h00
> 17h30
Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2018