LC 605

Page 1

605

Foto da semana

A não perder!

Em outubro e novembro a Hora do Conto com Ciência, de “Domingo de manhã na barriga do Caracol”, torna os pequenos cientistas ornitólogos atentos, como os de domingo que passou. Através de uma história cheia de melodia, os participantes saem a saber mais sobre alguns passarinhos de Portugal e como ajudar à sua alimentação, sobretudo no outono e inverno. Noventa comedouros, feitos por pequeninas mãos sorridentes e empenhadas, rematam a história e já estão por este país fora. A atividade repete-se ainda a 25 de novembro.

“Astronomia e o clima na Terra” é o tema da próxima sessão do ciclo de cafés de ciência “Há Estrelas na Fábrica” e conta com Alexandre Correia, docente do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, como orador convidado. Neste café de ciência será abordado como a astronomia condiciona o clima e a vida na Terra. A sessão acontece na próxima sexta-feira, dia 16 de novembro, pelas 21h30, na Fábrica e a entrada é livre.

As primeiras estrelas?

Astrónomos detetam possíveis indícios do nascimento das primeiras estrelas.

Biodiversus | Castanheiro Figura 1 - O nascimento da primeira geração de estrelas poderá ter sido detetado indiretamente medindo o seu efeito na radiação cósmica de fundo em micro-ondas. Crédito: N.R.Fuller, NSF.

Com um aparato experimental de uma simplicidade desconcertante, uma equipa de cientistas poderá ter detetado indícios da formação da primeira geração de estrelas do Universo, 180 milhões de anos após o Big-Bang, na mais completa escuridão e a temperaturas baixíssimas. A descoberta, a confirmar-se, é importantíssima para a compreensão da evolução química do Universo e poderá incluir pistas importantes para problemas em aberto como a natureza da matéria negra e da energia negra. Nos minutos que se seguiram ao Big-Bang, o Universo era constituído por um gás quase homogéneo formado por núcleos atómicos de hidrogénio e de hélio, e alguns vestígios quase impercetíveis de elementos como o lítio e berílio. Nesse intervalo de tempo, a temperatura desceu tão rapidamente que não foi possível formar elementos mais complexos que hoje são relativamente abundantes como o carbono, oxigénio, magnésio, silício e ferro. Estes e outros elementos foram sintetizados ao longo de milhares de milhões de anos por sucessivas gerações de estrelas. Entretanto, o

Universo continuou a arrefecer até que, 380 mil anos após o Big-Bang, a temperatura se tornou suficientemente baixa para que os núcleos atómicos pudessem capturar eletrões livres, formando átomos neutros de hidrogénio e hélio. Agarrados aos átomos, os eletrões deixaram de poder interagir facilmente com a luz e o Universo tornou-se transparente. Hoje vemos uma “fotografia” desse instante impressa na radiação cósmica de fundo em micro-ondas (RCF). As primeiras estrelas deverão ter surgido, sugere a teoria suportada por simulações em computador, cerca de 200 milhões de anos após o Big-Bang. O gás primordial era tão homogéneo que a gravidade precisou de todo este tempo para explorar e amplificar as pequenas variações de densidade existentes e transformá-las em estrelas. Por serem constituídas quase exclusivamente por hidrogénio e hélio, deveriam ter centenas de massas solares e luminosidades de dezenas de milhões de sóis. Estrelas assim já não existem ou são extremamente raras no Universo atual. Apesar da sua enorme luminosidade, a tecnologia

mais informações em www.fabrica.cienciaviva.ua.pt

Ciência na Agenda

Figura 2 - O recetor de ondas de rádio usado na experiência. Crédito: CSIRO.

atual não permite ainda detetar diretamente a sua luz, entretanto enfraquecida pela expansão universal. A equipa de cientistas inferiu a sua existência a partir do efeito que o seu aparecimento teve na RCF. De facto, com o aparecimento das primeiras estrelas, as nuvens de gás que permeavam o Universo passaram a ser banhadas com intensa radiação ultravioleta. Os cientistas previram que esta radiação alteraria a configuração eletrónica dos átomos de hidrogénio de tal forma que estes passariam a absorver luz de uma frequência característica de 1420MHz. Essa luz seria subtraída à RCF, pelo que deveria ser possível detetar uma pequena deficiência nessa frequência, ajustada para a expansão universal, na RCF. Foi este efeito que a equipa tentou e, espera-se, conseguiu detetar. O instrumento utilizado foi um recetor de ondas de rádio, instalado no Murchison Radio-Astronomy Observatory, localizado numa região desértica no oeste da Austrália. O aparato varre uma gama de frequências medindo a intensidade da RCF, permitindo aos cientistas identificar eventuais

Rua dos Santos Mártires, 3810-171 Aveiro · tel. 234 427 053 · www.fabrica.cienciaviva.ua.pt · www.facebook.com/fccva · fabrica.cienciaviva@ua.pt

anomalias no seu espetro. Após uma análise exaustiva dos dados, a equipa isolou um sinal na frequência de 78MHz com características semelhantes, mas não completamente coincidentes, com as previstas pela teoria para a assinatura das primeiras estrelas. A razão entre a frequência natural absorvida pelo hidrogénio (1420 MHz) para a detetada (78MHz) – a disparidade é devida à expansão universal – permitiu à equipa determinar o instante a que corresponde essa marca na RCF – cerca de 180 milhões de anos depois do Big-Bang. Os dados sugerem também que o Universo era substancialmente mais frio do que o previsto pela teoria. Para já a comunidade científica está a reagir com um entusiasmo cauteloso à notícia – as medições e o tratamento dos dados são extremamente exigentes e existe a possibilidade de erro − e espera por uma confirmação independente do resultado. Luís Lopes Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

25 nov

11h00

DOMINGO DE MANHÃ NA BARRIGA DO CARACOL

16 nov

Nome vulgar: Castanheiro Nome científico: Castanea sativa Mill.

Existem dúvidas sobre se o Castanheiro é ou não uma espécie autóctone de Portugal. Esta árvore caducifólia é característica desta época do ano, uma vez que é pelos meses de outubro e novembro que os seus frutos atingem o pico de maturação. Podendo atingir até 30 metros de altura, geralmente possui madeira de alta qualidade e apresenta uma copa densa, com muitos ramos e bastante fron-

dosa. Aprecia temperaturas amenas, solos ricos e profundos, e as suas flores (dispostas em amentos) são muito atrativas para as abelhas. A castanha, largamente apreciada no nosso país, é um fruto comestível, de cor castanho-brilhante e pontiaguda no ápice, que surge dentro de uma cúpula espinhosa, em grupos de 2-4. Usualmente utilizadas na alimentação humana e do gado, são igualmente consideradas uma ótima fonte de alimento para aves e mamíferos selvagens.■

21h30 > 23h00

24 nov 25

Café de Ciência – “Astronomia e o clima na Terra”, com Alexandre Correia, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Workshop “Programação com Makey Makey”, no BMI MAKERSPACE, na Biblioteca Municipal de Ílhavo.

11h00

Domingo de manhã na barriga do caracol – “O avô e os passarinhos”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

30 nov

10h00

Exposição de fotografia “Revelações - vida na areia vida na rocha”, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

07

19h30

Babysitting de ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro.

nov

até

dez

> 12h00

> 17h30

> 24h00

17 21 dez

dez

09h00 > 17h45

Férias de Natal com Ciência, na Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro 2018


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.